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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
Vânia Joenck Fagundes
Professora – Liliani Masseli
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (PED 1403) – TG
04/06/2019
RESUMO
A literatura infantil constitui-se num excelente recurso ao processo de ensino-aprendizagem. Utilizando-a em sala de aula o professor consegue estimular o gosto pela leitura entre seus alunos, e, consequentemente, diminuir os problemas registrados durante o processo de aquisição dessa prática. A literatura infantil surgiu com o objetivo importante de formar cidadãos, que aprendessem a comportar-se na sociedade, lhes ensinando hábitos, costumes e padrões a serem seguidos. Esta particularidade trouxe para a literatura infantil uma vinculação ao contexto histórico no qual é produzida, cabendo-lhe cumprir uma prática ética e social, apresentando modelos de comportamento que facilitem a integração da criança na sociedade. No Brasil, o reconhecimento da literatura infantil está associado à proclamação da República, tendo em vista que necessitariam da construção de um novo país e uma nova cultura com valores cívicos e morais. A utilização da literatura infantil nas instituições de ensino e principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental, período da alfabetização, é algo que vem sendo bastante discutido nas últimas décadas com grande ênfase nos debates sobre aprendizagem da leitura e escrita e formação de professores. A integração literatura infantil e escola pode contribuir no questionamento dos valores vigentes na sociedade e na ampliação dos referenciais do mundo do educando, ajudando-o a reelaborar continuamente seus conhecimentos, sua aprendizagem, suas vivências, sua condição de sujeito ativo no meio onde está inserido.
 
Palavras-chave: Literatura infantil. Importância. Aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
Mostrar à criança o mundo da literatura é possibilitar conhecimentos que não se pautam a uma única forma de pensar. Para Souza (2015, p. 10) os livros de literatura infantil, propiciam uma interação entre a criança e o texto/objeto e podem vir a apresentar diferentes interpretações, dependendo da visão de cada leitor. Nos livros de literatura infantil ou livros infantis as ilustrações, os textos, as palavras se complementam, fazendo da fantasia, um outro mundo que vai ao encontro da imaginação da criança. 
Fanny Abramovich, (2002) assevera que a importância da literatura infantil, está presente desde o ouvir, olhar, folhear as histórias, observar as ilustrações, atenção ao humor, às diferentes poesias, aos contos de fadas, bem como a visitação de bibliotecas para a apreciação crítica da leitura, dentre muitos outros eixos que perpassam pela necessidade da criança para ser um leitor e gostar de ler�. 
Por isso é fundamental que o trabalho pedagógico vise a importância da formação social do ser humano ainda em sua plena infância, proporcionando a experiência com o conhecimento científico e com as histórias. Pois, é importante compreendermos a importância do contato das crianças com as artes em geral e em especial com a literatura infantil, se dá predominantemente fora das instituições educativas e, antes ainda, de as crianças frequentarem lugares como: cinema, parque, shopping, pois este contato já inicia no berço materno com os pais contando história para dormir, cantiga de nina, ou mesmo ligando a televisão ou o som, para a criança se distrair.
O livro de literatura, é a arte expressada pelas palavras, ilustrações, cores e demais elementos que complementam o livro e que normalmente dialogam entre si. Por tais características, é possível afirmar que os livros de literatura infantil aguçam a curiosidade, a criatividade, a emoção, a imaginação, entre outros elementos que propiciam novas experiências estéticas aos pequenos sujeitos. Para que as crianças possam desenvolver seu gosto pela literatura, precisam ter modelos de leitores e ter contato com os livros, seja em livrarias, bibliotecas ou salas de leitura. Para esse processo e fundamental que a comunidade também assume o papel de formador de leitores, com essa estrutura formada e sólida a criança ao interagir com o mundo da literatura infantil, por meio de sua vivência, compreenderá o momento da narração de histórias como um momento de prazer, inclusive nas instituições educacionais, e não meramente como uma passa tempo. A literatura, assim como a nossa língua e muitas outras coisas não são estáticas e por isso sofrem mudanças que devem ser compreendidas para que a mesma não desapareça. 
