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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ........................................................................... 5 2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ................................................................. 7 3 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP X EIXOS FILOSÓFICOS .............. 9 3.1 Definições e Características do PPP ............................................................ 10 4 A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA ..... 12 5 EIXOS FUNDAMENTAIS DO PPP ..................................................................... 15 6 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA ........................................................................ 18 7 ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR PARA A CONSTRUÇÃO DO PPP .......................................................................................... 19 7.1 Definição de um marco referencial orientador do PPP................................. 20 8 ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO OU CONHECENDO A REALIDADE DA ESCOLA ................................................................................................................... 23 8.1 Sugestões de dimensões e indicadores para análise da realidade escolar. 25 8.2 Elaboração de um plano de ação ................................................................. 27 8.3 Plano de ação .............................................................................................. 28 9 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: O REAL E O FORMAL .................... 29 10 PPP X ESCOLAS ............................................................................................ 32 11 DIAGNÓSTICO COM BASE NOS INDICADORES EDUCACIONAIS DA ESCOLA ................................................................................................................... 33 11.1 Missão, visão, princípios e valores da escola .............................................. 34 11.2 Fundamentação teórica e bases legais ........................................................ 34 12 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS OU CURRICULARES NA EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................................................................................. 36 13 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............... 41 14 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 43 15 BIBLIOGRAFIA: ............................................................................................. 45 INTRODUÇÃO Prezado aluno, O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS O Projeto Político Pedagógico – PPP, é um documento que trata de identificar as diretrizes que serão implementadas na escola objetivando melhorar também a aprendizagem. O Projeto Político Pedagógico tem como fulcro orientar a instituição escolar em todas as suas atividades de acordo com a realidade de cada escola, além dos objetivos dispostos pela BNCC – Base Nacional Comum Curricular. Assim, a Base Nacional Comum Curricular tem como finalidade as aprendizagens relativas a todos os alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, servindo de orientação para as diretrizes especificadas no Projeto Político Pedagógico. Para tanto é necessário que se identifique quais são as competências do Projeto Político Pedagógico para que estas diretrizes sejam incorporadas as propostas da BNCC, sendo necessário que haja um diagnóstico de tais práticas, bem como do aprendizado dos alunos. Entende-se ainda a necessidade de se conhecer a comunidade bem como os desafios da aprendizagem dela que é essencial, com a finalidade de traçar diretrizes condizentes com cada instituição. De forma que para que se inicie a revisão da aprendizagem deve, o gestor escolar estar observando os acontecimentos no seu município bem como do Estado. Além do mais o gestor escolar é o responsável por compartilhar tanto informações que estejam no contexto da instituição quanto aos documentos para a implementação das diretrizes da base. As escolas devem ter o cuidado ao elaborar o conteúdo para que essa elaboração seja um momento democrático e colaborativo, de forma a dar aos professores uma BNCC, implementada de acordo com cada disciplina, buscando o respeito, à igualdade e a diversidade cultural. Deve ainda ser revisto o currículo em relação a diversidade cultural, uma vez que esse tema se trata de uma das diretrizes da BNCC. 6 Uma das missões da PPP é formar alunos críticos bem como conscientes, a partir de aulas que não sejam apenas expositivas. A BNCC ainda estabelece a necessidade do professor está sempre atualizado, buscando o aperfeiçoamento, além de orientado pelo coordenador escolar, o que leva a necessidade de o que o gestor escolar, estar envolvido em reuniões pedagógicas com os professores, alunos e responsáveis buscando envolver assim a comunidade escolar nas mudanças. Interessante para o gestor por exemplo é mapear o perfil da comunidade, buscando assim fazer um levantamento dos problemas, buscando soluções, acolhendo assim a comunidade escolar, através de dinâmicas, onde cada gestor escolar, buscará sugestões da comunidade escolar com o fim de solucionar os problemas encontrados ou apontados. O gestor deverá divulgar os resultados, bem como as alterações realizadas, buscando assim apresentar os documentos por meio de comunicados à imprensa ou reuniões. Para que haja o envolvimento e a participação dos alunos, nas mudanças, poderá ser realizada através da formação de diretórios estudantis, por meio de incentivo a autogestão, autonomia e cooperação, que se tratam de competências previstas pela BNCC. Ainda assim, outra forma de incluir os estudantes é o uso da ferramenta Google Docs, que se trata de uma versão gratuita online do Word, essa ferramenta possibilita à comunidade compartilhar suas sugestões em tempo real além de poder ser utilizada por todos ao mesmo tempo. Tal ferramenta também pode servir com o fim de otimizar o tempo dos professores bem como de toda equipe, onde poderão reservar as reuniões para consolidação do que já foi lido e revisto. Diante das competências descritas pela BNCC, que podem ser desenvolvidas de diversas maneiras pelo PPP, não aparecendo apenas no currículo disciplinar, torna-se importante integrar disciplinas, bem como rever as avaliações com base na escuta de estudantes e professores, além da incorporação dos aspectos culturais regionais nas práticas pedagógicas, todas essas podem ser formas de atender às demandas da BNCC. 7 O Projeto de Política Educacional também deve promover uma cultura de participação, estimulando a resistência de professores e alunos à mudança, para que a identidade da escola também seja respeitada neste processo, ainda podem realizar o mapeamento de característicaslocais e comunitárias específicas para estabelecer novas parcerias público-privadas. Isto inclui pensar na mobilidade estudantil, bem como na arquitetura envolvente, e também na possibilidade de visitar museus, institutos, teatros ou outros circuitos culturais que enriquecem o tesouro do aluno da história além da transformação da área em que estudam. Desta forma, é concebível que o objetivo do BNCC seja formar cidadãos íntegros, autossuficientes e criativos, capazes de sucesso pessoal e profissional. 2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO O Projeto de Política Educacional é antes de tudo uma expressão da autonomia da escola no sentido de formular e implementar suas propostas de trabalho. Trata-se ainda de um documento legalmente reconhecido que orienta e veicula as atividades desenvolvidas nas escolas e tem como objetivo principal identificar e solucionar problemas que interferem no processo de ensino-aprendizagem. Este projeto foca diretamente no que a escola tem como aluno mais importante e no que os alunos e toda a comunidade esperam da escola: ir bem. O Projeto Político Pedagógico é um caminho geralmente percorrido para atingir um determinado objetivo. Nesse sentido, deve existir antes de tudo porque se define como uma ação pré- pensada, idealizada, assim é tudo o que se almeja do ponto de vista pedagógico: melhorar a qualidade do ensino através da reestruturação da proposta do programa escolar, por meio de ações efetivas a favor da qualificação do educador, empenhado em proporcionar aos alunos uma educação voltada para o exercício da cidadania, etc. Assim, com a sua existência, a escola registra sua história, conhecida como um conjunto de diretrizes e estratégias que corporificam e norteiam a prática político- pedagógica de uma escola. 