Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Infectologia: Profissionais que estudam as doenças causadas por patógenos (bactérias, fungos, protozoários e vírus) ANAMNESE • IDENTIFICAÇÃO Nome completo — é o passo principal para fazer o prontuário correto e colabora no diálogo com o paciente; Endereço — é uma forma de contato e ajuda a revelar algumas características da re- gião que podem ser relevantes para o diagnóstico; Idade — outro fator importante para ser avaliado, pois algumas doenças se manifes- tam de maneira diferente dependendo da faixa etária; Estado civil — esse dado também pode ajudar na análise do caso; Gênero e identidade — algumas doenças são mais incidentes no sexo feminino, en- quanto outras acometem mais aos homens (além disso, essa informação indica o pro- nome de tratamento que o paciente deseja receber); Raça ou etnia — algumas complicações de saúde têm fatores de risco genéticos ou que podem estar associados à cor de pele do paciente; Profissão — determinadas profissões podem colocar a pessoa em contato com situa- ções ou instrumentos que põem a saúde em risco; Procedência — permite saber se o paciente visitou alguma região recentemente, se esteve em áreas de risco ou se entrou em contato com pessoas que estão com alguma doença contagiosa; Hábitos — tabagismo, sedentarismo, alcoolismo, uso de medicamentos, entre outros costumes, podem estar relacionados ao desenvolvimento de diversas patologias • QUEIXA PRINCIPAL Depois de identificado, o paciente precisa se sentir aberto para fazer a sua queixa prin- cipal, ou seja, a razão pela qual ele foi procurar um atendimento médico. “O que trouxe o senhor aqui hoje?”, “Como podemos te ajudar?” ou “Há quanto tempo o senhor está com essa dor?” com as palavras dele. Uma dica é escrevê-la com as mesmas palavras ditas pelo indivíduo, caso sejam obje- tivas. Ex: ‘Dor pra fazer xixi’, ‘dor de cabeça’, ‘estômago embrulhado’,.. • HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) Parte mais importante da anamnese, onde você escreve a doença do paciente, de acordo com a semiologia. Deve escrever de ordem cronológica. Coletar toda a informação considerada útil relatada pela paciente relevante ao motivo – queixa principal - que a trouxe para a consulta, levando em consideração início, du- ração, intensidade dos sintomas, evolução, fatores de alívio e de agravo e condições associadas. V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Dentro dos fatores de alívio é importante ser registrado o uso ou não de medicamen- tos ou outros métodos; e nas condições associadas, tratamentos anteriores relaciona- dos à queixa principal. Não realizar o registro, neste ponto da história, de exames la- boratoriais ou de imagem, pois esta é uma fase subjetiva da consulta. Recomendamos que seja anotado após o exame físico. Exemplo: Paciente relata que há cerca de 5 dias, iniciou um quadro de dores na coluna torácica, irradiando para a lombar. De intensidade 8 de 10. Desencadeia quando abaixa e/ou pega peso, persistindo nos períodos vespertinos. Fez uso do anti-inflamatório Meloxi- can pelos últimos 3 dias de 12/12 horas. Nega dispneia, nega tosse, nega trauma físico • IDAS—investigação dos diversos aparelhos e sistemas/ REVISÃO DE SISTEMAS Quando fazemos as interrogações sobre os diversos aparelhos do corpo hu- mano – dica crânio-caudal Pele e anexos: nega máculas, nega icterícia, nega prurido; Cabeça: apresenta cefaleia, nega tontura, nega vertigem; Olhos: nega escotomas, nega lacrimejamento, nega dor ocular; Nariz: nega coriza, nega anosmia, nega epistaxe; Orelhas: nega otalgia, nega zumbido, nega prurido; Orofaringe: nega odontalgia, nega xerostomia, nega disfagia; Aparelho cardiovascular: nega edema, nega palpitação, nega síncope; Aparelho respiratório: Nega tosse, nega dispneia, apresenta dor torácica; Aparelho digestório: nega vomito, nega flatulência, nega diarreia, apresenta hemorroi- da; Aparelho genito-urinário: Nega piuria, nega poliúria, nega disúria; Aparelho locomotor: nega câimbra, apresenta fraqueza muscular, apresenta mialgia; Sistema nervoso e psiquismo: apresenta nervosismo, apresenta insônia, apresenta so- nolência diurna • HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA