Buscar

TRABALHO THAISY SANTOS OLIVEIRA SILVA OK 08-09

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE INTEGRADA EUCLIDES FERNANDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR
THAISY SANTOS OLIVEIRA SILVA
		
PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE EM QUE HÁ O EMPREGO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
JEQUIÉ
2016
�
THAISY SANTOS OLIVEIRA SILVA
PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE EM QUE HÁ O EMPREGO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso Pós-Graduação em Metodologia do Ensino Superior, Faculdade Euclides Fernandes, para obtenção do Certificado..
Orientador: Orientadores do semestre
THAISY SANTOS OLIVEIRA SILVA
PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE EM QUE HÁ O EMPREGO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Banca examinadora
Prof. __________________________________- orientador
.....................................................................................
Aprovado em Jequié-BA, .................................................
 
RESUMO
 Neste estudo se realiza uma abordagem sobre projetos/propostas de educação para a saúde em que há o emprego de tecnologias da informação e da comunicação, com o fim de verificar de que forma os professores percebem as TICs no âmbito do seu fazer pedagógico, especialmente no que se refere ao processo ensino-aprendizagem de um dos importantes temas transversais aos Parâmetros Curriculares Nacionais: a educação para a saúde. Metodologicamente realizou-se uma revisão da literatura especializada e em seguida uma pesquisa na escola-campo para a coleta de dados primários com a finalidade de verificar a percepção dos professores sobre a possibilidade de utilização do laboratório de informática com acesso à internet como instrumento pedagógico para facilitar o processo ensino-aprendizagem dos escolares. Os dados empíricos foram descritos com suporte no método fenomenológico.
�
 SUMARIO
1 INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------------------- 06
2 ENQUADRAMENTO TEÓRICO --------------------------------------------------------------- 07
3 METODOLOGIA------------------------------------------------------------------------------------ 12
3.1DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS --------------------------------------------------------- 13
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ------------------------------------------------------------------- 17
5 REFERENCIAS----------------------------------------------------------------------------------- 19
�
1 INTRODUÇãO
 Quando se fala na utilização de tecnologias da informação e da comunicação no âmbito da educação, há uma tendência a se pensar imediatamente em um laboratório de informática com acesso à internet. Embora isto seja pertinente, se configura como um reducionismo, na medida em que exclui outros artefatos tecnológicos construídos com a mesma finalidade e já amplamente utilizados pela escola formal há muito tempo, com sucesso, como é o caso do livro, do rádio e da tv. Se o computador com acesso à internet é percebido dessa forma é porque ainda se caracteriza como um instrumento tecnológico relativamente novo, e tanto é assim, que a despeito da existência de políticas nacionais para a implantação da informática na educação, muitas escolas da educação básica ainda não foram contempladas com tais equipamentos, e mesmo quando já possuem laboratórios instalados, ainda há muita dificuldade em sua utilização, especialmente porque grande parte dos professores não foi treinada para o seu uso adequado, e/ou porque as escolas não dispõem de projetos ou propostas com essa finalidade. Então, é possível deduzir que as tecnologias da comunicação e da informação no âmbito da escola de educação básica no Brasil, ainda se constituem em grande parte como um potencial, cujos benefícios ainda não se tornaram realidade atualizada aqui e agora. Ou seja, a despeito de sua presença em muitas escolas, nem sempre as TICs rendem os resultados pedagógicos esperados, inclusive porque passado o momento da novidade, são pouco exploradas e quase sempre para o que se denomina pesquisa na internet, cujo valor é questionável, já que muitas vezes os textos são baixados, e, sem sofrerem nenhuma intervenção ou crítica, são entregues ao professor como trabalho dos escolares, e isto se constitui como uma problemática importante a ser investigada. Por tudo isso, justifica-se a escolha do tema como objeto de estudo, o qual tem por objetivo realizar uma abordagem sobre projetos/propostas de educação para a saúde em que há o emprego de tecnologias da informação e da comunicação e para isso, realizou-se pesquisa empírica com a finalidade de verificar a existência ou não de tais projetos/propostas, bem como a percepção dos professores sobre o uso das TICs como instrumento pedagógico facilitador do processo ensino-aprendizagem em geral, e de forma específica, do processo ensino-aprendizagem do tema transversal aos PCNs, educação para a saúde. O estudo, do ponto de vista metodológico, parte de evidências empíricas coletadas em campo, cujos dados são descritos à luz do método fenomenológico como forma de garantia de que a subjetividade da pesquisadora interferirá o mínimo possível nos resultados da pesquisa.
