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04_Geografia_do_Brasil

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Polícia Militar da Bahia 
Soldado da PM/BA 
 
 
 
1. Organização político-administrativa do Brasil: divisão política e regional. ........................................ 1 
 
2. Relevo, clima, vegetação: hidrografia e fusos horários. ................................................................ 14 
 
3. Aspectos humanos: formação étnica, crescimento demográfico. .................................................. 29 
 
4. Aspectos econômicos: agricultura, pecuária, extrativismo vegetal e mineral, atividades industriais e 
transportes. ........................................................................................................................................... 51 
 
5. A questão ambiental degradação e políticas de meio ambiente. ................................................... 75 
 
6. Geografia da Bahia: aspectos políticos, físicos, econômicos, sociais e culturais............................ 92 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1329206 E-book gerado especialmente para JULIANA LUCIA DA SILVA SANTOS
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Formação da Sociedade Brasileira: 
A colonização foi um dos processos que definiram a formação populacional brasileira. 
A partir do século XV, os europeus – especialmente os portugueses, seguidos dos espanhóis – 
iniciaram a expansão marítima que os levou à conquista de terras até então desconhecidas – na África, 
na Ásia e na América. 
Nessas terras recém-descobertas foram criadas colônias (daí o termo colonização). 
A maior parte das terras conquistadas no século XVI estava na América, já habitada por grande número 
de povos autóctones (originários da própria terra), que passaram a ser conhecidos como indígenas. 
A rica diversidade cultural das populações ameríndias foi afetada negativamente pelo processo de 
colonização que os europeus lhe impuseram. 
Muitos povos indígenas perderam seus territórios e outros foram totalmente dizimados. 
 
As etnias que formaram a sociedade brasileira: 
Sabemos que a sociedade brasileira passa por um forte processo de miscigenação desde os primeiros 
séculos de sua história. 
Índios autóctones, negros de origem africana e brancos europeus formam o tripé sobre o qual 
nasceu grande parte dos inúmeros traços culturais da sociedade brasileira: religião, língua, culinária, 
vestimentas, datas comemorativas, folclore, etc. 
Essa rica diversidade sociocultural é fruto também da intensa miscigenação, que, ainda em curso, tem 
contribuído há mais de cinco séculos para formar a sociedade brasileira. 
 
A sociedade brasileira e a ocupação do espaço: 
O primeiro período de formação do território brasileiro consistiu na ocupação do litoral. 
Em função de uma economia exploradora voltada para a remessa de mercadorias para a Europa, as 
cidades se desenvolveram junto aos principais portos e entrepostos comerciais. 
Mesmo São Paulo e Curitiba, que não se encontram no litoral, ficam a menos de 100 quilômetros do 
mar. 
No início do século XXI, grandes parcelas do território brasileiro ainda constituem enormes vazios 
populacionais. 
A densidade demográfica brasileira – 23,8 hab/Km² - é baixa quando comparada é de muitos outros 
países (lembrando que esse número é somente uma média, e não expressa como a população está 
distribuída no território brasileiro). 
A ocupação do território brasileiro é muito irregular. 
Enquanto certas áreas têm um forte adensamento, outras estão praticamente vazias. 
Essa distribuição mantém uma relação direta com a dispersão das atividades econômicas pelo 
território. 
De maneira geral, a população concentra-se na faixa litorânea e no Centro-Sul do Brasil. 
A região sudeste é a que possui maior densidade populacional, pois concentrou nos dois últimos 
séculos as principais atividades econômicas do Brasil, que acabaram atraindo imigrantes internos e 
externos para os grandes centros urbanos da região. 
Nas últimas décadas, o processo de saturação territorial e econômica do Sul e do Sudeste empurrou 
milhões de pessoas para as regiões Centro-Oeste e Norte, atraídas principalmente pelos terrenos 
disponíveis e pela possibilidade de expansão as atividades agropastoris. 
Assim, um novo fluxo populacional soma-se a outros movimentos humanos que já aconteceram no 
território brasileiro ao longo da história. 
Muitos especialistas acreditam que a inserção das regiões Norte e Sul na lógica econômica brasileira 
(até a década de 1970 encontravam-se relativamente isoladas) é um sintoma de amadurecimento político 
e econômico do país. 
1. Organização político-administrativa do Brasil: divisão política e regional 
1329206 E-book gerado especialmente para JULIANA LUCIA DA SILVA SANTOS
 
. 2 
Outros pensam que essa incorporação é um sintoma de esgotamento do modelo econômico, que, sem 
alternativas, induz a população a migrar para regiões cujo meio ambiente estava preservado e que agora 
sofrem um grave processo de devastação. 
É exemplo dessa devastação a presença cada vez mais intensa de atividades econômicas, como o 
cultivo de soja, em regiões antes integras, como o domínio do cerrado. 
 
Estudo das regiões brasileiras 
 
Região Nordeste 
 
O Nordeste atual: economia, recursos naturais e população: 
A economia nordestina mostrou-se mais dinâmica desde as últimas décadas do século XX. Entre as 
razões desse dinamismo estão o desenvolvimento industrial e o avanço dos setores agrário e de serviços. 
Com a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) em 1959, o setor 
secundário ou industrial do Nordeste recebeu a maior parte dos investimentos. Como consequência, 
houve a montagem de importantes e modernos centros industriais. No entanto, apenas uma parcela muito 
reduzida da população nordestina foi beneficiada, já que as indústrias se concentraram principalmente 
em três estados (Bahia, Pernambuco e Ceará), particularmente nas capitais, com destaque para as de 
transformação e de confecções. 
Com a política de desconcentração industrial, a partir da década de 1990, os governos estaduais da 
Região Nordeste têm investido em infraestrutura e oferecido vantagens, como incentivos fiscais visando 
atrair indústrias para seus territórios. Entretanto, a implantação de uma indústria, em geral bastante 
automatizada, abre poucos postos de trabalho, quase sempre mais qualificados, além de contribuir com 
impostos reduzidos. Assim, apenas algumas empresas transnacionais ou de capital nacional acabam 
sendo as mais beneficiadas. 
Quanto ao setor agrícola, destacam-se duas importantes monoculturas cultivadas na Zona da Mata; 
a cana-de-açúcar, especialmente em Alagoas e Pernambuco, e o cacau, no sul da Bahia. 
No Meio-Norte, além da agricultura tradicional (cana, soja, mandioca, arroz) e do extrativismo 
vegetal (babaçu, carnaúba), têm crescido as plantações de soja no sul dos estados do Maranhão e do 
Piauí– cultivo que se estende até o sertão, chegando ao oeste da Bahia. 
No Sertão, caracterizado pelo clima semiárido, solos pedregosos e vegetação de caatinga, subsiste a 
agricultura tradicional cultivada nos vales mais úmidos e nas encostas e pés de serras. Milho, arroz, feijão, 
mandioca, algodão e cana-de-açúcar são as principais culturas. 
A fruticultura irrigada do Nordeste adquire cada vez mais importância não apenas no mercado 
interno, mas também para a exportação. É desenvolvida no Vale do Rio São Francisco (uva, manga), no 
Vale do Rio Açu no Rio Grande do Norte (melão, manga) e no Sertão do Ceará (acerola, melão). A maior 
região produtora de melão no país localiza-se no polo Açu/Mossoró, no Rio Grande do Norte, e o polo 
Petrolina/Juazeiro firmou-se como grande exportador de manga, banana, coco, uva, goiaba, melão e 
pinha. 
Mão de obra barata e disponível, preços atrativos das terras e a localização da Região Nordeste em 
relação à Europa e aos Estados Unidos (reduzindo o tempo e o custo de transporte) conferem vantagens 
à fruticultura na região. O desenvolvimento de tecnologias (criação de variedades de frutas, produção 
integrada, produção de mudas sadias, entre outras) e o aperfeiçoamento de técnicas de irrigação foram 
essenciais para o crescimento da atividade. 
Na pecuária predomina a criação de animais de pequeno porte como asininos (jumentos, mulas e 
burros), caprinos (cabras), ovinos (ovelhas) e suínos (porcos). A criação de bovinos (bois), 
tradicionalmente desenvolvida no Sertão de forma extensiva, vem crescendo também em áreas do 
Agreste próximas ao Sertão, com solos de baixa fertilidade e pouca umidade, e em áreas do Maranhão. 
A pecuária leiteira, na modalidade extensiva e voltada para o abastecimento da Zona da Mata, é praticada 
no Agreste. 
No Agreste ainda se desenvolve a policultura comercial para o abastecimento da Zona da Mata, em 
médias e pequenas propriedades. É praticada em solos férteis com boas condições de umidade, na 
fronteira com a Zona da Mata. 
O turismo desenvolvido a partir das potencialidades naturais é outra atividade econômica de grande 
importância para a região. 
 
 
 
 
1329206 E-book gerado especialmente para JULIANA LUCIA DA SILVA SANTOS
 
. 3 
Turismo garante expansão regional: 
“No ranking das dez cidades mais visitadas do Brasil por estrangeiros em 2008, o Nordeste 
emplacou três capitais. Salvador, Recife e Fortaleza ocuparam o terceiro, o sexto e sétimo postos, 
respectivamente, na escolha dos visitantes internacionais. À sua maneira, com sol, praias e 
características culturais diferenciadas, a região contribuiu para que o país se tornasse o sétimo maior 
destino mundial dos turistas estrangeiros no ano de 2012 – e o mais movimentado ponto de 
desembarque de visitantes com origem na América Latina, desbancando o México. [...] A multiplicação 
dos voos regulares entre capitais como Salvador e Recife – no ano 2000 havia apenas uma linha regular 
– e diferentes pontos da Europa e dos Estados Unidos contribuiu de maneira decisiva para o incremento 
do fluxo de turistas estrangeiros. Os desembarques internacionais na região cresceram 11,9% em 2008 
em relação ao ano anterior. O maior volume de chegadas de estrangeiros teve um reflexo direto na 
elevação das taxas de emprego no setor de turismo na região, com um aumento de 5,7% no mesmo 
período”. 
(ROCHA, M.; DAMIANI, M. Turismo garante expansão regional. O Estado de São Paulo, São Paulo, 
10 dezembro 2009). 
 
