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DIREITO DE FAMÍLIA
· NULIDADE E ANULABILIDADE MATRIMONIAL
· NULIDADE 
No regime do Código Civil de 1916 os casos de nulidade e de anulabilidade matrimonial
decorriam da desobediência aos dispositivos de impedimento matrimonial. O novo Código Civil
inovou quanto ao sistema de nulidades, estabelecendo em seu artigo 1.548 o seguinte:
Artigo 1.548. “É nulo o casamento contraído:
I – pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; ((Revogado);
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
II – por infringência de impedimento”.
- A nulidade não opera efeitos por si só;
- Há a necessidade de ser declarada por meio judicial;
- A ação (declaratória de nulidade) poderá ser intentada, nos termos do artigo 1.549 do Código
Civil por “qualquer interessado ou pelo Ministério Público”.
- Art. 1.549. A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo
antecedente, pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Público
- Efeitos da sentença: prevê o artigo 1.563 do novo Código Civil que: “A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração, sem prejudicar a aquisição de
direitos a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em
julgado”.
Os efeitos produzidos são, portanto, ex tunc, admitindo-se, contudo, a eficácia parcial em relação aos filhos e aos terceiros de boa-fé
- Decisão pertinente ao assunto:
- APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CASAMENTO. ARTIGO 1521, INCISO II, DO CÓDIGO CIVIL. Comprovado nos autos que o casamento em voga se deu entre sogro e nora, com interesse exclusivamente patrimonial, evidente a procedência da ação, que deve ser
confirmada. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO.
· ANULABILIDADE 
Importância histórica:
1 – até 1997, no Brasil, não havia divórcio. A anulação do casamento era uma alternativa para se casar novamente, uma vez que o casal, que tivesse seu casamento anulado, retornava à condição de solteiro;
2 – Os casos de anulação do casamento civil, muitas vezes coincidiam com as hipóteses de
anulação do casamento católico. Assim, eram, muitas vezes, paralelos os pedidos (civil e
religioso).
Artigo 1.550 . É anulável o casamento-HIPOSTESE:
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III – por vício da vontade, nos termos dos artigos 1.556 a 1.558;
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.
§ 2o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair
matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou
curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
- Note-se a preponderância de normas que incidem sobre a disposição de vontade; especificadamente, pode-se apontar que os incisos I a IV são decorrentes da capacidade específica para o casamento ou de capacidade presumida.
São causas de anulação do casamento:
· o defeito de idade;
· os vícios do consentimento;
· a omissão de forma habilitante.
· Anulação por defeito de idade
Hipóteses de anulação de casamento por defeito de idade:
1 - A primeira delas diz respeito à capacidade específica para contrair matrimônio. - Qualquer um dos nubentes não ter 16 anos completos, conforme determina o inciso I, do artigo 1.550 do novo Código Civil.
2 - A segunda hipótese é a de menores, que embora possuam entre 16 e 18 anos, não tenham
sido autorizados por seus representantes legais, de acordo com o inciso II do artigo 1.550, do
Código Civil.
Obs: Possui cunho protetivo, tanto a existência da chamada idade núbil, quanto a necessidade de autorização dos representantes legais para a contração do matrimônio.
· Outras regras incidentes:
artigo 1551 do Código Civil: “Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez”.
artigo 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários.
§ 1o O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz.
§ 2o Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.
· Anulação por vício de consentimento
- Os vícios de consentimento são considerados causas de anulação de negócio jurídico, previstos
no artigo 171, II do CC:
Artigo 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – ......................;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Para efeitos matrimoniais, prevalecem, somente o erro e a coação, previstos nos arts. 1.556 a
1.558, do CC.
· Da anulação do casamento por erro
Art. 1557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu
conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize
deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em
risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; (Redação dada pela Lei nº 13.146,
de 2015) (Vigência)
IV - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
Erro, como se percebe das construções legislativas, pode ser definido como a ignorância de
fatos ou de condição específica sobre a pessoa do outro cônjuge, ignorância essa anterior à
realização do matrimônio.
Em outras palavras, trata-se do casamento levado a efeito com a ocultação (por parte de um
dos cônjuges), de situação ou acontecimento que, se houvesse sido conhecido pelo outro
cônjuge, poderia levar à desistência do matrimônio.
· Da anulação do casamento por coação
- É passível de anulação o casamento que venha a se realizar quando um dos cônjuges está sob
coação física ou moral.
Trata a coação, de vício do consentimento, valendo a pena transcrever o artigo 151 do CC,
que condensa as características do instituto:
Artigo 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao
paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família
ou aos seus bens.
Artigo. 1558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
· Da anulação por omissão de forma habilitante
Do rol das causas anulatórias matrimoniais restam as duas últimas modalidades, quais sejam:
- a realizada pelo mandatário (havendo sido revogado o mandato) (artigo 1.550, V, do CC : “V -
realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges”; );
Obs: A anulabilidade está condicionada à inexistência de coabitação entre os cônjuges, pois deve
ser guardada coerência entre a vontade expressa de não se casar (representada pela revogação
do mandato) e a não convivência marital entre os cônjuges.
· a incompetência da autoridade celebrante (artigo 1.550, VI, do novo Código Civil).
Obs: Quanto à incompetência da autoridade celebrante haverá de ser entendido o disposto do
artigo 1.550,VI, do novo Código Civil (“É anulável o casamento: VI – por incompetência da
autoridade celebrante”) em consonância com o artigo 1.554, também do novo Código (“Subsiste
o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, exercer
publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o ato no
Registro Civil”).
Legitimidade e prazos de propositura da ação de anulação matrimonial
Quanto à legitimação, via de regra, esta restringe-se aos nubentes, até porque, caso não ajuízem
a ação, convalidado estará o seu matrimônio. Porém, nos casos de anulação de casamento de menores de 16 anos, aplicar-se o disposto no art. 1.552 (“A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida: I - pelo próprio cônjuge menor; II - por seus representantes legais; III - por seus ascendentes.) e Art. 1.553 (“O menor que não atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la, confirmar seu casamento, com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com suprimento judicial.”)
Obs: Devem ser lembrados os arts. 1551.Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez. e art. 1559. Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu coação, pode demandar a anulação do casamento; mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as hipóteses dos incisos III e IV do art. 1.557.
Em relação aos prazos prescricionais para a propositura da ação de anulação, vigora o art. 1.560, do Código Civil:
Artigo 1.560. “O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da
celebração, é de:
I – cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do artigo 1.550;
II – dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III – três anos, nos casos dos incisos I a IV do artigo 1.557;
IV – quatro anos, se houver coação”.
· Efeitos da Sentença de Anulação do casamento
A sentença de anulação do casamento produz efeitos “ex nunc”. É certo que ao final, como efeito da sentença, os cônjuges retomam a sua condição de “solteiros”. Porém, esse retorno se dá a partir do trânsito em julgado, devendo ser considerados todos os atos praticados na condição de casados. Portanto, não caracteriza efeito “ex tunc” o simples fato do estado civil.
Obs: Há divergência doutrinária a respeito do assunto. Cristiano Chaves/Nélson Rosenvald e Carlos Roberto Gonçalves entendem que o efeito é “ex tunc”, em razão do retorno à condição de solteiro
· CASAMENTO PUTATIVO
Putativo é o casamento nulo contraído de boa-fé por ambos os cônjuges ou por um deles
Artigo 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. 
§1.º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
§2.º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
· EFEITOS DO CASAMENTO
Conceito: são os efeitos jurídicos que atingem os cônjuges e, eventualmente, terceiros, nos
âmbitos social, pessoal e patrimonial.
 Sociais
Tipos de Efeitos Pessoais
 Patrimoniais
a) EFEITOS SOCIAIS:
De modo geral, são efeitos que atingem outras pessoas (naturais ou jurídicas), além dos cônjuges, assim, exemplificativamente, tem-se:
1. Parentesco por afinidade (que vincula o cônjuge aos parentes consanguíneos do outro, ex.sogros, cunhados etc)
2. Efeitos contratuais (ex. contratos de compra e venda de imóveis)
3. Efeitos eleitorais (ex. regras de inelegibilidades)
4. Efeitos processuais (ex. obrigatoriedade de citação do cônjuge, nas ações reais imobiliárias)
5. Efeitos tributários (ex. obrigatoriedades relativas à DIRPF)
6. Efeitos previdenciários (ex. pensões por morte)
b) EFEITOS PESSOAIS:
1. A questão do nome:
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
§ 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar
recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.
