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PROJETO-POLÍTICO-PEDAGÓGICO-NA-EDUCAÇÃO-BÁSICA

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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ........................................................................... 5 
2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ................................................................. 7 
3 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP X EIXOS FILOSÓFICOS .............. 9 
3.1 Definições e Características do PPP ............................................................ 10 
4 A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA ..... 12 
5 EIXOS FUNDAMENTAIS DO PPP ..................................................................... 15 
6 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA ........................................................................ 18 
7 ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR PARA A 
CONSTRUÇÃO DO PPP .......................................................................................... 19 
7.1 Definição de um marco referencial orientador do PPP................................. 20 
8 ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO OU CONHECENDO A REALIDADE DA 
ESCOLA ................................................................................................................... 23 
8.1 Sugestões de dimensões e indicadores para análise da realidade escolar. 25 
8.2 Elaboração de um plano de ação ................................................................. 27 
8.3 Plano de ação .............................................................................................. 28 
9 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: O REAL E O FORMAL .................... 29 
10 PPP X ESCOLAS ............................................................................................ 32 
11 DIAGNÓSTICO COM BASE NOS INDICADORES EDUCACIONAIS DA 
ESCOLA ................................................................................................................... 33 
11.1 Missão, visão, princípios e valores da escola .............................................. 34 
11.2 Fundamentação teórica e bases legais ........................................................ 34 
12 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS OU CURRICULARES NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL .................................................................................................................. 36 
13 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............... 41 
 
14 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 43 
15 BIBLIOGRAFIA: ............................................................................................. 45 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Prezado aluno, 
 
 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. 
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e 
todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em 
perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que 
serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
Bons estudos!
 
5 
 
1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 
 
O Projeto Político Pedagógico – PPP, é um documento que trata de identificar 
as diretrizes que serão implementadas na escola objetivando melhorar também a 
aprendizagem. 
O Projeto Político Pedagógico tem como fulcro orientar a instituição escolar em 
todas as suas atividades de acordo com a realidade de cada escola, além dos 
objetivos dispostos pela BNCC – Base Nacional Comum Curricular. 
Assim, a Base Nacional Comum Curricular tem como finalidade as 
aprendizagens relativas a todos os alunos desde a Educação Infantil até o Ensino 
Médio, servindo de orientação para as diretrizes especificadas no Projeto Político 
Pedagógico. 
Para tanto é necessário que se identifique quais são as competências do 
Projeto Político Pedagógico para que estas diretrizes sejam incorporadas as 
propostas da BNCC, sendo necessário que haja um diagnóstico de tais práticas, bem 
como do aprendizado dos alunos. 
Entende-se ainda a necessidade de se conhecer a comunidade bem como os 
desafios da aprendizagem dela que é essencial, com a finalidade de traçar diretrizes 
condizentes com cada instituição. 
De forma que para que se inicie a revisão da aprendizagem deve, o gestor 
escolar estar observando os acontecimentos no seu município bem como do Estado. 
Além do mais o gestor escolar é o responsável por compartilhar tanto 
informações que estejam no contexto da instituição quanto aos documentos para a 
implementação das diretrizes da base. 
As escolas devem ter o cuidado ao elaborar o conteúdo para que essa 
elaboração seja um momento democrático e colaborativo, de forma a dar aos 
professores uma BNCC, implementada de acordo com cada disciplina, buscando o 
respeito, à igualdade e a diversidade cultural. 
Deve ainda ser revisto o currículo em relação a diversidade cultural, uma vez 
que esse tema se trata de uma das diretrizes da BNCC. 
 
6 
 
Uma das missões da PPP é formar alunos críticos bem como conscientes, a 
partir de aulas que não sejam apenas expositivas. 
A BNCC ainda estabelece a necessidade do professor está sempre atualizado, 
buscando o aperfeiçoamento, além de orientado pelo coordenador escolar, o que leva 
a necessidade de o que o gestor escolar, estar envolvido em reuniões pedagógicas 
com os professores, alunos e responsáveis buscando envolver assim a comunidade 
escolar nas mudanças. 
Interessante para o gestor por exemplo é mapear o perfil da comunidade, 
buscando assim fazer um levantamento dos problemas, buscando soluções, 
acolhendo assim a comunidade escolar, através de dinâmicas, onde cada gestor 
escolar, buscará sugestões da comunidade escolar com o fim de solucionar os 
problemas encontrados ou apontados. 
O gestor deverá divulgar os resultados, bem como as alterações realizadas, 
buscando assim apresentar os documentos por meio de comunicados à imprensa ou 
reuniões. 
Para que haja o envolvimento e a participação dos alunos, nas mudanças, 
poderá ser realizada através da formação de diretórios estudantis, por meio de 
incentivo a autogestão, autonomia e cooperação, que se tratam de competências 
previstas pela BNCC. 
Ainda assim, outra forma de incluir os estudantes é o uso da ferramenta Google 
Docs, que se trata de uma versão gratuita online do Word, essa ferramenta possibilita 
à comunidade compartilhar suas sugestões em tempo real além de poder ser utilizada 
por todos ao mesmo tempo. 
Tal ferramenta também pode servir com o fim de otimizar o tempo dos 
professores bem como de toda equipe, onde poderão reservar as reuniões para 
consolidação do que já foi lido e revisto. 
Diante das competências descritas pela BNCC, que podem ser desenvolvidas 
de diversas maneiras pelo PPP, não aparecendo apenas no currículo disciplinar, 
torna-se importante integrar disciplinas, bem como rever as avaliações com base na 
escuta de estudantes e professores, além da incorporação dos aspectos culturais 
regionais nas práticas pedagógicas, todas essas podem ser formas de atender às 
demandas da BNCC. 
 
7 
 
O Projeto de Política Educacional também deve promover uma cultura de 
participação, estimulando a resistência de professores e alunos à mudança, para que 
a identidade da escola também seja respeitada neste processo, ainda podem realizar 
o mapeamento de característicaslocais e comunitárias específicas para estabelecer 
novas parcerias público-privadas. 
Isto inclui pensar na mobilidade estudantil, bem como na arquitetura 
envolvente, e também na possibilidade de visitar museus, institutos, teatros ou outros 
circuitos culturais que enriquecem o tesouro do aluno da história além da 
transformação da área em que estudam. 
 Desta forma, é concebível que o objetivo do BNCC seja formar cidadãos 
íntegros, autossuficientes e criativos, capazes de sucesso pessoal e profissional. 
2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 
O Projeto de Política Educacional é antes de tudo uma expressão da autonomia 
da escola no sentido de formular e implementar suas propostas de trabalho. Trata-se 
ainda de um documento legalmente reconhecido que orienta e veicula as atividades 
desenvolvidas nas escolas e tem como objetivo principal identificar e solucionar 
problemas que interferem no processo de ensino-aprendizagem. 
Este projeto foca diretamente no que a escola tem como aluno mais importante 
e no que os alunos e toda a comunidade esperam da escola: ir bem. 
O Projeto Político Pedagógico é um caminho geralmente percorrido para atingir 
um determinado objetivo. 
Nesse sentido, deve existir antes de tudo porque se define como uma ação pré-
pensada, idealizada, assim é tudo o que se almeja do ponto de vista pedagógico: 
melhorar a qualidade do ensino através da reestruturação da proposta do programa 
escolar, por meio de ações efetivas a favor da qualificação do educador, empenhado 
em proporcionar aos alunos uma educação voltada para o exercício da cidadania, etc. 
Assim, com a sua existência, a escola registra sua história, conhecida como um 
conjunto de diretrizes e estratégias que corporificam e norteiam a prática político-
pedagógica de uma escola. 
 
8 
 
Trata-se de um processo inacabado e, portanto, contínuo que se constrói ao longo da 
trajetória de cada instituição. 
O projeto é coletivo e todos os personagens, pais, professores, alunos, funcionários e 
direção técnica são responsáveis pelo sucesso do projeto, direta ou indiretamente. 
Portanto, sua eficiência depende em parte do comprometimento das pessoas 
envolvidas em fazê-lo. 
O projeto político educacional é definido da seguinte forma: Originalmente o 
termo projeto significa antecipar e lançar o futuro. 
 Assim, falar de um projeto significa pensar a utopia não como um lugar para o 
impossível, mas como a possibilidade de sua realização e não apenas uma fantasia 
incomensurável como apresentada no início. O desejo de mudança, a verdadeira 
possibilidade de ser, a partir de: 
É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que 
maneira, por quem para chegar a que resultados. Além disso, explicita uma 
filosofia e harmoniza as diretrizes da educação nacional com a realidade da 
escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a 
clientela. É a valorização da identidade da escola e um chamamento à 
responsabilidade dos agentes com as racionalidades interna e externa. Esta 
ideia implica a necessidade de uma relação contratual, isto é, o projeto deve 
ser aceito por todos os envolvidos, daí a importância de que seja elaborado 
participativa e democraticamente. (NEVES 1995, apud GONÇALVES, 2014, 
p.6142) 
O projeto é político porque está inserido em um espaço de sucessivas 
discussões e decisões, por isso nossa execução de ações é sempre permeada por 
relações que incluem polêmicas, opiniões, sugestões, sejam contra ou a favor. 
Assim, a inclusão de todos os envolvidos no Projeto de Educação Política da 
Escola, protestos, conflitos, divergências são atos extremamente políticos. 
No entanto, concordamos com Aristóteles quando afirma que todas as ações 
humanas são atos políticos. 
O projeto é pedagógico por implicar em situações específicas do campo 
educacional, por tratar de questões referentes à prática docente, do ensino 
aprendizagem, da atuação e participação dos pais nesse contexto educativo, enfim, 
de todas as ações que expressam o compromisso com a melhoria da qualidade do 
ensino. 
 
