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RIMA - RAMAL DO AGRESTE

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Prévia do material em texto

SUMÁRIOSUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
ÁREAS DE INFLUÊNCIA ..
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL .
LEGISLAÇÃO INCIDENTE E APLICÁVEL
PLANOS E PROGRAMAS CO-LOCALIZADOS
IMPACTOS AMBIENTAIS
PROGRAMAS AMBIENTAIS
PROGNÓSTICO AMBIENTAL
CONCLUSÕES
EQUIPE TÉCNICA
.................................................... .......................01
..................................03
.......... ......................................................11
.................................................. ........13
Meio Físico ........................................................................13
Meio Biótico ......................................................................18
Meio Socioeconômico .......................................................23
........................................33
................................37
..............................................................39
.........................................................53
........................................................57
................................................................................61
...........................................................................63
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A
APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO
O EMPREENDIMENTO
O Ramal do Agreste é um empreendimento de infra-estrutura hídrica estratégico pela sua entrada na
Região do Agreste Pernambucano, sendo formado por um sistema de canais, estações de bombeamento
de água, pequenos reservatórios, uma linha de transmissão e uma subestação para fornecimento elétrico do
projeto, que capta água no Eixo Leste do Projeto de Integração do rio São Francisco com Bacias do Nordeste
Setentrional (PISF).
A água bruta, produto final do empreendimento, será distribuída, após tratamento, através de um sistema de adutoras
a ser construído, para os municípios de intervenção direta da obra, mas atingindo também, indiretamente, os demais
municípios das bacias hidrográficas beneficiadas pelo empreendimento: Ipojuca, Moxotó, Ipanema, Goiana; Capibaribe;
Sirinhaém; Mundaú; Una; Paraíba; e Traipu.
O LICENCIAMENTO
O empreendimento denominado Ramal do Agreste é objeto de licenciamento ambiental estadual através da Companhia
Pernambucana de Recursos Hídricos e Meio Ambiente CPRH, conforme processo CPRH N 11.060/05, inicialmente idealizado
para todo o Sistema Adutor do Agreste Pernambucano, com Termo de Referência elaborado em janeiro de 2006 e revisado em
outubro de 2006, sendo em seguida dividido em dois licenciamentos.
O empreendedor contratou o Consórcio das empresas CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS e ENGECORPS CORPO DE
ENGENHEIROS CONSULTORES para desenvolver os estudos ambientais e acompanhar o processo de licenciamento do
empreendimento até a emissão da Licença Prévia - LP.
o
1
IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR
IDENTIFICAÇÃO DAS EMPRESAS CONSULTORAS
Nome:
Inscrição Municipal: 2.625.534-0
CNPJ: 02.104.432/0001-78
Endereço: Rua Francisco Tramontano, 100 / 6º Andar Real Parque São Paulo SP - CEP: 05.686-010
Telefone: (11) 3750-4301 / Fax: (11) 3750-4366
Responsável Técnico:
Nome:
Inscrição Municipal: 442.317-1
CNPJ: 62.025.440/0001-50
Endereço:Alameda Tocantins, 125 / 4o Andar Barueri SP - CEP:06.455-020
Telefone: (11) 2135-5281 / Fax: (11) 2135-5244
Responsável Técnico:
CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS LTDA.
ENGECORPS CORPO DE ENGENHEIROS CONSULTORES LTDA.
Engº. José Manuel Mondelo Prada
Engº. Danny Dalberson de Oliveira
Razão Social:
CNPJ: 03.353.358/0001-96
Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco "E" - CEP 70062-900
Telefone: (61) 414-5828
Fax: (61) 225-8895
Representante Legal:
CPF: 220.627.341-15
Telefone: (61) 3414-5814 / 3414-5815
Pessoa de Contato:
CPF:005.832.605-78
MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL
GEDDEL QUADROS VIEIRA LIMA
JOÃO REIS SANTANA FILHO
2
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CARACTERIZAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO
CARACTERIZAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO
INFORMAÇÕES GERAIS
O Ramal do Agreste é um empreendimento de infra-
estrutura hídrica que utiliza água do Eixo Leste do Projeto de
Integração do Rio São Francisco com Bacias do Nordeste
Setentrional (PISF), destinado a reduzir a falta de água na
região do Agreste de Pernambuco.
A região do projeto está localizada no Polígono das Secas,
que apresenta um quadro de extrema irregularidade de
chuvas, onde a falta de água é um forte obstáculo ao
desenvolvimento socioeconômico e à subsistência da
população.
Junto ao ramal deverá ser implantada também uma Linha de
Transmissão de Energia Elétrica e uma Subestação.
LOCALIZAÇÃO E ACESSOS
O Ramal do Agreste está localizado no Estado de
Pernambuco, atravessando os municípios de Sertânia e
Arcoverde, nas bacias hidrográficas dos rios Moxotó e
Ipojuca.
Constitui-se de um canal com aproximadamente 69 km de
extensão, que levará água do Eixo Leste da Transposição do
Rio São Francisco à bacia do rio Ipojuca. O acesso à região do
empreendimento se dá pela BR-232, que liga Recife à
Parnamirim.
O traçado do Ramal do Agreste inicia-se no futuro
reservatório de Barro Branco, no município de Sertânia, cruza
os municípios de Sertânia e Arcoverde e termina depois de
atravessar a serra do Pau d´Arco, no vale do rio Ipojuca, no
futuro reservatório de Ipojuca.
O Ramal atravessa áreas rurais pouco habitadas,
caracterizadas por Caatinga, com vegetação arbustiva
arbórea e herbácea arbustiva, utilizadas para pastagens e
lavouras anuais, além de extração de lenha e produção de
carvão. Observam-se ainda áreas desmatadas e queimadas,
além do uso dos cursos d'água para agricultura em menor
escala. A sede urbana do município de Sertânia localiza-se
nas proximidades do traçado do Ramal.
3
Rio Ipojuca, próximo a Amaragi
Pastagem degradada
Barragem do Riacho Tigre
localidade Henrique Dias – Sertânia - PE
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
A história do Ramal do Agreste está ligada à história do Eixo Leste e,
conseqüentemente, ao Projeto de Transposição do Rio São Francisco,
hoje chamado de Projeto de Integração do São Francisco com Bacias do
Nordeste Setentrional (PISF), já licenciado pelo IBAMA.
A idéia da transposição de águas do rio São Francisco para garantir o
abastecimento de água ao Semi-Árido Nordestino e o desenvolvimento
da região foi objeto de vários estudos, desde meados do século passado.
Desde então, o empreendimento já sofreu muitas alterações, mas seu
objetivo geral garantir o abastecimento de populações e o
desenvolvimento da região permanece o mesmo.
Estudos demonstraram a necessidade de um novo eixo de obras, o Eixo
Leste , para atender áreas prioritárias não incluídas anteriormente no
empreendimento. Na versão atual, o PISF amplia sua área de alcance
através do Eixo Leste, de onde parte o Ramal objeto do presente
EIA/RIMA.
OBJETIVOS
O Agreste Pernambucano é uma área que sofre com a escassez de água
na região, o que dificulta o desenvolvimento da população, situação essa
que é agravada pela má qualidade de fontes locais de água, com alto grau
de salinidade. Há séculos, o problema da região continua à espera de soluções, sendo cada vez mais agravado, não só por imposição da
natureza, como também pela necessidade de políticas públicas mais eficientes.
O enfrentamento desse problema pelo poder público tem se caracterizado pela tentativa de garantir a água nos rios intermitentes a partir
do armazenamento de água em reservatórios grandes e pequenos, regionalmente conhecidos por açudes. Os açudes, entretanto, não
conseguem disponibilizar,em média, mais do que 25% da água que armazenam, fazendo com que seja baixa a garantia de regularização
dos rios intermitentes.
Neste contexto, as obras do Ramal do Agreste visam aumentar a oferta local, garantindo o abastecimento de água à população
beneficiada.
A distribuição de água ao Agreste Pernambucano será feita pelo Sistema Adutor, a partir do reservatório de Ipojuca, previsto para
abastecer com água de boa qualidade cerca de 70 municípios da região. Este projeto, porém, ainda está em fase de estudo de viabilidade
e deverá ser licenciado pela CPRH em breve.
Pode-se concluir que o principal objetivo do Ramal do Agreste é garantir água a uma região que sofre com a seca, causada não só pelo
pequeno volume de chuva, mas também pela má distribuição durante o ano e pelo alto grau de salinidade de boa parte das fontes locais.
4
JUSTIFICATIVAS
As instalações atuais dos sistemas de abastecimento de água que atendem às sedes dos municípios da região do Agreste Pernambucano
estão funcionando em condições precárias, tanto no aspecto do suprimento de água bruta em quantidade e qualidade, como nos aspectos de
tratamento, reservação e distribuição de água tratada.
Segundo os dados disponíveis no ATLAS
NORDESTE (ANA, 2005), um número
significativo de sedes municipais do Agreste de
Pernambuco encontra-se em situação crítica de
abastecimento, o que acaba por impedir o
desenvolvimento da região, sendo então
necessária a implantação de obras de melhorias
e de ampliação dos sistemas, com caráter
estruturante.
A construção de açudes não se mostra eficiente,
devido às condições geológicas e climáticas da
região. Outras alternativas para ampliação da
disponibilidade hídrica, como o uso de águas
subterrâneas, a indução de chuvas e a
reservação de águas da chuva em cisternas não
se mostram capazes de alterar, de forma isolada,
a situação da oferta de água na região.
A situação da oferta de água no Agreste de Pernambuco demonstra claramente a grande dependência da região de fontes hídricas
externas, tais como o Eixo Leste do PISF, justificando plenamente a implantação do Ramal do Agreste.
A população total, urbana e rural, a ser beneficiada foi estimada em cerca de 3,2 milhões de pessoas até o ano de 2025, segundo projeções
realizadas nos Estudos Hidrológicos Complementares das Regiões do Agreste, Zona da Mata e da Região Metropolitana do Recife .
