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Mutação Modificação na sequência de DNA Enquanto a sobrevivência imediata de uma célula depende da capacidade de evitar alterações no seu DNA, a longo prazo a sobrevivência de uma espécie requer que as sequências do DNA sofram alterações ao longo de várias gerações. Estas alterações geram variações genéticas, que estão sujeitas a pressão seletiva durante a evolução dos organismos. MUTAÇÃO Mutação somática: Aquela que ocorre em genes de células somáticas. Portanto, permanece restrita ao indivíduo que a porta, não sendo transmitida aos descendentes através dos gametas Mutação germinativa: Aquela que ocorre em células que originam gametas. Podem ser devidas a erros na replicação do DNA ou a mutagênicos químicos e físicos Taxa de mutação Sequência do genoma humano (aproximandamente 3x109 pares de bases) é alterada em apenas cerca de 3 nucleotídeos a cada divisão celular A taxa de mutação é de aproximadamente 1 nucleotídeo alterado em 109 nucleotídeos, cada vez que o DNA é replicado Fenótipos Mutantes • Inserção ou deleção de bases – em que um ou mais pares de nucleotídeos é inserido ou deletado • Substituição de bases – em que ocorre substituição de um par de bases por outro; Duas classes principais de mutações gênicas a) transição – quando ocorre substituição de bases de mesmo tipo, ou seja, uma pirimidina por outra ou uma purina por outra (par A=T pelo par G≡C e vice-versa, ou o par T=A pelo par C≡G e vice-versa); b) transversão – quando ocorre substituição de bases de tipos diferentes, ou seja, uma purina por uma pirimidina, ou uma pirimidina por uma purina (par A=T pelos pares T=A ou C≡G e vice-versa, ou par G≡C pelos pares T=A ou C≡G e vice-versa) Purinas: A e G Pirimidinas: C, T, U Consequências da mutação •As trincas de nucleotídeos, chamadas códons, determinam a sequência de aminoácidos em uma proteína. •Algumas alterações nestas trincas pode resultar na mudança de aminoácidos que formam uma cadeia polipeptídica • Mutação silenciosa – não causa mudança de aminoácido,uma vez que mais de uma trinca pode codificar um mesmo aminoácido. Exemplo: substituição do códon UAC (Tyr) → UAU (Tyr). Os dois códons especificam o aminoácido tirosina. • Mutação missense (perda de sentido)– resulta em mudança de aminoácido. Exemplo: substituição do códon UAC (Tyr) → UUC (Phe). Substituição do códon UAC (Tyr) → GAC (Asp). • Mutação nonsense (mutação sem sentido) – determina uma terminação prematura da tradução, resultando em uma proteína menor. Exemplo: substituição do códon UAC (Tyr) → UAG (Stop). O códon que especifica Tyr é substituído por um códon que determina o término da tradução, gerando, assim, uma proteína menor, incompleta. • Mutação frameshift (mutação por mudança de quadro de leitura) – a adição ou deleção de pares de bases, não múltiplos de três dentro da região codificadora, resulta em mudança de todos os códons a partir do ponto onde ocorreu a alteração. Tipos de Mutação Inserção G Deleção T A-A-C Asparagina Como ocorrem as mutações no DNA? Espontâneas Induzidas Erros de replicação do DNA Mutações espontâneas Lesões espontâneas (depurinação, desaminação e danos oxidativos) Erro na replicação Depurinação Na ausência de uma base na fita molde, qualquer base pode ser incorporada durante a replicação do DNA, podendo gerar uma mutação Desaminação Danos Oxidativos Os danos oxidativos podem ocorrer espontaneamente devido à ação de RADICAIS LIVRES, tais como superóxido (O2 –), peróxido de hidrogênio (H2O2) e radical hidroxila (OH), que são gerados durante o metabolismo aeróbico normal. Estas espécies reativas de oxigênio podem causar danos no DNA, ou até mesmo nos precursores do DNA (dGTP), resultando em mutação Timidina glicol- Bloqueia a replicação 8-Oxo-7-hidrodesoxiguanosina (8-oxodG), Pareia com A promovendo a transversão G→T Mutações induzidas Agentes mutagênicos químicos • Análogos de base - 5-bromo uracila (5-BU), um análogo de timina e pareia com G. • Compostos que reagem com o DNA - Ácido nitroso, causa desaminação. Promove a conversão de C em U, que pareia com A, em vez de parear com G. A base A desaminada gera a base hipoxantina, que pareia com C - Hidroxilamina – A ação da hidroxilamina (NH2OH) resulta em adição de uma hidroxila à citosina, que, dessa forma, passa a parear com A mudando o par C≡G para o par T=A. Substâncias intercalantes - acridina laranja (corante) - proflavina (anti-séptico de uso veterinário) Inserem-se