9 
 
A dimensão política, a forma social, é a forma coletiva em que alunos, 
professores, superintendentes, conselheiros, funcionários e líderes estudantis 
discutem o Projeto de Política Educacional. Todos nós planejamos nosso dia a dia, de 
forma sistemática ou não. 
Foi por meio de discussões e necessidades individuais e coletivas que o Projeto 
de Política Educacional foi concebido na cabeça das pessoas, de modo que, em 
relação a esses aspectos político-educacionais do Projeto, encontramos em 
MARQUES um respaldo, ao expressar: O projeto político-educacional tem um caráter 
dinâmico e não se faz porque os gestores querem, mas porque nos preocupamos com 
a situação das crianças, escolas e sociedade e queremos mudança. (MARQUES. 
apud. SILVA. 2000) 
3 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP X EIXOS FILOSÓFICOS 
O Projeto Político Pedagógico – PPP menciona, que a identidade da escola tem 
como objetivo dar o encaminhamento político e pedagógico da instituição escolar 
durante o decorrer do ano letivo. 
Sendo seu foco a sistematização de toda a ação educativa, por esse motivo 
trata-se de um processo contínuo, que irá se aperfeiçoando e consolidando durante a 
caminhada pedagógica e política. 
 O PPP não se trata de uma solução mágica para o encaminhamento das 
questões da organização escolar, mas um instrumento de auxílio na resolução dos 
problemas que surgem ao decorrer do ano letivo. 
Por esses aspectos, salienta-se a importância desse instrumento enquanto um 
norte para a instituição escolar, pois considera os resultados que acontecem na 
dinâmica de compromissos partilhados por todos os sujeitos escolares, ou seja, diante 
daquilo que foi proposto coletivamente na construção do documento. 
Nesse estudo recortaram-se os aspectos que identificam o Projeto Político 
Pedagógico no âmbito da instituição pública. 
 
 
10 
 
3.1 Definições e Características do PPP 
O Projeto Político Pedagógico pode ser assim, nomeado: 
 Proposta pedagógica. 
 Projeto educacional. 
 Projeto de estabelecimento. 
 Plano diretor. 
 Projeto de escola. 
Os aspectos políticos e educacionais do PPP, ainda que de particular 
importância, não podem ser separados. Na concepção mais estrita do PPP, deve-se 
entender que o ato educativo tem um significado político proeminente, assim como há 
uma força educativa fundamental na ação política. 
[...] todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por 
estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses 
reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de 
compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. [...] na 
dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da 
intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, 
responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de 
definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de 
cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA 1995, apud 
CORRÊA, 2014, p.12) 
Organizam-se assim dois aspectos principais do trabalho educacional: 
 
 Primeiro: um significado abrangente que caracteriza todas as atividades 
institucionais. 
 
 Segundo: um significado mais específico e focado no desenvolvimento 
da prática pedagógica em sala de aula, no corredor, na sala de jantar e 
no quintal, por exemplo. 
Nesse sentido, o Esquema de Política Educacional nas Instituições Públicas 
enfatiza a autonomia da escola, além de refletir a identidade da unidade de ensino e 
a valorização como um espaço coletivo de corresponsabilidade. 
 
11 
 
Enquanto a sociedade como um todo está em constante mudança, uma das 
características importantes do PPP é o seu dinamismo, então o PPP está vivo. 
Desta forma, deve ser reembolsado de forma contínua, à medida que as 
escolas vão mudando e, conformeassinalado, o PPP procura valorizar a identidade 
da instituição. 
Conforme mencionado acima, a construção de projetos políticos educacionais 
deve ser, de produção coletiva e participativa, assim, todos os sujeitos participantes 
do processo serão solidariamente responsáveis pela execução dos conteúdos nele 
propostos. 
Onde o sujeito deve ver-se no PPP, pois a ferramenta norteará todas as ações 
escolares que forem determinadas e estabelecidas a partir dos pressupostos da 
disciplina escolar, assim, gestores internos e externos, professores, funcionários, pais 
e comunidade. 
Portanto, acreditamos que a própria escola e os indivíduos que a compõem 
podem perceber e refletir sua realidade, corroborando a ideia enfatizada por Freitas 
(1991): 
As novas formas têm que ser pensadas em um contexto de luta, de 
correlações de força – às vezes favoráveis, às vezes desfavoráveis. Terão 
que nascer no próprio chão da escola, com apoio dos professores e 
pesquisadores. Não poderão ser inventadas por alguém, longe da escola e 
da luta da escola (FREITAS, 1991. apud. VEIGA, 2004). 
A necessidade dessa ferramenta possibilita a corresponsabilização, pois uma 
das funções do PPP é se comprometer com a prática escolar, denunciar possíveis 
abusos e autoritarismo, bem como as consequências políticas e regulatórias das 
contradições decorrentes do capitalismo hegemônico. 
O desenvolvimento do Projeto de Política Educacional, além de necessitar de 
corresponsabilidade no sentido orgânico, requer um desenvolvimento constante em 
todos os momentos. 
Assim, este caráter orgânico e corresponsável exigirá os princípios que 
sustentam a educação escolar. 
 
12 
 
4 A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA 
O desenvolvimento do Projeto de Política de Educação surgiu da necessidade 
de organizar e planejar a vida escolar, quando ações espontâneas e improvisadas 
acabavam perdendo tempo e recursos inerentes. 
O Projeto de Política de Educação é a marca original da escola, é capaz de 
fazer uma oferta sobre a qualidade do ensino, definindo ou melhorando o seu modelo 
de avaliação tendo em conta as principais questões que o atrapalham. 
 Bom aproveitamento dos alunos. 
 
 Estabelecer e aprimorar o currículo de acordo com o contexto 
sociocultural dos alunos. 
 
 Indicar objetivos de trabalho relacionados com a situação pedagógica, 
especialmente em termos de experiência com métodos criativos e 
alternativos. 
Portanto, é importante estruturar os princípios que norteiam a prática 
educacional. 
 Desse modo o projeto deve ser construído a partir de tarefas simples, que 
podem ser realizadas no dia a dia da escola. Mas isso não acontece sem um 
planejamento cuidadoso, imaginação criativa e trabalho em equipe. 
O projeto pedagógico não é uma peça burocrática e sim um instrumento de 
gestão e de compromisso político pedagógico coletivo. Não é feito para ser 
mandado para alguém ou algum setor, mas sim para ser usado como 
referência para as lutas da escola. É u m resumo d as condições e 
funcionamento da escola e ao mesmo tempo um diagnóstico seguido de 
compromissos aceitos e firmados pela escola consigo mesma. (FREITAS, 
2004, apud SACRAMENTO, 2016, p. 13) 
Porém, o mais importante para a escola não é apenas o desenvolvimento do 
Projeto de Política Educacional, mas o trabalho educativo e sua aplicabilidade, esse 
processo exige: continuidade, sequência, interconexão, antes, durante e depois, pois 
se trata de uma jornada contínua. 
 
13 
 
Trata-se de mudanças que geralmente não são aceitas pela comunidade 
escolar, pois criam a ideia de mais trabalho, mais tempo, mais custos, que por sua 
vez serão contestados por alguns. Referindo-se a essa opinião, Gadotti e Demo 
(1998) observam que o Projeto Político Pedagógico é um sinal de mudança, pois 
identifica pontos importantes para a educação básica como: A ferramenta instrumental 
mais eficaz para o exercício da cidadania e da mudança qualitativa na sociedade e na 
economia. (GADOTTI e DEMO, 1998) 
Para os autores supracitados, esses aspectos são essenciais no sentido de 
criar oportunidades de formação de stakeholders e possibilitar que a educação tenha 
como foco a construção de qualidade, enquanto a escola é um nicho onde a gestão 
do conhecimento e a capacidade de produção se transformam, porque é suposto 
retirar conhecimento dele, em vez de simplesmente reproduzir. 
Os projetos de políticas educacionais são uma forma eficaz de superar a 
fragmentação da ação tanto na educação como nas escolas, dinamizando e 
revitalizando o espírito de toda a comunidade escolar, onde todos têm um sentimento 
de familiaridade, sentindo-se corresponsáveis pelo desenvolvimento e melhoria do 
ensino. 
O comprometimento dos professores é ótimo e pode ajudar a fazer da escola 
um lugar de crescimento e humanidade, sendo, importante que se atualizem 
constantemente, busquem referências e auxiliares de ensino que servirão para inovar 
seu método de ensino. 
Necessário ainda que o trabalho em equipe, privilegie um espaço onde você 
possa experimentar e trocar experiências, sempre considerando a sua formação. 
Ao elaborar e executar o seu PPP a escola deverá destacar: 
 Finalidade e objetivos da educação, buscando garantir a igualdade de 
tratamento, o respeito às diferenças, a qualidade do serviço prestado e 
a liberdade de expressão. 
 
 A concepção de criança, jovens e adultos, seu desenvolvimento e 
aprendizagem. 
 
 
14 
 
 As características da população a ser atendida e da comunidade na qual 
se insere. 
 
 O regime de funcionamento. 
 
 A descrição do espaço físico, das instalações e dos equipamentos. 
 
 A relação de profissionais, especificando cargos, funções, habilitação e 
níveis de formação. 
 
 Os parâmetros de organização de grupos e relação professor/ aluno. 
 