2 ENQUADRAMENTO TEÓRICO
 Quando se fala em tecnologia, o primeiro significado que vem à mente, é aquele que aponta para um conjunto de técnicas. No entanto, uma reflexão mais aprofundada verificará que tecnologia é bem mais que isso, pois, como demonstra Bueno (1999) apud Brito e Purificação (2008), a tecnologia se configura como um processo contínuo de aperfeiçoamento da técnica, a partir do qual o ser humano molda, modifica e gera os recursos necessários à sua qualidade de vida. Partindo-se deste conceito infere-se que as novas tecnologias da informação e da comunicação se caracterizam, então, como um processo que permite ao homem, através do potencial criativo que lhe é inerente, gerar, moldar e modificar os artefatos tecnológicos e até dimensões não tangíveis ou imateriais que permitem sua interação com a natureza e com os demais seres humanos com a finalidade de garantir uma vida com qualidade. Historicamente a educação e a tecnologia sempre estiveram estreitamente ligadas desde as sociedades mais primitivas até as mais avançadas, uma vez que a educação em seus primórdios visava justamente o repasse da habilidade do fazer técnico às jovens gerações pelas gerações mais velhas, e foi justamente isso que permitiu o desenvolvimento tecnológico e a formação do acervo de conhecimentos que caracteriza a cultura, a qual esteve e está presente em todas as formas de organização social. Mattar (2008, p. 87) confirma que existem cultura e educação nas sociedades tribais, representadas principalmente por ritos e mitos, assim como na Antiguidade oriental, especialmente com os egípcios, babilônios, hindus, chineses e hebreus. Mas é a Grécia que surge como modelo de cultura e educação que marcará o Ocidente. Diante de tudo o que já se disse a educação sempre esteve a serviço da técnica e a técnica, por sua vez, sempre esteve e está a serviço da educação. É claro que o primeiro estágio, aquele da educação não formal direcionada meramente ao repasse da técnica, está superado, pois além da habilidade técnica a educação preocupa-se com o saber teorético, com o saber especulativo e com o saber científico. Quando se fala em tecnologias da informação e da comunicação no âmbito da educação formal, há a tendência de reduzir isso à inserção do computador e à possibilidade de acesso à internet no ambiente escolar. Tende-se a esquecer que o lápis, o caderno, o livro, o quadro de giz e o giz são artefatos tecnológicos que desempenham importante papel no processo educativo e tanto é assim que dificilmente serão substituídos, mas permanecerão ao lado de outros recursos tecnológicos como o mimeógrafo, o retroprojetor, o rádio, a televisão e o próprio computador. Não se deseja comisso minimizar a importância das novas tecnologias, mas apenas demonstrar que elas são exatamente isso: novas tecnologias que poderão render ou não bons resultados quando utilizadas pela educação, dependendo da forma como são utilizadas. No caso do computador com acesso à internet, sua simples presença no ambiente escolar não se constitui como garantia de melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Portanto, sua adoção deve ser precedida de ampla reflexão e de planejamento competente, sob pena de seu potencial não ser utilizado da forma desejável e necessária. Se as tecnologias da informação e da comunicação como todas as tecnologias, devem estar a serviço da qualidade de vida do ser humano, a simples instalação de um laboratório de informática na escola deve ser precedida de pelo menos alguns questionamentos como demonstra Assmann (2004, p. 17): As tecnologias da informação e da comunicação (TIC) aumentam ou diminuem as chances de uma educação para a solidariedade? A conectividade da era das redes ajuda a criar condições favoráveis para uma sensibilidade solidária? Perguntas como essas não podem ser respondidas com um simples sim ou não. Elas só fazem sentido se definirmos um pouco melhor o que entendemos por era das redes, como ela interfere na empregabilidade e na exclusão social e se ela muda algo ou não nas frágeis predisposições humanas para uma convivialidade solidária. Sabe-se e não de é hoje, que as tecnologias da informação e da comunicação estão contribuindo para a transformação de praticamente todos os aspectos da vida cotidiana das pessoas, se não por outros motivos, pelo fato de terem propiciado o surgimento e o avanço do fenômeno da globalização, fenômeno que provoca impactos na vida, mesmo daquelas pessoas que não têm acesso a essas tecnologias. Ainda no dizer de Assmann (2004), a revolução tecnológica