2. Deveres dos cônjuges:
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
Obs: Os deveres sempre foram considerados normas cogentes, estando além, portanto, da
disponibilidade privada. Ocorre que, modernamente, deve ser admitida para alguns dos deveres
a incidência do conceito de autonomia privada. De fato, os incisos I e II, apontam deveres de
realidade privada extremamente íntima, não podendo ser admitida a interferência estatal em
características tão personalíssimas.
c) EFEITOS PATRIMONIAS (regime de bens)
O principal efeito patrimonial do casamento é a fixação do regime de bens 
Segundo Orlando Gomes: “regime de bens é o estatuto patrimonial dos cônjuges”
Obs: não há casamento ou união estável que não tenha regime de bens 
Estatuto patrimonial entre os cônjuges ou companheiros
Na certidão de casamento irá constar qual o regime de bens escolhido entre o casal
 Comunhão Parcial – Regime BASE após 1977 Mudança após a aprovação 
Regimes Comunhão Universal – Regime BASE até 1977 da lei do divórcio, nº6.515/77 
 Participação final nos aquestos 
 Separação
· Diferença entre a estrutura dos regimes 
 A A e B B A B
Privado Comum Privado Privado Privado
Comunhão Parcial Separação
Comunhão Universal
Participação Final nos Aquestos
O REGIME BASE, após 1977, aquele que se tornou a preferência do legislador = COMUNHÃO PARCIAL – APLICADO TAMBÉM EM CASO DE OMISSÃO DOS NUBENTES -> Se resolve no mesmo cartório em que se processa a habilitação, no cartório de registro de pessoas naturais. Se for qualquer um dos demais regimes deverá se proceder inicialmente o processo de habilitação no cartório de registro de pessoas, em seguida a escritura do pacto antenupicial deverá ser realizada no tabelionato de notas, e ainda deverão os nubentes registrar tal pacto no cartório de imóveis, para só então retornar ao cartório de registro civil de pessoas naturais .
· Regras Gerais
I. Liberdade de escolha
Essa liberdade não é absoluta, esta condicionada a observância dos requisitos das causas suspensivas, do casamento por suprimento judicial, dos maiores de 70 anos.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
- das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
– da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) 
- de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
II. Inicio de vigência
A vigência se iniciará ao tempo do casamento, ou seja, na hora em que este foi celebrado, para a produção de efeitos e evitar confusão e insegurança sobre o direito.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. 
Obs: a expressão data não se refere apenas ao dia, mês e ano; mas sim ao momento em que se celebra o casamento - Art. 1514- O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a suavontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados
III. Alteração do regime
Em razão de vontade das partes, ou ainda de saneamento do vicio que ensejou a causa suspensiva.
Deverá ser feito mediante a decisão judicial + pedido mútuo dos cônjuges+ apuração das razões/motivos + ressalvados os direitos dos credores/ terceiros( opção dos filhos tidos fora do casamento, onde não tem direito efetivo, apenas uma expectativa de direito 
Obs: em situações empresariais é mais recomendado a adoção do regime de separação de bens 
O CC/02 trouxe uma grande novidade em relação ao CC/16, no que diz respeito à mudança de regime na constância do casamento. Várias são as justificativas: questões societárias/empresariais; aplicação de causas suspensivas (regime obrigatório de separação de bens etc).
Art. 1639, § 2º. É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
IV. Fundamentos do regime base 
- O CC/02 adotou a comunhão parcial como regime base. Até 1977, o regime base era o da comunhão universal.
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.
V. Limitações decorrentes do regime de bens
Outorga uxória – autorização do cônjuge para praticar determinado ato jurídico 
Anulabilidade – CC/16 – ausência de outorga uxória 
Nulidade- CC/02 – falta de outorga uxória
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
- alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
- pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
- prestar fiança ou aval;
- fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada
Obs: Qual o estado civil das pessoas em União Estável -> SOLTEIRO
O Casamento estabelece um litisconsorte necessário entre os cônjuges na pratica de atos jurídicos
· PACTO ANTENUPCIAL
Conceito: é um contrato solene e condicional, por meio do qual os nubentes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre ambos, após o casamento. Salvo no que dispõe a comunhão parcial e a separação obrigatória.
 Acessório
Características Solene
 Condicional
 Regras do Pacto Antenupcial
a) Art. 1.653 - É NULO o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento (quando ineficaz não produz efeitos)
Art. 1.654 - A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens, onde não há possibilidade de escolha
b) Art. 1.655 - É NULA a convenção ou cláusula expressa no pacto antenupcial que contravenha disposição absoluta de lei.
c) Art. 1.656 - No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares. Dispensa da outorga uxória entre os cônjuges mediante a celebração do pacto.
d) Art. 1.657 - As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.
 Ou seja, se não registrada em cartório de registro de imóveis o pacto antenupcial terá eficácia Inter Partes, e será ineficaz Erga Omnes.
Obs: Aquestos = bem que foi adquirido onerosamente
REGIMES PATRIMONIAIS
· COMUNHÃO PARCIAL (art. 1659)
Cerca de 90% dos casamentos são regidos por este regime de bens.
Este é o regime base já que é aquele que não necessita seguir os procedimentos no pacto antenupcial, com a exceção do regime de separação obrigatório, previsto no art. 1641(causas suspensivas), onde o regime é imposto em virtude de lei.
 A A e B B 
 BENS BENS BENS 
 PARTICULARES COMUNS PARTICULARES 
OBS: Art. 1.651. Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, caberá ao outro: I - gerir os bens comuns e os do consorte; II - alienar os bens móveis comuns; III - alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial.
BENS PARTICULARES NÃO SE COMUNICAM 
A) BENS QUE NÃO ENTRAM NA COMUNHÃO/AQUELES QUE NÃO SE COMUNICAM:
I -Bens que cada cônjuge possuir ao casar;
Adquiridos por doação(doador/donatário);
Adquiridos por sucessão(espólio/herdeiros); DURANTE A CONSTANCIA 
Sub-rogados em lugar dos descritos anteriormente. DO CASAMENTO
Obs: tanto os bens adquiridos por sucessão e por doação pressupõe uma regularidade formalidade para não integrarem o patrimônio comum.
ESQUEMA DE REGULARIDADE PARA DOAÇAÕ E SUCESSÃO:
 PAIS DÃO O APTO. ≠ PAIS DOAREM O DINHEIRO PARA COMPRAR O APTO.
A DOAÇÃO FOI REGURLAMENTE DECLARADA NO IMPOSTO DE RENDA DE AMBOS (pai e filho)
 SIM NÃO
 SERÁ BEM PARTICULAR SERÁ BEM COMUM 
 PS. O imposto causa mortis é de 8% (inventário) na Bahia, já o imposto sobre a doação e de 4% 
SUB-ROGAÇÃO: substituição se determinada obrigação como forma de extingui-la trocando as partes ou a totalidade do objeto.
· Sub-rogação pessoal/ subjetiva
· Sub-rogação real/objetiva
A sub-rogação pode ser TOTAL (troca de valores exatos) ou PARCIAL (o valor correspondente ao bem alienado é quota particular o restante será bem comum). A prova dos valores sub-rogados é complicada, contudo, para manter o bem como particular deverá ser feita com a declaração do imposto de renda/no momento do registro do imóvel dever ser explicito o valor da sub-rogação.
II - BENS ADQUIRIDOS COM VALORES EXCLUSIVAMENTE PERTENCENTES A UM DOS CÔNJUGES EM SUB-ROGAÇÃO DOS BENS PARTICULARES
 ALIENAÇÃO DINHEIRO SUB-ROGAÇÃO BENS PARTICULARES 
Obs: os fundos/aplicações, salvo os frutos(rendimentos) 
 III - AS OBRIGAÇÕES ANTERIORES AO CASAMENTO
 Obs: financiamentos diversos (aquisição de imóvel, carro etc.) – DÍVIDAS
Obrigações EM VIRTUDE DE LEI (ATO ILÍCITO)
 EM VIRTUDE DE CONTRATO
 IV - AS OBRIGAÇÕES PROVENIENTES DE ATOS ILÍCITOS, SALVO REVERSÃO EM PROVEITO DO CASAL
Obs: Casos de pessoas condenadas por improbidade administrativa, onde os proventos de crime são aplicados em bens do casal em nome do cônjuge que não foi condenado por improbidade adm., para determinar se o bem é de origem ilícita será feita a analise do imposto de renda para analisar a capacidade de compra X valor dos bens suspeitos. Tal reversão é fácil de ser comprovada principalmente no regime de comunhão parcial.