 A organização do trabalho diário com crianças, adolescentes e adultos. 
 
 A proposta de articulação da escola com a família e a comunidade. 
 
 O processo de avaliação, explicitando suas práticas, instrumentos e 
registros. 
 
 O processo de planejamento geral. 
 
 Trazer anexos como: a Matriz Curricular vigente e Projetos Especiais a 
serem desenvolvidos. 
 
O PPP e o Regimento Escolar das unidades escolares deverão estar: 
 Consonantes com as leis vigentes (Lei 9394/96; 11.274/06; Estatuto da 
Criança e do Adolescente, Resoluções do CME 002/98; 03/99 e 06/99; 
Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil, para o Ensino 
Fundamental de Nove Anos, a Educação de Jovens e Adultos - EJA, 
Diretrizes Municipais para a Inclusão da História e Cultura Afro Brasileira 
e Africana no Sistema Municipal de Ensino de Salvador, Lei 10639/03 e 
as Diretrizes Municipais do Meio Ambiente. 
 
15 
 
 Disponíveis para a comunidade escolar, as autoridades competentes e 
para os pais dos alunos interessados em conhecer os documentos. 
5 EIXOS FUNDAMENTAIS DO PPP 
Classicamente, utilizam-se os estudos de VASCONCELLOS (2008) para 
fundamentar os elementos responsáveis para a orientação dos estágios de 
composição de um PPP, a saber: Marco Referencial, sendo esse composto por outros 
três: Marco Situacional, Filosófico e o Operativo, o Marco Diagnóstico e a 
Programação. 
Neste estudo, no entanto, será denominado corpo enquanto estratégia de 
articulação do PPP e, objetivamente, para a compreensão do que seja eixo 
fundamental. 
É chamado de corpo porque entende sua ideia de que um todo formará em si 
uma outra realidade total, ou seja, são integrais em si mesmos e, portanto, não são 
considerados uma soma. 
Sendo assim, o movimento deste processo de construção do PPP se constituirá 
em um corpo situacional, um corpo conceitual e um corpo operacional, assim o papel 
da entidade situacional é captar as tendências internas da escola, compreender os 
seus conflitos e contradições, diagnosticá-la e determinar o lugar da ação prioritária, 
a análise situacionalreal. 
[...] uma mistura de conhecimento e descoberta, é uma leitura especial da 
realidade e que se faz sempre em função de alguma necessidade ou 
interesse. Nesse sentido não há análise de conjuntura neutra, 
desinteressada: ela pode ser objetiva, mas estará sempre relacionada a uma 
determinada visão do sentido e do rumo dos acontecimentos. (SOUZA,1987, 
apud, CORRÊA, 2014, p.16). 
 
A Análise de Conjuntura se utiliza de algumas ferramentas para sua efetiva 
execução e aborda em sua prática os acontecimentos, os cenários, os atores, as 
relações de força e a articulação entre estrutura e conjuntura. 
Ressalta-se a importância da Análise Econômica na formulação de PPPs, 
conforme, destacou SOUZA (1987), é uma análise preocupada em criar uma espécie 
 
16 
 
de intervenção na política, além de um elemento fundamental na organização política, 
além da determinação das estratégias e táticas de luta das diferentes forças sociais. 
Por se tratar de um elemento impulsionador de lutas sociais, com a capacidade 
de amenizar as imposições de uma sociedade capitalista, acredita-se ser necessário 
entender melhor a constituição de uma análise econômica, compreendendo seus 
elementos, para encontrar uma construção real na forma de PPP rumo a uma 
sociedade justa e menos desigual, a educação é um dos fatores primordiais na busca 
dessa transformação. 
 
 Acontecimentos: 
Antes de entender o que eventos incluem em uma análise de conjunção, é 
necessário entender o que eles significam, SOUZA (1987) define eventos como 
eventos de particular significado para uma nação, uma classe social, um grupo 
social ou uma pessoa. 
Esse fator torna-se importante na análise, pois as investigações de eventos revelam 
situações da sociedade, de um grupo ou de uma classe. Alguns exemplos podem 
ser considerados: greve geral, eleição presidencial, guerra, desastre natural. 
Cenários: 
Os espaços onde ocorrem os acontecimentos sociais, políticos e econômicos, 
podem ser considerados cenários. Cada cenário tem sua especificidade, exemplo 
disso é descrito por SOUZA (1987). Quando seu poder é maior. Portanto, é 
necessário estudar e refletir sobre os cenários de luta e as diferentes características 
de cada um. 
Atores: 
SOUZA (1987) define ator como uma pessoa que desempenha um papel, alguém 
que desempenha um papel em uma trama, uma teia de relações. O indivíduo é 
agente social quando apresenta algo para a sociedade, concretiza uma ideia, uma 
necessidade, um projeto. 
Porém, um ator nesse contexto não é visto apenas como indivíduo, mas também 
grupos sociais, instituições, sindicatos, partidos políticos, igrejas, meios de 
comunicação, entre outros. 
Relação de forças: 
 
17 
 
 Os atores sociais mencionados acima (indivíduos, classe social, mídia, partidos 
políticos) sempre se relacionam e essa relação pode ser de conflito, convivência ou 
cooperação. A análise de tais forças revela relações de poder, paridade ou 
submissão. 
Frequentemente, as relações de poder não são medidas apenas por quantidades, 
pode haver casos em que a verificação será mais abstrata, por exemplo, ao analisar 
a força de um movimento social. 
Outro fator importante relacionado ao equilíbrio de poder é que os dados verificados 
mudam constantemente e, portanto, não são imutáveis. 
Articulação entre estrutura e conjuntura: 
Todos os elementos de uma associação elencada acima não surgem por acaso, 
pelo contrário, estão associados à história, no momento em que a sociedade está 
passando, influenciados por aspectos sociais, econômicos e políticos. 
Portanto, é necessário considerar tudo com cuidado, porque por trás de cada 
evento, movimento e contradição sempre haverá um pano de fundo, que muitas 
vezes não é claro. 
 
 Acredita-se que a construção de um PPP real deve fazer mudanças, romper 
com as imposições arbitrárias, compreender o verdadeiro significado dos 
acontecimentos para fazer o trabalho de educação para criar transformação, onde 
todos os objetos escolares terão essa corresponsabilidade. 
No corpo conceitual constituindo dois dos objetos deste estudo, as escolas 
discutem suas concepções de sociedade, de pessoas, de educação e da função social 
da escola, esforço teleológico que definirá as prioridades em que deve ser constituída 
a práxis escolar. 
Assim, segundo VEIGA (1998) o ato conceitual: 
Diz respeito à concepção ou visão de sociedade, homem, educação, escola, 
currículo, ensino e aprendizagem. Diante da realidade situada, retratada, 
constatada e documentada. […] neste momento conceitual, devem também 
ser considerados os eixos norteadores do projeto. (VEIGA 1998. apud. 
CORRÊA, 2014) 
A agência operacional refere-se à maneira como as ações serão realizadas 
para mudar a realidade da escola, de modo a envolver a tomada de decisões para 
 
18 
 
atingir metas e objetivos definidos em conjunto, assim, à medida que os conceitos que 
compõem as PPPs foram explorados, os dois eixos que sustentam o Projeto de 
Política Educacional serão destacados no corpo conceitual, abrangendo-o com 
objetividade e utopia: 
 Visão Humana. 
 
 Função Social da Escola. 
Os dois eixos filosóficos, Visão Humana e Função Social Escolar, foram 
separados dos quatro eixos básicos de uma parceria público-privada, sendo as 
referidas duas visões destinadas a compreender a especificidade do ser humano. 
Aqui definida por categorias, são atribuídas às funções acadêmicas, laborais e 
sociais da escola, cuja função específica é transmitir e absorver conhecimentos 
sistematizados pela humanidade. 
Os eixos filosóficos serão conceituados de acordo com a linha de pesquisa da 
diretora e os estudos por ela realizados, com base na análise histórico-crítica. 
6 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA 
A instituição escolar desde sua origem passou por diversas transformações, 
principalmente em relação a sua função social. Durkheim (1995) aborda alguns 
exemplos da função social da escola em sua obra: Educação e Sociologia, abordando 
o modo como esse aspecto se alterou ao longo dos tempos. Durkheim descreve a 
escola enquanto instituição que existe objetivamente para atender as demandas da 
sociedade em que está inserida. 
A educação tem variado infinitamente, com o tempo e o meio. Nas cidades 
gregas e latinas, a educação conduzia o indivíduo a subordinar-se cegamente 
à coletividade, a tornar-se uma coisa da sociedade. Hoje, esforça-se em fazer 
dele personalidade autônoma. Em Atenas, procurava-se formar espíritos 
delicados, prudentes, sutis, embebidos de graça e harmonia, capazes de 
gozar o belo e os prazeres da pura especulação; em Roma, desejava-se 
especialmente que as crianças se tornassem homens de ação, apaixonados 
pela glória militar, indiferentes no que tocasse às letras e às artes. Na Idade 
Média, a educação era cristã, antes de tudo; na Renascença, toma caráter 
mais leigo, mais literário; nos dias de hoje, a ciência tende a ocupar o lugar 
que a arte outrora preenchia (DURKHEIM, 1995. apud, CORRÊA, 2014). 
 
