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V2 - Sucessões

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DIREITO DAS SUCESSÕES – V2
 						 Aula dia 24/04/2017
Espécies de testamento 
Ordinárias:
É o testamento simples/comum, onde o testador vai dispor de 50% (se houver herdeiros necessários) ou 100% dos bens, conforme sua vontade. Pode ser de próprio punho ou mecanicamente e será feito através do cartório, do tabelião. 
Obs.: CODICILO – é um mini testamento para bens com valor pequeno. É possível até fazer um reconhecimento de paternidade através do codicilo. É legalizado até para confirmar um testamento particular. 
Público – art. 1864 do CC/02
É feito no cartório, com a presença do tabelião que o registra, por escritura pública. 
É comum que sejam anexadas certidões ou atestado de dois médicos dizendo que o testador está em pleno gozo de suas faculdades mentais (é recomendação e não obrigatoriedade)
Particulares – art. 1876 do CC/02
Feito em casa, na presença de duas testemunhas. Não há custo. Feito pelo titular do patrimônio. Necessário três testemunhas. Diz a lei que ao abrir o testamento é necessário que uma das testemunhas esteja viva. 
Cerrado – art. 1868 do CC/02
A própria pessoa faz o testamento que deverá ser apresentado ao tabelião para que ele lacre as informações impedindo que outras pessoas possam conhecer seu conteúdo.
É levado ao cartório somente para ser guardado. Ninguém sabe o conteúdo. Na presença de duas testemunhas, ele entrega ao tabelião. As testemunhas só presenciam a entrega do testamento. Caso o lacre seja violado, o testamento não produz efeitos (está revogado). 
Extraordinárias ou Especiais – art. 1.886 do CC/02	
Marítimo 
Pode ser público ou cerrado e é feito a bordo de um navio. 
Aeronáutico 
É feito a bordo da aeronave (público ou cerrado). Nos dois casos (marítimo e aeronáutico) procura o seu comandante e diz que quer fazer um testamento público/cerrado. Ao chegar em terra firme, terá 90 dias para transformar em ordinário, se não o fizer, caduca-se. Quem deve levar é o indivíduo, porém se ele falecer, o comandante levará. 
Militar 
Feito na guerra ou em missão. Cessada a guerra, o testamente deve ser feito em uma das modalidades ordinárias no prazo de 90 dias.
In extremis (nuncupativo)
O indivíduo que está em quase morte e faz seu testamente de forma oral para um colega de farda. Tal colega não pode ser beneficiário do testamento. 
 
 Aula dia 08/05/2017
Sucessão testamentária – art. 1857 e 1858 CC
O testamento deve ser formal e solene, caso contrário será nulo. 
Capacidade para testar 
É ato personalíssimo, unilateral, revogável (não pode revogar reconhecimento de filiação ou de união estável). A capacidade começa aos 16 anos. Pessoa jurídica não pode testar, mas segundo dispões o art. 1799 do CC/02 pode receber doação. 
Conteúdo do testamento
Depende dos parentes do titular da herança. Se houver herdeiro necessário, a parte disponível será de 50%. A legítima pode ser incluída no testamento, ou seja, pode dispor de 100%, desde que respeitada a legítima. 
Legítima
É obrigatória, por isso o testador não pode deixar de contemplar os herdeiros necessários. Será sempre de 50% do patrimônio 
Cálculo da legítima – art. 1.847
Bens – dívidas – despesas do funeral = monte partível 
Monte partível + “bens colacionáveis” (bem recebidos pelos herdeiros antes do testador morrer) se o donatário não tiver sido dispensado de colacionar, deve trazer o objeto da doação para o inventário. 
Redução da disposição testamentária
Se o testador, por descuido, má administração ou má-fé, prejudicar os herdeiros necessários, não respeitando a legítima, caberá a redução do testamento. O testador pode prever onde será feita a redução, caso não preveja, a lei determina que primeiro reduz a herança, depois o legado. Se houver litígio, quanto a redução, a ação de redução ocorrerá em processo próprio, visando reconhecer a parte para integrá-la à legítima. 