que se vive atualmente é irreversível nos seus aspectos básicos, mas não pode e não deve ser irreversível no que se refere ao seu manejo econômico-político, cujo manejo se apóia na lógica da exclusão que é a lógica do mercado, a despeito da globalização apresentar, aparentemente, uma face inclusiva. No que se refere à utilização dessas novas tecnologias, reconhece-se que parte das escolas públicas de educação básica no Brasil está equipada com laboratórios de informática, mas poucas dessas escolas dispõem de projetos para a utilização de computadores e/ou outros instrumentos de informática, de forma que sua utilização, no caso do computador, quase sempre se restringe à chamada pesquisa na internet ou à digitação de trabalhos escolares por parte dos alunos, ou simplesmente os laboratórios ficam fechados e ociosos. Este tipo de utilização dos equipamentos de informática pelos estudantes, quando há, quase sempre se resume à coleta de dados informativos, que não podem ser identificados como ato de ensino, e, por conseqüência, também não como ato de aprendizagem, uma vez que conhecer, mais que a posse de uma coleção de dados, deve ter uma significação operacional para o aluno. Sabe-se que “O computador assume cada vez mais espaço no cotidiano. Com sua forma de organização própria, ele ajuda no estabelecimento de um pensamento de virtualização das relações da própria educação” (DIEZ e MARTINS, 2003, p. 29), de forma que os recursos digitais, tais como a internet, se constituem como importante meio para a obtenção de informações, entendidas aqui como matéria prima para a elaboração do conhecimento. Os recursos tecnológicos da informática aplicados à educação escolar, podem contribuir para a melhoria de acesso à informação e minimizar restrições relacionadas ao tempo e ao espaço, além de permitir a agilização de comunicação entre professores, alunos e instituições. O desenvolvimento tecnológico na área da comunicação é possível de ser aplicado à educação, no entanto isso não se dá assim como que num passe de mágica, mas exige domínio dessa tecnologia por parte dos professores, incluindo o conhecimento de softwares específicos para cada disciplina a ser trabalhada. Neste cenário tecnológico, a internet, por sua dimensão e pela possibilidade de acesso às informações disponibilizadas em rede, “é uma poderosa arma de comunicação, globalizando e alastrando informações e conceitos e fornecendo, portanto, novas possibilidades para os ambientes educativos” (DIEZ e MARTINS, 2003, p. 29). Mas, a despeito desse poder da Internet, [...] é pura ilusão pensar que tais vantagens são apenas graciosidades do mundo globalizado para amenizar conflitos ou corrigir injustiças impostas pelas diversas correlações de poder. No plano didático, o uso da informática traz também desafios de diferentes ordens, envolvendo a necessidade de rever princípios, conteúdos, metodologias e práticas compatíveis com a potência dos instrumentos digitais (PAIS, 2005, p. 29). Ou seja, a mera existência no âmbito da escola, de um laboratório de informática, não se constitui como garantia de inovação do processo de ensino aprendizagem, uma vez que sua operacionalização com sucesso depende de muitos fatores, dentre eles, a qualificação dos professores para trabalhar com essas novas ferramentas e também de uma consciência crítica capaz de discernir suas vantagens e desvantagens, inclusive no que se refere às correlações de poder. Com relação à utilização do computador em sala de aula, informa Tenório (2001, p. 13) que: [...] podemos afirmar que, em nosso meio, o incipiente debate sobre a utilização de computadores com finalidades educacionais assemelha-se a um burro que empacou. Ressalvando-se algumas experiências isoladas ou com poucas articulações, em número que, se cresce, é bem aquém das expectativas, o decorrer de uma falta de perspectivas, de um beco sem saída a que conduziram pelo menos três desvios fundamentais. Tais desvios são os seguintes: 1 A utilização de computadores como ferramenta de ensino quase sempre esteve associada à presença desse equipamento nas salas de aula ou no laboratório, com a exploração motivacional do fascínio exercido pelo equipamento tecnológico sobre a maioria das pessoas, mas sem nenhuma reflexão ou consciência sobre o significado histórico ou epistemológico de sua utilização. Diante disso, passados os momentos iniciais de euforia com a presença da máquina, dois tipos de interesse podem ocorrer: pela máquina, se o foco das atenções permanece em questões de ordem pedagógica, ou pelo ensino, com o