8 Trata-se de um processo inacabado e, portanto, contínuo que se constrói ao longo da trajetória de cada instituição. O projeto é coletivo e todos os personagens, pais, professores, alunos, funcionários e direção técnica são responsáveis pelo sucesso do projeto, direta ou indiretamente. Portanto, sua eficiência depende em parte do comprometimento das pessoas envolvidas em fazê-lo. O projeto político educacional é definido da seguinte forma: Originalmente o termo projeto significa antecipar e lançar o futuro. Assim, falar de um projeto significa pensar a utopia não como um lugar para o impossível, mas como a possibilidade de sua realização e não apenas uma fantasia incomensurável como apresentada no início. O desejo de mudança, a verdadeira possibilidade de ser, a partir de: É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, por quem para chegar a que resultados. Além disso, explicita uma filosofia e harmoniza as diretrizes da educação nacional com a realidade da escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a clientela. É a valorização da identidade da escola e um chamamento à responsabilidade dos agentes com as racionalidades interna e externa. Esta ideia implica a necessidade de uma relação contratual, isto é, o projeto deve ser aceito por todos os envolvidos, daí a importância de que seja elaborado participativa e democraticamente. (NEVES 1995, apud GONÇALVES, 2014, p.6142) O projeto é político porque está inserido em um espaço de sucessivas discussões e decisões, por isso nossa execução de ações é sempre permeada por relações que incluem polêmicas, opiniões, sugestões, sejam contra ou a favor. Assim, a inclusão de todos os envolvidos no Projeto de Educação Política da Escola, protestos, conflitos, divergências são atos extremamente políticos. No entanto, concordamos com Aristóteles quando afirma que todas as ações humanas são atos políticos. O projeto é pedagógico por implicar em situações específicas do campo educacional, por tratar de questões referentes à prática docente, do ensino aprendizagem, da atuação e participação dos pais nesse contexto educativo, enfim, de todas as ações que expressam o compromisso com a melhoria da qualidade do ensino. 9 A dimensão política, a forma social, é a forma coletiva em que alunos, professores, superintendentes, conselheiros, funcionários e líderes estudantis discutem o Projeto de Política Educacional. Todos nós planejamos nosso dia a dia, de forma sistemática ou não. Foi por meio de discussões e necessidades individuais e coletivas que o Projeto de Política Educacional foi concebido na cabeça das pessoas, de modo que, em relação a esses aspectos político-educacionais do Projeto, encontramos em MARQUES um respaldo, ao expressar: O projeto político-educacional tem um caráter dinâmico e não se faz porque os gestores querem, mas porque nos preocupamos com a situação das crianças, escolas e sociedade e queremos mudança. (MARQUES. apud. SILVA. 2000) 3 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP X EIXOS FILOSÓFICOS O Projeto Político Pedagógico – PPP menciona, que a identidade da escola tem como objetivo dar o encaminhamento político e pedagógico da instituição escolar durante o decorrer do ano letivo. Sendo seu foco a sistematização de toda a ação educativa, por esse motivo trata-se de um processo contínuo, que irá se aperfeiçoando e consolidando durante a caminhada pedagógica e política. O PPP não se trata de uma solução mágica para o encaminhamento das questões da organização escolar, mas um instrumento de auxílio na resolução dos problemas que surgem ao decorrer do ano letivo. Por esses aspectos, salienta-se a importância desse instrumento enquanto um norte para a instituição escolar, pois considera os resultados que acontecem na dinâmica de compromissos partilhados por todos os sujeitos escolares, ou seja, diante daquilo que foi proposto coletivamente na construção do documento. Nesse estudo recortaram-se os aspectos que identificam o Projeto Político Pedagógico no âmbito da instituição pública. 10 3.1 Definições e Características do PPP O Projeto Político Pedagógico pode ser assim, nomeado: Proposta pedagógica. Projeto educacional. Projeto de estabelecimento. Plano diretor. Projeto de escola. Os aspectos políticos e educacionais do PPP, ainda que de particular importância, não podem ser separados. Na concepção mais estrita do PPP, deve-se entender que o ato educativo tem um significado político proeminente, assim como há uma força educativa fundamental na ação política. [...] todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. [...] na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA 1995, apud CORRÊA, 2014, p.12) Organizam-se assim dois aspectos principais do trabalho educacional: Primeiro: um significado abrangente que caracteriza todas as atividades institucionais. Segundo: um significado mais específico e focado no desenvolvimento da prática pedagógica em sala de aula, no corredor, na sala de jantar e no quintal, por exemplo. Nesse sentido, o Esquema de Política Educacional nas Instituições Públicas enfatiza a autonomia da escola, além de refletir a identidade da unidade de ensino e a valorização como um espaço coletivo de corresponsabilidade. 11 Enquanto a sociedade como um todo está em constante mudança, uma das características importantes do PPP é o seu dinamismo, então o PPP está vivo. Desta forma, deve ser reembolsado de forma contínua, à medida que as escolas vão mudando e, conformeassinalado, o PPP procura valorizar a identidade da instituição. Conforme mencionado acima, a construção de projetos políticos educacionais deve ser, de produção coletiva e participativa, assim, todos os sujeitos participantes do processo serão solidariamente responsáveis pela execução dos conteúdos nele propostos. Onde o sujeito deve ver-se no PPP, pois a ferramenta norteará todas as ações escolares que forem determinadas e estabelecidas a partir dos pressupostos da disciplina escolar, assim, gestores internos e externos, professores, funcionários, pais e comunidade. Portanto, acreditamos que a própria escola e os indivíduos que a compõem podem perceber e refletir sua realidade, corroborando a ideia enfatizada por Freitas (1991): As novas formas têm que ser pensadas em um contexto de luta, de correlações de força – às vezes favoráveis, às vezes desfavoráveis. Terão que nascer no próprio chão da escola, com apoio dos professores e pesquisadores. Não poderão ser inventadas por alguém, longe da escola e da luta da escola (FREITAS, 1991. apud. VEIGA, 2004). A necessidade dessa ferramenta possibilita a corresponsabilização, pois uma das funções do PPP é se comprometer com a prática escolar, denunciar possíveis abusos e autoritarismo, bem como as consequências políticas e regulatórias das contradições decorrentes do capitalismo hegemônico. O desenvolvimento do Projeto de Política Educacional, além de necessitar de corresponsabilidade no sentido orgânico, requer um desenvolvimento constante em todos os momentos. Assim, este caráter orgânico e corresponsável exigirá os princípios que sustentam a educação escolar. 12 4 A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA O desenvolvimento do Projeto de Política de Educação surgiu da necessidade de organizar e planejar a vida escolar, quando ações espontâneas e improvisadas acabavam perdendo tempo e recursos inerentes. O Projeto de Política de Educação é a marca original da escola, é capaz de fazer uma oferta sobre a qualidade do ensino, definindo ou melhorando o seu modelo de avaliação tendo em conta as principais questões que o atrapalham. Bom aproveitamento dos alunos. Estabelecer e aprimorar o currículo de acordo com o contexto sociocultural dos alunos. Indicar objetivos de trabalho relacionados com a situação pedagógica, especialmente em termos de experiência com métodos criativos e alternativos. Portanto, é importante estruturar os princípios que norteiam a prática educacional. Desse modo o projeto deve ser construído a partir de tarefas simples, que podem ser realizadas no dia a dia da escola. Mas isso não acontece sem um planejamento cuidadoso, imaginação criativa e trabalho em equipe. O projeto pedagógico não é uma peça burocrática e sim um instrumento de gestão e de compromisso político pedagógico coletivo. Não é feito para ser mandado para alguém ou algum setor, mas sim para ser usado como referência para as lutas da escola. É u m resumo d as condições e funcionamento da escola e ao mesmo tempo um diagnóstico seguido de compromissos aceitos e firmados pela escola consigo mesma. (FREITAS, 2004, apud SACRAMENTO, 2016, p. 13) Porém, o mais importante para a escola não é apenas o desenvolvimento do Projeto de Política Educacional, mas o trabalho educativo e sua aplicabilidade, esse processo exige: continuidade, sequência, interconexão, antes, durante e depois, pois se trata de uma jornada contínua. 13 Trata-se de mudanças que geralmente não são aceitas pela comunidade escolar, pois criam a ideia de mais trabalho, mais tempo, mais custos, que por sua vez serão contestados por alguns. Referindo-se a essa opinião, Gadotti e Demo (1998) observam que o Projeto Político Pedagógico é um sinal de mudança, pois identifica pontos importantes para a educação básica como: A ferramenta instrumental mais eficaz para o exercício da cidadania e da mudança qualitativa na sociedade e na economia. (GADOTTI e DEMO, 1998) Para os autores supracitados, esses aspectos são essenciais no sentido de criar oportunidades de formação de stakeholders e possibilitar que a educação tenha como foco a construção de qualidade, enquanto a escola é um nicho onde a gestão do conhecimento e a capacidade de produção se transformam, porque é suposto retirar conhecimento dele, em vez de simplesmente reproduzir. Os projetos de políticas educacionais são uma forma eficaz de superar a fragmentação da ação tanto na educação como nas escolas, dinamizando e revitalizando o espírito de toda a comunidade escolar, onde todos têm um sentimento de familiaridade, sentindo-se corresponsáveis pelo desenvolvimento e melhoria do ensino. O comprometimento dos professores é ótimo e pode ajudar a fazer da escola um lugar de crescimento e humanidade, sendo, importante que se atualizem constantemente, busquem referências e auxiliares de ensino que servirão para inovar seu método de ensino. Necessário ainda que o trabalho em equipe, privilegie um espaço onde você possa experimentar e trocar experiências, sempre considerando a sua formação. Ao elaborar e executar o seu PPP a escola deverá destacar: Finalidade e objetivos da educação, buscando garantir a igualdade de tratamento, o respeito às diferenças, a qualidade do serviço prestado e a liberdade de expressão. A concepção de criança, jovens e adultos, seu desenvolvimento e aprendizagem. 