19 
 
 
Porém, a pesquisa aqui desenvolvida se orienta diferentemente da visão 
conservadora de Durkheim, para a concepção histórica crítica de Saviani, que aborda 
a escola como instituição social, ou seja, produto das necessidades sociais, como 
instituição cujo objetivo é: transmitir e assimilar conhecimentos científicos, além de 
permitir a transformação das pessoas e da sociedade por meio de conhecimentos 
elaborados. 
[...] a escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber 
sistematizado. [...] eu disse saber sistematizado; não se trata, pois, de 
qualquer tipo de saber. Portanto, a escola diz respeito ao conhecimento 
elaborado e não ao conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não 
ao saber fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular (SAVIANI, 
2003, apud, CORRÊA, 2014, p.24). 
Dado esse direcionamento, salienta-se a função social deuma instituição 
escolar: transmissão, ou seja, ensino e assimilação e/ou aprendizagem dos 
conhecimentos sistematizados, entendendo que o homem se transforma em ser 
humano a partir do momento em que se apropria da cultura humana produzida pelas 
gerações passadas, através de um ato educativo, que ocorre principalmente em um 
espaço institucionalizado, que tem por função primordial selecionar os conhecimentos 
eruditos/ clássicos sistematizados e cientificamente comprovados que compõem as 
atividades curriculares indispensáveis ao ensino. 
 
7 ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR PARA A 
CONSTRUÇÃO DO PPP 
Para mobilizar a comunidade escolar para a participação no desenvolvimento 
dos PPPs coletivos, é necessário o uso de um conjunto de ações que os articulem, ou 
seja, deve haver um vínculo estreito entre os objetivos da mobilização e os meios 
adotados este propósito. 
A participação influi na democratização da gestão e na melhoria na qualidade 
de ensino, onde todos os seguimentos da comunidade podem compreender 
melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que 
nela estudam e trabalham melhor a educação ali oferecida (GADOTTI, 1997, 
apud TOMAZONI 2013, p.32) 
 
20 
 
O coletivo de organização da mobilização para a construção do PPP na escola deve 
procurar planejar sua ação com base em algumas referências: 
Qual a melhor maneira de mobilizarmos as famílias? Os estudantes? E os pequenos 
estudantes? Os funcionários? E os professores? 
Qual a melhor forma de comunicação a ser utilizada? 
Qual o conteúdo dessa comunicação? 
Poderemos usar a mesma estratégia para todos os segmentos da comunidade 
escolar? 
Que recursos iremos utilizar? A escola dispõe desses recursos? 
A campanha de mobilização durará quanto tempo? 
Envolverá outros segmentos organizados da comunidade do entorno da escola? 
 
A mobilização, como mostramos, envolve o agrupamento de multiplicações em 
torno de um objetivo comum, além de envolver a difícil tarefa de negociar, encontrar 
acordos. 
Nesse sentido, o trabalho de advocacia pode ser facilitado se houver 
coordenação entre um grupo de pessoas, representantes de professores, alunos 
associação ou colegas designados, representantes da família. 
Em alternativa, nas escolas em que uma direção escolar ativa pode ser 
responsável ou coordenar esta tarefa de forma colaborativa, a presença de diferentes 
segmentos da comunidade escolar pode facilitar a seleção de estratégias, a melhor 
estratégia para chegar a todos. 
7.1 Definição de um marco referencial orientador do PPP 
Definir o quadro de referência significa identificar todos os referenciais teóricos, 
políticos e filosóficos que nortearão o trabalho da escola. Trata-se de explicar as 
ideias, conceitos e teorias que nortearão a prática educacional da escola. Para isso, 
é necessário compreender as relações que existem entre a escola e a realidade a que 
se enquadra, uma realidade que não é apenas local, mas nacional e global. 
 
21 
 
Significa compreender o significado histórico da educação e da escola pública 
e compreender sua transformação atual de acordo com o processo histórico que a 
determinou. 
Assim, a partir dessa relação entre o global, o nacional e o local, a realidade da 
escola pode ser entendida como uma só, porém, é entendida como resultado dessas 
relações mais amplas. 
Essa análise pode nos levar à definição e interpretação das finalidades sociais 
da educação e da escola, nos levando a questionar sobre o tipo de sociedade para a 
qual a escola atrai ou deseja participar, o tipo de disciplina que a escola pretende 
formar, isto é, qual a intenção entendida em termos de suas dimensões política, 
cultural e educacional. 
De acordo com VEIGA (2000), a escola persegue finalidades, por isso é preciso 
ter clareza das mesmas. 
Ao ressaltar a importância da reflexão sobre as finalidades e os objetivos da 
escola, a autora afirma o caráter dialético desse movimento, ao destacar que 
as questões levantadas geram respostas que, por sua vez, levam a novas 
interrogações; esse esforço possibilita a identificação das finalidades da 
escola, de que precisam ser reforçadas, quais estão sendo relegadas ao 
segundo plano. (VEIGA, 2000) 
Este trabalho de problematização visa fazer com que a escola passe para uma 
de suas principais atribuições, que é a de refletir sobre suas intenções educacionais. 
A clareza sobre a finalidade social da escola permite à comunidade escolar definir, 
também de forma mais adequada, os seus critérios e plano de ação de acordo com o 
que almeja para os aspectos educacionais, de gestão e de democracia. 
Ao discutir os quadros de referência, existem três eixos de discussão: quadros 
de caso; estruturas doutrinárias e operacionais, cujo referencial de caso refere-se a 
uma reflexão sobre as relações da educação, da escola em seu processo histórico e 
suas relações com contextos sociais mais amplos. 
Trata-se de quimizar a educação, relacionando-a com outros aspectos da 
realidade, não só a nível local, mas também a nível nacional e global, procura ainda 
compreender as conexões e relações das questões locais, visualizando-as dentro da 
estrutura deste contexto mais amplo. 
 O ponto de partida é a realidade local da comunidade em que a escola está 
inserida, os estilos de vida dos sujeitos que compõem a forma coletiva, a organização 
 
22 
 
e a comunidade, a cultura local, a profissão e a organização do espaço comunitário, 
etc. 
Discutir esses elementos nos possibilita compreender as mudanças de seu 
caráter histórico, trocar valores, conhecer a representação do grupo para a sociedade 
brasileira, sobre sua comunidade. Determinar satisfação e insatisfação, expectativas. 
A discussão do marco situacional desencadeia processos de reflexão 
relacionados aos valores sociais e políticos relacionados à sociedade e à educação 
que levam ao debate e ao estabelecimento do marco doutrinal do Projeto Político- 
Pedagógico, ou seja, da explicitação dos fundamentos teóricos, políticos e sociais que 
o fundamentam. 
Nesse caso, doutrina não se refere ao dogmatismo, mas sim à discussão dos 
fundamentos teóricos que irão embasar o PPP da escola, que norteará suas ações, 
procura discutir, neste eixo, o tipo de sociedade que queremos construir, a formação 
social e cultural que queremos para as nossas crianças e jovens. 
Que valores queremos desenvolver, qual o papel social da escola nos 
processos de formação do sujeito humano, e assim por diante? Nesse eixo, discute-
se o reverso da educação, emerge um horizonte necessário para um futuro melhor. 
Ligado internamente a estes dois eixos, o terceiro eixo, enquadramento 
operacional, articula-se com as relações da escola com a sociedade; é uma discussão 
relevante para o contexto local, para o que é específico da escola como instituição 
social e, em particular, da escola em que trabalhamos, estudamos. 
A estrutura então aborda as realidades locais, refletindo as necessidades, 
expectativas e desejos mutáveis do grupo. Esta é a palestra escolar que queremos. 
Conforme GANDIN (1994), o marco operativo é: 
[...] também uma proposta de utopia, no sentido que apresenta algo que se 
projeta para o futuro [...]; todavia, como alerta o autor, para que o marco 
operativo não se torne um palavreado vazio, é preciso que este tenha um 
forte aporte teórico. O marco operativo não é o plano ou programação de 
ação; ele dá base e sustenta este plano de ação; refere-se à realidade 
desejada. Por isso, nos alerta Gadotti (2000), o PPP, em suas várias 
dimensões de elaboração, toma sempre como ponto de partida o já instituído, 
aquilo que já foi historicamente construído, não para perpetuar ou para 
afirmar fatalismos (“foi sempre assim, nada mudará”), mas para criar uma 
nova utopia, um novo instituinte. (GANDIN, 1994) 
 
23 
 
8 ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO OU CONHECENDO A REALIDADE DA 
ESCOLA 
O diagnóstico é um dospontos mais importantes no desenvolvimento do PPP, 
pois é neste ponto que fazemos uma análise aprofundada do estado atual da escola, 
observando todos os aspectos da mesma infraestrutura física, equipamentos, ensino, 
equipe, pedagogia, gestão, comunidade, qualidade da educação, processo de 
formação de alunos, etc. 
GALDIN (1994) inicia esta discussão dizendo que um diagnóstico não é nada: 
a) não é uma descrição da realidade da escola 
b) não é um estudo de problemas. 
Então, qual é o diagnóstico? Como esse diagnóstico é feito? O termo 
diagnóstico, muitas vezes associado à prática médica, deriva da palavra grega 
Diagósis, que significa distinção, conhecer através. 
O diagnóstico em si não é o fim, mas um processo que permite a aquisição de 
conhecimentos sobre um determinado fato, que, por permitir a compreensão das 
realidades de um determinado contexto, torna-se uma importante ferramenta no 
planejamento da mudança, pois pode nos ajuda a identificar os pontos fortes e fracos 
de um determinado contexto de cada realidade institucional e a enxergar alternativas 
e possibilidades de mudança ação, ideais e objetivos. 
Assim, um diagnóstico não é apenas uma lista de o que há de errado com os 
problemas da escola; pressupõe avaliação, comparação, julgamento de valor, tudo a 
partir do que foi previamente definido na Referência. 
Desenvolvido de forma participativa, o diagnóstico da realidade da escola 
constitui um espaço eficaz de aprendizagem, pois desencadeia a reflexão sobre o que 
a escola é, para onde quer ir. Identificando os problemas, impactos e consequências 
destes, mas também ajudam a identificar o que a escola faz bem, os pontos fortes da 
escola; e o ponto de partida para o desenvolvimento, conforme e de acordo com as 
necessidades da escola, do Plano de Ação ou Programa. 
O PPP é constituído por três elementos: 
a) é um julgamento, logo implica um julgamento, uma avaliação; 
 
