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Artigo CORRIGIDO- LUZIA

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FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA-FAEL 
DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
Luzia Aparecida Araújo Alves1, Valter Zotto De Andrade2
Resumo
No Brasil, cerca de 40% da população em idade escolar apresenta problemas de aprendizagem (ZORZI, 2004). Os problemas de aprendizagem atualmente são classificados em dois tipos: Dificuldades e distúrbios de aprendizagem. Embora os termos “dificuldade” e “distúrbio” de aprendizagem na literatura sejam usados como sinônimos, são problemas de aprendizagem muito distintos. Os professores, em especial na fase de alfabetização, apresentam grande dificuldade em trabalhar com estes alunos. Considerando que a maioria dos professores não conseguem distinguir a dificuldade dos distúrbios de aprendizagem a capacitação dos profissionais de educação pode contribuir para uma melhoria desta realidade (CARVALHO, 2007). O objetivo geral deste trabalho foi conhecer as diferenças entre dificuldades e distúrbios de aprendizagem, bem como propor estratégias de trabalho possíveis de serem aplicadas em sala de aula. Este trabalho foi realizado através de uma revisão de literatura envolvendo diferentes aspectos dos problemas de aprendizagem. As principais conclusões obtidas foram: Os distúrbios de aprendizagem surgem devido a alterações neurológicas enquanto que as dificuldades de aprendizagem podem ter diversas origens distintas entre elas fatores emocionais, sociais/econômicos e pedagógicos (CIASCA,1991). Existem diversos tipos de distúrbios de aprendizagem e em cada caso a forma de intervenção pedagógica deve ser adequadas as necessidades especificas do aluno. No caso em que o problema de aprendizagem ocorra devido a dificuldades, de forma geral pode ser minimizado com atividades que estimulem o interesse dos alunos.
Palavras-chave: distúrbio, aprendizagem, dificuldade, aluno, transtornos. 
Introdução
O ser humano se encontra sempre em processo de aprendizagem independente da fase da vida. Isto, por que o aprendizado resulta da interação do meio ambiente com a estrutura mental. Infelizmente para muitas crianças aprendizagem, especialmente a escolar, acaba sendo um grande desafio por apresentarem dificuldades ou algum distúrbio de aprendizagem. 
O número de crianças com dificuldades no processo de aprendizagem demostrado por décadas de pesquisas é muito elevado. Sendo considerado um grande problema para professores no mundo todo.
As necessidades educacionais de uma criança que apresenta dificuldade de aprendizagem são muito distintas daquelas que possuem algum dos distúrbios de aprendizagem. No entanto, a distinção entre esses diferentes problemas de aprendizagem não é um atarefa nada fácil para professor. Considerando, que na literatura existe uma grande confusão entre estes termos, muitas vezes tratados como sinônimos (CIASCA, 1991). A confusão entre estes conceitos pode levar a procedimentos equivocados que prejudicam o bom desenvolvimento da criança.
As dificuldades de aprendizagem podem apresentar diversas causas emocionais (como a chegada de um irmãozinho, separação dos pais, mudança de escola), a troca de professor, metodologia usada pelo professor, social/econômica, dificuldades ou duvidas pontuais de ordem acadêmica, entre outras. De modo geral, pode-se dizer que a dificuldade de aprendizagem pode estar relacionada à fatores emocionais, sociais e pedagógicos. E não com fatores de ordem neurobiológica. 
Ao contrário da dificuldade de aprendizagem, nos casos onde o problema de aprendizagem ocorre devido à transtornos ou distúrbios, existem alterações em áreas específicas do cérebro. “Há uma característica de origem genética, neurobiológica. Neste caso a criança já nasce com uma falha no processamento cerebral de informações. O que não significa que a criança não vá aprender, ela vai, só que sua aprendizagem irá ocorrer de uma forma diferente das demais(CIASCA 2003). 
Em países desenvolvidos a dificuldade escolar atinge à proximamente 20% da população em idade escolar (CIASCA, 2003). E em países em desenvolvimento o percentual geralmente é maior. No Brasil, cerca de 40 % dos alunos nas series iniciais apresentam problemas de aprendizagem ( ZORZI, 2004). 