deslocamento do interesse para as possibilidades técnicas de utilização do computador. Se a opção estiver relacionada ao primeiro caso, as aulas permanecem as mesmas, a despeito da presença do computador; se ao segundo, o computador passa a ser um fim em si mesmo, provocando nos educandos, apenas um interesse de ordem técnica, bem distante do que se pretende com o conjunto de valores básicos que contribuem para a formação do indivíduo. Em ambos os casos as importantes questões sobre a pertinência ou adequação da utilização de computadores como instrumento do ensino resulta neutralizada ou se torna secundária, o que põe em risco a utilidade do equipamento tecnológico, tão sonhado e ao mesmo tempo, tão decepcionante. 2 O custo dos equipamentos. Este é um fator de constante desestímulo à aquisição e manutenção de computadores nas escolas, uma vez que elas sofrem de crônica carência de recursos e a aquisição de tais equipamentos, por este motivo, termina por se constituir como que num sonho delirante, e que as escolas possuem outras prioridades e isso empaca o debate sobre o assunto. Tal situação normalmente se deve à ignorância sobre o papel que o computador desenvolveria em sala de aula, situação que só poderia ser superada pelo debate, inclusive porque ao se estabelecer o papel que o equipamento desempenharia, poder-se-ia, racionalmente, constatar que ao invés da aquisição de trinta máquinas, duas ou três resolveriam o problema, portanto, o custo não seria assim tão exorbitante. 3 O terceiro entrave para o debate sobre a utilização ou não de computadores no ambiente escolar, como instrumento deensino, é a superestimação das possibilidades desses instrumentos, ao ponto de se considerar que sua contínua utilização poderia redundar em significativas modificações, inclusive no modo de pensar do ser humano. Quando se observa os resultados obtidos nos projetos desenvolvidos, eles nem sempre se coadunam com as expectativas e isso conduz a uma decepção e a uma possível falta de perspectivas. Mas a despeito de todos os problemas envolvendo a utilização de computadores como instrumento de ensino e também de aprendizagem, os computadores estão cada vez mais presentes na vida de todos, e como não poderia deixar de ser, estão, em certa medida, presentes também no ambiente escolar e podem proporcionar, dentro de seus limites, importante contribuição como instrumento de ensino e para o desenvolvimento de educandos. Conforme Diez e Martins (2003, p. 30): A relação entre aluno e computador pode proporcionar níveis de atenção e de interação elevados. Cyber-textos, sites, programas educacionais propiciam uma experiência que o ambiente da escola tem negado, a experiência da escolha. Claro, se não houvesse outra vantagem qualquer decorrente da presença de equipamentos de informática na escola, como instrumento pedagógico direcionado ao ensino, ainda haveria a possibilidade de escolha, o que certamente, no mínimo, tornaria a escola mais democrática, mas, ao mesmo tempo, como já se afirmou antes, a mera presença de computadores e a possibilidade de acesso à Internet, por si mesmos não constituem garantia para a construção do conhecimento dos educandos, pois compete ao professor, não só utilizar, mas antes de tudo, saber como explorar todas as potencialidades educacionais proporcionadas por tais instrumentos. No dizer de Diez e Martins (2003, p. 30): Ao projetar a inclusão da informática na Educação, a comunidade escolar precisa estar atenta a uma série de escolhas. Uma destas decisões diz respeito ao modo como ela será institucionalmente incorporada com: uma atividade extracurricular - uma disciplina específica e paralela às demais, uma ferramenta que pode ser utilizada pelos professores de todas as disciplinas e/ou, ainda, como ferramenta usada por um grupo de professores que desenvolve um tema gerador comum (grifo dos autores). Isso, mais uma vez, passa pelo debate sobre a importância, a necessidade e as possibilidades dos equipamentos de informática no âmbito da sala de aula como instrumento contribuinte para a construção do saber, mas, para tanto, não basta boa vontade, pois sua utilização passa antes pela capacitação dos professores e por atividades de planejamento para a utilização dos equipamentos. Tal planejamento deve possuir flexibilidade para que sua utilização continuada e o desenvolvimento da própria cultura tecnológica permitam abertura para novas e enriquecedoras experiências. O uso do computador e da internet pode ser modificado e ampliado a partir da descoberta de novas possibilidades.