O Nordeste conta com diversos parques nacionais, entre eles o da Serra da Capivara (PI), com grande 
concentração de sítios arqueológicos e pinturas rupestres, o Parque Nacional Marinho de Fernando de 
Noronha (Distrito Estadual de Pernambuco) e o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA). Entre os 
eventos culturais que atraem turistas estão o carnaval (com destaque para Salvador, Olinda e Recife), as 
festas juninas (Caruaru, Campina Grande, etc.), as danças e comidas típicas e o artesanato (rendas, 
cerâmicas) da região. 
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), ligada à ONU, 
instituiu uma lista de sítios e monumentos de valor excepcional e de interesse universal, que integram o 
Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da Humanidade. O objetivo é a preservação desses sítios para 
as gerações futuras. A Região Nordeste abriga grande número de Patrimônios Culturais e Naturais da 
Humanidade, como o centro histórico de Olinda (PE), de São Luís (MA) e de Salvador (BA), com o 
Pelourinho, além dos sítios arqueológicos de São Raimundo Nonato no Parque Nacional da Capivara 
(PI). 
Em relação aos recursos naturais, o Rio Grande do Norte se sobressai como o maior produtos de sal 
marinho do país. Destacam-se também o petróleo e o gás natural, extraídos no Ceará, Sergipe, Rio 
Grande do Norte e na Bahia. 
 
Indicadores sociais e urbanização: 
A Região Nordeste ainda responde pelos índices de qualidade de vida mais baixos do país. Problemas 
sociais como elevadas taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo, baixos salários, grande 
concentração de renda e terras também alcançaram números que superam os de outras regiões. 
Em 2009, 6,8% das crianças de 7 a 14 anos de idade não sabiam ler e escrever no país. No Nordeste, 
esse percentual chegava a 11,8%. A média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de 
idade, naquele mesmo ano, era mais baixa no Nordeste, de 6,3 anos, enquanto no Sudeste chegava a 
8,2 anos. Cerca de 36,3% dos núcleos familiares nordestinos tinham rendimento de até meio salário 
mínimo per capita, contra apenas 12,2%no Sudeste. 
De povoamento antigo, a Zona da Mata continua sendo a sub-região mais importante do Nordeste, 
concentrando seis capitais e a maior parte da população. Salvador e Recife são as principais cidades, 
destacando-se ainda como áreas industriais. 
 
Região Sudeste 
 
Grande parte do território da Região Sudeste é dominada por formações planálticas, com destaque 
para os Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, constituídos pelos cinturões orogênicos, e 
os Planaltos da Bacia Sedimentar no Paraná. 
O soerguimento da Placa Tectônica Sul-Americana, entre o final do Período Cretáceo e o início do 
Paleógeno, movimentou antigas linhas de falha e provocou a formação de escarpas acentuadas com 
elevadas altitudes, como as da Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar. Assim, com exceção dos picos 
do Maciço das Guianas, no extremo norte do país, é no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais 
que se encontram os pontos mais altos do Brasil. Em 2004, o IBGE, em parceria com o Instituto Militar de 
Engenharia (IME), revisou as altitudes desses pontos, utilizando recursos mais modernos de sistema de 
navegação e posicionamento por satélites. 
1329206 E-book gerado especialmente para JULIANA LUCIA DA SILVA SANTOS
 
. 4 
A Serra do Espinhaço corta Minas Gerais desde as proximidades de Belo Horizonte até o Vale do 
Rio São Francisco, podendo ser subdividida em dois compartimentos de planaltos: o planalto meridional 
e o planalto setentrional, ricos em minérios (ferro, bauxita, ouro). Em 2005, a Unesco reconheceu esse 
conjunto de planaltos da Serra do Espinhaço como Reserva da Biosfera, pela diversidade ambienta e 
histórica do local. Além de integrar pontos culturais importantes como Congonhas, Ouro Preto e 
Diamantina, é o divisor de águas entre as bacias hidrográficas do São Francisco, Doce e Jequitinhonha, 
e apresenta a biodiversidade florística mas risca dos campos rupestres do planeta. 
A superfície do Planalto Atlântico foi bastante desgastada pelos processos erosivos, formando um 
relevo dominante de morros com topos convexos, denominados mares de morros. Entre os Planaltos e 
as Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná e o Planalto Atlântico, encontram-se as depressões 
periféricas, superfícies bastante erodidas entre o Paleógeno e o Quaternário (há cerca de 70 milhões de 
anos). Nesses compartimentos do relevo da Região Sudeste, os terrenos apresentam altitudesmenores, 
sendo delimitados pelos Planaltos Sedimentares da Bacia do Paraná por escarpas denominadas frentes 
de cuestas. 
Do norte do Espírito Santo ao sul do Estado de São Paulo, há um conjunto diversificado de ambientes 
costeiros. Nesse trecho do litoral brasileiro, de formação cenozoica, existem inúmeras restingas, baías 
e ilhas costeiras. Entre as primeiras, destacam-se as de Marambaia e Cabo Frio, ambas localizadas no 
litoral do Rio de Janeiro. Entre as baías, as mais conhecidas são as de Guanabara (RJ), Parati (RJ), 
Vitória (ES), Angra dos Reis (RJ) e Santos (SP). 
O clima tropical predomina na Região Sudeste. No oeste paulista, parte do Triângulo Mineiro e na 
porção centro-norte de Minas Gerais, o padrão climático tropical apresenta duas estações bem 
demarcadas, com o verão muito chuvoso e o inverno seco. Na faixa litorânea, o volume e a frequência 
das chuvas são maiores. Ao contrário, no norte de Minas Gerais, as chuvas são escassas e irregulares. 
O clima tropical de altitude abrange as regiões serranas de São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas 
Gerais. Por fim, o clima subtropical ocorre no extremo meridional do território paulista, ao sul do Trópico 
de Capricórnio. 
Originalmente, a mata tropical era a cobertura de vegetação dominante no Sudeste, refletindo o 
padrão climático regional. Na depressão periférica e nas regiões mineiras com a estação seca mais 
acentuada, predominavam os cerrados. Tanto a Mata Atlântica como o Cerrado foram amplamente 
devastados no processo de formação territorial da Região Sudeste. 
 
População e dinâmica espacial: 
O Sudeste é a região mais populosa do Brasil. Em 2011, contava com mais de 82 milhões de 
habitantes, o que representava 42% do total da população brasileira. No entanto, esse contingente 
populacional está desigualmente distribuído pelo território. São Paulo concentrava 41,3 milhões, Minas 
Gerais, 19,6 milhões e o Rio de Janeiro, quase 16 milhões de pessoas. Entre esses estados mais 
populosos, o Rio de Janeiro possuía a maior densidade demográfica (365,23 hab./km²), seguido por São 
Paulo (166,25 hab./km²). Ainda que a densidade demográfica média, na época, era de apenas 86,92 
habitantes por km², as regiões litorâneas são mais densamente povoadas, podendo atingir 10 mil 
habitantes por km² nas maiores cidades. 
A partir de 1940, São Paulo tornou-se o estado mais povoado do Brasil. Esse crescimento foi povoado 
pelos fluxos internos de migrantes em busca de trabalho, sobretudo do Nordeste. Na década de 1970, 
os migrantes foram responsáveis por mais de 40% do crescimento demográfico do estado. 
Além disso, houve também grande mobilidade populacional entre os estados da própria região. Entre 
2005 e 2010, mais de 500 mil pessoas de Minas Gerais se deslocaram em direção a São Paulo, um 
contingente superior aos migrantes da Bahia, que representaram 21% dos fluxos de chegada, cerca de 
230 mil pessoas. Apesar do registro de fluxos de regresso de São Paulo para os estados de origem, entre 
2005 e 2010 São Paulo registrou saldo migratório positivo, indicando que o território paulista ainda exerce 
atração da população migrante. Nesse intervalo, São Paulo foi o Estado que recebeu o maior número de 
migrantes (1,1 milhão), seguido do Rio de Janeiro (270 mil). Entretanto, a participação no componente 
migratório no crescimento da população do estado vem perdendo intensidade desde a década de 2000. 
Entre as regiões brasileiras, a Sudeste foi a primeira a se tornar majoritariamente urbana e é também 
a que apresenta a maior taxa de urbanização. Enquanto o cruzamento das curvas de crescimento das 
populações rural e urbana no Brasil ocorreu na década de 1960, essa reversão de proporcionalidade no 
Sudeste ocorreu já nos anos 1950. 
 
 
 
 
1329206 E-book gerado especialmente para JULIANA LUCIA DA SILVA SANTOS
 
. 5 
Região Norte 
 
Cenários futuros: entre a devastação e a tecnologia: 
As políticas territoriais amazônicas implementadas pela ditadura militar nortearam-se pela meta 
geopolítica de “conquista” da Amazônia. O planejamento regional elaborado nesse contexto 
fundamentou-se num conceito distorcido de desenvolvimento, que estimula a acumulação de capital por 
grandes empresas e o uso predatório dos recursos naturais. Os largos e extensos corredores de 
devastação ambiental e as vastas manchas de desflorestamento, assim como a poluição de rios e 
igarapés pelos subprodutos do garimpo, são resultado das opções de planejamento adotadas nesse 
período. 
As políticas amazônicas dissociaram a noção de desenvolvimento de seu conteúdo social. A abertura 
de rodovias de integração e a implantação de grandes projetos geraram intensos fluxos migratórios para 
a Amazônia, além do esvaziamento demográfico de várzeas e igarapés. A exclusão social se materializa 
nas periferias das cidades médias, nos povoados miseráveis nascidos junto a empreendimentos minerais 
e florestais e no surgimento de populações itinerantes, que vagueiam à procura de escassas 
oportunidades de trabalho. 
O novo ciclo de obras rodoviárias na Amazônia, especialmente a Cuiabá-Santarém (BR-163) e a 
Porto Velho-Manaus (BR-319), visa estabelecer a ligação entre Manaus e Porto Velho, mas ameaçava 
reproduzir, em escala ampliada, os desastres sociais e ambientais do ciclo anterior. A alternativa consistia 
em redefinir o sentido do planejamento regional, priorizando o desenvolvimento social e a valorização dos 
ecossistemas naturais. A geração de empregos e a exploração sustentável dos recursos naturais são as 
metas a serem perseguidas por um planejamento regional renovado. 
 