14 As características da população a ser atendida e da comunidade na qual se insere. O regime de funcionamento. A descrição do espaço físico, das instalações e dos equipamentos. A relação de profissionais, especificando cargos, funções, habilitação e níveis de formação. Os parâmetros de organização de grupos e relação professor/ aluno. A organização do trabalho diário com crianças, adolescentes e adultos. A proposta de articulação da escola com a família e a comunidade. O processo de avaliação, explicitando suas práticas, instrumentos e registros. O processo de planejamento geral. Trazer anexos como: a Matriz Curricular vigente e Projetos Especiais a serem desenvolvidos. O PPP e o Regimento Escolar das unidades escolares deverão estar: Consonantes com as leis vigentes (Lei 9394/96; 11.274/06; Estatuto da Criança e do Adolescente, Resoluções do CME 002/98; 03/99 e 06/99; Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil, para o Ensino Fundamental de Nove Anos, a Educação de Jovens e Adultos - EJA, Diretrizes Municipais para a Inclusão da História e Cultura Afro Brasileira e Africana no Sistema Municipal de Ensino de Salvador, Lei 10639/03 e as Diretrizes Municipais do Meio Ambiente. 15 Disponíveis para a comunidade escolar, as autoridades competentes e para os pais dos alunos interessados em conhecer os documentos. 5 EIXOS FUNDAMENTAIS DO PPP Classicamente, utilizam-se os estudos de VASCONCELLOS (2008) para fundamentar os elementos responsáveis para a orientação dos estágios de composição de um PPP, a saber: Marco Referencial, sendo esse composto por outros três: Marco Situacional, Filosófico e o Operativo, o Marco Diagnóstico e a Programação. Neste estudo, no entanto, será denominado corpo enquanto estratégia de articulação do PPP e, objetivamente, para a compreensão do que seja eixo fundamental. É chamado de corpo porque entende sua ideia de que um todo formará em si uma outra realidade total, ou seja, são integrais em si mesmos e, portanto, não são considerados uma soma. Sendo assim, o movimento deste processo de construção do PPP se constituirá em um corpo situacional, um corpo conceitual e um corpo operacional, assim o papel da entidade situacional é captar as tendências internas da escola, compreender os seus conflitos e contradições, diagnosticá-la e determinar o lugar da ação prioritária, a análise situacionalreal. [...] uma mistura de conhecimento e descoberta, é uma leitura especial da realidade e que se faz sempre em função de alguma necessidade ou interesse. Nesse sentido não há análise de conjuntura neutra, desinteressada: ela pode ser objetiva, mas estará sempre relacionada a uma determinada visão do sentido e do rumo dos acontecimentos. (SOUZA,1987, apud, CORRÊA, 2014, p.16). A Análise de Conjuntura se utiliza de algumas ferramentas para sua efetiva execução e aborda em sua prática os acontecimentos, os cenários, os atores, as relações de força e a articulação entre estrutura e conjuntura. Ressalta-se a importância da Análise Econômica na formulação de PPPs, conforme, destacou SOUZA (1987), é uma análise preocupada em criar uma espécie 16 de intervenção na política, além de um elemento fundamental na organização política, além da determinação das estratégias e táticas de luta das diferentes forças sociais. Por se tratar de um elemento impulsionador de lutas sociais, com a capacidade de amenizar as imposições de uma sociedade capitalista, acredita-se ser necessário entender melhor a constituição de uma análise econômica, compreendendo seus elementos, para encontrar uma construção real na forma de PPP rumo a uma sociedade justa e menos desigual, a educação é um dos fatores primordiais na busca dessa transformação. Acontecimentos: Antes de entender o que eventos incluem em uma análise de conjunção, é necessário entender o que eles significam, SOUZA (1987) define eventos como eventos de particular significado para uma nação, uma classe social, um grupo social ou uma pessoa. Esse fator torna-se importante na análise, pois as investigações de eventos revelam situações da sociedade, de um grupo ou de uma classe. Alguns exemplos podem ser considerados: greve geral, eleição presidencial, guerra, desastre natural. Cenários: Os espaços onde ocorrem os acontecimentos sociais, políticos e econômicos, podem ser considerados cenários. Cada cenário tem sua especificidade, exemplo disso é descrito por SOUZA (1987). Quando seu poder é maior. Portanto, é necessário estudar e refletir sobre os cenários de luta e as diferentes características de cada um. Atores: SOUZA (1987) define ator como uma pessoa que desempenha um papel, alguém que desempenha um papel em uma trama, uma teia de relações. O indivíduo é agente social quando apresenta algo para a sociedade, concretiza uma ideia, uma necessidade, um projeto. Porém, um ator nesse contexto não é visto apenas como indivíduo, mas também grupos sociais, instituições, sindicatos, partidos políticos, igrejas, meios de comunicação, entre outros. Relação de forças: 17 Os atores sociais mencionados acima (indivíduos, classe social, mídia, partidos políticos) sempre se relacionam e essa relação pode ser de conflito, convivência ou cooperação. A análise de tais forças revela relações de poder, paridade ou submissão. Frequentemente, as relações de poder não são medidas apenas por quantidades, pode haver casos em que a verificação será mais abstrata, por exemplo, ao analisar a força de um movimento social. Outro fator importante relacionado ao equilíbrio de poder é que os dados verificados mudam constantemente e, portanto, não são imutáveis. Articulação entre estrutura e conjuntura: Todos os elementos de uma associação elencada acima não surgem por acaso, pelo contrário, estão associados à história, no momento em que a sociedade está passando, influenciados por aspectos sociais, econômicos e políticos. Portanto, é necessário considerar tudo com cuidado, porque por trás de cada evento, movimento e contradição sempre haverá um pano de fundo, que muitas vezes não é claro. Acredita-se que a construção de um PPP real deve fazer mudanças, romper com as imposições arbitrárias, compreender o verdadeiro significado dos acontecimentos para fazer o trabalho de educação para criar transformação, onde todos os objetos escolares terão essa corresponsabilidade. No corpo conceitual constituindo dois dos objetos deste estudo, as escolas discutem suas concepções de sociedade, de pessoas, de educação e da função social da escola, esforço teleológico que definirá as prioridades em que deve ser constituída a práxis escolar. Assim, segundo VEIGA (1998) o ato conceitual: Diz respeito à concepção ou visão de sociedade, homem, educação, escola, currículo, ensino e aprendizagem. Diante da realidade situada, retratada, constatada e documentada. […] neste momento conceitual, devem também ser considerados os eixos norteadores do projeto. (VEIGA 1998. apud. CORRÊA, 2014) A agência operacional refere-se à maneira como as ações serão realizadas para mudar a realidade da escola, de modo a envolver a tomada de decisões para 18 atingir metas e objetivos definidos em conjunto, assim, à medida que os conceitos que compõem as PPPs foram explorados, os dois eixos que sustentam o Projeto de Política Educacional serão destacados no corpo conceitual, abrangendo-o com objetividade e utopia: Visão Humana. Função Social da Escola. Os dois eixos filosóficos, Visão Humana e Função Social Escolar, foram separados dos quatro eixos básicos de uma parceria público-privada, sendo as referidas duas visões destinadas a compreender a especificidade do ser humano. Aqui definida por categorias, são atribuídas às funções acadêmicas, laborais e sociais da escola, cuja função específica é transmitir e absorver conhecimentos sistematizados pela humanidade. Os eixos filosóficos serão conceituados de acordo com a linha de pesquisa da diretora e os estudos por ela realizados, com base na análise histórico-crítica. 6 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA A instituição escolar desde sua origem passou por diversas transformações, principalmente em relação a sua função social. Durkheim (1995) aborda alguns exemplos da função social da escola em sua obra: Educação e Sociologia, abordando o modo como esse aspecto se alterou ao longo dos tempos. Durkheim descreve a escola enquanto instituição que existe objetivamente para atender as demandas da sociedade em que está inserida. A educação tem variado infinitamente, com o tempo e o meio. Nas cidades gregas e latinas, a educação conduzia o indivíduo a subordinar-se cegamente à coletividade, a tornar-se uma coisa da sociedade. Hoje, esforça-se em fazer dele personalidade autônoma. Em Atenas, procurava-se formar espíritos delicados, prudentes, sutis, embebidos de graça e harmonia, capazes de gozar o belo e os prazeres da pura especulação; em Roma, desejava-se especialmente que as crianças se tornassem homens de ação, apaixonados pela glória militar, indiferentes no que tocasse às letras e às artes. Na Idade Média, a educação era cristã, antes de tudo; na Renascença, toma caráter mais leigo, mais literário; nos dias de hoje, a ciência tende a ocupar o lugar que a arte outrora preenchia (DURKHEIM, 1995. apud, CORRÊA, 2014). 