Internações; Cirurgias Uso de medicações contínuas / alergias • HISTORIA FAMILIAR Além do mais, é importante saber se houve doenças antecedentes e se elas podem estar relacionadas ao caso atual. Analisar o prontuário do paciente pode ajudar tam- bém a compreender melhor o seu histórico médico. Outro ponto importante para buscar saber em um atendimento é se alguém próximo da família manifestou sintomas ou foi diagnosticado com alguma doença que possa ter caráter genético ou contagioso. • HISTÓRIA SOCIAL / HÁBITOS DE VIDA Tabagismo; Etilismo Parceiros sexuais (H/M ou os dois) / Hábitos sexuais Uso de drogas; Tatuagens (hepatite B) V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S EXAME FÍSICO EXAMES COMPLEMENTARES Diagnóstico Laboratorial em Infectologia Exames gerais: Informações a respeito da provável etiologia: hemograma e proteínas de fase aguda (PCR, Pró-calcitonina, Ferritina e Fibrinogênio) Hemograma: **Série vermelha Anemia eventual (doença subaguda ou crônica) **Série branca Neutrofilia: infecções bacterianas geralmente (leucocitose—aumento até de segmentados) Leucocitose (com ou sem desvio); Desvio escalonado/esquerda: formas jovens de granu- lócitos (mieloblastos, promielócitos, mielócitos, metamielócitos e bastões) *muitas células jovens Leucopenia mais comum em infecções por bactérias gram negativas e tuberculose. (queda no numero de leucócitos totais) Linfopenia e linfocitose comum de ocorrer em quadros virais (queda no numero de linfóci- tos—define se a infecção é bacteriana ou viral) Leucocitose só infecção causa? NÃAAAAOOOOOO (não tratar exames) Queimaduras Pós operatório imediato IAM Quadros inflamatórios (gota/vacinação/transfusão) Medicamentos (anticonvulsivantes, antibióticos, antipsicóticos) Doenças auto-imunes Proteínas de fase aguda PCR (para definir conduta é necessário PCR seriado) *fazer curva serve para fazer controle (melhora/piora do quadro) É ótimo marcador inflamatório • Proteínas cuja síntese aumenta de modo exponencial e rápido bem no início do proces- so infeccioso. • Proteína C Reativa é a mais utilizada Sintetizada no fígado e aumenta de 1000 a 10.000 x poucas horas após o inicio do pro- cesso inflamatório. Validade de valores seriados e não isolados. • Pró-calcitonina (PCT) Bom Valor preditivo negativo - valores normais excluem processo infeccioso. • Ferritina e Fibrinogênio Usar com cautela – sobreposição entre processo inflamatório x infeccioso (não usar de forma isolada) V A N E S S A L U D W I G Diagnóstico clínico-epidemiológico x clínico-etiológico P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Exames específicos: *busca pelo agente específico Urina com cultura, hemoculturas, liquor, ,PCR viral, sorologias V A N E S S A L U D W I G DIAGNÓSTICO DIRETO DIAGNÓSTICO INDIRETO Pesquisa do agente etiológico se faz com o uso de técnica que detecta o próprio agente infeccioso Ex: HMC para bactérias, fungos, PCR para COVID Pesquisa de uma reatividade do organismo infectado face à presença do agente infec- tante. Regra geral, isso é praticamente sinô- nimo de pesquisa de anticorpos Ex: Sorologia para Toxoplasmose IgG e IgM, antígeno para COVID. *resposta de memória Sorologias: após 7° dia P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Os pesquisadores estimam que, se não forem feitas mudanças em nível global, a resistên- cia a antibióticos pode levar a morte de 10 milhões depessoas por ano a partir de 2050, o que representa uma morte a cada 3 segundos *resistência ao fluconazol *resistência aos antimicrobiano (ciprofloxacino—não usar para ITU) Uso de ATB -> sobrou um agente específico -> ele se desenvolve -> multirresistência Bactéria multirresistente Meios que aumentam a chance de desenvolver uma bactéria multirresistente V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S As bactérias são microrganismos que tem DNA de cadeia dupla circular e paredes celula- res. A maioria das bactérias vive extracelularmente É uma das formas de classificar é através da coloração de gram, em positivas e negativas. Descoberto em 1884 por um bacteriologista dinamarquês Diferentes graus de permeabilidade na parede dos microorganismos GRAM +: retem o cristal violeta devido a presença de uma