Região Sul 
 
Região Sul: domínios naturais: 
A Região Sul é formada pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A região faz 
fronteira com três países sul-americanos: a oeste com Paraguai e Argentina, e ao sul com Uruguai. Em 
2011, a população da região chegava a 27.875.000 habitantes, ou seja, 14,27% da população do país. 
O clima subtropical predomina na região. No inverno, as baixas temperaturas que ocorrem 
principalmente nas áreas serranas e planálticas provocam geadas e até neve. Regiões litorâneas e com 
menores altitudes, como os vales dos rios Paraná e Uruguai, apresentam temperaturas elevadas no 
verão. No norte do Paraná aparece o clima tropical. 
Nos três estados da Região Sul predominam os planaltos recobertos originalmente pela Mata das 
Araucárias. Os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná se estendem a oeste do Paraná até o Rio 
Grande do Sul, os Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, a leste, e o Planalto Sul-Rio-
Grandense, no extremo sul. No centro, aparece a Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do 
Paraná, e mais ao sul a Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense. No litoral do Rio Grande do Sul 
predomina a Planície da Lagoa dos Patos e Mirim. 
Ao longo do litoral, os planaltos da Região Sul apresentam escarpas de altitudes mais elevadas: a 
Serra do Mar e a Serra Geral. No sudoeste do Rio Grande do Sul destaca-se a Campanha Gaúcha, com 
relevo de coxilhas (levemente ondulado) coberto por campos limpos. Essa unidade de relevo é parte 
brasileira da vasta planície platina, o Pampa, que abrange também o Uruguai e a Argentina. Nessas 
áreas, aprecem os banhados, ecossistemas úmidos ricos em espécies animais e vegetais. 
 
Grande parte dos rios da Região Sul pertence à Bacia Platina, formada pelos rios Paraná, Paraguai 
e Uruguai e afluentes. O Rio Uruguai nasce em território brasileiro, da fusão dos rios Canoas (SC) e 
Pelotas (RS), e serve de divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil e Argentina, e Uruguai 
e Argentina, desaguando no Estuário do Prata. O Rio Paraná, segunda maior bacia fluvial em área e 
potencial hidrelétrico do Brasil, oferece condições de navegabilidade. A Hidrovia Tietê-Paraná tornou-se 
um importante sistema de transporte, aproximando o Brasil dos seus parceiros do Mercosul. 
Outro problema ambiental que ocorre em áreas do sudoeste do Rio Grande do Sul é o processo de 
arenização dossolos, ou seja, o aumento dos depósitos arenosos, dificultando a fixação da vegetação. 
Em área subtropical úmida, onde o processo ocorre, a água e os ventos têm importante papel na 
mobilidade dos sedimentos. 
As enxurradas provocam erosão e os ventos dispersam a areia, formando dunas e expandindo o 
processo. 
A substituição da vegetação nativa dos pampas e pela pecuária extensiva ou agricultura comercial 
explica a degradação dos solos na região. A arenização atinge quase 4 mil hectares, em áreas dos 
1329206 E-book gerado especialmente para JULIANA LUCIA DA SILVA SANTOS
 
. 6 
municípios de Alegrete, São Francisco de Assis, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Uruguaiana, 
Quaraí, Santiago, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, São Borja, Unistalda e Cacequi. 
No oeste do estado do Paraná, na fronteira com a Argentina, o Parque Nacional do Iguaçu, criado 
em 1934 e tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade em 1986. Constitui uma grande reserva 
florestal e inclui parte da cabia hidrográfica do Rio Iguaçu, que percorre todo o estado do Paraná, e as 
Cataratas do Iguaçu. 
 
Região Centro-Oeste 
 
O meio natural e os impactos ambientais: 
A Região Centro-oeste é formada pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e pelo 
Distrito Federal, ocupando cerca de 18% do território e abrigando pouco mais que 7% da população do 
país. 
O clima tropical é predominante na Região Centro-oeste, caracterizado por estação bem seca no 
inverno e outra chuvosa no verão. O norte da região está’ sob influência do clima equatorial úmido e da 
massa equatorial continental. 
No extremo sul da região as frentes frias da massa polar atlântica causam instabilidades no inverno e 
queda da temperatura, ocasionando as friagens, quando a temperatura pode cair bastante. No verão, as 
temperaturas são mais elevadas, com máximas oscilando entre 30ºC e 40ºC. 
O Cerrado predomina na Região Centro-Oeste. Em seu limite oeste, localiza-se o Pantanal, enquanto 
o limite norte caracteriza-se pela presença da Floresta Amazônica; ao sul ocorrem remanescentes da 
Mata Atlântica. 
O Cerrado apresenta grande biodiversidade. Na vegetação, encontram-se formações florestais (mata 
ciliar, mata seca e cerradão), formações savânicas (cerrado no sentido restrito, arque de cerrado, 
palmeiral e vereda) e campestres (campo sujo, campo limpo e campo rupestre). 
Variações do tipo de solo e nas formas de relevo explicam essas diferenças: a mata galeria, por 
exemplo, formada por espécies arbóreas, ocorre nas margens de rios, em vales úmidos. 
Nas últimas décadas, a expansão rápida e intensiva da agropecuária tem provocado a destruição de 
matas ciliares e de reservas permanentes do Cerrado. Na região das nascentes do Rio Araguaia, por 
exemplo, a erosão provoca voçorocas (erosões profundas que atingem o lençol freático). O 
assoreamento dos rios e a poluição dos aquíferos também são problemas comuns no Cerrado. 
Iniciativas importantes do Governo Federal, como o Programa Nacional de Conservação e Uso 
Sustentável do Bioma Cerrado e o Programa Cerrado Sustentável buscam promover a conservação, 
a recuperação e o manejo sustentável desse bioma, além de incentivar a valorização e o reconhecimento 
das populações tradicionais. Entretanto, isso não tem sido suficientes para conter a devastação. 
Quatro bacias hidrográficas drenam a Região Centro-oeste: Amazônica (Rio Xingu e afluentes do 
Amazonas), do Paraguai, do Tocantins-Araguaia e Platina (rios Paraná e Uruguai). 
O relevo do Centro-Oeste é predominantemente planáltico. 
Nele, destacam-se os Planaltos e Serras de Goiás-Minas, os Planaltos e Chapadas dos Parecis, os 
Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e as Serras Residuais do Alto Paraguai. Entre os Planaltos, 
estão encaixadas depressões como a Marginal sul-amazônica, e do Alto Paraguai-Guaporé e a do 
Araguaia. 
 
O Pantanal: 
A planície do Pantanal Mato-Grossense e a do Rio Guaporé localizam-se a oeste da região. O 
Pantanal é uma planícies sujeita a inundações sazonais, em decorrência da pequena declividade de seu 
relevo e do padrão de drenagem da bacia do Rio Paraguai. A vegetação é mista (cerrados, florestas, 
campos, charcos inundáveis e ambientes aquáticos), e mais de mil espécies animais, incluindo cerca de 
650 tipos de aves aquáticas, vivem na região. 
No Pantanal, a expansão da agropecuária e as queimadas acarretaram a supressão de parte da 
vegetação e a contaminação dos corpos d’água por agrotóxicos. Além disso, o pantanal recebe os rejeitos 
da atividade mineradora de exploração de diamantes e de ouro, especialmente o mercúrio, altamente 
poluente. Diversos programas e políticas ambientais têm sido desenvolvidos pelo governo federal para 
proteger o bioma, prevendo o manejo correto de bacias hidrográficas, saneamento e apoio ao produtor. 
A Floresta Amazônica se estende pela metade norte do estado do Mato Grosso, e se encontra bastante 
ameaçada por desmatamentos e queimadas. A expansão da fronteira agropecuária nessa área, para 
plantio ou criação de gado, atinge áreas de conservação ambiental e provoca erosão e assoreamento 
nos rios. 
 
