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Resumo de Direito Civil

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Resumo de Direito Civil - 11/09 a 27/11
DO NEGÓCIO JURÍDICO
Elementos do negócio jurídico (“Escada Ponteana”, de Pontes de Miranda)
1.1 Plano de Existência 
Ocorre quando o negócio jurídico sofre a incidência da norma jurídica. Desde que presentes todos os seus elementos estruturais.
Se faltar, no suporte fático, um desses elementos, o fato não ingressa no mundo jurídico: é inexistente.
Nele podem, porém, ingressar todos os fatos jurídicos, lícitos ou ilícitos.
É elemento do negócio jurídico (partes que compõem a sua estrutura)
1.2 Plano de Validade
Para ingressar no plano da validade, o ato existente deve passar por uma triagem quanto à sua regularidade, quando então se verificará se está perfeito ou se encontra eivado (corrompido) de algum vício ou defeito inviabilizante.
O preenchimento de certos requisitos fáticos, como a capacidade do agente, a licitude do objeto e a forma prescrita em lei, é indispensável para o reconhecimento da validade do ato.
Mesmo a invalidade pressupõe como essencial a existência do fato jurídico. Este pode, portanto, existir e não ser válido.
É requisito do negócio jurídico (qualidades dos elementos).
1.3 Plano de eficácia
É onde os fatos jurídicos produzem os seus efeitos, pressupondo a passagem pelo plano da existência, não, todavia, essencialmente, pelo plano da validade.
NOTA: O Código Civil não adota a tricotomia existência-validade-eficácia. São estabelecidos os requisitos de validade. Em seguida, a condição, o termo e o encargo. Por fim, são estabelecidos os defeitos e invalidade do negócio jurídico.
1.4 Requisitos de existência
 Manifestação da vontade
Somente a vontade que se exterioriza é considerada suficiente para compor suporte fático de negócio jurídico.
A vontade que permanece interna, como acontece com a reserva mental, não serve a esse desiderato (aspiração)
Princípio da autonomia da vontade: as pessoas têm liberdade de, em conformidade com a lei, celebrar negócios jurídicos, criando direitos e contraindo obrigações.
Este princípio sofre algumas limitações pelo princípio da supremacia da ordem pública, pois muitas vezes, em nome da ordem pública e o interesse social, o Estado interfere nas manifestações de vontade, especialmente para evitar a opressão dos economicamente mais fortes sobre os mais fracos.
Formas de manifestação de vontade
EXPRESSA: Se realiza por meio da palavra, falada ou escrita, e de gestos, sinais e mímicas, de modo explícito, possibilitando o conhecimento imediato da intenção do agente. (EX: contratos verbais ou escritos, na emissão de títulos de crédito, cartas e mensagens.)
TÁCITA: É a declaração da vontade que se revela pelo comportamento do agente. É deduzida do comportamento do agente pelo destinatário. Nos contratos a manifestação de vontade só pode ser tácita quando a lei não exigir que seja expressa. (EX: aceitação da herança - art. 1.805 do CC, aquisição de propriedade móvel pela ocupação - art. 1.263 do CC.)
PRESUMIDA: É a declaração não realizada expressamente, mas que a lei deduz de certos comportamentos do agente. Diferencia-se da manifestação tácita, pois é estabelecida pela lei. (EX: presunções de pagamento previstas nos arts. do CC, aceitação da herança quando o doado fixar prazo ao donatário para declarar se aceita ou não e este se omitir - art. 539 do CC.)
O silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita da vontade quando a lei conferir a ele tal efeito.
Art 111 do CC: “O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.”
EX: Doação pura - art. 539 do CC, aceitação do mandato.
 Finalidade negocial
É o propósito/intenção de adquirir, conservar, modificar ou extinguir direitos.
 Idoneidade do objeto
O objeto jurídico deve ser idôneo, isto é, deve apresentar os requisitos ou qualidades que a lei exige para que o negócio produza os efeitos desejados.