A redução ocorrerá em dinheiro e não com o bem. Valor: doação – o valor da época da doação; demais bens – valor da abertura da sucessão. A legítima deverá ser preservada em 50%. 
Cláusulas restritivas – art. 1.848
Cláusula restritiva de inalienabilidade, incomunicabilidade e de impenhorabilidade sobre os bens que compõem a legítima. 
*Vide art. 2.042 do CC – Obs.: a parte da legítima só pode ser clausulada por justo motivo.
Quem tinha testamento de legítima até 2013 com cláusula restritiva, teve 1 ano para apresentar o justo motivo (tempus non regit actum). 
*Levantamento da cláusula – somente judicialmente, deve substituir o bem clausulado por outro 
*justa causa 
Do direito de acrescer (arts. 1941 a 1946 do CC)
Dá-se o direito de acrescer quando o testador contempla vários beneficiários (coerdeiros ou colegatários), deixando-lhes a mesma herança, ou a mesma coisa determinada e certa, em porções não determinadas, e um dos concorrentes vem a faltar. A disciplina de tal direito, que só se verifica na sucessão testamentária, encontra-se nos arts. 1.941 a 1.946 do Código Civil. Todavia, não é privativo do direito das sucessões; pode ocorrer também no direito das coisas e no direito das obrigações. O direito de acrescer entre usufrutuários conjuntos depende, pois, de estipulação expressa.
Estabelece o art. 1.941: “Quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões não determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos coerdeiros, salvo o direito do substituto”. Poderá ocorrer também, entre colegatários, o direito de acrescer, “quando nomeados conjuntamente a respeito de uma só coisa, determinada e certa, ou quando o objeto do legado não puder ser dividido sem risco de desvalorização” (CC, art. 1.942). O art. 1.943 menciona as hipóteses em que o nomeado não pode ou não quer recolher a herança: pré-morte; exclusão por indignidade (art. 1.814) ou falta de legitimação, nos casos do art. 1.801; não verificação da condição sob a qual foi instituído; e renúncia. A parte do que faltar será recolhida pelo substituto designado pelo testador se este, prevendo o acontecimento, tiver feito a nomeação. Caso contrário, acrescerá ao quinhão dos coerdeiros ou legatários, acréscimo que não ocorrerá, entretanto, se o testador, ao fazer a nomeação conjunta, especificou o quinhão de cada um (por exemplo, a metade, um terço etc.). Entende-se que, nesse caso, a intenção do testador foi beneficiar cada qual somente com a porção especificada. Por essa razão, a quota vaga do contemplado que vier a faltar será devolvida aos herdeiros legítimos do testador. Nesse sentido dispõe o art. 1.944, caput, do Código Civil: “Quando não se efetua o direito de acrescer, transmite-se aos herdeiros legítimos a quota vaga do nomeado”. 
Do exposto, verifica-se que, se em uma disposição testamentária, em vez de ser um o beneficiário, vários são os herdeiros ou os legatários, a renúncia ou exclusão de um deles, bem como a caducidade do legado em relação a um só, faz com que o quinhão, devidamente especificado, do herdeiro excluído seja dividido entre os herdeiros legítimos; o do legatário renunciante se incorpora ao patrimônio do herdeiro, que só deve pagar o quinhão aos demais colegatários e não ao legatário que renunciou. Prescreve a propósito o parágrafo único do art. 1.944: “Não existindo o direito de acrescer entre os colegatários, a quota do que faltar acresce ao herdeiro ou ao legatário incumbido de satisfazer esse legado, ou a todos os herdeiros, na proporção dos seus quinhões, se o legado se deduziu da herança”. As soluções preconizadas no art. 1.944, caput, e parágrafo único, todavia, não ocorrem em duas hipóteses: a) se houver designação de substituto, pois em tal caso este recolhe o quinhão do excluído ou do renunciante; b) se houver direito de acrescer entre os herdeiros e legatários, por não serem determinados os quinhões, pois nessa hipótese a parte que competiria ao renunciante ou excluído, em vez de ser devolvida ao herdeiro legítimo, ou ao encarregado de pagar o legado, acresce ao quinhãodos seus coerdeiros ou colegatários.