espessa camada de peptidogli- cano em suas paredes celulares, apresentando-se na cor roxa GRAM -: possuem uma parede de peptidoglicano mais fina que não retem o cristal violeta durante o processo de descoloração e recebem a cor vermelha no processo de coloração final *composição da célula bacteriana Importância de lembrar que em cada local da célula atua um ATB específico *onde amoxicilina atua. V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Resistencia Natural ou intrínseca Decorrente de características inerentes a célula bacteriana e que já existe antes da expo- sição a um determinado antimicrobiano Polimixina B-Gram positivo (serratia, stafilo aureus) *ampi C Resistencia adquirida Surge quando cepas resistentes emergem de populações bacterianas originalmente sensí- veis em geral, após exposição Resulta de uma alteração genética que se expressa bioquimicamente em resposta a ação dos antimicrobianos 4 tipos: V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Enzimas são o principal mecanismo* Diminuição do surgimento de novos antibióticos V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Doença mais comum entre os seres humanos *Maioria de etiologia viral RINOFARINGITE AGUDA Resfriado comum Doença mais comum na infância Etiologia viral (rinovírus, coronavírus, VSR, parainfluenza, influenza, coxsackie, adenovírus) • Processo inflamatório da mucosa nasal • Obstrução dos óstios dos seios paranasais e tubária • Causa infecção bacteriana secundária (SINUSITE e OTITE MÉDIA AGUDA) Transmissão: horas antes dos sintomas até 02 dias após o início (gotículas, contato intimo) Gripe ou Resfriado? Quando bacteriana? Febre persistente.. Piora dos sintomas depois dos 5 dias Quando viral se resolve em (5-7 dias) Gripe: influenza A (principal) V A N E S S A L U D W I G RINOFARINGITE AGUDA SINUSITE AGUDA FARINGOAMIGDALITE AGUDA P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Diagnóstico é clínico Exames complementares são úteis para descartar complicações*** -> PCR (quadro agudo) Quando baixo: origem viral Quando alto: origem bacteriana -> VHS serve + para doenças reumatológicas e infecciosas de longa duração Tratamento é sintomático É autolimitada, resolve-se em 5 a 7 dias SE SINTOMAS: -> Dipirona 500mg 6/6h (1g dose máxima) Efeitos colateral: hipotensão (risco maior—idosos) -> Paracetamol 500-750mg 6/6h ou 8/8h -> Ibuprofeno 400-600mg 8/8h -> Nimesulida 100mg 12/12h -> Tylenol sinus 6/6h ou 8/8h Tosse é mecanismo de defesa, assim como a febre (diarreia, vômito) EM CASO de tosse relacionada a IVAS: (tosse por hiper-reatividade-> CE...) Codeína*** -> 1 indicação: tosse relacionada a neoplasia. TIPOS DE MEDICAMENTOS: SIMILAR: mínimo posso que contém (está em estudo ainda) GENÉRICO: mesma quantidade que o referencia (REFERÊNCIA: 1g) Ordem de escolha —-> similar -> genérico -> referencia Prevenção: higiene da tosse, lavagem de mãos e distanciamento social V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S SINUSITE AGUDA Infecção dos seios paranasais Pode ser viral ou bacteriana Duração menor de 30 dias Fisiopatologia: • Inflamação dos seios paranasais • 2 estruturas ósseas (maxilar, etmoidal, frontal e esfenoidal) • Comunicação com as fossas nasais através de pequenos orifícios—óstios • Acúmulo de secreção nesses seios causa a inflamação dos mesmos levando a sinusite. Sinais/Sintomas: Tosse noturna com gotejamento pós nasal Febre Cefaleia frontal Rinorreia Pressão facial * celulite periorbitária é sinal de etimoidite Diagnóstico é clínico Anamnese + Exame Físico = Diagnóstico Exames complementares: TC de seios da face para avaliar complicações Tratamento é sintomático Corticoide tópico (budesonida 50mcg de 12/12h); Lavagem nasal (SF 3%) V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Se evidência de infecção bacteriana: Amoxicilina 500mg de 8/8h Amoxicilina + Clavulanato 500/125mg de 8/8h Cefuroxima 250mg 12/12h Aziromicina 500mg 1x/dia (criando resistência após covid—Macrolídeos-) FARINGOAMIGDALITE AGUDA Infecção aguda da orofaringe Maioria viral—75% (rinovírus, adenovírus, influenza) Bacteriano (estreptococo beta-hemolítico, o Streptococcus pyogenes do grupo A) Transmissão: gotículas, contato intimo Incubação: 2 a 5 dias