19 Porém, a pesquisa aqui desenvolvida se orienta diferentemente da visão conservadora de Durkheim, para a concepção histórica crítica de Saviani, que aborda a escola como instituição social, ou seja, produto das necessidades sociais, como instituição cujo objetivo é: transmitir e assimilar conhecimentos científicos, além de permitir a transformação das pessoas e da sociedade por meio de conhecimentos elaborados. [...] a escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber sistematizado. [...] eu disse saber sistematizado; não se trata, pois, de qualquer tipo de saber. Portanto, a escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não ao saber fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular (SAVIANI, 2003, apud, CORRÊA, 2014, p.24). Dado esse direcionamento, salienta-se a função social deuma instituição escolar: transmissão, ou seja, ensino e assimilação e/ou aprendizagem dos conhecimentos sistematizados, entendendo que o homem se transforma em ser humano a partir do momento em que se apropria da cultura humana produzida pelas gerações passadas, através de um ato educativo, que ocorre principalmente em um espaço institucionalizado, que tem por função primordial selecionar os conhecimentos eruditos/ clássicos sistematizados e cientificamente comprovados que compõem as atividades curriculares indispensáveis ao ensino. 7 ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR PARA A CONSTRUÇÃO DO PPP Para mobilizar a comunidade escolar para a participação no desenvolvimento dos PPPs coletivos, é necessário o uso de um conjunto de ações que os articulem, ou seja, deve haver um vínculo estreito entre os objetivos da mobilização e os meios adotados este propósito. A participação influi na democratização da gestão e na melhoria na qualidade de ensino, onde todos os seguimentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela estudam e trabalham melhor a educação ali oferecida (GADOTTI, 1997, apud TOMAZONI 2013, p.32) 20 O coletivo de organização da mobilização para a construção do PPP na escola deve procurar planejar sua ação com base em algumas referências: Qual a melhor maneira de mobilizarmos as famílias? Os estudantes? E os pequenos estudantes? Os funcionários? E os professores? Qual a melhor forma de comunicação a ser utilizada? Qual o conteúdo dessa comunicação? Poderemos usar a mesma estratégia para todos os segmentos da comunidade escolar? Que recursos iremos utilizar? A escola dispõe desses recursos? A campanha de mobilização durará quanto tempo? Envolverá outros segmentos organizados da comunidade do entorno da escola? A mobilização, como mostramos, envolve o agrupamento de multiplicações em torno de um objetivo comum, além de envolver a difícil tarefa de negociar, encontrar acordos. Nesse sentido, o trabalho de advocacia pode ser facilitado se houver coordenação entre um grupo de pessoas, representantes de professores, alunos associação ou colegas designados, representantes da família. Em alternativa, nas escolas em que uma direção escolar ativa pode ser responsável ou coordenar esta tarefa de forma colaborativa, a presença de diferentes segmentos da comunidade escolar pode facilitar a seleção de estratégias, a melhor estratégia para chegar a todos. 7.1 Definição de um marco referencial orientador do PPP Definir o quadro de referência significa identificar todos os referenciais teóricos, políticos e filosóficos que nortearão o trabalho da escola. Trata-se de explicar as ideias, conceitos e teorias que nortearão a prática educacional da escola. Para isso, é necessário compreender as relações que existem entre a escola e a realidade a que se enquadra, uma realidade que não é apenas local, mas nacional e global. 21 Significa compreender o significado histórico da educação e da escola pública e compreender sua transformação atual de acordo com o processo histórico que a determinou. Assim, a partir dessa relação entre o global, o nacional e o local, a realidade da escola pode ser entendida como uma só, porém, é entendida como resultado dessas relações mais amplas. Essa análise pode nos levar à definição e interpretação das finalidades sociais da educação e da escola, nos levando a questionar sobre o tipo de sociedade para a qual a escola atrai ou deseja participar, o tipo de disciplina que a escola pretende formar, isto é, qual a intenção entendida em termos de suas dimensões política, cultural e educacional. De acordo com VEIGA (2000), a escola persegue finalidades, por isso é preciso ter clareza das mesmas. Ao ressaltar a importância da reflexão sobre as finalidades e os objetivos da escola, a autora afirma o caráter dialético desse movimento, ao destacar que as questões levantadas geram respostas que, por sua vez, levam a novas interrogações; esse esforço possibilita a identificação das finalidades da escola, de que precisam ser reforçadas, quais estão sendo relegadas ao segundo plano. (VEIGA, 2000) Este trabalho de problematização visa fazer com que a escola passe para uma de suas principais atribuições, que é a de refletir sobre suas intenções educacionais. A clareza sobre a finalidade social da escola permite à comunidade escolar definir, também de forma mais adequada, os seus critérios e plano de ação de acordo com o que almeja para os aspectos educacionais, de gestão e de democracia. Ao discutir os quadros de referência, existem três eixos de discussão: quadros de caso; estruturas doutrinárias e operacionais, cujo referencial de caso refere-se a uma reflexão sobre as relações da educação, da escola em seu processo histórico e suas relações com contextos sociais mais amplos. Trata-se de quimizar a educação, relacionando-a com outros aspectos da realidade, não só a nível local, mas também a nível nacional e global, procura ainda compreender as conexões e relações das questões locais, visualizando-as dentro da estrutura deste contexto mais amplo. O ponto de partida é a realidade local da comunidade em que a escola está inserida, os estilos de vida dos sujeitos que compõem a forma coletiva, a organização 22 e a comunidade, a cultura local, a profissão e a organização do espaço comunitário, etc. Discutir esses elementos nos possibilita compreender as mudanças de seu caráter histórico, trocar valores, conhecer a representação do grupo para a sociedade brasileira, sobre sua comunidade. Determinar satisfação e insatisfação, expectativas. A discussão do marco situacional desencadeia processos de reflexão relacionados aos valores sociais e políticos relacionados à sociedade e à educação que levam ao debate e ao estabelecimento do marco doutrinal do Projeto Político- Pedagógico, ou seja, da explicitação dos fundamentos teóricos, políticos e sociais que o fundamentam. Nesse caso, doutrina não se refere ao dogmatismo, mas sim à discussão dos fundamentos teóricos que irão embasar o PPP da escola, que norteará suas ações, procura discutir, neste eixo, o tipo de sociedade que queremos construir, a formação social e cultural que queremos para as nossas crianças e jovens. Que valores queremos desenvolver, qual o papel social da escola nos processos de formação do sujeito humano, e assim por diante? Nesse eixo, discute- se o reverso da educação, emerge um horizonte necessário para um futuro melhor. Ligado internamente a estes dois eixos, o terceiro eixo, enquadramento operacional, articula-se com as relações da escola com a sociedade; é uma discussão relevante para o contexto local, para o que é específico da escola como instituição social e, em particular, da escola em que trabalhamos, estudamos. A estrutura então aborda as realidades locais, refletindo as necessidades, expectativas e desejos mutáveis do grupo. Esta é a palestra escolar que queremos. Conforme GANDIN (1994), o marco operativo é: [...] também uma proposta de utopia, no sentido que apresenta algo que se projeta para o futuro [...]; todavia, como alerta o autor, para que o marco operativo não se torne um palavreado vazio, é preciso que este tenha um forte aporte teórico. O marco operativo não é o plano ou programação de ação; ele dá base e sustenta este plano de ação; refere-se à realidade desejada. Por isso, nos alerta Gadotti (2000), o PPP, em suas várias dimensões de elaboração, toma sempre como ponto de partida o já instituído, aquilo que já foi historicamente construído, não para perpetuar ou para afirmar fatalismos (“foi sempre assim, nada mudará”), mas para criar uma nova utopia, um novo instituinte. (GANDIN, 1994) 23 8 ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO OU CONHECENDO A REALIDADE DA ESCOLA O diagnóstico é um dospontos mais importantes no desenvolvimento do PPP, pois é neste ponto que fazemos uma análise aprofundada do estado atual da escola, observando todos os aspectos da mesma infraestrutura física, equipamentos, ensino, equipe, pedagogia, gestão, comunidade, qualidade da educação, processo de formação de alunos, etc. GALDIN (1994) inicia esta discussão dizendo que um diagnóstico não é nada: a) não é uma descrição da realidade da escola b) não é um estudo de problemas. Então, qual é o diagnóstico? Como esse diagnóstico é feito? O termo diagnóstico, muitas vezes associado à prática médica, deriva da palavra grega Diagósis, que significa distinção, conhecer através. O diagnóstico em si não é o fim, mas um processo que permite a aquisição de conhecimentos sobre um determinado