Para que ocorra o direito de acrescer são necessários, portanto, os seguintes requisitos: a) nomeação de coerdeiros, ou colegatários, na mesma disposição testamentária (não necessariamente na mesma frase); b) deixa dos mesmos bens ou da mesma porção de bens; c) ausência de quotas hereditárias determinadas.
Presume-se que o testador nomeia herdeiros para toda a herança ou deixa a vários legatários a mesma coisa ou parte dela.
DA SUBSTITUIÇÃO (arts. 1947 a 1960 do CC)
A lei confere à pessoa capaz o direito de dispor de seus bens por ato de última vontade, respeitada a legítima dos herdeiros necessários. Neste capítulo do Código Civil o legislador concede ao testador direito mais amplo: o de não só instituir herdeiro ou legatário em primeiro grau, como também de lhes indicar substituto. Este receberá a liberalidade na falta do herdeiro ou legatário nomeados, ou após estes a haverem recebido, ou ao fim de certo termo. Permite, ainda, que o testador determine que seus bens, ou parte deles, se transmitam, por sua morte, a um primeiro beneficiário, que os passará, ao fim de certo tempo, a um substituto.
O Código Civil admite a designação de substitutos tanto para herdeiros instituídos como para legatários. Dispõe, a esse respeito, o art. 1.947: “O testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro ou ao legatário nomeado, para o caso de um ou outro não querer ou não poder aceitar a herança ou o legado, presumindo-se que a substituição foi determinada para as duas alternativas, ainda que o testador só a uma se refira”. Substituição vem a ser, pois, a indicação de certa pessoa para recolher a herança, ou legado, se o nomeado faltar, ou alguém consecutivamente a ele. Para Itabaiana de Oliveira, “é a disposição, mediante a qual o testador chama, em lugar do herdeiro ou legatário, um outro, que se diz substituto, para que venha fruir, no todo ou em parte, as mesmas vantagens e encargos, quando, por qualquer causa, a sua vocação cesse
O substituto está indicado no testamento para receber patrimônio em caso de o principal herdeiro não puder ou não quiser receber.
Da Substituição fideicomissária (art. 1951 e ss)
Verifica-se a substituição fideicomissária quando o testador nomeia um favorecido e, desde logo, designa um substituto, que recolherá a herança, ou legado, depois daquele. Estabelece-se uma vocação dupla: direta, para o herdeiro ou legatário instituído, que desfrutará do benefício por certo tempo estipulado pelo de cujus; e indireta ou oblíqua, para o substituto. Os contemplados são, assim, nomeados em ordem sucessiva. Verifica-se que há, no fideicomisso, três personagens: a) o fideico​mitente, que é o testador; b) o fiduciário ou gravado, em geral pessoa de confiança do testador, chamado a suceder em primeiro lugar para cuidar do patrimônio deixado; c) o fideicomissário, último destinatário da herança, ou legado, e que os receberá por morte do fiduciário, ou realizada certa condição, ou se decorreu o tempo estabelecido pelo disponente.
Será destinado, em testamento, um bem que ficará, por um determinado tempo, com o fiduciário e cumprida uma condição ou pelo decurso do tempo, tal bem passará ao fideicomissário (este não ode ser nascido ou já concebido à época da abertura da sucessão).
Art. 1.951. Pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por ocasião de sua morte, a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por sua morte, a certo tempo ou sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica de fideicomissário.
Art. 1.952. A substituição fideicomissária somente se permite em favor dos não concebidos ao tempo da morte do testador.
Parágrafo único. Se, ao tempo da morte do testador, já houver nascido o fideicomissário, adquirirá este a propriedade dos bens fideicometidos, convertendo-se em usufruto o direito do fiduciário.
Art. 1.953. O fiduciário tem a propriedade da herança ou legado, mas restrita e resolúvel.
Parágrafo único. O fiduciário é obrigado a proceder ao inventário dos bens gravados, e a prestar caução de restituí-los se o exigir o fideicomissário.
Prestará caução quando houver risco de dano ao bem.
Art. 1.954. Salvo disposição em contrário do testador, se o fiduciário renunciar a herança ou o legado, defere-se ao fideicomissário o poder de aceitar.
