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Mutações e reparos -Na molécula de dna- A mutação é basicamente uma mudança na estrutura do DNA e/ou erros de replicação. Logo, é ela quem causa a variação na informação genética que os descendentes (células ou organismos) receberão. Elas são responsáveis tanto por manter a vida, pois são a fonte de todas as variações genéticas e também matéria-prima da evolução, quanto por causar grande sofrimento, causando efeitos prejudiciais, como por exemplo, doenças e distúrbios. 1. AS MUTAÇÕES PODEM SER DIVIDIDAS EM DUAS CATEGORIAS, EM RELAÇÃO, AO LOCAL ONDE OCORREM: a) Somáticas - surgem em células somáticas (todas as células, menos as sexuais), podendo surgir durantes a mitose, o que possibilita que as células filhas geradas (clones) possuam a mutação e ela seja transmitida a cada nova divisão. Essas células tendem a morrer ou serem substituída por células normais, no entanto, as células com uma mutação somática que estimula a divisão celular podem aumentar o número e se disseminar; esse tipo de mutação pode dar origem a células com uma vantagem seletiva e é a base para os cânceres. b) Germinativa- surgem em células que dão origem aos gametas (óvulos e espermatozoides), ela pode ser transmitida a futuras gerações, produzindo organismos que irão possui-la em todas as suas células. • Normalmente em indivíduos multicelulares, quando se fala em mutação, em geral, estamos falando de mutações germinativas. • Além disso, elas podem ser divididas em dois tipos, as mutações gênicas (que afetam um único gene) e cromossômicas (que afetam a estrutura do cromossomo ou o número de cromossomos); 2. TIPO DE MUTAÇÕES GÊNICAS a) Substituição de base: alteração de um único nucleotídio no DNA. Existem dois tipos de substituições de base. A transição, ocorre quando uma purina é substituída por uma outra purina (A e G) ou uma pirimidina é substituída por outra pirimidina (C e T); E a Transversão, quando uma purina é substituída por uma pirimidina ou uma pirimidina é substituída por uma purina. b) Inserções e deleções: adição ou a remoção, respectivamente, de um ou mais pares de nucleotídeos. Logo, levam a mudanças no quadro de leitura, o que altera todos os aminoácidos codificados (quando somente um nucleotídeo é incorporado), podem introduzem códons de parada prematuros. As inserções e deleções compostas por múltiplos de três nucleotídios deixam o quadro de leitura intacto, embora a adição ou remoção de um ou mais aminoácidos ainda possa afetar o fenótipo. Os que não afetam o quadro de leitura são chamados de inserções no quadro de leitura e deleções no quadro de leitura. c) Repetições expandidas- quando o número de cópias de um conjunto de nucleotídeos é aumentada. (repetições expandidas de nucleotídeos). Os números maiores de repetições de nucleotídios estão associados a várias doenças genéticas humana. 2.1. Efeitos fenotípicos das mutações: outra forma de classificação dos tipos de mutações gênicas: a) Mutação direta - altera o fenótipo do tipo selvagem, enquanto uma mutação reversa (uma reversão) muda um genótipo mutante de volta para o tipo selvagem. b) Mutação missense - Uma substituição de base que resulta em um diferente aminoácido na proteína é chamada de mutação missense c) Mutação nonsence - muda um códon com sentido (que especifica um aminoácido) em um códon sem sentido (que termina a tradução) d) Mutação silenciosa – muda o códon, no entanto, ele continua especificando o mesmo aminoácido. e) Mutação neutra – é uma mutação missense que altera a sequência de aminoácidos da proteína, mas não muda sua função de forma significativa. altera a sequência de aminoácidos em uma proteína, no entanto, por um outro com quimicamente semelhante. ps.: Todas as mutações a cima são de substituição de bases. 