 V - OS BENS DE USO PESSOAL, OS LIVROS E INSTRUMENTOS DE PROFISSÃO
São bens de uso pessoal as joias, bolsas, sapatos, relógios (aqueles que realmente são usados, não aqueles que formam coleções.
São considerados materiais de uso profissional: Computadores, Veículos, desde que apenas 1, pessoalidade.
BENS PERTENCENTES A CPF ≠ CNPJ
 BEM MÓVEL/ SEMOVENTE
ANIMAIS “ PERSONALIZAÇÃO” – ADAPTAÇÃO A FILIAÇÃO
 TERTIUM GENUS – GÊNERO DIVERSO AO MUNDO JURÍDICO
VI - OS PROVENTOS DO TRABALHO PESSOAL DE CADA CÔNJUGE
São proventos do trabalho o salário, os honorários,as verbas trabalhistas como FGTS.
Precedente do STJ em relação a comunicabilidade do valor total do FGTS que foi acumulado na constância do casamento, quando na realidade só são considerados bens comuns os rendimentos/ frutos dos proventos
 VII - AS PENSÕES, MEIOS-SOLDOS, MONTEPIOS E OUTRAS RENDAS SEMELHANTES
Se assemelha a visão em relação ao salário
B) BENS QUE ENTRAM NA COMUNHÃO (ART. 1660)
SÃO BENS COMUNS
 I - OS BENS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO POR TÍTULO ONEROSO, AINDA QUE SÓ EM NOME DE UM DOS CÔNJUGES
II - OS BENS ADQUIRIDOS POR FATO EVENTUAL, COM OU SEM O CONCURSO DE TRABALHO OU DESPESA ANTERIOR
Ex: sorteio, loteria .
Fato determinante/originário do direito deve ocorrer na constância do casamento.
III - OS BENS ADQUIRIDOS POR DOAÇÃO, HERANÇA OU LEGADO, EM FAVOR DE AMBOS OS CÔNJUGES
 IV - AS BENFEITORIAS EM BENS PARTICULARES DE CADA CÔNJUGE
 Necessárias 
 Voluptuárias 
 Úteis 
V - OS FRUTOS DOS BENS COMUNS, OU DOS PARTICULARES DE CADA CÔNJUGE, PERCEBIDOS NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO, OU PENDENTES AO TEMPO DE CESSAR A COMUNHÃO
Obs: exemplos de benfeitorias e frutos
· SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO
ATÉ 1.977, NO BRASIL, NÃO HAVIA DIVÓRCIO, APENAS O DESQUITE, ESTE TENDO UMA CONOTAÇÃO PEJORATIVA NA SOCIEDADE, NO DESQUITE TAMBÉM ERA VEDADO A REALIZAÇÃO DE NOVO CASAMENTO PELO DESQUITADO.
O Brasil foi o um dos últimos países do mundo a adotar o divórcio devido a forte influencia da igreja católica, vale ressaltar que nesta época a igreja fazia forte oposição ao regime de ditadura militar e como forma de disputa política , ainda que o direito de família fosse conservador, foi aprovada a lei do divorcio como forma de mostrar a força do regime de ditadura perante a igreja católica.
Lei 6.515/77 ( lei do divórcio), regulamentando a EC. nº 9, de 1.977; Sen. Nélson Carneiro. Disputas políticas + Posição da Igreja Católica
Regras de desestímulo: Dicotomia Separação judicial (ainda vigente)
 Divórcio
 Prazos para interposição do processo de divórcio, na lei era obrigatório a tentativa de reconciliação, devendo esta ser proposta pelos juízes/advogados/promotor, ainda deveria ser feita a partilha a partilha dos bens, etc.
· CF/88 houve uma redução dos prazos para oposição do divórcio
· CC/02: redução das dificuldades de interposição do divórcio, manutenção dos prazos para o divórcio + ampliação das hipóteses de separação
· Lei 11.441/07 (CPC/73 art. 1124-A e CPC/2015 art. 733): Separação/Divórcio extrajudicial (administrativo)
· Emenda Constitucional nº 66 - § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
Obs: forte polêmica doutrinária: Houve (ou não) revogação da separação
Separação- extinção: apoio doutrinário em relação a extinção do instituto.
Separação-faculdade : entendimento do CPC + STJ + doutrina
OBS: VALE RESSALTAR QUE NA SEPARAÇÃO JUDICIAL O REGIME DE BENS FICA INTERRONPIDO, PODENDO O CASAMENTO SER RETOMADO DE ONDE PAROU, CONTUDO, OS BENS CONSTITUIDOS ENQUANTO VIGENTE A SEPARAÇÃO ESTARÃO NO PATRIMÔNIO PARTICULAR DO CÔNJUGE. (OBRIGAÇÕES)
Enunciados nº 514, 515 e 517, do Conselho da Justiça Federal: 514 - A Emenda Constitucional n. 66/2010 não extinguiu o instituto da separação judicial e extrajudicial. 515 - Pela interpretação teleológica da Emenda Constitucional n. 66/2010, não há prazo mínimo de casamento para a separação consensual. 517 - A Emenda Constitucional n. 66/2010 extinguiu os prazos previstos no art. 1.580 do Código Civil, mantido o divórcio por conversão.
- Dispositivos acerca da vigência do instituto da separação no Novo CPC:
· Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação.
· Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão:
· Art. 732. As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separação consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo de homologação da extinção consensual de união estável. 
· Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731.
· DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL X DISSOLUÇÃO DO VÍNCULO DO CASAMENTO
Uma das chamadas regras de desestímulo, criadas na Lei do Divórcio (lei 6515/77) – ficção jurídica de influência da igreja católica.
A lógica era, e é, que a separação não extingue o vínculo do casamento, a separação dissolve a sociedade conjugal, o vínculo do casamento só é desfeito mediante o divorcio ou a morte de um ou ambos os cônjuges
Eram conjugadas com prazos para converter a separação em divórcio, 1º dissolução da sociedade e em 2º a dissolução do vínculo.
Separação judicial/extrajudicial ≠ Separação de Fato ≠ Separação de Direito 
Obs: a separação de corpus é medida cautelar pedida ao juiz, que suspende o regime de bens
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
DISSOLUÇÃO DO VÍNCULO Morte DO CASAMENTO
 Divórcio VÁLIDO
 Morte DO CASAMENTO
DISSOLUÇÃO DO VÍNCULO Divórcio INVÁLIDO
 Nulo/Anulável
Estados civis: Separado judicialmente, Casado, Em união estável, divorciado, solteiro, viúvo. Os últimos quatro permitem novo casamento.
Obs: anteriormente haveria um a prazo para a conversão da separação judicial em divórcio
· TIPOS DE SEPARAÇÃO (considerando a subsistência da separação no sistema)
ONDE CABE A SEPARAÇÃO CABE O DIVÓRCIO
1. SEPARAÇÃO/ DIVÓRCIO LITIGIOSA (POR CULPA):
Obs: o instituto da culpa só se torna relevante para o direito civil em decorrência de possível responsabilização civil, se estabelecida o ato ilícito + dano causado + nexo causal.
Obs: em caso de culpa concorrente deve ser analisado o caso baseado no princípio da proporcionalidade do grau de culpa pelo dano gerado.
Art. 1572: Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum.
- Requisitos: grave violação dos deveres conjugais 
Art. 1566: São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal; 
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos. 
+ insuportabilidade da vida em comum
Obs: “grave” violação e insuportabilidade – conceitos dos deveres entre os cônjuges do art. 1566 foram relativizados pela forma atual da relação entre os casais e a insuportabilidade deve ser observada em caso concreto.
2. SEPARAÇÃO POR RUPTURA:
Art. 1572, § 1º: A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar
ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos: I - adultério; II - tentativa de morte; III - sevíciaou injúria grave; IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo; V - condenação por crime infamante; VI - conduta desonrosa. Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.
- Requisitos: Ruptura da vida em comum há mais de 1 ano + Impossibilidade de sua reconstituição
3. SEPARAÇÃO POR DOENÇA MENTAL:
art. 1572, § 2º: O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver
acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável.
