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Resumo Prova Administração Financeira e Orçamentária UNOPAR

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Crescimento do Setor Público, O Governo e a Evolução das suas Funções
Finanças Públicas no Brasil
Nos últimos anos podemos utilizar como base os últimos 50, o setor público vem crescendo significativamente, de acordo com índices globais de medição. Este crescimento pode ser observado pelo aumento de despesas do governo e pelo valor do PIB brasileiro. As pesquisas demonstram um incremento no percentual do PIB de 1948 e 1994 de 17% para mais de 30%, isto retirando as empresas do governo.
Estudos demonstram que a participação do governo no consumo final está menos relacionada ao grau de desenvolvimento do mesmo e, portanto, mais relacionada à um modelo seguido pelo mesmo. Como exemplo, podemos comparar o Japão, Suécia e Dinamarca, onde no Japão, com alta renda per capita, o governo tem a sua participação menos da metade que a Suécia no consumo final. Já na Dinamarca e Suécia, onde é forte a figura do estado, devido às políticas de bem-estar social que se destacam.
No Brasil, a participação no consumo final do governo no PIB tem aumentado significativamente nos últimos anos.
Para se avaliar com mais precisão a dimensão do setor público, outros índices devem ser observados além da relação do PIB, tributos e despesas.  Economicamente falando, devem ser vislumbradas e identificadas as principais atribuições econômicas do Estado, juntamente com a diversificação das mesmas, como determinantes do crescimento das despesas do governo. Não se deve deixar de levar em conta, a maneira como o aumento das despesas é financiada, pensando nos mais diversos efeitos de políticas de financiamento que busca a expansão dos gastos sobre o nível e a distribuição da Renda Nacional.
ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS DO GOVERNO
As funções do governo na economia expandiram-se consideravelmente nos três primeiros quartéis do século passado, refletindo uma evolução dos princípios teóricos que recomendavam a necessidade de intervenção governamental no sistema econômico, assim como modificações nas preferências da coletividade quanto à intervenção do governo em atividades relacionadas à distribuição da Renda Nacional.
De uma posição inicial bastante modesta, na qual lhe cabia apenas a prestação de alguns serviços essenciais à coletividade – tais como justiça e segurança, em que as características especiais de oferta e demanda não induziam o setor privado a produzir - , o papel do governo na economia modificou-se substancialmente. A grande crise de depressão econômica da década de 30 deu origem a estudos que vieram justificar a necessidade de o governo intervir na economia para combater a inflação ou o desemprego de mão-de-obra. As duas grandes guerras mundiais provocaram alterações definitivas nas preferências da coletividade quanto à necessidade de interferência de governo, visando à promoção do bem-estar social, isto é, uma distribuição de renda mais equitativa e uma ampliação das atividades previdenciárias e assistência social para atendimento das classes menos favorecidas. No pós-guerra, a preocupação com os problemas de desenvolvimento econômico constituiu-se em outro fator importante para aumentar as atribuições do governo – especialmente em países retardatários na corrida pelo desenvolvimento.
Com resultado dessa evolução, ampliou-se o elenco das atribuições econômicas governamentais. De acordo com a classificação tradicional de Musgrave, essas atribuições enquadravam-se em três grandes categorias:
a) Promover ajustamento na alocação de recursos;
b) Promover ajustamento na distribuição da renda; e
c) Manter a estabilidade econômica.
Que tal agora conversarmos um pouco mais sobre as finanças públicas do Brasil e as principais atribuições do governo? Vamos lá, vai ser bem legal!!!
VÍDEO AULA 2: “Finanças Públicas do Brasil e as Principais Atribuições do Governo”
- O setor publico vem crescendo significativamente
- As pesquisas demonstram um incremento do PIB de 1948 a 1994 de 17% para 30%, hoje o percentual deve ser maior.
- A participação do governo no consumo final está menos relacionada ao grau de desenvolvimento do mesmo e, portanto ao modelo adotado na economia.
- O governo nos últimos anos tem interferido bastante a fim de tentar distribuir melhor a renda nacional.
VÍDEO AULA 3: Crédito! Até que ponto ele é bom?
- Crédito Bancário em relação ao PIB passou de 24% para 46%
- O desempenho observado esta relacionado a: estabilidade e a previsibilidade econômica, a redução na taxa de juros, a expansão do mercado de trabalho, aumento da renda, mobilidade social 
- A expansão do crédito se deu através de modalidades saudáveis, consumo de bens e créditos imobiliários.
- endividamento não está relacionado à incapacidade de pagamento.
Sistema Financeiro no Brasil
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) constitui-se por instituições responsáveis por captar recursos financeiros, distribuir e fazer circular valores, além de regular esse processo. Possui, como seu organismo maior, o Conselho Monetário Nacional (CMN), presidido pelo ministro da Fazenda, que se destina à definição dedas diretrizes de atuação do sistema. Ligados estreitamente ao CMN estão o Banco Central do Brasil atuando como seu órgão executivo, e a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, responsável por regulamentar e fomentar o mercado de valores mobiliários (de bolsa e de balcão). “O mercado executa a ligação entre as pessoas ou empresas que possuem dinheiro e as pessoas ou empresas que precisam desse dinheiro, através do intermediário – que são os bancos” (FORTUNA, 2002).
Além de buscar por dinheiro, no mercado financeiro as pessoas também buscam por serviços como, seguro de vida, planos de previdência, cobrança bancária, dentre outros, cujos processos são fiscalizados e controlados pelas entidades responsáveis, como o Banco Central, a Bolsa de valores de São Paulo (Bovespa), a Comissão de Valores Mobiliários (CMV), entre outras, sendo que todas estas estão subordinadas ao Conselho Monetário Nacional (CMN).
No que se refere à sua evolução, o Sistema Financeiro Nacional conforme apresentado por Mellagi Filho (1995, p. 45), pode ser caracterizado por quatro fases distintas:
- A primeira, abrangendo o fim do período colonial, o Império e os primeiros anos da República;
- A segunda, abrangendo o período das Guerras e da Grande Depressão;
- A terceira, iniciada em 1945, vai até as reformas institucionais de 1964 e 1965.
- A quarta inicia-se com essa reforma, estendendo-se até os dias atuais.
Conforme Mellagi Filho (1995), nos últimos anos, o desenvolvimento da economia tem motivado a intermediação financeira, especialmente quanto às fusões e incorporações, resultando em aumento de competitividade. Diante disso a atividade de intermediação financeira minimiza a incerteza e os riscos a níveis compatíveis com as exigências de maximização dos ganhos, de forma a proporcionar maior segurança e agilidade no julgamento e previsão de melhores retornos.
Quanto à função do mercado financeiro, Mellagi Filho (1995) afirma que é de agente econômico, ou seja, na linguagem da economia, todos os que produzem algum bem ou serviço, ou procuram recursos financeiros (moeda) para adquiri-los, são chamados de agentes econômicos. Desta forma, as pessoas físicas, as empresas e os governos federal, estaduais e municipais são considerados como agentes econômicos. Alguns desses agentes conseguem acumular um excesso de recursos financeiros em relação às suas despesas de consumo e/ou de investimento e, como consequência, poupam estes recursos, passando a ser conhecidos como agentes econômicos superavitários ou poupadores. Outros destes agentes, ao contrário, não conseguem acumular recursos financeiros suficientes para pagar suas despesas de consumo (comida, aluguel, salários, reforma de um hospital etc.) necessitando tomar recursos emprestados e passam a ser conhecidos como agentes econômicos deficitários.
Há, também, os agentes econômicos que, embora consigam atender suas necessidades de consumo, não têm recursos para atender suasnecessidades de investimento, tais como comprar um carro ou da casa própria, no caso das pessoas físicas; comprar uma máquina nova ou ampliar sua empresa ou mesmo construir uma nova estrada ou um centro de saúde no caso de um governo público.
Portanto, o Mercado Financeiro intermedia essas negociações entre quem tem o dinheiro e quem o precisa tomar emprestado. Assim, sua função primordial pode ser resumida como sendo: "Guardar os recursos financeiros de quem os tem, mas agora deles não necessita, e emprestá-los para quem não os tem, mas agora deles necessita" (MELLAGI FILHO,1995, p. 47).
Na linguagem do mercado financeiro, os agentes econômicos que possuem excesso de dinheiro são denominados de aplicadores e os que têm deficiência de dinheiro são chamados de tomadores. Para viabilizar sua complexa e importante função, conforme destaca Fortuna (2002), o mercado financeiro é organizado e regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional em um conjunto diverso de instituições financeiras, cada uma delas com produtos específicos, para atender aos também específicos objetivos de poupança dos aplicadores e, às específicas necessidades de gastos e/ou de investimentos dos tomadores.