População essa que representa uma demanda hídrica de 5,95 m³/s, para o ano de 2025, que, somada a demandas para abastecimento de
outros usos da água (dessedentação animal, irrigação, abastecimento industrial e aqüicultura) na região do Agreste, totalizam 11,54 m³/s,
conforme o estudo acima mencionado.
A mesma fonte identifica que a oferta hídrica local alcança cerca de 5 m³/s, considerando os sistemas existentes e a implantação de mais
três açudes: Inhumas II, Mundaú II, ambos da bacia do rio Mundaú, e Batateira, da bacia do rio Una. Dessa forma, a região do Agreste de
Pernambuco apresenta um déficit hídrico de mais de 6,5 m³/s para o ano de 2025, que as fontes hídricas locais ou mesmo outras alternativas
cogitadas não oferecem condições de suprir, demonstrando a necessidade de que sejam tomadas soluções definitivas.
Como conseqüência direta do atendimento às exigências
hídricas, ocorrerá um aumento da qualidade de vida da
população, com melhoria dos sistemas de saneamento
básico e crescimento de atividades produtivas que têm na
água um importante componente. O Projeto também
contribuirá para a fixação da população na região, sujeita a um
processo contínuo de migração.
Outro benefício importante do empreendimento, devido à
oferta de água de boa qualidade, é a redução do número de
internações hospitalares na região e dos índices de
mortalidade infantil.
Finalmente, o Ramal do Agreste deverá contribuir ainda para a
redução dos gastos públicos com medidas de emergência
durante as freqüentes secas, uma vez que a oferta de água
será garantida e o impacto das secas reduzido, justificando-
se, portanto, também sob o ponto de vista econômico.
Reservatório no Riacho do Tigre
Reservatório Mulungú
5
DESCRIÇÃO TÉCNICA DO PROJETO
Fonte Hídrica e Concepção Geral
O Ramal do Agreste partirá do futuro reservatório de Barro
Branco, integrante das obras do Eixo Leste, no município
de Sertânia (PE), desenvolvendo-se até o reservatório de
Ipojuca, no município de Arcoverde (PE), onde está
prevista a saída para o Sistema Adutor. O Ramal do Agreste é constituído por um
conjunto de estruturas hidráulicas: canais artificiais, barragens, túneis,
tubulações, estruturas de controle, tomadas de uso difuso e uma estação de
bombeamento.
DEMANDAS ENVOLVIDAS E BALANÇO HÍDRICO
As primeiras estimativas para quantificação das demandas hídricas da região do Agreste de
Pernambuco foram desenvolvidas ainda durante os estudos de viabilidade do PISF (agosto de
2000), tendo em vista a previsão de implantação do Eixo Leste e do Ramal do Agreste.
Posteriormente, já em março de 2002, foi realizada uma atualização do balanço entre a oferta
de água da região e a sua demanda hídrica, pelos estudos hidrológicos denominados Estudos
Hidrológicos Complementares das Regiões do Agreste, Zona da Mata e da Região
Metropolitana de Recife . O relatório considerou o ano de 2025 como o limite para os dados
das regiões consideradas.
O atendimento à demanda considerou o total de bacias hidrográficas da região leste do Estado
de Pernambuco, ou seja, rios Goiana, Capibaribe, Ipojuca, Sirinhaem, Una, Mundau, Ipanema e
pequenos rios interiores.
O balanço hídrico negativo demonstrado entre demandas hídricas futuras e oferta de água
local na região do Agreste de Pernambuco, para o ano de 2025, deverá ser solucionado em
definitivo com a implantação do empreendimento, não somente em termos de quantidade
como de qualidade dos recursos hídricos adicionais que serão disponibilizados à região.
Após a tomada d'água no
reservatório de Barro Branco,
inserido no Eixo Leste do PISF, o
Ramal do Agreste transportará e
distribuirá a água até os
reservatórios Negros e Ipojuca,
no Estado de Pernambuco.
As vazões e níveis d'água de todo
o sistema serão monitorados por
sensores. As demandas a serem
atendidas serão identificadas
p e l o n í v e l d ' á g u a d o s
reservatórios do sistema.
OPERAÇÃO INTEGRADA
DO SISTEMA
6
OBRAS CONSTITUINTES DO RAMAL DO AGRESTE
Devido ao relevo da região, com um desnível de 210 m ao longo do traçado
do Ramal do Agreste, estão previstas obras de infra-estrutura hidráulica:
túneis, reservatórios, aquedutos, trechos de canais e uma estação de
bombeamento com adutora metálica, além de uma linha de transmissão e
uma subestação.
PROCEDIMENTOS DE IMPLANTAÇÃO DAS OBRAS
As metodologias adotadas para a construção do Ramal do Agreste foram objeto de seleção criteriosa, com base na análise de
diversas obras semelhantes e de mesmo porte deste empreendimento. Dentre os estudos analisados, destacam-se diversos
projetos de canais de irrigação de grande porte já implantados ou em implantação no País, principalmente na Região Nordeste
do Brasil (Projeto Jaíba, em Minas Gerais; Projeto Salitre, na Bahia; Projeto Pontal Sul, em Pernambuco; Projeto Tabuleiro de
Russas e Gorotuba, no Ceará), além de diversas obras de usinas hidrelétricas, estações elevatórias, barramentos e obras de
infra-estrutura geral.
Também foi considerado o emprego dos mais modernos equipamentos de construção e insumos de última geração para
execução dos principais serviços previstos pelo projeto.
Para desenvolvimento das obras do Ramal do Agreste é necessária a implementação de uma infra-estrutura de apoio, como
acessos, instalação de canteiros e acampamentos, todos adequados ao projeto e às condições locais e ambientais. São
previstas também estruturas do tipo central de britagem e produçãode concreto, tendo em vista o material e tecnologia
escolhidos para a construção dos elementos componentes do projeto.
7
Quanto ao descarte de materiais gerados nas escavações para construção dos canais e dos túneis, serão colocados em
ambos os lados dos canais, dentro da faixa de domínio das obras. Também será aproveitado, quando possível, para execução
de revestimento primário de vias de acesso.
Foram previstos três canteiros de obras: no início do trecho, junto ao reservatório Barro Branco, junto à estação de
bombeamento (EB-1), e na área do reservatório Negros.
A energia elétrica para alimentação dos canteiros será obtida da conexão com sistemas de distribuição locais, através da
construção de linhas de interligação provisórias. A água para abastecimento dos canteiros será obtida dos corpos d'água mais
próximos e transportada por caminhões-pipa. Quanto à água potável, deverão ser implantadas estações de tratamento de
água nos canteiros de obra.
Como suporte aos canteiros de obras está previsto, para o bom gerenciamento das obras, um Escritório Administrativo Central
(EAC) sediado na cidade de Arcoverde.
A mão-de-obra local poderá contribuir para a formação dos contingentes necessários às obras, reduzindo o número de
alojamentos previstos.
Açude no Sítio Padre Cícero,
município de Bezerros - PE
Açude no rio Papagaio, na periferia do povoado Papagaio em Pesqueira - PE
MÃO-DE-OBRA
No pico das obras, no 27° mês do cronograma, o total
de mão-de-obra envolvida deverá chegar a 4.181
empregados, incluindo mão-de-obra técnica e
administrativa.
ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A implantação das obras do Ramal do Agreste está
prevista para um período de construção ótimo, definido
em 34 meses, em uma só etapa.
CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO E VALOR DO INVESTIMENTO
O cronograma detalhado da execução das obras deverá ser
definido pelo seu projeto executivo, com base no
planejamento das empreiteiras, considerando as suas
características, as diversas atividades envolvidas e seus
respectivos condicionantes.
O custo total previsto para o Ramal do Agreste é de
R$548.000.000,00 (quinhentos e quarenta e oito milhões de
reais), tendo como data de referência fevereiro de 2003.
EMPREENDIMENTOS ASSOCIADOS E DECORRENTES
Os principais empreendimentos associados ou decorrentes do Ramal do Agreste são o Eixo Leste do PISF, por ser a fonte hídrica do
projeto, e o Sistema Adutor do Agreste, que receberá a água disponibilizada pelo Ramal e distribuirá à área beneficiada.
O Eixo Leste, já licenciado para instalação pelo IBAMA, é a fonte hídrica do Ramal do Agreste. Parte do Projeto de Integração do Rio
São Francisco com Bacias do Nordeste Setentrional (PISF), tem sua captação no reservatório de Itaparica, no município de
Floresta, em Pernambuco, possuindo uma extensão de 216,6 km até o rio Paraíba na cidade de Monteiro, na Paraíba.
Eixo Leste da Transposição do São Francisco
Sistema Adutor do Agreste Pernambucano
Trata-se de um sistema de adutoras com início no reservatório de Ipojuca, no ponto final do Ramal do Agreste. Através desse
sistema, a água que será disponibilizada pelo Ramal será distribuída à grande maioria dos municípios da região do Agreste de
Pernambuco. Serão beneficiados os núcleos urbanos das sedes municipais, os distritos urbanos e a população rural situados
dentro da faixa de 2,5 km de cada lado das adutoras.
Pelo projeto do Sistema Adutor, em fase de elaboração, a água a ser disponibilizada pelo Ramal do Agreste substituirá parte
daquela que hoje é distribuída à população urbana pela COMPESA, devido aos altos teores de salinidade, além de garantir o
abastecimento a longo prazo, considerando o aumento da população, de modo a permitir o desenvolvimento sustentado da região.
8
Entrevista com moradores da localidade
de Cachoeira, em Sertânia - PE
Cisterna e coletor de chuva
ALTERNATIVAS TÉCNICAS E LOCACIONAIS
Alternativas Técnicas
Algumas possibilidades foram cogitadas como fontes hídricas alternativas para abastecimento das demandas da região
do Agreste de Pernambuco, tais como água subterrânea, indução e captação da água das chuvas e açudagem.
