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GIULIANA RUIZ UEMOTO TXX 2019.1 APOSTILA DE INFECTOLOGIA Saúde do Adulto I 2019.1 1 Apostila de Infectologia Saúde do Adulto I I. MENINGITES AGUDAS E CRÔNICAS Inflamação de leptomeninges causada por: o Agentes infecciosos: vírus (15-20%), bactérias (60%), fungos (3-5%), protozoários ( T. cruzi, E. histolitica; <1%); o Processos não infecciosos: hemorragia subaracnóide, câncer, doenças autoimunes (LES), sarcoidose (somente 15% tem comprometimento SNC), medicação (antipneumáticos por via antitecal) Classificação clínica o Aguda: sinais e sintomas se desenvolvem em horas ou dias - cefaléia, febre elevada, náuseas e vômitos em jato (nem sempre), sinal de Kevin, sinal de Brudinsk (rigidez de nuca) (1) o Crônica: sinais e sintomas desenvolvem-se em (5 dias) semanas ou meses – febre não muito elevada, cefaleia, visita médicos frequentes que Classificação pela origem o Comunitárias (2): Streptococcus pneumoniae; Neisseria meningitidis; Haemophylus influenza → adquiridas normalmente pessoa-pessoa, colonizadores temporários da orofaringe – gotículas via aéreas o Hospitalares: BG+: Staphylococcus aureus; Staphylococcus epidermidis, Enterococcus sp; BGN (ITU, IFO): Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii, Klebsiella peneumoniae, Escherichia coli → não fazem colonização habitual da via aérea, sim do TGI, portanto, não é transmitido via aérea, sim em procedimentos (ex.: cirurgia) – pelas mãos dos profissionais de saúde Bact. mais frequentes: H. influenzae, N. meningitidis, S. pneumoniae, Listeria monocytogenes, Steptococcus agalactiae Outras: S. aureus, E. coli, K. pneumoniae, Pseudomonas sp Etiologia: bactéria X idade o 0-4 semanas: S. agalactiae, E. coli, L. monocytogenes (fontanelas – abaulada/tensa) o 1-3 meses: E. coli, H. influenxae, N. meningitidis o 3 meses-4 anos: H. influenzae, N. meningitidis, S. peneumoniae o 4-50 anos: S. pneumoniae o >50 anos: N meningitidis, S. pneumoniae, L. monocytogenes e enterobacterias (> 65 anos) História clínica e possíveis etiologias: o Purpura e petéquias – N. meningitidis o Celulite de face (previamente a sintomas neurológicos) – S. aureus/H. influenzae o Otite media (crianças; previa a febre e cefaleia), sinusite, pneumonia – S. pneumoniae/H. influenzae o Fistula LCR (comunicação entre meninges e ambiente – TCE fratura na base do crânio meninge-rinofaringe (colonizada por bactérias)) – S. pneumoniae o Parotidite – caxumba o Endocardite (migração via hematogênica) – S. aureus o Neurocirurgia – S. aureus/enterobactérias (E. coli, pseudômonas...) o HIV infecção (portadores) – tuberculose/criptococose (fungos), Histoplasmose Exame mais importante a ser colhido: líquor (LCR) (1) 90-98% das infeciosas não apresentam febre Agudas bacterianas são as mais frequentes (2) Comunitárias, são em sua maioria, sensíveis aos antibióticos, diferentemente das hospitalares – resistente a maioria dos antibióticos 2019.1 2 Pressão (cm H2O) Celularidade (nº de células + diferencial) Glicose (mg/dl)* Proteínas (mg/dl) Colorações LCR normal Até 20 1-5 Linfócitos/monócitos Não pode haver neutrófilos/basófilos/ eosinófilos 40-50 20-40 Ziehl-Neelsen – Groccott – Coloração Gram – Bacteriana Aguda > 20 >500 Predomínio de neutrófilos (≥ 51%) ↓ ↑** Ziehl-Neelsen – Groccott – Coloração Gram + (possibilidade 30%, cultivada 45%) Bacteriana crônica >20 <500 Maioria linfócito/monócito (Σ ≥ 51%) ↓ ↑** Ziehl-Neelsen (< 20%, cultura passa para 60-65%) Groccott – Coloração Gram – Viral aguda >20 <500 Predomínio linfócitos/monócitos (Σ ≥ 51%)*** 40-50 - / ↑**** – *Níveis válidos até para diabéticos ** Organismo deixa constante; 1º resposta imune – apoptose/degradação de linfócitos *** Primeira linha de defesa = linfócito T CD4 (memória) **** Resposta imune menor que em bactérias Meningite asséptica: sinais e sintomas de meningite acompanhada por pleocitose no LCR, sem identificação do agente etiológico no exame bacterioscópico e culturas. Vírus: enterovirus, adenovírus, herpes vírus, CMV, echo vírus, caxumba, sarampo, coriomeningite linfocitária, HIV; bactérias: leptospirose (cães – vacina) Meningites crônicas – etiologias: Mycobacterium tuberculosis, Cryptococcus neoformans, H. plasmocitum Epidemiologia – aguda: o ¾ casos meningite aguda ocorre até os 15 anos o Meningite bacteriana = 10 casos/100000 habitantes/ anos o Variação sazonal: verão virais; inverno bact. o Agentes etiológicos variam: idade, doenças base FISIOPATOGENIA o Acesso bact. ao SNC: 1. Bacteremia (80-85%) – via hematogênica (rino/orofaringe); 2. Acesso direto através da pele por alteração anatômica (trauma); 3. Disseminação de foco contiguo (sinusite frontal, mastoidites*) – destrói parede o Manifestações clinicas: cefaleia, febre, rigidez de nuca; Diagnóstico: o Exame quimiocitologico de LCR, bacterioscobia, culturas, pesquisa de antígenos (aglutinação em látex, contraimunoeletroforese, látex pata Cryptococcus); estudo radiológico o Citologia com diferencial: nº cels e diferencial + bioquímica (proteína + glicose) + gram & cultura para bactérias comuns; ZN + cultura para BAAR, coloração de Groccott e cultura para fungos -- Adulto: 10 ml, criança = 5 ml – dividido em 2 tubos igualmente (quantidade); validade material biológico: 2h para processo (como o sangue, LCR é rico em nutrientes) Complicações na fase aguda o Sonolência → topor → como o Déficit motor o Convulsões o Sepse (via hematogênica) o Morte (30% por S. pneumoniae) 2019.1 3 o Hiponatremia (hipotensão craniana) Na+ urinário alto = desidratação; baixo = SIADH (hormônio antidiurético) Sequelas o Perda auditivas 15-30% o Alterações aprendizado 5-20% o Convulsões < 5% o Amairose cortical < 5% o Hidrocefalia 2-3 Tratamento o Medidas de suporte clinico: decúbito elevado/jejum (24-48h para evitar broncoaspiracao), ventilação mecânico (SN), hidratação, suporte calórico o Controle hipertensão craniana: corticosteroides (2-4 dias), manitol, derivação ventricular (cateter para drenar liquor excedente extreno/ peritônio ou átrio direito) o Antibioticoterapia – idade, agente etiológico II. ENDOCARDITE INFECCIOSA Conceito o Infecção microbiana do endócrino ou endotélio vascular – principalmente dos grandes vasos, ou seja, não exclusiva das câmaras cardíacas o Lesão característica – vegetação: pequena ruptura ocorre normalmente, o sistema tenta a cicatrização (reposição de células), podendo haver presença de bactéria durante esse processo de reparação, causando uma lesão maior que a inicial Vegetações – formas variáveis: filiformes, verrugosas o A incidência e mortalidade não diminuíram nos últimos 30 anos o Espectro amplo de apresentações Geral: febres de longa duração, mas não muito alta; queda do estado geral (adinamia); sopro cardíaco (vegetação – leva a uma destruição das valvas); esplenomegalia Idosos: queixa de AVC: vegetação móvel (com fluxo sanguíneo) → se rompe → migração → embolo → obstrução o Diretrizes por consenso de especialistas, pela baixa incidência, ausência de estudos randômicos e poucas meta-análises Cateteres – pode gerar as vegetações Epidemiologia o Homens:mulheres = 2:1 o Fator de risco: cirurgias prévias (cardíacas), idade (70-80 anos), usuário de drogas (endovenosa), próteses valvares, prolapso de valva mitral (comsopro IM ou sem), EAC, febre reumática, endocardite previa o Mudanças no perfil epidemiológico: antes – jovens com valvopatias reumáticas X hoje: idosos – procedimentos posteriores Classificação o EVN – endocardite de valva nativa o EDA – endocardite em usuários de droga o EPP – endocardite precoce em indivíduos com prótese valvar (até 1 ano) o ETP – endocardite tardia em prótese valvar (após 1 ano) AGENTE EVN EDA EPP ETP Estreptococo 60 15-20 5 35 S. viridans 35 5-10 <5 25 S. bovis 15 <5 <5 25 S. faecalis 10 8 <5 <5 Staphylococcus 25 50 50 30 C+ 23 50 20 10 2019.1 4 C- <5 <5 30 20 Fungos (cândida) <5 5 10 5 Polimicrobiana <5 5 5 <5 Cultura negativa 5-10 <5 <5 <5 Patogênese o Endotélio normal é estéril o Rotura causa endocardite trombótica não bacteriana, a qual depois sofre colonização o Inflamação endotelial libera integrina β1, a qual adere fibronectina da bactéria o Bacteremia – escovação até 100 UFC/ml sangue por < 10 minutos; falha no sistema imune o Aderência bacteriana depende de fatores do hospedeiro e do patógeno Leucemia mieloide aguda: ↑ leucócitos (70% neutrófilos, mas a maioria é imaturo), portanto não tem como se defender o organismo Risco alto de EI ou desfecho adverso o 1ª próteses valvares o 2ª endocardite infecciosa prévia o 3ª cardiopatias congênitas a) Cianóticas não corrigidas, incluindo “shunts” e cuidados paliativos b) Com correção completa, com próteses ou dispositivos por cirurgia ou cateterismo, durante 6 meses após, até a endotelização c) Corrigida com defeitos residuais no local ou adjacentes a retalhos ou dispositivos prostéticos (que inibem a endotelização) o 4ª receptores de transplante cardíaco com valvopatias (AHA) Localização da vegetação Localização Sub-aguda Aguda Usuário de drogas Esquerda 85 65 40 Aórtica 15-26 18-25 15-20 Mitral (dentaria) 38-45 30-35 15-20 Ambas 23-30 15-20 13-20 Direita 5 20 50-70 Tricúspide 1-5 15 45-65 Pulmonar 1 rara 2 Ambas Rara Rara 3 Direita + esquerda Rara 5-10 5-10 Outras 10 5 5 Quadro clinico o Maioria das manifestações e dos achados de exame físico são inespecíficos o Originam-se de 3 aspectos 1. Infecção sistêmica (citocinas – febre* e calafrios) 2. Lesão estrutural cardíaca ou vascular (sopro) 3. Manifestações imunológicas (linfócito B → interação anticorpo-microrganismo → recrutamento de neutrófilos); interação: deposição de antígenos e anticorpos → processo inflamatorio o Podem se originar predominantemente das complicações o Sintomas: Febre:80-85% Calafrios:42-75% Sudorese: 25% Anorexia: 25-55% Emagrecimento:30% Adinamia: 20-40% 2019.1 5 Dispneia (insuficiência cardíaca aguda do lado direito → posteriormente no lado esquerdo a quantidade não será o suficiente): 25% Confusão: 10-20% AVC: 13-20% Cefaleia: 15-40% Náuseas/vômitos: 15-20% Mialgias/artralgia: 15-30% Dor torácica EDA: 8-35% Dor abdominal: 5-15% Dor em dorso: 7-10% o Sinais Febre: 80-90% Sopro: 80-85% Sopro novo/diferente: 10-40% Alterações neurológicas (afasia, dificuldade na marcha): 30-40% Embolizações: 20-40% Esplenomegalia (filtração + processo inflamatório): 15-50% Baqueteamento (lesão prévea/fumante crônico): 10-20% Deficiência na chegada de sangue (distal) + cianose periférica Nódulos Osler: 7-10% Hemorragia subungueais: 5-15% Petéquias: 10-40% Lesões Janeway (art distais): 6-10% Manchas Roth (retina): 4-10% Quando suspeitar de EI o Sinais e sintomas mais característicos o Sopro regurgitante novo o Eventos embólicos de origem desconhecida o Sepse de origem desconhecida (bacteremia + alteração hemodinâmica) o Febre associada a prótese, EI previa, cardiopatia congênita, imunodepressão (mielóide), uso de drogas IV, procedimento invasivo recente, fenômenos vasculares, sinais neurológicos focais, TEP, abcessos periféricos