O Banco Central do Brasil (2012), órgão gestor da política monetária, estabelece para cada momento econômico a quantidade de dinheiro (moeda) das instituições financeiras, bem como seu preço, que se chama a taxa de juros, de forma a que a economia do país cresça, mas sem inflação, através do chamado desenvolvimento sustentado.
As instituições financeiras são organizadas em dois grandes grupos, a saber: as instituições financeiras monetárias e as instituições financeiras não monetárias.
As instituições financeiras monetárias são representadas pelos bancos comerciais e os bancos múltiplos com carteira comercial. Elas recebem os depósitos à vista, em conta corrente. Recebem o nome de monetárias pelo fato de que os depósitos à vista representam moeda livremente movimentada por cheque, ou seja, uma moeda escrita ou moeda escritural (FORTUNA, 2002, p. 56).
Levando-se em conta que o prazo de permanência de todo depósito realizado à vista nos bancos é indeterminado, visto que enquanto alguns clientes sacam, outros depositam e que muitos não sacam tudo de uma única vez, os bancos sabem que podem emprestar, com permissão do Banco Central, a maior parte destes depósitos à vista.
Vale destacar que os agentes econômicos ao venderem seus produtos ou serviços, recebem os recursos daqueles que tomam os empréstimos, naturalmente depositando estes recursos nos bancos que, pela mesma razão, irão novamente emprestá-los. Isto pode ser exemplificado da seguinte forma: Imagine-se a existência de um único banco. O dinheiro sempre retornaria para ele e, portanto, o volume dos depósitos seria, em tese, sempre o mesmo.
Fortuna (2002) ressalta que as instituições financeiras monetárias, por meio do montante dos empréstimos que concedem sobre os recursos que existem nos depósitos à vista, são capazes de multiplicar a moeda que foi emitida pelo Banco Central, ou seja: os depósitos à vista vão gerar mais empréstimos e estes, por sua vez, vão gerar depósitos à vista que, por sua vez, vão gerar empréstimos que, por sua vez, vão gerar depósitos à vista que, por sua vez voltam a gerar depósitos e assim por diante, tornando-se um círculo vicioso.
Diante desse círculo vicioso, o Banco Central, visando impedir que esta multiplicação nunca termine, para não gerar uma enorme inflação, numa economia de grande tendência ao consumo, cria mecanismos que vão limitar a quantidade dos recursos que as instituições financeiras monetárias têm disponíveis para emprestar. Um desses mecanismos é o depósito compulsório de parte dos depósitos à vista em conta específica.
As instituições financeiras são representadas pelos bancos de investimento, pelas financeiras, pelas sociedades de crédito imobiliário e pelos bancos múltiplos com estas carteiras e tratam-se daquelas que apenas vão intermediar os recursos, tomando-os emprestados junto aos seus clientes, por meio de algum instrumento financeiro como um Certificado de Depósito Bancário - CDB ou uma Caderneta de Poupança e diretamente emprestando-os a outros clientes. Não multiplicam a moeda, apenas a repassam.
Fortuna (2002) considera a dificuldade de se pensar na vida das pessoas sem a facilidade do crédito. As instituições financeiras não produzem bens ou serviços, porém, tornam viáveis e potencializam sua produção e seu consumo. Para complementar essa função das instituições financeiras no processo de multiplicar e intermediar a moeda existem várias outras instituições que as auxiliam no mercado financeiro, tais como as distribuidoras, as corretoras, a bolsa de valores, a bolsa de mercadorias e de futuros e as sociedades de arrendamento mercantil.
O Mercado Financeiro e os principais investimentos
Fortuna (2002) divide o mercado financeiro em:
- Mercado de crédito: responsabiliza-se pelos empréstimos bancários. Quando uma pessoa paga juros para um banco, isto quer dizer que este banco lhe emprestou dinheiro, ou seja, investiu nela. Isto pode ocorrer pelo uso do cheque especial, desconto de duplicatas, desconto de cheques, financiamento, dentre outros.
- Mercado de capitais: O Mercado de capitais é aquele no qual se investe basicamente em títulos de prazo longo (ex.: debêntures) ou indeterminado (ex.: ações) emitidos por empresas de capital aberto.
- Mercado de câmbio: responsabiliza-se por uma justa relação entre as moedas dos países. Por exemplo, o dólar é adotado em muitos países para comparar com a sua moeda. Assim, quando um negócio é feito entre dois países, primeiro eles comparam os valores de suas moedas com o dólar, buscando tornar mais fácil a transação. No Brasil quem pode ter conta em dólares é só o Banco Central e alguns bancos autorizados e mesmo assim, os dólares não podem ficar de um dia para outro na conta. Além dos bancos, quem negocia com dólares são: os importadores - que precisam comprar dólares para pagar suas compras; os exportadores - que recebem dólares vendem aos bancos e ficam com reais e os investidores estrangeiros: que trazem dólares para investir, trocam por reais e quando vão embora compram dólares novamente. Então diariamente os bancos ficam vendendo e comprando dólares dos importadores, exportadores, investidores estrangeiros e de outros bancos. No fim do dia, faz-se um balanço: se houve mais compradores que vendedores a cotação sobe, pois a procura por dólares foi maior. A cotação cai quando a oferta é maior que a procura.
- Mercado monetário: visa ao controle da liquidez monetária da economia, sendo os títulos públicos os papéis mais negociados neste mercado. É também aqui que ocorrem as negociações de Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDI) e Certificados de Depósitos Bancários (CDB).
Fortuna (2002) explica que os principais investimentos são divididos em dois grupos: renda fixa e renda variável.
Créditos Adicionais
Como conceito, pode-se dizer que são as alterações feitas no orçamento em termos qualitativos e quantitativos, com três objetivos principais:
- aumenta/melhorar uma dotação existente;
- pagar despesas urgentes e imprevisíveis;
- criar um valor (crédito orçamentário), com o objetivo de atender a valores/despesas não previstas no orçamento.
Veja o que a Lei 4320/64, fala na íntegra sobre os créditos adicionais:
De acordo como as Normas Gerais de Direito Financeiro – Lei n. 004.320-1964 trata dos créditos adicionais:
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizadospor lei e abertos por decreto executivo.
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos: (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
II - os provenientes de excesso de arrecadação; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realiza-las.(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que dêles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível (BRASIL, 1964).
Princípios Teóricos de Tributação
A teoria da tributação repousa em dois princípios fundamentais: Neutralidade e Eqüidade. 
O princípio da Neutralidade refere-se à não-interferência sobre as decisões de alocação de recursos tomadas com base no mecanismo de mercado. Se essas decisões se baseiam nos preços relativos determinados pelo mercado, a neutralidade do sistema tributário seria obtida quando a forma de captação de recursos pelo governo não modificasse esses preços. Qualquer mudança nos preços relativos provocada por modificações na tributação contribuiria para tornar menos eficientes as decisões econômicas, implicando uma redução no nível geral de bem-estar, que poderia ser atingido com os recursos disponíveis.
A neutralidade, do ponto de vista da alocação de recursos, deveria ser complementada pela eqüidade na repartição da carga tributária. Isto é, além de neutro, o imposto ideal deveria ainda ser justo, no sentido de garantir uma distribuição eqüitativa do ônus tributário pelos indivíduos. A eqüidade, no caso, poderia ser avaliada sob duas ópticas principais: uma propõe que o ônus seja repartido entre os indivíduos, de acordo com o benefício que cada um deriva da produção governamental de bens e serviços; a outra sugere que essa repartição seja feita com base na capacidade individual de contribuição. 
A primeira alternativa é conhecida como o Princípio do Benefício, e a segunda, como o Princípio da Capacidade de Contribuição.
Além desses, outros critérios importantes devem fazer parte da análise tributária. Um refere-se à produtividade do tributo do ponto de vista de sua contribuição para a receita fiscal. Essa pode ser avaliada com base na identificação de coeficientes de elasticidade da receita em relação à renda para diferentes alternativas de tributação. Como visto, o crescimento dos gastos públicos tem-se apresentado, regra geral, num ritmo de expansão mais acentuado do que o crescimento da Renda Nacional, exigindo um crescimento compatível nos recursos mobilizados para seu financiamento. Tributos com baixa produtividade da receita seriam, nesse caso, incompatíveis com os requisitos de financiamento dos encargos governamentais.
Por outro lado, a aplicação do princípio da neutralidade supõe que a situação vigente no instante anterior à imposição do tributo configure uma solução eficiente do ponto de vista do critério de eficiência. Uma das justificativas para a crescente intervenção governamental na economia é a ocorrência de distorções na alocação de recursos causadas por imperfeições de mercado, principalmente se se levar em conta o objetivo de promoção do crescimento. Nesse caso, os tributos teriam que ser avaliados também do ponto de vista de sua adequação aos objetivos mais amplos da política fiscal, especialmente no que diz respeito à correção de desequilíbrios conjunturais e à obtenção de taxas satisfatórias de crescimento.