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. 7 
Ocupação territorial e dinâmicas econômicas: 
Originalmente, os territórios que hoje compõem a Região Centro-Oeste eram habitados por diversos 
agrupamentos indígenas, especialmente os bororo. Nos termos do Tratado de Tordesilhas, assinado 
em 1494, essas terras pertenceriam à América espanhola. Entretanto, a partir do século XVI, sucessivas 
ondas de bandeirantes paulistas se dirigiram para a região com a finalidade de aprisionar e escravizar 
indígenas, desbravando o interior do Brasil. 
No final do século XVII, estimulados pela descoberta de ouro em Minas Gerais, os bandeirantes 
passaram a se aventurar em terras cada vez mais distantes. Subindo o Rio Cuiabá e alcançando o 
território bororo, os bandeirantes encontraram ouro e iniciaram a conquista do território que atualmente 
corresponde ao Mato Grosso. Enquanto isso, expedições pelo sertão descobriam minas de ouro no 
território que hoje compreende o estado de Goiás, onde foi fundada a Vila Boa, embrião da atual cidade 
de Goiás. 
Em 1726, Rodrigo César de Meneses, capitão-geral de São Paulo, chegou às minas chamadas de 
Cuiabá, fundando, no ano seguinte, a Vila Real do Bom Jesus, que já contava com dois portos fluviais. 
Deles, partiam as expedições que visavam ao apresamento de indígenas no Pantanal. 
A cidade de Goiás, conhecida como Goiás Velho, foi fundada em 1726 pelo filho do bandeirante 
Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera. Em 2001 foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio 
Cultural da Humanidade. 
Em 1748, preocupada com a posse dessas terras, a Coroa portuguesa criou a capitania de Mato 
Grosso, com sede em Vila Bela da Santíssima Trindade, fundada pelo mineradores às margens do Rio 
Guaporé. Posteriormente, a sede da capitania foi transferida para a Vila de Cuiabá. A Capitania de Goiás, 
com sede em Vila Bela, também foi criada em 1748. 
Em 1750, a assinatura do Tratado de Madri entre Portugal e Espanha legalizou a posse efetiva da 
região pelos portugueses. Porém, com a anulação desse tratado, ocorrida em 1761, a Coroa portuguesa 
passou a implantar uma rede de fortificações para garantir a posse da margem direta do Rio Guaporé: o 
Forte de Conceição foi erguido em 1762 e o Forte de Príncipe da Beira, em 1776. O Tratado de Santo 
Idelfonso, firmado pelas coroas ibéricas em 1777, finalmente ratificou a soberania portuguesa sobre o 
território das duas capitanias ocidentais. 
A partir de então, o povoamento luso-brasileiro passou a avançar na direção do Rio Tocantins, 
dizimando os índios caiapó de Goiás, os xavante do Araguaia e, mais tarde, os canoeiro do Tocantins. 
Do século XIX em diante, com o declínio da mineração, as províncias de Mato Grosso e de Goiás 
conheceram um longo período de decadência econômica e de isolamento. Apenas as atividades agrícolas 
de subsistência, como a extraçãoda borracha, a criação de gado e a exploração de erva-mate, 
sobreviveram na região. 
 
A ocupação moderna do Centro-Oeste: 
Ao longo do século XX, porém, o isolamento da região foi sendo vencido gradativamente com a 
transformação dos estados do Centro-Oeste em área de atração populacional. 
A inauguração de Goiânia, em 1936, a Marcha para o Oeste, iniciada por Getúlio Vargas na década 
de 1940, a construção de Brasília, assim como as políticas de integração nacional consolidadas pela 
ditadura militar na década de 1970, incentivaram a migração para o Centro-Oeste, contribuindo para 
acelerar o povoamento da região. 
No início do século XX, a abertura da Estrada de Ferro Noroeste Brasil (Bauru-Corumbá) ajudou a 
intensificar os fluxos entre o Sudeste e o Centro-Oeste. A ferrovia abriu a fronteira para a pecuária do 
Mato Grosso, permitindo o transporte do gado vivo até os frigoríficos de São Paulo e do Rio de Janeiro. 
A partir da década de 1960, rodovias como a Belém-Brasília, a Cuiabá-Porto Velho e a Brasília-Acre 
transformaram-se em plataforma para a conquista da Amazônia. 
Em 1977 o estado de Mato Grosso foi desmembrado, e dois anos depois oficializou-se a criação do 
estado de Mato Grosso do Sul. 
Goiás, por sua vez, foi desmembrado em 1998, quando se criou o estado de Tocantins, que atualmente 
pertence à Região Norte. Em ambos os casos, as justificativas utilizadas para o desmembramento foram 
a grande extensão desses estados, as dificuldades de planejamento e de administração. 
 
Cenário econômico recente: 
Na década de 1970, teve início um período de intenso desenvolvimento econômico nos estados do 
Centro-Oeste, motivado principalmente pela modernização da agricultura. A mecanização, a 
introdução de novas culturas e o desenvolvimento de tecnologias e técnicas como a adubação e correção 
dos solos de cerrados impulsionaram a produtividade da agricultura regional, que se tornou altamente 
competitiva nos mercados internacionais. 
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. 8 
No entanto, essa modernização tem sido responsável por diferentes impactos ambientais, em especial 
o desmatamento. 
Desde a década de 1980, o incremento da produção agropecuária e os incentivos fiscais atraem 
para o Centro-Oeste indústrias ligadas à transformação de matérias-primas de origem animal ou vegetal. 
É o caso dos frigoríficos, das empresas de avicultura, do setor sucroalcooleiro e das indústrias que 
processam os grãos de soja. Instaladas próximos aos polos produtores, essas indústrias lucraram com a 
redução de despesas com fretes. 
Sendo assim, o panorama industrial da região é pouco diversificado. 
A exceção fica por conta de alguns polos produtivos instalados no eixo Brasília-Goiânia, em especial 
em Anápolis, que concentra empresas do setor farmoquímico e farmacêutico. 
Nas últimas décadas, o Mato Grosso do Sul foi o estado da região que apresentou maior crescimento 
econômico. A agricultura, praticada principalmente na porção leste do estado, beneficiou-se da 
proximidade com os grandes mercados consumidores do Sul e do Sudeste. Dados do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística indicam que somente no estado de Mato Grosso, o crescimento da área 
plantada de soja foi de 28,7% entre os anos de 2008 e 2011. 
A expansão dos canaviais para o Centro-Oeste também é fato recente. Os maiores índices de 
crescimento da produção de cana-de-açúcar são encontrados em Goiás e Mato Grosso do Sul. 
Além do aumento da área cultivada, destaca-se a instalação de usinas na região, o que fortalece a 
cadeia agroindustrial sucroalcooleira. 
A indústria do turismo também tem apresentado rápido crescimento na Região Centro-Oeste. O 
pantanal é a área mais visitada, embora os parques nacionais da Chapada dos Guimarães, em Mato 
Grosso, da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e das Esmas, no sudeste goiano, também contribuam 
para o aumento do número de turistas, atraídos pelas chapadas, cânions, quedas-d’água, cavernas e 
diversos sítios arqueológicos. 
No Rio Araguaia, na época da estiagem (junho a setembro), o nível das águas cai formando praias, 
tornando a região uma atração turística. 
Cidades históricas como Pirenópolis e Goiás, antiga capital goiana, atraem visitantes pelos sobrados 
coloniais preservados e pelas igrejas de arquitetura barroca. 
Em direção ao sul do estado, a cidade de Caldas Novas recebe em média um milhão de turistas por 
ano, em busca de suas fontes de água quente. 
Brasília apresenta arquitetura moderna e é considerada Patrimônio da Humanidade. 
 
Os centros urbanos: 
A rede urbana do Centro-Oeste desenvolveu-se de maneira linear, seguindo as rodovias de integração 
e as ferrovias que ligam à Região Sudeste. 
Brasília, metrópole nacional, Goiânia, metrópole, assim como Campo Grande e Cuiabá, capitais 
regionais, situam-se sobre os grandes eixos viários. As cidades que exibem forte crescimento – como 
Dourados (MS), Rondonópolis (MT) e Anápolis (GO) – estão também situadas nesses eixos. 
 
A cidade-capital: 
Brasília representa um caso especial, entre as grandes cidades brasileiras. Não simplesmente por ser 
uma cidade planejada: Belo Horizonte, fundada em 1897, e Goiânia, fundada em 1933, constituem outros 
exemplos de cidades planejadas no Brasil. A singularidade de Brasília reside na finalidade específica que 
orientou seu planejamento urbano – a criação de uma cidade-capital, condição que determinou a 
expansão demográfica e econômica da região. 
O Plano Piloto constitui o cerne da nova capital. É ele que está submetido ao plano urbanístico, com 
seu rígido sistema de aprovação de plantas destinado a conservar as características originais da cidade. 
Ideologicamente, esse plano, de autoria de Lúcio Costa, vinculava-se à tradição de pensamento 
urbanístico do francês Le Corbusier e da escola arquitetônica da Carta de Atenas, cujos princípios 
remontam ao IV Congresso de Arquitetura Moderna, realizado em 1933. A cidade deveria ser, a um só 
tempo, funcional e harmônica: uma engrenagem de residências, consumo e trabalho. Para isso, os 
planejadores deveriam dispor da capacidade de organizar o espaço de forma absoluta, excluindo as 
incertezas e os conflitos inerentes ao desenvolvimento espontâneo das aglomerações urbanas. A ordem 
seria um produto da autoridade e do saber urbanístico. 
A base espacial do plano urbanístico reside na segregação funcional. No interior do Plano Piloto, 
definiram-se as áreas reservadas às diferentes funções urbanas – administração pública, residências, 
comércio local e central, etc. 
Um eixo viário retilíneo, chamado Eixo Monumental, foi implantado e reservado aos palácios e edifícios 
destinados aos órgãos de poder político, à administração e às embaixadas. Esse eixo é cortado por um 
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. 9 
outro, arqueado, chamado Eixo Rodoviário, destinado à circulação expressa. Com 13 quilômetros de 
extensão e cinco pistas sem cruzamentos, ele separa a circulação municipal da circulação local. Juntos, 
os dois eixos têm o formato de asas de avião. 
Ao longo do Eixo Rodoviário alinham-se as superquadras, destinadas à moradia. Nessas áreas 
encontram-se escolas, igrejas e espaços de comércio local. Esses serviços localizam-se no interior dos 
conjuntos de superquadras, direcionado a circulação de pessoas para dentro e não para as ruas. O 
comércio de grande porte foi alocado em uma zona separada, no cruzamento entre os dois grandes eixos 
da cidade. Todo o sistema de zoneamento e circulação da cidade prioriza o automóvel, a circulação 
expressa. 
Concebida por Oscar Niemeyer, a arquitetura da capital é coerente com o plano urbanístico, visando 
reforçar simbolicamente a função de sede dos órgãos de poder político, que constitui a razão de ser de 
Brasília. 
 