Art. 1572, § 3o No caso do parágrafo 2o, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver pedido a separação judicial, os remanescentes dos bens que levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o permitir, a meação dos adquiridos na constância da sociedade conjugal.
-Requisitos: Grave doença mental + Manifestada após o casamento + Impossibilidade de vida em comum + 2 anos de duração + Reconhecimento de cura improvável
4. SEPARAÇÃO CONSENSUAL
art. 1574: Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem casados por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convenção.
Parágrafo único. O juiz pode recusar a homologação e não decretar a separação judicial se apurar que a convenção não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cônjuges
Requisitos: Casamento há mais de 1 ano + Manifestação perante o juiz
5. SEPARAÇÃO EXTRAJUDICIAL
art. 3º da Lei 11.441/07 c/c art. 1124-A do CPC/73 // e art. 733 do CPC/2015: A. A separação
consensual e o divórcio consensual, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento.
§ 1o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para o registro civil e o registro de imóveis.
§ 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os contratantes estiverem assistidos por advogado comum ou advogados de cada um deles ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
§ 3o A escritura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles que se declararem pobres sob as penas da lei. (Incluído pela Lei nº 11.441, de 2007)
Requisitos:
Inexistência de filhos menores ou incapazes
Observância dos prazos e requisitos legais
Escritura pública
Inexistência de litígio sobre partilha de bens, pensão alimentícia e uso de nome
Requisitos:
Inexistência de filhos menores ou incapazes
Presença de advogado representando as partes
Escritura pública
Inexistência de litígio sobre partilha de bens, pensão alimentícia e uso de nome
· TIPOS DE DIVÓRCIO
a) POR CONVERSÃO
- art. 1580: Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a
separação judicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos,
qualquer das partes poderá requerer sua conversão em divórcio
Obs: não há mais o requisito do prazo
b) DIRETO
- art. 1580, § 2°:O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no caso de
comprovada separação de fato por mais de dois anos
Obs: não há mais a exigência do prazo, em razão da EC/66
c) EXTRAJUDICIAL: art. 3º da Lei 11.441/07 c/c art. 1124-A do CPC
- requisitos: Inexistência de filhos menores ou incapazes + presença de advogado representando as partes + Escritura pública + Inexistência de litígio sobre partilha de bens, pensão alimentícia e uso de nome
· ASPECTOS RELATIVOS AO PROCESSO DE SEPARAÇÃO/DIVÓRCIO
art. 1575 (“A sentença de separação judicial importa a separação de corpos e a partilha de bens”).
Parágrafo único. A partilha de bens poderá ser feita mediante proposta dos cônjuges e homologada pelo juiz ou por este decidida.
efeitos da sentença quanto à separação de corpos e quanto à partilha de bens; ver art. 1581 (“O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens”)
art. 1576 (A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca e
ao regime de bens. Parágrafo único. O procedimento judicial da separação caberá somente aos
cônjuges, e, no caso de incapacidade, serão representados pelo curador, pelo ascendente ou
pelo irmão).
- efeitos da separação quanto aos deveres de coabitação e fidelidade e quanto ao fim do regime de bens; a questão relativa à separação de fato.
Decisão do STJ pertinente ao assunto - RECURSO ESPECIAL N° 40.785 - RIO DE JANEIRO - (1993/31957-4) - (7.463) - RELATOR MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO
EMENTA : Divórcio direto. Separação de fato. Partilha de bens.1. Não integram o patrimônio, para efeito da partilha, uma vez decretado o divórcio direto, os bens havidos após a prolongada separação de fato. 2. Recurso especial conhecido e provido.
c) art. 1578 (Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o
direito de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo cônjuge
inocente e se a alteração não acarretar: I - evidente prejuízo para a sua identificação; II -
manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da união dissolvida; III -
dano grave reconhecido na decisão judicial.
§ 1o O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a qualquer momento,
ao direito de usar o sobrenome do outro.
§ 2o Nos demais casos caberá a opção pela conservação do nome de casado
· UNIÃO ESTÁVEL E CONCUBINATO
1 – Relevância do assunto:
Os dados do último censo do IBGE, apontam que cerca de 36,4% dos casais brasileiros não
São casados formalmente, os casais tendem a formar mais uniões estáveis do que os casamentos formais, isso pode ser relacionado com o I.D.H que onde maior o índice de desenvolvimento humano menor é a ocorrência da união estável, 
Em alguns Estados esses índices podem alcançar cerca de metade da população, caso da Bahia, onde 55% das relações são união estável. 
Obs: Ação de reconhecimento e dissolução de união estável (normalmente cumulada como partilha de bens,, ainda é possível ser feita na modalidade pos mortem)
Deve-se lembrar que o conceito de casamento está ligado ao registro (ATOS CONSTITUTIVO, de efeito público, erga omnes) no caso, no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, a união estável é feita por escritura pública no cartório de notas, é ato contratual, que tem efeito intra partes, ATO DECLARATÓRIO.
UNIÃO ESTÁVEL NÃO GERA IMPEDIMENTO MATRIMONIAL, DIFERENTE DO DISPOSTO NO ART. 1521 QUE DIZ QUE NÃO PODEM CASAR AS PESSOAS CASADAS
· HISTÓRICO
Noção histórico-moral de concubinato = diferente mente do conceito da união estável, que é recente, o concubinato tem o conceito extremamente antigo, de Conotação pejorativa, onde a relação ainda que longo prazo é apenas relação sexual.
1. Casamento – relação legitima- reconhecida pelo estado- direitos obrigacionais – filhos legítimos – valorado pela religião
2. Concubinato – relação ilegítima- não reconhecido pelo estado – sem formação de direitos obrigacionais – filhos ilegítimos – conotação de repudio social 
Relação ilegítima = Concubinato
STF- Jurisprudência- em relação ao concubinato, a concubina não teria direitos a pensão e direito sobre herança, salvo na opção de existir uma separação de fato entre os cônjuges casados, podendo aí ser reconhecido o reconhecimento dos direitos da concubina. A concubina poderia processar por indenização (responsabilidade civil – podendo ser a pensão por ato ilícito) pela ilicitude civil da quebra do dever de fidelidade.
Obs: separação de fato – interrupção de convivência, de mutua assistência, de relações físicas, etc.
Historicamente, por influência ainda do período da escravidão, a sociedade tem uma visão em relaçãoas mulheres “ para casar” e as que são “ da rua”, esta visão decorre da conotação pejorativa do concubinato e dos filhos considerados ilegítimos. CASOS RECORRENTES COM A MULHER – SENDO ESTA A MULHER UMA VÍTIMA SOCIAL.
· FASE ANTERIOR À CF/88:
A inexistência de divórcio e a questão dos desquitados, desquite não permite novo casamento, pois não e rompido o vínculo do casamento, sendo as relações formadas por pessoas desquitadas e não poderiam casar, feita por pessoas casadas, as pessoas solteiras era tudo chamado de concubinato, mistura de relações civis distintas.
 Existência de sociedade de fato, quanto aos efeitos patrimoniais (não havia meação, por exemplo);
- Primeiros reconhecimentos de direitos similares ao casamento: a lei aos poucos foi reconhecendo os fatos e suas naturezas diferentes.
° Tornar a companheira(o) beneficiário(a) da Previdência Social (leis 4297/63, 5698/71,
6194/74, 8441/92 etc
° Concessão de benefícios de pensão deixada por servidor: Lei 3765/60;
° Uso do nome: art. 57, §2º da Lei 6015/73( lei dos registros públicos): A mulher solteira, desquitada ou viúva, que viva com homem solteiro, desquitado ou viúvo, excepcionalmente e havendo motivo ponderável, poderá requerer ao juiz competente que, no registro de nascimento, seja averbado o patronímico (sobrenome) de seu companheiro, sem prejuízo dos apelidos próprios, de família, desde que haja impedimento legal para o casamento, decorrente do estado civil de qualquer das partes ou de ambas. (Incluído pela Lei nº 6.216, de 1975).
· PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88:
Artigo 226, §3º: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.”
 Atende a possibilidade a união estável, que difere da relação de concubinato. 
 ESTIMULO AO CASAMENTO PELO ESTADO. EVITAR ONEROSIDADE AO ESTADO.