EQUIDADE
O segundo princípio básico da tributação é o da eqüidade. A preocupação no caso consiste em dar um mesmo tratamento, em termos de contribuição aos indivíduos considerados iguais - um critério de "eqüidade horizontal", assegurando, ao mesmo tempo, que os desiguais serão diferenciados segundo algum critério a ser estabelecida, uma preocupação com a "equidade vertical".
Uma primeira questão na análise da eqüidade é, portanto, qual o critério a ser utilizado para a classificação dos que são considerados iguais e para o estabelecimento de normas adequadas de diferenciação. Dois critérios têm sido propostos com essa finalidade:
a) o Critério do Benefício, que propõe atribuir a cada indivíduo um ônus equivalente aos benefícios que ele usufrui dos programas governamentais; e
b) o Critério da Capacidade de Contribuição, que advoga a repartição do ônus tributário em função das respectivas capacidades individuais de contribuição.
O primeiro estabelece um critério de igualdade com base nas preferências individuais pelo consumo de bens e serviços produzidos pelo governo, enquanto o segundo se refere a possibilidades de pagamento. Ambos os métodos apresentam dificuldades de ordem prática com relação ao propósito de identificar os iguais, identificando e quantificando benefícios, num caso, ou capacidade de contribuição, no outro. Embora a experiência mais recente tenha atribuído maior ênfase a ser aplicação do princípio da capacidade de contribuição, o critério do benefício pode ser um método mais apropriado de tributação, quando aumenta o grau de intervenção do governo na produção de bens e serviços de características similares aos produzidos pelo setor privado.
Critério do Benefício
O critério do benefício estabelece que cada indivíduo deve contribuir para a produção de serviços governamentais, de forma a igualar o preço unitário do serviço ao benefício marginal que ele recebe com sua produção. A precariedade da base estatística sobre a qual são feitas as simulações do impacto de alternativas de reforma sobre a repartição das receitas fiscais. Conforme visto no Capítulo 4 (Gráfico 4.4), dadas as curvas de demanda que identificam as preferências de vários indivíduos por um bem público qualquer, seria possível determinar, simultaneamente, a quantidade a ser produzida, o total de recursos necessários ao financiamento da produção e a distribuição desse ônus pelos indivíduos, de acordo com as respectivas preferências. Naquele gráfico, o preço unitário que cada indivíduo pagaria seria igual ao respectivo benefício marginal, satisfazendo, portanto, à condição a que se refere o chamado critério de benefício.
Algumas restrições de ordem prática à aplicação genérica do critério do benefício na tributação são usualmente mencionadas. A primeira refere-se à dificuldade de obter versões quantitativas de curvas de demanda individual por bens públicospara posterior identificação dos benefícios que cada indivíduo atribui ao consumo de diferentes quantidades do bem em questão. A segunda consisteem chamar a atenção para o fato de que, mesmo que se pudesse obter curva de demanda com base na identificação de preferências individuais não é possível agregar essas preferências, as quais refletem padrões essencialmente subjetivos de avaliação. De acordo com a terceira, se o consumo é coletivo, não haveria qualquer incentivo para que os indivíduos revelassem corretamente suas preferências se isso posteriormente fosse servir de base para diferenciar o montante individual de contribuição.
Tais dificuldades sugerem que, se a aplicação do critério do beneficio é praticamente impossível no caso do financiamento de bens públicos, o mesmo =i seria verdade quanto a bens privados produzidos pelo governo.
Como já deve ter sido observado, a aplicação do critério do benefício determina simultaneamente o total da tributação e a distribuição da carga tributária nesse particular, diverge substancialmente do critério da capacidade de contribuição, que trata as duas coisas separadamente. Essa característica do critério do benefício é algumas vezes apontada como uma das vantagens do método que imporia como que um mecanismo automático de controle da expansão dos gastos governamentais, especialmente no que diz respeito à produção de bens teoricamente poderiam ter um preço determinado pelo mercado.
Critério da capacidade da contribuição
Conforme o critério da capacidade de contribuição, de acordo com suas capacidades, as pessoas deveriam colaborar para o financiamento dos gastos governamentais. Portanto, se a capacidade de contribuição é vislumbrada em termos de renda, a equidade horizontal seria obtida quando indivíduos com um mesmo nível de renda anual contribuíssem com a mesma quantidade.
GASTOS PÚBLICOS
Os gastos públicos podem ser classificados sob três ópticas principais:
a) da finalidade do gasto;
b) da natureza do dispêndio; e
c) do agente encarregado da execução
Quanto à finalidade, os gastos são normalmente classificados em funções, programas e subprogramas, dependendo do grau de agregação adotado. Vale a pena notar que a classificação das despesas por funções é necessária para a efetiva implantação da técnica do orçamento-programa, que objetiva aumentar a eficiência e a eficácia na programação dos dispêndios governamentais.
Quanto à natureza do gasto, costuma-se identificar quatro principais categorias econômicas de despesa: Custeio, Investimento, Transferências e Inversões Financeiras. A classificação das despesas por categoria econômica inspira-se no esquema estabelecido na Contabilidade Nacional e objetiva dimensionar a participação do dispêndio governamental nos principais agregados da análise macroeconômica.
Vale a pena notar que a distribuição dos gastos por categoria já fica parcialmente determinada pela finalidade da despesa. Cada tipo de programa requer maior ênfase em determinada modalidade de gasto. Programas de Segurança Pública, por exemplo, dependem basicamente da utilização de mão-de-obra, apresentando uma participação elevada de gastos com pessoal no total das despesas do programa. Por seu turno, programas ligados à melhoria da infraestrutura de transportes baseiam-se essencialmente na realização de despesas de investimento, enquanto as transferências assumem papel preponderante em programas de previdência social.
Em termos agregados, a distribuição por categoria de gasto depende, assim, da distribuição funcional da despesa. Em princípio, quanto maior a parcela das despesas públicas destinadas à produção de bens públicos e semi-públicos, maior a participação de despesas com pessoal no total do orçamento, enquanto uma participação mais elevada dos investimentos fica associada a uma ênfase em programas de melhoria e expansão da infraestrutura econômica.
Vale a pena notar, entretanto, que esse resultado pode ser modificado pela forma de execução dos programas e pela organização administrativa do governo. De acordo com o Decreto-lei nº 200, de 25-2-67, as entidades governamentais agrupam-se em dois tipos básicos (BRASIL, 1967):
a) a Administração Direta, ou Central, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios; e
b) a Administração Indireta, ou Descentralizada, que compreende entidades dotadas de personalidade jurídica própria e organizadas sob a forma de Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
Assim, na ausência de amplo trabalho de consolidação, é possível ocorrerem algumas incorreções na análise de dados a respeito da distribuição dos recursos públicos por categoria econômica de despesa. Considere-se, por exemplo, a decisão de criar uma Autarquia ou Empresa para executar um programa que vinha sendo executado pela Administração Direta. No orçamento desta, a parcela de recursos anteriormente alocada a esse programa passaria a constar como despesas de transferência, reduzindo, em conseqüência, os gastos com pessoal, consumo e investimentos. Assim, uma análise parcial da evolução da despesa da Administração Direta poderia apontar modificações em sua composição devidas puramente a mudanças na estrutura administrativa, sem nenhuma variação real na estrutura do dispêndio governamental.
Outras variações podem ser devidas a mudanças na forma de executar dado programa: se direta ou indiretamente, mediante contratação de empresas privadas. Tome-se, por exemplo, o caso da Saúde. A estrutura do dispêndio na assistência médica da previdência social depende essencialmente da forma utilização para prestação dos serviços. Se a preferência recair sobre a prestação direta a serviços (isto é, a manutenção de ambulatórios e hospitais próprios), o resultado será a elevada participação de despesas de pessoal e a aquisição de material de consumo no total do orçamento do programa. Se, por outro lado, a opção for a de prestar o serviço indiretamente via contratação ou credenciamento de entidades particulares, a maior parcela do dispêndio será representada pelo pagamento de serviços prestados por terceiros, modificando radicalmente a estrutura dos gastos em termos de participação percentual de cada item no total do orçamento.
VÍDEO AULA 4: GASTOS PÚBLICOS
COMPOSIÇÃO DOS GASTOS POR NÍVEL DE GOVERNO