24 
 
b) Esse julgamento é feito com base em uma prática particular sobre a realidade 
da escola sobre a qual está planejada a mudança e 
c) Esse julgamento é feito considerando os preceitos estabelecidos no sistema. 
Embora se concentrem mais no aspecto operacional, os critérios analíticos 
também são referenciados no quadro teórico e situacional. 
Tendo o diagnóstico como um dos pontos do desenvolvimento do PPP, a sua 
função é promover um processo de avaliação aprofundada da forma como a escola 
se organiza e cumpre a sua missão educativa, os desafios das dificuldades que a 
escola enfrenta para cumpri-lo, as habilidades que encontra para direcionar suas 
ações na direção de uma escola pública democrática. 
As análises realizadas em campo não são neutras, consideram-no como uma 
referência para uma certa compreensão da função social da escola, a sua 
organização, incluindo o trabalho pedagógico, a gestão, as relações com os alunos, 
com a comunidade, etc. 
O diagnóstico não é simplesmente uma imagem da realidade ou uma mera 
dificuldade, acima de tudo é o confronto entre a situação em que vivemos e a situação 
em que queremos viver. (VASCONSELLOS, 1995) 
Portanto, o diagnóstico não é uma ferramenta técnica, neutra e adaptativa a ser 
utilizada por outras organizações ou instituições sociais, está funcionando e é 
intencional, é baseado em valores, está apontando em uma direção. 
Portanto, o diagnóstico escolar também deve ser feito de forma participativa. 
Isso implica na coleta de dados quantitativos e qualitativos, organizados, 
sistematizados e interpretados, formando importantes indicadores para o 
planejamento de futuras ações de mudança de escola. 
Para diagnosticar realidades educacionais e obter informações que auxiliem no 
desenvolvimento de planos de ação, é imprescindível estratégias de coleta de 
informações analíticas que auxiliem na compreensão dos diversos fatores que 
impulsionam ou dificultam o trabalho educacional. 
Então, como abordamos a realidade escolar, procurando identificar não só as 
questões óbvias, mas também as dimensões não escritas, decisões que à primeira 
vista nem sempre nos parecem. 
 
25 
 
O primeiro passo é formar uma equipe, ou grupo de trabalho, com 
representantes de partes da comunidade escolar para coordenar esta etapa, assim, o 
grupo de trabalho poderia então desenvolver uma ferramenta para orientar as 
discussões e facilitar o registro de informações, avaliações e expectativas da 
comunidade escolar. 
Este grupo também pode identificar estratégias que serão utilizadas para 
coletar esses materiais com a comunidade escolar, assim esses dados devem então 
ser analisados e agregados em um documento final, representando a formalização 
das discussões feitas ao longo do processo. 
O ponto de partida para o desenvolvimento de uma ferramenta para orientar as 
discussões e reunir informações ou coletar dados deve ser um arquivo a partir do qual 
aspectos da organização e prática escolar podem ser estabelecidos, para serem 
analisados. 
É importante que cada aspecto seja discutido e definido com clareza, para que 
sejam identificados os eixos de análise e suas questões, norteando a discussão com 
a comunidade escolar. 
Definir as dimensões para analisar simplesmente funciona, visando facilitar a 
compreensão dos diferentes níveis de atividades escolares, para facilitar a 
compreensão de fenômenos específicos. Porém, não devemos esquecer que a escola 
é um todo e que essas dimensões se sobrepõem e se harmonizam. 
 
8.1 Sugestões de dimensões e indicadores para análise da realidade escolar 
 
Dimensões Eixos de análise Questões orientadoras 
Infra-estrutura 
física e 
equipamentos 
 Suficiência, qualidade e 
aproveitamento (salas de 
aula, laboratórios, 
ateliers, salas para 
multimídia, quadras 
 As salas de aula são 
suficientes para 
atender as 
necessidades dos 
estudantes? 
 
26 
 
esportivas, cantina, 
biblioteca, salas para 
professores. 
 São bem 
iluminadas, 
ventiladas? 
Organização e 
gestão da prática 
pedagógica 
 Currículo escolar 
 Avaliação 
 Inclusão (combate ao 
preconceito, atenção aos 
estudantes 
trabalhadores, 
estudantes com 
necessidades educativas 
especiais) 
 Experiências culturais 
diversificadas 
 Planejamento coletivo 
(professores) 
 
Gestão 
democrática da 
escola 
 PPP – construção, 
efetivação e avaliação. 
 Instâncias de participação 
coletiva e sua atuação 
(CE, grêmios etc.) 
 Respeito aos direitos das 
crianças e dos 
adolescentes (divulgação 
desses direitos) 
 Acessibilidade e 
compreensão das 
informações e 
indicadores usados pela 
 
 
27 
 
escola (democratização 
das informações) 
 
O diagnóstico envolve o desafio analítico de compreender tudo o que constitui 
o cotidiano escolar, para fazer isso, devemos evitar o simples deslocamento de 
conceitos ou ferramentas analíticas. 
A análise realista das escolas causa muito estresse para quem a faz, eles 
impõem a necessidade, repetidamente, de renunciar a visões cristalizadas, de 
renunciar aos interesses pessoais em favor daqueles que representam o coletivo. 
É julgar, avaliar, fazer julgamentos, valorizar, priorizar, escolher, saber que a 
autonomia que têm muitas vezes é limitada. 
Assim, é preciso entender para que serve o campo, não tentar colocá-lo em 
categorias predeterminadas que nos obrigam a ajustar informações, falsificar 
consensos. 
Analisar a escola nas suas múltiplas dimensões permite-nos compreender as 
suas decisões fora da realidade local, o que conduz à concretização da intenção 
política proposta no seu quadro de referência. 
8.2 Elaboração de um plano de ação 
GANDIN (1994) sugere que as necessidades da escola sejam analisadas com 
base em dois critérios: a) o que é necessário; e b) o que é possível. Segundo o autor, 
a necessidade é que nem todas as escolas possam prescrever as condições e a 
duração do plano de ação. Portanto, o autor sugere que as escolas priorizem econsiderem o que é mais necessário, oportuno e urgente. 
Sempre na categoria do que é possível e do que é necessário, o autor 
supracitado se propõe a organizar um plano de ação ou programa de acordo com 
quatro aspectos: ação concreta, ação orientada, decisão geral e ação rotineira. 
Em outras palavras, uma vez que as prioridades são determinadas, o tipo de 
ação necessária para atender a essa necessidade começa a ser determinado, 
também no plano de ação temos a dimensão do tempo que implica na alocação da 
necessidade de ação de acordo com a alocação de curto, médio e longo prazo. 
 
28 
 
8.3 Plano de ação 
 Ações específicas: ações que visam um objetivo preciso, com uma 
finalidade claramente definida, a partir de recursos próprios. Pelas suas 
características, são claramente delineados. Isso inclui ações de curto 
prazo. Por exemplo, promover treinamento sobre um tópico específico, 
em resposta a uma necessidade específica. 
 
 Guias de ação: não constituem recomendações específicas, mas 
referem-se a valores e atitudes; busca modificar o comportamento, 
resultando no compartilhamento de referências comuns. Exemplo: 
Desenvolvendo o pensamento crítico nos alunos. 
 
 Atividades permanentes: dizem respeito a atividades de caráter 
permanente, podendo estar vinculadas ou não à esfera administrativa; 
são também denominadas rotinas. 
 
 Decisões compartilhadas: são diretrizes ou ações que atingem todas as 
partes da comunidade escolar; eles também são traçados com base no 
diagnóstico da escola. Por exemplo, requisitos para atividades 
complementares, como apresentar planos de aula dos professores aos 
alunos. 
O plano de ação deve refletir suas prioridades, as formas de referência e as 
decisões coletivas da comunidade escolar. Este último tem que dizer qual é a 
prioridade e qual o melhor meio de atingir os objetivos traçados. 
As prioridades devem ser selecionadas com base no que foi estabelecido na 
condição de referência, isso estabelece os planos futuros da escola. Portanto, não é 
possível tomar decisões arbitrárias ou pessoais. 
O plano de ação também pode incluir um detalhamento das ações o que é a 
ação, o que a justifica, o procedimento/método que usaremos para realizá-la, quais 
pessoas ou agências são responsáveis por ela. 
 
29 
 
Responsabilidade por implementá-la, quais recursos serão exigidos: 
documentação de recursos, como será monitorado: procedimento de avaliação. Este 
detalhe facilita a implementação de PPP e procedimento de avaliação de preço. 
Do ponto de vista aqui apresentado, o plano de ação, parte integrante do PPP, 
rejeita orientações técnicas, pois está vinculado às necessidades da escola, e, deve 
ser flexível, porque as operações escolares muito dinâmicas podem exigir 
reorientação, ajuste ou reparo. Assim, o planejamento é uma prática, ele demonstra o 
ajuste estreito entre teoria e prática, entre o que é planejado e o que é feito. 
9 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: O REAL E O FORMAL 
O Projeto de Política Educacional da Escola – PPP, expressa sua identidade, 
projeta ações e reflete o processo de ensino e aprendizagem. É importante que a 
documentação em vigor em sua instituição seja consistente com os hábitos da escola 
e as necessidades dos alunos e da comunidade. 
Quem participa do PPP: 
 Alunos: crianças, adolescentes, jovens e adultos, principal objeto do 
processo educativo da escola. 
 