de causa desconhecida, HC+ para germe compatível Diagnostico o Critérios clínicos Critérios de Duke modificados Critérios maiores Hemocultura positiva Duas hemoculturas separadas positivas para microrganismo consistente com endocardite infecciosa (Streptococcus viridans, Streptococcus bovius, GN HACKER bacilli, Staphylococcus aureus ou enterococo adquirido na comunidade, sem foco primário Ou Recuperação de um microrganismo consistente com Endocardite Infecciosa de 3 ou mais culturas com mais de 12h de intervalo Ou Recuperação de um microrganismo consistente com Endocardite Infecciosa de 3 ou mais culturas de sangue, com a 1ª e a última com mais de 1h de intervalo Ou Hemocultura positiva única para Coxiella burnetii ou um anticorpo de IgG com título superior a 1:800 Evidencia de envolvimento do endocárdio Ecocardiografia positiva (oscilação intracardiaca na válvula ou estruturas de suporte, ou no caminho de jatos regurgitadores, ou em material implantado na ausência de Processo inflamatório: deposição – antígeno-anticorpo 2019.1 6 uma explicação anatômica alternativa; abcesso intracardiaco; nova deiscência parcial da válvula protética) Nova regurgitação valvar Critérios menores Febre de pelo ≥ 38°C Fenomeno imunológico: glomerulonefrite, nódulo de Osler, manchas de Roth, fator reumatoide Evidencia microbiológica: hemocultura positica que não atende aos principais critérios, evidencia sorológica de infecção ativa com o organismo consistente com endocardite infecciosas Predisposição cardíaca ou história de uso de drogas injetáveis Fenômeno vascular: grande embolia arterial, infartos pulmonares sépticas, aneurismas micótico, hemorragia intracraniana, hemorragia conjuntival, lesões de Janeway Massa Intracardíaca móvel = vegetação Menores: manifestações características, mas não muito frequentes Hemocultura positiva única Evidencia sorologia de infecção por agente causador de endocardite bacteriana ECG consistente com endocardite, mas não compatível com achados maiores 2 critérios maiores = EI certeza 1 maior + 2 ≤ menores = EI certeza 4 ≤ menores = EI certeza Determina gravidade o Critérios laboratoriais Hemoculturas: colher antes de dar a 1ª dose antibiótico; 2 amostras (10 ml cada) – veia periférica de sítios diferentes, com intervalo de 30-60 minutos, independente do estado febril (não precisa mais se colher no pico febril) Tratamento empírico até resultados Método especifico: determinar agente Hemograma: resposta imune na presença da infecção (nº leucócitos) – complementar Não dá para determinar gravidade, ou seja, mesmo que haja dois pacientes com endocardite com nº leucócitos = aumentado (1º 15.000; 2º 25.000) o quem tem o aumento maior não necessariamente está em situação de maior gravidade Às vezes, até o quem tem o menor aumento pode ser perigoso, pois o sistema respondeu em menor intensidade (só se ambos tiverem o mesmo tipo) Não dá etiologia do problema 95-98% das doenças provem da própria microbiota o Critérios radiológicos ECG transtoracico ECG transesofagico (mais sensível – sem interferências) Tratamento 2019.1 7 o Maioria G+ o 4-6 semanas: bactérias da vegetação não morrem pela irrigação do sangue em volta (protegida por plaquetas), chega pela microcirculação do endotélio o 10-12 semanas: fungos (chega menos sangue) III. CONCEITOS BÁSICOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR 1. Definição Toda infecção adquirida dentro do ambiente hospitalar(após 48h da internação) o Associadas a procedimentos invasivos (SVD, cateteres vasculares, tubo endotraqueal, cirurgias) o Infecções no RN = todas são hospitalares (exceto as infecções adquiridas por via transplacentária) CCIH = comissão de controle de infecção hospitalar; multidisciplinar SCIH = serviço de controle de infecção hospitalar (medico + enfermeiro que executam ações de controle) – levantam informações 2. Fatores predisponentes Idade (idosos, RN – extremos) Doenças de base Imunodepressão Procedimentos invasivos: o Cateteres venosos o Sondagem vesical o Tubo traqueal o Cirurgias 3. Fontes Animadas o Paciente → paciente (5%) o Funcionários → paciente Inanimadas: o Ar o Superfícies o Materiais e equipamentos Tratamento por 14 dias (mínimo) 4. Trato Urinário (TU) Porta de entrada: sondagem vesical o Evita: Indicação precisa e remoção precoce; lavagem de mãos; higienização intima do paciente; introdução do cateter com técnica asséptica; sistema de drenagem fechado e estéril; não desconectar o sistema G+: enterococus (fecalis e aecium) GN (95%): E. coli, P. aeougiuosa, A. baumanii, K. pneumonaie ↓ Tratamento impírico = cef 4ª (cefepime); carbapenem (imipenem) = maior expectro – hospitalares o 10 dias CM: Febre, cefaleia, calafrios, vômitos Clinico: verificar sonda: 1º cor da urina (turva/piuria; grumos (canula sonda-coletor); sedimento esbranquiçado (leucócitos)) Exames: urina I + hemocultura (2) 2019.1 8 Características da urina: Urina I Urina normal ITU (hospitalar/comunitária) Aspecto Límpido Turvo Cor Amarelo Amarelo escuro-alaranjado- amarronzado (pela concentração e pus) Odor Suigeneris (característico da própria urina) Fétido pH 4,5-6 (acidez = evitar proliferação bact.) >6.0 (alcalinizado – permite cultura) Proteinúria Ø/(-) Ø/(-) (se (+) provável glomerulonefrite; há lesão na membrana basal do glomérulo, comprometimento do parênquima renal) Glicosúria Ø/(-) (exceção: DM = + a ++/4+) Ø/(-) Urobilinogênigo Ø/(-) Ø/(-) (inicialmente não deveria ter comprometimento hepático) Nitrito Ø/(-) (+) (via de metabolismo para nutrição da maioria das bact) Sedimento urinário Nº leucócitos Nº hemácias Presença de cristais Até 10.000 Até 10.000 Ø/(-) (se (+) probabilidade de calculose nas vias urinárias) >10.000 (nº não é indicativo de gravidade) Até 10.000 Ø/(-) OBS: leucócitos e hemácias altos (mudança apenas nesses parâmetros) = retenção urinária 5. Trato Respiratório (TR) Porta de entrada: intubação orotraqueal + ventilação mecânica (desinfecção, não esterilizado) o FR: sedação → aspiração das vias aéreas; circuitos, umidificadores, nebulizadores, inaladores o Indicação precisa e remoção precoce = evitam o Doença pulmonar Etiologia: o GN: E. coli, P aerginosa, K. pneumonae, A. bauni o G+: S. aureus, S. epidemis o Mistura – microbiota do TR é mais completo CM: febre (1º), mudanças na cor/aspecto da secreção traqueal Ausculta pulmonar: estertores finos RX tx: velamento (aumento da densidade) → preenchimento por bact. + leucócitos Diagnostico: o Secreção traqueal para cultura o Hemocultura (2) Tratamento: impirico ↔ epidemiologia o GN: cefalosporina de 4ª geração ou caebapenem + o G+: vancomicina o 14 dias 6. Relacionadas a cateteres vasculares (cv) cv: o Curta permanência: 14-21 dias Passados na beira do leito → maior risco de infectar Fixa no vaso (pele → vaso) Intracath (infundir medicações/soluções); de Schilley (hemodiálise) o Longa permanência: 2019.1 9 6-18 meses Passado no centro cirúrgico (apenas cirurgião vascular) Pare interiorizada e parte exteriorizada Porto-cat; broviac CM: febre Diagnostico: Hemocultura (2) + 5 cm distais do cv (cultura) Tratamento: epidemiológico ↔impírico: GN = vancomicina o Bacteremia (febre + calafrios principalmente quando se infunde algum medicamento pelo cateter; mas hemodinamicamente estável): 10 dias o Septicemia (+hemodinamicamente instável = taquicárdico + hipotenso + baixa perfusão periférica): 21 dias o Endocartite infeciosa (+ sopro): 4-6 semanas 7. Sítio cirúrgico Pré operatório: o Tempo de internação (mudança da microbiota natural dependente da exposição; a 1ª a mudar é da pele e a última é a intestinal – B+ sensível para resistente) o Doença de base compensada o Banho (sabonete neutro – assépticos não tem beneficio) o mais perto possível do procedimento o Tricotomia (raspagem não é tão eficiente) Intra-operatório: o Ambiente o Higiene de mãos e paramentação (passa por método de esterilização) o Antissepsia da pele o Instrumental (passa por método de esterilização) o Técnica cirúrgica Pós operatório: o Curativos – sempre fechado, 1ª abertura deve ser feita pelo cirurgião (24h após) – para comparação o Drenos (laminares e tubulares) Débito ≤ 50ml/24hs – ideal é tirar, pois fluxo está muito pequeno Tendência do débito é ir diminuindo conforme os dias Cirurgias com próteses: podem ser responsáveis por infecções até 365 dias após colocação Classificação das cirurgias o Limpas: pele + TCSC Ex.: colocação de prótese de mama, herniografia, biopsia de nódulo mamário por agulhamento G+ (nativas da pele) o Potencialmente contaminada: pele + TCSC + mucosas Ex.: qualquer procedimento na boca; amigdalactomia; neurocirurgias de acesso transesfeinoidal G+; GN e anaeróbios (mucosas) o Contaminada: mais importante que as camadas, são o acesso a cavidades/víceras ocas Ex.: gastrectomias, colectomias Decorrente de uma lesão de alguma delas (ulcera, pólipos) ou ferimentos perfurativos (FAF ou FAB) G+ e GN o Infectada Lesão por mais de 6hs Presença de pus Limpas e potencialmente contaminadas = profilaxia (prevenção) com antibiótico – inicia com 1h antes do procedimento e dura até 48-72h dependendo do procedimento 2019.1 10 Contaminadas e infectadas = tratamento Bactérias associadas o Limpa: G+ → Staphylococcus aureus ou epidermidis Diagnostico: lavagem com soro fisiológico (SF) – para tirar bactérias superficiais que podem ser só do meio externo → coleta (swab) → cultura Ver hiperemia, deiscência de sutura Iniciar tratamento empírico (de acordo com cirurgia) = vancomicina o Potencialmente contaminada: Tratamento empírico: 90-95% G+ e GN = vancomicina + C4/carbapenemicos, apenas 5% associação com anaeróbios o Contaminada/infectada: G+, GN e anaeróbicos Tratamento empírico = vancomicina + C4 + metronicina ou vancomicina + carbapenemico o Tratamento – duração Depende: Infecção superficial: 7 dias (até desaparecer pus/hiperemia, não até cicatrizar por 2ª intenção) Com coleção purulenta – se for abortável cirurgicamente: drenar cirurgicamente, se não for possível (ai o tratamento é de geralmente 1-2 semanas) – acompanhar por exame de imagem (semanal) para determinar finalização do tratamento. Sem tempo fixo IV. LEPTOSPIROSE HUMANA Antropozoonose causada por bactérias do gênero Leptospira, com grande complexidade clínica, epidemiológica, social e econômica Ampla distribuição mundial e sem perspectiva de erradicação 1. Leptospira Espiroqueta Aeróbico De forma helicoidal Flexível e móvel Medindo de 5-20 de comprimento e 0,1 de Fluoresceína – coloração 2. Fisiopatologia Ação diretao Diarreia, náuseas, vômitos o Mialgia (rabdomiólise) o Alterações hidroeletrolíticas (glomérulo) o Alterações neurológicas (meninge) o Arritmias cardíacas (deposição de anticorpos) o Capilarite, hipotensão arterial e hipovolemia Mecanismos bacterianos o Proteínas e polissacárides (Ag superfície) o Lipopolissacárides (Ag somático) o Enzimas: hemolisina, catalase, lipase, transamidase, hialuronidade e oxidase (melhor na pele úmida) o Glicoproteína (GLP) endotoxina → citocinas Mecanismos imunológicos o