A composição da estrutura econômica dos gastos públicos revela diferentes padrões, que variam de acordo com as esferas de governo. Dentre muitos dos gastos do governo, o pagamento de juros e amortização da dívida e as transferências correntes (nesse caso, incluem-se, além dos benefícios previdenciários, os gastos com aposentadorias e pensões dos servidores públicos e as transferências aos estados e municípios) representam em média cerca de 80% dos dispêndios totais. Entre os períodos 1991/1994 e 1995/1997, houve uma redução da participação dos gastos com juros, explicada pela redução da taxa de inflação e um crescimento da parcela referente a amortização da dívida, que pode ser atribuída aos ingressos dos recursos das privatizações. Os gastos com pessoal ativo, compra de bens e serviços e investimentos, representaram pouco mais de 11 %, em média, no orçamento federal.
A composição dos gastos dos estados revela uma estrutura bastante diferente da estrutura do governo federal. Os gastos com consumo representam em média 42,5% do orçamento estadual, destacando-se a grande participação dos gastos com pessoal ativo (média de 30%). O segundo item em grau de importância são transferências correntes (transferências constitucionais aos municípios e pagamento de pessoal inativo). A parcela dos gastos com amortização de dívida e pagamento de juros é relativamente inferior à do governo federal, em função do menor valor da dívida estadual.
Em 1997, o governo federal assumiu as dívidas estaduais, através de um programa de reestruturação das dívidas do estado, e com isso elevou sua parcela no orçamento com o pagamento de juros. Por outro lado, os governos estaduais foram obrigados a transferir, em média, 11 % da receita corrente líquida a título de pagamento dos serviços da dívida. Com isso, a União assumiu suafunção de estabilização e controle da relação dívida pública/PIB.
PADRÕES INTERNACIONAIS
Observando os dados de gastos públicos para uma amostra de 18 países, no período 1983-1990, (infelizmente não se possui pesquisas mais recentes em relação ao assunto), percebeu-se um padrão de comportamento distinto, conforme o nível de renda dos países. Os países com renda per capita superior a US$ 4.500 foram considerados de elevado nível de renda; países com renda per capita entre US$ 600 e US$ 4.500 foram incluídos no grupo intermediário, e os com renda abaixo de US$ 600, no grupamento inferior. Os gastos foram classificados de acordo com a natureza econômica e a função.
Os governos dos países com elevado nível de renda despenderam em média 46,0% (18,0% do PIB) de seu orçamento com consumo, porém com uma proporção de gastos em pessoal e compras de bens e serviços bastante equilibrada (22,7% e 21,8%, respectivamente). Já nos países com renda baixa, a proporção de gastos foi menor, mas os gastos com salários representaram a maior fatia (5,6% do PIB ou 20,3% do orçamento total). Isso pode refletir ineficiência na alocação dos gastos decorrente de um excesso de funcionários públicos ocupados em funções administrativas que absorvem recursos muitas vezes necessários para a compra de bens de consumo importantes para atividades finalísticas, como livros, vacinas, remédios, giz etc.
Cabe assinalar que maior proporção de gastos com a Administração Pública em países de baixa renda pode estar relacionada a motivos técnicos, ligados à qualificação da força de trabalho ou ao baixo nível de mecanização dos serviços, ou a fatores político-sociais que conduzem a maior papel do Estado como empregador de mão-de-obra. À medida que o país se desenvolve, as despesas administrativas não necessitam crescer na mesma proporção, não só porque prevalecem substanciais economias de escala, no que se refere à operação das atividades governamentais, como também porque maior preocupação com a eficiência operacional passa a assumir papel importante.
Por outro lado, o grupo de países de baixa renda investe proporcionalmente mais. O baixo nível de desenvolvimento explica maiores gastos com a infraestrutura econômica, tendo em vista que, provavelmente, as necessidades relativas de aplicações dessa natureza devem ser mais elevadas em países situados nos estágios iniciais do processo de crescimento. Esses recursos estão sendo compartilhados com as funções de serviços econômicos, defesa e educação, que ocuparam uma posição de destaque. Vale destacar o baixo dispêndio com a função saúde.
Nos três grupos de países, as transferências ocuparam parcelas importantes do orçamento, principalmente naqueles de média e alta renda, onde o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população demandam recursos na área de seguridade social. Nesse sentido, o Brasil está seguindo padrão de comportamento semelhante ao de países com nível de renda compatível ao seu. Todavia, o Brasil está investindo pouco em relação ao padrão desses países.
È verdade, que nos últimos catorze anos o Brasil tem mudado significativamente sua economia, o que reflete diretamente nos valores investidos. Muitos são os investimentos nos mais diversos setores, o que aumentam também os gastos públicos, porém, de contrapartida, os valores arrecadados vem crescendo a cada ano, o que também tem permitido tais investimentos e conseqüentemente um crescimento de um modo geral.
Fazendo uma comparação simples com países com elevado nível de renda, percebe-se que os mesmosdespenderam maiores recursos nas áreas de saúde e educação (10,0% do PIB ou 25,6% dos gastos totais) em relação aos demais países (4,1% do PIB e 17,2% dos dispêndios totais), indicando que educação e saúde são consideradas bens superiores, isto é, os que apresentam uma elasticidade-renda da demanda maior do que 1. Dessa forma, à medida que aumenta o nível de renda, aumenta também a parcela do PIB destinada a financiar as despesas com os programas incluídos nesses setores, tendo em vista sua importância na formação do capital humano.
Em resumo, pode-se concluir que, embora a comparação internacional sirva, por exemplo, para mostrar que o volume de recursos aplicados no país em educação é equivalente ao relativo ao padrão médio internacional. Por outro lado, as observações relativas aos demais setores - Administração, Saúde, Bem-Estar Social e Infraestrutura Econômica - indicam que as decisões relativas à alocação dos recursos públicos seriam muito mais influenciadas por particularidades e limitações institucionais do que por precisa avaliação e quantificação das necessidades.
FUNCIONALIDADE DAS DESPESAS
A Portaria n.º 42/99 do Ministério do Orçamento e Gestão (BRASIL, 1999) extinguiu a classificação funcional-programática da despesa. Essa portaria teve o objetivo de "[...] possibilitar à União, aos Estados e aos Municípios a prática de um orçamento-programa mais ajustado aos verdadeiros fundamentos dessa técnica" Insere-se, segundo o mesmo MPO 2000 (BRASIL, 2000b), no bojo geral de direcionar a administração pública do "modelo burocrático" para o "modelo gerencial".
O diagnóstico do governo é que a classificação funcional-programática, implantada no Brasil pela Portaria nº 9/74, tomava inviável um orçamento com resultados aferíveis e voltados à população. Havia a junção de duas classificações. a funcional e a programática, em que a primeira teria a finalidade de definir as áreas beneficiadas pelo dispêndio público e a segunda, o objetivo do dispêndio
Como objetivos não são facilmente padronizáveis, a tarefa de classificação caberia à classificação funcional. Na implementação da funcional-programática, entretanto, prevaleceu o caráter meramente classificatório, perdendo-se a lógica de orçamento-programa, em que a prioridade é a necessidade de os objetivos estarem muito bem definidos. Na visão do MOG, (BRASIL, 2000a) a “[...] classificação funcional-programática passou a significar um aglomerado de 'caixas' onde as ações são agrupadas, sem maiores preocupações com o tipo de transação que está sendo classificada".
Assim, ao mesmo tempo em que extinguiu a classificação funcional-programática a Portaria n.!! 42/99 (BRASIL, 1999) modificou a classificação funcional, que se subdivide em sub-funções e de utilização obrigatória em todas as unidades da Federação. Os programas perdem a característica de classificadores, com cada esfera de governo tendo sua própria classificação, de acordo com seus objetivos de política.
Outras duas modificações da Portaria nº 42/99 foram a introdução do conceito de produto na categoria programática "atividade" (pela Portaria nº 9/74, apenas a categoria "projetos" continha um produto final associado) e a criação da categoria "operações especiais", que são as "[...] despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços" (BRASIL, 1999).
As principais definições da Portaria nº 42/99 são elencadas a seguir (BRASIL, 1999):
Função: maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público;
Subfunção: partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesa do setor público. Pode ser combinada com funções diferentes daquelas a que esteja vinculada na forma do Anexo da Portaria nº 42/99;
Encargos especiais: englobam as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra;
Programa: instrumento de organização da ação governamental que visa à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual;
Projeto: instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da açãodo governo;