As crianças pequenas que ainda não conhecem o universo da língua escrita e nem da leitura por palavras são as que mais sabe aproveitar as fantasias e as que mais viajam pelo mundo da imaginação. Como bem lembra Abramovich (1993), é de suma importância para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias. 
	
2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
A leitura é o caminho para ampliação da percepção do mundo à nossa volta, quanto mais um indivíduo lê mais integrado com o seu meio estará. A leitura é feita de diversas formas, uma das principais é a utilizada pela escrita, onde pode ser observável através de livros, revistas, jornais, entre tantos outros dos quais se utilizam símbolos reconhecíveis por uma determinada sociedade.
Assim como os pais, a escola também tem papel fundamental no estímulo à leitura. Muitas vezes é através dela que acontece o primeiro contato com o livro, sendo indispensável tornar este momento o mais agradável possível para despertar a curiosidade de conhecer este mundo mágico. Dar oportunidades para uma criança conhecer o mundo encantado dos livros é um dos papéis fundamentais da escola. 
É através da leitura que podemos dinamizar o raciocínio. O hábito de ler deve ser incentivado desde a infância, na família, e perpetuando na escola como algo prazeroso e interessante, visando o desenvolvimento do pensamento reflexivo e crítico da realidade. É muito importante ter livros em casa e na escola, para as crianças terem esse contato como esse mundo imaginário, pois a leitura é um forte instrumento para o conhecimento.
A criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo é beneficiada em diversos sentido, como: desenvolver criatividade, imaginação, adquirir cultura, conhecimentos, valores, aprende se comunicar melhor, entre outros. O ato de ler é uma forma exemplar de aprendizagem.
Durante o processo de armazenagem da leitura coloca-se em funcionamento um número infinito de células cerebrais. A combinação de unidade de pensamentos em sentenças e estruturas mais amplas de linguagem constitui, ao mesmo tempo, um processo cognitivo e um processo de linguagem. A contínua repetição desse processo resulta num treinamento cognitivo de qualidade especial (CARLETI, 2007, p.2).
2.1 OS MEIOS DE UTILIZAÇÃO DO OBJETO LIVRO NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO INCENTIVO A LITERATURA.
De acordo com os estudos realizados acerca da história do livro, o livro como suporte com variações em seu formato, conteúdos, materialidades, constituiu-se como resultado de um longo processo histórico e cultural.
	O suporte da leitura seja ele um livro, um panfleto de propaganda a tela de um computador entre outros portadores de textos e narrativas, foram se modificando ao longo dos tempos e exercendo influência nos modos como as leituras se processam.	Logo o livro com suas distintas bases materiais, causou-se transformações no modo de ler. Embora sem consensos estabelecidos nos usos dos termos- ora chamado livro brinquedo, livro de imagem, livro ilustrado, livro infantil, nos últimos anos a indústria editorial de livros dedicados a primeira infância, tem crescido muito. A oferta livro tem sido cada vez mais diversificada e, desse modo, diferenciados exemplares ocupam as livrarias, as bibliotecas, escolas e os lares das crianças. Autores e ilustradores adultos dedicam-se a realizar uma produção cultural especificamente para a infância, de tal forma que,hoje em dia há livros variados para todo o público infantil, incluindo os bebes e as crianças bem pequenas. A intenção de não se preocupar com a “destruição” do livro, é que a criança possa desfrutar do livro. A criança neste período realiza a leitura sensorial, de acordo com Debus (2006, p. 43), o leitor aproxima-se do livro estimulado pelos cinco sentidos; a visão, instigada pelas cores e ilustrações; o tato, para explorar as diferentes texturas; o olfato, para sentir o cheiro do livro; a audição, para escutar o som das páginas, ou dos livros que emitem sons; e por fim, o paladar, quando a criança leva a boca realizando o seu “exercício experimental”. Essa aproximação é um direito da criança, e o adequado seria que elas tivessem este contato com o livro, até mesmo para que possam aprender a manusear e cuidar dos mesmos. Portanto, mais importante do que vetar este direito da criança é torná-lo frequente para que aprendam a cuidar e utilizar para sua real função. Os dramas e as situações de perigo, tão comuns na Literatura Infantil, trabalham o aspecto psicológico da criança. Os psicanalistas Bruno Bettelheim, Fany Abramovich, entre outros, exploram abertamente essa questão, mostrando que amenizar as situações apresentadas na literatura não forma cidadãos capazes de interferir na organização de uma sociedade mais consciente e democrática. A leitura tende de ser uma tarefa durável no dia a dia do trabalho com a infância menor. 
