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Farmacologia resumo farmacodinâmica

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Farmacologia
Mecanismo de Ação e Relação Dose-Resposta
A farmacodinâmica estuda os mecanismos pelos quais um medicamento atua nas funções bioquímicas ou fisiológicas de um organismo vivo. Este ramo da Farmacologia também realiza o estudo quantitativo, isto é, a relação dose-resposta dos efeitos biológicos e terapêuticos dos medicamentos; este conjunto de informações, aliadas aos dados oriundos da farmacocinética, proporciona o conhecimento completo do caminho percorrido pelos medicamentos e seus efeitos no organismo animal.
Considerando o mecanismo de ação, os medicamentos podem ser divididos em dois grandes grupos distintos:
Os medicamentos estruturalmente inespecíficos são aqueles cujo efeito farmacológico não decorre diretamente da estrutura química da molécula agindo em um determinado receptor, mas sim provocando alterações nas propriedades físico-químicas (como grau de ionização, solubilidade, tensão superficial e atividade termodinâmica), acarretando mudanças em mecanismos importantes das funções celulares e levando à desorganização de uma série de processos metabólicos. Os anestésicos gerais inalatórios e os desinfetantes são exemplos característicos deste grupo de medicamentos.
Os medicamentos estruturalmente específicos são aqueles cuja ação biológica decorre essencialmente de sua estrutura química. Eles se ligam a receptores, isto é, macromoléculas existentes no organismo, formando com eles um complexo, o que leva a uma determinada alteração na função celular. Os vários medicamentos estruturalmente específicos apresentam certas características estruturais em comum, sendo estas fundamentais; pequenas variações nestas estruturas químicas podem resultar em alterações substanciais na atividade farmacológica. Outra característica relevante é que ação farmacológica destes agentes ocorre com concentrações menores do que as necessárias pelos estruturalmente inespecíficos.
Alvo para a ação dos medicamentos
Basicamente, o alvo de ligação de um medicamento no organismo animal são macromoléculas proteicas com a função de: enzimas, moléculas transportadoras, canais iônicos, receptores de neurotransmissores e ácidos nucléicos. A ligação dos medicamentos aos receptores envolve todos os tipos de interação química conhecidos: as iônicas polares (íon-dipolo
ou dipolo-dipolo), as de ponte de hidrogênio, as hidrofóbicas, as de van der Waals e as covalentes. Dependendo do tipo de ligação entre o receptor e o medicamento, a duração do efeito poderá ser fugaz ou prolongada. As ligações do tipo covalente são muito difíceis de se desfazerem, portanto, uma vez estabelecida a ligação medicamento-receptor, esta será irreversível.
Com frequência, um mesmo receptor pode ligar-se ao medicamento utilizando mais de um tipo de interação química.
Enzimas: Vários medicamentos exercem seu efeito farmacológico por meio da interação com enzimas, atuando principalmente como inibidores destas. Um medicamento também pode sofrer alterações em sua estrutura química provocadas pela interação com determinadas enzimas, transformando-se em produto anormal, que acarreta a desorganização de determinada via metabólica.
Moléculas transportadoras: Alguns medicamentos exercem sua ação farmacológica interferindo com as proteínas transportadoras, responsáveis pelo carreamento de várias substâncias para o interior das células, como por exemplo, glicose, aminoácidos, íons e neurotransmissores. Estas proteínas transportadoras contêm locais de reconhecimento que as torna específicas para identificar e transportar moléculas para o interior do citoplasma celular. Esses locais de captação são alvo da ação de alguns medicamentos, cuja função é bloquear o sistema de transporte. Exemplo: glicosídios cardíacos (inibindo a bomba de Na+/K+ ATPase do músculo cardíaco).
Receptores celulares: Dentre os receptores farmacológicos, há um grupo de proteínas celulares, cuja função no organismo é atuar como receptores de substâncias endógenas como os hormônios, neurotransmissores e autacoides. A função desses receptores fisiológicos está ligada à transmissão de uma mensagem, quer de forma direta (via canal iônico existente nas membranas plasmáticas), ou indireta (via um segundo mensageiro, que acarretará mudanças bioquímicas em células-alvo). Esses mecanismos de transmissão, muitas vezes complexos, funcionam como integradores de informações extracelulares. Os receptores estão associados a diferentes velocidades para a ocorrência de efeitos celulares. Estes podem ser rápidos, em milissegundos, como os da neurotransmissão colinérgica, ou lentos, como os produzidos pelos diferentes hormônios, levando horas; existem aqueles intermediários, como os das catecolaminas, que levam segundos.