Citocinas (TNF-ɑ): inflamação (microvasculatura + fígado, baço, rim) o Ativação do complemento e de radicais livres 2019.1 11 o Extravasamento de plasma pela lesão do endotélio o Lesão tecidual – aumento da permeabilidade vascular (derrame pleural, ascite, edema) 3. Renal Vasodilatação periférica com diminuição da pressão → IR pré-renal (não chega volume adequado) Ação direto (a nível do interstício dos néfrons, glomérulos) = nefrite tubular intersticial Deposição de miosina nos túbulos = necrose tubular aguda o Lesão TP = maior acometimento dos TP Alterações da função tubular precede a queda da TFG As alterações são predominantes no TP, com integridade relativa dos segmentos distais A incapacidade de concentração urinária na IR na leptospirose, deve- se em parte a resistência do TC ao hormônio diurético o Hiponatriúria Icterícia: bilirrubina direta → IRA 4. Pulmonar Dano vascular na microvasculacao ↓CD34 Edema e hemorragia intralveolar Aumento e hipertrofia do pneumócito I Alterações no transporte de Na+ (↑ENaC e aquaporina 5) ↓ discreta de pneumocito II Dano no epitélio alveolar → edema de interstício, hemorragia intralveolar IRespA (SARA) o Hemorragia acompanhada de hipotensão e sinais meníngeos (ação direta aos alvéolos) o Hemorragia com comprometimento hepático e renal Tosse seca, hemoptoico, dispneia (IResp) Acometimento pulmonar por processo inflamatório Intubação seletiva: evitar que sangramento de um dos lados (velado), passe/invada o outro lado (10-15%) 5. SNC Comprometimento 2019.1 12 o Meníngeo: inflamação pelos anticorpos contra leptospirose; sinais de meningismos Leptospira canicola – sem dor muscular, mialgia No líquor pode não estar presente as espiroquetas, mas os anticorpos estarão Cefaleia, náusea, vomito, rigidez de nuca o Encefálico Alterações comportamentais, crises convulsivas, dependendo da região que foi comprometida 6. Coração Lesão do miocito Coronárias Alterações ECG 5x óbito 7. Características clinicas Doença sistêmica bacteriana, aguda, febril, com manifestações clínicas polimórficas, diversificadas, desde infecção inaparente, forma leve com quadro frusto e vago, confundível com o estado gripal até a grave com falência renal, hepática e pulmonar Febre 38-38,5°C Cefaleia Mialgia o Localizadas: panturrilhas, musculatura da região dorsal o Generalizada Piora progressiva até o auge no 5-6º dia, com melhora definitiva (2/3) ou parcial por 2 dias, mas piora rápida e mais intensa (1/3): o Febre alta o Hemorragia/Icterícia rubínica o IR → colúria Quadro da clássica muito se assemelha com outras doenças hemorrágicas (gripe, dengue, zika, chikungunya, febre amarela etc.); para diferenciar: o História (febre, cefaleia e mialgia) tem início súbito e em uníssimo o Dengue: progressivo e sintomas vão aparecendo separados, não tudo de uma vez o Febre amarela: icterícia precoce (leptospirose: na 2ª fase) o Período de incubação: 14-21 dias (febre amarelo muito menor, dengue 5-6 dias) Pode apresentar congestão conjuntival em conjunto com icterícia rubínica Evolução pulmonar rara o Alterações na coagulação podem levar a derrame pleural (também na dengue hemorrágica) 8. Diagnostico Exames laboratoriais Leptospira clássica Síndrome de Weil (tétrade) | | | | | | | | | | | 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 | | | | | | | | | | 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 Dias de doença Hemocultura Cultura líquor PCR sangue/urina ELISA IgM e Dot ELISA IgM Soroaglutinação microscópica Urocultura 2019.1 13 o Métodos diretos (identificação da leptospira no material retirado do paciente – sangue ou urina): hemocultura e urocultura/exame direto Hemocultura e da urocultura é que há crescimento do microrganismo apenas em 1/3 dos casos, ou seja, pode haver um resultado falso negativo o Métodos indiretos (o objetivo da pesquisa não é encontrar o microrganismo, mas visualizar a resposta imunológica do organismo em relação à presenta do agente externo): Sorologia (dosagem de anticorpos anti-leptospira): só da positivo a partir do sétimo dia do início dos sintomas. É capaz de identificar anticorpos IgM (indica a presença de doença ativa) – esse resultado demora cerca de 5 dias para ficar pronto – Avaliação do grau de lesão em fígado (TGO, TGP, fosfatase alcalina, albumina, tempo e atividade de protrombina, γGT, bilirrubina total e frações), rim (ureia, creatinina, proteinúria, urina tipo I, sódio, potássio) e musculo estriado (CPK, DHL – avaliação do grau de lesão muscular) Exames complementares o Hemograma o Bioquímica: U, C, Na+, K+, BTDI, TGO, TGP, γGT, FA, colesterol, CPK o TP/AP o Urina I o RX tx o ECG o Gasometria arterial o LCR 9. Tratamento Empírico: o Penicilina cristalina EV 12.000.000 – 7 dias o Ampicilina 2g EV 6/6hs – 7 dias Síndrome de Weil (?) o Pacientes com maior risco (comorbidades – DM, HAS, DPOC, imunossuprimido, gravidez) Internar Mesmo não tendo sintomas de gravidade, tratar como Enquanto não tiver melhora dos sintomas - manter o Pacientes com menor risco (sem doença de base, totalmente hígido) Tratar sintomas em domicilio Com sinais de piora (febre aumentada, sinais de sangramento, volume de urina diminuir) – retornar imediatamente para hospital V. HEPATITES VIRAIS Agentes etiológicos o Herpes vírus: EBV, CMV o Enterovirus o Adenovírus o Febre amarela o Vírus hepatotróficos Hep A > hep B > hep C >> hepatite não-AG 1. Hepatite A 47% dos casos de hepatite Picornaviridae: hepatovirus; RNA Incubação: 15-50 dias (média 30 dias) 2019.1 14 Genótipos: I*, II*, III*, IV, V, VI, VII* (*isolados em humanos) VHA: concentração nos fluidos corporais o Fezes cópias/ml: 109 → transmissão oral-fecal (creches) o Sangue cópias/ml: 105 o Saliva cópias/ml: 103 Quadro clinico o Assintomáticos: 10% clinicamente manifestas (sintomáticas) < 6 anos; 6-14 anos: 40- 50%; > 14 anos: 70-80% o Quanto menor a idade do paciente, menor a probabilidade de apresentar quadro clinico característico o Sintomas: dor abdominal, náuseas, vômitos, icterícia, colúria = são comuns aos 3 tipos mais clássicos, mas frequência-gravidade-intensidade dependem do vírus o Sintomática: - fases Anicterícia Icterícia (não é forma mais comum e principal) Colestática (mais comum, devido processo inflamatório → bile densa → ↓ velocidade de circulação → ↑ reabsorção → icterícia permanente ± 1mes) Polifásica (icterícia cíclica) Prolongada (até 6 meses ictéricos) Fulminante (até 15% dos pacientes) Manifestações extra-hepáticas Prognostico: maioria – cura ou evolui para forma fulminante; não cronifica Diagnóstico o Inespecífico: (não definem o vírus) ALT-AST ↑: inflamação/necrose FA-GGT↑: colestase Albumina – TAP ↓: função hepática o Especifico Anti-VHA –sorologia IgM & IgG (+,- = aguda; -,+ = já teve + imunidade permanente) = colher após o 7 dia de sintoma RNA-VHA Quantificar carga viral Começo dos sintomas: transminases muito altas Após 2 semanas: inicia a produção de IgM (desaparece com 5 a 6 meses de infecção); inicia a produção de IgG, junto com IgM, que aumenta quando o IgM desaparece (mantem o paciente protegido pelo resto da vida) Paciente começa a transmitir a doença 2 dias antes dos início dos sintomas até 30 dias após o início dos sintomas Tratamento: sintomas + suporte o Repouso: relativo o Dieta: habitual para a idade o Internação hospitalar: vômitos incoercíveis, disturbios hidroeletrolíticos, coagulopatias e insuficiências hepáticas fulminantes o Fulminante – transplante hepatico Exames o Hemograma: anemia e/ou leucopenia (mais comum) < 4000 = cefaleia, dor muscular, febre o ALT-AST: aumentado o Ureia; creatinina: aumentado (2-3x) → altera função renal: insuficiência pré renal; intra-renal = lesão direta (deposição de anticorpos) o CPK: tropismo pelo musculo estriado = mialgia; inflamação muscular o DHL: aumentado 2019.1 15 OBS.: na forma fulminante, os exames laboratoriais inespecíficos tendem a cair ou voltar ao normal (↓transamidases = necrose) 2. Hepatite B Família: Hepadnaviridae Genoma: DNA 7 genótipos: A, B, C, D, E, F, G e H (complexidade maior) Incubação: 45-180 dias (média: 60-90 dias) Epidemiologia: prevalência o Grande variabilidade mundial o BR: 1-2,4% Transmissão: o Concentração elevada: sangue e exsudatos o Concentração moderada: sêmen, fluido vaginal, saliva contaminada com sangue o Concentração baixa: urina, fezes, suor, lagrimas, leite materno – cuidado com profissionais da área de saúde Novo perfil epidemiológico: transmissão transplacentária, por ser possível cronificar Quadro clinico o Sintomas (< 10%): Anictérica: náusea, vomito, dor abdominal Icterícia Colestáticas: bile mais densa; dificuldade do transito biliar Fulminante (raro) Manifestações exra-hepatica o Assintomático (>90%) Evolução e complicações o Aguda Cura IHF: óbito o Crônica: 60% evolui; cirrose e CHC (carcinoma hepatocelular) Risco de evolução para cronicidade – quando mais cedo a exposição ao vírus, maior a chance de evoluir o 90% RN o 50% lactante o 20% crianças o 6-10% adultos 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 cínica X cronicidade sintomas Infecção crônica 2019.1 16 Infecção pelo VHB no período neonatal – evolução para cronicidade o Imaturidade do SI do RN o Tolerância imunológica Passagem transplacentária do AgHBe materno = ausência de resposta especifica ou tolerância das células ao AgHBe e AgHBc AgHBe: anti HBe IgM e IgG AgHBc: anti HBc IgM e IgG HBsAg (superfície) Anti HBs Anti HBc HBeAg (replicação viral) Anti HBe Anti IgM Anti IgG Anti IgM Anti IgG B aguda + - + - + + - B curada - + - + - - + B crônica + - - + + - + Vacinado - + - - - - - Vacina: o 1ª dose: 0 dias o 2ª dose: 30 dias o 3ª dose: 180 dias Replicação o Vírus entra no hepatócito o Insere seu DNA no núcleo da célula o No núcleo celular, o DNA viral passa por uma reparação + forma novas fitas + monta capsídeo o Eliminado para contaminar hepatócitos o Ao mesmo tempo ocorre a resposta imune Evolução para cura = antiHBs + Evolução para faze crônica: HBsAg permanente por 6 meses – se a longo prazo: vira cirrose e CHC Fator de risco para cronificar: infecção há mais de 5 anos Intensa: lise e apoptose imunomediada dos hepatócitos → hep fulminante Baixa: lise e apoptose imunomediada dos hepatócitos → hepatite crônica Laboratório – perfil sorológico o Aguda X crônica Tratamento 240 dias – fazer sorologia AntiHBs – para confirmar eficácia; caso não converta aplicar outra dose e refazer sorologia após 60 dias se não converter pessoa não tem anticorpo antihep, mas tem resposta humoral 2019.1 17 o Diminuir/cessar replicação viral - induzir: portador inativo (perda de HBeAg e soroconversao anti-HBe) o Erradicar infecção: clareamento do DNA-VHB; Perda AgHBs o Normalizar enzimas e histologia: diminuir inflamação e fibrose o Evitar integração HBV-DNA o Tratamento tem muitos efeitos colaterais – risco X beneficio Tratar: >2anos; AgHBs + por > 6 meses; AgHBe + e/ou DNA-VHB + > 4log; ALT > 2x In em pelo menos 2 determinações, intervalos > 30 dias e nos últimos 6 meses Biopsia hepática (≥A1/2 e/ou ≥ F2 metavir) Opções: IFN (antiviral imunomodulador) + Iamivudina/Adefovir (inibe replicação do DNA-VHB, bloqueia DNA polimerase) 3. Hepatite C 16% dos casos Vírus RNA 85% evolui para cronicidade independentemente da idade da infecção; e 20% destas podem evoluir para cirrose e posteriormente CHC (4%) ± 20% evolui para cura Período de incubação: 30-180 dias (média de 90 dias) Vias de transmissão o Parenteral o Sexual* o Vertical o Hemodiálise o Transplante de doador infectado o Acidente com material contaminado o Tatuagem, piercing, manicuri o Domiciliar (barbeador, escova de dentes) Vírus contem regiões hipervariáveis que sofrem mutações → vacina ineficiente o Tipos: genótipos; subtipos; quasispécies Genótipo 1: mais frequente (70%) genótipo 2 (2,5%) genótipo 3 (28%) Cada genótipo existem os tipos A,B, C o Escape de sistema imune o Risco mais alto de cronificação Replicação: vírus entra no hepatócito → libera RNA → replica = novos vírus + novas capsulas → liberado do hepatócito → infecta nova célula o Paralelamente S.I. responde Diagnóstico o Sorologia: hepC – anticospos anti-HCV (não separa IgG e IgM) – único marcador o Dosagem da carga viral: vírus vivo e replicando Como agir em cada situação o Sintomático + anti-HCV + = Hep C aguda Retorno após 6 meses com nova dosagem de carga viral Anti-HCV sempre será + Carga viral: + = crônico ou - = cura Indicar: uso de preservativos; não doar sangue/órgãos; sangramentos – proteger outras pessoas de contato Sintomas: anictericia, icterícia, fulminante e manifestações extra hepáticas o Assintomático + anti-HCV + Dosar carga viral: + = crônico/assintomático agudo; - = cura HCV: 500.000 = crônico; 1.000.000 = agudo assintomático Forma assintomática é a mais comum 2019.1 18 Diagnóstico o 1º sorologia anti-HCV (ELISA, Riba) o 2º dosagem da carga viral (biologia molecular) Tratamento o Eliminar sintomas; eliminar vírus; interromper progressão da doença (retardar cirrose hepática); prevenir descompensações; prevenir CHC o Interferon (SC) + ibavirina (VO) VI. INFECÇÃO POR RETROVÍRUS 1. Retrovírus Humano HIV 1 e 2: AIDS HTLV 1: leucemia; linfomas de células T; paraparesia espástica tropical; mielopatia associada ao HTLV HTLV 2: RNA diploide, fita simples, positiva; transcriptase reversa o HTLV 1 e 2 não causam imunossupressão, mas outros tipos de doenças Histórico HIV o Infecções causadas por HIV 1 e 2 são as responsáveis pela síndrome da imunodeficiência adquirida, sendo capazes de causar a imunossupressão propriamente dita o São distribuídos amplamente ao redor do mundo o O mais disseminado é o HIV 1 (o HIV 2 é muito mais frequente no continente africano e só tem 40% de homologia com o HIV 1) -existem várias teorias sobre como esse vírus se adaptou ao ser humano o Até a década de 80 não havia conhecimento sobre um vírus que causava a imunodeficiência nos homens; porém, na veterinária, sabia-se do vírus da imunodeficiência de grandes populações de macacos, principalmente na África (a partir dessa informação passou a ser pesquisado se esses dois vírus tinham semelhança entre si, por meio da biologia molecular) o No começo da epidemia na década de 80, por falta de recursos, foi difícil considerar a relação do vírus humano e animal o Com o advento da biologia molecular, foi visto que o parentesco é muito grande - a partir dessa informação passou a ser muito pesquisado o modo como esse vírus se adaptou ao ser humano - foi descoberto, então, que existem algumas tribos na África Cronificado Cura 2019.1 19 que tem costume de, principalmente nos homens, a primeira relação sexual deve ser feita com um macaco o Isso colabora para a origem da infecção pelo HIV, principalmente pela grande semelhança entre os vírus 2. Características Vírus composto por: o Núcleo o Envelope viral o Glicoproteínas – responsáveis por estimular o sistema imune dos homens, para que sejam criados mecanismos de defesa Uma vez formada a resposta humoral, ela é insuficiente para deter a infecção pelo vírus (mesmo que a produção desses anticorpos seja muito elevada, ela não consegue controlar a multiplicação e disseminação viral) Possui amplos períodos de mutação ao longo do tempo (isso impede a existência de uma vacina) Aparentemente nenhuma das glicoproteínas é capaz de, sozinha, desenvolver uma resposta imune que impeça o desenvolvimento da doença No microscópio eletrônico visualizamos os linfócitos T já cheios de vírus ao seu redor Diferentemente da hepatite B, por exemplo, em que a simples presença do anti-HBs já promove a imunidade do paciente diante da infecção. no caso do HIV, esse fato não existe – nenhuma das glicoproteínas foi capaz de, sozinha, desencadear uma resposta imune suficiente 3. Ciclo O vírus HIV, uma vez que entra no organismo humano, precisa de uma célula pa ra se desenvolver (como todo vírus), ainda mais por ser um vírus de RNA, então necessita de um maquinário de desenvolvimento de nucleotídeos proveniente do hospedeiro Quando entra no ser humano, ele pode infestar qualquer célula; porém, tem um tropismo pelos linfócitos T CD4 (se a célula for um leucócito, o vírus já está com meio caminho andado, pois já atingiu a linhagem dos linfócitos) Quando no organismo, se o vírus encontra um leucócito, ele pode infectar células T CD4 ou T CD8 2019.1 20 o Linfócito T CD4 é responsável pela memória dos processos infecciosos que já tiveram contato com um vírus, bactéria, entre outros microrganismos o Linfócito B é responsável por produzir anticorpos OBS.: a resposta imune é feita em conjunto: linfócitos T e linfócitos B. Em algumas doenças, a resposta humoral já é eficiente para combater a infecção, mas geralmente é necessário que ambos processos estejam trabalhando ao mesmo tempo (ex: tuberculose e AIDS – o fato de produzir anticorpos não faz nenhuma diferença, sendo necessária a resposta celular também) o As células T CD4: reconhecer o microrganismo, ela estimula o linfócito B e o linfócito T CD8 (célula NK). Essa é função do linfócito T CD4, enquanto não está infectado → essas ações acontecem enquanto a célula não está infectada pelo HIV Quando a célula T CD4 está infectada pelo HIV: o Num primeiro momento, esses vírus acabam debilitando a função e a atividade da célula T CD4, porque vão consumir o alimento destinado unicamente a ela – ou seja, a célula T CD4 terá que dividir seu alimento com o vírus, o que reduz a sua atividade o T CD4 continua andando pelo organismo, mas já não tem a mesma eficiência que antes (as vezes deixando passar alguns microrganismos) Ao longo do tempo essas células vão se debilitando, até que chega um momento em que morrem, diminuindo a quantidade de células T CD4 no organismo da pessoa (num adulto, esse nº varia de 250-600) Começo da infecção por HIV, a dosagem de celular T CD4 está dentro de um valor normal (500- 550 aproximadamente) – nesse momento, as células já estão infectadas pelo vírus, mas só tem a sua ação diminuída (nº de células normal não indica que o paciente não está infectado) Ao longo dos anos de infecção, a quantidade de células T CD4 vai diminuindo, até que chega num limite critico de 200 células (abaixo disso, a memória é tão ineficiente que até o vírus da gripe comum por causar estragos no individuo, podendo levar à morte desse paciente) Célula T CD8 tem a função de limpar e eliminar os microrganismos identificados pela célula T CD4 Valores normais: - célula T CD4: 250 a 600 - célula T CD8: 750 a 1500 RNA-vírus entra na célula e, através da transcriptase reversa, replica sua cadeia de RNA Após esse processo, ele monta uma nova célula, que forma um novo envelope viral e elimina um novo vírus para a corrente sanguínea Essa quantidade de vírus não é estável, pois ele permanece se multiplicando no organismo O paciente pode ficar de 6 meses a 12 anos sem manifestar sintoma nenhum da doença. Ou seja, o tempo que cada paciente demora para desenvolver os sintomas da doença depende muito da quantidade de vírus que o indivíduo adquiriu, principalmente. A precocidade dos sintomas se dá no paciente que, após a aquisição da doença, continua realizando atividades de risco para adquirir mais vírus (ex.: ele continua tendo relações sexuais desprotegidas, compartilhando agulhas, etc.) Com esse aumento da quantidade de vírus, o sistema imune se deteriora mais rápido – esse é o indivíduo que, após 6 meses a 1 ano já começa a ser mais susceptível a infecções oportunistas 4. Grupos M (maior): se divide em sutipos A a L (esses subtipos de recombinam entre si, formando outros subtipos de vírus, chamados recombinantes) O (outlier) N (new) Com todas essas possibilidades e vírus é muito difícil que o organismo crie uma memória e os anticorpos corretos, e é impossível uma vacina contra todas essas recombinações virais 5. Patogenia Infecção de células T CD4 e macrófagos Infecção disseminada Resposta imune específica: o Imunidade humoral 2019.1 21 o Imunidade celular o As respostas imunes são completamente ineficientes para a cura da doença, mas inicialmente consegue promover a destruição da maior parte dos vírus – Mesmo com a atividade do sistema imune, alguns vírus persistem Destruição gradual de celular T CD4 - desorganização da resposta imune - início das doenças oportunistas GENE PROTEÍNA FUNÇÃO GAG (antígeno de grupo) p17 p24* p9, p6 Matriz (proteção) Capsídeo (proteção) Nucleocapsídeo (proteção) POL (polimerase) p10 p31* p50 Protease (enzima) Endonuclease (enzima) Transcriptase reversa (enzima) ENV (envelope) gp120* gp41* Proteína de envelope Proteína de envelope (transmembrana) TAT (proteína transativadora) p14 Transcrição de todas as proteínas do HIV VER (regulador diferencial da expressão da proteína viral) p13 Aumenta a produção de proteínas estruturais transporta spliced/unsliced RNA do núcleo ao citoplasma NEF (fator regulador negativo) p27* Retarda a replicação do HIV VPR (proteína R viral) ? Inicia a produção de esteroides celulares para a produção de HIV VPU (proteína U viral) p16 Necessária para replicação viral eficiente e maturação/liberação por brotamento (*) + p23, gp45 - responsáveis por várias e diferentes funções dentro do vírus. São essas proteínasque estimulam o nosso sistema imune Todas as vezes que um vírus entra no nosso organismo, temos sempre um conjunto de células para nos defender – eosinófilos, basófilos e neutrófilos – promovem a resposta imune inata – linfócitos T, linfócitos B e células NK – promover a resposta imune adquirida Num primeiro momento, o vírus HIV é transportado para os linfonodos (aumentam de volume e ficam dolorosos); depois, os vírus saem dos linfonodos e promove uma viremia, quando sai dos linfonodos e fica na corrente sanguínea do paciente – nesse momento é iniciada a resposta imune adquirida, na intenção de diminuir a quantidade de vírus na circulação sanguínea Essa primeira ação do sistema imune promove a queda do número de vírus, com um controle parcial do processo de proliferação viral. Porém, essa primeira ação não é 100% eficiente, e o vírus passa por um período de latência, quando não