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FACULDADES INTEGRADAS PADRE ALBINO
LETÍCIA RAIANE FOGARI
Interação Mente-Corpo
CATANDUVA
2019
 A relação mente-corpo é uma questão filosófica tratada pela metafísica e pela filosofia da mente. Esse problema surgiu ao se notar que os fenômenos mentais aparecem de maneira diferente em indivíduos distintos. As principais teorias para o problema mente-corpo são o dualismo, que defende a separação entre a mente e o corpo, e o monismo, que afirma a união desses dois elementos. 
 Ao longo da história, a relação entre mente e corpo e o conceito de saúde e doença foram objetos de estudos de diversas civilizações. Primeiramente, na Antiguidade, associava-se saúde à superstição e à magia, atribuindo as doenças aos demônios e a saúde aos deuses. Na mitologia grega, por exemplo, Apolo, Esculápio, Higéia e Panacéia foram vinculados à saúde. Em um período posterior, quando já se considerava a unidade indivisível do ser humano, Hipócrates, na tentativa de introduzir o cientificismo à medicina, postulou a existência de quatro humores (fluidos) principais no corpo humano: bile amarela, bile negra, fleuma e sangue. Para ele, a saúde representava o equilíbrio desses quatro elementos, ao passo que a doença, a desorganização desses. 
 Durante a Idade Média, devido a forte influência religiosa exercida pela Igreja Católica em diversas áreas do conhecimento, inclusive na medicina, a doença era atribuída ao pecado. Ainda no período medieval, Santo Agostinho afirmava que o homem era constituído de substâncias racionais, resultantes da alma e do corpo, ambos criados por Deus. Santo Tomás de Aquino, também representante desse período, escreveu sobre a unidade do composto humano.
 Influenciada pelo renascimento, a fim de explicar os fenômenos naturais, a metodologia científica ganha cada vez mais espaço na modernidade. Diante disso, o método experimental e a descrição dos fenômenos naturais pela linguagem matemática tornam-se essenciais para o entendimento do corpo humano. Descartes, imerso neste contexto, postulou o dualismo, que pregava a separação total da mente e corpo, sendo o estudo da mente atribuído à religião e à filosofia, e o estudo do corpo, à medicina. A visão dualista teve grande influência no pensamento médico, sendo reforçada, no século XIX, com as descobertas de Pasteur e Virchow e a visão de uma etiologia de causa específica de doença, aumentando a tendência ao reducionismo (visão mecanicista do corpo humano). 
 Na atualidade, o problema mente-corpo configura-se, no sentido prático por meio de problemas psicossomáticos, fenômenos clínicos da relação médico-paciente, manutenção da saúde, compreensão dos processos de cura, determinação causal das patologias (psíquico x orgânico), placebo, hipnose, adesão ao tratamento clínico, problemas de Bioética (como o aborto e a eutanásia), enquanto que, no sentido teórico, pela natureza do mental, funcionamento do cérebro, produção do anímico, relação entre o psicológico e o orgânico e definição da vida.
 Sigmund Freud, um estudante de neurologia, em seu estágio com Jean Martin Charcot, observou os bons resultados que a hipnose aplicada pelo professor gerava no tratamento de pacientes histéricos. Dessa forma, Charcot foi importantíssimo para que ele abandonasse a neurologia e se aprofundasse no estudo da psique humana. Percebendo que apenas 20% dos seus pacientes entravam em hipnose, Freud se uniu a Breuer para formular o método catártico, cuja proposta é a escuta analítica do sujeito que sofre. 