Há também sistemas de transmissão multirregulados que envolvem vários segundos mensageiros relacionados com inúmeras alterações celulares que levam horas e até dias para ocorrerem.
Alguns dos mecanismos utilizados pelo organismo para modulação das funções celulares, nos quais grande parte dos medicamentos age para causar seu efeito farmacológico:
Receptores ligados à proteína G
Representação esquemática da ativação da proteína G. A. Subunidades αβγ que constituem a proteína G estão ancoradas na membrana citoplasmática, porém podem deslocar-se livremente no plano da membrana. B. Quando o receptor é ocupado por uma molécula do agonista, ocorre alteração conformacional no receptor, fazendo com que este adquira alta afinidade pelo complexo αβγ. C. A ligação do complexo αβγ com o receptor provoca a dissociação do nucleotídio difosfato de guanina (GDP) ligado à porção α; este por sua vez é substituído pelo trifosfato de guanina (GTP), que causa a dissociação do trímero da proteína G, liberando a subunidade α-GTP ativada. D. A porção α-GTP ativada se desloca na membrana e pode atuar sobre várias enzimas e canais iônicos (proteína efetora), causando o consequente efeito celular. E. O processo é concluído quando o GTP é hidrolisado a GDP, pela GTPase da subunidade α. F. O α-GDP resultante dissocia-se então da proteína efetora e une-se novamente às subunidades βγ, completando o ciclo.
Atualmente se conhecem vários tipos de proteína G:
Gs: estimulante (stimulation) dos receptores da adenilatociclase
Gi: inibidora (inhibition) dos receptores da adenilatociclase
Go: relacionada aos canais iônicos
Gq: ativadora da fosfolipase C.
A proteína G atua nos sistemas:
Adenilatociclase/3’, 5’monofosfato de adenosina cíclico (cAMP)
Guanilatociclase/ 3’,5’monofosfato de guanosina cíclico (cGMP)
Fosfolipase C/fosfato de inositol/diacilglicerol
Fosfolipase A2/ácido araquidônico/eicosanoides
Na regulação de canais iônicos.
Atuação da proteína G nos segundos mensageiros e nos efetores celulares:
Canais Iônicos
Receptores
Adenilato
-
ciclase
Guanilato
-
ciclase
Fosfolipase
 C
Fosfolipase
 A2
cAMP
cGMP
DAG
IP3
A.
 araquidônico
[
Ca
]²+
Eicosanoides
Proteinoquinases
Efeitos celulares
(enzimas, proteínas transportadoras etc.)
Sistema adenilato-ciclase/ cAMP: Uma proteína denominada Gs é ativada após a ligação do neurotransmissor ao seu respectivo receptor e esta estimulará a enzima adenilatociclase a produzir, a partir do trifosfato de adenosina (ATP), cAMP, que é considerado como um dos segundos mensageiros. Os efeitos reguladores do cAMP na função celular são muito variados, incluem enzimas que participam no metabolismo energético, divisão celular, diferenciação celular etc. Porém, o mecanismo comum que acarreta esses efeitos celulares está associado à ativação de várias proteinoquinases dependentes do cAMP. Estas quinases são responsáveis pela fosforilação de resíduos de serina e treonina nas diferentes proteínas que apresentam importante papel no metabolismo celular, o que leva, consequentemente, à regulação dessas funções. Os dois tipos de proteína G relacionados com o sistema da adenilatociclase são Gs e Gi que produzem, respectivamente, estimulação com aumento nos níveis de cAMP e inibição da enzima adenilatociclasecom redução dos níveis de cAMP.
Sistema 
guanilato-ciclase
/
cGMP
:
 
Similar ao que ocorre como o 
cAMP
, o 
cGMP
 tem papel importante como segundo mensageiro em eventos
 
celulares
 
diversos (ativaçã
o de 
protei
noquinases
, 
fosfodiesterases
 de 
nucleotídios
 cíclicos, canais iônicos) ligados
 
principalmente aos efeitos do óxido ní
trico na 
contração de músculos lisos ou ainda na migração e adesão de
 
macrófagos.