Art. 1.955. O fideicomissário pode renunciar a herança ou o legado, e, neste caso, o fideicomisso caduca, deixando de ser resolúvel a propriedade do fiduciário, se não houver disposição contrária do testador.
Se o fideicomissário não aceitar o bem, este passa a ser do fiduciário, salvo se houver disposição em contrário do testador.
Art. 1.956. Se o fideicomissário aceitar a herança ou o legado, terá direito à parte que, ao fiduciário, em qualquer tempo acrescer.
Art. 1.957. Ao sobrevir a sucessão, o fideicomissário responde pelos encargos da herança que ainda restarem.
Art. 1.958. Caduca o fideicomisso se o fideicomissário morrer antes do fiduciário, ou antes de realizar-se a condição resolutória do direito deste último; nesse caso, a propriedade consolida-se no fiduciário, nos termos do art. 1.955.
Art. 1.959. São nulos os fideicomissos além do segundo grau.
Art. 1.960. A nulidade da substituição ilegal não prejudica a instituição, que valerá sem o encargo resolutório.
Dos legados (arts. 1912 ao 1922 do CC)
Legado é coisa certa e determinada deixada a alguém, denominado legatário, em testamento ou codicilo. Difere da herança, que é a totalidade ou parte ideal do patrimônio do de cujus. Herdeiro nomeado não se confunde, pois, com legatário. Em nosso direito não há legados universais, como no direito francês, e, consequentemente, não há legatários universais. No direito pátrio todo legado constitui liberalidade mortis causa a título singular.
O legado é o meio de que se vale o testador para cumprir deveres sociais: premiando o afeto e a dedicação de amigos e parentes, recompensando serviços, distribuindo esmolas, propiciando recursos a estabelecimentos de beneficência, contribuindo para a educação do povo, saneando localidades, amparando viúvas e órfãos, impedindo que jovens dignos da sua estima tomem na vida caminho errado, e auxiliando outros a realizar um ideal de cultura ou bem-estar. Legado é peculiar à sucessão testamentária. Inexiste legado fora de testamento. A testamentariedade dos legados, como se exprime Pontes de Miranda, sempre foi reconhecida no direito romano. 
Qualquer pessoa, parente ou não, natural ou jurídica, simples ou empresária, pode ser contemplada com legado. Podem ser objeto do legado: coisas corpóreas (imóveis, móveis, semoventes), bens incorpóreos (títulos, ações, direitos), alimentos, créditos, dívidas, todas as coisas, enfim, que não estejam fora do comércio e sejam economicamente apreciáveis. O objeto há de ser, ainda, lícito e possível, como sucede em todo negócio jurídico (CC, art. 104).
O legado tem que pertencer ao testador à época da sucessão 
Coisa certa
Entrega de bem a outrem 
Desde que ela entregue um bem de sua propriedade para um terceiro. Ex.: casa de 1000 m² para W desde que ele transfira o apartamento que ele mora para L.
Art. 1.913. Se o testador ordenar que o herdeiro ou legatário entregue coisa de sua propriedade a outrem, não o cumprindo ele, entender-se-á que renunciou à herança ou ao legado.
Art. 1.935. Se algum legado consistir em coisa pertencente a herdeiro ou legatário (art. 1.913), só a ele incumbirá cumpri-lo, com regresso contra os co-herdeiros, pela quota de cada um, salvo se o contrário expressamente dispôs o testador.
Coisa incerta – art. 1915
Precisa ser determinado, pelo menos, em gênero e quantidade. Cabe aquele que vai cumprir o legado escolher sua forma. Deve ser cumprido mesmo que no patrimônio do testador não exista tal gênero. Ex.: 1 tonelada de café para fulano.
Art. 1.915. Se o legado for de coisa que se determine pelo gênero, será o mesmo cumprido, ainda que tal coisa não exista entre os bens deixados pelo testador.
Legado de título
Se concretizacom a entrega do título, independentemente da solvência (garante-se a existência, mas não a valorização do título)
Legado de alimentos
Compreende sustento, lazer, educação, vestuário, moradia e deve ser cumprido em prestações periódicas conforme estabelecido pelo testador. Há que se ter um fundo do qual será retirado o dinheiro.