estão se multiplicando – com o passar do tempo o controle imune vai ficando menos efetivo, até que se inicia uma destruição do sistema linfoide (principalmente dos linfócitos T) e o indivíduo passa a desenvolver as doenças oportunistas 6. Transmissão Mecanismos: o Contato homossexual masculino/heterossexual o Uso de drogas injetáveis (principalmente quando há compartilhamento de agulhas) o Transfusões/transplantes o Profissionais de saúde (acidentes com material biológico) o Transmissão vertical A maior quantidade de vírus no organismo se encontra em: sangue, sêmen e secreções genitais femininas 2019.1 22 Grupos de risco: o Contato sexual com pessoas contaminadas o Usuários de drogas injetáveis o Crianças de mães infectadas o Trabalhadores da área da saúde; laboratoristas o Hemofílicos; transfusionados; pacientes de transplantes Susceptibilidade o Pacientes refratários não tem o gene responsável pela formação de dois receptores da superfície do vírus (CCR5 e CXCR4) – com essa mutação, o vírus será incapaz de entrar na célula e acaba morrendo, pois não consegue se desenvolver no corpo do hospedeiro o Esses genes são responsáveis por produzir proteínas de adesão intercelular - cerca de 4 a 7% da população tem essa mutação – indivíduos imunes ao HIV 7. Filtração linfática Vírus entra no organismo e chega até a corrente sanguínea, e na sua primeira passagem no sistema linfonodal, ele é filtrado Vírus causa um processo inflamatórios nos linfonodos → promove a síndrome da AIDS aguda (resposta aguda do organismo frente à entrada do vírus e tentativa de disseminação do vírus) o Cerca de 15 a 45 dias, os vírus invadem todos os linfonodos do organismo, promovendo uma intensa adenomegalia + dor - febre 38 a 38,5° - Pode haver infiltração do baço e do fígado, que se tronam dolorosos SIDA o paciente vai procurar o atendimento médico por conta de: o Adenomegalia dolorosa o Febre o Hepatoesplenomegalia dolorosos à palpação 8. Diagnóstico Teste rápido negativo não exclui hipótese diagnóstica Sorologia: 1ª pesquisa anticorpos (AC) totais – anti-HIV (45 dias) o HI o IF o ELISA 2 resultados semelhantes; sendo que se houver divergência haverá uma segunda coleta 2ª Westen Blot (12 dias): sorologia para 7 fragmentos diferentes do vírus → 3 ou mais reagentes Dosagem da carga viral para HIV: o Qualitativo (diagnostico) o Quantitativo 9. Avaliação do status – imunidade 2019.1 23 10. Evolução da doença 10.1. Síndrome da AIDS Aguda 20-25% dos pacientes expostos ao vírus (independente da forma) desenvolvem Sintomas o Febre: 80-90% o Fadiga: 70-90% o Exantema: 40-80% o Cefaleia: 32-70% o Linfadenopatia (localizada ou generalizada): 40-70% o Faringite: 50-70% o Mialgia e/ou artralgia: 50-70% o Náusea, vomito e/ou diarreia (quadros não contínuos) o Sudorese noturna o Meningite asséptica o Ulceras orais e genitais o Trombocitopenia (plaquetas < 100000/mm3) o Linfocitopenia o Elevação doe níveis séricos de enzimas hepáticas Diagnostico diferencial = Síndrome mono-LIKE o Mononucleose infecciosa o Citomegalovirose o Toxoplasmose aguda o Sintomas semelhantes: febre e linfadenopatia o Diferencias: Mononucleose: apresenta dor de garganta Citomegalovirose: apresenta icterícia Toxoplasmose: linfonodos duros, não dolorosos à palpação o Laboratoriais Hemograma Mononucleose infecciosa: linfocitose; > 20% de linfócitos atípicos Citomegalovirose: ↑ bilirrubina – as custas da fração indireta; concomitantemente, ↑TGO e ↑ TGP Toxoplasmose: irrelevante 10.2. Fase sintomática AIDS Inicial o Sudorese noturna o Fadiga o Emagrecimento o Diarreia o Sinusopatias o Candidíase oral e vaginal o Leucoplasia pilosa oral o Gengivite o Herpes simples recorrente o Herpes zoster o Trompocitopenia (plaquetas < 100.000/mm3) Fase mais tardia: T CD4 < 200 10.2.1. Doenças oportunistas Vírus: CMV, Herpes simples o CMV não causa a Sd. Mono-LIKE; causa uma retinite: ↓ acuidade visual repentina (99% unilateral no início), sangramento abundante tanto central quanto periférico na retina; Risco! Pois, normalmente, não saberem que são portadores 2019.1 24 evolução rápida e irreversível – tto: ganciclovir EV 10mg/kg/dia em duas doses diárias, por 4 semanas; pode ser reativado Bactérias: micobacterioses – tb e complexo (extrapulmonares); Mycobacterium aviumintracellulare, Pneumonias (S. pneumoniae), Salmonelose Fungos: pneumocitose, candidíase, criptococose, Histoplasmose Protozoários: toxoplasmose, criptosporidium, isosporiase Neoplasia: sarcoma de Kaposi, linfomas, neoplasias intraepiteliais anal e cervical o Sarcoma de Kaposi: lesão de cor vinhosa, bem delimitada, normalmente não incomoda (não dolorosa, sem prurido); Pode aparecer como pequenas lesões avermelhadas – podendo ser confundida com Herpes simples – até manifestações semelhantes a erisipela (esta é dolorosa e tem uma temperatura maior = inflamação; + linfonodo inguinal) Diagnóstico: biópsia (lesão + tecido normal) Pode acometer mucosa 11. Tratamento Contagem de TCD4+ (600-1200 células/ml) e TCD8+ (800-1600 células/ml) o Atualmente todo portador inicia o tratamento independente dos valores dos linfócitos TCD4+ o Portadores podem vir com CD4+ normal quando estão infectados a pouco tempo o A finalidade é saber o status imune para realizar a melhor terapia o Se TCD4+ < 200 células/ml → pensar em prevenção primária à doenças oportunistas Dosagem de carga viral – consegue detectar ≥ 40 cópias virais o A carga viral serve como parâmetro para o acompanhamento do tratamento pois o objetivo do tratamento é diminuir o máximo a carga viral (se possível zerar ou indetectável) Assintomáticos sem contagem de linfócitos T-CD4+ disponível ou CD4+ > 350: Não tratar Assintomáticos com CD4 entre 200 e 350 células/mm3: Recomendar tratamento Assintomáticos com CD4 < 200: tratar + quimioprofilaxia para IO Sintomáticos: Tratar + quimioprofilaxia para IO Depois de 8 a 12 semanas de tratamento, a dosagem de carga viral precisa estar indetectável → se não estiver → ou não está fazendo o tratamento de forma correta ou possui vírus resistente ao tratamento realizado 12. Controle Tripé o Tratamento antirretroviral o Parte nutricional do paciente – equilíbrio o Estabilização na carga viral = “parar de ganhar vírus” Educação sexual (até entre casais onde os 2 são portadores; cada relação é uma troca viral nova) Contatocom infectados Toxicômanos Bancos de sangue e hemoderivados Manuseio de sangue 2019.1 25 13. HTLV Leucemia / linfoma de células T ou ATL Sem imunossupressão TSP (paraparesia espástica tropical) ou HAM (mielopatia associada ao HTLV): endurecimento dos MMII Associação com HIV: 10% Portadores assintomáticos: 1% VII. EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES FÚNGICAS NOSSOCOMIAIS Leveduras: imunocompetentes ↔ procedimentos invasivos + ambiente hospitalar Dimorficos: comunidade Filamentosos: imunossuprimidos (doença hematológico; transplante de medula/órgãos sólidos; DM1) ↔ doença de base + ambiente hospitalar 1. Introdução Infecções por Candida respondem por 80% de todas as infecções fúngicas documentadas no ambiente hospitalar Candida spp. é responsável por aproximadamente 8% dos microrganismos identificadas em hemoculturas Apresenta alta taxa de mortalidade (26-57%); mortalidade atribuída = 38% Infecções por Candida spp. são uma causa comum de sepse tardia em UTI neonatal população de maior risco = RN de muito baixo peso ao nascimento (< 1500g) – prematuros As infecções de corrente sanguínea por Candida spp. ocorrem após a 3ª semana de admissão na UTI neonatal Incidência: 1,6-12,9% dos RN de baixo peso ao nascimento (VLBW) Morbidade: 25%; mortalidade: 25-54% Neonatos adquirem a Candida por transmissão vertical ou nossocomial Mudanças na epidemiologia da candidemia: o Ao decorrer da década de 90 – C. albicans foi decaindo até chegar perto da infecção por C. não-albicans (C. tropicalis; C. glabrata; C. parapsilosis; C. guillermondii; C. krusei) o UTI começaram a introduzir fluconazol como método de prevenção o C. não-albicans não se alteraram em relação ao seu basal – descobriu-se que a maioria (C. parapsilosis e C. ºtropicalis) são resistentes a fluconazol o C. albicans continuaram baixas mas as não-albicans iniciaram a crescer – comprovando a resistência Epidemiologia de Candidemia no BR: comportamento das leveduras variam de acordo com o local de estudo Espécies Nº % C. albicans 196 43 C. tropicalis 105 23 C. parapsilosis 92 20 Pichia anômala 21 5 C. glabrata 17 4 C. krusei 4 1 Outras 18 4 Candidemia neonatal Candidemia nas UTI’s 2. Portas de entrada para Candidemia Translocação na TGI – passagem dos microrganismos através da parede intestinal para a corrente sanguínea 2019.1 26 o Fungimia e fungúria após a ingestão de solução com C. albicans Voluntario sadio Ingestão de solução com 1012 ufc de C. albicans Febre e calafrios após 2h de ingestão Culturas de sangue e urina: crescimento de C. albicans Cateter intravascular o Cateter venoso em posição central e candidemia – 90% ocorre durante a passagem Cerca de 5-7 milhoes de CVCs são implantados anualmente (EUA) CVC estabelece uma “ponte” entre AD do paciente e ambiente hospitalar 20-70% dos profissionais de saúde são colonizados transitoriamente por Candida spp. em suas mãos HMC + para C. albicans e não-albicans: formação de biofilme o Importância do CVC na manutenção de foco infeccioso Sem remoção do CVC, 8/11 pacientes com câncer e candidemia evoluíram com fungimia persistente Diminuição da duração da fungimia de 5,6 para 2,6 dias com a retirada de CVC, p < 0,001 3. Condições de risco para Candidemia em pacientes hospitalizados Uso de antibióticos o Microbiota normal: G+, GN, anaeróbias, leveduras o Tratamento empírico → BCP (G+ - vancomicina; GN – imipenem) → afeta microbiota (vancomicina → G+; imipenem → GN e anaeróbios) = diminuindo parte da população → ↓competição → alto crescimento das leveduras o Ação na colonização QT (ação na imunidade = pior resposta) Colonização prévia Nutrição pariental (ponte de infecção entre ambiente hospitalar e corrente sanguínea do paciente) Cirurgia (contaminação) Hemodiálise (ponte de infecção entre ambiente hospitalar e corrente sanguínea do paciente) Corticoesteróides (ação na imunidade = pior resposta) Câncer (ação na imunidade = pior resposta) CVC (ponte de infecção entre ambiente hospitalar e corrente sanguínea do paciente) Neutropenia (ação na imunidade = pior resposta) VM (aspirado da via aérea) Tempo de internação Outras 4. Fatores de risco para candidemia em neonatos identificados em analise multivariada Idade gestacional (< 32 semanas) = tratamento na UTI Baixo peso ao nascimento (≤ 1000g) = tratamento na UTI APGAR = vitalidade do RN (<5 aos 5 minutos) = criança deprimida, tratamento na UTI Score for Neonatal Acute Physiology (>10) = criança deprimida, tratamento na UTI Tempo de permanência na UTI neonatal (> 7 dias) Choque Nº de antibióticos (> 2) Nutrição parenteral (> 5 dias) CVC Doença GI 2019.1 27 5. Síndromes clinicas o Candidemia o Candidíase disseminada crônica o Candidúria o