A Educação Infantil tem a incumbência de resgatar e organizar o acervo das histórias que as crianças ouvem em casa e nos ambientes que frequentam, uma vez que essas histórias se constituem em rica fonte de informação sobre as diversas formas culturais de lidar com as emoções e com as questões éticas, contribuindo para a construção da subjetividade e da sensibilidade delas. Ter acesso à boa literatura é dispor de informação cultural que alimenta a imaginação e desperta o prazer pela leitura. Leitura para a Infância Menor Como a leitura é o caminho mais importante para chegar ao conhecimento, é necessário que a criança se familiarize com os livros desde o primeiro ano de vida.
Todo bebê nasce apto à fala, um processo natural do desenvolvimento humano, no entanto ninguém nasce leitor. Para que isso aconteça, é preciso incentivar o gosto pela leitura desde a creche. Considerando a concepção discursiva que norteia as Diretrizes Curriculares, entende-se que, ao interagir com o texto, há a possibilidade de se explorar as quatro práticas discursivas: a leitura, a oralidade, a escrita e a compreensão auditiva, haja vista que, em situações reais de comunicação, elas não se manifestam isoladamente, pelo contrário, são influenciadas umas pelas outra. 
O cuidado com a conservação do acervo faz com que o acesso das crianças pequenas ao livro seja vetado. No entanto, é necessário que se perca o medo de que a criança vá destruir o livro, que se desconstrua a ideia de durabilidade, que se tenha a clareza de que o livro, como outros bens de consumo, entre eles o brinquedo, desmancha-se, suja-se, rasga-se. Com isso não queremos dizer que devamos ensinar as crianças a destruírem o livro, mas que possam lidar com essa perda no ambiente na educação Infantil. (DEBUS, 2006, p.86) 
2.2 LITERATURA E TECNOLOGIA
“Nunca foi tão importante haver boa literatura infantil, porque as crianças são atraídas por milhares de coisas mais fáceis, instantâneas e baratas que o livro. Com boa literatura infantil, defende-se o livro.” (TAVARES, Miguel)
 Em nossa atualidade estamos em uma luta desigual, e a grande pergunta dos professores hoje é: Como despertar interesse nos alunos, competindo com a grandiosa tecnologia? Hoje nos deparamos com uma geração que obtém tudo instantaneamente. Não se têm mais vontade de pintar, pois nas telas de seus aparelhos, basta um clicar e a cor aparece. Não se quer mais ler, pois tudo se encontra audível em sites como Youtube, entre outros. Quando a criança se depara com um livro, uma história, ela precisa de estímulos externos para que a ocasião se torne hábito.
 Jorge Duran afirma ‘O amor e a literatura coincidem na procura apaixonada, quase sempre desesperada, da comunicação.’ Como educadores temos esta ‘carta na manga’, o que sobra hoje é a tecnologia, mas o que falta á a comunicação, e está a literatura traz consigo, de maneira reflexiva, divertida, crítica e objetiva. A partir do momento em que a criança entre nesta atmosfera literária, ela não descobre somente a literatura em si, mas descobre também ela mesma.