A açudagem é um recurso necessário, mas como não se pode prever o regime de chuvas da região a longo prazo, não
atinge a eficiência desejada. O armazenamento de águas subterrâneas é importante para suprir as várias demandas, mas
não resolve o abastecimento local de grandes demandas urbanas concentradas. As águas subterrâneas, no Agreste
Pernambucano, são classificadas como águas salinas e a utilização de dessalinizadores é necessária para melhorar a
qualidade da água para uso humano.
A chuva induzida é outra alternativa para tentar viabilizar o abastecimento de água na região do Agreste de Pernambuco.
Mas não se mostra muito atrativa devido à baixa eficiência associada às condições climáticas da região, além dos custos
que envolve.
Deve-se considerar a captação da água de chuva em cisternas, para abastecimento à população na zona rural, como uma
alternativa de reservação hídrica complementar, devido à sua importância em atender o consumo humano, distante das
fontes hídricas sustentáveis.
O resultado das análises realizadas demonstra que nenhuma das alternativas tecnológicas avaliadas mostra-se mais
viável ou eficaz que o Projeto do Ramal do Agreste. Estudos, entre os quais o Plano de Recursos Hídricos do Estado de
Pernambuco, indicam que fontes hídricas externas à região são a única solução, uma vez que as reservas locais se
encontram esgotadas.
Alternativas Locacionais
Para verificar quais as melhores opções de traçado do Ramal do Agreste, sob o ponto de vista técnico, financeiro e
ambiental, foram analisadas várias alternativas de adução até o ponto de entrega da água, variando-se o local de
captação, o traçado, o número de estações de bombeamento e obras complementares: Campos-Liberal, Copiti-Liberal,
Moxotó-Cordeiro e Cordeiro.
Verifica-se que a alternativa de menor custo é a Campos-Liberal, e que também resulta em menor custo da água aduzida e
distribuída à região do Agreste de Pernambuco.
9
Análise e Seleção de Alternativas
No estudos de viabilidade do Ramal do Agreste, a melhor alternativa deve ser aquela que,
simultaneamente, resultará menor interferência no meio ambiente e que minimizará os custos de
investimentos e de operação do projeto.
O processo de seleção da alternativa mais viável ambientalmente foi realizado através da
comparação entre as opções antes citadas.
Considerando que as quatro alternativas foram comparadas através de critérios suficientes para
representar impactos de ordem ambiental e socioeconômica na sua região, constata-se que aquela
que foi selecionada - Campos-Liberal - é, de fato, a mais adequada, justificando sua escolha para o
prosseguimento dos estudos.
10
ÁREAS DE INFLUÊNCIAÁREAS DE INFLUÊNCIA
O Ramal do Agreste Pernambucano está inserido em uma área de transição entre o Sertão e o
Agreste, atravessando o município de Sertânia e terminando em um reservatório a ser construído no
alto da bacia do rio Ipojuca, já no município de Arcoverde.
A definição das áreas de estudos foi feita segundo os procedimentos comuns de observação das
características do empreendimento, das suas principais relações com as diferentes regiões em que
está inserido e, por fim, da conseqüência destas relações nos elementos ambientais.
Para esses estudos ambientais, foram consideradas duas unidades espaciais de análise, ou seja: a
Área de Influência Indireta (AII) e a Área de Influência Direta (AID), este último, território em que se
dão majoritariamente as transformações ambientais primárias (ou diretas) decorrentes do
empreendimento.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Meios Físico e Biótico
A Área de Influência Indireta (AII) é definida como a área afetada pelos impactos indiretos da implantação e operação do
empreendimento.
O conceito da bacia hidrográficacomo unidade de estudos ambientais está sendo aplicado há bastante tempo em
diversos países, inclusive no Brasil. Por isso, a inclusão das bacias receptoras desses recursos na Área de Influência
Indireta dos estudos físico-bióticos do Ramal do Agreste.
As dez bacias que compõem a Área de Influência Indireta (AII) são apresentadas a seguir, sendo que as cinco últimas
ultrapassam o limite estadual: Moxotó, Ipojuca, Goiânia, Capibaribe, Sirinhaém, Una, Mundaú, Paraíba, Traipu e Ipanema.
ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA
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Pequeno açude no riacho do Meio,
cabeceiras do rio Una
Rio Ipojuca, município de Arcoverde – PE:
vegetação aquática
Meio socioeconômico
No desenvolvimento dos estudos do meio socioeconômico,
foram considerados, na definição da Área de Influência Indireta,
os limites dos 72 municípios que serão futuramente atendidos.
A Área de Influência Direta (AID) é definida como a área
sujeita aos impactos diretos da implantação e operação
do empreendimento.
Considerou-se como limite para a Área de Influência
Direta uma faixa de 5 km em torno das obras do Ramal do
Agreste (2,5 km para cada lado), formada pelos trechos
de canal, aquedutos, túneis e da linha de transmissão,
além de uma faixa de 2,5 km marginal aos futuros
reservatórios Negros e Ipojuca.
Visando a avaliação de impactos sobre a biota aquática,
considerou-se também na AID as bacias hidrográficas dos
rios Moxotó e Ipojuca, em função da contribuição direta
de água que receberão da bacia do rio São francisco, via
Eixo Leste do PISF.
Cabe ressaltar que pequenos trechos desta área
ultrapassam os limites do Estado de Pernambuco com a
Paraíba. Como esses trechos estão em áreas desabitadas
e fora dos limites dessas bacias, foram retirados da AID.
ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA
12
Moradia típica na área de
intervenção do projeto – Sertânia - PE
DIAGNÓSTICO AMBIENTALDIAGNÓSTICO AMBIENTAL
MEIO FÍSICO
Clima e Condições Meteorológicas
Estudos recentes do fenômeno das secas no Nordeste Brasileiro mostraram a
necessidade de se conhecer as características da atmosfera, regionalmente e
enfocando uma maior escala espacial, até mesmo em nível global.
Semi-Árido Nordestino
, sendo
os meses mais chuvosos os de novembro, dezembro e janeiro; os mais secos os de junho, julho e agosto,
tendo seu período de chuva iniciado em setembro, atingindo o seu máximo em dezembro e, praticamente,
terminando no mês de maio
O clima da região semi-árida nordestina é caracterizado pela falta de chuvas e pelas altas taxas de
evaporação e insolação.
O leste do Piauí, todo o Estado do Ceará e a metade oeste dos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e
Pernambuco se encontram na área de maior freqüência de secas, onde as precipitações afastam-se da
média em percentagens iguais ou superiores a 50%. O regime de chuvas no Semi-Árido Nordestino pode
ser caracterizado em anos não-anômalos, ou seja, um ano chuvoso no verão e outro seco no inverno
.
A caracterização climática da região é complexa e marcada por grandes secas, atrasos do período chuvoso
e pela sua concentração em alguns poucos anos. Uma das principais conseqüências é a pouca
disponibilidade de água no solo para as plantas e a fragilidade dos sistemas sociais e econômicos que
dependem das chuvas.
Observa-se na região o fenômeno do veranico , período entre 10 e 25 dias de temperaturas elevadas,
durante a época de seca que acarreta alta evapotranspiração. A insolação é muito forte, da ordem de 2.800
horas por ano em média, e a evaporação atinge, nas regiões mais secas, 2.000 mm.
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Fonte adaptado INMET 1992
Ilustração - Déficit hídrico médio mensal em Arcoverde PE, de 1961 a 1990
Avaliação Climatológica das Secas
As secas no Nordeste são conhecidas desde os séculos XVI e XVII. A região alterna períodos de longa estiagem e períodos curtos de
chuva concentrada. Para que a zona compreendida por este fenômeno climático fosse atendida e definida a área de sua atuação, foi
delimitada, por Lei, em 1936, o chamado . Da irregularidade anual das chuvas resultam anos de grandes cheias e
anos de grande carência de águas de chuvas.
Observa-se na Ilustração a seguir que há déficit hídrico durante 11 meses do ano, sendo que o excedente hídrico singular de abril é
de baixa magnitude. O déficit hídrico é mais grave nos meses quentes do verão do hemisfério sul, quando a zona de convergência
intertropical (ZCIT) se desloca para o norte, chegando até o hemisfério norte. Nestes meses quentes, quando a borda meridional da
ZCIT está ao norte do Agreste Pernambucano, ocorre uma zona de divergência sobre a área em questão.
polígono das secas
Principais Características Climatológicas
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Taxa de Evaporação Potencial
Temperatura do Ar
Os maiores valores no Semi-Árido ocorrem de outubro a dezembro (> 400 W/m²).
Apresenta-se, predominantemente, na direção de sudoeste para nordeste, tendo os maiores valores próximos ao litoral.
Apresenta um quadro geral de sudoeste para nordeste (litoral). Em outubro e novembro, ocorre uma mudança natural do Semi-Árido
para noroeste.
Taxa de Precipitação
As principais características climatológicas, na área de interesse e em torno do Projeto do Ramal do Agreste de Pernambucano, são
apresentadas a seguir.
A Ilustração a seguir apresenta as médias mensais das temperaturas mínima, média e máxima de Arcoverde-PE, obtidas através das
Normais Climatológicas. Nesta, se pode observar que a temperatura mínima média mensal ultrapassa 15 C e que a média máxima
mensal supera 30 C em diversos meses do ano. Destaca-se também que as temperaturas médias mensais têm sazonalidade
relativamente baixa, oscilando entre 20 C e 25 C.
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14
Fluxo de Calor no Nível da Superfície do Solo
Vetor Vento no Nível da Superfície
Vento Zonal no Nível da Superfície
Vento Meridional no Nível da Superfície
Este fluxo sofre marcantes alterações de acordo com a época do
ano. Nos meses de janeiro a março, o fluxo é predominantemente
positivo, ocorrendo no sentido atmosfera-superfície. De abril a
agosto, surge um conjunto de valores positivos sobre a Paraíba,
que se estende até Paulo Afonso (BA), passando pelo Agreste
Pernambucano. Já a partir de setembro, ocorre a restauração dos
padrões de verão.
De modo geral, os ventos se deslocam com uma componente leste
acentuada, com pequenas variações ao longo do ano,
principalmente no inverno, quando os ventos assumem uma
direção predominante de sudeste.