Independente de o país ser desenvolvido ou em desenvolvimento as estimativas indicam que cerca de 6% da população mundial apresente algum distúrbio de aprendizagem (TEA). No entanto, ao compararmos os países desenvolvidos com os países em desenvolvimento o percentual de crianças com problemas na aprendizagem podemos notar uma enorme diferença. 
No Brasil o número de alunos com problemas de aprendizagem, principalmente nas series iniciais, é assustador. Apesar dos esforços do governo, das escolas, e dos professores nos últimos anos esse número não tem tido redução significativa. Isto ocorre possivelmente por diversos fatores de ordem social não só por responsabilidade direta de nossas escolas. Mas, a capacitação dos profissionais de educação pode contribuir para uma melhoria desta realidade para muitas de nossas crianças que apresentam problemas de aprendizagem. Considerando que cerca de 78% dos professores pesquisados não conseguem distinguir a dificuldade dos distúrbios de aprendizagem (CARVALHO, 2007).
Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo esclarecer as diferenças entre dificuldade e distúrbio de aprendizagem, bem como propor estratégias de trabalho possíveis de serem usadas em sala de aula. por professores que se deparam com alunos com uma destas necessidades diferenciadas de aprendizagem.
Metodologia
O artigo foi produzido através de uma revisão bibliográfica ampla através da leitura de diversos artigos, dissertações, capítulos de livros, etc... abrangendo as definições sobre dificuldades e distúrbios de aprendizagem; e os principais distúrbios de aprendizagem encontrados; e sugestões de estratégias de trabalho para as necessidades de alunos com dificuldades ou algum distúrbio de aprendizagem.
Desenvolvimento
Os materiais bibliográficos selecionados foram apresentados e discutidos em tópicos e subtópicos buscando esclarecer de forma clara e objetiva as questões propostas no objetivo do presente trabalho.
 
Problemas de aprendizagem
Os problemas de aprendizagem não se restringem a causas físicas ou psicológicas, nem ao meio social/econômico para compreendê-los se faz necessário um enfoque multidimensional abrangendo fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos. 
No ano de 1988, o National Joint Comittee on Learning Disabilities apresentou um conceito que é muito bem aceito e aplicado sobre os problemas de aprendizagem:
Dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de transtornos manifestados por dificuldades significativas na aquisição e uso da escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estes transtornos são intrínsecos ao indivíduo, supondo-se que são devido à disfunção do sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo do ciclo vital. Podem existir junto com as dificuldades de aprendizagem, problemas nas condutas de auto-regulação, percepção social e interação social, mas não constituem por si próprias, uma dificuldade de aprendizado. Ainda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrer concomitantemente com outras condições incapacitantes como, por exemplo, transtornos emocionais graves ou com influências extrínsecas (tais como as diferenças culturais, instrução inapropriada ou insuficiente), não são o resultado dessas condições ou influências.
No Brasil cerca de 40 % das crianças apresentam problemas de aprendizagem, sendo que de apenas 6% destas apresentam explicações de origem neurobiológica. Embora na literatura exista uma grande confusão entre os significados de dificuldade, distúrbio ou transtorno de aprendizagem, existe um consenso de que estes termos se referem a problemas distintos. 
Pode se dizer, que se existe alguma causa orgânica que justifique o problema de aprendizagem se trata de distúrbio ou transtorno. Não existindo nenhuma causaclinica, o problema é descrito como sendo dificuldade de aprendizagem (embora em algumas situações, possuam ocorrer simultaneamente).
Dificuldade de aprendizagem
As crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem não possuem distúrbios neurobiológicos, ou seja, os problemas apresentados possuem caráter provisório e suas causas podem ser localizadas em diferentes áreas do processo de aprendizagem do indivíduo. 
De modo geral, a dificuldade de aprendizagem pode se relacionar com diversos fatores, sociais/ econômicos, sociais e pedagógicos. A dificuldade de aprendizagem é um dos problemas mais comuns da educação, em especial nos primeiros anos do ensino fundamental, afetando diretamente o desempenho de alunos e professores, pois muitas vezes não se encontram preparados para o trabalho docente neste tipo de situação (BOLSOLAN, 2011).