Obs: diversidade de sexos (ou gênero, como expressão mais atual); conversão em casamento, não equiparação ao casamento. CASAMENTO NÃO É IGUAL A UNIÃO ESTÁVEL, NÃO TEM OS MESMOS EFEITOS.
· LEI 8971/94 – UNIÃO ESTÁVEL – TEM APENAS 5 ARTIGOS.
- Regulava direito a alimentos e à sucessão
Art. 1º A companheira comprovada de um homem solteiro, separado judicialmente, divorciado ou viúvo, que com ele viva há mais de cinco anos, ou dele tenha prole, poderá valer-se do disposto na Lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968, enquanto não constituir nova união e desde que prove a necessidade. 
Parágrafo único. Igual direito e nas mesmas condições é reconhecido ao companheiro de mulher solteira, separada judicialmente, divorciada ou viúva. 
Art. 2º As pessoas referidas no artigo anterior participarão da sucessão do (a) companheiro (a) nas seguintes condições:
 I - o (a) companheiro (a) sobrevivente terá direito enquanto não constituir nova união, ao usufruto de quarta parte dos bens do de cujos, se houver filhos ou comuns;  
II - o (a) companheiro (a) sobrevivente terá direito, enquanto não constituir nova união, ao usufruto da metade dos bens do de cujos, se não houver filhos, embora sobrevivam ascendentes;  
III - na falta de descendentes e de ascendentes, o (a) companheiro (a) sobrevivente terá direito à totalidade da herança. 
 Art. 3º Quando os bens deixados pelo (a) autor (a) da herança resultarem de atividade em que haja colaboração do (a) companheiro, terá o sobrevivente direito à metade dos bens. 
 Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.
Trazia a questão do tempo como requisito para a sua configuração: art 1º, § único. Regulamentava prazo para formação da união estável, que muitos afirmavam sua inconstitucionalidade. PRAZO DE 5 ANOS.
 
· LEI 9278/96- LEI DE UNIÃO ESTÁVEL QUE REGULAMENTA REGIME DE BENS. 
HERANÇA NÃO É MEAÇÃO. Herança = bens particulares + meação dos bens comuns, a esposa pode ser meeira, só herdeira ou ainda meeira e herdeira.
Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família. SEM ARBITRAMENTO DE PRAZO PARA O REGIME DE BENS. 
Art. 2° São direitos e deveres iguais dos conviventes:
I - respeito e consideração mútuos;
II - assistência moral e material recíproca;
 III - guarda, sustento e educação dos filhos comuns.
 Art. 3° (VETADO)
Art. 4° (VETADO)
Art. 5° Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito.
§ 1° Cessa a presunção do caput deste artigo se a aquisição patrimonial ocorrer com o produto de bens adquiridos anteriormente ao início da união.
§ 2° A administração do patrimônio comum dos conviventes compete a ambos, salvo estipulação contrária em contrato escrito.
Art. 6° (VETADO)
Art. 7° Dissolvida a união estável por rescisão, a assistência material prevista nesta Lei será prestada por um dos conviventes ao que dela necessitar, a título de alimentos.
Parágrafo único. Dissolvida a união estável por morte de um dos conviventes, o sobrevivente terá direito real de habitação, enquanto viver ou não constituir nova união ou casamento, relativamente ao imóvel destinado à residência da família.
Art. 8° Os conviventes poderão, de comum acordo e a qualquer tempo, requerer a conversão da união estável em casamento, por requerimento ao Oficial do Registro Civil da Circunscrição de seu domicílio.
Art. 9° Toda a matéria relativa à união estável é de competência do juízo da Vara de Família, assegurado o segredo de justiça.
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário.
- Regulava as questões dos deveres dos companheiros e do regime de bens.
- Afasta a questão do tempo como requisito para a configuração da união estável:
Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família
· CÓDIGO CIVIL DE 2002:
NÃO NECESSIDADE PRAZO PARA CONSTITUIR A UNIÃO ESTAVEL APARTIR DO CC/02
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
CONFIGURADA NA CONVIVÊNCIA PÚBLICA, CONTÍNUA E DURADOURA E ESTABELECIDA COM O OBJETIVO DE CONSTITUIÇÃO DE FAMÍLIA.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se
aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou
judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
-Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade,
respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
- Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
- Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos
companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
- Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar,
constituem concubinato.
· ADPF 132 E ADIN 4277: REL. MIN. CARLOS AYRES BRITO- UNIAO ESTAVEL HOMOAFETIVA
Caso originário:
 PENSÃO POR MORTE
A - HOMEM- FUNCIONÁRIO PÚBLICO- MORTE RELAÇÃO HOMOAFETIVA DE B - HOMEM- COMPANHEIRO UNIÃO ESTÁVEL
UNANIMIDADE DO STF – É POSSIVEL A FORMAÇÃO DE UNIÃO ESTAVEL, APARTIR DE 2011, DE CASAIS HOMOAFETIVOS ENTRE DUAS PESSOAS.
Principal efeito: interpretação dada ao art. 1723 do CC/02:
É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública,contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. E ao próprio art. 226; §3º da CF/88: Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento
· REQUISITOS PARA A CONFIGURAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL:
Art. 1723: É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família.
Requisitos subjetivos (ligados às pessoas):
· 2 pessoas;
· Maiores e capazes;
· Intenção (objetivo) de constituir família (caráter subjetivo no caso concreto, a intenção deve ser de ambos)
Obs 1: quanto às relações de poliamorismo: uma relação entre 3 ou mais pessoas simultaneamente, o que é diferente do casamento muçulmano onde 1 homem e casado com até 4 mulheres, contudo nesta relação as mulheres têm apenas um casamento enquanto o homem tem até 4.
LIBERDADE SEXUAL ≠ LIBERDADE DE CONSTITUIR FAMÍLIA 
Obs2: quanto à condição de capacidade civil e jurídica do pedido, validade do contrato : objeto lícito, possível e determinado
 REQUISITOS OBJETIVOS:
· convivência: pública, contínua e duradoura.
Obs1: pública: não é publicação em meios de comunicação, prova é a convivência pública, reconhecimento perante terceiros.
Obs2: contínua- não necessariamente é mútua habitação
Obs3: duradora – subjetiva – objetivo de relação duradoura
Obs 4: não há necessidade de escritura pública, não é registro, só irá provar a veracidade da união naquele tempo.
PROVA -RESGATE DE FATO PASSADO – QUANDO A DIVERGENCIA SOBRE OS FATOS APRESENTADOS
REQUISITOS NEGATIVOS – NÃO IRÁ CONSTITUIR UNIÃO ESTÁVEL
art. 1723, §1º: A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; 
Exceção: não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
- art. 1723, § 2º: As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da União
Estável.
Obs: o problema da separação de fato para constituir união estável, declarar em escritura que está separado de fato, informação de efeito unilateral.
· NAMORO QUALIFICADO – Contrato de namoro
Em relação a intenção de constituir família pode diferir a união estável e namoro meramente qualificado 
O propósito de constituir família, alçado pela lei de regência como requisito essencial à constituição da união estável - a distinguir, inclusive, esta entidade familiar do denominado "namoro qualificado" -, não consubstancia mera proclamação, para o futuro, da intenção de constituir uma família. É mais abrangente. Esta deve se afigurar presente durante toda a convivência, a partir do efetivo compartilhamento de vidas, com irrestrito apoio moral e material entre os companheiros. É dizer: a família deve, de fato, restar constituída. 2.2. Tampouco a coabitação, por si, evidencia a constituição de uma união estável (ainda que possa vir a constituir, no mais das vezes, um relevante indício), especialmente se considerada a particularidade dos autos, em que as partes, por contingências e interesses particulares (ele, a trabalho; ela, pelo estudo) foram, em momentos distintos, para o exterior, e, como namorados que eram, não hesitaram em residir conjuntamente. Este comportamento, é certo, revela-se absolutamente usual nos tempos atuais, impondo-se ao Direito, longe das críticas e dos estigmas, adequar-se à realidade social. 3. Da análise acurada dos autos, tem-se que as partes litigantes, no período imediatamente anterior à celebração de seu matrimônio (de janeiro de 2004 a setembro de 2006), não vivenciaram uma união estável, mas sim um namoro qualificado, em que, em virtude do estreitamento do relacionamento projetaram para o futuro - e não para o presente -, o propósito de constituir uma entidade familiar, desiderato que, posteriormente, veio a ser concretizado com o casamento. 4. Afigura-se relevante anotar que as partes, embora pudessem, não se valeram, tal como sugere a demandante, em sua petição inicial, do instituto da conversão da união estável em casamento, previsto no art. 1.726 do Código Civil. Não se trata de renúncia como, impropriamente, entendeu o voto condutor que julgou o recurso de apelação na origem. Cuida-se, na verdade, de clara manifestação de vontade das partes de, a partir do casamento, e não antes, constituir a sua própria família. A celebração do casamento, com a eleição do regime de comunhão parcial de bens, na hipótese dos autos, bem explicita o termo a partir do qual os então namorados/noivos, maduros que eram, entenderam por bem consolidar, consciente e voluntariamente, a relação amorosa vivenciada para constituir, efetivamente, um núcleo familiar, bem como comunicar o patrimônio haurido. A cronologia do relacionamento pode ser assim resumida: namoro, noivado e casamento. E, como é de sabença, não há repercussão patrimonial decorrente das duas primeiras espécies de relacionamento. 4.1 No contexto dos autos, inviável o reconhecimento da união estável compreendida, basicamente, nos dois anos anteriores ao casamento, para o único fim de comunicar o bem então adquirido exclusivamente pelo requerido. Aliás, a aquisição de apartamento, ainda que tenha se destinado à residência dos então namorados, integrou, inequivocamente, o projeto do casal de, num futuro próximo, constituir efetivamente a família por meio do casamento. Daí, entretanto, não advém à namorada/noiva direito à meação do referido bem. 