Os ventos zonais são predominantes do setor leste, cuja dimensão
diminui à medida que se avança para o continente.
As componentes meridionais assumem valores positivos em toda
a área do projeto. Os valores de velocidade dos ventos meridionais
decrescem à medida que os ventos avançam para o continente.
Os ventos meridionais ficam mais fortes nos meses do inverno,
atingindo a média de velocidade de cerca de 5,0 m/s. Nas partes
ocidentais do Semi-Árido, os ventos meridionais variam de 0,5 m/s
nos meses do verão até cerca de 3,0 m/s nos meses do inverno.
Pressão Atmosférica no Nível da Superfície
Umidade Relativa do Ar no Nível da Superfície
As configurações de pressão à superfície pouco variam ao longo
do ano. Percebe-se um ajuste do campo de pressão à superfície
com as topografias da Serra dos Irmãos, Serra Grande, Chapada
do Araripe, Serra dos Cariris, Planalto da Borborema e Serra dos
Cariris Novos.
De janeiro a março, surge um mínimo de umidade relativa que se
desloca para leste, na direção do oceano. Em janeiro, esse núcleo
apresenta uma posição próxima a Flores (PE), a leste, e mais seco
que a área do empreendimento, com valor de 78%. De abril a
agosto,o quadro se inverte, passando a se configurar um máximo
de umidade relativa (em torno de 80%), que se desloca
gradativamente para leste, paralelamente à linha-de-costa do
oceano.
Em setembro, a configuração sobre o Semi-Árido nordestino
passa a ser não fechada, no sentido do litoral. Em outubro, volta a
surgir um quadro mínimo de umidade relativa próximo a Ouricuri
(PE), a leste e mais seco que a área do empreendimento, o qual
sofre variações de valor, chegando a 65% em dezembro e
continuando desse modo até março.
15
Ruídos
A medição dos níveis de ruído na região do Ramal do Agreste foi
realizada com o objetivo de conhecer o ruído ambiente da região
e auxiliar na criação dos mapas de ruído do empreendimento.
Foram realizadas medições em períodos diurno e noturno, esta
última foi focada nas localidades onde serão instaladas as
estações de bombeamento, pois elas terão um regime de
trabalho de 24 horas.
Os resultados das medições de ruído ambiente na região do
Ramal do Agreste no período diurno apresentaram os seguintes
ruídos perceptíveis: pássaros, galo, cortador de grama em casa
próxima, passagem de veículos, vento na vegetação, pessoas
falando, sino preso ao pescoço das cabras e criança brincando
em residência.
Já os resultados das medições de ruído ambiente na região do
Ramal do Agreste no período noturno apresentaram os
seguintes ruídos perceptíveis: passagem de veículos, galo,
cabrito, pássaros e vento na vegetação.
Rio Ipojuca, sob a ponte que corta a
rodovia entre Chã Grande e Amaragi
Geologia e Geotecnia
Hidrogeologia
O Ramal do Agreste encontra-se inserido na Província Borborema,
que consiste em uma província na qual dominam terrenos
constituídos por rochas metamórficas de baixo e alto grau e rochas
ígneas, ocorrendo também coberturas sedimentares Fanerozóicas e
Cenozóicas.
Os esforços tectônicos a que foi submetida a região atravessada
pelo Ramal do Agreste imprimiram às rochas deformações
caracterizadas por falhas normais, dobramentos, foliações e
fraturamentos.
Estes eventos geraram uma armação estrutural caracterizada por
extensas zonas lineares, representadas por falhamentos,
delimitando um mosaico de terrenos com características
geológicas distintas.
De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental da Transposição do
Rio São Francisco com Bacias do Nordeste Setentrional, as
atividades sísmicas que atingem o Nordeste comprovam um
controle estrutural, onde a liberação de energia sísmica, em geral,
ocorre em áreas afetadas por falhamentos ou convergência de
estruturas.
A zona sismogênica compreendida pela área do Canal do Agreste é
a Zona Sismogênica de Caruaru, que se restringe ao Bloco
Pernambuco, cujas margens sul e sudeste parecem representar
extensão da zona de sutura de Salvador.
Em função das características geomorfológicas, pedológicas e
hidrogeológicas observadas no interior dos limites da área do
empreendimento, o Ramal do Agreste, com base nos critérios de
estrutura, modo de ocorrência, circulação de água e tipo de
porosidade está totalmente inserido no Domínio Hidrogeológico
Fissural. O meio aqüífero do tipo fissural, geralmente chamado de
cristalino , é caracterizado pela inexistência ou presença reduzida
de espaços na rocha.
Nessa área, predomina um clima semi-árido seco, pouco chuvoso,
onde o intemperismo dominante é o físico, causando um solo de
cobertura muito raso, às vezes totalmente ausente.
Como alternativa para suprir a falta de água de boa qualidade,
produzida pelos poços, a população residente na área rural constrói
cisternas para captação de águas de chuvas. Na falta de cisterna
e/ou água de melhor qualidade, a população rural é abastecida por
águas poluídas de pequenos barreiros.
Ocorrência de Sismos na Região Nordeste
Caracterização dos sistemas aqüíferos
Geomorfologia
A área de estudo pode ser dividida em três grandes unidades
de paisagem:
A Unidade de Paisagem Pediplano Central do Planalto da
Borborema compreende um compartimento com altitudes que
variam entre 500m e 600m, apresentando trechos que atingem
mais de 800m. Limita-se ao norte com as Encostas Setentrionais
(Maciços Setentrionais); a leste com as Encostas Orientais da
Borborema e a oeste com o Pediplano do Baixo São Francisco. A
rede hidrográfica é representada pelos rios Ipojuca e Una, além
dos afluentes do Ipanema e do Canhoto, além do riacho Seco. Na
região do empreendimento, essa unidade ocorre em sua maior
parte no município de Arcoverde.
Os solos mais freqüentes neste ambiente são os Planossolos
Háplicos eutróficos solódicos e típicos.
A Encosta Setentrional do Planalto da Borborema inclui uma faixa
alongada e irregular (direção leste-oeste), que abrange desde as
imediações do município de Gravatá até as proximidades da
cidade de Serra Talhada. Limita-se a leste com a Depressão Pré-
litorânea, a sul com o Planalto Central e com o Pediplano do Baixo
São Francisco e, a oeste, com o Pediplano Sertanejo. Trata-se de
uma área com altitude variando de 400m a mais de 1.000m. A
drenagem é complexa, sendo representada pelos riachos
formadores das bacias dos rios Ipojuca, Capibaribe, Ipanema,
Moxotó e do riacho do Navio. No extremo sudoeste, surge um
relevo montanhoso com mais de 1.100m de altitude, onde se
observa a serra de Triunfo. Destacam-se, ainda, as serras do
Ororubá, dos Fogos, das Porteiras e dos Campos.
a) Pediplano Central do Planalto da Borborema
b) Depressão Sertaneja
c) Encosta Setentrional do Planalto da Borborema.
A unidade Depressão Sertaneja ocorre em maior extensão em
torno do Planalto Sertanejo, com declives em direção aos fundos
de vales e litoral. As características mais importantes desta
unidade de paisagem estão relacionadas com a diversificação
litológica devido à ocorrência de rochas cristalinas e
sedimentares de diversas origens e idades.
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Pedologia
Recursos Hídricos
Os principais solos presentes na área são Argissolos Vermelho-
Amarelos, Luvissolos Crômicos, Neossolos Flúvicos, Neossolos
Litólicos, Neossolos Regolíticos, Planossolos Háplicos, Planossolos
Nátricos e Tipo de Terreno Afloramentos de Rochas.
Os solos do nordeste são muito apropriados à erosão
independemente do relevo. Os estudos de solos e de sensibilidade à
erosão permitem concluir que a área dos estudos é propensa à
erosão em suas diversas formas, especialmente laminar e em
sulcos.
A maior parte da região do empreendimento, em condições
naturais, só pode ser classificada para pastagens naturais e, mesmo
assim, para animais altamente resistentes às condições de seca,
como os caprinos criados e adaptados no nordeste brasileiro.
Considerando os resultados do levantamento de solos e a
classificação da capacidade agrícola, conclui-se que a área
estudada não tem vocação para culturas de sequeiro, devendo ser
manuseada com muito cuidado, pois a maioria dos solos é suscetível
aos processos erosivos.
Na região semi-árida e especialmente na área estudada, é
praticamente impossível a agricultura produtiva e rentável sem
irrigação, cujos processos devem realizar a maior economia d'água
possível, como o gotejamento.
Em seu percurso de 69 km de extensão, aproximadamente, o Canal
do Agreste atravessará 47 pontos de cruzamento com cursos
d'água, na bacia hidrográfica do rio Ipojuca, que tem sua foz no
Oceano Atlântico, e na sub-bacia do rio Moxotó, que desemboca no
reservatório de Paulo Afonso, no rio São Francisco.
Das 47 travessias identificadas, 35 receberão obras de drenagem.
Para as estruturas de drenagem foi calculada a vazão com tempo de
recorrência de 100 anos.
A bacia do rio Moxotó nasce na Serra Capitão-Mor, próximo à cidade
de Sertânia, e está inserida nos estados de Pernambuco e Alagoas.
Tem como principais afluentes pela margem esquerda: Riacho
Coxia, Pioté, Brejo e Coité, e pela margem direita: Riacho da
Custódia e daBarreira. Existe um grande reservatório no seu interior
chamado Açude Poço da Cruz próximo à cidade de Ibimirim.
Suscetibilidade à Erosão
Aptidão Agrícola das Terras
A bacia hidrográfica do rio Ipojuca, com uma área total de 3.310
km², está inserida completamente no Estado de Pernambuco. O
rio Ipojuca tem sua nascente na Serra das Porteiras, no município
de Arcoverde e percorre cerca de 250 km até a sua foz ao sul do
Porto de Suape. É limitado ao norte pela bacia do rio Capibaribe,
ao sul pelas bacias do rio Sirinhaém e Una e, a oeste, pela bacia
do rio Ipanema. Nesse percurso, passa por várias cidades do
Agreste e da Zona da Mata pernambucanos, recebendo grande
carga de poluentes domésticos, além dos efluentes de usinas de
açúcar e destilarias de álcool. Em sua bacia também é praticada
agricultura irrigada com produção de hortaliças.