Legado de usufruto
Segue a mesma regra do usufruto tradicional, se não houver fixação de tempo, presume-se que ele é para a vida toda.
Art. 1.923. Desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coisa certa, existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva.
§ 1o Não se defere de imediato a posse da coisa, nem nela pode o legatário entrar por autoridade própria.
§ 2o O legado de coisa certa existente na herança transfere também ao legatário os frutos que produzir, desde a morte do testador, exceto se dependente de condição suspensiva, ou de termo inicial.
Aula do dia 22/05/2017
Revogação de testamento – art. 1.969 ao 1.972
Pode ser total ou Parcial. O testamente cerrado será sempre revogado totalmente. A quebra do lacre por si só provoca a revogação total. Já o testamente público ou particular será revogado totalmente quando o testador expressamente disser que quer revogar o testamento anterior (expressa). Ou se o segundo modifica totalmente o texto do primeiro testamento (tácita). Será revogado parcialmente se não houver cláusula expressa, ou quando só parte do primeiro testamento for contemplado no segundo testamento. 
Revogação de testamento # Rompimento de testamento
Rompimento de testamento – art. 1.973 ao 1.975 
Ocorre quando testador desconhece seu herdeiro necessário. Significa que o testamento não irá produzir seus efeitos e ocorre quando surge um descendente ou outro herdeiro necessário que era desconhecido do testador na época. Pressupõe-se que se o testador soubesse da existência desse herdeiro não teria testado daquela forma. Quando houver rompimento de testamento, a sucessão será legítima. Se o solteiro casa, gera o rompimento. 
Art. 1.974 quem é esse outro herdeiro necessário? Parece que é o solteiro e veio a se casar e a união estável. 
 Redução das disposições testamentárias – art. 1.966 ao 1.968
Quando o testador testa conhecendo seus herdeiros, há a redução das disposições testamentárias. Somente ocorre quando o testador dispõe de parte superior à sua quota de liberalidade inoficiosa (50%). Nesses casos, deve-se adequar a disposição ao que a lei prevê, retirando da parte disponível para a legítima. 
1ª hipótese
Se o próprio testador dispõe dobre a redução. O próprio diz sobre qual bem vai recair a redução. 
2ª hipótese
 Quando não há estipulação da redução, a mesma ocorrerá de forma proporcional e a preferência será dada para os destinatários (caso de bem indivisível). 
Ex.: testados, deixa uma casa e prevê a redução de 10% ou em caso de redução. Caso não tenha condição, a casa irá para o monte e o beneficiário receberá a sua parte em dinheiro. 
Codicilos – art. 1.881 ao 1.885
Chamado pela doutrina de testamento anão. Pequenas anotações deixadas pelo testador, que não versem sobre valores de grande monta. 
Ex.: dispor sobre funeral, pequenas quantias, roupas. 
Codicilo nunca revoga testamento, já testamento pode revogar codicilo que conste de forma expressa ou querendo contemplar o conteúdo do testamento. 
 Aula do dia 29/05/2017 
	Inventário e partilha
Abertura da sucessão
A abertura da sucessão se dá com o falecimento do indivíduo. Os herdeiros irão se habilitar para recebimento da herança.
As partes fazem uma sugestão de avaliação e recolhimento dos impostos que são recolhidos para União, Estado e Município.
Art. 1.784 do CC: Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
O acesso à via judicial é mais fácil aos menos favorecidos do que a via extrajudicial.
O inventário deve ser aberto em até 30 dias após o falecimento do indivíduo. Qualquer interessado pode pedir abertura do inventário e ele pode ser aberto no ultimo domicilio do falecido, no local onde ocorreu o óbito ou no local da situação dos bens. A abertura será requerida no local mais favorável. 
A existência da pessoa natural termina com a morte real (CC, art. 6º). Como não se concebe direito subjetivo sem titular, no mesmo instante em que aquela acontece abre-se a sucessão, transmitindo-se automaticamente a herança aos herdeiros legítimos e testamentários do de cujus, sem solução de continuidade e ainda que estes ignorem o fato. Na impossibilidade de se admitir que um patrimônio permaneça sem titular, o direito sucessório impõe, mediante uma ficção jurídica, a transmissão da herança, garantindo a continuidade na titularidade das relações jurídicas do defunto por meio da transferência imediata da propriedade aos herdeiros2.