A cidade polinucleada: 
O plano urbanístico não eliminou a clássica estruturação espacial das grandes cidades brasileiras: o 
contraste entre as áreas centrais reservadaàs classes médias e às elites, de um lado, e as periferias 
populares, de outro. No entanto, operou uma transformação radical nesse esquema, abrindo um espaço 
vazio entre a área central (o Plano Piloto) e a periferia (as cidades-satélite). O elevado preço dos 
terrenos no Plano Piloto empurrou os mais pobres para os núcleos urbanos satélites, que cresceram 
como verdadeiras cidades-dormitório. 
Embora não estivessem formalmente previstas no plano, as cidades-satélite desenvolveram-se para, 
de certa forma, protege-lo, evitando a concentração da pobreza. Dessa maneira, a capital cresceu como 
cidade polinucleada: uma única aglomeração urbana dispersa territorialmente em diversos núcleos 
separados. Esses núcleos são chamados de regiões administrativas, já que a Constituição impede a 
formação de municípios autônomos no Distrito Federal. 
A maioria da população ativa que reside nas cidades-satélite trabalha no Plano Piloto e consome horas 
diárias em deslocamentos entre o local de moradia e o local de emprego. 
A concentração de recursos financeiros no Plano Piloto – que abriga uma elite de políticos, burocratas 
da administração pública e diplomatas estrangeiros – dinamiza a economia do Distrito Federal, atraindo 
migrantes para as cidades-satélite. Assim, o crescimento demográfico dos núcleos urbanos ao redor é 
muito superior ao da área central: em 1960, o Plano Piloto concentrava cerca de metade da população 
do Distrito Federal; atualmente essa proporção é inferior a 15%. 
 
Referências Bibliográficas: 
TERRA, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil – Lygia Terra; Regina Araújo; Raul 
Borges Guimarães. 2ª edição. São Paulo: Moderna. 
 
Divisão Político-Administrativa 
 
 
Divisão político-administrativa atual do Brasil 
 
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O Brasil é um país autônomo e independente politicamente. 
Possui um território dividido em estados, que nesse caso são vinte seis, além do distrito federal, 
que representa uma unidade da federação que foi instituída com intuito de abrigar a capital do Brasil e 
também a sede do Governo Federal. 
Foram vários os motivos que levaram o Brasil a realizar uma divisão interna do território, dentre eles 
os fundamentais foram os fatores históricos e político-administrativos. 
Esse processo teve início ainda no período colonial, momento esse que o Brasil estava dividido em 
capitanias hereditárias. Dessa forma estados como Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte são 
derivados de antigas capitanias estabelecidas no passado momento no qual vigorava esse tipo de divisão. 
Um dos motivos que favorece a divisão interna do país é quanto ao controle administrativo do território, 
no qual subdivide as responsabilidades de fiscalizar em partes menores, uma vez que grandes extensões 
territoriais sem ocupação e ausência de estado podem provocar uma série de problemas, inclusive de 
perda de territórios para países vizinhos. 
No fim do século XIX praticamente todos os estados já estavam com suas respectivas configurações 
atuais, porém alguns estados surgiram posteriormente, como o Mato Grosso do Sul (1977) e o Tocantins 
(1988), provocando uma remodelagem na configuração cartográfica e administrativa interna do país. 
 
Estados significam unidades da federação brasileira. 
 
O Brasil possui leis próprias, pois está organizado politicamente e detém total autonomia. 
As leis são criadas em nível federal e são soberanas, no entanto, estados e municípios possuem leis 
próprias, mas que são subordinadas às leis nacionais, no caso, a Constituição Federal. 
 
Além da divisão em federações existem uma dentro dos estados, a regionalização em município, 
que possui leis particulares que são submissas às leis federais, essa regionalização ainda pode ser 
dividida em distritos.1 
 
Distrito Federal - é a unidade onde tem sede o Governo Federal, com seus poderes: Judiciário, 
Legislativo e Executivo; 
Estados - em número de 26, constituem as unidades de maior hierarquia dentro da organização 
político-administrativa do País. A localidade que abriga a sede do governo denomina-se Capital; 
Municípios - os municípios constituem as unidades de menor hierarquia dentro da organização 
político-administrativa do Brasil. A localidade onde está sediada a Prefeitura Municipal tem a categoria 
de cidade; 
Distritos - são unidades administrativas dos municípios. A localidade onde está sediada a 
autoridade distrital, excluídos os distritos das sedes municipais, tem a categoria de Vila. 
Divisão Regional - O IBGE elabora divisões regionais do território brasileiro, com a finalidade 
básica de viabilizar a agregação e a divulgação de dados estatísticos. 
Em consequência das transformações havidas no espaço brasileiro, no decorrer das décadas de 
50 e 60, uma nova divisão em macrorregiões foi elaborada em 1970, definindo as Regiões: Norte, 
Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, que permanecem em vigor até o momento.2 
 
Organização federativa 
 
A organização da República Federativa do Brasil está presente na Constituição Federal de 1988. 
Todo Estado precisa de uma correta organização para que sejam cumpridos os seus objetivos dentro 
da administração pública. A divisão político-administrativa foi uma das formas encontradas para facilitar 
a organização do Estado Brasileiro. 
 
A divisão político-administrativa brasileira é apresentada na Constituição Federal, no artigo 18. 
Como vimos, ela surgiu no período colonial, quando o Brasil dividia-se em capitanias hereditárias e 
posteriormente foram surgindo outras configurações que proporcionaram maior controle administrativo do 
país. 
 
O Brasil é formado por 26 Estados, a União, o Distrito Federal (cuja capital é Brasília) e os 
Municípios, sendo ele uma República Federativa. 
 
1 FREITAS, Eduardo de. Geografia humana do Brasil. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/divisao-
politicoadministrativa-brasil.htm. 
2 Disponível em: http://teen.ibge.gov.br/mao-na-roda/divisao-politico-administrativa-e-regional.html. 
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Cada ente federativo possui sua autonomia financeira, política e administrativa, em que cada Estado 
deve respeitar a Constituição Federal e seus princípios constitucionais, além de ter sua Constituição 
própria; e também, cada município (através de sua lei orgânica), poderá ter sua própria legislação. 
 
Essa organização é formada pelos três poderes: Poder Executivo, Poder Judiciário, Poder 
Legislativo, adotando a teoria da tripartição dos poderes. 
A administração pública federal é feita em três níveis, cada qual com sua função geral e específica: 
 
Nível Federal – a União realiza a administração pública, ela é um representante do governo federal, 
composta por um conjunto de pessoas jurídicas de direito público. 
Nível Estadual – os Estados e o Distrito Federal realizam a administração pública. 
Nível Municipal – os Poderes Legislativo e Executivo realizam a administração pública nos municípios. 
 
Lembre-se: 
República – forma de governo em que o chefe de estado é eleito como representante, passando 
por eleições periódicas. 
Federação – é quando há apenas a soberania de um Estado Federal, apesar da união dos 
diferentes Estados federados. 
 
Estrutura dos poderes no Brasil 
Poderes/Nível Federal Estadual Municipal 
Legislativo Congresso Nacional 
(Câmara dos 
Deputados e Senado) 
Assembleia Legislativa Câmara Municipal 
Executivo Presidente da 
República e Vice e 
Ministros 
Governador e Vice e 
Secretários 
Prefeito, Vice e 
Secretariado 
Judiciário Supremo Tribunal 
Federal; 
Superior Tribunal de 
Justiça; 
Tribunais e Juízes 
Federais 
Tribunais e Juízes ______________ 
 
Além dessas divisões dentro dos órgãos existem outras subdivisões (como conselho, coordenação, 
diretoria, etc.) chamado de Organização ou Estrutura do Poder. 
 
Divisão dosPoderes no Brasil: 
A separação dos poderes no Brasil passou a existir com a Constituição outorgada de 1824 que 
prevaleceu até o fim da Monarquia, mas além dos três poderes, na época, havia também o quarto poder, 
chamado de Moderador, que era exercido pelo Imperador, mas foi excluído da Constituição da República, 
em 1891. 
No art. 2º da Constituição Federal de 1988 vemos os Poderes da União que são: Legislativo, 
Judiciário e Executivo. 
Além disso, existe o Ministério Público (MP), um órgão do Executivo. Apesar dessa relação, ele tem 
total independência dos outros poderes em algumas situações. Seu objetivo principal é garantir que a lei 
seja cumprida e agir na defesa da ordem jurídica. 
 
Poder Legislativo no Brasil: 
O Poder Legislativo é realizado pelo Congresso Nacional. Esse poder é responsável por criar as leis e 
é formado pela Câmara dos Deputados (representantes do povo), Senado Federal (representantes dos 
Estados e Distrito Federal), e Tribunal de Contas da União (órgão regulador e fiscalizador das ações 
externas, prestando auxílio para o Congresso Nacional). 
O Congresso Nacional elabora as leis e realiza a fiscalização financeira, contábil, operacional, 
patrimonial e orçamentária da União e entidades ligadas à Administração direta e indireta. 
O Poder Legislativo é organizado em duas casas (bicameralismo), tradição desde o período da 
Monarquia (1822-1889). No caso, as Casas são: Câmara Baixa (Câmara dos Deputados) e Câmara Alta 
(Senado). O objetivo é que uma Casa realize o trâmite e discussões das matérias e a outra Casa melhore 
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e revise os trabalhos e vice-versa. Assim, as duas casas poderão contribuir para a elaboração das normas 
jurídicas. 
A Câmara dos Deputados tem como função, além de representar o povo, discutir sobre os assuntos 
nacionais e legislar sobre eles, fazendo a fiscalização dos recursos públicos. 
Poder Executivo no Brasil: 
Com a preferência do sistema presidencialista, proposto na Constituição de 1988, esse poder é 
exercido pelo Presidente da República com a ajuda dos ministros de Estado. 
O Presidente da República age liderando, sancionando, promulgando, dando ordens para publicação 
das leis, criando cargos, funções ou empregos públicos na administração pública, aumentando salários, 
vetando projetos de leis e coordenando a administração federal. 
É crime presidencial, art. 85, atos do Presidente da República que impedem o exercício do Poder 
Legislativo, Judiciário, Ministério Público e as constituições das demais unidades da federação. 
 