Precedentes referentes à configuração da união estável
· EFEITOS DA UNIÃO ESTÁVEL
EFEITOS PESSOAIS: dever de fidelidade e lealdade – são considerados para ambos.
art. 1724: As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade,
respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
 EFEITOS PATRIMONIAIS:
art. 1725: Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às
relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Tendo em vista que, o regime base do código é o de regime de comunhão parcial. Podemos apontar como diferenças que:
1º - no casamento o casal escolhe o regime de bens antes de casar, em cartório. O casal em união estável tem o início tácito do regime de comunhão parcial até que seja feito contrato por escrito que dispõe o contrario 
2º - após a convivência de união estável o casal resolve fazer o contrato escrito, contudo este contrato tem efeito retroativo?
Quem acha q são direitos patrimoniais disponíveis, se disposto em contrato o efeito retroativo do regime de bens, haverá a renúncia do direito. Pode ser feita ainda uma analogia com o art. 1639, que diz que não poderá retroagir os efeitos da alteração do regime de bens, é utilizado como argumento para não retroagir os efeitos do contrato.
Validade do contrato – disponibilidade do direito objeto do contrato
OBS: DIREITO DISPONIVEL- DIREITO REAIS- “JURIS DISPONENDI”- ART. 1225, CC/02 – direitos patrimoniais disponíveis PODEM SER OBJETO DE QUALQUER CONTRATO VÁLIDO.
3º - na separação estes efeitos, do contrato retroagem? 
E se um dos companheiros em união estável estiver sujeito ao regime de separação obrigatória - norma restritiva de direito – não pode se aplicar por analogia norma restritiva de direito- a pessoa com mais de 70 anos entraria na união estável no regime de comunhão parcial
PACIFICAÇÃO PELO STJ- PESSOA QUE COMEÇA A UNIÃO ESTÁVEL ANTES DOS 70 ANOS O REGIME APLICADO SERÁ O DA COMUNHÃO PARCIAL, SE A UNIÃO COMEÇOU APÓS OS 70 ANOS DO INDIVIDUO ESTA RELAÇÃO SERÁ REGIDA PELO O REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS.
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. PARTILHA DE BENS. COMPANHEIRO SEXAGENÁRIO. ART. 1.641, II, DO CÓDIGO CIVIL (REDAÇÃO ANTERIOR À LEI Nº 12.344/2010). REGIME DE BENS. SEPARAÇÃO LEGAL. NECESSIDADE DE PROVA DO ESFORÇO COMUM. COMPROVAÇÃO. BENFEITORIA E CONSTRUÇÃO INCLUÍDAS NA PARTILHA. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. É obrigatório o regime de separaçãolegal de bens na união estável quando um dos companheiros, no início da relação, conta com mais de sessenta anos, à luz da redação originária do art. 1.641, II, do Código Civil, a fim de realizar a isonomia no sistema, evitando-se prestigiar a união estável no lugar do casamento. 2. No regime de separação obrigatória, apenas se comunicam os bens adquiridos na constância do casamento pelo esforço comum, sob pena de se desvirtuar a opção legislativa, imposta por MOTIVO DE ORDEM PÚBLICA.
REQUISITO FORMAL: “CONTRATO ESCRITO”. NÃO HÁ EXIGÊNCIA DE ESCRITURA PÚBLICA, PORTANTO.
· CONVERSÃO EM CASAMENTO
art. 226,§3º da CF/88:”Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.”
art. 1726 do CC/02: A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
OBS: Pedido judiciário feito por advogado, sua conversão não é tão facilitada, tendo em vista que o processo judiciário e burocrático. QUANDO NÃO SE SABE PARA QUEM ENDEREÇAR A PETIÇÃO DEVE SER ENDEREÇADO AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. (VARA DE FAMÍLIA ? X VARA DE REGISTRO PÚBLICO ?) – A CONVERSÃO NÃO É PEDIDO JUDICIAL, DEVERIA SER FEITO EM CARTÓRIO COMO PEDIDO DE HABILITAÇÃO, NÃO PRECISANDO DE EDITAL DE PUBLICAÇÃO DO CASAMENTO NEM DA CELEBRAÇÃO.
· CONCUBINATO
ART. 1727: AS RELAÇÕES NÃO EVENTUAIS ENTRE O HOMEM E A MULHER, IMPEDIDOS DE CASAR, CONSTITUEM CONCUBINATO.
Obs: RELAÇÕES NÃO EVENTUAIS – relação constante/permanente, onde um ou ambos estão impedidos de casar.
Obs: “Homem e Mulher” - SE ENTENDE ENTRE PESSOAS - CNJ -“MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL”
Obs: Parte da doutrina ainda usa as denominações: concubinato puro e concubinato impuro, segundo a Profa. Maria Helena Diniz:
° o PURO seria para pessoas desimpedida de casar, ou seja, seria a própria união estável;
° o IMPURO seria:	 1 – Adulterino, se um dos concubinos for casado; 
 2 – Incestuoso, se houver parentesco entre as partes.
· QUESTÕES DE CONCURSO SOBRE O TEMA:
Ano: 2014 - Banca: CESPE - Órgão: TJ-DF - Prova: Juiz de Direito Substituto
A respeito dos institutos da alienação parental e união estável, assinale a opção correta:
a) Por ausência de previsão legal acerca da união homoafetiva, o TJDFT decidiu que a união de pessoas do mesmo sexo deve ser reconhecida como sociedade de fato.
b) A jurisprudência do STJ firmou entendimento de que o casamento válido não impede o reconhecimento da união estável, desde que se comprove a separação de fato ou judicial.
c) O STJ consolidou entendimento de que, por ausência de previsão legal, não se poderá aplicar à união estável o regime obrigatório de separação de bens para as hipóteses em que, no início do relacionamento, os conviventes já contem com mais de sessenta anos de idade.
d) A lei enumera de forma exaustiva os atos que configuram alienação parental.
e) A consequência automática do reconhecimento, pelo julgador, da alienação parental é alteração da guarda da criança ou adolescente, para fins de preservação da integridade psicológica destes.
Ano: 2013 - Banca: CESPE - Órgão: TJ-ES - Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros
Assinale a opção correta no que se refere à união estável e o registro civil das pessoas naturais
a) A declaração de união estável por sentença judicial deve ser averbada na certidão de nascimento dos interessados, como forma de tornar pública a relação.
b) A união estável deve ser registrada no registro civil das pessoas naturais, devendo os interessados, independentemente da sua condição financeira, recolher os emolumentos previstos em lei.
c) A união estável deve ser registrada no registro civil das pessoas naturais, não havendo cobrança de emolumentos aos que comprovadamente não puderem arcar com o custo do serviço.
d) A união estável somente será registrada no registro civil das pessoas naturais caso seja declarada por sentença judicial.
e) A união estável não consta do rol de atos que devem ser registrados no registro civil das pessoas naturais, devendo nele ser registrada, entretanto, a conversão da união estável em casamento.