1.5 Requisitos de validade
Art. 104 do CC: “A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.”
Capacidade do agente: é a aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratário. Trata-se da capacidade de fato ou de exercício, e é adquirida com a maioridade, aos 18 anos, ou com a emancipação. (No caso dos relativamente incapazes, é necessária a assistência para validar a sua manifestação de vontade) 
Objeto lícito: é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes.
Objeto possível: o objeto deve ser possível. 
Objeto determinado ou determinável: admite-se, assim, a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade.
Forma: as partes podem celebrar o contrato por escrito ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou particular. 
O consensualismo é a regra, e o formalismo, a exceção.
“Art 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente exigir.”
Vícios do negócio jurídico
2.1 Erro
Art. 138: São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
É a falsa percepção da realidade, o agente engana-se sozinho.
É espontâneo
Para anular o negócio deve ser substancial, escusável (justificável) e real (causador de prejuízo concreto)
Espécies:
 Substancial: recai sobre circunstâncias e aspectos relevantes do negócio. 
- Causa determinante, se conhecida a realidade do negócio não seria celebrado.
1) Sobre a natureza do negócio - ERROR IN NEGOTIO: pretende celebrar determinado negócio jurídico e realiza outro diferente (EX: quer alugar e escreve vender)
2) Sobre o objeto - ERROR IN CORPORE: A manifestação da vontade recai sobre objeto diverso daquele que o agente tinha em mente (EX: da pessoa que adquire um quadro de um aprendiz, supondo tratar-se de tela de um pintor famoso)
3) Sobre a pessoa - ERROR IN PERSONA (Art. 1557): Pode referir-se tanto à identidade quanto às qualidades da pessoa.
Art. 1557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; 
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado. (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
OBS: Impotência generandi (esterilidade) não anula o casamento, somente a impotência coeundi (falta de desejo sexual) é causa de anulabilidade.
4) Qualidades essenciais do objeto - IN SUBSTANTIA: o motivo determinante do negócio é a suposição de que o objeto possui determinada qualidade que, posteriormente, se verifica inexistir. (EX: indivíduo que compra um relógio dourado, mas apenas folheado a ouro, como se fosse de ouro maciço)
5) De Direito - ERROR JURIS: É o falso conhecimento, ignorância ou interpretação errônea da norma jurídica aplicável à situação concreta. (EX: pessoa que contrata a importação de determinada mercadoria ignorando existir lei que proíbe tal importação)
Acidental: recai sobre qualificações secundárias do objeto ou da pessoa.
- Não acarretam efetivo prejuízo, se conhecida a realidade, mesmo assim o negócio seria realizado.
- Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade. 
- Não há um vício na manifestação da vontade, mas uma distorção em sua transmissão, que pode ser corrigida.2.2 Dolo
Artifício empregado para induzir alguém à prática de um ato que o prejudica, e aproveita ao autor do dolo ou a terceiro.
Dolo é o erro provocado
Autor do dolo: deceptor; Enganado: deceptus.
Dolo civil, em sentido amplo, é todo artifício empregado para enganar alguém.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Espécies:
 Dolo principal: quando o negócio é realizado somente porque houve induzimento malicioso de uma das partes. Não fosse o convencimento astucioso, o negócio não se teria concretizado. Somente o dolo principal vicia o negócio jurídico.
 Dolo acidental: Diz respeito às condições do negócio. Este seria realizado independentemente da malícia. Não gera vício, somente indenização.
 Dolus bônus: dolo tolerável, destituído de gravidade suficiente para viciar a manifestação de vontade. (EX: comerciantes que exageram as qualidades das mercadorias que estão vendendo)
 Dolus malus: revestido de gravidade, exercido com o propósito de ludibriar e de prejudicar. É essa modalidade que se divide em dolo principal e acidental. (Vicia o consentimento)
 Dolo comissivo ou dolo omissivo: O procedimento doloso pode revelar-se em manobras ou ações maliciosas e em comportamentos omissivos. Daí a classificação em dolo comissivo (positivo) e omissivo (negativo), também denominado omissão dolosa ou, ainda, reticência.