 Professores: Profissionais da educação, indispensáveis e responsáveis 
pelo ensino e aprendizagem dos alunos. 
 
 A equipe gestora: profissionais que regem toda essa orquestra, 
empoderados para gerir, orientar, conduzir, moderar e mobilizar todos 
os envolvidos com o intuito de entrelaçar os caminhos de cada um e de 
todos, em um alinhavo potencializador. 
 
 Outros quadros: profissionais dedicados ao bem-estar de toda a 
comunidade escolar, muitas vezes esquecidos no ensino e 
aprendizagem, mas potenciais parceiros no processo educativo da 
escola. 
 
30 
 
 Pais ou responsáveis: pessoas que entregam seus filhos à escola para 
participarem de sua formação, oculta ou não, mas parceiros na 
educação de crianças, adolescentes e jovens. 
 
 A comunidade externa: a comunidade do entorno da escola, pessoas e 
entidades que podem estar envolvidas direta ou indiretamente no 
processo educativo da instituição. 
O PPP, quando autodesenvolvido, não compartilhado com outros membros da 
escola, não tem chance de sobrevivência, sua existência não faz sentido, pois não 
reflete as diferentes vozes da comunidade escolar. O desafio é converter este 
documento em um mecanismo de participação. Tornar isso possível é a forma mais 
consistente de obter o comprometimento de todos com a Educação ministrada. 
É também uma forma eficaz de alinhar as metas estabelecidas no documento 
formal com o dia a dia da escola. Para promover o pensamento correto, Freire acredita 
que todo processo educativo deve ser autêntico e, portanto, estar em uma relação 
organizacional com o contexto social ao qual se relaciona. Ele defende: 
Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem que 
responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é que é que 
pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora 
como fator de mudança. Às vezes preservando determinadas formas de 
cultura. Outras, interferindo no processo histórico, instrumentalmente 
(FREIRE, 2003. apud. SILVA 2015). 
Não há dúvida de que o PPP existe para garantir o direito dos alunos de 
aprender e assim desenvolver conhecimentos e habilidades de autocuidado, 
pensamento crítico, criatividade, espírito inovador, abertura. 
Aberto às diferenças, valorizar a diversidade, sociabilidade, responsabilidade e 
determinação. No entanto, é também uma ferramenta importante para dar sentido ao 
trabalho dos educadores e isso inclui todos os profissionais que atuam nas escolas. 
E por que a equipe escolar tem que trabalhar de maneira significativa? Desta 
forma, o esforço pessoal e profissional será recompensado e reconhecido pela 
sociedade. 
 
31 
 
Para isso, seus integrantes devem atuar com respeito, consistência, 
comprometimento, responsabilidade e intenção, no trato com a aprendizagem dos 
alunos. 
Portanto, PPP é mais do que apenas papel, que ficará amarelo e se deteriorará 
se armazenado, a palavra escrita tem uma função social. Escrevemos PPPs para 
documentar o que queremos, sentimos e observamos. 
Este documento tem uma das funções sociais mais importantes e não pode ser 
reduzido a uma obrigação legal. Se for copiado e colocado de lado, não alcançará seu 
propósito; existirá apenas para cumprir uma tarefa exigida pelo Ministério da 
Educação. 
O administrador, como mediador e interlocutor, ao convocar a comunidade 
escolar para dar um novo sentido ao PPP, recomenda que todas as partes reflitam e 
participem de seu desenvolvimento. A base de um bom documento são as perguntas 
compartilhadas. 
As PPPs escolares precisam revelar a realidade e ser debatidas 
democraticamente para serem dinâmicas e oferecerem ações e soluções que 
atendam aos anseios da maioria. Por isso, não é possível focar o desenvolvimento 
em um único número de conselheiros. 
Quando nos referimos a construir coletivamente o PPP, estamos falando de 
educar na e para a democracia. Etimologicamente, o termo educar tem origem no 
latim educare, que é composto pela união do prefixo ex, fora, e ducere, conduzir ou 
levar. Assim, educar significa conduzir para fora, direcionar para fora. 
A realidade do dia a dia, necessidades práticas, atividades gerais, como: 
horário das atividades, como servir o almoço, horário coletivo de trabalho do professor, 
como tratar os alunos, qualidade das aulas, espaço de organização, acesso a 
materiais e suprimentos, autonomia do aluno, entre outros aspectos, são os processos 
que revelam a parceria público-privada da escola, formalizada em texto ou não. 
Devemossupor que o PPP é sim o que já existe na escola. Isso é o que 
realmente acontece na vida cotidiana. O PPP oficial pode revelar a vida cotidiana na 
escola, portanto, antes de começar a pensar sobre design ou modificação, é 
importante analisar o PPP real. 
 
32 
 
Para empreender essa missão, sugerimos iniciar pela observação do 
funcionamento cotidiano de sua escola, com abertura para se permitir a aprender 
muito com isso. Nossa primeira reação ao realizar essa análise é justificar o que 
acontece. Por isso, é preciso um esforço grande para observar friamente os fatos e 
depois refletir e verificar o que é necessário e o que é possível melhorar para que o 
sentido máximo da Educação seja alcançado: a aprendizagem dos alunos. 
10 PPP X ESCOLAS 
A Constituição Federal de 1988, no artigo 206, e a LDB nº 9.394/1996, no artigo 
14, estabelecem os princípios da gestão democrática na Educação pública e a 
participação de seus profissionais e da comunidade na elaboração do Projeto 
Pedagógico. 
A gestão democrática favorece o exercício da cidadania, e a escola o que 
possibilita ao abrir espaços de participação e diálogo. Assim, a LDB normatiza o PPP 
como uma ação coletiva para a conquista da Educação de qualidade. 
Ela concretiza as normas que regulamentam os meios necessários para a 
garantia ao direito de aprendizagem de todos e cada um dos alunos, como o 
cumprimento dos dias letivos e das horas-aula, a recuperação para aqueles de menor 
rendimento e a participação nos horários de planejamento para desenvolver planos 
de trabalho segundo a proposta pedagógica da escola. 
Não existem leis federais que definam a obrigatoriedade de elaboração de 
PPPs, mas indicam a autonomia das escolas no planejamento e no estabelecimento 
de mecanismos de envolvimento dos profissionais e da comunidade no processo de 
desenvolvimento. 
De qualquer forma, nenhum diretor deve se sentir bem sem um plano para sua 
escola, os pais e familiares têm o direito de saber o PPP da escola em que vão 
matricular seus filhos. 
Se o planejamento é sinônimo de liderança consciente, não há alternativa ao 
planejamento, ou fazemos planos ou somos escravos das circunstâncias, assim, 
recusar-se a planejar é negar a possibilidade de escolher o futuro, aceitá-lo, seja ele 
qual for. 
 
33 
 
11 DIAGNÓSTICO COM BASE NOS INDICADORES EDUCACIONAIS DA 
ESCOLA 
O PPP deve servir ao desenvolvimento de resultados de aprendizagem. 
Portanto, é imprescindível aquele dos elementos que devem ser apresentados aos 
indicadores escolares, pois eles nortearão as decisões para melhorar o desempenho 
dos alunos e a qualidade do ensino e da aprendizagem, elementos essenciais 
previstos no PPP. 
A análise dos indicadores e da relação entre eles ajuda a avaliar o desempenho 
da organização e o que precisa ser melhorado. 
 
Indicadores de acesso: 
É importante obter dados sobre direitos de acesso, ou seja, registro e evasão de 
acesso. Se os registros aumentam ou diminuem ao longo de um período de tempo, 
pode indicar a necessidade de buscar mais informações para descobrir o porquê. 
Por exemplo, o aumento no número de registros é devido ao aumento da população 
do distrito, um novo estabelecimento comercial é estabelecido no distrito. Ao 
compreender o ocorrido, é possível repensar o projeto escolar. 
Indicadores de fluxo: 
Outra análise relevante envolve o fluxo de dados, ou seja, o número de alunos 
progredindo ou não em um determinado sistema de ensino. São eles: evasão, 
desaprovação, aprovação e distorção de ageano. 
Quantos alunos são aprovados e reprovados na escola? Quantos no ano são 
adequados para a idade? Em que ano a escola teve mais sucesso ou mais 
reprovação e em que áreas? O feedback pode fornecer pistas para ações que 
devem ser listadas e priorizadas no PPP para melhorar essas métricas. 
Indicadores de aprendizagem: 
É fundamental estudar a sequência histórica dos resultados de avaliações externas, 
como a Avaliação Nacional de Literatura - ANA, a Prova Brasil e o Exame Nacional 
do Ensino Médio - ENEM. No caso da ANA, é necessário determinar onde se 
encontra a maior parte dos alunos do 3º ano e planear o que fazer; para o resto, 
 
34 
 
discernir qual é o melhor resultado: ano da prova, campo e pontuação e entender o 
porquê. 
 A coleta desses dados ajudará a comunidade escolar a identificar pontos fortes e 
áreas de melhoria na escola. Por sua vez, fornecem pistas para definir a missão, 
visão, princípios e valores da entidade, bem como o seu plano de ação e/ou 
atividades. 
 