Enzimas-alvo
Segundos mensageiros
Sistema fosfolipase e fosfato de inositol
Este sistema de transmissão é multirregulador e envolve vários segundos mensageiros relacionados com inúmeras alterações celulares determinadas pela ativação de diferentes receptores. Após a ligação do agonista ao seu receptor, um fosfolipídio de membrana, o fosfatidilinositol 4,5bifosfato (PIP2), é hidrolisado pela fosfolipase C de membrana ativada pela proteína Gq em dois compostos: o inositol 1,4,5trifosfato (IP3) e o diacilglicerol (DAG).
O IP3 apresenta grande hidrossolubilidade e alcança o citoplasma, agindo em receptores de membrana localizados no retículo endoplasmático, promovendo a liberação para o citoplasma de íons Ca++ pertencentes às reservas intracelulares. Estes íons é que, posteriormente, produzem os efeitos celulares
O aumento na concentração de Ca++ intracelular livre em resposta à ampla variedade de agonistas é, talvez,
a via mais importante de produção de efeitos celulares. As ações do íon Ca++ dependem da capacidade deste íon em regular a função de várias enzimas, proteínas contráteis e canais iônicos.
. O DAG, por ser lipossolúvel, permanece no interior da membrana onde foi originado, ativando, neste local, a
proteinoquinase C, por meio do aumento da afinidade desta aos íons Ca++. A proteinoquinase C ativada, por sua vez, causa a fosforilação de diferentes proteínas intracelulares, levando aos efeitos fisiológicos ou farmacológicos. Os efeitos fisiológicos atribuídos à ativação da proteinoquinase C são muito variados como, por exemplo, a liberação de hormônios de várias glândulas endócrinas, aumento ou redução da liberação de neurotransmissor e da excitabilidade neuronal (canais de cálcio e potássio), contração ou relaxamento de músculos lisos.
A ação do DAG também pode ocorrer de forma indireta; este funcionando como precursor do ácido araquidônico que, por sua vez origina as prostagladinas, prostaciclinas, leucotrienos e eicosanoides que funcionam como ativadores da guanilatociclase, elevando os níveis de cGMP citosólico.
Sistema fosfolipase A2/ácido araquidônico/eicosanoides
A ativação da fosfolipase A2, mediada pela ligação do agonista com o receptor e a proteína G, leva à produção de eicosanoides, a partir do ácido araquidônico, e parece ser basicamente semelhante à ativação da fosfolipase C. A função do ácido araquidônico e de seu metabólito nos eventos intracelulares é bastante complexa, incluindo alteração da abertura de canais iônicos ligados ao potássio, estabelecendo comunicação entre as células e também funcionando como hormônios locais.
Regulação de canais iônicos
Receptores acoplados à proteína Go também parecem controlar a função de canais iônicos por mecanismos diretos, sem o envolvimento de segundos mensageiros como o cAMP e o cGMP ou o IP3. Parece que a proteína Go interage diretamente com o canal iônico, alterando a permeabilidade do mesmo aos diferentes íons.
Receptores não ligados à proteína G
Receptores ligados à tirosinoquinase
Esses receptores estão ligados à ação de vários fatores de crescimento e de hormônios como a insulina. Seu mecanismo de ação é complexo e pouco conhecido. Até o momento parece que operam via quinases que se autofosforilam; após a ligação agonista-receptor, estas fosforilações promovem a ativação de enzimas, acarretando mudanças celulares.
Receptores que regulam a transcrição de DNA
Hormônios esteroides e tireoidianos se utilizam destes receptores para a produção de respostas celulares, como a transcrição de genes selecionados que produzem proteínas específicas. Estes receptores, diferentes dos anteriores, encontramse no interior da célula como um constituinte solúvel do citosol ou do núcleo, apresentando capacidade de ligarse com grande afinidade à cromatina nuclear. Este tipo de receptor constituise de proteínas que, ao se ligarem ao hormônio, sofrem alteração constitucional que expõe um sítio de ligação com alta afinidade a determinadas regiões do DNA nuclear, conhecidas como regiões hormônioresponsivas. Logo após esta ligação verificase aumento na atividade da RNA polimerase e na produção de RNA mensageiro, com a resposta fisiológica final acarretando síntese de proteínas que leva aos efeitos celulares, em resposta à ligação do hormônio ao seu receptor específico; este processo ocorre em um período que varia de horas a dias.