Além da bacia hidrográfica do rio Ipojuca e da sub-bacia do rio
Moxotó, que são atravessadas pelo Canal do Agreste, a região do
empreendimento é composta por mais seis bacias e duas sub-
bacias. São elas: Goiana; Capibaribe; Sirinhaém; Mundaú; Una;
Ipanema; Paraíba; e Traipu
Usos da Água
Situação dos Comitês de Bacias Hidrográficas
Direitos Minerários
Foram identificados 36 pontos de captação de água na bacia do
rio Ipojuca, dentre esses, 9 captações são para abastecimento
público. Segundo o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia
do rio Moxotó, a captação de águas para abastecimento humano
nesta bacia é feita, na maior parte, em açudes construídos na
década de 1.960.
A resolução n° 02/2002 do Conselho Estadual de Recursos
Hídricos de Pernambuco criou o Comitê da Bacia Hidrográfica do
Rio Ipojuca, abrangendo um total de 24 municípios. Sua sede
localiza-se na cidade de Caruaru-PE. Já a resolução n° 02/2000
do Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Pernambuco criou
o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó, que abrange 10
municípios, com sede em Sertânia-PE.
Pernambuco se caracteriza por uma produção mineral composta
principalmente por minerais não metálicos, tendo a indústria da
construção civil o consumidor final da maioria desses minerais.
Na área do empreendimento encontram-se apenas 8 processos
minerários, descritos como sendo áreas de exploração de quatro
bens minerais: minério de ferro, calcário, migmatito e,
principalmente, granito.
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Ambientes Aquáticos
Limnologia
Compartimento Água
Compartimento Sedimento
Ictiofauna
A partir das amostras de água coletadas nos principais corpos d'água
localizados na área do empreendimento, entre eles o riacho Tigre, o
riacho Negros e o reservatório Mulungu, conclui-se que:
a concentração de feofitina-a foi um pouco maior que as
concentrações de clorofila-a. A concentração média de clorofila-a
indica que a maioria desses ambientes pode ser classificada
como eutrófica;
a comunidade fitoplanctônica apresentou grande variedade. O
grupo com maior riqueza é o das clorofíceas;
a comunidade zooplanctônica também apresentou grande
variedade. Durante o estudo foram encontrados os filos Protozoa
Asquelminto e Arthropoda.
Na área de estudo, os sedimentos amostrados foram compostos
principalmente por areias e silte.
A matéria orgânica total apresentou um conteúdo médio de 3,85%.
Foram encontrados 13 táxons, pertencentes aos filos Annelida,
Arthropoda e Mollusca. Os moluscos, representados pela classe
Gastropoda, contribuíram com 79% da macrofauna.
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As interferências causadas pela ação humana em rios e riachos vêm reduzindo sensivelmente a diversidade de peixes no Brasil.
Nesse contexto, as redes de drenagem têm sido particularmente impactadas por empreendimentos de infra-estrutura que modificam
diretamente o curso natural dos rios, alteram seu escoamento normal e modificam as propriedades do lençol freático superficial.
A integridade biológica de uma comunidade de peixes é um indicador sensível do estresse direto e indireto do ecossistema aquático
inteiro, tendo grande aplicação em monitoramento biológico para avaliar a degradação ambiental (Fausch et al., 1990). Somente
através da caracterização das comunidades de peixes pode-se identificar pontos de sensibilidade ambiental, levantar principais
desafios construtivos e estabelecer padrões comparativos, caso o ambiente venha sofrer perturbações durante as fases de
instalação e operação do empreendimento. Dessa maneira, é possível intervir, buscando minimizar os efeitos negativos sobre as
comunidades biológicas aquáticas.
MEIO BIÓTICO
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Rio Ipojuca, próximo a Amaragi - PE
Açude no Sítio Padre Cícero, em Bezerros - PE
Traíra (Hoplias cf. malabaricus)
Levantamento da Ictiofauna
As estruturas do Ramal do Agreste estão situadas,
na bacia do rio Moxotó, na Província Zoogeográfica
do Rio São Francisco. A bacia do rio Ipojuca, que
recebe as águas provenientes do Ramal do Agreste,
foi considerada como Área de Influência Direta (AID)
do empreendimento. As espécies registradas
durante as campanhas de campo nas bacias dos
Rios Moxotó, Ipojuca e Una foram: Piau, Pequira,
Pataca, Sardinha, Sagüiru, Traíra, Canivete, Curimatã
comum, Bagre, Cascudo (Bodó), Cascudinho (Bodó), Tucunaré, Corro, Guppy, Barrigudinho, Tilápia (Filápia) e Ciclídeo (Jaguar).
De forma geral, a composição da ictiofauna corresponde ao esperado para a fauna de peixes de água doce neotropical. A listagem
apresentada não é, de forma alguma, exaustiva, mas propicia a idéia da diversidade da ictiofauna registrada para a bacia
hidrográfica do rio São Francisco, na sub-bacia do Rio Moxotó.
De uma maneira geral, as dianteiras das bacias da região do projeto do Ramal do Agreste são consideradas ambientes periódicos. A
maioria dos pontos amostrados é constituída de riachos temporários ou sazonais.
Nos riachos de menor porte, espera-se a maior ocorrência de espécies endêmicas, consideradas as mais frágeis nas bacias da área do
empreendimento.
Os estudos sobre a fauna dos rios que deságuam
próximo à foz do rio São Francisco indicam que
todas as espécies podem ser consideradas
raras, porém, durante os levantamentos, não foi
possível detectar nenhum grupo tipicamente
raro.
Nenhuma das espéc ies , amost radas
diretamente no campo ou encontradas em
registros de coleções científicas, consta na lista
federal de espécies ameaçadas, à exceção do
Pirá ( ), considerado
espécie vulnerável na sua bacia de origem, a do
Rio São Francisco.
O número de represamentos feitos na Região
Nordeste Brasileira não tem precedente em
outra parte do País e afetou bastante a aparência
dos cursos d'água locais. Como conseqüência
desses empreendimentos, a ictiofauna da região
foi fragmentada em populações isoladas, e as rotas utilizadas pelos poucos peixes realizadores de migração reprodutiva que nela
existem foram ainda mais limitadas.
Como Espécies Invasoras foram encontradas o guppy ( ), espécie comum no comércio de aquário em todo o mundo, as tilápias
(Cichlidae, Tilapinii: .) e as carpas (Cyprinidae: ) que são freqüentemente
introduzidas em açudes artificiais e atingem os rios em eventos de cheias.
Em sua maioria, as espécies de relevância econômica se restringem às áreas estuarinas da região ou espécies não-nativas encontradas
em açudes e reservatórios. No que diz respeito a Relevância Ecológica, pode-se considerar que, todas as espécies apresentam valores
ecológicos semelhantes.
Caracterização dos Habitats Amostrados
Espécies de Maior Relevância
Conorhinchus conirostris
P. reticulata
Oreochromis sp. e Tilapia sp Ctenopharyngodon sp. e Cyprinus sp.
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Resultados
Piaba/pequira (espécie da família
Characidae, sub-família Cheirodontinae)
Ambientes Terrestres
Vegetação e Áreas Protegidas
Caracterização da Área de Influência Indireta
A área de influência indireta (AII) do Ramal do Agreste está
localizada na região do Bioma Caatinga que se estende por
cerca de 11% do território nacional,ocupando uma área de
935.000 km². A vegetação da Caatinga caracteriza-se
principalmente pela ocorrência de plantas adaptadas às
condições climáticas características do Semi-Árido -
predominância de arbustos e árvores de pequeno porte,
cobertura descontínua de copas, caules tortuosos, folhas
caducas, espinhos, cactos e bromélias em abundância.
A vegetação natural de Caatinga da região do Ramal do
Agreste está quase totalmente alterada. A ocupação
agropecuária predomina em grande parte da área, inclusive
na área compreendida pelo Ramal e a Linha de Transmissão,
entre Sertânia e Arcoverde.
Foram registradas para a caatinga 58 espécies das quais 42
são endêmicas da caatinga. Alguns gêneros característicos
são 'mandacarus', 'facheiros', 'cabeças-de-frade' e 'palmas',
sendo este último endêmico da caatinga.
Na lista oficial de espécies da flora ameaçadas de extinção
no País há 39 espécies para os estados do Nordeste e Minas
Gerais, sendo que apenas duas espécies são do Bioma
Caatinga: e
Considerando que o Bioma Caatinga já está muito alterado, o
número de espécies ameaçadas talvez seja ainda maior. A
pequena extensão de áreas protegidas em Unidades de
Conservação é um fato grave nesse contexto.
Segundo informações disponíveis, existem 65 áreas
protegidas na região do Bioma Caatinga, considerando
Unidades de Conservação (UC) Federais e Estaduais e Terras
Indígenas (TI). A metade do número total de UC é de
Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN). A
Áreas de Preservação Ambiental (APA) representam 73,7 %
da área total ocupada pelas UC, que é inferior a 5% do
território compreendido pelo bioma.
Entre as áreas protegidas existentes na região do Ramal do
Agreste, destacam-se, pela dimensão e localização, duas
Unidades de Conservação (UC) e três Terras Indígenas (TI),
situadas nas sub-bacias mais próximas da área do projeto.
São as UC Parque Nacional do Catimbau e Reserva Biológica
da Serra Negra (Rebio) e as TI Xucuru, Kapinawá e Kambiwá,
ressaltando-se que estas duas são adjacentes ao Parque e à
Rebio, respectivamente.
Uma parte da área do Ramal está inserida na maior área
prioritária para conservação dos biomas brasileiros desta
região a área Ca074 (Custódia), que abrange o curso
superior da bacia do rio Moxotó. De acordo com as
informações disponíveis no Portal Bio/MMA, as ações
prioritárias para essa área dizem respeito ao manejo
sustentável e à recuperação dos recursos florestais.