Atividade: instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, que envolve um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo;
Operações especiais: despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
CONCEITOS DE DÉFICIT E DÍVIDA PÚBLICA: PRINCIPAIS MEDIDAS
Inicialmente, definiremos os vários conceitos de déficit e dívida pública, que posteriormente serão identificados com base na restrição orçamentária do governo. O objetivo é fazer rápida apresentação para depois se discutir mais detalhadamente os vários conceitos. Em geral, esses conceitos são ajustados para captar e separar os efeitos de variáveis econômicas como taxa de juros, nível de preços e nível de atividade econômica. Existem dois critérios de cálculos. O primeiro é chamado "acima da linha", no qual são explicitados os principais fluxos de receita e despesas. O segundo é o "abaixo da linha", que observa o déficit com base na variação da dívida pública, pela óptica do seu financiamento. É conhecido como necessidades de financiamento do setor público. Cabe observar que algumas medidas de déficit, com o mesmo significado, podem ser calculadas nos dois critérios. Pelo primeiro critério pode-se calcular:
a) Déficit Nominal = Gastos totais - Receitas totais.
b) Déficit Primário = Gastos não financeiros - Receitas não financeiras. Exclui do déficit nominal o pagamento dos juros e das amortizações da dívida pública, entre outras despesas e receitas financeiras.
c) Déficit Operacional = Déficit primário + Pagamento de juros reais. Essa medida exclui do cálculo do pagamento dos juros nominais da dívida pública os efeitos da correção monetária. Foi utilizada no Brasil nos períodos de inflação elevada para se ter uma medida real do déficit público.
d) Déficit público de pleno emprego. É dado pela diferença entre gastos e receitas estimados sob a hipótese em que a economia estivesse operando em níveis normais de desemprego e de utilização da capacidade produtiva.
Pela óptica "abaixo da linha", os principais conceitos apurados pelo Banco Central (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2012) são:
a) Dívida Líquida do Setor Público (DLSP): É dada pela soma das dívidas interna e externa do setor público (governo central, Estados e m-=. pios e empresas estatais) junto ao setor privado, incluindo a base monetária e excluindo-se ativos do setor público, tais como reservas internacionais, créditos com o setor privado e os valores das privatizações.
b) Ajuste patrimonial: Item da DLSP que contabiliza a diferença entre os passivos do governo, contraídos no passado e posteriormente reconhecidos ("esqueletos"), e os resultados da privatização.
c) Dívida Fiscal Líquida (DFL): É dada pela diferença entre a DLSP e o ajuste patrimonial.
d) Necessidades de Financiamento do Setor Público: Corresponde ao conceito de déficit nominal apurado pelo critério "acima da linha". Refere- se a variação da DFL entre dois períodos de tempo.
e) Necessidades de Financiamento do Setor Público no conceito operacional: Exclui das necessidades de financiamento nominais a correção monetária (efeito inflacionário) que incide sobre a DFL. Seu correspondente pelo critério "acima da linha" é o déficit operacional.
f) Necessidades de Financiamento do Setor Público no conceito primário: Exclui das necessidades de financiamento nominais, o pagamento de juros nominais que incide sobre a DFL. Equivale ao déficit primário apurado pelo critério "acima da linha".
Política Fiscal e Distribuição de Renda
A maioria dos estudos que procuram quantificar a incidência da atividade do setor público sobre a distribuição de renda em uma comunidade dá ênfase especial aos efeitos da tributação, abstraindo-se de quantificar os efeitos dos gastos do governo segundo os beneficiários (por diferentes classes de renda, setores econômicos, regiões geográficas etc.). Negligenciar esse aspecto significa não só deixar de considerar o objetivo fundamental de toda atividade pública, ou seja, a provisão de benefícios aos cidadãos do país, como também, por vezes, induzir a análise a conclusões errôneas sobre a eqüidade de determinado sistema fiscal.
Muito mais relevante se faz sua consideração quando se trata de um país em desenvolvimento, onde, em geral, é elevada a participação dos impostos indiretos no financiamento dos gastospúblicos. Essa forma de tributação, como se sabe, é em geral regressiva, implicando uma carga relativamente maior para os indivíduos de classes inferiores de renda. Uma distribuição regressiva da carga tributária poderia, todavia, ser teoricamente compensada por uma distribuição progressiva dos benefícios provenientes das despesas públicas, de forma a inverter conclusões sobre eqüidade baseadas em apreciação parcial do sistema tributário.
Mesmo que estudos tradicionais da incidência total do orçamento pudessem ser realizados com confiança, uma descrição dos efeitos redistributivos diretos do orçamento em dado ponto do tempo talvez ainda não fosse suficiente para os formuladores da política nos países em desenvolvimento. Em tais países, as políticas que visam à redução das desigualdades de renda poderiam ser mais eficazes no longo prazo se orientadas para as causas básicas da pobreza, e não para efeitos. Se baixos níveis de renda estiverem associados a fatores tais como baixos níveis de saúde e educação, localização em áreas rurais, residência em regiõesmenos desenvolvidas e limitado número de trabalhadores por família, os programas redistributivos característicos dos países desenvolvidos (como, por exemplo, o Imposto de Renda negativo, os subsídios e os programas de bem-estar) talvez não sejam inteiramente aplicáveis. Nesse caso, toma-se necessária uma análise mais profunda do efeito redistributivo dos gastos governamentais.
Suponha-se, por exemplo, que em um dado país a totalidade da receita tributária seja proveniente de um imposto geral e uniforme de 10% sobre as despesas pessoais de consumo. Se a propensão média a consumir decresce à medida que aumenta o nível de renda, a distribuição da carga tributária desse imposto será regressiva.
Da mesma forma que a regressividade na tributação poderia ser superada por uma distribuição apropriada dos benefícios dos gastos, uma distribuição perversa desses mesmos benefícios poderia cancelar as vantagens da progressividade na tributação do ponto de vista de critérios de eqüidade fiscal.
Uma análise parcial do sistema tributário revelaria, assim, uma situação bastante negativa do ponto de vista dos objetivos de eqüidade fiscal. Tal conclusão, no entanto, pode ser modificada pelo resultado obtido no que diz respeito à distribuição dos benefícios dos gastos públicos pelos mesmos contribuintes.
Quanto aos tributos, o caso mais interessante refere-se a impostos sobre transações com mercadorias e serviços, cuja venda serve como base de cálculo da respectiva contribuição. Assim, a análise de sua incidência requer uma identificação prévia sobre em quem recai o ônus do pagamento - sobre o produtor ou sobre o consumidor - e de como esse ônus se distribui por classes de renda. As hipóteses teóricas acerca da possibilidade de transferência do ônus tributário para o consumidor final no caso de impostos sobre mercadorias baseiam-se em considerações sobre o grau de elasticidade da demanda e da oferta dos produtos tributados. No entanto, como as hipóteses teóricas de perfeita competição no mercado são bastante restritivas, a maior parte dos estudos empíricos a esse respeito assume, como resultado mais provável, a integral transferência do ônus para o consumidor final, de tal forma que sua distribuição por classes de renda fica dependendo, apenas, de um levantamento da estrutura de consumo para cada tipo de produto.
Federalismo Fiscal no Brasil
A Constituição de 1988 (BRASIL, 1988) inaugurou nova etapa do federalismo fiscal brasileiroque ainda não está, todavia, concluída. Nela, as demandas de Estados e municípios por descentralização das receitas públicas foram atendidas, mas as dificuldades encontradas para fazer com que a descentralização das receitas fosse acompanhada de uma concomitante descentralização das responsabilidades públicas, em especial no campo das políticas sociais, provocaram desequilíbrios que ainda precisam ser corrigidos.
A nova Constituição é um marco importante de um processo que se iniciou bem antes de sua promulgação. A lenta agonia do regime militar instaurado em 1964 foi acompanhada de renovadas pressões de governadores e prefeitos por maior autonomia financeira, pressões essas que se acentuaram após a recuperação da autonomia política de Estados e municípios, a1cançada em 1982. Ao aproximar-se a sucessão presidencial de 1985, com a transição do autoritarismo para a democracia, as demandas por autonomia financeira, reconhecidas como indispensáveis ao exercício da autonomia federativa, ganharam maior força. Não por acaso, a campanha presidencial do candidato vitorioso nas eleições indiretas de 1984 teve no fortalecimento da federação sua grande bandeira.
De certa forma, o ímpeto descentralizante beneficiou-se de uma espúria associação entre autoritarismo e centralização, favorecida pela longa duração do regime militar e pelas reformas centralizadoras por ele promovidas. Não obstante, a ruptura institucional não foi suficiente para alterar hábitos e costumes que comandam as decisões políticas nessa área. A autonomia financeira foi confundida com liberdade para gastar sem a equivalente responsabilidade de tributar. A natureza da descentralização promovida pela Assembléia Constituinte não contribuiu, portanto, para a construção de um novo federalismo.