fato, que, por permitir a compreensão das realidades de um determinado contexto, torna-se uma importante ferramenta no planejamento da mudança, pois pode nos ajuda a identificar os pontos fortes e fracos de um determinado contexto de cada realidade institucional e a enxergar alternativas e possibilidades de mudança ação, ideais e objetivos. Assim, um diagnóstico não é apenas uma lista de o que há de errado com os problemas da escola; pressupõe avaliação, comparação, julgamento de valor, tudo a partir do que foi previamente definido na Referência. Desenvolvido de forma participativa, o diagnóstico da realidade da escola constitui um espaço eficaz de aprendizagem, pois desencadeia a reflexão sobre o que a escola é, para onde quer ir. Identificando os problemas, impactos e consequências destes, mas também ajudam a identificar o que a escola faz bem, os pontos fortes da escola; e o ponto de partida para o desenvolvimento, conforme e de acordo com as necessidades da escola, do Plano de Ação ou Programa. O PPP é constituído por três elementos: a) é um julgamento, logo implica um julgamento, uma avaliação; 24 b) Esse julgamento é feito com base em uma prática particular sobre a realidade da escola sobre a qual está planejada a mudança e c) Esse julgamento é feito considerando os preceitos estabelecidos no sistema. Embora se concentrem mais no aspecto operacional, os critérios analíticos também são referenciados no quadro teórico e situacional. Tendo o diagnóstico como um dos pontos do desenvolvimento do PPP, a sua função é promover um processo de avaliação aprofundada da forma como a escola se organiza e cumpre a sua missão educativa, os desafios das dificuldades que a escola enfrenta para cumpri-lo, as habilidades que encontra para direcionar suas ações na direção de uma escola pública democrática. As análises realizadas em campo não são neutras, consideram-no como uma referência para uma certa compreensão da função social da escola, a sua organização, incluindo o trabalho pedagógico, a gestão, as relações com os alunos, com a comunidade, etc. O diagnóstico não é simplesmente uma imagem da realidade ou uma mera dificuldade, acima de tudo é o confronto entre a situação em que vivemos e a situação em que queremos viver. (VASCONSELLOS, 1995) Portanto, o diagnóstico não é uma ferramenta técnica, neutra e adaptativa a ser utilizada por outras organizações ou instituições sociais, está funcionando e é intencional, é baseado em valores, está apontando em uma direção. Portanto, o diagnóstico escolar também deve ser feito de forma participativa. Isso implica na coleta de dados quantitativos e qualitativos, organizados, sistematizados e interpretados, formando importantes indicadores para o planejamento de futuras ações de mudança de escola. Para diagnosticar realidades educacionais e obter informações que auxiliem no desenvolvimento de planos de ação, é imprescindível estratégias de coleta de informações analíticas que auxiliem na compreensão dos diversos fatores que impulsionam ou dificultam o trabalho educacional. Então, como abordamos a realidade escolar, procurando identificar não só as questões óbvias, mas também as dimensões não escritas, decisões que à primeira vista nem sempre nos parecem. 25 O primeiro passo é formar uma equipe, ou grupo de trabalho, com representantes de partes da comunidade escolar para coordenar esta etapa, assim, o grupo de trabalho poderia então desenvolver uma ferramenta para orientar as discussões e facilitar o registro de informações, avaliações e expectativas da comunidade escolar. Este grupo também pode identificar estratégias que serão utilizadas para coletar esses materiais com a comunidade escolar, assim esses dados devem então ser analisados e agregados em um documento final, representando a formalização das discussões feitas ao longo do processo. O ponto de partida para o desenvolvimento de uma ferramenta para orientar as discussões e reunir informações ou coletar dados deve ser um arquivo a partir do qual aspectos da organização e prática escolar podem ser estabelecidos, para serem analisados. É importante que cada aspecto seja discutido e definido com clareza, para que sejam identificados os eixos de análise e suas questões, norteando a discussão com a comunidade escolar. Definir as dimensões para analisar simplesmente funciona, visando facilitar a compreensão dos diferentes níveis de atividades escolares, para facilitar a compreensão de fenômenos específicos. Porém, não devemos esquecer que a escola é um todo e que essas dimensões se sobrepõem e se harmonizam. 8.1 Sugestões de dimensões e indicadores para análise da realidade escolar Dimensões Eixos de análise Questões orientadoras Infra-estrutura física e equipamentos Suficiência, qualidade e aproveitamento (salas de aula, laboratórios, ateliers, salas para multimídia, quadras As salas de aula são suficientes para atender as necessidades dos estudantes? 26 esportivas, cantina, biblioteca, salas para professores. São bem iluminadas, ventiladas? Organização e gestão da prática pedagógica Currículo escolar Avaliação Inclusão (combate ao preconceito, atenção aos estudantes trabalhadores, estudantes com necessidades educativas especiais) Experiências culturais diversificadas Planejamento coletivo (professores) Gestão democrática da escola PPP – construção, efetivação e avaliação. Instâncias de participação coletiva e sua atuação (CE, grêmios etc.) Respeito aos direitos das crianças e dos adolescentes (divulgação desses direitos) Acessibilidade e compreensão das informações e indicadores usados pela 27 escola (democratização das informações) O diagnóstico envolve o desafio analítico de compreender tudo o que constitui o cotidiano escolar, para fazer isso, devemos evitar o simples deslocamento de conceitos ou ferramentas analíticas. A análise realista das escolas causa muito estresse para quem a faz, eles impõem a necessidade, repetidamente, de renunciar a visões cristalizadas, de renunciar aos interesses pessoais em favor daqueles que representam o coletivo. É julgar, avaliar, fazer julgamentos, valorizar, priorizar, escolher, saber que a autonomia que têm muitas vezes é limitada. Assim, é preciso entender para que serve o campo, não tentar colocá-lo em categorias predeterminadas que nos obrigam a ajustar informações, falsificar consensos. Analisar a escola nas suas múltiplas dimensões permite-nos compreender as suas decisões fora da realidade local, o que conduz à concretização da intenção política proposta no seu quadro de referência. 8.2 Elaboração de um plano de ação GANDIN (1994) sugere que as necessidades da escola sejam analisadas com base em dois critérios: a) o que é necessário; e b) o que é possível. Segundo o autor, a necessidade é que nem todas as escolas possam prescrever as condições e a duração do plano de ação. Portanto, o autor sugere que as escolas priorizem econsiderem o que é mais necessário, oportuno e urgente. Sempre na categoria do que é possível e do que é necessário, o autor supracitado se propõe a organizar um plano de ação ou programa de acordo com quatro aspectos: ação concreta, ação orientada, decisão geral e ação rotineira. Em outras palavras, uma vez que as prioridades são determinadas, o tipo de ação necessária para atender a essa necessidade começa a ser determinado, também no plano de ação temos a dimensão do tempo que implica na alocação da necessidade de ação de acordo com a alocação de curto, médio e longo prazo. 28 8.3 Plano de ação Ações específicas: ações que visam um objetivo preciso, com uma finalidade claramente definida, a partir de recursos próprios. Pelas suas características, são claramente delineados. Isso inclui ações de curto prazo. Por exemplo, promover treinamento sobre um tópico específico, em resposta a uma necessidade específica. Guias de ação: não constituem recomendações específicas, mas referem-se a valores e atitudes; busca modificar o comportamento, resultando no compartilhamento de referências comuns. Exemplo: Desenvolvendo o pensamento crítico nos alunos. Atividades permanentes: dizem respeito a atividades de caráter permanente, podendo estar vinculadas ou não à esfera administrativa; são também denominadas rotinas. Decisões compartilhadas: são diretrizes ou ações que atingem todas as partes da comunidade escolar; eles também são traçados com base no diagnóstico da escola. Por exemplo, requisitos para atividades complementares, como apresentar planos de aula dos professores aos alunos. O plano de ação deve refletir suas prioridades, as formas de referência e as decisões coletivas da comunidade escolar. Este último tem que dizer qual é a prioridade e qual o melhor meio de atingir os objetivos traçados. As prioridades devem ser selecionadas com base no que foi estabelecido na condição de referência, isso estabelece os planos futuros da escola. Portanto, não é possível tomar decisões arbitrárias ou pessoais. O plano de ação também pode incluir um detalhamento das ações o que é a ação, o que a justifica, o procedimento/método que usaremos para realizá-la, quais pessoas ou agências são responsáveis por ela. 29 Responsabilidade por implementá-la, quais recursos serão exigidos: documentação de recursos, como será monitorado: procedimento de avaliação. Este detalhe facilita a implementação de PPP e procedimento de avaliação de preço. Do ponto de vista aqui apresentado, o plano de ação, parte integrante do PPP, rejeita orientações técnicas, pois está vinculado às necessidades da escola, e, deve ser flexível, porque as operações escolares muito dinâmicas podem exigir reorientação, ajuste ou reparo. Assim, o planejamento é uma prática, ele demonstra o ajuste estreito entre teoria e prática, entre o que é planejado e o que é feito. 