Poder Judiciário no Brasil: 
O judiciário tem o poder de julgar e garantir o cumprimento das leis, promovendo a paz social. Ele tem 
uma estrutura singular e existe uma hierarquia dos seus órgãos, nomeados de 'instâncias'. 
A primeira instância é representada pelo órgão que irá realizar o julgamento da ação inicialmente. Se 
caso, as partes envolvidas no processo recorrerem aos resultados da ação anterior, o processo será 
submetido à uma instância superior, mas há casos em que a ação já poderá ser submetida à essa 
instância. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
TAMDJIAN, James Onning. Geografia geral e do Brasil: estudos para a compreensão do espaço. 
James & Mendes. São Paulo: FTD. 
 
Questões 
 
01. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE/Adaptada) Julgue (C ou E) o próximo item, relativo 
à formação histórica do território brasileiro. 
A formação histórica do território brasileiro iniciou-se com a assinatura do Tratado de Madri, que 
determinou, por meio da criação de uma linha imaginária, o primeiro limite territorial da colônia portuguesa 
nas Américas. 
(....) Certo (....) Errado 
 
02. (TJ/SC – Analista Administrativo – TJ/SC/Adaptada) Sobre o território brasileiro, sua localização 
geográfica e sua organização política-territorial, todas as alternativas estão corretas, EXCETO: 
(A) O Brasil é uma república federativa formada por 27 unidades sendo, 26 estados e um Distrito 
Federal. 
(B) A divisão política do território brasileiro tem mudado no decorrer do tempo, assim até a Constituição 
de 1988 existia no Brasil a denominação de Território Federal. 
(C) Os Territórios Federais eram divisões internas do país administradas diretamente pelo governo 
federal. 
(D) Na divisão política-administrativa do Brasil, em 1988 é extinto o Território Federal de Fernando de 
Noronha, que passa a fazer parte do Estado de Pernambuco. 
(E) O Brasil ocupa a porção centro-ocidental da América do Sul, portanto, apresenta fronteiras com 
quase todos os países sul-americanos exceto, o Chile e Equador. 
 
03. (DPE/SP – Oficial de Defensoria Pública – FCC/Adaptada) O Estado Brasileiro organiza-se, 
política e administrativamente, sob a forma de 
(A) confederação democrática. 
(B) república parlamentarista. 
(C) república federativa. 
(D) federação parlamentarista. 
(E) confederação parlamentarista. 
 
04. (IF/PI – Assistente em Administração – FUNRIO/2014) A organização político-administrativa da 
República Federativa do Brasil compreende 
(A) a União e os Estados, somente. 
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(B) a União, os Estados e o Distrito Federal, somente. 
(C) a União e o Distrito Federal, somente. 
(D) os Estado, o Distrito Federal e os Municípios, somente. 
(E) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
05. (Prefeitura de Santana do Jacaré/MG – Psicólogo – Reis & Reis/2015) O Brasil segue, 
atualmente, a divisão regional estabelecida em 1970, em quantas regiões se divide o território brasileiro? 
(A) 06 regiões; 
(B) 05 regiões; 
(C) 04 regiões; 
(D) 01 região. 
 
06. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPE/GO/2015) A região Centro-Oeste é uma das cinco regiões 
do Brasil definidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Sobre ela, é correto afirmar: 
(A) É a primeira região do país em superfície territorial. 
(B) É formada pelos Estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso. 
(C) É formada somente pelos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 
(D) É formada pelos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e pelo Distrito Federal. 
(E) É formada pelos Estados de Goiás, Tocantins, Minas Gerais e pelo Distrito Federal. 
 
07. (CODAR – Motorista – EXATUS/PR/2016) O Brasil é dividido em 5 Regiões Geográficas, estas 
abrigam 26 Estados e 1 Distrito Federal. Dadas estas informações, assinale a alternativa que apresenta 
as Regiões Geográficas Brasileiras que são formadas por apenas 3 Estados? 
(A) Apenas, Centro-Oeste. 
(B) Centro-Oeste e Sul. 
(C) Sul, apenas. 
(D) Nenhuma alternativa responde corretamente ao enunciado da questão. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: Errado. 
A colonização foi um dos processos que definiram a formação populacional brasileira. 
A partir do século XV, os europeus – especialmente os portugueses, seguidos dos espanhóis – 
iniciaram a expansão marítima que os levou à conquista de terras até então desconhecidas – na África, 
na Ásia e na América. 
 
02. Resposta: E. 
O Brasil é considerado um país continental, se encaixa entre os cinco maiores países do mundo. Ocupa 
a porção centro-oriental do continente, fazendo fronteira com quase todos os países sul-americanos 
(exceção do Chile e do Equador). 
 
03. Resposta: C. 
Artigo 18, CF/88: A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
 
04. Resposta: E. 
Artigo 18, CF/88: A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
 
05. Resposta: B. 
O Brasil é um país com enorme extensão territorial, sendo seu território dividido em Regiões. 
Muitas divisões regionais do território brasileiro já foram estabelecidas ao longo da história,atualmente 
está em vigor a divisão estabelecida no ano de 1970, que é composta por cinco Regiões: Centro-Oeste, 
Nordeste, Norte, Sul e Sudeste. 
 
06. Resposta: D. 
A Região Centro-oeste é formada pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e pelo 
Distrito Federal. 
 
 
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07. Resposta: B. 
A Região Centro-oeste é formada pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e pelo 
Distrito Federal. 
A Região Sul é formada pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 
 
 
 
O relevo brasileiro e suas classificações 
 
A classificação do relevo de Aroldo de Azevedo: 
Uma das mais antigas divisões do relevo foi feita na década de 1940 pelo professor Aroldo de Azevedo 
e serviu de base para todas as outras divisões feitas posteriormente. Ao elaborar sua divisão, ele levou 
em conta principalmente as diferenças de altitude. 
Desse modo, as planícies foram classificadas como as partes do relevo relativamente planas com 
altitudes inferiores a 200 metros. Por sua vez, os planaltos foram considerados as formas de relevo 
levemente onduladas, cujas altitudes superam 200 metros. 
Essa classificação divide todo o território brasileiro em planaltos, cuja área total ocupa 59% de toda a 
superfície do país, e planícies, que ocupam os 41% restantes. 
 
A classificação do relevo de Aziz Ab’Saber: 
No final da década seguinte, de 1950, o professor Aziz Nacib Ab’Saber aperfeiçoou a divisão do 
professor Aroldo de Azevedo, introduzindo critérios geomorfológicos, especialmente as noções de 
sedimentação e de erosão. As áreas nas quais o processo de erosão é mais intenso do que o de 
sedimentação foram chamadas de planaltos. As áreas em que o processo de sedimentação supera o de 
erosão foram denominadas planícies. 
Nota-se, assim, que essa classificação não leva em conta as cotas altimétricas do relevo, mas os 
aspectos de sua modelagem, ou seja, a geomorfologia. 
 
Compare as duas classificações: 
 
Aroldo de Azevedo Aziz Ab’Saber 
Planaltos: 
1. das Guianas; 
2. Brasileiro, subdividido em: 
-Atlântico; 
-Central; 
-Meridional. 
Planaltos: 
1. das Guianas, englobando a região serrana e o 
planalto Norte – Amazônico; 
2. Brasileiro, subdividido em: 
-Central; 
-Meridional; 
-Nordestino; 
-Serras e planaltos do este e Sudeste; 
-do Maranhão –Piauí; 
3. Uruguaio-rio-grandense 
Planícies: 
1. Amazônica; 
2. do Pantanal; 
3. Costeira. 
Planícies: 
1. Planícies e terras baixas amazônicas; 
2. Planícies e terras baixas costeiras; 
3. Planície do Pantanal. 
 
A classificação do relevo de Jurandyr Ross: 
Em 1989 o professor Jurandyr Ross elaborou uma outra classificação do relevo, dessa vez usando 
como critério três importantes fatores geomorfológicos: 
* a morfoestrutura – origem geológica; 
* o paleoclima – ação de antigos agentes climáticos; 
* o morfoclima – influência dos atuais agentes climáticos. 
Trata-se de uma divisão inovadora, que conjuga o passado geológico e o passado climático com os 
atuais agentes escultores do relevo. 
Com base nesses critérios, o professor Ross identifica três tipos de relevo: 
2. Relevo, clima, vegetação: hidrografia e fusos horários 
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* planaltos – porções residuais salientes do relevo, que oferecem mais resistência ao processo 
erosivo; 
* planícies – superfícies essencialmente planas, nas quais o processo de sedimentação supera o de 
erosão; 
* depressões – áreas rebaixadas por erosão que circundam as bordas das bacias sedimentares, 
interpondo-se entre estas e os maciços cristalinos. 
 
Clima: 
 
Situação geográfica: 
A maior parte do território brasileiro (92%) localiza-se na zona intertropical, sendo cortado, ao sul (SP, 
MS, PR), pelo Trópico de Capricórnio. Nesta zona climática estão as maiores médias térmicas do planeta. 
No entanto, deve-se lembrar que o Brasil também é atravessado pelo Equador (AP, AM, RR, PA), 
apresentando 93% de sua superfície no Hemisfério Sul, que se caracteriza por um relativo equilíbrio entre 
massas continentais e massas oceânicas, justificando temperaturas mais amenas e maior umidade. 
 