3 METODOLOGIA
O presente estudo partiu de evidências empíricas primárias, qualitativas e quantitativas, colhidas diretamente da entidade escolhida para pesquisa. As fontes para obtenção das evidências foram professores da referida escola, a qual atende cerca de quinhentos escolares do ensino fundamental em três turnos de funcionamento. Para isso a escola dispõe de 24 professores, dos quais 10 ou 41,67% foram entrevistados, amostra suficiente para a validação e possível generalização dos resultados ao universo pesquisado. A pesquisa se deu em dois momentos distintos: no primeiro deles realizou-se uma revisão da literatura pertinente ao tema com a finalidade de se construir um quadro teórico à luz do qual foram colhidos e descritos os dados empíricos. Em seguida realizou-se a investigação no campo empírico cujos dados dela resultantes, colhidos a partir da aplicação de um questionário estruturado com questões abertas e fechadas, foram descritos à luz da fenomenologia, justamente por se compreender que o método fenomenológico se constitui como uma garantia de que aspectos da subjetividade do pesquisador não influenciarão ou influenciarão minimamente o discurso e o universo do outro, compreendido aqui como os sujeitos que colaboraram com o estudo. A fenomenologia, como se sabe, não pode ser definida apenas como um método de estudo, mas mesmo como uma filosofia e/ou como uma ciência, e será como ciência ou como método científico que ela foi compreendida aqui, uma vez que, No âmbito empírico, […] o objeto, em primeira instância, é sempre o universo do outro, é sempre uma parcela do mundo vista pelos olhos do sujeito. A apreensão dessa visão do outro, deverá forçosamente passar pelo depoimento: […] o pesquisador, precisará que os sujeitos da pesquisa lhe relatem suas experiências, suas compreensões, seus sentimentos, suas impressões. Só assim poderá ele caminhar na direção da essência do seu objeto, que, no fim das contas, é a visão que o outro tem da própria existência (MOREIRA, 2004, p. 01). Assim, neste contexto, a pesquisadora, seguindo o caminho indicado pela fenomenologia, tentou se desvencilhar da melhor forma possível dos seus pré- conceitos e de seus pré-juízos, colocando-se como que entre parênteses em relação ao objeto da pesquisa como forma de alcançar a essência desse objeto, que é a percepção que os professores têm sobre a necessidade ou não de se contar com projetos ou pelo menos com propostas estruturadas para se trabalhar os conteúdos curriculares com a utilização do laboratório de informática, especialmente o tema transversal educação para a saúde.
DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS
A unidade escolar objeto da pesquisa se caracteriza como uma instituição educacional ligada ao sistema municipal de ensino e que trabalha com o ensino fundamental completo. No momento da pesquisa realizada em campo a pesquisadora constatou a existência de um laboratório de informática instalado em espaço físico adequado e com acesso à internet. No entanto, a presença do laboratório é recente, de forma que a comunidade escolar ainda está pouco afeita à sua utilização como recurso pedagógico capaz de contribuir para o aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem como um todo, e de forma específica, para o enriquecimento do processo de educação para a saúde. Diante dessa constatação, solicitou-se aos entrevistados que se posicionassem sobre a necessidade de um laboratório de informática em sua escola. Todos se manifestaram de forma semelhante, de modo que se reproduz abaixo as respostas de três deles como sendo exemplares da manifestação de todos. “Vejo como necessidade o avanço para o alunado que não tem condições financeiras para utilizar essa tecnologia” (E-6). “É fundamental. Nos dias de hoje não basta apenas saber ler, escrever e calcular. É preciso estar informatizado” (E-7). “É de grande importância, pois os alunos quem sabe, podem ter mais interesse de participarem ativamente das aulas e dos trabalhos escolar” (sic) (E-10). Percebe-se dos fragmentos de discurso dos entrevistados uma ênfase na necessidade de instrumental tecnológico no âmbito da escola como suporte às atividades pedagógicas. Além disso, o computador com acesso à internet é percebido como um avanço importante e mesmo como uma possibilidade de inclusão digital de escolares que, por sua condição sócio-econômica, se não dispusessem desta tecnologia na escola, dificilmente teriam acesso a ela de outra forma. Se os professores percebem a utilização das tecnologias da informação e da comunicação desta forma, isso suscitou a questão de se na escola existe um laboratório de informática com acesso à internet, e de que forma eles pretendem utilizá-lo em benefício do processo de ensino-aprendizagem. Os entrevistados se manifestaram da seguinte forma: “Colaborar nas pesquisas dos trabalhos escolares” (I-1). “Da melhor maneira pocivel” (sic) (E-4). “Se pretende, no ensino aprendizado dos alunos, para a melhoria deles mesmo, haja