Peritonite pós CAPD (dialise peritoneal ambulatorial continua) 5.1. Candidemia Fatores relevantes no diagnóstico clínico de candidíase sistêmica o Persistência de sinais de sepse apesar de antibiotivoterapia, na presença de FR para candidemia Caso exemplo: paciente 35 anos, TCE –limpeza cirúrgica = UTI: CVC, EOT + VM, SVD; uso: oxacilina: G+, cefuroxina: GN e G+, metronidazol: anaeróbias Começou a apresentar febre, calafrios e hipotensão Prévia de coleta de culturas: HMC – CVC; aspirado traqueal – TR (EOT + VM); urina I + urinocultura – SVD = TU; LCR = SNC/FO; apesar de FR, 1º pensar em bactérias Tto empírico com top de linhas de antibióticos: G+ = vancomicina; GN e anaeróbios = imipenem – esperar 72hs de mudança de tratamento Mesmo com tratamento paciente continua com sintomas – sem melhora; iniciar pensamento de infecção por levedura Lembrar: C. não-albicans são resistentes a fluconazol; portanto, como estas são maioria no Brasil, iniciar tratamento com anfotericina B (amplo espectro e barato). Fluconazol é base de tratamento nos EUA e Europa; onde C. albicans é nº 1. o Endoftalmite: exsudatos inflamatórios na retina (5-30% dos casos) o Lesões de pele: nódulos violáceos (cerca de 10% dos casos) – embolias sépticas (iguais em Candida e em bactérias → biopsia de pele) 5.2. Candidíase crônica (candidose hepatoesplênica) Pacientes com doenças hematológicas malignas = imunossuprimido Febre, náuseas, dor abdominal e hepatoesplenomegalia após recuperação de neutropenia – volta de sintomas de infecção (após alta médica) Quadro radiológico-laboratorial: o Múltiplos abcessos em baço e fígado (podendo apresentar icterícia) – USG ou TC com foco o Alterações de enzimas hepáticas (F. alcalina, TGO, TGP) o HMC Tratamento: fluconazol (EUA/Europa) ou anfotericina B (BR) 5.3. Candidúria Cândida spp. é a segunda causa mais frequente de infecção no TU em hospitais terciários 50% das candicúrias tem candidemia concomitantemente Neonatos com candidúria estão particularmente predispostos a sofre candidíase renal, manifestada como bola fúngica ou abscesso renal IR = primeira manifestação clínica de candidíase disseminada o Oligúria, febre + laboratorial: aumento da creatinina e urina de baixa densidade (não consegue concentrar) 1º Assintomático. Pedido de exames para avaliar status de saude do paciente – Urina I: normal; urocultura: crecimento de Candida albicans > 100.000 u.f.c. = não trata por: não ter sintoma + urina I sem alteração, portanto, é colonizado por Candida, mas sem afetar paciente (status de colonização) 2º mulher, 37 anos (idade fértil), com queixade disúria e polaciúria; acordou no dia com febre e calafrios. Giordano +. Urina I: pH = 8, nitrito +, células 100000 leucocitos e 10000 hemácias. 2019.1 28 Diagnostico: infecção TU. Prescrição: primeiramente tratar como infecção urinaria comum – empírico (GN, E. coli): C2/3 ou quinolona. Retornar em resultado de cultura, pouca melhora dos sintomas – cultura C. albicans + > 106 u.f.c. = tratamento com fluconazol 6. Complicações da candidemia Durante internação o Prolongação de tempo de internação o Mortalidade: 38% Complicações tardias o Retinite → 3 semanas de tratamento o Meningite (crianças) → 3-4 semanas de tratamento o Osteomielite → 6-12 semanas de tratamento (agudo crônico) 7. Peritonite Fúngica pós CAPD 7.1. Etiologia G+: 10-40% GN:5-20% Fungos (leveduras): 2-10% Outros: 2-5% Tratamento empírico o G+ comunitário: C1ª; amoxacilina (S. aureus/epidermides) – 14 dias 7.2. Critérios diagnósticos São necessárias pelo menos 2 dos seguintes: o Presença de levedura/fungos filamentosos no exame direto ou cultura positiva subsequente o Presença de fluido de diálise turvo (leucócitos > 100 células/ml com > 50% neutrófilos) o Sintomas de inflamação peritoneal 7.3. Quadro clínico Fluido de diálise turvo: 99% Dor abdominal: 80-95% Sintomas GI: 7-36% Febre: 12-23% Calafrios: 33% Resistência abdomunal: 80% Descompensassão brusca (+): 60% 7.4. Fontes de infecção Contaminação durante troca de dialise Tratamento: + retirada do cateter (formação de biofilme) VIII. ZIGOMICOSE 1. Zigomicetos de importância clinica Ordem Mucorales - imunossuprimidos Ordem Entomophtorales - imunocompetentes Candidemia: 14-21 dias de tratamento Candidemia crônica: 4-6 semans de tratamento Candidúria: 7 (sem comorbidade) – 10 dias (com comorbidades) 2019.1 29 2. Introdução Mucormicose é o termo utilizado para descrever um grupo de infecções fúngicas causada por fungos da ordem Mucorales Doença de distribuição universao Doença aguda angioinvasica de evolução rápida e fatal Associada a alta mortalidade Novos antifúngicos Epidemiologia o Baixa incidência – 1,7% o Neoplasias hematológicas: 11,5% o Transplante de órgãos: 5,7% Modos de transmissão o Inalação de esporos o Implantação traumática o Ingestão de alimentos contaminados o Contaminação de ferida operatória e queimaduras (grandes áreas de exposição) Aumento do nº de casos desde os anos 40 – provável falta de notificação o Incidência na população de risco – DM1 1º DM1 descompensados/em cetoacidose o Acidose metabólica – faz com que SI (neutrófilos) não funcione adequadamente (pH ácido – predisponente a esse tipo de infecção) o Forma clínica - rinocerebral 3. Condições de risco Doenças hematológicas malignas (forma pulmonar) DM e IRC Imunodepressão (neutropenia, corticoterapia, HIV) Transplante: MO e órgãos (forma pulmonar em ambas) Terapia com deferoxona – uso para renais crônicos; estimular formação de hemácias (forma rinocerebral*, pulmonar, generalizada-disseminada) Usuários de drogas endovenosas (forma cerebral) 4. Formas clínicas Rinocerebral Pulmonar Tegumentar GI Disseminada (um foco – órgão + hemocultura +) 4.1. Determinantes da apresentação Porta de entrada o Implante traumático do fungo 4.2. Apresentação clínica 4.2.1. Rinocerebral Sinusite o Congestão nasal o Rinorréia sanguínea o Epistaxe Celulilte peri-orbital o Edema, eritema e dor o Congelamento orbita o Proptose 2019.1 30 o Perda visual Abcesso cerebral o Cefaleia o Alteração da consciência o Sinal focal – déficit motor; crise convulsiva 4.2.2. Pulmonar Mais comum: pneumonia Febre Desconforto respiratório Infiltrado pulmonar o Nódulo(s) o Consolidação alveolar o Cavitação Envolvimento brônquico o Atelectasia o Hemoptise 4.2.3. Cutânea Taxa de mortalidade 10% Lesões superficiais o Placas, pústulas, bolhas o Celulite, nódulos, ulceras o Ectina gangrenoso Lesões profundas o Fascelite necrotizante o Osteomiellite Traumas (não precisa ser imunossuprimido); tatuagens 4.2.4. GI Forma rara porem usualmente fatal (85%) Sítios o Etomago o Colo o Íleo Clinica o Febre, náusea e vômitos o Dor e distensão abdominal o Hematêmese, melena 5. Diagnóstico Imagem: definir sítio de envolvimento Pesquisa direta em fluido suspeito: utilidade se obtido de fluido estéril Cultura: colonização ou infecção Histopatológico: descrição: hifas hialinas, largas, não septadas, ramificadas em ângulo de 90° 6. TRATAMENTO Empírica (30 dias até crescimento das culturas) Controle da doença de base Remoção mecânica de focos de necrose Antifúngicos o Anfotericina B lipossomal (convencional): 1-1,5 mg/kg/dia ABCD 2019.1 31 ABLC o Formulações lipídicas em altas doses/Posaconazol Câmara hiperbárica? IX. CRIPTOCOCOSE EM AIDS 1. Introdução Gênero: Cryptococcus Espécies: o C. neoformans var. neoformans: Capsula mais delgada Ecologia: solo e fezes de aves Distribuição geográfica: universal Sorotipos: A, D e AD o C. neoformans var. gattii Capsula mais espessa, portanto, tempo de tratamento maior (16 dias) Ecologia: árvores de eucalipto (NE brasileiro) Distribuição geográfica: áreas tropicais (sul da California, Austrália, Dudoeste da Ásia, África) Melhor coloração: tinta da China/nanquim Envolta da levedura tem halo = cápsula – quanto mais grossa, mais resistente a tratamento; não associado a adaptações, mas sim a espessura direta para atravessar Divisão binária Epidemiológico o Distribuído em todos os continentes: na África é o maior (15-30%); América Latina (5- 10); EUA, Leste europeu e Austrália (6-10%) o Em muitos pacientes a criptococose é a 1ª manifestação da AIDS o Nos EUA: Com AIDS: sorotipo A Portas de entrada o TR o Rinofaringe (traves da lamina cribiforme) o Córnea (transplantado – renal*; e pós trauma) – cutânea o Inoculação direta (principalmente – trabalhadores de laboratórios - meningite Condições associadas o AIDS o Corticoideterapia ≥ 3 semanas o Linfomas o DM o Doenças do colágeno o Transplante renal 2. Formas clínicas 2.1. Pulmonar Incidência: 10% Disseminação para meningites ou sangue: 94% dos pacientes (coletar LCR – para saber se está limitado; maioria dos casos é assintomático-oligossintomático) Desenvolve em pacientes com CD4 < 100 células Apresentação clínica mais frequente o Nódulo pulmonar assintomático (45-50 anos) – avaliação radiológica de check up Vírus mais estabelecido Necessário imunossupressão 2019.1 32 Diagnóstico diferencial: neoplasia – biópsia o Pneumonia ou nódulo pulmonar sintomático Imunocompetentes e imunossuprimidos – muda a intensidade da lesão e dos sintomas; imunossuprimidos: queixas de pneumonia bem característicos (dor torácica, dispneia, febre, tosse) Diferencia de bactéria pela evolução: paciente sem risco para HIV/não HIV confirmado – RX típico: opacidade alveolar com broncograma aéreo (típico da lesão pneumônica) Tratamento empírico: PAC = C1ª/macrolídeo (casos específicos; pneumonias atípicas); se após 10 dias de tratamento, não houver relato de melhora = sinal de alerta! (paciente imunocompetentes, com quadro de pneumoniae tratamento adequado para bactéria) – pode pensar em bactéria resistente ou outro agente (funcho e micobactéria) – não pensa em vírus pela evolução Se pensar em bactérias resistentes: C3ª (15 dias internado) – tentar evitar essa situação G+: te, cápsula (> 7 dias); GN: sem capsula, com LPS – não pega corante (72hs – 1ª 24hs com piora clínica) LPS: estimulador dos mediadores de febre; reprime a MO (menos células de defesa) Ideal: broncoscopia com lavagem broncoalveolar (diferenciar fungo X bactéria resistente) – 72h para resultado; tratar com cefatiaxone empiricamente Fungo: tratar (mudar estratégia) pós resultado da broncoscopia com LBA o Pneumonia em paciente imunocomprometido Comportar-se da mesma forma que no caso anterior; mas por ser sabidamente imunocomprometido interna-lo imediatamente Internar e iniciar tratamento com antibiótico EV (C1ª - cefalotina) + solicitar pesquisa de antígeno de Cryptococico (3 dias) Se +: tirar antibiótico e tratar com antifúngico EV; com melhora em 7 dias, dar alta e continuar com tratamento domiciliar (antifúngico – fluconazol VO) Sintomatologia – curso clínico rápido o Febre (63%) o Malestar (61%) o Dor torácica (44%) o Perda de peso (37%) o Dispnéia (27%) o Sudorese noturna (24%) o Tosse (17%) o Hemoptise (7%) o Cefaleia (7%) Diagnóstico o Cultura de escarro ou broncoscopia com LBA*→ o Biópsia a céu aberto (nódulo) o Aspiração por agulha o Dosagem de antígeno criptococico*←: sangue, urina, LBA e LCR Anticorpo total – sem separação para IgM e IgG o Hemoculturas (lise-centrifugação) e cultura de MO o Diagnóstico radiológico Infiltrados alveolares e intersticiais (semelhante a pneumonia bacteriana) Lesões nodulares únicas ou múltiplas (comumente assintomáticos) Lesões cavitárias Derrame pleural Obs.: são imagens variadas, não são patognomonicos. Não é muito característica, e por isso, não é um exame confirmatório. Geralmente são periféricas. Podem ser vistos em raio X de tórax simples, na TC Obs.: no exame físico tem estertoração crepitantes assim como na pneumonia. 