RELAÇÃO FÁRMACO RECEPTOR
Afinidade: propriedade da molécula encaixar-se ao receptor 
Eficácia: propriedade que a molécula apresenta, após encaixar-se, de ativar/estimular
Ligações químicas intermoleculares 
*Força de Van de Waals 
*Ligações covalentes
*Pontes de hidrogênio 
RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA*
O termo agonista, em Farmacologia, indica que uma determinada substância, ao ligar-se ao receptor, ativa-o, acarretando efeito farmacológico; em oposição, o termo antagonismo refere-se a uma substância que, ao combinar-se com o receptor, não o ativa.
Lei de Ação das Massas: “a uma dada temperatura, a velocidade da reação química é diretamente proporcional às massas ativas dos reagentes.” Neste caso, a velocidade da ligação medicamento-receptor é diretamente proporcional ao número de receptores e à concentração do medicamento 
 Efeito máximo 
F+R= DR Efeito parxcial
 Ausência de efeito 
Para que seja possível a produção do efeito farmacológico
Atividade
Intrínseca
Afinidade
Pelo 
receptor
Capacidade de se ligar
*
*Depois de ligar, tem que 
ter capacidade de ativar
	
 
Agonista total α =1 Emáx= 100%
Agonista parcial 0 < α < 1 Emáx <100%
Antagonista α = 0
Eficácia máxima
Na prática, os fatores que limitam a eficácia de um medicamento são normalmente o aparecimento de efeitos colaterais, isto é, um determinado agente terapêutico pode ser bastante eficaz para o tratamento de uma enfermidade, porém a dose necessária para se alcançar o efeito máximo (que é o desejado) é a mesma dose que acarreta efeitos tóxicos indesejáveis.
Potência
A potência de um medicamento está representada ao longo do eixo da concentração ou dose, isto é, quanto menor a concentração ou dose do medicamento necessária para desencadear determinado efeito, mais potente é este medicamento.
Medicamentos muito pouco potentes apresentam como desvantagem a necessidade de doses muito elevadas, o que muitas vezes torna incômoda sua administração. Por outro lado, medicamentos extremamente potentes devem ser manipulados com mais cuidado, podendo acarretar intoxicações
A potencia é 
avaliada
 comparativamente. Assim, 
meperidina
 e morfina apresentaram eficácia máxima (100%). Entretanto, o mais fármaco potente é a morfina, por necessitar de uma menor dose para seu efeito máximo
>Não é necessário que todos os receptores de uma célula sejam ocupados para o fármaco ter eficácia. Os receptores que não são ocupados são denominados “receptores de reserva”( que podem ser utilizados por outros fármacos, por exemplo). 
 
Os fármacos D e A são os mais potentes devido ter grande eficácia com uma menor dose. 
Em relação ao efeito, D, A e B são iguais, pois apesar de B ser administrado em uma dose maior, ele consegue chegar a 100% de eficácia, sendo C o menos eficaz.
Em relação a receptores, eficácia e potencia D seria o melhor, pois apresenta 100% eficácia, esta entre os de maior potencia e ocupar o menor numero de receptores. 
 
Inclinação
A inclinação da curva dose/efeito reflete o mecanismode ação de um agente terapêutico, bem como sua ligação com o receptor. Pode-se, portanto, afirmar que medicamentos com mesmo mecanismo de ação não apresentam entre si diferenças significativas na inclinação de suas respectivas curvas e que a existência de diferenças entre a inclinação das curvas de dois ou mais medicamentos indica que eles têm mecanismos de ação diversos. Grande inclinação da curva dose/resposta indica também que pequenas variações na dose levam a grandes variações na intensidade do efeito.
Variação biológica
Em qualquer população, há indivíduos que apresentam variabilidade na intensidade da resposta a determinado medicamento, uma vez que nem todos os indivíduos respondem com a mesma magnitude de resposta. Esta variação é representada como o limite de confiança da curva.