A persistência da crise econômica brasileira tomou mais difícil ainda avançar no sentido da correção dos desequilíbrios provocados pela inclusão das reformas consagradas pela nova Constituição. Com a economia presa no atoleiro e fustigada por taxas elevadas de inflação que resistiram a todas as tentativas de combatê-las até o advento do Real, o comportamento das receitas do setor público ficou muito aquém das expectativas. A frustração dessas expectativas contribuiu para arrefecer o movimento da descentralização. Embora se notem alguns avanços com respeito à absorção por estados e municípios de maiores responsabilidades por gastos em programas sociais, como consequência da redução de aportes federais, eles ainda não configuram um esforço coordenado em busca de novo equilíbrio federativo. Este ainda está na dependência de amplo entendimento nacional sobre temas que encerram grande controvérsia, como é o caso da reforma fiscal.
CARACTERÍSTICAS E PECULIARIDADES DO FEDERALISMO FISCAL BRASILEIRO
Para que se possa compreender melhor a natureza dos problemas atualmente enfrentados pelo Brasil no campo do federalismo fiscal, é necessário ter presente suas características marcantes, bem como algumas peculiaridades decorrentes da acomodação do sistema ao longo dos anos.
De início, convém destacar dois aspectos fundamentais: as enormes disparidades regionais e a forte tradição municipalista do país. Como de hábito, regimes federativos cabe à União envidar esforços para reduzir as disparidades regionais de desenvolvimento, e os instrumentos fiscais costumam desempenhar importante papel a esse respeito. No Brasil, a marcante presença do Estado na vida econômica contribuiu para dar ao sistema tributário um papel de relevo na política de desenvolvimento regional, colocando em conflito, com freqüência, as demandas por maior autonomia tributária dos Estados mais desenvolvidos, com as pressões por aumento das transferências compensatórias executadas pelos demenor grau de desenvolvimento.
Outro condicionamento importante é o que resulta da forte tradição municipalista. A força dessa tradição está hoje refletida no caráter singular assumido pela federação brasileira após a promulgação da Constituição de 1988. Nela, os municípios foram reconhecidos como membros da federação, em pé de igualdade com os Estados no que diz respeito a direitos e deveres ditados pelo regime federativo. As principais consequências desse fenômeno, do ponto de vista do federalismo fiscal, são o largo campo de competência impositiva dos municípios e a instituição de transferências compensatórias federais semelhantes às que beneficiam os Estados. A relativa independência dos municípios em relação ao poder público estadual, conferida pela posição singular que ocupam no sistema tributário brasileiro, é acompanhada de desequilíbrios verticais e horizontais na repartição da receita tributária nacional, tomando mais difícil a negociação de reformas capazes de sedimentar propostas de novo equilíbrio federativo.
Aos dois fatores mencionados soma-se o elemento político. Por razões distintas, as duas grandes reformas fiscais realizadas no Brasil nos últimos 30 anos produziram resultados semelhantes do ponto de vista do federalismo fiscal. A Reforma de 1967, promovida pelo regime militar, promoveu uma concentração das competências tributárias na União, mas instituiu, em contrapartida, amplo e inovador mecanismo de transferências intergovenamentais de receitas, em benefício, principalmente, dos Estados menos desenvolvidos e dos municípios menos populosos. A Reforma de 1988 reduziu parcialmente a competência tributária federal e ampliou ao máximo as transferências intergovernamentais instituídas 25 anos atrás, sem alterar, contudo, a fisionomia do sistema fiscal.
Em 1967, a centralização tributária promovida pelo regime militar tinha por objetivo, entre outros, o de assegurar o apoio político de Estados mais pobres e de municípios de menor porte mediante a aplicação direta de recursos do orçamento federal e a participação garantida nos fundos compensatórios então criados (vale lembrar que a oposição política ao regime localizava-se nos Estados mais desenvolvidos e, em especial, nas cidades de grande porte). Em 1988, os limites e a natureza da descentralização tributária foram traçados pelos que se beneficiaram do sistema criado em 1967, que, em decorrência da confortável maioria de que dispunham no Congresso, lograram não só alcançar seus objetivos como também ampliar de forma expressiva os ganhos obtidos anteriormente.
Não foi, assim, o conhecido desequilíbrio da representação política no Congresso Nacional que desenhou o formato perverso hoje exposto pelo federalismo fiscal brasileiro, marcado por enormes desequilíbrios na repartição das receitas fiscais. É certo que a absoluta predominância de representantes das regiões mais pobres no Congresso Nacional, decorrente dos quocientes eleitorais previstos na Constituição e do número mínimo de representantes de cada Estado na Câmara Federal, amplia o conflito de interesses entre aqueles que defendem a descentralização de competências e os que querem a descentralização da arrecadação.
O desafio da eficiência confunde-se, portanto, com o desafio da responsabilidade. O contribuinte responsável requer um governo mais do que responsável. A responsabilidade do governo está em prover os serviços dele demandados pela coletividade ao menor custo possível para os padrões de qualidade exigidos. A responsabilidade do contribuinte consiste em cumprir com as obrigações tributárias decorrentes do financiamento dos serviços prestados pelo governo em resposta às demandas da coletividade. A quebra desse vínculo de corresponsabilidade acarreta prejuízo para todos.
REFORMA E FEDERALISMO FISCAL
Várias tentativas de reforma do sistema tributário brasileiro foram feitas nos últimos anos, todas elas de antemão fadadas ao insucesso. Tal insucesso decorre da falta de acordo prévio sobre questões já abordadas neste texto, em particular:
a) sobre os mecanismos apropriados para promover a redução das disparidades regionais;
b) sobre as opções para fortalecer a autonomia política e financeira de Estados e municípios;
c) sobre o papel a ser desempenhado pelo Governo Federal no tocanteà sustentação de programas sociais;
d) sobre o grau de descentralização compatível com as desigualdades socioeconômicas da federação brasileira.
O acordo sobre as questões relacionadas é ainda dificultado pela precariedade da base estatística sobre a qual são feitas as simulações do impacto de alternativas de reforma sobre a repartição das receitas fiscais. A incerteza sobre o impacto de mudanças contribui para uma atitude imobilista que prejudica o avanço das negociações necessárias a obtenção de amplo entendimento a esse respeito.
Se à época da Constituinte de 1988 a bandeira da descentralização predominou nos debates da reforma fiscal, o estandarte que ganha maior destaque, agora, é o da simplificação. A prolixidade da legislação tributária e a multiplicidadede bases de incidência, somadas à tentativa do governo de resolver suas dificuldades de caixa mediante aumento de alíquotas dos impostos existentes, contribuíram para gerar inédita revolta dos contribuintes brasileiros contra os excessos do fisco, ampliando as demandas da sociedade por uma profunda simplificação do sistema tributário brasileiro.
Os caminhos da simplificação chocam-se com a opção adotada em 1988 para resolver os conflitos distributivos intergovernamentais via criação de novos impostos e ampliação das transferências. A simplificação requer uma redução donúmero de tributos a ser obtida da unificação das bases de incidência. Com um número menor de tributos fica mais difícil acomodar os interesses em jogo, tende em vista a tradição brasileira de atribuir aos Estados a competência para instituir um imposto geral sobre a venda de mercadorias e serviços que constitui a fonte mais importante da receita governamental.
A simplificação que adviria da instituição de três impostos de ampla base de incidência, repartidos entre a União, Estados e municípios de acordo com o alcance das respectivas jurisdições (à União, o Imposto de Renda, aos Estados, o Imposto de Consumo, e aos municípios, o imposto sobre a propriedade) não é compatívelportanto, com as exigências decorrentes das enormes disparidades regionais e sociais. A descentralização das competências tributárias precisa ser temperada a luz de uma redefinição do papel do Estado e do Governo Federal no campo das políticas de desenvolvimento regional e social, bem como do reconhecimento da tradição brasileira com respeito à autonomia municipal.
Para muitos, a chave para a solução do problema estaria na clara definição das responsabilidades de cada ente federado no texto constitucional, em substituição ao regime de competências concorrentes em quase todos os campos das políticas públicas que prevalece atualmente. Definidas as competências de cada um, seria mais fácil estabelecer a repartição de recursos compatível com o respectivo equilíbrio orçamentário. Tal proposição é lógica em sua singeleza, mas ignora o fato de que a indefinição atual resulta da absoluta impossibilidade de elaborar-se um cardápio detalhado de repartição de atribuições públicas na federação brasileira em face das disparidades econômicas, sociais, financeiras e gerenciais.
