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UNILAB/Malês Discente: Lucilene Enare Pereira Silva Docente: Bruno Amaral Andrade Componente Curricular: Fundamentos Filosóficos e Práticos do Samba e Capoeira Reflexão: Quais as principais consequências sociais da patrimonialização da Capoeira? FILHO, P. A. M. Na Ginga com o Estado: Conflitos em torno da salvaguarda e políticas públicas na capoeiragem baiana. Revista de Humanidades e Letras. v 4. Nº 2. 2018. A Capoeira foi registrada como patrimônio imaterial do Brasil em 2008 e neste processo de documentação existiram diversos conflitos entre o Estado e praticantes desta atividade cultural multifacetada, assim como dentro do próprio campo da capoeira também houveram discordâncias. Com a contratação de especialistas em capoeira no ano de 2010 que deveriam atuar na área de intervenção e conciliação entre o Estado e capoeiristas, além da“indicação dos mestres que seriam ouvidos pelo Estado na construção do Plano de Salvaguarda da Capoeira” (p. 173), muitos grupos se manifestaram insatisfeitos. “Afinal, quem pode falar sobre a Capoeira?” pergunta Magalhães Filho. De certo que não há resposta para esta pergunta que não levante também uma problemática. Muitos Mestres tinham experiência na prática, contudo não dominavam a linguagem formal exigida pelo Estado. Outros capoeiristas dialogavam melhor com o Estado, contudo não tinham tanta experiência, e assim por diante. Em caráter deste e outros impasses e discordâncias ao longo dos anos, “a Bahia iniciou seu processo de construção da salvaguarda atrasado em relação a outros estados” (p. 184) e apenas em 2014 se iniciaram encontros de capoeiristas na região. Estas medidas de proteção e garantia concedidas implicam na preocupação do Estado em demonstrar algum respeito pelas práticas populares e diversidade cultural brasileira invisibilizados pela hegemonia europeia presente na estrutura socio-cultural do país e que até hoje militam para reivindicar seus direitos pela igualdade. Presente em mais de 150 países, atualmente a Capoeira se encontra numa posição universalizada de levar os saberes tradicionais afro-brasileiros para pessoas em diversas partes do mundo. Esta não é apenas uma prática desportiva e cultural, mas uma forma de resistência às opressões enfrentadas pela população negra brasileira. Um espaço fundamentado em filosofia de vida, solidariedade e senso de comunidade, onde todos os integrantes encontram ali redes de sociabilidade e laços de cooperação.
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