11.1 Missão, visão, princípios e valores da escola 
O PPP deve divulgar as intenções da instituição, por exemplo o que a 
comunidade escolar deseja alcançar com uma educação de qualidade e o que 
pretende desenvolver e entregar aos alunos e à comunidade externa. 
Em suma, isso significa: por que existe esclarecendo seu propósito principal, 
missão, o que ele quer ser definindo sua visão e propósito principal e o que o 
impulsiona para suas decisões, com base em seus princípios e valores, ou seja, sua 
Educação Política. 
Enfatizar apenas a aprendizagem racional e o aspecto cognitivo do 
desenvolvimento intelectual significam avaliar os alunos apenas por meio de testes 
cujos métodos e práticas enfatizam a repetição e a memorização não padronizada 
para futuros alunos. 
Há muitas escolas que só se preocupam em preparar os alunos para entrar 
nas melhores faculdades. Elas erram por se focarem apenas neste objetivo. 
Mesmo que entrem nas melhores escolas, quando saírem, esses alunos 
poderão ter enormes dificuldades para dar soluções a seus desafios 
profissionais e pessoais. (CURRY, 2003. apud. BARBOSA, 2018) 
Considerando essas informações, é possível decidir qual é a missão, visão, 
princípios e valores da escola. 
11.2 Fundamentação teórica e bases legais 
É importante incluir no PPP um elemento que descreva os conceitos teóricos e 
os fundamentos jurídicos sob os quais a instituição opera, tal raciocínio deve embasar 
 
35 
 
as concepções de educação, escola, ensino, aprendizagem e avaliação que embasam 
o funcionamento dessa entidade. 
Também devem ser especificados os requisitos legais e regulamentares que 
embasam e definem a educação escolar, como a Constituição Federal, a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação LDB - Diretrizes Nacionais, etc. 
Além de reproduzir trechos significativos, é preciso relacioná-los com as 
expectativas, os pressupostos e as concepções da escola e do que se projeta para 
ela. 
Algumas escolas adicionam outros materiais ao PPP, como a proposta do 
programa de estabelecimento de metodologia, conteúdo e expectativas de 
aprendizagem ao longo da vida escolar e formas de avaliação e apoio aos alunos. 
Aluno e Regimento escolar definição de padrões e procedimentos da instituição, que, 
com base em fatores prévios, pode ser demonstrado e justificado de acordo com os 
objetivos educacionais da escola, que deve ser único e está presente em todos esses 
documentos. 
É interessante notar que o PPP é produzido em formato de arquivo digital ou 
impresso para facilitar a referência de longo prazo. Se for impresso, o ideal não é 
encadernar, mas organizar em uma pasta. 
Cada entrada deve ser um documento separado, para facilitar a manipulação e 
revisão, e isso pode acontecer em diferentes intervalos de tempo. O formato de 
portfólio permite adicionar facilmente novos documentos, preservando o histórico. A 
ideia de um registro permanente mostra como existe o PPP. 
Artigo 20 – As escolas deverão formular o Projeto Político- Pedagógico e 
elaborar o regimento escolar de acordo com a proposta do Ensino 
Fundamental de 9 anos por meio de processos participativos relacionados à 
gestão democrática. (DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA 
EDUCAÇÃO BÁSICA. BRASIL/MEC, 2013. apud. ROCHA, 2017) 
A escola, ao exercer autonomia e governança democrática, deve desenvolver 
um Projeto de Política Educacional - PPP que alinheseus objetivos educacionais às 
necessidades e expectativas da comunidade onde está inserida. Um PPP bem 
formulado serve de parâmetro para as ações de diretores, professores, funcionários, 
alunos e familiares. 
 
36 
 
O arcabouço legal das PPPs é a Lei de Diretrizes e Instalações Educacionais, 
que regula o desenvolvimento de projetos distintos dentro de cada instituição de 
ensino. Porém, as unidades produzem ou reproduzem PPP de forma burocrática, 
apenas para atender às normas legais. 
 
12 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS OU CURRICULARES NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
O tema das propostas educacionais pode ser derivado de diferentes pontos. 
Na história das ideias pedagógicas no Brasil, ela tem um novo campo magnético e 
está associada à discussão dos mecanismos internos da escola. 
A tradicional dicotomia esteve presente e possui várias versões, que procuram 
pensar o tempo, o espaço, o agente e a atividade como garantia de acesso ao 
conhecimento: conteúdo ou método; transmissão ou construção; processo ou produto; 
ambiente ou sala de aula devido a problemas, entre outras formas de organização do 
dia a dia escolar, foco no aluno ou no professor cuja polaridade parece mais estranha, 
já que o trabalho pedagógico não pode ser feito sem relacionamentos, interações. 
Recentemente, o debate curricular adquiriu proporções teóricas importantes, 
desencadeando um debate no campo do universalismo ou da relatividade? 
FORQUIN (1997), embora arcaico, tornou-se mais denso à luz do debate da 
epistemologia contemporânea e da sociologia crítica do conhecimento. 
Esse debate se ampliou e se tornou mais difícil no cenário acadêmico, bastando 
olhar para o debate sobre multiculturalismo e globalização e tem implicações para as 
políticas públicas: muitas administrações têm buscado superar as armadilhas e 
conflitos teóricos e práticos. 
Da mesma forma, a produção acadêmica sobre as diversas perspectivas 
teóricas, metodológicas e político-ideológicas do currículo tem sido expressiva. 
Lembremos como é difícil ir além do mundo acadêmico e influenciar os 
processos de tomada de decisão no campo das políticas públicas, onde, a lacuna 
entre o que é teoricamente criado nas escolas brasileiras e o que sabemos de outros 
 
37 
 
contextos, além de nossa rede escolar real continua sendo um problema sério. Em 
termos de pesquisa, confrontou-se a dicotomia presente no ato da investigação. 
O estudo da história do professor revela a disjunção entre sujeito e objeto, 
resultado da diluição do sujeito na sociedade contemporânea, com consequências 
terríveis que são amplamente discutidas, mas nem sempre solucionáveis nas 
humanidades e nas ciências sociais. 
Muitos pesquisadores têm enfatizado a importância de considerar os sujeitos 
professores, crianças e jovens, famílias nas recomendações e nos estudos do 
processo educacional, uma área que parece produtiva refere-se à necessidade de 
conhecer não só as histórias pessoais e trajetórias dos professores, mas também as 
histórias de propostas e grupos organizacionais, seus caminhos, erros e acertos, seus 
méritos. 
As origens das discussões curriculares no Brasil têm a ver com a pesquisa 
escolar, em particular o novo movimento escolar, a crença no poder das escolas e a 
busca por soluções alternativas. 
Por exemplo: lugar criativo com área de jogos para crianças, parque-escola etc. 
A ênfase do chefe da educação do Estado Novo nas elites de formação interrompeu 
esse processo. 
Com a redemocratização da sociedade, a partir de 1945, foi retomada a 
proteção da escola pública como direito de todos, principalmente na década de 1950. 
Porém, na década de 1960, a alternativas da escola, nos movimentos populares da 
academia. 
Aí vem a importância de Paulo Freire, um filósofo da educação que aposta na 
ação livre e cultural, mas, se a essa altura existiam secretários de educação como o 
de Natal que acreditavam em uma escola pública popular e buscavam meios de fazê-
lo, é isso, a partir de 1985, com a conquista do direito de voto, perdida para a ditadura 
militar. 
A contribuição de Freire para seu trabalho oferece subsídios substanciais no 
setor de educação de jovens e adultos para o treinamento e a educação de 
professores em serviço que promovem a transcendência consciente e o pensamento-
ponte. 
 
38 
 
Entre nós, a educação tem que ser, acima de tudo, uma tentativa constante 
de mudança de atitude. De criação de disposições mentais democráticas, 
através de que se substituam no brasileiro antigos e culturológicos hábitos de 
passividade, por novos hábitos, de participação e ingerência. (FREIRE, 2003. 
apud. SILVA, 2015). 
Planejamento curricular é entendida como uma macro-intervenção que é o 
legado da ditadura militar ele é o resultado dos acordos MEC/USAID. 
É sobre a preparação de equipes para a modernização administrativa, a 
hegemonia ideológica diante da tensão política e fraqueza institucional. Instituições 
federais ou programas poderosos que operam em todo o território nacional: Mobral, 
Minerva, Rondon, tentando ocupar o espaço dos movimentos sociais que, pela força, 
haviam sido eliminados. 
Durante a ditadura, os planos para implementar novas metodologias foram o 
esteio de muitas agências estaduais de educação, o MEC tem recursos e investe em 
treinamento: o plano é treinar funcionários, e, ao contrário das intenções do governo 
federal, alguns secretários de estado absorveram as ideias de FREINET e FREIRE 
sem interpretá-las. 
Ainda na década de 1970, PIAGET parecia oferecer uma oportunidade para 
uma educação onde o assunto fosse ativado, refletido e construído. Ninguém 
esperava que, anos depois, Piaget, Emília Ferreiro e o construtivismo fossem 
acusados de prejudicar a qualidade da escola. 
Essa foi uma das mais amargas controvérsias acadêmicas da década de 1980: 
de um lado, Saviani, do Líbano, e outros pesquisadores se uniram em torno da 
proposta de uma chamada pedagogia social crítica do conteúdo. Dung e Gadotti, 
Freire, Nosella e outros identificado com apelos para uma pedagogia crítica liberal. 
Depois da ditadura e com o retorno das eleições cantonais e comuns, a 
presunção do debate das proporções tem sido cada vez mais enfatizada de cunho 
político, embora muitas vezes enganosa do ponto de vista teórico, pois a realidade é 
muito mais rica do que as reduzidas classificações propostas por muitos 
pesquisadores. Um dos maiores problemas é a disseminação errônea do 
construtivismo pelas universidades, políticas educacionais e reforma curricular. 
Enquanto defendemos a diversidade de alternativas curriculares, resistimos à 
ideia ou prática de buscar um desenho curricular supostamente melhor, estudando os 
autores de Piaget, Vygotsky, Walloon e o brasileiro, que estudaram seriamente suas 
 