9 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: O REAL E O FORMAL O Projeto de Política Educacional da Escola – PPP, expressa sua identidade, projeta ações e reflete o processo de ensino e aprendizagem. É importante que a documentação em vigor em sua instituição seja consistente com os hábitos da escola e as necessidades dos alunos e da comunidade. Quem participa do PPP: Alunos: crianças, adolescentes, jovens e adultos, principal objeto do processo educativo da escola. Professores: Profissionais da educação, indispensáveis e responsáveis pelo ensino e aprendizagem dos alunos. A equipe gestora: profissionais que regem toda essa orquestra, empoderados para gerir, orientar, conduzir, moderar e mobilizar todos os envolvidos com o intuito de entrelaçar os caminhos de cada um e de todos, em um alinhavo potencializador. Outros quadros: profissionais dedicados ao bem-estar de toda a comunidade escolar, muitas vezes esquecidos no ensino e aprendizagem, mas potenciais parceiros no processo educativo da escola. 30 Pais ou responsáveis: pessoas que entregam seus filhos à escola para participarem de sua formação, oculta ou não, mas parceiros na educação de crianças, adolescentes e jovens. A comunidade externa: a comunidade do entorno da escola, pessoas e entidades que podem estar envolvidas direta ou indiretamente no processo educativo da instituição. O PPP, quando autodesenvolvido, não compartilhado com outros membros da escola, não tem chance de sobrevivência, sua existência não faz sentido, pois não reflete as diferentes vozes da comunidade escolar. O desafio é converter este documento em um mecanismo de participação. Tornar isso possível é a forma mais consistente de obter o comprometimento de todos com a Educação ministrada. É também uma forma eficaz de alinhar as metas estabelecidas no documento formal com o dia a dia da escola. Para promover o pensamento correto, Freire acredita que todo processo educativo deve ser autêntico e, portanto, estar em uma relação organizacional com o contexto social ao qual se relaciona. Ele defende: Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem que responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é que é que pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora como fator de mudança. Às vezes preservando determinadas formas de cultura. Outras, interferindo no processo histórico, instrumentalmente (FREIRE, 2003. apud. SILVA 2015). Não há dúvida de que o PPP existe para garantir o direito dos alunos de aprender e assim desenvolver conhecimentos e habilidades de autocuidado, pensamento crítico, criatividade, espírito inovador, abertura. Aberto às diferenças, valorizar a diversidade, sociabilidade, responsabilidade e determinação. No entanto, é também uma ferramenta importante para dar sentido ao trabalho dos educadores e isso inclui todos os profissionais que atuam nas escolas. E por que a equipe escolar tem que trabalhar de maneira significativa? Desta forma, o esforço pessoal e profissional será recompensado e reconhecido pela sociedade. 31 Para isso, seus integrantes devem atuar com respeito, consistência, comprometimento, responsabilidade e intenção, no trato com a aprendizagem dos alunos. Portanto, PPP é mais do que apenas papel, que ficará amarelo e se deteriorará se armazenado, a palavra escrita tem uma função social. Escrevemos PPPs para documentar o que queremos, sentimos e observamos. Este documento tem uma das funções sociais mais importantes e não pode ser reduzido a uma obrigação legal. Se for copiado e colocado de lado, não alcançará seu propósito; existirá apenas para cumprir uma tarefa exigida pelo Ministério da Educação. O administrador, como mediador e interlocutor, ao convocar a comunidade escolar para dar um novo sentido ao PPP, recomenda que todas as partes reflitam e participem de seu desenvolvimento. A base de um bom documento são as perguntas compartilhadas. As PPPs escolares precisam revelar a realidade e ser debatidas democraticamente para serem dinâmicas e oferecerem ações e soluções que atendam aos anseios da maioria. Por isso, não é possível focar o desenvolvimento em um único número de conselheiros. Quando nos referimos a construir coletivamente o PPP, estamos falando de educar na e para a democracia. Etimologicamente, o termo educar tem origem no latim educare, que é composto pela união do prefixo ex, fora, e ducere, conduzir ou levar. Assim, educar significa conduzir para fora, direcionar para fora. A realidade do dia a dia, necessidades práticas, atividades gerais, como: horário das atividades, como servir o almoço, horário coletivo de trabalho do professor, como tratar os alunos, qualidade das aulas, espaço de organização, acesso a materiais e suprimentos, autonomia do aluno, entre outros aspectos, são os processos que revelam a parceria público-privada da escola, formalizada em texto ou não. Devemossupor que o PPP é sim o que já existe na escola. Isso é o que realmente acontece na vida cotidiana. O PPP oficial pode revelar a vida cotidiana na escola, portanto, antes de começar a pensar sobre design ou modificação, é importante analisar o PPP real. 32 Para empreender essa missão, sugerimos iniciar pela observação do funcionamento cotidiano de sua escola, com abertura para se permitir a aprender muito com isso. Nossa primeira reação ao realizar essa análise é justificar o que acontece. Por isso, é preciso um esforço grande para observar friamente os fatos e depois refletir e verificar o que é necessário e o que é possível melhorar para que o sentido máximo da Educação seja alcançado: a aprendizagem dos alunos. 10 PPP X ESCOLAS A Constituição Federal de 1988, no artigo 206, e a LDB nº 9.394/1996, no artigo 14, estabelecem os princípios da gestão democrática na Educação pública e a participação de seus profissionais e da comunidade na elaboração do Projeto Pedagógico. A gestão democrática favorece o exercício da cidadania, e a escola o que possibilita ao abrir espaços de participação e diálogo. Assim, a LDB normatiza o PPP como uma ação coletiva para a conquista da Educação de qualidade. Ela concretiza as normas que regulamentam os meios necessários para a garantia ao direito de aprendizagem de todos e cada um dos alunos, como o cumprimento dos dias letivos e das horas-aula, a recuperação para aqueles de menor rendimento e a participação nos horários de planejamento para desenvolver planos de trabalho segundo a proposta pedagógica da escola. Não existem leis federais que definam a obrigatoriedade de elaboração de PPPs, mas indicam a autonomia das escolas no planejamento e no estabelecimento de mecanismos de envolvimento dos profissionais e da comunidade no processo de desenvolvimento. De qualquer forma, nenhum diretor deve se sentir bem sem um plano para sua escola, os pais e familiares têm o direito de saber o PPP da escola em que vão matricular seus filhos. Se o planejamento é sinônimo de liderança consciente, não há alternativa ao planejamento, ou fazemos planos ou somos escravos das circunstâncias, assim, recusar-se a planejar é negar a possibilidade de escolher o futuro, aceitá-lo, seja ele qual for. 33 11 DIAGNÓSTICO COM BASE NOS INDICADORES EDUCACIONAIS DA ESCOLA O PPP deve servir ao desenvolvimento de resultados de aprendizagem. Portanto, é imprescindível aquele dos elementos que devem ser apresentados aos indicadores escolares, pois eles nortearão as decisões para melhorar o desempenho dos alunos e a qualidade do ensino e da aprendizagem, elementos essenciais previstos no PPP. A análise dos indicadores e da relação entre eles ajuda a avaliar o desempenho da organização e o que precisa ser melhorado. Indicadores de acesso: É importante obter dados sobre direitos de acesso, ou seja, registro e evasão de acesso. Se os registros aumentam ou diminuem ao longo de um período de tempo, pode indicar a necessidade de buscar mais informações para descobrir o porquê. Por exemplo, o aumento no número de registros é devido ao aumento da população do distrito, um novo estabelecimento comercial é estabelecido no distrito. Ao compreender o ocorrido, é possível repensar o projeto escolar. Indicadores de fluxo: Outra análise relevante envolve o fluxo de dados, ou seja, o número de alunos progredindo ou não em um determinado sistema de ensino. São eles: evasão, desaprovação, aprovação e distorção de ageano. Quantos alunos são aprovados e reprovados na escola? Quantos no ano são adequados para a idade? Em que ano a escola teve mais sucesso ou mais reprovação e em que áreas? O feedback pode fornecer pistas para ações que devem ser listadas e priorizadas no PPP para melhorar essas métricas. Indicadores de aprendizagem: É fundamental estudar a sequência histórica dos resultados de avaliações externas, como a Avaliação Nacional de Literatura - ANA, a Prova Brasil e o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM. No caso da ANA, é necessário determinar onde se encontra a maior parte dos alunos do 3º ano e planear o que fazer; para o resto, 34 discernir qual é o melhor resultado: ano da prova, campo e pontuação e entender o porquê. A coleta desses dados ajudará a comunidade escolar a identificar pontos fortes e áreas de melhoria na escola. Por sua vez, fornecem pistas para definir a missão, visão, princípios e valores da entidade, bem como o seu plano de ação e/ou atividades. 