Observa-se também que as UC e TI existentes estão
incluídas entre as áreas prioritárias.
Schinopsis brasiliensis Astronium urundeuva.
Caracterização da Área de Influência Direta
Na classificação do Mapa do Bioma Caatinga, as únicas espécies
que ocorrem na região onde se insere a AID (área delimitada por
2,5 km para cada lado do Canal e da LT) são: Savana-Estépica
Arborizada, Agropecuária e Formações Pioneiras com Influência
Fluvial e/ou Lacustre.
Na maior parte desta área predomina a agropecuária e a
vegetação natural já está bastante alterada, não tendo sido
identificada, no Mapa do Bioma, nenhuma área significativa de
vegetação sem interferência humana.
Já no Mapa da Vegetação do Estado de Pernambuco, na região
onde se insere o projeto, identificada como região do "Sertão",
ocorrem as classes definidas como "Caatinga Arbustiva Arbórea
Aberta , "Caatinga Arbustiva Arbórea Fechada", "Caatinga
Arbórea Fechada" e "Antropismo". Nestas classes, a altura
média da vegetação não ultrapassa os 5m, com árvores
atingindo menos de 10m.
20
Pastagem degradada (classe 4)
Mulungu (Erythrina mulungu)
Cactus Facheiro (Pilosocereus piauhyensis),
espécie quase ameaçada de extinção
A interpretação das imagens também revelou que a vegetação
natural na área já está bastante alterada pela ação humana -
fragmentada por diversas rodovias, com extensas áreas abertas e
com indicações de um forte e antigo processo de ocupação e uso
do solo.
A retirada de madeira para lenha/carvão é provavelmente a
principal ação humana que afeta a vegetação da caatinga
arbustiva arbórea e eventualmente algumas áreas da caatinga
arbórea.
O município de Sertânia apresentou a maior quantidade de carvão
vegetal extraído de matas nativas do Estado de Pernambuco no
período de 1990 a 2005.
Na região do empreendimento, as áreas de vegetação mais aberta
e degradada estão próximas de cursos d' água e em relevo mais
suave e plano, como as várzeas, áreas preferenciais para
agricultura. No extremo oposto, as áreas de vegetação natural
identificadas como menos alteradas, encontram-se somente nas
encostas da Serra Capitão Mor.
Em uma dessas áreas, observou-se a presença de duas espécies
que fazem parte da lista oficial da flora ameaçada de extinção
(IBAMA, 1992), confirmadas na recente revisão da lista, a aroeira
( ) e a
baraúna ( , ambas na categoria de
vulnerável à extinção. A aroeira e a baraúna foram vistas na área
que será afetada pela construção da barragem e reservatório de
Negros. A vegetação das encostas próximas, na Serra Capitão
Mor, parece estar em bom estado de conservação.
Aparentemente, a vegetação natural na região apresenta uma
composição florística empobrecida, de áreas significativamente
Myracrodruon urundeuva, antes Astronium urundeuva
Schinopsis brasiliensis)
alteradas. Na visita de campo, só foram observadas as espécies
arbóreas mais comuns da caatinga, tais como o mulungu (
), as caatingueiras ( spp), o juazeiro (
), a faveleira ( ), o umbuzeiro
( ), o marmeleiro ( ) e a
imburana ( ), bem como, entre os cactos, o
mandacaru ( ), a palma ( ) e o xique-
xique ( ).
Na composição florística da área, observa-se, como indicador de
degradação da vegetação natural, a presença bastante comum da
algaroba ( ), espécie exótica introduzida no Semi-
Árido Nordestino.
Erythrina
mulungu Caesalpinia Ziziphus
joazeiro Cnidoscolus phyllacanthus
Spondia tuberosa Croton sonderinanus
Commiphora leptophloeos
Cereus jamacaru Opuntia dillennii
Pilocereus gounellei
Prosopis juliflora
Fauna Terrestre
Bioma da Caatinga
Área de Influência Indireta (AII) do Empreendimento
Nas áreas mais conservadas, a fauna da caatinga possui animais de
porte, como onças, e grandes predadores de sementes, tais como a
Arara-vermelha e a Arara-azul. Em algumas áreas, a quantidade de
mamíferos de médio porte, como o veado-catingueiro, queixadas e
caititus, são similares a de uma floresta úmida.
As bacias dos rios que atravessam o sistema adutor, em especial,
Moxotó e Ipojuca percorrem a Caatinga, que, segundo o documento
Biodiversidade na Caatinga (MMA, 2002), possui 148 espécies de
mamíferos, 353 espécies de aves e 154 espécies de répteis e
anfíbios; e atravessa também a Floresta Atlântica, que, segundo o
documento MITTERMYER, 2000, possui 261 espécies de mamíferos,
620 espécies de aves, destas, 434 espécies localizadas no Centro
de Endemismo Pernambuco, e 580 espécies de répteis e anfíbios.
Na zona situada a norte e oeste do sistema adutor encontram-se
áreas da caatinga chamadas de agreste, que são mais úmidas do
que o Sertão Pernambucano e Paraibano.
Em torno da cidade de Sertânia, a criação extensiva de caprinos
ajuda a diminuir as poucas espécies vegetais, tornando difícil a
existência de espécies da fauna dependentes destes ambientes.
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Vegetação ciliar (classe 5)
Cactus Xique-Xique (Pilocereus gounellei)
Baraúna (Schinopsis brasiliensis),
espécie ameaçada de extinção
Dentro da bacia do Moxotó, uma área de destaque para a fauna na
região é o Parque Nacional do Catimbau que apresenta 21 espécies de
mamíferos, 128 espécies de aves, 19 espécies de répteis e 3 espécies
de anfíbios. Destaca-se a ocorrência de espécies ameaçadas de
extinção, como o pintassilgo-do-nordeste e outras consideradas
vulneráveis ou raras. São citadas ainda as ocorrências de mamíferos de
maior como a onça-de-bode. Há possibilidade de ocorrênciado bico-
virado e do chorrozinho na região.
A Bacia do Ipojuca apresenta três áreas diferentes: as áreas de
caatinga, as áreas de brejos de altitude e as áreas de floresta atlântica.
Essa parte da floresta atlântica, chamada de Centro de Endemismo
Pernambuco, possui grande importância para conservação e tem
registro de mais de 437 espécies de aves. A maioria das espécies
ameaçadas da fauna do Nordeste brasileiro ocorre nesses locais.
A Área de Influência Direta (AID) do empreendimento
A Área de Influência Direta (AID) do Meio Biótico é relativamente constante em toda a sua extensão, existindo
pequenas mudanças do grau de civilização da caatinga existente.
A região norte do Canal apresenta-se mais civilizada que as demais, existindo poucas áreas com vegetação nativa. A
fauna apresenta o mesmo comportamento, sendo os registros nessa região restritos a espécies resistentes a ação do
homem. Há registros da caça de 24 espécies de pequenas aves com o uso do veneno do extrato da maniçoba nos
arredores de Sertânia. Quando já se caça com envenenamento pequenas espécies, pode-se deduzir o
desaparecimento das espécies de maior valor da região.
A parte central do Canal atravessa o vale dos riachos Negros e Tigre. Nesses locais, foram registrados endemismos
de habitat de espécies como, tem-farinha-aí e o chorrozinho . O local ainda é utilizado para a criação de caprinos,
além de possuir sinais da ação do homem.
Na parte final da área, foram observadas espécies típicas das caatingas locais, como alguns lagartos, além de aves
características, destacando-se a choca a gatinha e a gralha-piom-piom . Nessa região, foram observadas ainda
espécies de porte sujeitas à caça, como a ema.
22
Tem-farinha-aí
(Myrmorchilus stigilatus)
Caatinga Arbórea (vegetação da classe 1)
23
MEIO SOCIOECONÔMICOÁrea de Influência Indireta
Aspectos Demográficos
Educação
A Área de Influência Indireta do Meio Socioeconômico é composta,
além dos municípios de Sertânia e Arcoverde, na Região
Administrativa do Moxotó - onde se localizarão as obras do Canal e
da linha de transmissão de energia - pelos territórios de 70
municípios distribuídos pelas Regiões de Desenvolvimento (RD) do
Agreste Central, do Agreste Meridional e do Agreste Setentrional.
Os municípios que fazem parte da Área de Influência Indireta
representam uma
grande parcela da região do Agreste Pernambucano, incluindo
algumas de suas maiores cidades, como Caruaru, e Garanhuns.
Algumas destas regiões conservam ainda elevados contingentes
rurais, principalmente em municípios das Regiões de
Desenvolvimento do Agreste Meridional e do Agreste Setentrional.
Ressalta a reduzida taxa de crescimento da população entre os
Censos Demográficos de 1991-2000. Dentre os fatores que
contribuem para isso, estão a falta de alternativas de geração de
renda, o elevado grau de concentração das terras, além da queda
nos índices de fecundidade observada desde a década de 1980.
Abrangendo uma grande região, com quase 27.000 km , os
municípios em estudo possuem grandes variações em suas
dimensões, resultando em densidades demográficas bastante
diferenciadas, que vão desde os 630 hab/km verificados em
Toritama (Agreste Setentrional), com apenas 35 km , até 13
hab/km observados em Sertânia (Moxotó). As famílias residentes
nestes municípios, em geral contam com pouco mais de 4
moradores/domicílio na área rural e pouco menos de 4
moradores/domicílio na área urbana.
A grande maioria das comunidades situadas na AII possui ensino
até a quarta série, em escolas localizadas na própria comunidade.
Em muitos casos as turmas são multiseriadas, principalmente no
meio rural, mas poucas crianças em idade escolar não freqüentam
a escola. Um dos fatores responsáveis por tal fenômeno, além do
trabalho realizado pelas Secretarias estadual e municipais, é a
presença maciça do programa Bolsa-Escola, que representa
importante fonte de renda monetária das famílias.