Nomeação de inventariante
É preciso requer a nomeação de uma pessoa como inventariante. Não é preciso dizer quem são os herdeiros, apenas dizendo que eles serão apresentados posteriormente, isto é não é necessária a qualificação desses herdeiros, como é necessária a qualificação do inventariante. 
O inventariante será intimado para assinar o termo de inventariante e passa a ser o gestor do inventário, da herança, devendo prestar contas (despesas também) de tudo o que fizer com os bens objeto desse inventário. 
Primeiras declarações 
Assinado o termo o inventariante terá 20 dias para apresentar as primeiras declarações. Serão relacionados todos os herdeiros, todos os bens e todas as dívidas. 
Se os herdeiros não estiverem representados, eles serão intimados para se manifestarem sobre as primeiras declarações. Se todos os herdeiros estão representados será feita a avaliação dos bens. 
É preciso dizer se o herdeiro é casado ou solteiro, e se for casado cônjuge terá que se manifestar, participar do inventário.
Avaliação de bens 
Todos citados e com manifestação será feita a avaliação dos bens do inventário. Eles serão avaliados no local onde estão situados. É preciso instruir a avaliação com cópia da escritura, do ITPU ou do ITR. As partes do processo, herdeiros, e o Estado terão que se manifestar sobre essa avaliação.
Pagamento de dívida (art. 1997 e seguintes)
O pagamento das dívidas pode vir a qualquer tempo. As certidões negativas do falecido devem ser juntadas aos autos do inventário. Os credores do falecido habilitarão seus créditos, que poderão ser elencados nas primeiras declarações, se o inventariante tiver conhecimento da mesma. O pagamento é feito com a alienação dos bens (alvará de alienação – alienação do bem para pagar imposto, para pagar dívida, para outorga da escritura, etc.) 
Pode ser que um dos herdeiros tenha dívida, sendo assim, pode haver penhora no rosto dos autos para que essa dívida seja paga (penhora do quinhão hereditário do que o herdeiro tem expectativa de receber).
Colação (art. 2002 e seguintes)
Os bens que podem ser trazidos a colação são aqueles que foram doados pelo autor da herança para um dos herdeiros. Podem estar presentes nas primeiras declarações e o valor será somado ao montante deixado pelo falecido. 
Não pagam nenhum tipo de imposto porque o mesmo já foi pago no momento da transmissão inter vivos. Os bens serão avaliados e deverão ter a concordância das partes e do Estado.
Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.
Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível.
Art. 2.003. A colação tem por fim igualar, na proporção estabelecida neste Código, as legítimas dos descendentes e do cônjuge sobrevivente, obrigando também os donatários que, ao tempo do falecimento do doador, já não possuírem os bens doados.
Parágrafo único. Se, computados os valores das doações feitas em adiantamento de legítima, não houver no acervo bens suficientes para igualar as legítimasdos descendentes e do cônjuge, os bens assim doados serão conferidos em espécie, ou, quando deles já não disponha o donatário, pelo seu valor ao tempo da liberalidade.
Art. 2.004. O valor de colação dos bens doados será aquele, certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato de liberalidade.
§ 1o Se do ato de doação não constar valor certo, nem houver estimação feita naquela época, os bens serão conferidos na partilha pelo que então se calcular valessem ao tempo da liberalidade.
§ 2o Só o valor dos bens doados entrará em colação; não assim o das benfeitorias acrescidas, as quais pertencerão ao herdeiro donatário, correndo também à conta deste os rendimentos ou lucros, assim como os danos e perdas que eles sofrerem.
Art. 2.005. São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação.
Parágrafo único. Presume-se imputada na parte disponível a liberalidade feita a descendente que, ao tempo do ato, não seria chamado à sucessão na qualidade de herdeiro necessário.
Art. 2.006. A dispensa da colação pode ser outorgada pelo doador em testamento, ou no próprio título de liberalidade.