 Todavia, nada impede o professor de dirigir atividades literárias utilizando a tecnologia, porém tudo deve ser planejado e transferido de maneira que não fuja do principal objetivo: o despertar para a literatura. Como citado anteriormente, a literatura possibilita trabalhar com problemas delicados da infância de maneira mais ética. Quando o professor faz uma roda, e inicia uma história, indiretamente, ele inicia um diálogo particular com cada criança, pois cada um irá interpretar aquela história de uma maneira, geralmente de acordo com aquilo que vive, com seus anseios e sonhos.
 Se na roda, por exemplo, inicia-se a história do jabuti e da lebre, onde o jabuti era claramente subestimado, onde suas capacidades eram colocadas em dúvida, à criança que sofre de autoestima baixa, automaticamente se colocará no lugar do jabuti, e aquela história passa a ser dela. Pode também acontecer o contrário, a criança pratica a desvalorização de seus colegas, ao ouvir a professora contar a história, automaticamente ela se colocará no lugar da lebre, e aquela história também passa a ser sua. A mesma história, sob duas visões.
 Por estes motivos que a literatura é uma ferramenta poderosa para percebermos nossos alunos, a partir do momento que o professor se torna sensível a isso, muitos problemas podem ser resolvidos, juntamente com as famílias. É fundamental que este estímulo literário não venha somente da escola, visto que o lar é o primeiro contato social, e maior influenciador da criança. Jane Yolen de maneira divertida afirma, A literatura é uma doença textualmente transmitida, normalmente contraída na infância.’ Quando a escola e a família conseguem estimular juntas a criança a gostar de literatura, não há somente um investimento a curto prazo, visto que a literatura ajuda também a desenvolver o aspecto cognitivo da criança. É um investimento para a vida acadêmica e social.
 A maioria das crianças aprende a linguagem auditiva oral sem treinamento formal. Sua experiência com múltiplas interações entre cuidadores e outros nos primeiros 5 anos de vida, em geral, é suficiente para capacitá-la a entender a fala dos outros e falar. Quer parecer que existe uma prontidão biológica que capacita o bebê e a criança pequena a adquirirem linguagem auditivo oral com uma velocidade surpreendente, de modo um tanto independente de qualquer necessidade de treinamento formal. As habilidades comunicativas de ler e escrever, contudo, são obviamente habilidades que elas devem adquirir numa situação de aprendizagem mais formal. (BOONE; PLANTE; 1994, p.24) 
2.3 A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA	
A contação de histórias se apresenta com grande relevância na vida da criança. Através das histórias a criança se apropria de culturas e saberes historicamente acumulados pela humanidade, adquirindo informações que ajudarão na elaboração de seus conhecimentos, além de ser uma fonte de lazer e diversão. As histórias entram na vida da criança desde cedo. O primeiro contato que ela tem com um texto geralmente é feito oralmente, através da voz da mãe ou pessoas mais próximas, contando contos, histórias inventadas ou de livros, leitura da bíblia, etc. (ABRAMOVICH, 1997).
Ouvir histórias é importante para a formação do leitor. Quanto mais cedo à criançafor envolvida pelo mundo das histórias estabelecendo uma relação direta com os livros, maiores são as chances de que se torne leitora. Abramovich (1997, p.16) ressalta: 
	
Pode-se, assim dizer, que a leitura é um elemento essencial na formação da criança. Ler ao longo da vida permite as condições para o crescimento humano. Ser leitor é então, ter uma fonte inesgotável de oportunidades para conhecer, desvendar, apreender e interagir com os conhecimentos construídos na evolução histórica do homem e da sociedade como um todo, podendo o leitor lançar novos olhares sobre os mesmos e assim, “re” significá-los. 