 Dolo de terceiro: O dolo pode ser proveniente do outro contratante ou de terceiro, estranho ao negócio.
 Dolo bilateral: ambas as partes têm culpa, uma vez que cada qual quis obter vantagem em prejuízo da outra, nenhuma delas pode invocar o dolo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
2.3 Coação
Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio.
O que a caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade, é a AMEAÇA.
Art. 171, II.
Requisitos:
 Deve ser a causa determinante do ato
 Deve ser grave
 Deve ser injusta
 Deve dizer respeito a dano atual ou iminente
 Deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima ou a pessoas de sua família
Espécies:
 Coação absoluta ou física (vis absoluta): não ocorre qualquer consentimento ou manifestação da vontade. A vantagem pretendida pelo coator é obtida mediante o emprego de força física. Trata-se de ato inexistente.
 Coação relativa ou moral (vis compulsiva): constitui vício da vontade e torna anulável o negócio jurídico. Deixa-se uma escolha à vítima: praticar o ato exigido pelo coator ou correr o risco de sofrer as consequências da ameaça por ele feita. É a coação psicológica.
2.4 Estado de perigo
Situação de extrema necessidade que conduz uma pessoa a celebrar negócio jurídico em que assume obrigação desproporcional e excessiva.
A desproporção deve evidenciar-se no momento da celebração do negócio.
Art. 156. configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
EXEMPLOS: doente que, no agudo da moléstia, concorda com os altos honorários exigidos pelo cirurgião; daquele que, assaltado por bandidos, em lugar ermo, se dispõe a pagar alta cifra a quem venha livrá-lo da violência;
Elementos:
 Situação de necessidade
Iminência de dano atual e grave
Nexo de causalidade entre a declaração e o perigo de grave dano
Incidência da ameaça do dano sobre a pessoa do próprio declarante ou de sua família 
Conhecimento do perigo pela outra parte
Assunção de obrigação excessivamente onerosa
2.5 Lesão
É o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de um contrato, no momento de sua celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência de uma das partes.
Acarreta uma ruptura do equilíbrio contratual na fase de formação do negócio, desde o seu nascimento.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Elementos: 
 Objetivo: consiste na manifesta desproporção entre as prestações recíprocas, geradoras de lucro exagerado;
 Subjetivo: caracterizado pela “inexperiência” ou “premente necessidade” do lesado.
O lesionado poderá optar pela anulação ou pela revisão do contrato
2.6 Fraude contra credores
É um vício social
Funda-se no princípio da responsabilidade patrimonial
A vontade manifestada corresponde exatamente ao seu desejo. Mas é exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros, ou seja, os credores.
Art. 957. Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual direito sobre os bens do devedor comum.
É todo ato suscetível de diminuir ou onerar seu patrimônio, reduzindo ou eliminando a garantia que este representa para pagamento de suas dívidas, praticado por devedor insolvente, ou por ele reduzido à insolvência.
A fraude contra credores acarreta a anulabilidade do negócio jurídico.
Elementos constitutivos:
 Objetivo (eventus damni): a própria insolvência, que constitui o ato prejudicial ao credor.
 Subjetivo (consilium fraudis): é a má-fé do devedor, a consciência de prejudicar terceiros.
Hipóteses legais:
 Atos de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida: credores não precisam provar o negócio fraudulento, pois a lei presume a existência do propósito de fraude. (Art. 158)
 Atos de transmissão onerosa: ocorrerá a anulabilidade dos contratos onerosos, mesmo havendo contraprestação, tanto no caso de conhecimento real da insolvência pelo outro contratante, como no caso de conhecimento presumível, em face da notoriedade ou da existência de motivos para esse fato. (Art. 159)
 Pagamento antecipado de dívida: Presume-se, na hipótese, o intuito fraudulento e o credor beneficiado ficará obrigado a repor, em proveito do acervo, o que recebeu, instaurado o concurso de credores. (Art. 162)
 Concessão fraudulenta de garantias: A garantia dada de certo modo sai parcialmente do patrimônio do devedor, para assegurar a liquidação do crédito hipotecário, pignoratício ou anticrético. (Art. 163)
Presunção de fraude:
 Clandestinidade do ato
 Continuidade dos bens alienados na posse do devedor
 Falta de causa
 Parentesco ou afinidade entre o devedor e o terceiro
 Preço vil
 Alienação de todos os bens
 Diante da presunção júris tantum (presunção relativa, válida até prova em contrário), inverte-se o ônus da prova.