CURVAS DOSE-RESPOSTAS QUANTAIS*
As curvas descritas até aqui são do tipo gradual, isto é, aumentando-se a dose, aumenta-se o efeito; estas apresentam algumas limitações na sua aplicação em tomadas de decisões clínicas. Para efeitos quantais como, por exemplo, convulsão ou morte, nas quais prepondera a dupla “tudo ou nada”, a melhor forma de representação são as curvas de frequência acumulada versus o log da dose. Para a maioria dos medicamentos, as doses necessárias para produzir um efeito quantal específico em indivíduos apresentam uma curva de variação gaussiana quando colocadas em uma figura de distribuição de frequência versus log da dose. Quando essas respostas são somadas, a frequência de distribuição cumulativa resultante constitui uma curva dose/efeito quantal da porcentagem de indivíduos
Esta curva tem a forma de uma sigmoide, sendo utilizada para determinar a dose efetiva mediana ou dose efetiva 50% (DE50), isto é, a dose necessária para que 50% dos indivíduos apresentem determinado efeito quantal. Se esse efeito for tóxico particular em 50% dos animais, a dose passa a ser a dose tóxica mediana ou dose tóxica 50% (DT50); se o efeito tóxico for morte do animal, a mesma será identificada como dose letal mediana ou dose letal 50% (DL50). Com os valores obtidos nessas curvas, é possível estabelecer, para um determinado efeito quantal específico, a potência de vários medicamentos e obter informações a respeito da margem de segurança na utilização desses medicamentos.
Índice terapêutico (IT) ou margem de segurança: relaciona a dose para o aparecimento de um efeito desejado com a dose necessária para produzir um efeito indesejado, sendo calculada pela divisão entre a concentração farmacológica plasmática média efetiva (DE50) e a concentração plasmática na qual se iniciam os efeitos tóxicos (dose tóxica 1% – DT1). Alguns autores também calculam o IT dividindo a DT50 pela DE50.
EFEITOS ANORMAIS AOS MEDICAMENTOS
Alguns indivíduos apresentam reações exacerbadas, reduzidas ou mesmo diferentes a determinados medicamentos
Hiperreativo: indivíduos que apresentam respostas a doses baixas de determinado medicamento que não causam efeitos na grande maioria da população
Hiporreativo: indivíduos que necessitam de doses maiores do que as normalmente utilizadas pela população para desencadear determinado efeito farmacológico
Tolerância: a hiporreatividade pode ser denominada também de tolerância, indicando que a baixa sensibilidade em questão resulta de uma exposição prévia ao medicamento, o qual causa alterações farmacocinéticas e/ou farmacodinâmicas, promovendo, com o decorrer do tempo, uma resposta farmacológica menor
Taquifilaxia ou dessensibilização: são expressões sinônimas utilizadas para descrever a hiporreatividade que se desenvolve em alguns minutos e não em vários dias ou semanas, como necessário para a ocorrência da tolerância. Este fenômeno envolve diferentes mecanismos, como alteração de receptores acoplados diretamente aos canais tônicos
Idiossincrasias ou efeito incomum: representam o aparecimento de um efeito não esperado após uso de um medicamento e que ocorre em pequena porcentagem dos indivíduos
Supersensibilidade: termo utilizado para referir-se a aumento do efeito de um medicamento, sendo este causado pela elevação da sensibilidade de receptores sinápticos e que normalmente ocorre após bloqueio prolongado de receptores sinápticos ou ainda por denervação
Hipersensibilidade: este termo deve restringir-se somente aos fenômenos causados pelas reações alérgicas que têm como explicação a ligação antígenoanticorpo, com consequente liberação de histamina. Não deve se confundir supersensibilidade com hipersensibilidade.
Mecanismos envolvidos no fenômeno de tolerância ou dessensibilização aos medicamentos
 Os mecanismos que acarretam tolerância envolvem, na maioria das vezes: (a) alteração no número ou função dos receptores farmacológicos; (b) perda de receptores; (c) depleção dos mediadores; (d) adaptação fisiológica.
 A exposição prolongada a substâncias químicas agonistas pode acarretar diminuição gradativa no número de receptores expressos na superfície celular. Este processo é denominado também de regulação para baixo (down regulation), dessensibilização ou infrarregulação. Esta dessensibilização pode ocorrer em receptores diretamente acoplados a canais iônicos ou receptores acoplados a segundos mensageiros. 
