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ATIVIDADE REFLEXIVA GESTAO - UNIDADE 4 trabalhos feitos

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Prática de Ensino - 2019 
 
Nome: WGS 
– Trio Gestor, Projeto Político Pedagógico, professores Formação em serviço e 
relações com o Trio Gestor 
 
 
Qual a importância do PPP no sentido de efetivar uma gestão democrático-participativa na Escola? 
 
Respondendo a pergunta título, entendo serem necessárias algumas escolhas no sentido de recortar e 
apontar alguns dos principais aspectos relevantes ao Projeto Político-Pedagógico (PPP). Preferi, assim, 
enfatizar os elementos que se aproximam de explicar como a forma e o conteúdo do PPP refletem a gestão da 
escola e em qual medida é possível apontar para uma gestão democrático-participativa na Escola. 
A concepção: entendo o Projeto Político-Pedagógico como um esforço da comunidade escolar no 
sentido de entender seu papel no campo da educação e no mundo. Esse esforço provoca um deslocamento, 
tirando a comunidade escolar de seu ponto original, para um novo ponto, com a reflexão, a crítica, discussões, 
ponderações, vislumbre de expectativas, potenciais, problemas. Parte dessas reflexões estará exposta no 
documento: sua identidade, os fundamentos e valores, sua missão, a realidade em que está inserida, a 
sociedade, sua comunidade, famílias, alunos, funcionários, professores, gestores, os recursos que dispõe, suas 
diretrizes pedagógicas, estratégias e planos de ação, em prol de um objetivo comum de ensino e aprendizagem 
de qualidade. 
A metodologia: a maneira como se edifica o PPP não só moldam o documento, como fazem parte 
intrínseca do seu conteúdo. O movimento que dá início ao projeto gera uma metodologia de trabalho e quanto 
mais aberta e compartilhada a dinâmica, quanto maior for a integração da comunidade escolar, mais solidária, 
coletiva e participativa será a metodologia de trabalho. E isso se refletirá não só no conteúdo e forma, mas no 
papel que o PPP terá perante a comunidade. Haverá mais sentimento de pertença e de um resultado conjunto, 
de equipe, coletivo do que se fosse trazido por alguém de fora, por mais bem intencionado que fosse esse 
gesto. 
O PPP ao mesmo tempo que é construído, constrói. A metodologia escolhida para sua criação ao 
refletir o modelo de gestão, também influencia a gestão escolar nas suas escolhas de caminhos a trilhar. E 
quanto mais aberta e democrática, mais o PPP ajuda a implantar e consolidar os pilares de participação de 
todos nos processos decisórios referentes à escola. O processo de discussão do PPP é um movimento de dentro 
pra fora da escola, e deve ser capaz de trazer a comunidade para dentro da escola, para formar um novo olhar 
sobre a escola e sobre a sociedade. 
A gestão democrático-participativa é preconizada seja na Constituição de 1988, seja na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ela aponta não só a direção como responsável por pensar o papel da 
escola, mas também todo seu corpo de profissionais da educação e traz ainda o restante da comunidade, 
através de conselhos, para participação ativa no cotidiano escolar. Isso requer também uma paulatina 
desconcentração de poder das mãos da direção e distribuição desse mesmo em diversas instâncias: a 
coordenação pedagógica, o corpo docente, o discente, pais, comunidade, funcionários, etc. Os mesmos setores 
que participam ativamente da elaboração do PPP, em diferentes momentos, com diferentes contribuições, mas 
que acabam por tomar nas mãos o destino da escola. Quanto mais democrático for o processo de discussão do 
PPP, mais ele também é capaz de solidificar formas democráticas da organização pedagógica, atomizando as 
frações de poder e diminuindo as distâncias entre as diferentes esferas e atores envolvidos. 
A Manutenção: a construção do projeto político pedagógico dentro de uma gestão democrático-
participativa amplia a possibilidade de que ele seja um documento vivo. De que não fique engavetado, ou seja 
ignorado mesmo em caso da mudança de eventual ocupante da direção da instituição. Porque, afinal, faz parte 
da identidade dessa. Partindo desses marcos, torna-se mais viável que a execução e avaliação do PPP sejam 
reconhecidos como tarefa de todos. A avaliação do PPP é um processo constante, dado que a realidade da vida 
das pessoas e da comunidade está sempre em alteração. Seus ajustes serão permanentes. Para a continuidade 
das execuções e das avaliações, a sistemática de democratização é necessária, sob pena de os atores 
revoltarem-se ou abandonarem o projeto. Ou ambos. 
Não há como garantir a eternização das estruturas democráticas que promoveram ou foram construídas 
e consolidadas durante a elaboração do PPP. Entretanto as relações tecidas nesse processo, bem como as 
instâncias decisórias compartilhadas, provocam mudanças significativas nas pessoas envolvidas. O PPP torna-
se não só um “documento-fim”, mas um catalizador para que se desenvolvam o diálogo, a tolerância, o 
empoderamento, uma práxis educativa e coletiva, que são fundamentais para uma longeva gestão democrático-
participativa na escola. 
 
 
 
 
Referências 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 31 mai. 2019. 
______. Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: dez. 2015. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/D8901.htm>. Acesso em: 31 mai. 2019 
______. Lei n° 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras 
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm>. 
Acesso em: 12 jul. 2019 
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: 
pluralidade cultural, orientação sexual. v. 10.1. Brasília, DF, 1997a. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-basica/apresentacao>. Acesso em: 31 mai. 2019. 
LÜCK, Heloisa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

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