2.2. Mutações supressoras: Uma mutação supressora é uma mudança genética que esconde ou suprime o efeito de outra mutação. O indivíduo com mutação supressora é um duplo mutante, tendo a mutação original e a mutação supressora. a) Intragênica- ocorre no mesmo gene que tem a mutação a ser suprimida e pode mudar um segundo nucleotídio no mesmo códon alterado pela mutação original, produzindo um códon que especifica o mesmo aminoácido que o especificado pelo códon original, não mutante. Também podem suprimir uma mutação no quadro de leitura. Se a mutação original for a deleção de uma base, então a adição de uma única base em um local do gene restaura o quadro de leitura original. b) Intergenica – ocorre em um gene diferente daquele que carreia a mutação original. Como por exemplo, uma mutação ocorre em um determinado códon do mRNA e a mutação supressora em um gene diferente que codifica um tRNA; essa segunda mutação resultaria em um códon capaz de parear com o códon de mutante. 3. FATORES CAUSADORES DE MUTAÇÕES Mutações espontâneas – erros internos. Ex.: a) Shifts tautoméricos – ocorrem quando as posições dos prótons nas bases de DNA mudam, desse modo as bases passam à formas raras chamadas de tautômeros, com isso, outras formas de pareamento surgem, pois a forma rara da citosina irá parear com adenina etc. (entretanto, nunca houve evidências convincentes de que os raros tautômeros são a causa das mutações espontâneas. Além disso, a pesquisa atualmente mostra poucas evidências de tautômeros no DNA) b) Erros de incorporação e replicação- surge a partir de pareamentos incorretos entre bases (A e G ou T e C) após a incorporação (durante a replicação) e pode levar a um erro de replicação (quando essa fita for duplicada) o que gera uma mutação permanente, já que não será mais possível notar o a base mutada como um erro, pois, após a duplicação ela irá se parear com uma base correspondente. c) Deleções e inserções- quando uma fita de nucleotídeos forma uma pequena alça, o que pode gerar uma inserção na próxima duplicação (aumentando o tamanho original. Isso quando a alça está na fita recém). Quando isso ocorre na fita molde, a fita que está sendo sintetizada terá uma deleção (diminuindo) o que será passado durante as novas replicações. d) Química espontânea- depurinação, a perda de uma base purina de um nucleotídeo, gerando um lacuna que não serve como molde, o que ocorre na maioria das vezes é que uma base A é incorporada na fita que está sendo sintetizada (na diração da lanuna) , gerando um erro de incorporação e por consequência um, de replicação. desaminação, a perda de um grupo amino (NH2) de uma base, o que alterar suas propriedades de pareamento, por exemplo, a citosina produz uracila, que pareia com adenina na replicação. essa mudança química é uma mutação de transição. Esse tipo de mutação é evitado por enzimas que removem a uracila sempre que ela é encontrada no DNA Mutações induzidas – erros causados por fatores externos. Ex.: Químico a) Análogos de base – substâncias químicas com estruturas semelhantes à de qualquer uma das quatro bases padrão do DNA, por exemplo, 5-bromouracila (5BU) é o análogo da timina; ele tem a mesma estrutura da timina, exceto por ter um átomo de bromo (Br) no átomo do carbono 5 em vez de um grupo metila. a 5-bromouracila pareia normalmente com a adenina, mas quando ionizada, pode parear com guanina por oscilação. b) Agentes alquilantes – substâncias químicas que doam grupos alquila, como metila (CH3) e etila (CH3-CH2) a bases nucleotídeos. Por exemplo, etilmetilsulfonato (EMS) adiciona um grupo etila à guanina, produzindo O6-etilguanina, que pareia com timina. c) Desaminação – pode ser induzida por algumas substâncias químicas. Por exemplo, o ácido nitroso desamina a citosina, criando uracila, que no próximo ciclo de replicação pareia com adenina. d) Hidroxilamina – adiciona um grupo hidroxila a citosina, convertendo-a em hidroxilaminocitosina, o que aumentaa frequência de tautômero que pareiam com A e) Reações oxidativas – Essas formas reativas de oxigênio danificam o DNA e induzem mutações ao provocarem mudanças químicas no DNA. Por exemplo, a oxidação converte guanina em 8-oxi-7,8-di-hidrodesoxiguanina, que frequentemente faz um pareamento incorreto com adenina em vez de citosina. f) Agentes intercalantes – distorcem a estrutura tridimensional da hélice, se inserindo entre as bases adjacentes no DNA, provocando inserções e deleções de um nucleotídio na replicação. Produzem