39 
 
teorias, acreditamos que para ser construtivistas, os professores devem 
necessariamente ser adequados, aprofundados, com conhecimentos de linguagem, 
matemática, ciências naturais e sociais, combinando esse conhecimento com uma 
sólida formação cultural. 
Portanto, é uma formação científica e cultural, por não haver um projeto sério, 
contínuo e consistente desse tipo, os professores se confundem, descartando o pouco 
que têm e tentando substituir conjuntos de informações gerais muito diferentes e 
distorcidos, consistência teórica da epistemologia genética ou sociológica perspectiva 
histórica do conhecimento, problema ainda encontrado nas propostas educacionais 
atuais. 
Ao analisar as políticas do governo federal e as iniciativas locais, os dilemas 
das secretarias de educação e desenvolvimento social nas cidades de recursos ficam 
claros, tornando a mudança uma prioridade e investindo na educação infantil e nos 
primeiros anos do ensino fundamental. 
Com base nessas experiências e estudando a produção acadêmica na área, 
ousamos afirmar que, na realidade brasileira, o debate em torno do currículo se 
aprofundou nos aspectos mais importantes.Da matéria, mas não no nó: seja ele 
refere-se à escola; ou ligada à dimensão macro, aborda modelos, desenhos e políticas 
de um ângulo amplo, pressupondo que a realidade pode ser modificada pela força, 
por decretos, projetos, referências de documentos ou parâmetros sem alterar as 
condições. 
É importante ter referências, mas quais livros são frequentemente chamados 
de referências, e como fazer um projeto de educação infantil sem recursos materiais 
ou humanos? Tais problemas surgem da maneira como se dá a autogovernança sem 
proporcionar as condições físicas e humanas para que a autonomia das cidades se 
torne realmente possível: a falta de pessoal é simplesmente um problema: Como 
administrar o ensino quando não há equipe, não há sistema de conhecimento? 
Por outro lado, se não existe uma proposta educacional escrita, como você 
sabe que ela realmente existe? Como entrar no curso atual? Às vezes, as propostas 
são escritas, mas não surtem efeito. Se uma secretaria não tem uma proposta escrita, 
é porque a pergunta não foi pública, codificada? Não podemos parar de tentar 
descobrir o que está acontecendo nas escolas, creches e pré-escolas. E como fazer? 
 
40 
 
Proposta educacional; programa de estudo proposto; projeto político-educacional; 
projeto político. 
Voltando ao contexto em que esse debate ocorreu pela primeira vez no Brasil, 
cabe lembrar que em 1995, por iniciativa do MEC / SEF / COEDI, pesquisadores 
brasileiros produziram textos sobre esses temas ou conceitos. 
Liderado por Ângela Barreto, na época coordenadora do COEDI, o processo 
seguiu uma longa discussão sobre a formação de profissionais da educação infantil 
culminando em uma oficina realizada em Belo Horizonte em 1995 e sobre os critérios 
de qualidade de creches e jardins de infância. 
O trabalho tem como objetivo identificar as propostas existentes e desenvolver 
uma metodologia de análise de propostas que ajudará os estados e municípios a 
realizar suas próprias análises sobre o desenho e implementação das propostas. São 
várias etapas: inicialmente, há uma produção teórica sobre o tema proposta 
pedagógica ou currículo, projeto. 
Em seguida, foram determinados os critérios para a análise das propostas e 
sua implementação: o MEC questionou os Ministros da Educação e os Ministros da 
Educação dos municípios das capitais de todos os Estados sobre as propostas 
proposta educacional ou programa de educação infantil, e esta é a literatura analisada. 
Terceiro: grupos formados com participantes e consultores do MEC estiveram 
no local implementando as propostas analisadas, visitando creches e jardins de 
infância e entrevistando especialistas. 
Vários relatórios foram escritos, o produto final foi editado pelo MEC para 
auxiliar grupos de secretários municipais e estaduais na análise e elaboração de 
propostas de educação infantil. 
Mais uma vez, a questão da formação de profissionais surge como uma 
questão importante e urgente, pois da análise dessas propostas e formulação da 
metodologia, cabem comentários políticos e teórico-metodológicos. 
Em primeiro lugar, cabe destacar que a orientação teórico-metodológica do 
currículo ou proposta curricular, a visão das políticas públicas e o papel do 
departamento contam com integrantes da equipe do COEDI e especialistas. 
O consultor está na contramão do MEC, empenhado em definir os parâmetros 
curriculares para todos os níveis de estudos do ensino básico. 
 
41 
 
Essa discrepância, entre outras coisas, resultou na suspensão do material, a 
mais importante contribuição do MEC para a educação infantil, esse documento oficial 
que se tornou Referência do Programa Nacional de Educação Infantil, alvo de intensa 
polêmica acadêmica, tanto sobre sua forma de elaboração e conteúdo, quanto sobre 
suas formas práticas atualmente. 
Por outro lado, a discussão da proposta pedagógica ou curricular, feita pelos 
consultores, apresentou um esboço geral das formas possíveis de abordar a questão, 
pois ler diferentes perspectivas pode ajudar a reposicionar o debate que se 
desenvolve na academia e no campo das políticas públicas. 
Para responder à questão colocada, retoma a etimologia da palavra currículo, 
derivada do terno latino "currus" - carro, carruagem, significando um lugar no 
qual se corre. Seu uso metafórico em educação seria a busca de um caminho, 
uma direção, que orientaria o percurso para atingir certas finalidades. 
(KISHIMOTO, 1994. apud. KRAMER, 1994) 
A autora busca mostrar a evolução do significado de currículo na literatura 
americana, refletindo diferentes concepções de ensino: a ideia de um grupo 
sistemático de cursos ou uma série de disciplinas de estudo, corresponderia à ideia 
dominante na expansão da educação nos Estados Unidos (1876 a 1929), com foco 
na memorização. 
A partir de 1929, valoriza-se as experiências sociais da criança o que se reflete 
na concepção de currículo como conjunto de experiências que o aprendiz adquire sob 
a responsabilidade da escola, o aluno é priorizado e não apenas o conteúdo curricular. 
13 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
Até há algum tempo, quando ouvimos falar do Projeto de Educação Política ou 
PPP, como é popularmente chamado, surgiu imediatamente em nós a ideia de um 
documento composto por várias folhas impressas. 
Na verdade, essa imagem, que também faz parte do imaginário comum de 
muitas pessoas, é construída socialmente, pois na verdade, o significado de PPP é 
mais complicado. 
Certamente, o registro do PPP no papel é fundamental para garantir a memória 
do trabalho pedagógico das instituições pré-escolares e das instituições de ensino em 
 
42 
 
geral, pois, ao olhar para a história, pode-se ter um olhar crítico sobre as atividades 
atuais e futuras, assim, um dos desafios que o tema PPP enfrenta é justamente torná-
lo mais do que apenas o registro de uma história que se lê e muitas vezes é imaginada. 
Além disso, não pode ser uma simples história do presente onde a imaginação 
e a criatividade não são usadas, a grande expectativa gerada em geral sobre o PPP 
é que seja uma ferramenta educacional dinâmica e viva que oriente o trabalho 
educativo para proporcionar aos alunos e a todos os envolvidos na educação escolar 
uma grande vivência cidadã. 
O PPP, além de servir de base estrutural para a governança democrática, é 
também a espinha dorsal da integração curricular para a educação infantil, porque não 
existe uma fórmula pré-fabricada para a construção de um PPP, mas é preciso 
reconhecer que a etapa da educação básica tem uma especificidade, que é valorizar 
a infância vivida de bebês, crianças pequenas e outras disciplinas no cuidado e na 
educação. 
Também é importante considerar que as instituições de educação infantil, 
especialmente aquelas voltadas para crianças pobres, têm um marco histórico pela 
falta de investimento, que vem sendo sanado desde o reconhecimento constitucional, 
esta política é a dos direitos da criança. 
No entanto, ainda existem muitos desafios para a qualidade do serviço, a 
qualidade da educação infantil não se baseia nas práticas escolares, mas na 
valorização e reconhecimento das necessidades dos pré-escolares, em outras 
palavras: pedagogia da educação infantil. 
De acordo com as Diretrizes do Programa Nacional de Educação Infantil 
(DCNEIs), o PPP é considerado o termo mais apropriado para usar na educação 
infantil para substituir a palavra currículo, porque currículo para a educação infantil 
intensa que geralmente é combinado com aprendizagem experiencial no ensino 
fundamental e médio. (BRASIL, 2013). 
É importante perceber que o currículo é indissociável do que somos e do que 
nos tornamos, ou seja, está na nossa identidade e na nossa subjetividade. 
Um currículo que atenda às necessidades de educação e cuidado da primeira 
infância deve incluir percepções críticas e pós-críticas, nas quais se entende que o 
 
43 
 
desenvolvimento do

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