As histórias contribuem para que a criança entre em contato de maneira lúdica com diversas formas de sentir e ver o mundo, bem como, a ajuda lidar com questões de aspectos emocionais, sociais, intelectuais, entre outras questões (COELHO, 2000, p. 84).
A mesma autora coloca que as histórias, entre elas, os contos de fada, trazem a oportunidade de a criança compreender os conflitos da vida real e encontrar formas para solucionar problemas, como os personagens fazem nas histórias: “[...] é uma possibilidade de descobrir o mundo imenso de conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos [...] e, assim, esclarecer melhor as próprias dificuldades ou encontrar um caminho para a resolução delas”... (ABRAMOVICH, 1997, p. 17).
Em essência, os contos de fada podem ser entendidos como capazes de envolver o leitor e ou (ouvinte) com seu enredo, de instigar a mente e comover com as situações vividas pelos personagens. Causam impactos no psiquismo, porque tratam das experiências cotidianas, permitem a identificação do leitor com as dificuldades e alegrias do herói, cujos efeitos narrados expressam a condição humana diante das provações da vida. Assim, os sonhos e desejos, as imagens e idéias de cada um correspondem à concepção que estes têm de mundo. 
Pode-se assim perceber o quão importante são as histórias no desenvolvimento das crianças, principalmente na infância, fase da vida em que todas as áreas do cérebro estão abertas para aprendizagens e quando todos os hábitos se formam.
A contação de histórias pode ser fundamental para o desenvolvimento pleno, lingüístico, intelectual e social da criança. Através da ludicidade, ela ajuda os pequenos a entenderem as dificuldades do cotidiano, desenvolve a atenção, a concentração, a criatividade, aumenta o poder de imaginar e oferece condições para o desenvolvimento da leitura e escrita. Logo, colaborando para a formação de futuros leitores e cidadãos críticos com uma visão global da sociedade.
O ensino escolar por si só não forma cidadãos e o professor que apenas ensina, mas não educa através de sua postura e de seus atos, não passa de um mero repassador de informações dos conhecimentos historicamente construídos pela humanidade.
Para que a educação escolar seja transformadora é necessário tornar a criança uma boa leitora e ter na prática da leitura seu objetivo maior, ou seja, é na literatura que o professor encontrará a mais rica, eficaz e gratificante contribuição para alcançar seus objetivos como educador.
2.4 O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
No processo de alfabetização e letramento a literatura infantil tem função educativa/ formativa, recreativa e pedagógica, a mesma deve ser trabalhada de forma lúdica e criativa, pois dessa forma a aprendizagem ocorrerá mais facilmente, despertando na criança o interesse pela descoberta, pelo mistério, pelo sonho, pela magia, e a interpretação/ reflexão, como também o gosto por criar e imitar personagens fictícios em reais, compreendendo símbolos e linguagens.
No Brasil, o nível de leitura da população sempre foi baixo, a elevada taxa de analfabetismo, o reduzido poder aquisitivo de uma política cultural contínua e a influência da mídia são alguns fatores relacionados ao problema do alfabetizado funcional. Neste sentido, o livro deveria ter a importância de uma televisão dentro do lar, pois de acordo com a UNESCO (2005) somente 14% da população tem o hábito de ler, portanto, pode–se afirmar que a sociedade brasileira não é leitora.
Uma das atividades fundamentais desenvolvidas na escola para a formação dos alunos é a leitura entendida como extensão da escola na vida e na sociedade. A criança que ingressar na escola sem ter o conhecimento básico de literatura, certamente terá a oportunidade de se relacionar com as novas possibilidades de crescimento, pois a escola é o espaço para estabelecer uma relação entre literatura, livro, criança e professor. Kleiman (2005) aponta Paulo Freire como uns dos primeiros a utilizar o termo alfabetização com um sentido mais próximo ao que atualmente se tem chamado de letramento, referindo-se a uma prática sociocultural de uso da língua escrita que vai se transformando ao longo do tempo. O letramento abrange o processo de desenvolvimento e o uso dos sistemas da escrita nas sociedades, ou seja, o desenvolvimento histórico da escrita refletindo outras mudanças sociais e tecnológicas.