visto, que os computadores vei apenas para eles” (sic) (I-5). “Através de pesquisas com acesso a Internet, em busca de novos conhecimentospara melhorar os conhecimentos desejados” (E-8). Depreende-se das manifestações acima que, pelo menos aparentemente, os professores não possuem uma percepção da verdadeira importância da existência do laboratório de informática em sua escola. É possível que isso se deva, por exemplo, ao desconhecimento do instrumental tecnológico disponível, de forma que os professores não saberiam exatamente o que fazer com ele e dele tirar o melhor proveito. Quando os entrevistados foram interrogados se está previsto no Projeto Político Pedagógico da escola alguma diretriz para a utilização dos recursos de informática por professores e alunos, 90% dos entrevistados responderam que sim e 10% respondeu que não saberia responder. Interrogados se foram treinados para a utilização do laboratório de informática em benefício do processo ensinoaprendizagem, 20% responderam que sim e 80% que não. Percebe-se que a despeito da instituição possuir um Projeto Político Pedagógico e de que 90% dos entrevistados reconhecerem que nele há diretrizes para a utilização dos recursos de informática por professores e alunos, apenas 20% dos professores declararam ter recebido treinamento para isso. Os que afirmaram ter recebido esse treinamento, informaram que foram treinados através do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo). Aqui o instrumento de coleta confirma o seguinte: Sabe-se que a educação para a saúde, enquanto um dos temas transversais dos PCNs, deve permear todas as disciplinas, e pergunta: de que forma se poderia utilizar o laboratório de informática para a viabilização do processo de ensino-aprendizagem deste tema? Diante da contextualização e do questionamento os entrevistados se posicionaram da forma seguinte: “Através das pesquisas, trabalho em grupo” (E-4). “Utilizando a Internet para fazer suas pesquisas a respeito deste tema que é muito importante para a escola e a comunidade” (E-5). “Adaptar programas” (E-6). “Não se pode negar a importância da Internet para que isso aconteça de forma plena. A informática pode facilitar este processo devido à rapidez no processamento dos dados” (E-7). Os entrevistados, como não poderia deixar de ser, assumem posicionamentos diversificados em relação à questão propostas, mas nenhum deles aponta para a real utilidade e importância do laboratório de informática com acesso à internet como instrumental tecnológico realmente útil ao seu fazer pedagógico em geral e/ou em relação ao tema proposto, o que pode indicar que não houve uma reflexão mais aprofundada sobre o uso das TICS no âmbito escolar ou os professores não percebem a dimensão de sua importância. Constata-se dos seus discursos uma redução ou simplificação do assunto. Se a escola não dispõe de algum projeto ou de alguma proposta para a viabilização do processo de ensino-aprendizagem da educação para a saúde nas séries finais do ensino fundamental, aceitaria uma proposta de terceiros para essa viabilização? A esta questão, as respostas foram: “Com certeza. Mas a escola dispõe de um projeto para essa finalidade” (E-1). “Sim. Aceitária (sic) mais a escola dispõe de projeto com essa finalidade” (I-3). “Com certeza. Se é bom para a escola, é muito mais bom (sic) para os alunos, tudo é muito valido” (E-5). “Sim. Toda ajuda para o crescimento intelectual do nosso alunado é bem vindo” (E-9). “Aceitaria mas a escola dispõe projeto para essa finalidade” (E-10). Aqui, embora a maioria dos entrevistados afirme que aceitaria uma proposta proveniente de fonte externa, há a ressalva de que a escola dispõe de um plano para a utilização do laboratório de informática como instrumento pedagógico, inclusive no que se relaciona à questão dos temas transversais, sempre mais complexa, uma vez que tais temas perpassam todo o currículo escolar e só encontra solução através de uma ação interdisciplinar fruto de planejamento adequado das ações a serem realizadas no âmbito de todas as disciplinas. Fique à vontade para dizer de suas expectativas sobre as tecnologias da informação e da comunicação de que a escola dispõe, enquanto meios facilitadores do processo ensino-aprendizagem, inclusa a educação para a saúde. “Com o avanço da tecnologia, nós professores nós devemos ter acesso a esses avanços” (E-2). “Estou ansioso para que tudo aconteça. A partir do momento que algo novo começa, até o ambiente de trabalho melhora” (E-7). “Podemos entender que educação é saúde. E, com ajuda de novas informações tudo levamos a crer que venha melhorar” (E-8). As falas aqui reproduzidas apontam para uma expectativa positiva em relação ao uso do laboratório de informática e a possibilidade de acesso à internet como meios facilitadores do processo de ensino-aprendizagem e que tais instrumentos são percebidos como uma novidade que reforça a crença dos professores de que tudo pode melhorar, inclusive o próprio ambiente de trabalho
.