Além de algumas definições de ordem geral, que estabeleçam princípios e diretrizes aplicáveis a um processo de descentralização de encargos e capazes de conduzir a um novo equilíbrio entre atribuições e recursos, qualquer tentativa de impor um padrão uniforme a respeito carece de realismo.
No plano das diretrizes, é fácil estipular que as atividades que independam da aplicação de técnicas sofisticadas, cuja execução em escala reduzida não comprometa a eficiência produtiva, cujas necessidades financeiras sejam modestas, cujo gerenciamento eficaz não esteja na dependência de recursos humanos altamente qualificados, e cujos benefícios tiverem alcance geograficamente limitados, deveriam ser preferencialmente atribuídas ao nível local. No outro extremo, isto é, no plano federal, estariam as atividades para as quais os mesmos atributos citados fossem diametralmente opostos: sofisticação técnica, economia de escala, vultosas necessidades financeiras, recursos humanos qualificados e ampla difusão espacial dos benefícios prestados à coletividade. A combinação dessas várias possibilidades poderia definir, em cada caso específico, os intervalos em que poderá situar-se o campo das atribuições estaduais. Não obstante a racionalidade implícita nos critérios mencionados, as enormes diferenças interestaduais e intermunicipais não permitem a adoção uniforme de regras aplicáveis a todo o território nacional.
Importa, também, estabelecer clara distinção entre o problema do equilíbrio entre responsabilidades e recursos do setor público e a questão das desigualdades regionais. O enfoque regionalista da reforma fiscal precisa ser revisto à luz das distorções do passado e das novas exigências do momento. O desenvolvimento regional requer forte apoio da União a programas e projetos de investimento capazes de superar as causas da pobreza e reduzir as desigualdades de oportunidades de modernização econômica e social. Nesse sentido, é indispensável reforçar os fundos federais capazes de sustentar os investimentos necessários ao progresso das regiões economicamente mais atrasadas, reduzindo a ênfase concedida em 1988 ao papel das transferências orçamentárias a esse respeito.
CONTABILIDADE PÚBLICA
CONTABILIDADE PUBLICA
Regime de Caixa (Receita) e Regime de Competência (Despesas)
Objeto de Estudo Contabilidade Pública
Patrimônio (Res. CFC 1128/08 - 1129/08 = Conceito do Patrimônio)
Orçamento (Lei orçamentária anual) (Res. CFC 1132/08)
Atos Administrativos (Decisões dos gestores que afetaram posteriormente a contabilidade publica. Ex: Contratos que serão executados) (Res. CFC 1132/08)
Patrimônio Público: o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações.
Bens de Uso Comum: praças. (devem ser incluídos no ativo não circulante)
Bens de Uso Especial: instalações que o setor publico utiliza
Bens Dominicais: propriedades/terrenos que não está utilizando
Lei 4.320/64 (BRASIL, 1964), tem algumas leis mais, que estão presentes no dia a dia do contador, tais como:
Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF- Lei Complementar nº 101/2000 (BRASIL, 2000): estabelece normas gerais sobre finanças públicas, para todos os entes da Federação.
Lei Complementar nº 131/2009 (BRASIL, 2009), 
Lei de Licitações nº 8.666/1993 (BRASIL, 1993), 
Lei do Pregão nº 10.520/2002(BRASIL, 2002b), 
Lei do FUNDEB nº 11.494/2007 (BRASIL, 2007a), 
Decreto-Lei 200, Lei de Improbidade Administrativa e diversas outras leis.
SIAFI: É o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal que consiste no principal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal.
Orçamento Público
O Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento legal (aprovado por lei), contendo a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado exercício (geralmente um ano).
Plano Plurianual – PPA: é o que chamamos de planejamento a médio prazo da Administração Pública, devido a sua vigência de 4 anos. Ao assumir o mandato, já no 1º ano, o Chefe do Poder Executivo deve elaborar o seu planejamento de gastos, ou seja, o gestor deve estabelecer o que pretende executar, em termos de obras e serviços, durante seu período de governo, 4 (quatro) anos, transcrever no documento o seu programa de governo. (Estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada)
Lei Orçamentária Anual – LOA(Elaborada pelo Executivo e discutida pelo Legislativo): prevista no artigo 165, § 5º da Constituição Federal, constitui o mais importante instrumento de gerenciamento orçamentário e financeiro da Administração Pública Brasileira, cuja principal finalidade é administrar o equilíbrio entre receitas e despesas públicas, que também é um dos princípios orçamentários
A Lei de Diretrizes Orçamentárias – a LDO: Instrumento de planejamento que surgiu com a Constituição Federal de 1988. A Lei de Diretrizes Orçamentárias – a LDO, deve orientar a elaboração e execução do orçamento anual e tratar de vários outros temas, dentre elas alterações tributárias, gastos com pessoal, política fiscal e transferências da União.
Constata-se assim que a Lei de Diretrizes Orçamentárias – a chamada LDO é o elo entre o Plano Plurianual – o PPA e a Lei de Orçamento Anual – a LOA
Os Princípios Orçamentários tem o objetivo de estabelecer regras básicas que nortearão os processos de elaboração, execução e controle do Orçamento Público, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência.
https://www.youtube.com/watch?v=Z-aQzn4oMNw
A) UnidadeouTotalidade
Dessa forma, todas as receitas previstas e todas as despesas fixadas no orçamento, em cada um dos exercícios financeiro, devem integrar um único documento dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária Anual – LOA.
B) Universalidade
Então para o princípio da universalidade deriva da ideia do próprio nome, universo, tudo, e com isso então o princípio significa que todas as receitas e todas as despesas integrarão o orçamento.
C)  Anualidade ou Periodicidade
Então aqui fica claro que além de ser definido que orçamento deverá ser referente ao período de um ano, ele também deverá coincidir com o ano civil, ou seja, de janeiro a dezembro.
D.  Exclusividade
Estabelece que a Lei Orçamentária Anual não inclua em seu texto nenhum dispositivo que não esteja relacionado com à previsão da receita ou à fixação da despesa, que é o conceito de orçamento. Existe uma exceção, quanto a autorizações para aberturas dos créditos adicionais e ainda a contratação de operações de crédito.
E.  OrçamentoBruto
Determina que as receitas e despesas dos entes públicos não estejam no orçamento com seus valores líquidos, como exemplo podemos citar as receitas que sofrem retenção para o Fundeb.
F.  Legalidade
Cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei.
G.  Publicidade
Princípio básico da atividade da administração pública, também previsto no art. 37 da Constituição Federal de 1988 que devem divulgar seus atos em seus respectivos Diários Oficiais para dar conhecimento de todos seus atos a sociedade.
H.  Transparência
Assim como mencionado no princípio anterior, é dever da Administração Pública a publicidade, assim como a transparência dos seus atos.
I.  Não-afetação da receita de impostos
Veda vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pelo próprio texto constitucional (Saúde,Educação e Fundeb).
J.  Especificação
Neste principio fica estabelecido que não pode ser as receitas e despesas enviadas para aprovação em valores globais, deve ser toda especificada, discriminada para atender também aos demais princípios obrigatórios e que assim não seja aprovado algo não condizente com o tema proposto
CLICLO ORÇAMENTÁRIO
Elaboração / Aprovação / Execução / Avaliação
O ciclo orçamentário, também conhecido como processo orçamentário, pode ser definido como um processo de caráter contínuo e simultâneo, através do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia a programação de dispêndios do setor público nos aspectos físico financeiro. O processo de elaboração do orçamento público no Brasil é integrado ao planejamento de ações, que, de acordo com a Constituição Federal de 1988, compreende o Plano Plurianual - PPA - a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO - e a Lei Orçamentária Anual –LOA
http://espacocont.com/Rio/index.php/artigos-em-contabilidade/278-ciclo-orcamentario-no-brasil.html
RECEITA PUBLICA
Entende-se por receitas públicas, em sentido amplo, todo e qualquer recolhimento realizado aos cofres públicos, seja na forma de numerário, dinheiro, ou na forma de bens.
https://www.youtube.com/watch?v=VM0sAkPdvqw
Receitas orçamentárias são aquelas que estão contidas no Orçamento Público, na Lei de Orçamento Anual – LOA e com isso sabemos que se estão na Lei, passaram pelo Ciclo Orçamentário e foram autorizadas pelo Poder Legislativo
Receita Extra-Orçamentária: São as receitas não previstas em Orçamento (EX: Garantias através de calção).
A Receita orçamentária classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.
Receitas Correntes: RECEITA TRIBUTÁRIA, RECEITA DE CONTRIBUIÇOES, RECEITA PATRIMONIAL, RECEITA AGROPECUÁRIA, RECEITA INDUSTRIAL, RECEITA DE SERVIÇOS, TRANSFERÊNCIAS CORRENTES, OUTRAS RECEITAS CORRENTES.
	Tipo de Receita
	Descrição
	Receitas Correntes
	Receita Tributária
	Proveniente da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria.
	