Art. 2.007. São sujeitas à redução as doações em que se apurar excesso quanto ao que o doador poderia dispor, no momento da liberalidade.
§ 1o O excesso será apurado com base no valor que os bens doados tinham, no momento da liberalidade.
§ 2o A redução da liberalidade far-se-á pela restituição ao monte do excesso assim apurado; a restituição será em espécie, ou, se não mais existir o bem em poder do donatário, em dinheiro, segundo o seu valor ao tempo da abertura da sucessão, observadas, no que forem aplicáveis, as regras deste Código sobre a redução das disposições testamentárias.
§ 3o Sujeita-se a redução, nos termos do parágrafo antecedente, a parte da doação feita a herdeiros necessários que exceder a legítima e mais a quota disponível.
§ 4o Sendo várias as doações a herdeiros necessários, feitas em diferentes datas, serão elas reduzidas a partir da última, até a eliminação do excesso.
Art. 2.008. Aquele que renunciou a herança ou dela foi excluído, deve, não obstante, conferir as doações recebidas, para o fim de repor o que exceder o disponível.
Art. 2.009. Quando os netos, representando os seus pais, sucederem aos avós, serão obrigados a trazer à colação, ainda que não o hajam herdado, o que os pais teriam de conferir.
Art. 2.010. Não virão à colação os gastos ordinários do ascendente com o descendente, enquanto menor, na sua educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento nas enfermidades, enxoval, assim como as despesas de casamento, ou as feitas no interesse de sua defesa em processo-crime.
Art. 2.011. As doações remuneratórias de serviços feitos ao ascendente também não estão sujeitas a colação.
Art. 2.012. Sendo feita a doação por ambos os cônjuges, no inventário de cada um se conferirá por metade.
Depois de colacionados os bens serão emitidas as certidões e será calculado o imposto.
Renúncia de herança
O momento para manifestação da renúncia se dá quando da citação do herdeiro.
A renúncia da herança é negócio jurídico unilateral, pelo qual o herdeiro manifesta a intenção de se demitir dessa qualidade. Segundo Itabaiana de Oliveira, “é o ato pelo qual o herdeiro declara, expressamente, que a não quer aceitar, preferindo conservar-se completamente estranho à sucessão.
O herdeiro não é obrigado a receber a herança. A recusa denomina-se renúncia ou repúdio. Desde o momento, porém, em que manifesta a aceitação, os efeitos desta retroagem à data da abertura da sucessão, e o aceitante é havido como se tivesse adquirido a herança desde a data em que faleceu o de cujus (CC, art. 1.804).
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança.
A renúncia é, portanto, negócio solene, pois a sua validade depende de observância da forma prescrita em lei. Não se admite renúncia tácita ou presumida, porque constitui abdicação de direitos, nem promessa de renúncia, porque implicaria pacto sucessório. A vontade manifestada em documento particular não é válida. A renúncia à herança, enfatiza o Superior Tribunal de Justiça, “depende de ato solene, a saber, a escritura pública ou termo nos autos de inventário; petição manifestando a renúncia, com a promessa de assinatura do termo judicial, não produz efeitos sem que essa formalidade seja ultimada”.
Sonegados (art. 1991 e seguintes)
Antes da partilha são feitas as últimas declarações, onde o inventariante dirá se há algum bem não descrito nas primeiras declarações. Pode ser aplicada a pena de sonegação que ocorre quando o herdeiro ou inventariante não relaciona o bem que deveria ser incluído no inventário. Além de multa o sonegador perde o direito sobre o bem sonegado, se for herdeiro. Se for inventariante, corre risco de perder a inventariança. Só há consideração do sonegador depois das últimas declarações.
Se removido o inventariante, outro será nomeado. Quando da total impossibilidade de nomeação, o juiz nomeará um inventariante dativo, geralmente um advogado. 
Art. 1.991. Desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha, a administração da herança será exercida pelo inventariante.
Art.1.992. O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de restituí-los, perderá o direito que sobre eles lhe cabia.
Art. 1.993. Além da pena cominada no artigo antecedente, se o sonegador for o próprio inventariante, remover-se-á, em se provando a sonegação, ou negando ele a existência dos bens, quando indicados.