Ex: dessensibilização ligada a canais iônicos a tolerância causada pela exposição ao álcool em receptores ionotróficos do tipo NMDA (nmetildaspartato); estes receptores são ativados pelo aminoácido glutamato, sendo o álcool capaz de reduzir em 50% a estimulação dos mesmos ao neurotransmissor. Estas mudanças na sensibilidade dos receptores iônicos parecem contribuir de forma marcante no risco de desenvolvimento do alcoolismo em seres humanos.
 Uma segunda forma de dessensibilização ocorre por desacoplamento entre o receptor e as proteínas G; um exemplo deste tipo de dessensibilização é a tolerância eliciada pelo uso prolongado de opioides. Nesta situação, a ligação do agonista ao receptor acarreta fosforilação de resíduos de aminoácidos presentes no receptor; isso leva ao aumento da afinidade destes com a proteína β-arrestina, presente no citoplasma. Essa interação resulta em desacoplamento da sinalização eliciada pela proteína G, tendo como consequência a diminuição da produção do segundo mensageiro cAMP, e, portanto, mudança na resposta celular.
 A diminuição no número de receptores também é relevante no desenvolvimento da tolerância a determinados medicamentos; esta diminuição ocorre por internalização dos receptores, isto é, a endocitose, que é ativada após o desacoplamento da proteína G com o receptor. Este processo também está presente na tolerância a derivados opioides.
 A dessensibilização pode ser também causada por depleção de mediadores químicos, importantes para o funcionamento neuronal. Um exemplo deste tipo de evento é ilustrado pelo efeito da tiramina sobre a liberação de epinefrina pela adrenal, fenômeno este classificado como taquifilaxia, isto é, tolerância que se desenvolve de forma rápida como já comentado anteriormente.
 Quanto à tolerância acarretada por aumento na biotransformação do medicamento, já foi anteriormente exemplificado em relação ao uso contínuo do fenobarbital sódico, que leva ao fenômeno de indução das enzimas citocrômicas hepáticas.
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
Muitas vezes faz-se necessária a utilização concomitante de mais de um medicamento, podendo ocorrer modificação do efeito de ambos ou de um deles quando associados. As interações dos medicamentos podem levar a aumento ou diminuição dos efeitos dos mesmos
Sinergismo: o efeito de dois medicamentos ocorrendo na mesma direção
Sinergismo por adição ou apenas adição: o efeito combinado de dois ou mais medicamentos é igual à soma dos efeitos isolados de cada um deles. Este tipo de sinergismo é utilizado com fins terapêuticos, por exemplo, na associação de diferentes sulfas visando manter o mesmo efeito, com a vantagem de reduzir o risco de cristalúria sulfonamidínica, resultante da precipitação de altas concentrações destes agentes terapêuticos em urinas ácidas 
Sinergismopor potenciação ou apenas potenciação: o efeito combinado de dois ou mais medicamentos é maior do que a soma dos efeitos isolados. Neste tipo de sinergismo é comum que as duas substâncias não atuem pelo mesmo mecanismo de ação. Neste caso, uma das substâncias potencializa a outra por interferir na sua biotransformação, distribuição ou excreção. Muitas vezes o agente potencializador, por si só, não apresenta efeito marcante; é o caso do butóxido de piperonila que não apresenta efeito farmacológico, mas que, associado aos praguicidas do grupo dos piretroides confere a estes maior potência antiparasitária.
Antagonismo: a interação de dois medicamentos pode levar também a diminuição ou anulação completa dos efeitos de um deles. O antagonismo pode ser: farmacológico e não farmacológico
Antagonismo farmacológico
O antagonismo farmacológico pode ser de dois tipos: competitivo e não competitivo. Ocorre antagonismo farmacológico competitivo quando há competição do agonista e do antagonista pelo mesmo receptor, e o antagonista impede ou dificulta a formação do complexo agonista-receptor.
O antagonismo farmacológico não competitivo ocorre quando há ligação com sítio alostérico presente no receptor ou bloqueio em algum ponto da cadeia de eventos desencadeada pela ligação do agonista ao receptor.