Classificação climática: 
Segundo Lísia Bernardes, existem no Brasil cinco tipos climáticos principais: 
 
Equatorial: 
Abrange a maior parte da Amazônia Brasileira. Apresenta temperaturas elevadas o ano todo, pequena 
amplitude térmica anual, chuvas abundantes e bem distribuídas durante o ano todo (2.000 – 3.000 
mm/ano); 
 
Tropical: 
Tipo climático predominante no Brasil (Centro-Oeste, Meio-Norte, maior parte da Bahia e Agreste). 
Apresenta temperaturas elevadas (verão 25ºC, inverno 21ºC), com duas estações bem definidas: verão 
chuvoso e inverno seco; 
 
Tropical de altitude: 
Abrange o domínio de mares de morros no Sudeste (maior parte de Minas Gerais e trechos do Espírito 
Santo, Rio de Janeiro e São Paulo). É um clima mesotérmico, com temperaturas amenas (verão 25ºC, 
inverno 18ºC) e com chuvas concentradas no verão; 
 
Semiárido: 
Característico do Sertão Nordestino, abrangendo o Vale Médio do São Francisco e norte de Minas 
Gerais, apresenta temperaturas elevadas (superiores a 25ºC), chuvas escassas e irregulares. 
Caracterizado pelas estiagens bem pronunciadas; 
 
Subtropical: 
Predominante na porção meridional do Brasil (parte de São Paulo, Paraná, além de Santa Catarina e 
Rio Grande do Sul). Mesotérmico, com temperaturas amenas, apresenta grande amplitude térmica (verão 
25ºC, inverno 15ºC) e chuvas distribuídas regularmente durante o ano todo, sem estação seca, com 
índices pluviométricos entre 1.700/1.900 mm/ano. 
 
Paisagens Vegetais: 
 
A distribuição dos vegetais na superfície terrestre está intimamente relacionada com as caraterísticas 
climáticas de cada lugar, havendo até quem afirme que a vegetação é o reflexo do clima. 
Assim, para analisar a distribuição das principais formações vegetais brasileiras, é preciso considerar 
também os diversos domínios climáticos existentes no país. 
 
A vegetação brasileira: 
Entre outras classificações de nossa vegetação, uma das mais didáticas (proposta pela geógrafa Dora 
Amarante Romariz) é a que identifica no Brasil quatro grandes formações vegetais: florestais, complexas, 
campestres e litorâneas). 
 
 
 
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Formações Florestais: 
Segundo suas características, as formações florestais classificam-se em dois tipos: latifoliadas e 
aciculifoliadas. 
As latifoliadas caracterizam-se pela presença de árvores que têm folhas largas e que se agrupam 
densamente. Quase todas atingem grande altura e abrigam sob suas copas árvores menores, arbustos 
e herbáceas. Distribuem-se amplamente no Brasil, graças ao predomínio de climas quentes e úmidos. 
As aciculifoliadas compõem-se de espécies com folhas pontiagudas, adaptadas às baixas 
temperaturas. No Brasil, ocorrem especialmente nas áreas mais elevadas da bacia do Paraná, onde se 
verifica o clima subtropical, com verões brandos. 
Floresta latifoliada equatorial: 
Também conhecia como Floresta Amazônica ou Hileia, essa formação ocupa cerca de 40% do território 
brasileiro, estendendo-se pela quase totalidade da região Norte, pela porção setentrional de Mato Grosso 
e pela porção ocidental do Maranhão. 
Característica de clima quente e super úmido, é uma floresta extremamente heterogênea e densa, 
apresentando-se dividida em três estratos: 
* igapó – corresponde à parte da floresta que se assenta sobre o nível mais inferior da topografia, 
onde o solo está permanentemente inundado. Sua principal área de ocorrência é o baixo Amazonas; 
* várzea – ocupa parte de média altitude do relevo, onde as inundações são periódicas; 
* terra firme – localiza-se na parte mais elevada do relvo, livre das inundações, e por isso é o trecho 
mais desenvolvido e exuberante da floresta. 
 
Floresta latifoliada tropical: 
Formação exuberante, bastante parecidacom a floresta equatorial. Heterogênea, intrincada e densa, 
aparece em diferentes pontos do país onde há temperaturas elevadas e alto teor de umidade. 
No litoral, com o nome de Mata Atlântica, estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, 
porém foi intensamente devastada pela cultura canavieira desde o período colonial, sobretudo na região 
Nordeste. No litoral sudeste e sul, a presença da serra do Mar dificultou a ocupação humana e a 
exploração florestal, mas vem ocorrendo devastação, por causa das empresas madeireiras e da 
construção de estradas; além disso, a vegetação é destruída pela poluição industrial, como ocorreu em 
Cubatão, na Baixada Santista. 
No interior da região Sudeste, aparecia em quase toda a área drenada pelo rio Paraná e seus afluentes, 
sendo por isso denominada Mata da Bacia do Paraná. Com o avanço da cultura cafeeira em São Paulo 
e Minas Gerais, no final do século XIX e início do século passado, foi quase toda devastada, restando 
como vestígios, hoje, estreitas faixas de árvores que margeiam os rios da região, denominadas matas 
galerias ou ciliares. 
 
Mata dos Cocais: 
Formação de transição, concentrada no Meio-Norte ou Nordeste Ocidental (região composta pelos 
estados do Maranhão e do Piauí), ladeada por climas opostos – o equatorial super úmido a oeste e o 
semiárido a leste. 
Na área um pouco mais úmida, que abrange o Maranhão, o oeste do Piauí e o norte de Tocantins, é 
comum a ocorrência de babaçu. Na área menos úmida, que abrange o leste do Piauí e os litorais do 
Ceará e do Rio Grande do Norte, encontra-se a carnaúba. 
 
Floresta aciculifoliada subtropical: 
A floresta aciculifoliada é uma formação típica do clima subtropical, menos quente e úmido que o 
equatorial e o tropical. Suas árvores têm folhas finas e alongadas (em forma de agulha), o que evita a 
excessiva perda de umidade. Relativamente homogênea, apresenta poucas variedades, predominado a 
Araucária angustifólia ou pinheiro-do-paraná. 
Estendia-se orginalmente do sul de São Paulo ao norte do Rio Grande do Sul. Mas o fato de ser uma 
formação aberta facilitou sua exploração intensa e não racional. 
 
Formações Complexas: 
As formações complexas correspondem aos domínios do cerrado, da caatinga e do Pantanal, onde 
extratos arbóreos, arbustivos e herbáceos convivem na paisagem: 
 
O Cerrado: 
Também denominado savana-do-brasil, o cerrado é a segunda formação vegetal mais extensa do país. 
Ocupava originariamente quase 25% do nosso território, mas vem se reduzindo cada vez mais. 
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Típico de áreas de clima tropical com duas estações bem marcadas – verão chuvoso e inverno seco -
, aparece em quase todo o Brasil Central, isto é, na Região Centro-Oeste e arredores, como o sul do Pará 
e do Maranhão, o interior de Tocantins, o oeste da Bahia e de Minas Gerais e o norte de São Paulo. 
Caracteriza-se pelo domínio de pequenas árvores e arbustos bastante retorcidos, com casca grossa, 
geralmente caducifólios (cujas folhas caem, impedindo o vegetal de perder água) e com raízes profundas. 
Sua origem é uma incógnita: alguns a atribuem ao clima com alternância entre as estações úmida e 
seca durante o ano; outros, ao solo extremamente ácido e pobre; outros, ainda, à ação conjunta desses 
dois fatores. Além disso, deve-se levar em conta a ação humana: certos tipos de cerrado resultam da 
realização de queimadas sucessivas num mesmo local. Em escala mais ampla, o aproveitamento 
econômico dos domínios do cerrado vem destruindo a vegetação natural para a prática da pecuária e da 
agricultura comercial mecanizada (cultivo de soja). 
 
A Caatinga: 
A caatinga, formação típica do clima semiárido do sertão nordestino, ocupa cerca de 11% do território 
brasileiro. É composta por plantas xerófilas (como as cactáceas, com folhas em espinhos), caducifólias e 
pela carnaubeira, cujas folhas se recobrem de uma cera que evita a transpiração. 
O principal uso econômico dos domínios da caatinga é a agropecuária, que apresenta baixos 
rendimentos e afeta negativamente o equilíbrio ecológico. Seria preciso adotar técnicas de uso do solo 
mais racionais do que as empregadas hoje e expandir a construção de açudes e de canais de irrigação, 
para impedir uma provável desertificação, a médio ou longo prazo, do já muito seco sertão nordestino. 
 
O Pantanal: 
O Pantanal, uma grande depressão localizada no interior de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, 
com altitude média de 100m acima do nível do mar, tem uma porção inundável em que apenas nas 
estiagens de inverno se desenvolve vegetação – uma formação rasteira apropriada à prática da pecuária. 
Na sua porção de alagamento eventual, à vegetação rasteira misturam-se arbustos. Nas áreas altas, 
encontramos espécies típicas dos cerrados, que, em alguns pontos mais úmidos, misturam-se as 
espécies arbóreas da floresta tropical. 
A economia tradicional do Pantanal sempre foi a pecuária, praticada em harmonia com o ambiente, 
sem destruí-lo. Mais recentemente, porém, a região tornou-se objeto de novas formas de ocupação: 
envolvendo o investimento de grandes capitais, a implantação da agricultura comercial, a utilização de 
agrotóxicos e a construção de estradas, com a barragem das águas realizada por pontes, têm ocasionado 
sérios desequilíbrios ecológicos. Além desses problemas, surgiram outros, como a caça ilegal de jacarés 
e a pesca predatória, especialmente na piracema. 
 
Formações Herbáceas: 
As formações herbáceas – também denominadas campestres -, compostas de vegetação rasteira, com 
gramíneas e pequenos arbustos, são encontradas em todas as regiões brasileiras e diferenciam-se de 
acordo com as características climáticas e pedológicas (do solo) das áreas de ocorrência, que são: 
* os campos meridionais, destacando-se a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul – onde se 
encontra a área de gramíneas mais extensa e homogênea (denominada “campos limpos”) – e os Campos 
de Vacaria, em Mato Grosso do Sul. A pecuária é a atividade econômica mais comum nessas regiões; 
* os campos da Hileia, que correspondem às áreas inundáveis da Amazônia oriental, como o litoral 
do Amapá, a ilha de Marajó e o Golfão Maranhense; 
* os campos de altitude, na serra da Mantiqueira (no Sudeste) e na região serrana dos Planaltos 
Residuais Norte-Amazônicos, chamados Campos de Roraima (na Amazônia). 
 