2019.1 33 2.2. Criptococose no SNC Incidência: 70-90% Formas clinicas o Meningite subaguda o Meningoencefalite Sintomatologia (se já chega com sintomas neurológicos a coleta de LCR é apenas para prognóstico) o Cefaléia o Febre o Letargia → coma o Mudanças de personalidade o Perda de memória Diagnóstico o LCR (semelhante a meningite crônica) Pleocitose: 50-200 células – linfo/monocitário Glocorraquia: normal ou diminuída (20-30) Proteinorraquia: aumentada (>100 – maior tempo de evolução = reação sistema imune-fungo) o Tinta da china: + 50% o Cultura para fungos: aguar subouraud 75% o Hemoculturas: lise-centrifugação > 70% o Pesquisa de antígeno criptococico 95% Passagem do criptococo para o parênquima cerebral = “gelatina”, imagem em queijo gruyer (radiológica) = patomineumonica 2.3. Disseminada 2 ou mais focos Identificado na via hematogênica = hemocultura 3. Tratamento Há doença de base com depressão imunitária? AIDS X não-AIDS? Pacientes aidéticos tem doença de base, portanto, tem uma manutenção para evitar recaída Órgãos acometidos o SNC: precisa de tratamento hospitalar (não ambulatorial) + antifúngico que atravessa BHE 3.1. Forma pulmonar Observação clínica ambulatorial Triazólico – fluconazol 200mg VO 12/12hs o 10-12 semanas se for C. neoformans o 14-16 semanas se for C. gattii Anfotericina B EV – 1 mg/Kp/dia; diluir em soro glicosado 5% (500 ml) – 1x/dia o Para alérgicos aos triazólicos ou quando paciente está grave (intubado, VM, UTI) o Para evitar efeitos colaterais: administrar em bomba de infusão continua em 4hs o Espera sair da gravidade → após 2-3 semanas de EV → VO – continuar = tratamento acima (somar os dois períodos) 3.2. Criptococose/disseminada Sempre começa internado Anfotericina B (± 5 Fe) o 1mg/Kp/dia o 1º LCR característico; tinta da china +; cultura + 2019.1 34 o 2º (1º controle) pós 1 semana: melhora do LCR; tinta da china +/ cultura – (antifúngico agindo contra crescimento) o 3º (2º controle) pós 2 semanas: melhora do LCR; cultura - o 2 culturas negativas = pode passar para outro medicamento o Manutenção: 0,5mg/Kp/dia + 500 ml soroglicosadado → EV por BIC 4h (hospitais dia), de segunda a sexta (*); em casos de alergia a fluconazol Fluconazol (± 5 Fe) o 200mg EV 12/12h o 5ª-6ª semana com cultura - → VO; podendo continuar em domicilio o 7ª-8ª semana com cultura – Sem AIDS/doença de base conhecida = acabou tratamento Com AIDS/doença de base conhecida: passa para uma fase de manutenção = continuidade do tratamento com objetivo de evitar recaídas 1º zerar carga viral; depois há recuperação na contagem de CD4 (pode demorar 3-4 anos) Fluconazol 200mg VO 1x/dia – caso não seja alérgico Efeito pós antibiótico (ex.: azitromicina) – ex.: PAC = antibiótico consegue manter o nível sérico (adequado) em até 10 dias após terminar tratamento Efeito pós antifúngico (exceção: equinocandinas): antifúngico consegue manter nível sérico (adequado) em até 15 dias (*) Itraconazol 3.3. Derivação VP/VA (ventrículo peritoneal/ventrículo atrial) no tratamento de hidrocefalia secundaria à criptococose Disfunção na reabsorção do LCR → aumento dos ventrículos = hidrocefalia secundária → 3 manifestações: cefaleias intercaladas; crises convulsivas; rebaixamento no nível de atenção Casuística: 10 pacientes com hidrocefalia; alterações significativas de consciência Derivações: 3DVA, 3 DVP DV/sintomas: mediana 11 dias DV/tratamento: mediana 7 dias Evolução: 9/10 casos há melhora neurológica (sem disseminação); negativação de cultura em 100% (mediana de seguimento: 5 anos) Aumento da densidade do LCR e dificultam a passagem/reabsorção; produção aumentada e reabsorção diminuída (causas mecânicas) Por isso, precisa de medidas de derivações/por peritônio ou por átrio D (corrente sanguínea), sempre na vigência de um tratamento específico Não fazer nos primeiros 7 dias de diagnóstico É uma complicação tardia (acontece em 10º dia de tratamento no final da segunda semana de tratamento) Pode até ter uma cultura negativa de LCR, mas há uma identificação (sorologia/antígeno) no LCR, portanto não soa capazes de se reproduzirem e disseminarem para outros órgãos Há uma dor de cabeça que não melhora com corticoide (há muito liquido na cavidade); corticoide não melhroa por ser o problema mecânico Pode ter comprometimento neurológico (sonolência, coma e até mortalidade/morbidade) → obrigatoriamente vão para casa com a derivação. Normalmente não é temporal e sim para o resto da vida Derivação: craniotomia → insere o cateter → entra dentro do ventrículo pela calota craniana → cateter vai até o peritônio ou no AD → liquido vai para lá e vai ser drenado Se mesmo com o dreno, ocorrer dor de cabeça, pode ser por uma reativação da doença ou por uma obstrução do dreno 2019.1 35 X. ANTIBIOTICOTERAPIA Aspectos a serem considerados: Estado clinico do paciente (se for ficar internado a opção tem que ser, provavelmente, por EV ou IM) Integridade dos mecanismos de defesa (transplantes, HIV +, quimioterapia) Condições eletrolíticas, metabólicas e nutricionais (ligação fármaco-proteínas plasmáticas) Condições patológicas (ex.: renal crônico – aumenta efeitos adversos) Historia de hipersensibilidade = alergia (penicilina) Agenteinfeccioso (95% das infecções vem da própria microbiota, por falha do SI – ex.: amidalite = Streptococcus G+/ infecção urinaria = Escherisch coli GN): precisa saber a colonização de cada local Sitio de infecção (típico de G+/GN/os 2) Modo de aquisição da infecção (previa hospitalização; comunitárias são mais sensíveis) Antes de iniciar a terapia antimicrobiana, tentar isolar o agente responsável pela infecção e se possível realizar o antibiograma Propriedades do antimicrobiano (maioria não penetra devidamente na próstata – prostatite crônica) Mecanismo de ação Espectro de atividade Propriedade farmacocinéticas: absorção, distribuição, metabolismo e excreção Dose, intervalo, via de administração Interação medicamentosa Efeitos colaterais Vias de eliminação e/ou metabolismo Preço Concentração sérica máxima e mínima Meia vida (intervalo entre doses) 1. Β-lactamicos 1.1. Penicilinas (PNC) 1.1.1. Naturais A. Cirstalina o Apresentação = 1.000.000 (pediátrico) e 5.000.000 (adulto) por frasco o Uso (adulto): 12-30 milhões UI/dia (+ SF 0,9% 150ml) com intercalo 4/4h o EV (um dos únicos) o 4/4h intervalo máximo: 2-3x valor da ½ vida o Espectro de ação: o G+ comunitárias (S. pneumonie – 14 dias por ser encapsulada) o Anaeróbicos (>24 milhões UI/dia) o Leptospira sp (2 milhões UI + SF 0,9% 150 ml, 4/4h, 7 dias) o Actinomyces sp (cervicofacial) o T. pallidum(sífilis congênita e terciaria) o BHE: 7,8% o Correlação na IR: não o Gravidez: A (uso livre – sem achados de toxicidade nem de teratogenia) o Crianças: desde RN B. Procaína: o Apresentação: 400 mil UI/frasco o Uso: 400 mil UI IM de 12/12h o Espectro de ação: BG+ comunitárias 2019.1 36 o BHE: zero (fármaco composto = penicilina+procaína (anestésico)) o Correção na IR: não o Gravidez: A o Crianças: desde RN C. Benzatina o Apresentação: 600 mil UI/frasco (pediátrico) e 1.2 milhoes UI (adulto) o Uso: 1.2 milhões IM com intervalos de 1-4 semanas o Espectro de ação: o BG+ comunitárias o T. pallidum (sífilis primária, secundária e latente) o BHE: zero o Correlação na IR: não o Gravidez: A o Crianças: desde RN 1.1.2. Semissintéticas A. Ampicilina, amoxicilina o Apresentação: o Ampicilina 500 mg VO e 1 g EV o Amoxicilina 500 mg VO o Uso o Ampicilina 500 mg VO 6/6h o Ampicilina 2g EV 4/4/ - 6/6h o Amoxicilina 500 mg VO 8/8h o Espectro de ação: o G+ comunitários o Leptospira sp o Actinomyces sp (Benxatina: diferença não pega T. pallidum) o BHE: 4-65% o Correção na IR: não o Gravidez: A o Crianças: desde RN 1.1.3. Resistentes às penicilinases A. Oxacilina o Apresentação: 500 mg e 1 g EV o Uso: 2g EV 4/4h o Espectro de ação: o G+ comunitários: S. aureus e epidermis o BHE:10-15% o Correção na IR: não o Gravidez: A o Crianças: desde RN 1.2. Cefalosporenas Não funcionam contra as ESBL 1.2.1. 1ª geração Espectro de ação: G+ comunitários Apresentação o Cefalexina 500mg VO o Cefalotina 1g por frasco EV o Cefazolina 2g por frasco EV 2019.1 37 Uso o Cefalexina 500mg VO 6/6hs o Cefalotina 2g EV 4/4hs o Cefazolina 2g EV 8/8hs BHE: 4% (déficit no tratamento de meningites) Correção na IR: não Gravidez: A Crianças: desde RN 1.2.2. 2ª geração Espectro de ação: G+ comunitários e GN comunitários Apresentação: o Cefuroxina 500mg VO o Cefuroxina 750mg por frasco EV Uso o Cefuroxina 500mg VO 12/12hs o Cefuroxina 750mg por frasco EV 8/8hs Concentra adequadamente na bile (tratamento para infecções nas vias biliares – ex.: colecistites) BHE: 11,6-13,7% Correção na IR: sim → calcular clearance creatinina > 50 ml/min 10-50 ml/min < 10 ml/min 750 ml 8/8/hs 750 ml 12/12hs 750 24/24hs Gravides: A Crianças: desde RN 1.2.3. 3ª geração Espectro de ação: GN comunitários Apresentação: o Ceftrixone 500 mg e 1g por frasco EV e IM o Cefotaxina 500 mg e 1g por frasco EV e IM o Ceftazidima 1g por frasco EV e IM o Cefoperazona 1g por frasco EV e IM Uso o Ceftrixone 1g EV 12/12hs o Cefotaxina 2g EV 8/8hs o Ceftazidima 1g EV 8/8hs o Cefoperazona 2g EV 12/12hs BHE o Ceftrixone: 1,5-7% o Cefotaxina: 4-55% (1ª escolha) o Ceftazidia: 14-45% (2ª escolha) o Cefoperazona: 32% (2ª escolha) Correção na IR: sim, exceto Ceftriaxone (toxicidade hepática) Gravidez: A Crianças: desde RN 1.2.4. 