Os governos estadual e municipais estão implantando diversos
programas nos municípios da AII, destacando-se:
Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA);
Se Liga e Acelera Pernambuco;
Alfabetização Cidadã;
Programa de Centros Tecnológicos de Educação Profissional;
Pedagogia da Informática Educacional e Pedagogia de Projetos.
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A Educação de Jovens e Adultos está disseminada por toda a
região, presente em todos os municípios da AII, com pelo menos
um dos dois segmentos que correspondem ao Ensino
Fundamental.
É bastante reduzida a oferta de cursos superiores na AII
(MEC/INEP 2004) com a presença de instituições deste nível de
ensino em apenas cinco dos 72 municípios que a compõe, além
de duas Universidades públicas em Caruaru a Universidade
Federal de Pernambuco e a Universidade do Estado de
Pernambuco e quatro instituições de ensino superior
particulares, totalizando o oferecimento de 43 cursos superiores
na cidade. Com isso, Caruaru, a maior cidade do Agreste, se
constitui em importante pólo de ensino superior no estado,
configurando-se como uma cidade universitária, com todos os
benefícios daí derivados. Há ainda duas instituições de ensino
superior particulares no município de Santa Cruz do Capibaribe,
tornando esta cidade ponto de atração de jovens de diversos
outros municípios próximos que demandam seus cursos para
continuarem seus estudos.
De modo geral, são bastante precárias as condições de
saneamento dos municípios que compõem a Área de Influência
Indireta do empreendimento. Menos de 58% das moradias e
55% da população da AII contam com água encanada,
proveniente de rede geral. Nos municípios de Sertânia e
Arcoverde, 71% das residências são ligadas à rede geral, que
fornece água para 69% dos moradores.
Ainda mais precária é a situação do esgotamento sanitário na
região correspondente à AII, em que somente 40% dos
domicílios, com 38% dos moradores, estão ligados a redes de
coleta, mesmo quando utilizando a rede de galerias de águas
pluviais. Agravando este quadro, deve-se observar que mesmo
as águas servidas recolhidas por rede são em geral despejadas
nos corpos d'água, sem qualquer tipo de tratamento. As
fossas são também utilizadas em larga escala, principalmente no
meio rural, devendo-se destacar que, em quase 90% dos casos,
trata-se de fossas rudimentares, e não fossas sépticas. Cerca de
um quinto dos domicílios onde moram mais de 24% dos
habitantes da região não dispõe de banheiro ou sanitário.
Por fim, cabe fazer referência a um dos maiores problemas
enfrentados pelas municipalidades, qual seja o da destinação
final do lixo. Na AII como um todo, pouco mais da metade do lixo
produzido nos municípios é coletado, com o restante tendo como
principal destino final o simples descarte em terrenos baldios ou
logradouros, além de uma parcela importante que é queimado
prática utilizada principalmente no meio rural.
Saneamento
in
natura
Matriz de Nossa Senhora da Conceição,
em Sertânia - PE
24
Saúde
Cabe destacar que uma obra que tem como um de seus objetivos principais aumentar a oferta de água potável para o consumo humano
trás consigo um potencial enorme de impactar positivamente os indicadores de saúde de qualquer região. Afinal, a falta de água potável
é um dos mais graves problemas de saúde pública.
Apesar do Estado de Pernambuco possuir uma das maiores redes públicas do país, tem uma distribuição heterogênea de serviços de
saúde, que estão mais concentrados na Região Metropolitana do Recife, contribuindo assim para uma maior dificuldade no acesso da
população ao sistema. A rede básica é ainda ineficiente, os hospitais municipais e regionais são pouco resolutivos e agregam pouca
tecnologia. A rede ambulatorial é composta por unidades de saúde, na sua maioria com baixo poder resolutivo, concentrando o
atendimento de média complexidade nas sedes das Regionais de Saúde.
A rede hospitalar nos municípiosque integram a Área de Influência Indireta contavam em julho/2003 com 80 unidades vinculadas ao
SUS, das quais 60 públicas e 20 privadas (particulares ou filantrópicas). Estas unidades hospitalares somavam, em seu conjunto, cerca
de 3.500 leitos, o que significa uma relação de mais de 1,75 leitos/1.000 habitantes.
O atendimento ambulatorial oferecido pela rede conveniada ao SUS nos municípios da AII é prestado basicamente em unidades
públicas municipais.
Os índices de mortalidade infantil ainda são bastante elevados, devendo-se registrar, contudo, que se observa uma constante tendência
de queda, derivada das diversas políticas e campanhas levadas a efeito nos últimos anos, como o Programa de Saúde da Família, o
incentivo ao aleitamento materno e o combate à desidratação através da reidratação oral. O quadro de grandes carências apresenta-se
especialmente dramático nos municípios que formam a Região de Desenvolvimento (RD) Moxotó na AII, Arcoverde e Sertânia.
O maior índice de falecimentos na AII é derivado das doenças do aparelho circulatório. As principais causas de internações hospitalares
são causadas por gravidez, parto e puerpério e doenças do aparelho respiratório. As doenças infecto-parasitárias sobressaem
principalmente no Agreste Meridional e nos municípios do Agreste Setentrional e do Moxotó.
Nos anos de 2002/2003, o estado de Pernambuco viveu uma grande epidemia de dengue. Em 2005, contudo, foram poucos os casos
ocorridos nos municípios que constituem a AII, sendo que no Agreste Central apresentou-se a maior concentração. As hepatites A e E
são as mais importantes para este estudo, pois sua via de transmissão é fecal-oral, e portanto, muito associada ao consumo de água
contaminada com coliformes fecais. Novamente o Agreste Central foi a Região de Desenvolvimento estudada onde o quadro se mostrou
mais crítico, sendo que o município de Poção, mostrou-se o mais afetado por hepatite em 2005.
Nos municípios da AII foram confirmados 962 casos de esquistossomose em 2005 e a RD com maior prevalência da doença foi o Agreste
Setentrional, com um índice de 8,5 casos/10.000 hab. A leptospirose teve apenas 20 casos notificados na AII em 2005.
É marcante a presença da hanseníase em praticamente todos os municípios da Área de Influência Indireta. A tuberculose, apesar de não
ser doença de veiculação hídrica merece ser considerada neste estudo em função de seu potencial de disseminação na região.
As doenças sexualmente transmissíveis poderão sofrer impacto em seus indicadores, face ao razoável contingente de mão de obra
masculina que deve se dirigir para a região em função do empreendimento.
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Aspectos Econômicos
A Área de Influência Indireta do Projeto abrange uma grande região, abarcando municípios com os mais diversos portes e atividades
desenvolvidas. Dentre eles alguns se destacam, tornando-se pólos indutores de desenvolvimento e, conseqüentemente, de atração de
novos empreendimentos, tanto pelo dinamismo de sua economia, como Caruaru, como por sua localização estratégica, levando ao
crescimento dos setores de comércio e serviços, como Arcoverde. De forma geral, contudo, tratam-se de pequenos municípios com a
economia fortemente dependente dos repasses governamentais, vivendo um processo de urbanização acelerado, o que se traduz em
incremento das atividades de comércio e serviços em
detrimento das atividades tradicionais da agropecuária.
Considerando-se todos os setores de atividades, o setor de
Comércio agrega mais da metade dos estabelecimentos em
atuação nos municípios da AII, seguido pelo de Serviços, este
quadro se repete em todas as Regiões de Desenvolvimento
consideradas.
É grande a importância da contribuição da Administração
Pública, principalmente através dos salários pagos aos
servidores, constituindo-se, na verdade, no grande
empregador em grande parte dos municípios. Destaca-se,
ainda, a forte presença do setor de Indústrias em alguns
municípios, como Caruaru, Garanhuns e Belo Jardim. Por esse
motivo, inclusive, são estes os municípios com maiores
rendas per capita dentre todos os estudados.
Em Sertânia e, principalmente, em Arcoverde, municípios de
especial interesse para este estudo, por ser em seus
territórios que se darão as obras do Ramal do Agreste, o setor
de Comércio e Serviços assume posição privilegiada na composição do PIB.
Examinando-se os dois municípios de maior interesse para esta fase do projeto, verifica-se que a variação positiva no nível de empregos
formais em 2006 foi superior em Sertânia que em Arcoverde.
Em todas as Regiões de Desenvolvimento, o setor agropecuário caracteriza-se por apresentar, em geral, um elevado índice de
concentração dos imóveis rurais, mas com reduzido nível de ocupação por atividades produtivas, tanto agrícolas como pecuárias.
No que se refere à agricultura, as principais lavouras temporárias da região, em área colhida, são ligadas à subsistência das famílias,
principalmente o feijão e o milho. Secundariamente a mandioca é produzida principalmente no Agreste Meridional. A cana-de-açúcar e o
tomate, apesar de cultivados em poucos municípios da AII, têm sua importância acentuada pelo elevado valor de sua produção. Dentre as
lavouras permanentes, a banana aparece com a maior área colhida, especialmente nos municípios do Agreste Central, enquanto o café e
a castanha-de-caju são produzidos em diversos locais do Agreste Meridional. Contudo, o maracujá e a tangerina, mesmo com o cultivo
restrito a poucos municípios, são os produtos que apresentam os maiores rendimentos na relação entre valor da produção e área colhida.
Destacando-se Arcoverde e Sertânia, o feijão e, principalmente, o milho, são as
culturas que ocupam a maior parte das terras dedicadas às lavouras temporárias, praticamente não havendo cultivo de lavouras
permanentes.
A pecuária mantém importância em diversos municípios da região, principalmente a criação de bovinos, tanto de corte como de leite, e a
caprinocultura. Em Sertânia a criação de caprinos cumpre papel de grande relevância na economia local, destacando-se como o maior
produtor de Pernambuco, com mais de 1/3 do rebanho estadual. O rebanho de Arcoverde consegue a segunda maior produtividade
leite/animal/ano de todos os municípios da AII.