�
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 As tecnologias da informação e da comunicação, de uma forma ou de outra, sempre estiveram presentes na educação, uma vez que o conhecimento científico proveniente da educação escolar, só foi possível pelo desenvolvimento tecnológico, que não se confunde aqui com as modernas tecnologias compreendidas, por exemplo, com os computadores conectados em rede e com acesso à internet. Antes, refere-se a outros artefatos tecnológicos, como o papel, o lápis, o giz, a lousa e o livro, bem como, de forma mais recente, o rádio e a tv, dentre outros. As denominadas novas tecnologias da informação e da comunicação, incluído o computador com acesso à internet, são recentes na escola de educação básica no Brasil, a despeito da existência de políticas bem estruturadas para sua utilização, desde pelo menos as últimas décadas do século XX, incluindo políticas de formação de professores para a utilização dessas tecnologias como instrumento pedagógico capaz de contribuir positivamente para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dos escolares da educação básica. No entanto, mesmo com todos os avanços, grande parte das escolas brasileiras ainda não está equipada com laboratórios de informática, e mesmo em muitas escolas em que eles existem, via de regra, pelo menos parte dos professores não está preparada para sua operacionalização, portanto, para o aproveitamento de todo o seu potencial como instrumento pedagógico, e poucas são as escolas que possuem projetos e/ou propostas para a sua utilização de forma produtiva. Na verdade, muitas vezes o uso do laboratório de informática por parte dos alunos, restringe-se ao que se costumou denominar pesquisa na internet. No caso da unidade escolar objeto do estudo, constatou-se que ela possui um laboratório de informática com acesso à internet instalado recentemente, de forma que ele ainda se caracteriza com uma novidade para professores e escolares. Mesmo assim, dados coletados em campo, demonstram que pelo menos alguns professores foram treinados pelo ProInfo para o uso desses equipamentos tecnológicos. Além disso, os sujeitos da pesquisa informaram que do Projeto Político Pedagógico da Escola consta proposta para utilização das TICs como instrumento pedagógico em que são contempladas todas as disciplinas, incluídos os temas transversais, porém, por motivos burocráticos, não se teve acesso a essas propostas, de forma que pelo menos em parte, o objetivo que norteou o estudo, não foi alcançado em sua totalidade, o que não compromete o estudo, mas deixa espaço para novas investigações.
�
Referências Bibliográficas
ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
BRITO Gláucia da Silva.; PURIFICAÇÃO, Ivonélia da. Educação e novas tecnologias. Curitiba: IBPEX, 2008.
DIEZ, Carmem Lúcia Fornari.; MARTINS, Ricardo Marinelli. Inovações metodológicas e instrumentais para o ensino de história, geografia, filosofia e sociologia. Curitiba: IBPEX, 2003.
MATTAR, João. Metodologia científica na era da informática. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomenológico na pesquisa.São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004
PAIS, Luiz Carlos. Educação escolar e as tecnologias da informática. Belo Horizonte: Autêntica, 2005
TENÓRIO, Robinson. Computadores de papel: máquinas abstratas para um ensino concreto. São Paulo: Cortez, 2001.
ALVES, V. S. Um modelo de educação em saúde para o programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface- Comunic., Saúde, Educ., v. 9, n. 16, p. 39-52, set. 2004/fev.2005.
�PAGE \* MERGEFORMAT�19�

Continue navegando