mutações no quadro de leitura. Radiação A chamadas radiações ionizantes (os raios X, gama e cósmicos) são capazes de penetrar nos tecidos e danificar o DNA. Elas expulsam os elétrons dos átomos onde eles se encontram, modificando as moléculas estáveis em radicais livres e íons reativos que então alteram as estruturas de bases e quebram as ligações fosfodiéster no DNA (A radiação ionizante também provoca rupturas de fita dupla no DNA. As tentativas para reparar essas rupturas podem produzir mutações cromossômica). A luz ultravioleta provoca mutações principalmente ao produzir dímeros de pirimidina que interrompem a replicação e a transcrição. O sistema SOS torna possível que as bactérias superem os bloqueios de replicação, mas introduz erros na replicação. 4. REPARO a) Reparo do pareamento errado - em E. coli, as proteínas que fazem o reparo, diferenciam entre as fitas antiga e nova por grupos metila em sequências especiais da fita antiga. Após a replicação, os nucleotídios adenina na sequência GATC são metilados O complexo de reparo de pareamento errado produz uma sequência GATC não metilada próxima das bases malpareadas. Ele corta a fita não metilada no sítio GATC e degrada a fita entre o corte e as bases malpareadas A DNA polimerase e a DNA ligase preenchem o espaço da fita não metilada com nucleotídios corretamente pareados a) Reparo direto – coloca as estruturas modificadas em suas formas originais. Ex.: As enzimas chamadas fotoliase, que usam a energia capturada da luz para quebrar as ligações covalentes que unem as pirimidinas como um dímero. As enzimas chamadas O6-metilguanina-DNA metiltransferase que removem o grupo metila da O6- metilguanina, restaurando a base para guanina etc. Reparo por excisão de bases – A base modificada é primeiro identificada e retirada (pela DNA glicosilases), após a ligação entre base e o carbono 1’ ser rompida, a uma enzima chamada AP endonuclease corta a ligação fosfodiéster, então o nucleotídeo inteiro é substituído. A DNA polimerase adiciona um ou mais novos nucleotídeos e a DNA ligase sela o corte. Assim a sequência é restaurada. Reparo por excisão de nucleotídeos – remove lesões volumosas de DNA (como dímeros de pirimidinas), repara muitos tipos de dano ao DNA, eese processo é complexo e vários genes participam dessas etapas em humanos. Primeiro um complexo de enzimas analisa o DNA, em busca de erros, enzimas adicionais separam as duas fitas de nucleotídios da região danificada, e as proteínas ligadoras de fita única estabilizam as fitas separadas, uma parte dela – região ao entorno do local onde está a lesão - é então clivada por helicases e a lacuna é preenchida pela DNA polimerase e por DNA ligase 4.1. REPARO DE QUEBRA DA FITA DUPLA As quebras de fita dupla são causadas por radiação ionizante, radicais livres oxidantes e outros agentes que danificam o DNA. a) Recombinação homóloga - usar a informação genética idêntica ou quase idêntica contida em outra molécula de DNA, em geral uma cromátide-irmã, o mesmo mecanismo empregado no processo de recombinação homóloga responsável pelo crossing over. Essa recombinação inicia com a remoção de alguns nucleotídios nas extremidades rompidas, seguida por invasão, deslocamento e replicação da fita b) Junção de extremidades não homólogas – A junção de extremidades não homólogas repara as quebras de fita dupla usando um molde homólogo. Essa via é usada quando a célula está em G1 e uma cromátide-irmã não está disponível para reparo pela recombinação homóloga. A junção de extremidades não homólogas usa proteínas que reconhecem as extremidades rompidas do DNA, liga as extremidades e então as une. Essa junção está mais suscetível a erros do que a recombinação homóloga e leva a deleções, inserções e translocações. Referências: Pierce, Benjamin A. Genética: um enfoque conceitual / Benjamin A. Pierce; tradução Beatriz Araujo do Rosário. - 5. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. “Este é um resumo baseado na bibliografia citada logo acima; caso tenha alguma dúvida é só dar uma olhadinha no capítulo 18 do livro” Foco sempre!
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