 Posteriormente, no início do século XX, Freud resgata a importância dos aspectos internos do homem e publica a obra “A Interpretação dos Sonhos”, marcando o início da psicanálise. Desde seu início, essa ciência partiu do corpo, com os estudos sobre a histeria. O criador da psicanálise teorizou que nossa mente possui consciência, pré-consciência e inconsciente e destacou a importância da interpretação de sonhos para o tratamento de pacientes, já que é uma forma do inconsciente trazer ao consciente situações traumáticas de grande relevância para ressignificação e eliminação de problemas físicos de causa emocional. Conceitos como o darwinismo de evolução da mente foram a base para a formulação dos conceitos de inconsciente, recalque, pulsão e libido. Freud também acreditava que a libido, quando não saciada, refletia de alguma forma na pessoa. Suas teorias a respeito da sexualidade, das neuroses, dos relacionamentos humanos e da infância auxiliaram a compreender melhor a mente humana e o comportamento social, além de ser uma forma alternativa para o tratamento dos sofrimentos psíquicos. A psicanálise foi muito difundida durante a I Guerra Mundial, quando essa nova terapia foi utilizada para tratar as neuroses por ela causadas. 
 Em 1917, Groddeck, influente psicanalista, marca o início da medicina psicossomática com a publicação da obra “Determinação psíquica e tratamento psicanalítico das afecções orgânicas”, onde propõe que o mecanismo psicológico da conversão histérica poderia ser generalizado para outras doenças somáticas, como uma expressão de desejos inconscientes manifestados no corpo do paciente. De acordo com Groddeck, a manifestação de uma doença é a solução para os conflitos problemáticos que acometem o indivíduo.
 Embora de naturezas distintas, a psiquiatria e a neurologia muitas vezes se entrelaçam, tornando de difícil compreensão o limite existente entre essas ciências. A separação entre o normal e o patológico nem sempre é clara quanto à personalidade, ao caráter e ao comportamento, atribuindo peculiaridades às doenças mentais perante as outras especialidades médicas.
 O diagnóstico psiquiátrico se baseia mais nas informações subjetivas, como sintomas comportamentais, cognitivos e sensações subjetivas, que são quantificados pelo próprio paciente. Depressão e ansiedade são sintomas psiquiátricos comuns e muitas vezes coexistentes. A maioria dos diagnósticos são sindrômicos, baseados num conjunto de sinais e sintomas que permite diagnosticar um determinado quadro, definindo conduta e prognóstico.
 Por outro lado, a neurologia se baseia nas manifestações cínicas referentes ao Sistema Nervoso Central de localização anatômica e fisiológica precisas. O exame anatomopatológico geralmente confirma o diagnóstico. Dentre as doenças neurológicas com sintomas cognitivos e comportamentais estão Alzheimer, Pick, Huntington, esclerose múltipla e encefalites virais. Entretanto, com o conhecimento cada vez maior da interação cérebro-mente, as possibilidades de diagnóstico ampliam-se constantemente, considerando tanto o neurológico quanto o psicológico simultaneamente. 
 Apesar da medicina e da psicanálise caminharem em sentidos opostos, elas se entrelaçam e é por essa razão que os profissionais médicos devem reconhecer quando se deparam com um problema psíquico e encaminharem o paciente para um especialista, que abordará o caso de maneira adequada. 
 
Referências Bibliográficas
ORIGEM e história da psicanálise. Brasil, 22 jun. 2017. Disponível em: https://www.psicanaliseclinica.com/origem-e-historia-da-psicanalise/. Acesso em: 17 jul. 2019.
CHARCOT e suas Influências na Teoria de Freud. Brasil, 6 jun. 2019. Disponível em: https://www.psicanaliseclinica.com/charcot-teoria/. Acesso em: 17 jul. 2019.
PROBLEMA mente-corpo. [S. l.], 15 maio 2019. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Problema_mente-corpo. Acesso em: 17 jul. 2019.
DE CASTRO, Maria da Graça; ANDRADE, Tânia M. Ramos; MULLER, Marisa C. CONCEITO MENTE E CORPO ATRAVÉS DA HISTÓRIA. Psicologia em Estudo, Brasil, p. 40-43, 16 jun. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v11n1/v11n1a05.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019.
QUAGLIATO, Elizabeth M. A. B. Fronteiras entre a Neurologia e a Psiquiatria. Brasil, [20-?]. Disponível em: https://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/fronteiras.htm. Acesso em: 17 jul. 2019.

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