Art.1.994. A pena de sonegados só se pode requerer e impor em ação movida pelos herdeiros ou pelos credores da herança.
Parágrafo único. A sentença que se proferir na ação de sonegados, movida por qualquer dos herdeiros ou credores, aproveita aos demais interessados.
Art. 1.995. Se não se restituírem os bens sonegados, por já não os ter o sonegador em seu poder, pagará ele a importância dos valores que ocultou, mais as perdas e danos.
Art. 1.996. Só se pode arguir de sonegação o inventariante depois de encerrada a descrição dos bens, com a declaração, por ele feita, de não existirem outros por inventariar e partir, assim como arguir o herdeiro, depois de declarar-se no inventário que não os possui.
Partilha (art. 2013 e seguintes)
A porcentagem do que cada herdeiro contribui é a mesma que recebe.
Aqui, haverá o pagamento dos impostos. Com o pagamento haverá a partilha de bens.
Pode ser amigável, oferecida pelas partes (não litigiosa) e homologada pelo juiz. Se não houver essa hipótese a partilha será feita pelo partidor judicial, sendo esta uma partilha litigiosa. Deve trazer um quinhão idêntico para cada um. Diante da impossibilidade da divisão idêntica deve ter o HAVER (dizer quanto um herdeiro levará a mais do quinhão hereditário do que deve). Sendo assim, ele deverá pagar os impostos na proporção do seu quinhão.
Todas as partes precisam se manifestar e depois o juiz irá sentenciar.
Art. 2.013. O herdeiro pode sempre requerer a partilha, ainda que o testador o proíba, cabendo igual faculdade aos seus cessionários e credores.
Art. 2.014. Pode o testador indicar os bens e valores que devem compor os quinhões hereditários, deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o valor dos bens não corresponder às quotas estabelecidas.
Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.
Art. 2.016. Será sempre judicial a partilha, se os herdeiros divergirem, assim como se algum deles for incapaz.
Art. 2.017. No partilhar os bens, observar-se-á, quanto ao seu valor, natureza e qualidade, a maior igualdadepossível.
Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.
Art. 2.019. Os bens insuscetíveis de divisão cômoda, que não couberem na meação do cônjuge sobrevivente ou no quinhão de um só herdeiro, serão vendidos judicialmente, partilhando-se o valor apurado, a não ser que haja acordo para serem adjudicados a todos.
§ 1o Não se fará a venda judicial se o cônjuge sobrevivente ou um ou mais herdeiros requererem lhes seja adjudicado o bem, repondo aos outros, em dinheiro, a diferença, após avaliação atualizada.
§ 2o Se a adjudicação for requerida por mais de um herdeiro, observar-se-á o processo da licitação.
Art. 2.020. Os herdeiros em posse dos bens da herança, o cônjuge sobrevivente e o inventariante são obrigados a trazer ao acervo os frutos que perceberam, desde a abertura da sucessão; têm direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis que fizeram, e respondem pelo dano a que, por dolo ou culpa, deram causa.
Art. 2.021. Quando parte da herança consistir em bens remotos do lugar do inventário, litigiosos, ou de liquidação morosa ou difícil, poderá proceder-se, no prazo legal, à partilha dos outros, reservando-se aqueles para uma ou mais sobrepartilhas, sob a guarda e a administração do mesmo ou diverso inventariante, e consentimento da maioria dos herdeiros.
Art. 2.022. Ficam sujeitos a sobrepartilha os bens sonegados e quaisquer outros bens da herança de que se tiver ciência após a partilha.
Sentença
Será proferida sentença.
Formal de partilha 
Após a sentença será expedido o formal de partilha e será encerrado o processo.
Anulação de partilha – prazo (art. 2027)
Art. 2.027.  A partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos.   
Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha.
	MATÉRIA DA PROVA
	Sucessão testamentária
	Herdeiro necessário
	Testamento (espécies, características, requisitos)
	Capacidade para testar e ser herdeiro
	Legado
	Codicilo
	Redução da disposição testamentária
	Direito de acrescer
	Substituições
	Rompimento e revogação de testamento
	Inventário e partilha

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