Ano: 2012 - Banca: CESPE - Órgão: DPE-AC - Prova: Defensor Público
Assinale a opção correta acerca da união estável e do casamento:
a) A CF inaugurou uma nova fase do direito de família, fundada na adoção de um explícito polimorfismo familiar, em que arranjos multifacetados são igualmente aptos a constituir esse núcleo doméstico denominado família, recebendo todos eles a especial proteção do Estado, o que torna possível o reconhecimento de união estável entre pessoas do mesmo sexo, muito embora não se dê a estas o direito ao casamento, em virtude da literalidade da norma constitucional.
b) O singularismo familiar fundado no casamento engendrado pela CF impede que famílias formadas por pares homoafetivos possam ter a mesma proteção legal destinada aos casais heteroafetivos.
c) De acordo com a jurisprudência do STJ, o casamento civil é a melhor forma de proteção do Estado à família e, sendo múltiplos os arranjos familiares reconhecidos pela Carta Magna, não há de ser negada essa via a nenhuma família que por ela optar, independentemente da orientação sexual dos partícipes, muito embora as famílias constituídas por pares homoafetivos não possuam os mesmos núcleos axiológicos das constituídas por casais heteroafetivos.
d) Os artigos do Código Civil vigente relativos ao casamento vedam expressamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, razão por que não se admite o casamento civil entre pessoas que estejam vivendo uma união homoafetiva
e) O STF conferiu ao artigo do Código Civil que reconhece como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher uma interpretação conforme com a CF, para dele excluir todo significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, entendida esta como sinônimo perfeito de família.
· PARENTESCO 
RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE A FAMÍLIA REGULADA PELO DIREITO, QUE VINCULA DUAS OU MAIS PESSOAS PELO LAÇO: CONSANGUINEO – Natural/Biológico
AFINIDADE – se constitui pelo casamento ou união estável
 JURÍDICO ADOÇÃO – de menores regulado pelo ECA
SOCIOAFETIVIDADE - não está no código civil – dificuldade de seu reconhecimento, difícil a prova. – Derivado de relações de afeto
Obs : ”POSSE DO ESTADO DE FILIAÇÃO”- TRATAVA COMO FILHO – deve ser feita prova
AFINIDADE ≠ SOCIOAFETIVIDADE 
PARENTESCO JURÍDICO ≠ PARENTESCO BIOLÓGICO
Art. 1591, CC – são parentes em linha reta os descendentes e ascendestes. 
Tudo que não for linha reta será colateral
Linha reta: é infinito, contado por graus. 1º grau: pai e filho 2º grau: avô e neto 3º grau: bisavô e bisneto 
Ascedentes: pais, avós, bisavós 
Descendentes: filhos, netos, bisneto
Art. 1592, CC- São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.
Obs: Filhos: fora do Direito existe uma classificação quanto à origem dos filhos, pois que os distinguir perante a norma jurídica é inconstitucional. 
a) por estirpe: se tem os mesmos pais, ou, se são filhos de um só deles;
 b) bilaterais ou germanos: filhos do mesmo casal; 
c) irmãos unilaterais: que tem em comum somente um os genitores, são tidos como meio-irmão
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Linha colateral: são vínculos de parentesco que igualmente se estabelecem entre duas pessoas devido a existência de um ancestral comum, daí dizer que provém de um tronco comum, encerrando-se até o 4º grau, conforme previsão do art. 1.592, do CC: “São parentes em linha colateral ou transversal, até quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, semdescenderem uma da outra” A contagem de grau segue nesta ordem: 2º grau: irmãos 3º grau: tios e sobrinhos 4º grau: sobrinhos-netos, tios-avós e primos Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
Parentes com vinculo de afinidade 
Constitui-se com o casamento ou união estável e vincula o cônjuge ou o companheiro aos parentes do outro. Importante destacar que não se equiparam aos parentes consanguíneos, mas existe simetria no do que diz respeito às linhas, graus e espécies. Não se pode casar com parentes com vinculo de afinidade, sob condição de não haver impedimento previsto em lei e de ordem moral para evitar-se a aquisição de algum direito ou vantagem em face da aproximação afetiva que ocorre entre as famílias. Parente por afinidade: Em linha reta: Inexiste limite. São: sogro, genro, nora. Em linha colateral: restringe-se aos cunhados, não passando a afinidade do segundo grau.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. – 
Sogra é para sempre, cunhado tem ex já que é colateral.
· Filiação – Presunção de Paternidade
Estudo do CNJ de 2012 onde teriam mais de 5 milhões de brasileiro sem registro de paternidade, hoje no brasil deve haver mais de 12 milhões de sem reconhecimento de paternidade 
- Princípio da igualdade entre filhos (referência histórica fundamental, pacificação social com o reconhecimento constitucional)
CC/02. Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
CF/88. Art. 227, § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
PRINCÍPIO DA AFETIVIDADE – ENTRE IRMÃO, PREVALECE TAL PRINCÍPIO QUANDO HÁ DIVERGÊNCIA DE PENSAMENTOS ENTRE A RELAÇÃO DO IRMÃO “ NATURAL” E O IRMÃO ADOTIVO
Importante acórdão do STF sobre Igualdade entre filhos
			
CONSTITUCIONAL. DIREITO DAS SUCESSÕES. HABILITAÇÃO COMO HERDEIRA DE FILHA ADOTIVA.ABERTURA DA SUCESSÃO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. ART.227, § 6º. APLICAÇÃO RETROATIVA: IMPOSSIBILIDADE. 1. Presume-se a repercussão geral da questão constitucional quando o aresto recorrido contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal (CPC, art. 543-A, § 3º, c/c art. 323, § 1º, do RISTF). 2. A eficácia imediata da Constituição somente alcança os efeitos futuros de fatos passados e não os fatos consumados do passado. O alcance da Constituição em relação aos fatos consumados no passado somente será naquilo que expressamente determinar. Precedentes. 3. A capacidade para suceder é regulada pela lei vigente à época da abertura da sucessão, isso porque, uma vez aberta a sucessão, o domínio e a posse da herança transmitem-se aos herdeiros legítimos e testamentários (CC-1916, art. 1752, atual art. 1.784 do CC-2002). Logo, descabe emprestar a eficácia retroativa ao art. 227, § 6º, da CF, com vistas a conferir tratamento igualitário entre os filhos legítimos e testamentários. Precedentes. 4. Parecer pelo conhecimento e provimento do recurso.” Sendo esse o contexto, passo a apreciar o presente recurso extraordinário. E, ao fazê-lo, entendo assistir razão ao parecer da douta Procuradoria-Geral da República, no ponto em que opina pelo provimento do presente recurso extraordinário, cujos termos adoto como fundamento desta decisão, valendo-me, para tanto, da técnica da motivação per relationem, reconhecida como plenamente compatível com o texto da Constituição Reveste-se de plena legitimidade jurídico-constitucional a utilização, pelo Poder Judiciário, da técnica da motivação per relationem, que se mostra compatível com o que dispõe o art. 93, IX, da Constituição da República. A remissão feita pelo magistrado –r referindo-se, expressamente, aos fundamentos (de fato e/ou de direito) que deram suporte a anterior decisão (ou, então, pareceres do Ministério Público ou, ainda, a informações prestadas por órgão apontado como coator) constitui meio apto a promover a formal incorporação, ao ato decisório, da motivação a que o juiz se reportou como razão de decidir. Precedentes.” Impende assinalar, por relevante, que o Plenário desta Suprema Corte, ao julgar a AR 1.811/PB, Red. p/ o acórdão Min. DIAS TOFFOLI, fixou entendimento que torna acolhível a pretensão de direito material deduzida pela parte ora recorrente.
-Presunção de Paternidade – aplicação apenas para HOMENS CASADOS
Regra: “pater is est quem nuptiae demonstrant” (PAI É O MARIDO NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO), ou seja, trata-se de presunção relativa da paternidade do marido em relação ao s filhos tido na constância do casamento, vale ressaltar que, tal presunção admite prova em contrário.