11.1 Missão, visão, princípios e valores da escola O PPP deve divulgar as intenções da instituição, por exemplo o que a comunidade escolar deseja alcançar com uma educação de qualidade e o que pretende desenvolver e entregar aos alunos e à comunidade externa. Em suma, isso significa: por que existe esclarecendo seu propósito principal, missão, o que ele quer ser definindo sua visão e propósito principal e o que o impulsiona para suas decisões, com base em seus princípios e valores, ou seja, sua Educação Política. Enfatizar apenas a aprendizagem racional e o aspecto cognitivo do desenvolvimento intelectual significam avaliar os alunos apenas por meio de testes cujos métodos e práticas enfatizam a repetição e a memorização não padronizada para futuros alunos. Há muitas escolas que só se preocupam em preparar os alunos para entrar nas melhores faculdades. Elas erram por se focarem apenas neste objetivo. Mesmo que entrem nas melhores escolas, quando saírem, esses alunos poderão ter enormes dificuldades para dar soluções a seus desafios profissionais e pessoais. (CURRY, 2003. apud. BARBOSA, 2018) Considerando essas informações, é possível decidir qual é a missão, visão, princípios e valores da escola. 11.2 Fundamentação teórica e bases legais É importante incluir no PPP um elemento que descreva os conceitos teóricos e os fundamentos jurídicos sob os quais a instituição opera, tal raciocínio deve embasar 35 as concepções de educação, escola, ensino, aprendizagem e avaliação que embasam o funcionamento dessa entidade. Também devem ser especificados os requisitos legais e regulamentares que embasam e definem a educação escolar, como a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB - Diretrizes Nacionais, etc. Além de reproduzir trechos significativos, é preciso relacioná-los com as expectativas, os pressupostos e as concepções da escola e do que se projeta para ela. Algumas escolas adicionam outros materiais ao PPP, como a proposta do programa de estabelecimento de metodologia, conteúdo e expectativas de aprendizagem ao longo da vida escolar e formas de avaliação e apoio aos alunos. Aluno e Regimento escolar definição de padrões e procedimentos da instituição, que, com base em fatores prévios, pode ser demonstrado e justificado de acordo com os objetivos educacionais da escola, que deve ser único e está presente em todos esses documentos. É interessante notar que o PPP é produzido em formato de arquivo digital ou impresso para facilitar a referência de longo prazo. Se for impresso, o ideal não é encadernar, mas organizar em uma pasta. Cada entrada deve ser um documento separado, para facilitar a manipulação e revisão, e isso pode acontecer em diferentes intervalos de tempo. O formato de portfólio permite adicionar facilmente novos documentos, preservando o histórico. A ideia de um registro permanente mostra como existe o PPP. Artigo 20 – As escolas deverão formular o Projeto Político- Pedagógico e elaborar o regimento escolar de acordo com a proposta do Ensino Fundamental de 9 anos por meio de processos participativos relacionados à gestão democrática. (DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA. BRASIL/MEC, 2013. apud. ROCHA, 2017) A escola, ao exercer autonomia e governança democrática, deve desenvolver um Projeto de Política Educacional - PPP que alinheseus objetivos educacionais às necessidades e expectativas da comunidade onde está inserida. Um PPP bem formulado serve de parâmetro para as ações de diretores, professores, funcionários, alunos e familiares. 36 O arcabouço legal das PPPs é a Lei de Diretrizes e Instalações Educacionais, que regula o desenvolvimento de projetos distintos dentro de cada instituição de ensino. Porém, as unidades produzem ou reproduzem PPP de forma burocrática, apenas para atender às normas legais. 12 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS OU CURRICULARES NA EDUCAÇÃO INFANTIL O tema das propostas educacionais pode ser derivado de diferentes pontos. Na história das ideias pedagógicas no Brasil, ela tem um novo campo magnético e está associada à discussão dos mecanismos internos da escola. A tradicional dicotomia esteve presente e possui várias versões, que procuram pensar o tempo, o espaço, o agente e a atividade como garantia de acesso ao conhecimento: conteúdo ou método; transmissão ou construção; processo ou produto; ambiente ou sala de aula devido a problemas, entre outras formas de organização do dia a dia escolar, foco no aluno ou no professor cuja polaridade parece mais estranha, já que o trabalho pedagógico não pode ser feito sem relacionamentos, interações. Recentemente, o debate curricular adquiriu proporções teóricas importantes, desencadeando um debate no campo do universalismo ou da relatividade? FORQUIN (1997), embora arcaico, tornou-se mais denso à luz do debate da epistemologia contemporânea e da sociologia crítica do conhecimento. Esse debate se ampliou e se tornou mais difícil no cenário acadêmico, bastando olhar para o debate sobre multiculturalismo e globalização e tem implicações para as políticas públicas: muitas administrações têm buscado superar as armadilhas e conflitos teóricos e práticos. Da mesma forma, a produção acadêmica sobre as diversas perspectivas teóricas, metodológicas e político-ideológicas do currículo tem sido expressiva. Lembremos como é difícil ir além do mundo acadêmico e influenciar os processos de tomada de decisão no campo das políticas públicas, onde, a lacuna entre o que é teoricamente criado nas escolas brasileiras e o que sabemos de outros 37 contextos, além de nossa rede escolar real continua sendo um problema sério. Em termos de pesquisa, confrontou-se a dicotomia presente no ato da investigação. O estudo da história do professor revela a disjunção entre sujeito e objeto, resultado da diluição do sujeito na sociedade contemporânea, com consequências terríveis que são amplamente discutidas, mas nem sempre solucionáveis nas humanidades e nas ciências sociais. Muitos pesquisadores têm enfatizado a importância de considerar os sujeitos professores, crianças e jovens, famílias nas recomendações e nos estudos do processo educacional, uma área que parece produtiva refere-se à necessidade de conhecer não só as histórias pessoais e trajetórias dos professores, mas também as histórias de propostas e grupos organizacionais, seus caminhos, erros e acertos, seus méritos. As origens das discussões curriculares no Brasil têm a ver com a pesquisa escolar, em particular o novo movimento escolar, a crença no poder das escolas e a busca por soluções alternativas. Por exemplo: lugar criativo com área de jogos para crianças, parque-escola etc. A ênfase do chefe da educação do Estado Novo nas elites de formação interrompeu esse processo. Com a redemocratização da sociedade, a partir de 1945, foi retomada a proteção da escola pública como direito de todos, principalmente na década de 1950. Porém, na década de 1960, a alternativas da escola, nos movimentos populares da academia. Aí vem a importância de Paulo Freire, um filósofo da educação que aposta na ação livre e cultural, mas, se a essa altura existiam secretários de educação como o de Natal que acreditavam em uma escola pública popular e buscavam meios de fazê- lo, é isso, a partir de 1985, com a conquista do direito de voto, perdida para a ditadura militar. A contribuição de Freire para seu trabalho oferece subsídios substanciais no setor de educação de jovens e adultos para o treinamento e a educação de professores em serviço que promovem a transcendência consciente e o pensamento- ponte. 38 Entre nós, a educação tem que ser, acima de tudo, uma tentativa constante de mudança de atitude. De criação de disposições mentais democráticas, através de que se substituam no brasileiro antigos e culturológicos hábitos de passividade, por novos hábitos, de participação e ingerência. (FREIRE, 2003. apud. SILVA, 2015). Planejamento curricular é entendida como uma macro-intervenção que é o legado da ditadura militar ele é o resultado dos acordos MEC/USAID. É sobre a preparação de equipes para a modernização administrativa, a hegemonia ideológica diante da tensão política e fraqueza institucional. Instituições federais ou programas poderosos que operam em todo o território nacional: Mobral, Minerva, Rondon, tentando ocupar o espaço dos movimentos sociais que, pela força, haviam sido eliminados. Durante a ditadura, os planos para implementar novas metodologias foram o esteio de muitas agências estaduais de educação, o MEC tem recursos e investe em treinamento: o plano é treinar funcionários, e, ao contrário das intenções do governo federal, alguns secretários de estado absorveram as ideias de FREINET e FREIRE sem interpretá-las. Ainda na década de 1970, PIAGET parecia oferecer uma oportunidade para uma educação onde o assunto fosse ativado, refletido e construído. Ninguém esperava que, anos depois, Piaget, Emília Ferreiro e o construtivismo fossem acusados de prejudicar a qualidade da escola. Essa foi uma das mais amargas controvérsias acadêmicas da década de 1980: de um lado, Saviani, do Líbano, e outros pesquisadores se uniram em torno da proposta de uma chamada pedagogia social crítica do conteúdo. Dung e Gadotti, Freire, Nosella e outros identificado com apelos para uma pedagogia crítica liberal. Depois da ditadura e com o retorno das eleições cantonais e comuns, a presunção do debate das proporções tem sido cada vez mais enfatizada de cunho político, embora muitas vezes