Invalidade do negócio jurídico
3.1 Teoria da nulidade
Nulidade: Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem observância dos requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os efeitos que lhes são próprios.
Nulidade absoluta - ato nulo: O ato nulo possui invalidade ex tunc, ou seja, para o ordenamento jurídico ele nunca fora considerado válido.
- Pode ser alegada por qualquer interessado, devendo ser pronunciada de ofício pelo juiz.
- Causas de nulidade:
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Nulidade relativa - ato anulável: Anulabilidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vício do consentimento ou vício social.
- Pode ser confirmado pelas partes quando não houver prejuízo a direito de terceiros.
- Causas de anulabilidade
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação,estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
3.2 Ato inexistente
Ato inexistente é aquele a que falta um elemento essencial à sua formação, não chegando a constituir-se. É puro fato, sem existência legal.
Não há regulamentação
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
3.3 Simulação
Simulação é uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado.
Não é vício de consentimento
É uma desconformidade consciente da declaração, realizada de comum acordo 552/643 com a pessoa a quem se destina, com o objetivo de enganar terceiros ou fraudar a lei.
É um vício social
Características:
 Negócio jurídico bilateral
 É sempre acordada com a outra parte, ou com as pessoas a quem ela se destina.
 É uma declaração deliberadamente desconforme com a intenção
 É realizada com o intuito de enganar terceiros ou fraudar a lei.
Espécies:
 Simulação absoluta: as partes na realidade não realizam nenhum negócio. Apenas fingem, para criar uma aparência, uma ilusão externa, sem que na verdade desejem o ato. A declaração de vontade se destina a não produzir resultado.
 Simulação relativa: as partes pretendem realizar determinado negócio, prejudicial a terceiro ou em fraude à lei
Aparente: serve apenas para ocultar a efetiva intenção dos contratantes, ou seja, o negócio real.
Oculto: oculta-se o que é verdadeiro. há o propósito de enganar sobre a existência de situação real.
Haverá simulação, art. 167: a) por interposição de pessoa (relembre-se o 557/643 exemplo do terceiro, que adquire bem do homem casado e o transfere à concubina deste); b) por ocultação da verdade, na declaração (declaração de valor inferior, na escritura, ao real); c) por falsidade de data.
Elementos acidentais do negócio jurídico
4.1 Condição
Condição é o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio jurídico.
Da sua ocorrência depende o nascimento ou a extinção de um direito.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Elementos da condição
- A voluntariedade
- A futuridade
- A incerteza
Classificação das condições
 Lícitas e ilícitas - art. 122
 Possíveis e impossíveis - art. 124
 Casuais, potestativas e mistas
 Suspensivas e resolutivas: A condição suspensiva impede que o ato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto. (Art. 125) Condição resolutiva é a que extingue, resolve o direito transferido pelo negócio, ocorrido o evento futuro e incerto. (Art. 128)
4.2 Termo
Termo é o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano
Evento futuro e certo.
Termo inicial ou suspensivo (dies a quo) e termo final ou resolutivo (dies ad quem): Se for celebrado, por exemplo, um contrato de locação no dia 20 de determinado mês para ter vigência no dia 1º do mês seguinte, esta data será o termo inicial. Se também ficar estipulada a data em que cessará a locação, esta constituirá o termo final.
O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito (CC, art. 131).
4.3 Encargo
Encargo ou modo é uma determinação que, imposta pelo autor de liberalidade, a esta adere, restringindo-a.