	
Receita de Contribuição
	Proveniente de contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico.
	
	Receita Patrimonial
	Proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.
	
	Receita Agropecuária
	Proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal (agricultura, pecuária, atividades de beneficiamento e transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos).
	
	Receita Industrial
	Proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras exploradas pelo ente público.
	
	Receita de Serviços
	Proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços.
	
	Transferências Correntes
	Proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou
mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes.
	
	Outras Receitas Correntes
	Proveniente de multas, cobrança da dívida ativa, indenizações, restituições e outras receitas sem classificação especifica.
	Receitas de Capital
	Operações de Crédito
	Provenientes da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou privadas.
	
	Alienação de Bens
	Proveniente da alienação de componentes do ativo permanente.
	
	Amortização de Empréstimos
	Proveniente do retorno de valores emprestados a outras entidades do direito público.
	
	Transferências de Capital
	Proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital.
	
	Outras Receitas de Capital
	Proveniente de outras origens sem classificação específica.
ETAPAS DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA
A.  Planejamento;
B.  Execução, se dividindo em 3 estágios:
             I.        Lançamento;
             II.       Arrecadação;
             III.      Recolhimento.
C.  Controle e avaliação.
DESPESA PUBLICA
Entendemos todos os gastos obtidos pelos entes públicos para manutenção da máquina pública e dos serviços colocados a disposição de toda a sociedade. Sejam estas despesas autorizadas ou não legislativamente
Despesa Orçamentária
As despesas orçamentárias são aquelas que constam no orçamento público,e para estar nessa lei de orçamento foi autorizada pelo Poder Legislativo. Quando do ciclo orçamentário, o Poder Executivo tem a iniciativa e envia o projeto de lei para o Legislativo estudar e aprovar tal lei. Essas despesas são divididas em duas categorias econômicas: despesas correntes e despesas de capital
DESPESAS CORRENTES:
Todas as despesas que não contribuem ou não se relacionam com a formação de um bem de capital, são consideradas despesas operacionais que estão ligadas com a continuidade ou manutenção do ente público, tais como pagamento de funcionários, os encargos trabalhistas, pagamento de serviços realizados referente limpeza, vigilância, telefonia, saneamento, energia elétrica etc.. Ou seja, são todas aquelas despesas que se destinam a dar suporte para que o ente público possa manter essa entidade em funcionamento e prestando os serviços a sociedade.
DESPESAS DE CAPITAL
Essa categoria econômica recebe todos os gastos que estão ligados direta ou indiretamente para aquisições ou formação de bens de capital.
	Tipo de Despesa
	Descrição
	Despesas Correntes
	Pessoal e Encargos Sociais
	Despesas orçamentárias com pessoal ativo, inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência, conforme estabelece o caput do art. 18 da Lei Complementar 101, de 2000.
	
	Juros e Encargos Sociais
	Despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.
	
	Outras Despesas Correntes
	Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.
	Despesas de Capital
	Investimentos
	Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
	
	Inversões Financeiras
	Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas, além de outras despesas classificáveis neste grupo.
	
	Amortização da Dívida
	Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.
Após os grupos de natureza de despesa, esses gastos deverão ser derivados ainda em Modalidades. Isso quer dizer aonde será aplicado tal gasto do ente público, se é direto ou se será direcionado a outro órgão ou entidade, ou ainda por outro ente federado, conforme preconiza o § 1º, art. 3º da Portaria Interministerial nº 163/01:
Assim como modalidade de aplicação temos:
  20 – Transferências a União
  22 – Transferências Delegadas a União
  30 – Transferências a Estados e ao Distrito Federal
  31 – Transferências a Estados e Distrito Federal – Fundo a Fundo
  32 – Execução Orçamentária Delegada a Estados e Distrito Federal
  40 – Transferências a Municípios
  42 – Execução Orçamentária Delegada a Municípios
  50 – Transferências a instituições privadas sem fins lucrativos
  60 – Transferências a Instituições com fins lucrativos
  70 – Transferências a Instituições Multigovernamentais
  71 – Transferências a Consórcios Públicos
  72 – Execução Orçamentária Delegada a Consórcios Públicos
  80 – Transferências ao Exterior
  90 – Aplicações Diretas
  91 – Aplicação Direta Intraorçamentária (OFSS)
Exemplificando: A União para efetuar um pagamento ao Fundo Monetário Internacional – FMI, utilizará a modalidade 80, Transferências ao Exterior; pagamento aos seus próprios servidores do salário mensal, será utilizado a modalidade 90, pois é uma aplicação dentro do próprio órgão; e no caso de transferência de recursos, dentro do próprio orçamento, mas órgãos diferentes, será utilizado a modalidade 91.
ESTÁGIO NA EXECUÇÃO DA DESPESA ORÇAMENTARIA
Empenho > Liquidação > Pagamento
EMPENHO
O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Então vemos que nesse estágio é quando a autoridade do ente público autoriza que determinada despesa seja realizada por determinado fornecedor, especificando também a quantidade do serviço ou mercadoria, especificações e valores. Em outras palavras, o empenho reserva, automaticamente, determinado valor no orçamento para uma finalidade.
TIPOS DE EMPENHO
Empenhos ordinários: são aqueles normalmente utilizados, em que sabemos o valor correto da despesa, com isso, procede-se ao empenho no valor exato do gasto.
Empenhos porestimativa:são aqueles em que não se pode determinar o montante, por exemplo, devido ao principio da competência o correto é se empenhar dentro do próprio mês o gasto realizado, tal como citamos aqui gasto com energia elétrica, mas que só receberemos a fatura deste gasto no inicio do mês, dias antes do vencimento.
Empenhos globais:pode ser realizado quando trata-se de despesas contratuais ou sujeitas a parcelamento, com isso empenha-se o seu total, através do empenho tipo global e vai liquidando suas parcelas conforme haja a concretização do serviço ou das entregas de mercadorias.
LIQUIDAÇÃO
Esse estágio da execução da despesa orçamentária é quando a administração pública constata que o serviço foi prestado ou a mercadoria foi entregue, ou seja, verifica que a despesa foi corretamente realizada
PAGAMENTO
É a fase que após termos a autorização para realização de determinado gasto que é o chamado empenho, também já tivemos a confirmação da mercadoria entregue ou o serviço prestado corretamente, agora resta a administração pública cumprir com a sua parte, já que o fornecedor cumpriu com a sua obrigação adquirindo o direito pelo recebimento. Assim, é emitido pelo órgão responsável pelo desembolso o documento chamado de “ordem de pagamento” e assinado pela autoridade incumbida.
RESTOS A PAGAR
o que fazer com as despesas orçamentárias que não cumprem todos os estágios da execução da despesa dentro do exercício financeiro em que pertencem?
Pois bem, inscrevemos essas despesas orçamentárias que não atingiram todos os estágios da execução dentro do exercício financeiro que pertencem em Restos a Pagar, também denominado de Dívida Flutuante.
Restos a Pagar, é algo que ficou a pagar em um determinado exercício financeiro. No exercício financeiro seguinte ele é um extra orçamentário, pois no exercício anterior pertenceu ao orçamento e já teve o seu empenho realizado. Por ser extraorçamentária, essa dívida não necessita de autorização orçamentária.
Temos uma restrição em último ano de mandato do gestor, para que este não assuma despesas que não possa cumprir deixando um amontoado de dívida para o seu sucessor inscrevendo em Restos a Pagar.
CRÉDITOS ADICIONAIS
São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento
Temos na contabilidade pública dois tipos de créditos orçamentários, os iniciais, que advém do próprio orçamento e sua aprovação, e os créditos adicionais, que são aqueles que aparecem e são autorizados durante a realização do orçamento e no transcorrer do exercício financeiro.
Esses créditos

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