Para se compreender as dificuldades de aprendizagens é necessário realizar uma interação entre os fatores internos e externos ao ambiente escolar, requer intervenções tanto no âmbito do aluno, das práticas pedagógicas, da formação de professores, quanto de mudanças mais amplas de natureza política, econômica e social.
Teorias sobre as Dificuldades de Aprendizagem
As teorias sobre as Dificuldades de Aprendizagem possuem quatro enfoques:
O enfoque do processamento de informação: que está sendo mais predominante nas últimas décadas em Psicologia. Estuda a relação entre a velocidade do processamento de informações e a aprendizagem.
O enfoque interativo ou ecológico: Relaciona e incluí a análise dos contextos familiares e escolares nas dificuldades de Aprendizagem. 
 A perspectiva sociocultural: Relaciona a influência social e cultural na aprendizagem. Desenvolveram-se mais nos últimos cinco anos.
 Neuropsicológico: Analisa a importância da interdisciplinaridade no campo das Dificuldades de Aprendizagem.
Diante de dificuldades de aprendizagem precisamos adotar uma postura dialética e de interação, procurando integrar os indivíduos, na escola, na família, pois “as condições internas (neurobiológicas) e as condições externas (socioculturais) desempenham funções dialéticas (psicoemocionais) que estão em jogo na aprendizagem humana” (FONSECA, 1995).
Transtornos ou distúrbios de aprendizagem
De acordo com a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da Classificação Internacional de Doenças (CID), a terminologia “transtorno” na literatura especializada da Organização Mundial de Saúde o termo “transtorno” é:
... usado por toda a classificação, de forma a evitar problemas ainda maiores inerentes ao uso de termos tais como “doença” ou “enfermidade”. “Transtorno” não é um termo exato, porém é usado para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecíveis associados, na maioria dos casos, a sofrimento e interferência com funções pessoais (CID, 1992: 5).
Os transtornos de aprendizagem apresentam uma alteração neurobiológica que é a base das anormalidades no nível cognitivo as quais são associadas com as manifestações comportamentais. Esta origem biológica pode incluir a interação de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais, que afetam a capacidade do cérebro para perceber ou processar informações verbais ou não verbais com eficiência e exatidão.
Os transtornos de aprendizagem interferem na capacidade da criança de receber, processar, analisar ou armazenar informações. Reduzindo a aquisição de habilidades básicas de leitura, escrita, soletração e resolução de problemas matemáticos.  
Tipos de transtornos de aprendizagem 
Os transtornos de aprendizagem pode se manifestar de diversas formas. Pesquisadores, como Barros (2010) e Ciasca (2003) categorizam os transtornos de aprendizagem em: 
Dislexia: é uma dificuldade específica de aprendizado da Linguagem: em leitura, soletração e escrita. Os principais sintomas são: apresentar dificuldade na leitura e escrita, confundir letras com sons semelhantes ou com diferentes orientações com por exemplo o b/q – bd, inversão de silabas ou palavras, ao ler pular linhas, substituir palavras com escrita semelhante, dificuldade em se lembrar de sequencias como: O alfabeto, dias da semana, meses, etc., repetição de silabas ou palavras,entre outros. É mais comum em meninos que meninas.
Disgrafia: é caracteriza por problemas com a linguagem escrita, o que dificulta a comunicação de ideias e de conhecimentos. Possuem pouco ou nenhum domínio de traçado da letra, subindo e descendo a linha demarcada para a escrita. Há disgráficos com letra mal grafada, mas inteligível, porém outros cometem erros e borrões que quase não deixam possibilidade de leitura para sua escrita cursiva, embora eles mesmos sejam capazes de ler o que escreveram. Geralmente os disgráficos também apresentam dificuldades em matemática. 
Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números, geralmente os portadores não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não entendem sequências lógicas e outros. 
Dislalia: é a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, omissão de silabas, distorção ou acréscimo de sons às palavras. Pode interferir na aprendizagem da leitura e da escrita. É mais comum em pessoas com problemas no palato, lábio leporino ou flacidez na língua.
Disortografia: é a dificuldade na linguagem escrita e pode surgir como consequência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação, etc. 
Deficiência de atenção: É a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco central de um estímulo. A Deficiência de Atenção pode manifestar-se isoladamente ou associada a uma linguagem corporal que caracteriza a hiperatividade ou, opostamente, a hipoatividade. 