entre dois pares de bases, num processo chamado intercalação, causa um estiramento da dupla-hélice, o que faz com que, durante a replicação, a DNA polimerase promova a adição ou deleção de pares de bases • Radiação não-ionizante – raios ultravioleta - dímeros de timina –promovem distorção da dupla-hélice, interferindo no pareamento normal das bases. A presença do dímero ciclobutano-timina bloqueia a transcrição e a replicação, sendo a forma mais letal quando não é reparada Agentes mutagênicos físicos Mutações induzidas A recomendação de não se tomar sol entre 10h e 14h é devida à maior quantidade de raios UV neste período do dia. O bronzeamento solar excessivo pode causar a formação de dímeros de pirimidina nas células epiteliais, podendo resultar em câncer de pele. Radiações ionizantes (raios X e raios γ) - alto poder de penetração, sendo capazes de ionizar água e outras moléculas. Os radicais livres formados, por exemplo, o radical hidroxila OH-, são muito reativos e reagem com o DNA, promovendo quebra na molécula. Estas lesões geram sítios apurínicos ou apirimidínicos, o que pode resultar em deleção de nucleotídeos Mutações induzidas Agentes mutagênicos físicos Reparo de mau pareamento de bases – mismatch repair • correção tanto de mau pareamento de uma única base quanto de pequenas inserções e deleções • desafio deste mecanismo de reparo é discriminar entre as fitas de DNA normal e mutada MutH- liga especificamente à seqüência GATC de moléculas hemimetiladas MutS- reconhece o mau pareamento de bases, forma um complexo com uma terceira proteína, MutL Reparo por excisão de base – BER (base-excision repair) Reconhece qualquer lesão que crie uma distorção leve na dupla-hélice do DNA, tais como as geradas pela desaminação de citosina e adenina base alterada é removida por clivagem da ligação N-glicosídica pelas enzimas conhecidas como DNA glicosilases, gerando um sítio AP uracil glicosilase, por exemplo, é específica para a remoção de uracila que resulta da desaminação de citosina O fato é que, independentemente dos eventos que antecedem sua formação, o sítio AP é reparado por um processo enzimático que consiste em quatro etapas • incisão – ao reconhecer a distorção da dupla-hélice, uma AP endonuclease corta a ligação fosfodiéster do suporte de açúcar- fosfato próxima ao sítio AP; • excisão – o segmento de DNA é removido pela atividade 5’→3’ exonuclease da DNA polimerase I; • síntese – o grupamento 3’-OH é reconhecido pela DNA polimerase I, que sintetiza um novo segmento de, aproximadamente, 20 nucleotídeos, substituindo, assim, a seqüência incorreta pela correta; • ligação – após a participação da DNA polimerase I, a ligação fosfodiéster é refeita, ou seja, a fita corrigida é selada, pela ação da DNA ligase. Reparo por excisão de nucleotídeo – NER (nucleotide-excision repair) Reconhece grandes distorções da dupla-hélice do DNA Complexo enzimático que participa desse processo é denominado excinuclease ABC, sendo constituído por três subunidades, UvrA, UvrBe UvrC. E. coli e em outros procariotos, o sistema enzimático hidrolisa a quinta ligação fosfodiéster no terminal 3’ e a oitava no terminal 5’, gerando um fragmento de 12 a 13 nucleotídeos (dependendo se a lesão envolve uma ou duas bases). Em seres humanos e outros eucariotos, a enzima hidrolisa a sexta ligação fosfodiéster no terminal 3’ e a vigésima segunda no terminal 5’, produzindo um fragmento de 27 a 29 nucleotídeos Após a dupla incisão e liberação do oligonucleotídeo excisado, o espaço gerado é preenchido pela DNA polimerase I em E. coli e DNA polimerase ε em humanos. A fita é, então, selada pela DNA ligase. Reparo por excisão de nucleotídeo – NER (nucleotide-excision repair) Reparo direto – papel das fotoliases e das alquiltransferases Fotoliases - clivagem dos dímeros de timina a monômeros de timina é catalisada pela enzima ativada pela luz visível Reparo direto – papel das fotoliases e das alquiltransferases Reparo da O-6-metilguanina, que se forma em presença de agentes alquilantes O reparo direto é feito pela O-6-metilguanina-DNA metiltransferase, enzima que catalisa a transferência de um grupo metila de O-6-metilguanina para um dos seus resíduos de cisteína Reparo por recombinação homóloga O reparo de quebra de dupla fita por recombinação homóloga é bastante preciso, uma vez que o DNA apresentando a lesão é reparado tendo como referência o seu homólogo
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