Formações Litorâneas: 
As formações litorâneas estendem-se por toda a costa brasileira e apresentam constituições variadas, 
condicionadas ao tipo de solo e ao nível de umidade: 
* nos mangues, há vegetais adaptados à intensa salinidade e à falta de oxigenação do solo, em áreas 
alagadas periodicamente pelas águas do mar. São arbustos misturados a espécies arbóreas, quase 
sempre de tronco muito fino e raízes aéreas. É nos mangues que se pratica a extração de caranguejos 
como atividade econômica; 
* nas restingas, misturam-se espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, como a aroeira-de-praia e 
o cajueiro, favorecendo a formação de dunas; 
* nas dunas, são comuns vegetais rasteiros, com raízes profundas e grande extensão horizontal, 
formando verdadeiros cordões vegetais; 
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* nas praias, são comuns as espécies halófilas, que proliferam em lugares ricos em sal, como a salsa-
de-praia e o jundu, vegetação arbóreo-arbustiva do litoral paulista. 
 
Problemas Ambientais: 
 
Como todos os países do mundo, o Brasil também registrou uma intensa destruição do meio ambiente 
ao longo de sua história. E as causas de tal destruição estão vinculadas intimamente ao modelo de 
desenvolvimento econômico adotado desde o início da colonização. Aqui, da mesma forma que nos 
países mais desenvolvidos, a busca do lucro foi sempre prioritária, em detrimento da natureza. 
A expansão da agricultura demonstra, mais claramente do que qualquer outro processo, esse perverso 
mecanismo de destruição. Em geral, o caminho paraa implantação da imensa maioria dos cultivos é 
aberto por um desmatamento descontrolado. Assim aconteceu com o cultivo da cana-de-açúcar na Zona 
da Mata nordestina, durante o século XVI, quando foi devastada grande parte da Mata Atlântica; com o 
cultivo do café em São Paulo, no século XIX, que repetiu essa mesma destruição no Sudeste; com o 
cultivo da soja no Centro-Oeste, que em pouco mais de três décadas alterou radicalmente o ecossistema 
do cerrado. 
 
Principais Problemas Ambientais no mundo e no Brasil: 
Os problemas ambientais no mundo podem ser divididos em três níveis: 
a) alterações climáticas; 
b) formas distintas de poluição; 
c) extinção de espécies e desmatamento. 
 
A Vida Cercada de Ameaças 
 
Dentre as alterações climáticas podemos citar: 
 
* Destruição dos Habitats – é a causa principal da crescente perda de biodiversidade no mundo. 
Plantas e animais morrem em consequência da destruição do seus locais de origem; 
* Efeito Estufa – provocado pela poluição, é acusado de ser o responsável pelo aumento da 
temperatura e pelo degelamento das zonas polares, ameaçando a vida de várias espécies; 
* Desertificação – cálculos alarmantes indicam que cerca de 1/3 das terras cultiváveis do mundo 
acabará se desertificando; 
* Exploração de Madeira – as motosserras que roncam nas florestas tropicais, da Amazônia às 
ricas áreas vegetais da Malásia, devem seu vigor aos lucros obtidos com a extração ilegal de madeira; 
* Sobrepesca Marinha – a pesca de arrastão, o envenenamento por resíduos tóxicos e a pesca 
com explosivos estão entre as maiores ameaças à biodiversidade marinha; 
* Caça – sob a mira dos caçadores, milhares de jacarés foram mortos. Várias espécies de 
extinguiram ou estão ameaçadas por causa da caça; 
* Urbanização e Crescimento – também são causadores diretos da destruição dos habitats. Cerca 
de 92,7% da Mata Atlântica foi destruída em nome de urbanização; 
* Poluição – a chuva ácida, o envenenamento dos rios e do ar das cidades, entre outros efeitos, 
provocam a morte de peixes, pássaros, pequenos mamíferos e até seres humanos; 
* Expansão de Pastagens – pastagens muitas vezes escondem a razão real da sua criação; a 
ampliação de latifúndios. São perdidos 15 milhões de hectares de florestas tropicais a cada ano por 
causa delas; 
* Expansão da Fronteira Agrícola – enormes extensões de florestas tropicais são dizimadas a 
cada ano, geralmente por meio de queimadas, em nome de monoculturas. 
 
Os campeões da Biodiversidade 
 
Apenas 17 das 200 nações existentes no mundo conseguem reunir 70% da diversidade biológica 
do planeta. Países como o Brasil, Colômbia, Peru, Venezuela, Indonésia e Malásia, por possuir 
grandes porções de florestas tropicais em seus territórios, concentram a maior parte da biodiversidade 
terrestre. 
 
Formas de Poluição: 
 
Do Ar – concentrado de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis; 
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Hídrica – contaminação dos rios, lagos e represas, onde são necessários muitos esforços para 
despoluição; 
Do Solo – por meio de resíduos (lixo) sólidos não-degradáveis, ou que demoram muito tempo para 
desaparecer no ambiente, como o vidro, que leva cerca de 5 mil anos para se decompor, ou ainda pelo 
uso de componentes químicos. São as principais fontes de poluição do solo: inseticidas, solventes, 
produtos farmacêuticos, plásticos, herbicidas, incineração de lixo, componentes eletrônicos, fluidos 
hidráulicos, luzes fluorescentes, tintas, gasolinas, processamento de zinco e fertilizantes, baterias. 
 
 
Legislação Ambiental 
 
Preservação: 
Impede qualquer interferência humana em um dado ambiente para evitar dano, degradação ou 
destruição dos ecossistemas, áreas geográficas definidas ou espécies animais e vegetais. 
 
Conservação: 
Prevê o manejo sustentável, isto é, a exploração econômica de recursos de uma região, desde que 
seja baseada em pesquisas e levantamentos e feita de acordo com certas normas e treinamento 
específico, além de respeitar a legislação em vigor. 
 
Poluição Sonora – principalmente nos grandes centros urbanos, dores de cabeça, mal-estar e 
redução auditiva; 
Poluição Visual – causada pelo excesso de placas, propagandas, outdoors, que tiram a atenção 
principalmente dos motoristas, pode ser um dos motivos de acidentes de trânsito. 
 
Extinção de Espécies e Desmatamento: 
São estimados no mundo cerca de 5 milhões e 15 milhões, respectivamente, de exemplares de flora 
e de fauna incluídos os microorganismos. Desse total, de 4 a 8 milhões seriam insetos, 300 mil plantas e 
50 mil animais vertebrados, 10 mil aves, 5 mil anfíbios e 4 mil mamíferos. 
O desmatamento, a caça e a pesca predatórias colocam em risco essas espécies. 
O crescimento econômico e demográfico ampliam a demanda de espécies e pressionam a extinção. 
 
São exemplos de Fauna Ameaçadas de Extermínio no Brasil: 
* Aves: 
Arara-azul, arara-azul-de-lear, ararajuba, ararinha-azul, gavião-real, guará, papagaio-charão, 
papagaio-de-cara-roxa, pica-pau-de-cara-amarela, pica-pau-de-coleira, pintor-verdadeiro. 
 
* Mamíferos: 
Ariranha, jaguatirica, lobo-guará, mico-leão-dourado, muriqui, onça-pintada, tamanduá-bandeira, tatu-
canastra, uacari-vermelho, veado-campeiro. 
 
* Répteis: 
Lagartixa-de-areia, tartaruga-de-couro, tartaruga-de-pente, tartaruga-verde. 
 
Importância das florestas 
Constituem ecossistemas ricos em biodiversidade e sua destruição representa um grande risco 
ambiental; pois, além de comprometer as espécies, a absorção de carbono é outra função muito 
importante, que atua como filtros que limpam o ar dos gases causadores do efeito estufa. 
 
As atividades agrárias, a construção de estradas e usinas hidrelétricas são as grandes 
responsáveis pelos desmatamentos e queimadas. 
 
A devastação das florestas 
O processo de degradação ambiental no Brasil já ocorria no período colonial. Os portugueses iniciaram 
a devastação das florestas brasileiras com a exploração do pau-brasil, que inseriu o país em uma série 
de ciclos econômicos voltados aos interesses das metrópoles europeias. 
A madeira era usada principalmente como matéria-prima para a fabricação de produtos para tingir 
tecidos e para a fabricação de móveis. Calcula-se que mais de 80% das árvores de pau-brasil foram 
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derrubadas, restando pequenas amostras, geralmente em áreas de preservação ambiental, nos Estados 
do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. 
Essa árvore faz parte de uma complexa formação florestal, a Mata Atlântica, que foi o primeiro 
elemento do ambiente brasileiro agredido pela ocupação humana. 
A Mata Atlântica estende-se sobre um relevo de morros baixos, formação conhecida como “mares de 
morros”. Dada a sucessiva ondulação do terreno, as árvores constituiriam uma proteção contra 
deslizamentos de terra provocados por chuvas fortes. Posteriormente, esses morros não dispunham mais 
dessa capa protetora de vegetação. 
As últimas áreas de Mata Atlântica do interior de São Paulo foram destruídas pela expansão acelerada 
da cafeicultura, na segunda metade do século XIX e no início do século XX. 
Para fortalecer a fiscalização, surgiram diversas ONGs (organizações não-governamentais) que lutam 
para implantar formas de manejo adequadas a essa região. Uma das mais conhecidas é a SOS Mata 
Atlântica, que se transformou em uma entidade muito forte e organizada. 
 
A questão Amazônica 
Durante séculos, essa imensa parcela do espaço brasileiro representou uma fronteira preservada e 
praticamente desabitada, a ser conquistada pela “civilização” que se ergueu no Centro-Sul do país. 
Seus primeiros habitantes já haviam estabelecido uma forma equilibrada de relacionamento com a 
gigantesca floresta. Se compararmos a sua forma de ocupação com aquela que viria a ser imposta por 
nossa sociedade ocidentalizada, podemos observar que os índios viviam em harmonia com seu espaço. 
As primeiras

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