Hiperatividade: Refere-se à atividade psicomotora excessiva, com padrões diferentes de sintomas. Algumas crianças ou adolescentes hiperativas podem apresentar comportamento impulsivo, não para quieta, fala sem parar, não sabe esperar com comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada, se envolve em muitos acidentes vive com escoriações ou hematomas por agir sem pensar. Outros hiperativos podem tem como característica mais evidente, sintomas de dificuldades de foco de atenção. Devido a uma superestimulação nervosa este jovem ou criança é pode passar de um estímulo a outro, não conseguindo focar a atenção em um único tópico. Por isso, pode dar impressão de que é desligada mas, é por estar ligada em tudo, ao mesmo tempo, que não consegue concentrar-se em um único estímulo por vez acaba ignorando todos. 
Hipoatividade: caracteriza-se por um nível baixo de atividade psicomotora, com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se daquela criança, quietinha, que parece estar, sempre, no "mundo da lua", "sonhando acordada". Comumente o hipoativo tem memória pobre e comportamento vago, pouca interação social e quase não se envolve com seus colegas. 
Os professores podem ser de grande importância no processo de identificação e descoberta desses “problemas”, porém não possuem formação específica para efetuar tais diagnósticos, que devem ser feitos por médicos, psicólogos e psicopedagogos. “O papel do professor se restringe em observar o aluno e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadas e dinâmicas, não rotulando o aluno, mas dando-lhe a oportunidade de descobrir suas potencialidades” (BARROS, 2017).
Sugestões de práticas para professores
Algumas estratégias pedagógicas para favorecer o processo de aprendizagem de alunos com dificuldades de aprendizagem são: 
1. Desenvolver pequenos projetos: despertar a curiosidade dos alunospor algum tema, ou assunto. Solicitar que pesquisem sobre ele. Elaborar algum produto com as pesquisas, como painel, exposição, ou dramatização (exemplo: dramatizar um telejornal e cada aluno apresenta uma notícia). 2. Tornar o material didático mais acessível: algumas pequenas modificações no material didático podem tornar os textos mais atraentes e também mais fáceis de serem compreendidos pelos alunos com dificuldades, como, por exemplo, usar fonte 14 sem serifas ( pequenos traços e prolongamentos que ocorrem no fim das hastes das letras) nos impressos, usar ilustrações para reforçar o sentido dos textos, separar as informações dos problemas de matemática, apresentando-as uma em cada linha, ensinar a criança a localizar e sublinhar as palavras que indicam as ações pedidas nas atividades (como “descreva”, “envolva”, “marque com um X”);
 3. Utilizar material concreto: recursos como material dourado, blocos lógicos, material contável, cédulas e moedas de brinquedo tornam os conceitos matemáticos mais concretos, facilitando o processo de aprendizagem. 
4. Diversificar: apresentar o mesmo conteúdo de formas diferentes favorece que alunos com dificuldade possam compreender melhor o conteúdo.
 5. Jogos ou atividades lúdicas: “o saber se constrói fazendo próprio o conhecimento do outro, e a operação de fazer próprio o conhecimento do outro só se pode fazer jogando.” (FERNÁNDEZ, 1991, p. 165) 
Através do jogo é possível, ao mesmo tempo despertar o interesse do aluno e favorecer que construa conhecimentos. As atividades lúdicas podem desenvolver a criatividade e favorecer que o aluno estabeleça vínculos positivos com o ambiente e os conteúdos escolares. É possível desenvolver jogos que envolvam conhecimentos de diversas áreas. Podemos citar alguns exemplos: 
a) Jogo da conquista (objetivo: compreender a multiplicação): cada jogador utilizará uma folha de papel quadriculado, onde taçou o limite de 10 por 10 quadrados, lápis de cor e dois dados. Cada jogador, na sua vez, lançará os dois dados. Ele deve observar os números 5 ou quantidades das faces dos dados e realizar os cálculos de multiplicação, anotando a conta correspondente. Em seguida, deve pintar a quantidade de quadrinhos correspondentes ao produto.