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
I - Nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - Nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte,
separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III - Havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
 IV - Havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, 
Reprodução decorrentes de concepção artificial homóloga
 humana V - Havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia 
 assistida autorização do marido. (sémem de terceiro/doador) 
 Pesado apenas para casal hétero sexual, em casos de casais homoafetivos tem sido regulado pelo conselho federal de medicina
SÉMEM ≠EMBRIÃO
· Inseminação artificial homologa- quando o doador do esperma for o marido
· Inseminação artificial heteróloga- quando o doador do esperma for terceira pessoa
Art. 1798 , CC – filhos que tem direito a herança seriam os já nascidos, ou seja, aqueles filhos gerados após a morte não teriam tal direito a sucessão, contudo segundo o princípio da igualdade entre os filhos, que esta salvaguardado na constituição federal, não é possível tal diferenciação pois tal filiação ainda está prevista no art. 1597, III, CC/02.
EM UNIÃO ESTAVEL TEM SE NÃO REGISTRADO PELO PAI, DEVERÁ SER ABERTO O PROCESSO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE, “INTER VIVOS” OU “POS MORTEM”, NECESSITANDO RESPEITAR O DEVIDO PROCESSO LEGAL, DIREITO AO CONTRADITORIO E REALIZAÇÃO DE PROVA (DNA).
Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art. 1597.
Acórdão importante para fixação
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE, CUMULADA COM PEDIDO DE ALIMENTOS. FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS. IMPOSSIBILIDADE, NO CASO. Inexistindo prova a segura a indicar que o nascimento da filha alimentada efetivamente ocorreu no período de trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, inviável o estabelecimento da pretendida obrigação de alimentar. Impossibilidade de aplicação da presunção legal (pater is est, quem nuptiae demonstrant). Inteligência do art. 1.597, II, CC. NEGADO SEGUIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO, POR MONOCRÁTICA. 
· Filiação – Reconhecimento de Paternidade - Aplicação: HOMENS NÃO CASADOS
Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.
FORMAS DE Voluntário (feita em cartório)
RECONHECIMENTO Forçado (Investigação de Paternidade- Processo Judicial)
QUEM RECONHECE NÃO TEM DIREITO DE REVOGAR O ATO SE ASSUNÇÃO DAPATERNIDADE, EM RELAÇÃO A PRESUNÇÃO RELATIVA DE PATERNIDADE DOS HOMENS CASADOS, ESTES CASOS PODERÃO TER A REVOGAÇÃO DA PATERNIDADE
O filho nascido em relacionamentos não duradouros tende a ter demora de reconhecimento da paternidade, em regra filhos tidos em casamento, união estável, e namoros qualificados tendem a ser reconhecidos mais facilmente, se da relação entre solteiros, “ficantes”, concubinato, relações profissionais, entre outros o reconhecimento dependerá de ação judicial de reconhecimento de paternidade.
- Reconhecimento Voluntário da Paternidade
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é IRREVOGÁVEL e será feito: (vale ressaltar que o reconhecimento da paternidade poderá ser anulado se prevista nas hipóteses legais de invalidade no negócio jurídico, dolo, erro, coação)
I - no registro do nascimento (em cartório logo após o nascimento);
II - por escritura pública (tabelionado de notas) ou escrito particular (declaração- para facilitar o reconhecimento), a ser arquivado em cartório de registro civil que está registrada a criança;
III - por testamento (também é irrevogável, reconhecimento pôs mortem, pode ter efeitos sucessórios), ainda que incidentalmente manifestado (o fato de ter tal testamento não afasta o direito da criança a propor ação de investigação de paternidade);
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja
sido o objeto único e principal do ato que o contém (RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO).
Parágrafo único. O reconhecimento (antecipado) pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento do filho, se o mesmo deixar descendentes (reconhecimento indireto dos netos).
EXCEPTIO PLURIUM CONCUBENTIUM- EXCEÇÃO DE PLURALIDADE SEXUAL, quando a mulher teria varias relações sexuais no período, o que poderia por em dúvida a paternidade.
· Outras regras incidentes no reconhecimento voluntário:
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento. (RECONHECIMENTO É IRREVOGÁVEL)
Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro. (IMPOR O FILHO TIDO FORA, AINDA QUE ANTES DA RELAÇÃO, A VIVER NA CASA COMUM DO CASAL)
Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor (PRINCIPIO DE MELHOR INTERESSE DO MENOR- EXPRESSO NO ECA- EM REGRA A GUARDA É COMPARTILHADA ENTRE OS PAIS, CONTUDO SE NÃO HOUVER ACORDO SERÁ RESPEITADO O PRINCIPIO).
Art. 1.613. São ineficazes (não produz efeitos) a condição (causa acidental no negócio jurídico) e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho. (O RECONHECIMENTO DEVE SER INCONDICIONAL A ATO FUTURO E INCERTO, ASSIM COMO POR LAPSO TEMPORAL)
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação ( RECONHECIMENTO ENTRE MAIORES É ATO DE VONTADE, SE FEITA COM FILHO MENOR ELE TERÁ 4 ANOS PARA IMPUGNAR O RECONHECIMENTO).
ATÉ AQUI PARA A PROVA DA SEGUNDA UNIDADE
- Acórdão do STJ pertinente ao assunto:
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FAMÍLIA. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C ANULATÓRIA DE REGISTRO DE NASCIMENTO. AUSÊNCIA DE VÍCIO DE CONSENTIMENTO. RELAÇÃO SOCIOAFETIVA. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO: ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 1.604 e 1.609 do Código Civil. 1. Ação negatória de paternidade, ajuizada em fevereiro de 2006. Recurso especial concluso ao Gabinete em 26.11.2012. 2. Discussão relativa à nulidade do registro de nascimento em razão de vício de consentimento, diante da demonstração da ausência de vínculo genético entre as partes. 3. A regra inserta no caput do art. 1.609 do CC-02 tem por escopo a proteção da criança registrada, evitando que seu estado de filiação fique à mercê da volatilidade dos relacionamentos amorosos. Por tal razão, o art. 1.604 do mesmo diploma legal permite a alteração do assento de nascimento excepcionalmente nos casos de comprovado erro ou falsidade do registro. 4. Para que fique caracterizado o erro, é necessária a prova do engano não intencional na manifestação da vontade de registrar. 5. Inexiste meio de desfazer um ato levado a efeito com perfeita demonstração da vontade daquele que, um dia declarou perante a sociedade, em ato solene e de reconhecimento público, ser pai da criança, valendo-se, para tanto, da verdade socialmente construída com base no afeto, demonstrando, dessa forma, a efetiva existência de vínculo familiar. 6. Permitir a desconstituição de reconhecimento de paternidade amparado em relação de afeto teria o condão de extirpar da criança preponderante fator de construção de sua identidade e de definição de sua personalidade. E a identidade dessa pessoa, resgatada pelo afeto, não pode ficar à deriva em face das incertezas, instabilidades ou até mesmo interesses meramente patrimoniais de terceiros submersos em conflitos familiares. 7. Recurso especial desprovido.
- Reconhecimento Forçado (investigação de paternidade):
Norma básica do ECA: Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
Normas básica do Código Civil:
- Art. 1.616. A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos
efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade.
- Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro
Civil.
- Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento,
salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
- Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por
qualquer modo admissível em direito:
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou
separadamente;
II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.
- Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos
herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se
julgado extinto o processo.
Interessante Acórdão do STJ acerca do assunto
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE.
VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. IMPEDIMENTO
PARA O RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE BIOLÓGICA. NÃO OCORRÊNCIA. AÇÃO PROPOSTA PELO FILHO. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Não se constata violação ao art. 535 do CPC .... 2. A existência de relação socio afetiva com o pai registral não impede o reconhecimento dos vínculos biológicos quando a investigação de paternidade é demandada por iniciativa do próprio filho, uma vez que a pretensão deduzida fundamenta-se no direito personalíssimo, indisponível e imprescritível de conhecimento do estado biológico de filiação, consubstanciado no princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III). Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.
f) Ação de Investigação de Paternidade:
Estrutura processual:
Autor: suposto filho;
Réu: suposto pai;
Provas: fase pré-DNA e condição atual;
Coisa Julgada: ações julgadas sem o exame de DNA
6 – Ação Negatória de Paternidade (Ação de Contestação de Paternidade)
Aplicação: Homens casados (sujeitos à presunção de paternidade)
b) Estrutura processual:
autor: pai (marido da mãe, sujeito à presunção de paternidade);
réu: filho (nascido dentro das regras da presunção de paternidade e registrado pelo marido
da mãe)
c) Normas atinentes à negatória de paternidade:
- Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a
presunção da paternidade.
- Art. 1.600. Não basta

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