Cláusula acessória às liberalidades (doações, testamentos), pela qual se impõe uma obrigação ao beneficiário.
É o ônus moral imposto a um negócio jurídico
EXEMPLO: os testamentos, em que se deixa a herança a alguém, com a obrigação de cuidar de determinada pessoa ou de animais de estimação.
A característica mais marcante é a sua obrigatoriedade (cf. CC, art. 553), podendo o seu cumprimento ser exigido por meio de ação cominatória.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Provas
5.1 Confissão
Ocorre a confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário.
Art. 348. CPC
Pode ser judicial (em juízo) ou extrajudicial (fora do processo), espontânea ou provocada, expressa ou presumida pela revelia, parcial ou total.
Tem, como elementos essenciais, a capacidade da parte, a declaração de vontade e o objeto possível.
É irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.
5.2 Documentos
É toda coisa capas de representar os fatos
Tem função apenas probatória
O documento pode ser público ou particular
É possível impugnar/contestar
Exemplos: cópias, fotos, documento eletrônico, vídeos, escritos, etc.
5.3 Testemunha
A prova testemunhal é menos segura que a documental
As testemunhas podem ser instrumentárias ou judiciárias.
A prova testemunhal, que resulta do depoimento oral das pessoas que viram, ouviram ou souberam dos fatos relacionados com a causa, por estar impregnada de alto grau de subjetividade, é sempre alvo de críticas dentro do sistema jurídico
Art. 227, parágrafo único: Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito.
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas: (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - os menores de dezesseis anos;
II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil; (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam; (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;
V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consanguinidade, ou afinidade.
Parágrafo único. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo.
Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato: (Vide Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo; (PADRE, ADVOGADO, MÉDICO E PSICÓLOGO)
II - a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo íntimo;
III - que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato.
5.4 Presunção
Presunção é a dedução que se extrai de um fato conhecido, para se chegar a um desconhecido.
Nunca é prova exclusiva
Podem ser: legais ou comuns. Legais são as que decorrem da lei, como a que recai sobre o marido, que a lei presume ser pai do filho nascido de sua mulher, na constância do casamento. Comuns são as que se baseiam no que ordinariamente acontece, na experiência da vida.
As presunções legais dividem-se em absolutas e relativas. Absolutas são as que não admitem prova em contrário. A presunção de verdade atribuída pela lei a certos fatos é, nestes casos, indiscutível. Relativas são as que admitem prova em contrário.
5.5 Perícia
Apuração técnica dos fatos
O Código de Processo Civil denomina prova pericial o exame e a vistoria (art. 420)
Exame é a apreciação de alguma coisa, por peritos, para auxiliar o juiz a formar a sua convicção.
Vistoria é também perícia, restrita porém à inspeção ocular.
Ato ilícito
Ato ilícito é o praticado com infração ao dever legal de não lesar a outrem.
Art. 186.  Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Ato ilícito é, portanto, fonte de obrigação: a de indenizar ou ressarcir o prejuízocausado.
Responsabilidade civil:
 Contratual: Dever contratual
 Extracontratual: Quando a responsabilidade não deriva de contrato, mas de infração ao dever de conduta (dever legal) imposto genericamente no art. 927 do mesmo diploma.
Requisitos:
 Conduta: ação ou omissão. A responsabilidade pode derivar de ato próprio, de ato de terceiro que esteja sob a guarda do agente e, ainda, de danos causados por coisas e animais que lhe pertençam.
 Nexo de causalidade: É o nexo causal entre a ação ou omissão do agente e o dano verificado.
 Dano: material ou moral
Composição:
 Conduta
 Culpa/dolo: Dolo é a violação intencional. A culpa consiste na falta de diligência que se exige do homem médio (negligência, imprudência ou imperícia).
 Violar direitos
 Causar dano
Exceções:
 Legítima defesa (art. 188, I)
 Exercício regular do direito 
 Estado de necessidade (Art. 160)

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