 b) Stop ortográfico: montar uma tabela com 5 colunas, combinando um tema para cada coluna. Em cada linha define-se uma dificuldade ortográfica comum para todos. A um sinal, os alunos em grupos ou duplas, devem preencher uma linha por vez. Quem preencher corretamente primeiro, fala stop. A correção ocorre durante a contagem dos pontos. c) Fábrica de contos (PICCOLI & CAMINI, 2012): o professor elabora cartões com personagens mágicos, lugares, ações (elementos que podem compor uma narrativa) e os coloca em uma caixinha. Os alunos sorteiam os cartões e devem escrever a história. Ao invés de caixas, também pode ser elaborado um mural com envelopes ou bolsinhos para conter os cartões. Os alunos podem elaborar fantoches ou caracterizarem a si mesmos para apresentar o conto que elaboraram, dramatizando.
Algumas sugestões para alunos distúrbios ou transtornos de aprendizagem:
Como os distúrbios podem ser diversos, as estratégias devem ser diferenciadas de acordo com a necessidade do aluno. Por exemplo para alunos com:
Dislexia: Embora não haja um método, uma cartilha, uma receita, para trabalhar com alunos com dislexia existem algumas dicas que podem uteis para professores. 
-Aulas em vídeo: Se bem planejo pode ser um momento tanto de prazer quanto de aprendizagem não só para o aluno com dislexia, mas para toda a turma.
2- A leitura: Evitar fazer o aluno ler em voz alta na sala de aula. Todo um trabalho deve ser feito com o aluno e também com a classe para aí sim pedir para que o aluno com dificuldade realize a leitura. E, se for percebido que o aluno entra em sofrimento ao realizar esta tarefa, a leitura deve ser passada para outro colega, até que aquele com dificuldade sinta-se à vontade para fazê-lo.
3- Seja objetivo: O conteúdo programático deve ser dado de forma clara e objetiva e devem ser usados exemplos e situações práticas durante toda a aula. Os disléxicos em geral apresentam uma boa percepção e compreensão visual. 
4- Facilite a compreensão da atividade para o aluno: pode ser necessário que se faça a leitura de atividades e prova. Caso o professor realize a leitura das questões ele terá uma compreensão mais rápida e adequada. O aluno terá que se preocupar apenas em lembrar-se da resposta e organizar a escrita da mesma. O que para ele já é muito. 
5- Atividades extras: Considerar sempre que este aluno não tem grandes habilidades para se expressar por escrito, porém tem facilidade com outras formas de comunicação. Estimular que o aluno se comunique de outras formas. Peça trabalhos complementares onde ele expresse o conhecimento que pode ser através de desenho, colagem, fotografia, maquete, música, danças e outras... 
6-Não valorize a copia: A tarefa de copiar é cansativa para qualquer um, porém para um aluno disléxico esta atividade se mostra como sendo um castigo. Ele em geral não aprende pela repetição e sim pela compreensão
7-Sempre valorizar seus acertos: O disléxico possivelmente possui gravado em sua mente provavelmente mais insucessos do que sucessos. Então, precisamos valorizar os pequenos acertos, mostrando assim que ele deve persistir. 
8-Dê tempo: O disléxico é mais lento para processar as informações e consequentemente para registrar respostas, logo é mais lento em provas. Por isso é essencial que seja oferecido mais tempo para realizar as provas e tarefas, conseguindo assim um registro mais fiel ou mais próximo do conhecimento adquirido (SILVA, 2014).
Discalculia: Para a aprendizagem ocorrer de forma mais tranquila e com maior entendimento por parte dos alunos o professor pode:
1- propor jogos na sala de aula;
2- mostrar-se solidário para com o aluno;
3-respeitar o tempo do aluno. Por ser difícil de entender o enunciado, ele poderá demorar um pouco mais do que os colegas para a execução de uma atividade;
4- Nos exercícios que envolvem problemas matemáticos é importante usar situações concretas de fácil entendimento para o aluno.
5- ter paciência, logo não devem cobrar do aluno aquilo que ele não tem condições de realizar,   nem corrigi-lo na frente do restante da turma para não intimidá-lo (JOHNSON, 1987).
Disortográfica: A intervenção pode ser concretizada definindo o que são sons, letras, nomenclatura das letras, diferenciação entre os sons, sua classificação em vogais ou consoantes e exposição de suas relações (estáveis ou convencionais) devem ser anteriores à gramática. 