O livro de literatura infantil tem papel fundamental no início do processo da alfabetização/ letramento, sua função é formar e educar, e toda criança em processo de alfabetização pode e deve utilizar da literatura infantil para obter uma aprendizagem significativa e rica em conhecimento, pois os livros literários desenvolvem na criança a capacidade cognitiva da imaginação, da reflexão e da criatividade sobre os fatos históricos.
Observa Carvalho (1989, p. 19) que “tirar da criança o encanto da fantasia pela arte, particularmente a arte do desenho, da forma das cores e da literatura (que representa todas), é sufocar e suprimir todas as riquezas do seu mundo interior”.
O processo social da alfabetização acontece por meio da literatura infantil que além de contribuir significativamente no processo de ensino aprendizagem acrescenta elementos necessários para a criança compreender o mundo da fantasia e sua realidade cultural/ social através de bons livros literários, onde a criança adquire conhecimento das histórias, da fala e das primeiras palavras. O professor alfabetizador deve ter conhecimento que a literatura infantil é um recurso excelente em prol ao ensino, e tem que ser aplicada na forma de ensinar, refletir e ao mesmo tempo divertir, pois, dessa maneira facilitará a aquisição dos conhecimentos pelas crianças.
Para Vygotsky a linguagem ajuda a criança direcionar o pensamento, a criança compreende a vida através do imaginário. O livro infantil põe a criança em contato com o mundo e com todos os seus desdobramentos. Deve-se ter em mente que a criança que se encontra em processo de alfabetização/ letramento e em pleno desenvolvimento é com a família seu primeiro contanto alfabetizador, seu segundo contato será no contexto escolar, onde, a criança aprenderá uma linguagem aplicada de forma mais formal do que a ensinada em casa. Porém, a aprendizagem não pode ser apenas instrumental, ela deve ser dialógica com significados sociocultural, por isso o ato de alfabetizar não pode exigir somente as práticas escolares, mas incluir as práticas culturais e sociais nas quais leituras e escritas é extremamente necessário. Conforme (SOARES 2008)
A alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código linguístico, ou seja, é um conjunto de técnicas adquiridas para exercer o uso da leitura e da escrita. Alfabetização faz parte da ação de decodificar o alfabeto e representar o som reconhecendo seu símbolo gráfico. (SOARES, 2008, p. 92).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Tendo em vista os aspectos observados, a literatura é demasiadamente importante para o desenvolvimento total da criança, além de que é uma forma bem particular de reconhecer a criança em suas particularidades e interesses, pois a mesma se espelha em livros e histórias, visto que seu imaginário é muito forte. A educação vinculada a literatura pode realmente mudar a forma de ensinar uma criança, ainda que hoje existem muitas distrações para os pequenos, tornandoo incentivo à literatura um desafio, cabe a nós professores sermos mediadores deste estímulo. Devemos saber selecionar no plano de aula, a obra literária que mais se adequa a realidade da turma para que a criança se sinta contextualizada. Na literatura, também temos outro importante aliado para formação de caráter e educação da criança: o fundo moral e ético das historinhas, podemos trabalhar profundamente tudo que está explícito e também o que está implícito na história, o certo e errado, o moral e imoral, isso norteará nossos pequenos de uma forma lúdica É sabido que o processo de alfabetização e letramento de uma criança nem sempre acontece de um modo fácil e eficaz, já que alguns alunos encontram dificuldades em compreender o sistema de leitura e escrita, mas é possível através do uso de recursos distintos, facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Dentre esses recursos podemos citar os gêneros literários, que permitem à criança acessar o mundo da cultura escrita, aprender a gostar de ler, ouvir e formar-se leitora. A literatura infantil é um recurso pedagógico indispensável no processo ensino aprendizagem e está, se trabalhada adequadamente pelo docente, favorece a aquisição da leitura e da escrita.