4ª geração > 50 ml/min 10-50 ml/min < 10 ml/min Cefotaxina: 1g 8/8hs Ceftazidia/cefoperazona: 2g EV 8/8hs Cefotaxina: 1g 12/12hs Ceftazidia/cefoperazona: 1g 8/8hs Cefotaxina: 1g 24/24hs Ceftazidia/cefoperazona: 1g 12/12hs Exceto: Pseudomonas auruginosa; mas pega Estreptococcus pneumonae GN comunitárias, inclusive Pseudomonas auruginosa Quantidade que passa pela BHE depende da condição que se encontra as meninges – quando se encontram no aspecto normal, maior a quantidade que passa, quando mais inchada, menos atravessa 2019.1 38 Espectro de ação: GN hospitalares Resistente as β-lactamases Apresentação: o Cefepime 500mg e 1g EV e IM; 2g EV o Cefpiroma 1g e 2g por frasco EV Uso: o Cefepime 2g EV 12/12hs o Cefpiroma 2g EV 12/12hs BHE: o Cefepime: 11,8% o Cefpiroma: não tem dados Correção na IR: sim Gravidez: A Crianças: desde RN 1.3. Carbapenens Apresentação: o Imipinem/ciastatina: 500mg por frasco o Meropenem: 500mg e 1g frasco EV e IM o Ertapenem: 1g frasco EV e IM o Doripenem: 250mg por frasco EV Uso o Imipinem/ciastatina: 500mg EV 6/6hs o Meropenem: 1g EV 8/8hs o Ertapenem: 1g EV/IM 1x/dia o Doripenem: 500mg EV 8/8hs Espectro de ação: GN hospitalares, anaeróbicos (inclusive Bacteroides fragiles) Eficientes contra ESBL BHE: o Imipenem: 8,5% o Meropenem: 11% Correção na IR: sim Gravides: o Imipenem C o Meropenem B Crianças: desde RN – exceto Imipenem Reação de hipersensibilidade 2. Glicopeptídeos Vancomicina, teicoplanina Apresentação o Vancomicina 500mg EV o Teicoplanina 400mg EV/IM Uso a nível ambulatorial (IM + 1x/dia) Uso o Vancomicina 1g (SF 0,9% 250ml) EV 12/12hs o Teicoplanina 400mg EV/IM 1x/dia Expectro de ação: G+ hospitalares BHE o Vancomicina: 7-14% (≥ 5%; pode tratar meningites) o Teicoplanina: não se recomenta Correção na IR: sim Gravidez: C 2019.1 39 o Risco-beneficio: dar > não dar Crianças: desde RN Efeitos colaterais – vancomicina: o Síndrome do pescoço vermelho: patologia mal interpretada como uma reação alérgica – com vermelhidão (tórax superior para cima) + prurido local (pode ainda ser relatado: falta de ar, mal-estar geral); mas na verdade, está ligada com a ↑velocidade de infusão da droga (tideal=60min) Parar de gotejar droga, esperar 60-70’, normalmente pode retornar depois, pois sintomas passaram Alergia: vermelhidão e prurido normalmente generalizados/difusos Teicoplanina ↑↑↑$ (> 16x mais cara que a vancomicina) o (Teicoplanina também): uso prolongado (≥ 3 semanas): mudanças na função renal → IR 3. Oxazolidinonas Linezolida Apresentação o 300mg VO (bem absorvida = níveis séricos adequados) o 600mg EV Uso: 600mg VO/EV 12/12h Espectro de ação: G+ hospitalares BHE: 60-70% (preferível para tratar meningites em vez dos glicopeptídeos) Correção na IR: não Gravidez: C Crianças > 12 anos Muito mais caro que vancomicinas, porém pela eficiência na passagem da BHE, normalmente é escolhida o Primeiro uso da vancomicina é excelente (queda de 90% na 1ª semana), no entanto dai em diante como passa menos droga a queda é bem menor (95% em 3-4 semanas) o Linezolida tem resolução em 10 dias o Enterococcus resistentes a vancomicina 4. Polimixinas Polimixinas B e E Apresentação o Polimixina B 500.000 UI EV e intratecal o Polimixina E 1.000.000 UI EV e intratecal Intratecal: pode levar inflamação (edema) Uso o Polimixina B 15.000(menos grave, mais estável) -25.000 (mais grave: endocardite, meningite, sepse) UI/kgP/dia EV div a cada 12/12hs (em BIC) o Polimixina E 30.000-60.000 UI/kgP/dia EV div a cada 8/8hs (em BIC) SF 0,9% 250ml EV t/t em BIC D0/D14 (> 1x/dia de administração) ou D1/D14 (1x/dia) Ex.: paciente com 60kg: PoliB: 25x60 = 1.500.000 UI/dia = 750.000 UI 12/12hs PoliE: 60X60 = 3.600.000 UI 12/12hs = 1.200.000.000 UI/dia Espectro de ação: GN hospitaçares o Eficientes contra carbapenemases (KPC – K. pneumoniae; E. coli, P. aeruginosa, A. Baumanii) BHE: não tem dados Correção na IR: sim Gravidez: D Crianças > 2 anos Efeitos colaterais: 2019.1 40 o Hiperpigmentação da pele – bronzeamento definitivo o Alta toxicidade: nefrotóxica, hepatotóxica, neurotóxica 5. Quinolonas 5.1. 1ª geração Norfloxacina o Apresentação: 400mg VO o Uso: 400 mg VO 12/12h Espectro de ação: GN comunitários BHE: zero Correção na IR: não o Concentra muito bem no TU, mas não alcança nível sérico o Ambas apresentações: febre, disúria, poliúria, Giordano + Na cistite: é muito eficiente, boa performance Na pielonefrite: não tem função (toxicemiado – sudorese = pele brilhante + olhos fundos – MEG) Gravidez: C Crianças: >8 anos (pode haver alteração no desenvolvimento da estatura) 5.2. 2ª geração Ciprofloxacina; Ofloxacilina; Pefloxacilina Apresentação: 5.3. 3ª geração Apresentação o Levofloxacina 500mg VO e EV o Gatifloxacina 400mg VO e EV Uso: o Levofloxacina 500mg EV 1x/dia o Gatifloxacina 400mg EV 1x/dia Espectro de ação: o GN e G+ comunitários o M. tuberculosis o Bactérias atípicas (2ª opção): M. pneumoniae, L. pneumophyla, Clamydia sp o 1ª opção no tratamento de coqueluxe BHE: levofloxacina 16% Correção na IR: sim Gravidez: C Crianças: >8 anos Efeito colaterais o Meteorismo e dor abdominal (maior espectro → afeta microbiota intestinal → superpopulação de algumas bactérias (principalmente anaeróbias) → produção de gases) o Urticarias o Toxicidade hepática (hepatopatas) 6. Macrolideos Eritromicina (precursor – curta ½ vida), azitromicina, claritromicina Apresentação o Eritromicina 500mg VO o Azitromicina 500mg VO e EV o Claritromicina 500mg VO e EV Uso 2019.1 41 o Eritromicina 500mg VO 6/6hs o Azitromicina 500mg VO ou EV 1x/dia o Claritromicina 500mg VO ou EV 12/12hs Espectro de ação o G+ cunitarios o Helicobacter pilory o Micobacterias atípicas (1ª opção): M. avium, M. Kansasi, M. marinum, Clamydia sp BHE: não atravessa Correção na IR: não Gravidez: eritromicina e azitromicina = B; claritromicina = C Crianças: após 28 dias de vida (pós período de RN) Muito usado para pacientes que não podem usar penicilinas Efeitos colaterais o TGI: náuseas, vômitos, irritabilidade gástrica (dor epigástrica em queimação), pirose o Toxicidade hepática (hepatopatas de base) 7. Aminoglicosideos Nunca devem ser utilizados em monoterapias – grupo de fármacos indutores de resistência (quinolonas, cefalosporinas) Associações o S. aureus, S. epidermides = oxacilina (monoterapia 10 dias) + aminoglicosideo → 3 dias o Enterococcus sp = ampicilina/vancomicina/ limezolida + aminoglicosideo (sinérgico) o Pseudomonas aerugies = C3ª (ceftazidina, cefoperazona)/ C4ª (cefepime) + aminoglicosideos (sinérgico) o T. pulmonar ou ex. COXCIP (R.I.P.E.) > 50 kg = 4x 35-50kg = 3x >35 kg = 2x Excesso: hepatite medicamentosa Tratamento alternativo = amiclaxina + ciprofloxacina + etambotol Não se absorvem Apresentação o Amicacina 500mg EV o Gentamicina 80mg EV o Estreptomicina 500mg e 1g EV e IM Uso o Amicacina 500mg EV 12/12 hs o Gentamicina 80mg EV 8/8hs o Estreptomicina 500mg e 1g EV ou IM 1x/dia Efeitos colaterais o Nefrotóxico: mas muito utilizado em pacientes que fazem diálise o Ototóxico (nervo coclear) 8. Glicosamidas 8.1. Lincosamidas Apresentação o Clindamicina 600mg EV ou 300mg VO Uso o Clindamicina 600mg EV 6/6hs o Clindamicina 300mg VO 6/6hs Espectro de ação o G+ comunitários e anaeróbios – exceto Bacterioides fragiles 2019.1 42 o Toxoplasma gondii (na gravidez não pode usar sulfa que seria a primeira opção) o Pneumocystis jiroveci Muito usado na pneumonia aspirativa (G+, anaeróbios = clindamicinas; e GN = C2/3, quiminolona). Também no caso de abcesso pulmonar (G+, anaeróbios e GN) BHE:10% Correção na IR: não (metabolismo exclusivamente hepático) Gravidez: B Crianças: após 28 dias de vida (metabolismo hepático) Efeitos colaterais o Reação alérgica cutânea o Hepatotoxicidade 9. Sulfas Sulfadiazina; sulfametoxazol-trimetoprim (bactrim), sulfadoxina Classificação & apresentação o Meia vida rápida: sulfadiazina 500mg VO o Meia vida intermediaria: sulfametoxazol-trimetoprim 400/800mg VO e EV o Meia vida longa: sulfadoxina 500mg VO Uso o Sulfadiazina 100mg/kg/dia VO dividido a cada 6/6hs o Sulfametoxazol-trimetoprim 100mg/kg/dia EV/VO divididoa cada 6/6hs Espectro de ação: o G+ e GN comunitários o Toxoplasma gondii (1ª opção) o Pneumocystis jiroveci o Paracossidiodes brasiliensis (fungo; não é a 1ª escolha, seria intraconazol) o Nocardia asteroides (altinomicose – bactéria filamentosa) BHE: 40% Correção na IR: sim (não causa lesão renal, mas cerca de 40% é eliminado pela urina em forma de cristais de sulfa → necrose tubular aguda → IRA; para evitar, o paciente deve estar muito bem hidratado. Pacientes HIV+ que já tiveram toxoplasmose, reativam esta → granuloma dependendo da localização: déficit motor, déficit nível de consciência etc.) Gravidez: D Criança: desde RN Efeitos colaterais o IRA por necrose tubular aguda – medida de prevenção: hidratação o Mielotoxica (deprime a MO impedindo a produção de hemácias, leucócitos e plaquetas – 1ª anemia, 2ª leucopenia, 3ª plaquetopenia) – 68% dos pacientes apresentam diversos graus de alteração medular o Hepatotoxicidade 10. Antianaeróbicos Bacteroides fragilis o Inatamente resistentes: PNC cristalina Clindamicinas o Uso Carbapenens Cloranfenicol Metronidazol o Coloniza TGI naturalmente (válvula íleo-cecal para frente) – portanto se trata quando houver alguma lesão à nível de intestino grosso 2019.1 43 XI. ANTIFÚNGICOS Fungos o Leveduras: cândida; Cryptococcus; Malazeshia furfur o Dimórficos: P. brasiliensies (lavoura); H; capsulantium (aves – galinhas* e morcegos; nas fezes desses animais ricas em nitrogênio); C. immitis (caçador de tatu - terra) o Filamentosos: Aspergilus; fusariuma; Zygomicetos Classificação o Polienicos Anfotericina B deoxicolato Anfotericina B lipossomaç o Azolicos: cetoconazol, fluconazol, itraconazol, voriconazol posaconazol o Equinocandinas: caspofungina, micafungina,andulafungina 1. Polienicos Apresentação o Anfotericina B deoxicolato 50mg EV (carga positiva → se “gruda” na parede da arteríola aferente do glomérulo → vasoconstrição → ↓FG → ↑ureia e creatinina no metabolismo) o Anfotericina B lipossomal 50mg EV (capsula de gordura = impede vasoconstrição, portanto, sem IR) Uso o Anfotericina B deoxicolato 0,5-1mg/kp/dia o Anfotericina B lipossomal 3-5mg/kp/dia Espectro de ação: o Leveduras: Candida spp. (exceto C. lusitanea, C. auris); Cryptococcus spp.; Trichosporon spp. o Fungos filamentosos: Aspergillus spp., Fusarium spp., Scedosporium spp., Zigomicetos o Fungos dimórficos: P. brasiliensis, H. capsulatum, Sporotrix shencki etc BHE: não concentra no LCR, porem boa concentração no parênquima cerebral Correção na IR: o Anfo B deoxicolato: sim (a partir do 5º-6º dia de uso, começa a se observar perda de finção renal) o Anfo B lipossomal: não Gravidez: B Crianças: desde RN 2. Azolicos: Precursor: cetoconazol Apresentação o Cetoconazol 400mg comprimidos VO. Dose: 400mg 12/12hs o Fluconazol 100mg e 150 mg capsulas VO – dose 200mg 12/12hs 200mg EV – dose: 200mg 12/12hs o Itraconazol: 100mg capsulas VO – dose: 200mg 12/12hs Levedura e dimorficos o Voriconazol – lefeduras, filamentosos e dimórficos; exceto: Zygomicetos 50mg e 200mg VO – dose: 200mg 12/12hs 200mg EV – ataque: 6mg/kp 12/12hs o Posaconazol – mais completa (pega os 3 tipos) 300mg VO e EV – dose: 300mg 1x/dia Espectro de ação: o Leveduras (fluconazol, itraconazol, voriconazol): Candida spp., Cryptococcus spp., Malazessia furfur 2019.1 44 o Filamentosos: Aspergillus spp. (itraconazol, voriconazol), Zygomicetos (posaconazol) o Dimórficos (itraconazol): P. brasiliensis, H. capsulatum, Sporothrix sjencki BHE: fluconazol e voriconazol = 22-100% Correção na IR: sim 3. Equinocandinas Apresentação: o Caspofungina 50 mg EV o Micafungina 100mg EV o Anidulafungina 100mg EV Uso o Caspofungina 70mg EV 1º dia; 50mg/dia o Micafungina 100mg 1x/dia o Anidunfungina 100mg 1x/dia Espectro de ação o Leveduras: Candida spp., Cryptococcus spp. o Fungos filamentosos: Aspergillus spp BHE: não atravessa Correção na IR: não Gravidez o Anidulafungina: B o Caspofungina e micafungina: C Crianças: o Micafungina > 4 meses o Caspofungina e anidufungina > 28 dias