Antagonismo farmacológico competitivo
O antagonismo farmacológico competitivo pode ser classificado em: pleno (ou total) reversível, parcial reversível ou irreversível
Antagonismo farmacológico competitivo pleno reversível
Neste tipo, o antagonista compete com o agonista pelos mesmos locais receptores, formando com o mesmo um complexo inativo. Desta forma, é respeitada a lei da ação das massas, isto é, aumentando-se a quantidade do agonista, na presença de um antagonista, o primeiro desloca o segundo do receptor. Pode-se verificar que as curvas são paralelas, o efeito máximo para as duas situações experimentais é igual e a única diferença está na potência, uma vez que na situação (com a presença do antagonista) é necessária maior quantidade do agonista para se alcançar o efeito máximo.
Antagonismo farmacológico competitivo parcial reversível
Este tipo de antagonismo representa uma situação particular de antagonismo farmacológico competitivo, com a diferença que os dois medicamentos utilizados são agonistas, porém com diferentes capacidades de desencadear efeitos farmacológicos, isto é, com diferentes atividades intrínsecas. Portanto, o agonista menos eficaz nesta situação experimental atua como antagonista parcial do agonista principal.
Antagonismo farmacológico competitivo irreversível
Este antagonismo ocorre quando o antagonista se dissocia muito lentamente ou não se dissocia, dos receptores. Portanto, mesmo aumentando a concentração do agonista na presença do antagonista, não é possível alcançar o efeito máximo. O exemplo deste tipo de antagonismo é observado com os compostos organofosforados, inibindo de forma irreversível a acetilcolinesterase, enzima que degrada a acetilcolina.
Antagonismo farmacológico não competitivo
No antagonismo farmacológico não competitivo, o antagonista bloqueia algum ponto importante da cadeia de eventos que levaria à resposta desencadeada pelo agonista. Esta alteração ocorre por influência da atuação do antagonista não competitivo em um local alostérico diferente do local de ligação do agonista; portanto, não é possível desfazer o bloqueio quando se aumenta a concentração do agonista. Neste caso, a curva concentração-efeito
do agonista na presença do antagonista não se desloca paralelamente, porém ocorre mudança na inclinação da curva, acompanhada da diminuição no efeito máximo. 
Antagonismo não farmacológico
No antagonismo não farmacológico não há o envolvimento direto do antagonista com um receptor; pode ser
classificadoem: farmacocinético (ou disposicional), fisiológico (ou funcional) e químico (ou antidodismo).
Antagonismo farmacocinético ou disposicional
Neste tipo de antagonismo, uma substância química (medicamento) reduz efetivamente a concentração plasmática de outra administrada a um animal. Esta redução pode ocorrer por vários motivos, exemplificados a seguir:
-A velocidade de biotransformação do medicamento pode estar aumentada, por exemplo, devido à utilização
prolongada do anticonvulsivante fenobarbital sódico, que induz aceleração da biotransformação de corticosteroides e de benzodiazepínicos e, portanto, reduz a atividade destes medicamentos quando
associados ao fenobarbital
-A velocidade de absorção ou a quantidade do medicamento ativo no trato gastrintestinal pode estar reduzida, por exemplo, devido à administração oral concomitante de carvão ativado, que tem grande capacidade de adsorver diferentes substâncias químicas
-A velocidade de excreção renal pode estar aumentada, por exemplo, devido ao uso de bicarbonato de sódio,
que aumenta o pH urinário e, consequentemente, também a excreção urinária de medicamento de caráter ácido, como ácido acetilsalicílico.
Antagonismo fisiológico ou funcional
Este tipo de antagonismo ocorre quando os dois agonistas interagem em sistemas de receptores independentes, porém produzindo efeitos opostos que se anulam. Por exemplo, a norepinefrina é potente em elevar a pressão arterial por produzir vasoconstrição periférica; este efeito é abolido pela histamina, que é potente em reduzir a pressão arterial por produzir vasodilatação. Portanto, estas duas substâncias atuam como antagonistas fisiológicos, uma vez que estas agem sobre sistemas fisiológicos independentes para produzir ações que se equilibram.
Antagonismo químico ou antidotismo
Neste tipo de antagonismo, as duas substâncias não reagem com os receptores do organismo, mas sim reagem quimicamente, em solução, entre si se antagonizando. Um exemplo são os quelantes de metais utilizados no tratamento de intoxicações por metais pesados, como o arsênio ou o chumbo.
Mecanismo de funcionamento de receptores em imagens