Mostrar à criança o mundo da literatura é possibilitar conhecimentos que não se pautam a uma única forma de pensar. Nos livros de literatura infantil ou livros infantis as ilustrações, os textos, as palavras se complementam, fazendo da fantasia, um outro mundo que vai ao encontro da imaginação da criança. A importância da literatura infantil, esta presente desde o ouvir, olhar, folhear as histórias, observar as ilustrações, atenção ao humor, ás diferentes poesias, aos contos de fada, bem como a visitação de bibliotecas para a apreciação crítica da leitura, dentre muitos outros eixos perpassam pela necessidade da criança pera ser um leitor e gostar de ler.
Torna-se fundamental o trabalho de literatura infantil nas escolas, visto que, a partir da literatura abre-se um leque de oportunidades para o conhecimento e aprendizagem das crianças. Trabalhando a literatura de contos, por exemplo, desde cedo há possibilidade de instigar as crianças a um mundo imaginário cheio de fantasias, despertando sua imaginação, suas emoções e expressões. A escola juntamente com a família desempenha papel determinante na vida das crianças, que levadas a escutar histórias, recontar, dramatizar, expressar sentimentos, manifestar suas emoções, articular suas falas, estarão acertadamente construindo uma aprendizagem formal fincada em valores sociais de respeito equidade e de forma sistematizada, embora que seja de forma que as crianças tenham liberdade de escolha.
Depois de expor a importância da literatura e mais propriamente a infantil, insisto na responsabilidade dos educandos de apresentarem, aos seus educados um vasto repertório literário, analisando primeiramente o material a ser trabalhado com criticidades e ao mesmo tempo com o olhar de um apreciador da pura arte. Cabe ao educando já em situação, como os que ainda encontra-se em formação utilizar literaturas infantis; na sala de aula, promovendo matéria-prima para a formação do indivíduo, ainda em sua infância. Relevar a intenção da literatura, esmiuçar aos indivíduos em formação sedento do novo, do interessando, do prazeroso, faz com que o interesse pela literatura se torne uma necessidade, assim como é necessário o alimento para o corpo. Faz se então necessária á devida atenção dos educadores a literatura infantil, em sala de aula e deste modo formando o indivíduo em seu sentido mais amplo como ser humano.
REFÊRENCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: Gostosuras e Bobices. São Paulo: Scipione, 1997.
BAPTISTA, Monica Correia. Alfabetização e letramento em classes de crianças menores de sete anos. In: Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica 2010.
CAMARGO, Luís. A fábula na sala de aula. In: BRASIL. Ministério da Educação. A narrativa na literatura de crianças e jovens. Brasília: MEC, 2005. (Coleção Salto para o futuro, n. 21).
CARLETI, Rosilene Callegari. A leitura: um desafio atual na busca de uma educação globalizada. ES, 2007. Disponível em: http://www.univen.edu.br/revista. Acesso em: 19/04/2016.
	
CASTRO, Eline Fernandes. A importância da leitura infantil para o desenvolvimento da criança. Disponível em: http://www.meuartigo.brasilescola.com/educacao/a-importancia-literatura-infantil-paradesenvolvimento.htm. Acesso em: 21/03/2016.
	
COELHO, Nelly Novaes. Leitura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.
FONTES, Rosa Maria Miguel. A arte de contar histórias. Disponível em: http://blogs.uai.com.br/contaumahistoria/a_arte_de_contar_historias_/. Acesso em: 08/09/2017
MIGUEZ, Fátima. Nas arte-manhas do imaginário infantil. 14. ed. Rio de Janeiro: Zeus, 2000.
ZIRALDO. A escola não está preparada para a mágica da leitura. Nova Escola, /Fundação Victor Civita, nº. 25, out. 1988.

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