Ainda com respeito ao setor agropecuário da economia, cabe fazer referência à produção extrativa vegetal, que tem nas produções de
lenha e de carvão, disseminadas em todo o território, o maior valor adicionado.
As empresas estão, em sua maior parte, concentradas em poucos municípios. Somente em Caruaru estão instaladas mais de 30% das
indústrias da região. Ao se adicionar aquelas localizadas nos municípios de Belo Jardim, Bezerros, Gravatá, Pesqueira, Garanhuns, Santa
Cruz do Capibaribe e Toritama, tem-se que apenas 8 municípios concentram cerca de 75% das indústrias existentes na Área de Influência
Indireta.
Os segmentos destas indústrias são diversificados, destacando-se os produtos
alimentícios e as confecções. Tanto em Sertânia como em Arcoverde o setor industrial se apresenta com escassa importância para a
economia dos municípios.
Qualidade de Vida
O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, calculado pelo PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, apresentou
melhorias entre 1980 e 2000 em todos os municípios da AII. A dimensão que mais contribuiu para esta elevação foi a Educação. De
qualquer forma, é ainda reduzido o IDH nesta vasta região, apesar da totalidade dos municípios estar situada na faixa cujos valores são
considerados médios , isto é, com IDH acima de 0,500. Apenas dois municípios se destacam por já terem transposto o índice de
0,700, considerado como IDH alto : Caruaru (IDHM 0,713) e Arcoverde (IDH 0,708).
Casa de Farinha ainda em funcionamento,
em Salgadinho - PE
26
Infra-estrutura Regional
Transportes
Energia
O Agreste Pernambucano, situado entre o litoral do estado e o
Sertão, apresenta uma extensa malha rodoviária, composta
tantode rodovias federais como estradas estaduais e vias
municipais. Dentre as principais vias existentes na Área de
Influência Indireta que, na verdade, funcionarão como guias
para os dutos do Ramal do Agreste devem ser destacadas as
seguintes rodovias federais:
BR-232
BR-104
BR-423
BR-424
BR-110
Diversas estradas estaduais realizam ligações entre os
municípios da AII, dentre elas:
No Agreste Setentrional: PE-050, PE-095, PE-088, PE-089,
PE-086, PE-090, PE-091, PE-121, PE-130, PE-145;
No agreste Meridional: PE-085, PE-087, PE-103, PE-109,
PE-112, PE-149,PE-170, PE-180, PE-177, PE-187, PE-218,
PE-214, PE-193, PE-233;
No Agreste Central: PE-217, PE-270, PE-300, PE-197.
Como estrutura aeroviária, deve ser citada a presença na AII
dos aeroportos de Caruaru, com pista asfaltada 1.700m, e os
de Arcoverde e Garanhuns, ambos com pista de 1.200m, além
dos pequenos aeródromos de Pesqueira e de Belo Jardim,
com pista ao redor de 1.000m de extensão.
Todos os municípios da AII contam com energia elétrica,
distribuída pela CELPE. O consumo anual total, ultrapassa
1.200 Gwh, a maior parte é de consumo residencial (42,2%),
seguido pelo consumo industrial (13,4%) e pelo consumo
comercial (13,0%).
Algumas linhas de alta tensão, pertencentes à CHESF,
atravessam a AII, nas proximidades de Tacaimbó. É também
neste município que está instalada a única Subestação da
CHESF na AII, a TAC SE TACAIMBÓ.
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Segurança
Visando modernizar o combate à violência em Pernambuco, diversos especialistas decidiram integrar as polícias militar e civil,
dando origem a Secretaria de Defesa Social (SDS), criada através da Lei nº 11.629, de 28 de janeiro de 1999.
No Agreste Central o município que tem a maior taxa de mortalidade por homicídio é São Joaquim do Monte, seguido por Brejo
da Madre de Deus. Poção, município com pouco mais de 12 mil habitantes, não teve nenhum registro de homicídio no ano de
2002. Apenas Pesqueira e Poção contam com efetivo da Guarda Municipal, com um efetivo de 14 guardas. A Guarda Municipal
de Pesqueira também atua na proteção ambiental.
No Agreste Setentrional o município que tem a maior taxa de mortalidade por homicídio, é Santa Cruz do Capibaribe seguido por
Machados. Os municípios de Vertentes e Orobó não tiveram nenhum registro de homicídio no ano de 2002. Santa Cruz do
Capibaribe teve o maior número absoluto de homicídios em 2002, seguido de Surubim. Somente Santa Cruz do Capibaribe conta
com efetivo de 38 Guardas Municipais.
No Agreste Meridional o município com maior taxa de mortalidade por homicídio é Garanhuns (50.51%). Em Brejão, Calçado,
Paranatama e Terezinha, não teve houve registro de homicídio no ano de 2002. O número absoluto de homicídios neste ano foi
maior em Garanhuns e Buíque. Apenas Bom Conselho, Garanhuns, Buíque e Venturosa contam com efetivo da Guarda Municipal
totalizando um efetivo de 201 guardas.Todos atuam na proteção ambiental.
BR-110
27
Turismo e Lazer
O turismo é uma das atividades econômicas que predomina na
Região do Agreste Central além da pecuária leiteira e de corte e da
avicultura.
Destaca-se Caruaru, que atrai turistas em busca de uma modalidade
de turismo intitulada Turismo do Forró . Conta com boa estrutura
hoteleira, além de restaurantes, bares e lojas de artesanato. A Feira
de Caruaru, considerada uma das maiores feiras ao ar livre do
mundo, também faz parte do roteiro turístico regional.
A vila Alto do Moura recebeu da UNESCO o título de maior centro de
artes figurativas da América Latina, em função das obras do
ceramista Mestre Vitalino. O local concentra mais de 200
ceramistas que transformam suas casas em onde expõem
as peças feitas de barro retirado das margens do Rio Ipojuca.
A Região Agrestina Central tem o turismo impulsionado
principalmente pela Festa dos Reis, Semana Santa e festas juninas,
mas também conta com o Circuito do Frio. Os moradores locais e
turistas enfrentam uma temperatura média de 15 graus e se
divertem com shows de música regional.
O turismo ecológico também é explorado em Gravatá por conta das
inúmeras cachoeiras, como as da fazenda Pedra do Tao. O município
também merece destaque por ser um pólo moveleiro na região. Belo
Jardim - a terra dos músicos e conhecida por suas belezas
naturais, em que se destacam a Cachoeira Engenho Tira-Teima,
Corredeira da Espalhadeira, Serra dos Ventos e Serra do Caboclo,
entre outras atrações.
Bezerros, cidade situada às margens da rodovia BR 232, a 50 minutos de Recife, é conhecida como "Terra dos Papangus", personagem
que faz parte do carnaval pernambucano desde a década de 30.
Em se tratando de opções de lazer na região, Caruaru é o município que conta com o maior leque de opções, incluindo desde bibliotecas
públicas, museus e teatros a livrarias, ginásios poliesportivos e videolocadoras, seguido do município de Pesqueira. Os municípios mais
carentes nesse quesito são Agrestina e Poção.
Na região do Agreste Setentrional, a atividade turística é pouco explorada em função da precariedade da oferta de infra-estrutura. Entre
os problemas identificados sobressaem a manutenção de estradas e vias e abastecimento d´água. Ainda assim, a atividade turística
destaca-se na economia da região, assim como a confecção de bordados artesanais (Passira e Salgadinho) e jeans (Toritama) e a
produção de móveis (João Alfredo). Taquaritinga do Norte foi incluído no calendário oficial da programação do "Circuito do rio" desde
2000 com a Festa das Dálias.
O Agreste Setentrional consolidou-se como o grande produtor de confecções e artefatos de tecido, atividade econômica de maior peso
da região, detendo 73% da produção de todo o Estado, equivalendo a 850 milhões de peças ao ano (setor formal e informal).
A região do Agreste Meridional também tem no turismo uma das bases de sua economia, apesar da falta de infra-estrutura. O clima e o
relevo são alguns dos maiores diferenciais da região, em relação ao resto do Estado, oferecendo diversas opções de turismo. Garanhuns
sedia o Festival de Inverno e chega a receber cerca de 50 mil turistas/dia. Em Saloá tem-se investido no turismo rural e em Buíque são
exploradas potencialidades turísticas como o Vale do Catimbau, que possui sítio arqueológico com inscrições rupestres. Em se tratando
de opções de lazer na região, Garanhuns, Lajedo e Venturosa são os municípios que contam com o maior leque de opções.
ateliers Memorial Mestre Galdino,
em Alto do Moura, Caruaru - PE
Casa-Museu Mestre Vitalino, em Caruaru - PECasa-Museu Mestre Vitalino, em Caruaru - PECasa-Museu Mestre Vitalino, em Caruaru - PE
Museu do Forró Luís Gonzaga, em Caruaru - PE
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Aspectos Culturais
Cultura, Religiosidade e Lazer na AII
No aspecto cultural, percebe-se diversas afinidades entre os municípios da Área de Influência do empreendimento.
Exemplos disso são o gosto da população pelas Feiras, como a famosa feira de Caruaru, e eventos ligados à cultura do
sertão e plantios, como a Festa do Morango, em Garanhuns, feiras de produtos de artesanato e barracas de
alimentação e os festejos de motivação religiosa, como as festas de padroeiro e de outros santos, o Natal, o Dia de
Reis, a Páscoa e as festas juninas. As comemorações de São João propiciaram a afirmação de um ciclo festivo que
passou a ter calendário com os principais santos homenageados no mês de junho e é muito comum dançar-se
quadrilha. O forró, o coco e o baião também estão presentes nestas e em outras comemorações locais.
A Quaresma e a Semana Santa também são motivos de realização de atividades no sertão como a Paixão de Cristo,
Missa de Ramos. As manifestações tradicionais mais freqüentes em vários desses municípios são encontradas nos
grupos folclóricos como os repentistas, bacamarteiros, pastoris, trio de forró, reisado, bandas de pífanos, coco,
brincantes de perna de pau e outros grupos de tradição local, bastante expressivos na Região do Moxotó, em
Arcoverde e Sertânia.

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