[...] propostos para a intervenção da disortografia módulos de trabalho em: metacognição; linguagem oral; consciência fonológica; conhecimento das regras de correspondência fonema-grafema, aplicação das regras de codificação fonemagrafema e automatização do uso das regras na escrita [...] (FERNANDEZ et al, 2010, p.5) 
A memorização e exposição a escrita ao disortográfico é desnecessária e não garante a fixação da ortografia (FERNANDEZ ,2010). 
Deficiência de atenção/Hiperatividade/Hipoativiade: O professor precisa exercitar a paciência, a capacidade de compreensão, achar o equilíbrio entre flexibilidade e firmeza e não desistir de seu aluno. Realizar adaptações do currículo tornando as atividades devem ser prazerosas e de curta duração, diminuir estímulos simultâneos, jogos pedagógicos que auxiliem na compreensão de regras e que exercitem a aceitação de erros, estímulo à expressão artística (pintura, desenho, música) e à prática de esportes de grupo. E valorizar seus aspectos positivos: a criatividade, o entusiasmo, a iniciativa. 
  É importante que estas crianças estejam em ambientes de trabalho motivantes, com tarefas que sejam significativas para elas. Deve-se atrair o seu interesse e apresentar a ela tarefas que sejam desafiantes. Existia a crença que seria conveniente que estivessem em ambientes de trabalhos com poucos estímulos porque tudo lheschama atenção; no entanto, agora se sabe que é importante proporcionar-lhes uma estimulação adequada, num ambiente que seja estimulante para estas crianças que tem déficit de atenção (FRANKE, 2014).
Abaixo algumas sugestões de estratégias que podem ser usadas. No entanto, algumas destas podem funcionar para uns e alunos, outras funcionarão para outros. O professor deve observar e adequá-las as especificidades de cada aluno.
1. Adaptar quantidade de tarefas em sala à capacidade de atenção da criança. 
2. Modificar estilo de ensino e currículo (ex. incluir atividades que envolvem participação).
 3. Utilizar regras externas (ex. posteres, auto-verbalizações). 
4. Fornecer reforçamento frequente e utilizar custo de resposta. 
5. Utilizar consequências imediatas para o comportamento. 
6. Utilizar reforços de maior magnitude (ex. sistema de fichas). 
7. Estabelecer limite de tempo para conclusão de tarefas. 
8. Estabelecer hierarquia para custo de resposta em sala de aula. 
9. Se as estratégias anteriores não forem efetivas, considerar reunião com pais e encaminhamento da criança.
10. Coordenar as estratégias utilizadas na escola com aquelas utilizadas pelos pais em casa. 
11. Controlar o próprio estresse e frustração ao lidar com a criança.
Conclusão
Considerando o referencial bibliográfico utilizado na elabora desde artigo podemos concluir que embora muitos profissionais de educação utilizarem os termos “distúrbio” e “dificuldade” como sendo sinônimos, estes são problemas de aprendizagem muito distintos que necessitam de intervenções pedagógicas distintas.
	 As dificuldades de aprendizagem diferente dos distúrbios de aprendizagem não possuem origem neurobiológica. As dificuldades de aprendizagem podem surgir em decorrência de diversos fatores, entre eles podemos citar: Os emocionais, sociais/econômicos e as metodologias pedagógicas utilizadas pelo professor. Embora em alguns casos um mesmo individuo possa apresentar tanto um distúrbio quanto uma dificuldade de aprendizagem.
	Existem diversos tipos de distúrbios de aprendizagem diferentes. Os mais comuns são: Dislexia, discalculia, disortográfica, deficiência de atenção/hiperatividade/hipoatividade. Além disso, cada distúrbio pode se apresentar em diferentes níveis. 
	Quanto as estrageias de ensino mais adequadas podem variar muito. Os alunos com dificuldade de aprendizagem, em sua maioria, podem responder positivamente a estrageias mais dinâmicas e que estimulem o interesse do aluno. Já os alunos com distúrbios de aprendizagem necessitam de estratégias variadas de acordo com o tipo de distúrbio apresentado e com especificidades de cada um.
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¹ aluna, orientador²

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