enganosa do ponto de vista teórico, pois a realidade é muito mais rica do que as reduzidas classificações propostas por muitos pesquisadores. Um dos maiores problemas é a disseminação errônea do construtivismo pelas universidades, políticas educacionais e reforma curricular. Enquanto defendemos a diversidade de alternativas curriculares, resistimos à ideia ou prática de buscar um desenho curricular supostamente melhor, estudando os autores de Piaget, Vygotsky, Walloon e o brasileiro, que estudaram seriamente suas 39 teorias, acreditamos que para ser construtivistas, os professores devem necessariamente ser adequados, aprofundados, com conhecimentos de linguagem, matemática, ciências naturais e sociais, combinando esse conhecimento com uma sólida formação cultural. Portanto, é uma formação científica e cultural, por não haver um projeto sério, contínuo e consistente desse tipo, os professores se confundem, descartando o pouco que têm e tentando substituir conjuntos de informações gerais muito diferentes e distorcidos, consistência teórica da epistemologia genética ou sociológica perspectiva histórica do conhecimento, problema ainda encontrado nas propostas educacionais atuais. Ao analisar as políticas do governo federal e as iniciativas locais, os dilemas das secretarias de educação e desenvolvimento social nas cidades de recursos ficam claros, tornando a mudança uma prioridade e investindo na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental. Com base nessas experiências e estudando a produção acadêmica na área, ousamos afirmar que, na realidade brasileira, o debate em torno do currículo se aprofundou nos aspectos mais importantes.Da matéria, mas não no nó: seja ele refere-se à escola; ou ligada à dimensão macro, aborda modelos, desenhos e políticas de um ângulo amplo, pressupondo que a realidade pode ser modificada pela força, por decretos, projetos, referências de documentos ou parâmetros sem alterar as condições. É importante ter referências, mas quais livros são frequentemente chamados de referências, e como fazer um projeto de educação infantil sem recursos materiais ou humanos? Tais problemas surgem da maneira como se dá a autogovernança sem proporcionar as condições físicas e humanas para que a autonomia das cidades se torne realmente possível: a falta de pessoal é simplesmente um problema: Como administrar o ensino quando não há equipe, não há sistema de conhecimento? Por outro lado, se não existe uma proposta educacional escrita, como você sabe que ela realmente existe? Como entrar no curso atual? Às vezes, as propostas são escritas, mas não surtem efeito. Se uma secretaria não tem uma proposta escrita, é porque a pergunta não foi pública, codificada? Não podemos parar de tentar descobrir o que está acontecendo nas escolas, creches e pré-escolas. E como fazer? 40 Proposta educacional; programa de estudo proposto; projeto político-educacional; projeto político. Voltando ao contexto em que esse debate ocorreu pela primeira vez no Brasil, cabe lembrar que em 1995, por iniciativa do MEC / SEF / COEDI, pesquisadores brasileiros produziram textos sobre esses temas ou conceitos. Liderado por Ângela Barreto, na época coordenadora do COEDI, o processo seguiu uma longa discussão sobre a formação de profissionais da educação infantil culminando em uma oficina realizada em Belo Horizonte em 1995 e sobre os critérios de qualidade de creches e jardins de infância. O trabalho tem como objetivo identificar as propostas existentes e desenvolver uma metodologia de análise de propostas que ajudará os estados e municípios a realizar suas próprias análises sobre o desenho e implementação das propostas. São várias etapas: inicialmente, há uma produção teórica sobre o tema proposta pedagógica ou currículo, projeto. Em seguida, foram determinados os critérios para a análise das propostas e sua implementação: o MEC questionou os Ministros da Educação e os Ministros da Educação dos municípios das capitais de todos os Estados sobre as propostas proposta educacional ou programa de educação infantil, e esta é a literatura analisada. Terceiro: grupos formados com participantes e consultores do MEC estiveram no local implementando as propostas analisadas, visitando creches e jardins de infância e entrevistando especialistas. Vários relatórios foram escritos, o produto final foi editado pelo MEC para auxiliar grupos de secretários municipais e estaduais na análise e elaboração de propostas de educação infantil. Mais uma vez, a questão da formação de profissionais surge como uma questão importante e urgente, pois da análise dessas propostas e formulação da metodologia, cabem comentários políticos e teórico-metodológicos. Em primeiro lugar, cabe destacar que a orientação teórico-metodológica do currículo ou proposta curricular, a visão das políticas públicas e o papel do departamento contam com integrantes da equipe do COEDI e especialistas. O consultor está na contramão do MEC, empenhado em definir os parâmetros curriculares para todos os níveis de estudos do ensino básico. 41 Essa discrepância, entre outras coisas, resultou na suspensão do material, a mais importante contribuição do MEC para a educação infantil, esse documento oficial que se tornou Referência do Programa Nacional de Educação Infantil, alvo de intensa polêmica acadêmica, tanto sobre sua forma de elaboração e conteúdo, quanto sobre suas formas práticas atualmente. Por outro lado, a discussão da proposta pedagógica ou curricular, feita pelos consultores, apresentou um esboço geral das formas possíveis de abordar a questão, pois ler diferentes perspectivas pode ajudar a reposicionar o debate que se desenvolve na academia e no campo das políticas públicas. Para responder à questão colocada, retoma a etimologia da palavra currículo, derivada do terno latino "currus" - carro, carruagem, significando um lugar no qual se corre. Seu uso metafórico em educação seria a busca de um caminho, uma direção, que orientaria o percurso para atingir certas finalidades. (KISHIMOTO, 1994. apud. KRAMER, 1994) A autora busca mostrar a evolução do significado de currículo na literatura americana, refletindo diferentes concepções de ensino: a ideia de um grupo sistemático de cursos ou uma série de disciplinas de estudo, corresponderia à ideia dominante na expansão da educação nos Estados Unidos (1876 a 1929), com foco na memorização. A partir de 1929, valoriza-se as experiências sociais da criança o que se reflete na concepção de currículo como conjunto de experiências que o aprendiz adquire sob a responsabilidade da escola, o aluno é priorizado e não apenas o conteúdo curricular. 13 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Até há algum tempo, quando ouvimos falar do Projeto de Educação Política ou PPP, como é popularmente chamado, surgiu imediatamente em nós a ideia de um documento composto por várias folhas impressas. Na verdade, essa imagem, que também faz parte do imaginário comum de muitas pessoas, é construída socialmente, pois na verdade, o significado de PPP é mais complicado. Certamente, o registro do PPP no papel é fundamental para garantir a memória do trabalho pedagógico das instituições pré-escolares e das instituições de ensino em 42 geral, pois, ao olhar para a história, pode-se ter um olhar crítico sobre as atividades atuais e futuras, assim, um dos desafios que o tema PPP enfrenta é justamente torná- lo mais do que apenas o registro de uma história que se lê e muitas vezes é imaginada. Além disso, não pode ser uma simples história do presente onde a imaginação e a criatividade não são usadas, a grande expectativa gerada em geral sobre o PPP é que seja uma ferramenta educacional dinâmica e viva que oriente o trabalho educativo para proporcionar aos alunos e a todos os envolvidos na educação escolar uma grande vivência cidadã. O PPP, além de servir de base estrutural para a governança democrática, é também a espinha dorsal da integração curricular para a educação infantil, porque não existe uma fórmula pré-fabricada para a construção de um PPP, mas é preciso reconhecer que a etapa da educação básica tem uma especificidade, que é valorizar a infância vivida de bebês, crianças pequenas e outras disciplinas no cuidado e na educação. Também é importante considerar que as instituições de educação infantil, especialmente aquelas voltadas para crianças pobres, têm um marco histórico pela falta de investimento, que vem sendo sanado desde o reconhecimento constitucional, esta política é a dos direitos da criança. No entanto, ainda existem muitos desafios para a qualidade do serviço, a qualidade da educação infantil não se baseia nas práticas escolares, mas na valorização e reconhecimento das necessidades dos pré-escolares, em outras palavras: pedagogia da educação infantil. De acordo com as Diretrizes do Programa Nacional de Educação Infantil (DCNEIs), o PPP é considerado o termo mais apropriado para usar na educação infantil para substituir a palavra currículo, porque currículo para a educação infantil intensa que geralmente é combinado com aprendizagem experiencial no ensino fundamental e médio. (BRASIL, 2013). É importante perceber que o currículo é indissociável do que somos e do que nos tornamos, ou seja, está na nossa identidade e na nossa subjetividade. Um currículo que atenda às necessidades de educação e cuidado da primeira infância deve incluir percepções críticas e pós-críticas, nas quais se entende que o 43 desenvolvimento do
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