Diagnóstico é clínico Exames complementares: ASLO -> anti-estreptolisina (Anticorpo contra estreptococo) HMG e PCR Tratamento: Sintomáticos ATB (encurtam a fase aguda e diminuem complicações) Penicilina Benzatina (1.200.00 UI IM profundo dose única) Amoxicilina 500mg 8/8h Complicações: Febre Reumática Glomerulonefrite Escarlatina Abscesso periamigdaliano V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Complicações: FEBRE REUMÁTICA 2 a 3s após amigdalite streptocócica Principalmente dos 5 aos 15 anos Diagnóstico com critérios de Jones modificado 2 critérios maiores ou 1 critério maior e 2 menores E Infecçao streptocócica recente. Ocorre cardite e vasculite - autolimitadas ou progressivas Válvula mitral -> aórtica Tratamento com AINE + ATB profilático (Benzetacil a cada 21 dias) ESCARLATINA Ação de endotoxinas Sinais/Sintomas: Rash cutaneopapular e eritematoso—pele áspera Linfonodomegalias Vômitos Febre e eritema em orofaringe Sinal de Filatov (palidez perioral) Sinal de Pastia (presença de petéquias e hiperpigmentação em linhas de flexão) GLOMERULONEFRITE Após infecção de faringe ou pele 24% dos expostos a cepas nefritogênicas Síndrome nefrítica 1 a 2 semanas após a infecção Sem relação com tratamento prévio ABSCESSO PERIAMIGDALIANO Extensão da infecção localizada na amigdala para estruturas do espaço periamigdaliano Inicialmente como celulite evoluindo para a formação do abscesso Sinais/Sintomas: Odinofagia acentuada e unilateral com trismo, halitose e piora da disfagia Tratamento: envolve drenagem e uso de corticoide V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S MENINGITES Processo inflamatório que envolve aracnoide, LCR e pia-máter Processo inflamatório resulta de uma infecção que pode ter diversos agentes—bactérias, vírus, fungos (+ comum: triptococo) e parasitas (ex: neurocisticercose/toxoplasmose). MENINGITES AGUDAS Doençagrave -> RÁPIDA EVOLUÇÃO Diagnóstico precoce + tratamento imediato = prognóstico V A N E S S A L U D W I G Dentre as infecções, a meningite apresenta as mais altas taxas de morbi/mortalidade P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S LÍQUOR Líquido que circula entre o encéfalo e a medula espinhal; 150 mL de líquido circulante; Ultrafiltrado do sangue, composto basicamente de cloreto de sódio, glicose, proteínas, glóbulos brancos e hormônios ***FORMADO nos plexos coróides e reabsorvidos nos vilos aracnóides. Equilíbrio entre formação e reabsorção e importante para manter a pressão intracraniana. Funções: fornecer nutrientes, remover metabólitos e proteção, funcionando como um amortecedor. O liquor apresenta baixa concentração de imunoglobulinas e complemento sendo portanto um sítio favorável a multiplicação das bactérias. MENINGITE BACTERIANA Fisiopatologia ATENÇÃO!! Listeria monocytogenes • Bactéria intracelular • Meningite e gastroenterite • Disseminação hematogênica -> invasão da barreira hematoencefálica V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Epidemiologia Meningites bacterianas predominam no inverno Principal causador: meningococo 2° maior causa atual: meningite pneumocócica Meningite por H. influenzae após a vacinação—queda de 90% Quadro clínico: Podem estar presentes: confusão mental, fotofobia, crises convulsivas; Exame físico: MENINGITE BACTERIANA MENINGOCÓCICA Neisseria meningitidis Diplococo gram negativo capsulados (penetração no SNC) Colonização assintomática nasofaringe e orofaringe—20% da população O ser humano é o único hospedeiro natural (reservatório) sendo a maioria dos sorotipos colonizadores não capsulados e pouco virulentos Transmissão: gotículas e contato 13 sorogrupos conhecidos Patogênicos: A, B, C, Y, e W135 (vacinas) Sorogrupos A predomina nas epidemias na África e Ásia Sorogrupos B e C são mais comuns na Europa, Austrália e Américas, incluindo Brasil. V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S MENINGITE BACTERIANA PNEUMOCÓCICA Streptococcus pneumoniae Diplococos gram positivos encapsulados Presente na microbiota residente do trato respiratório superior 90 sorotipos capsulares descritos BR: 14, 1, 6B, 5, 6A, 23F, 19F, 9V, 3, 4, 10A, 8 e 7F Precedida por infecção das vias aéreas superiores (OMA/ Sinusite/ Mastoidite..) FR: alcoolismo, asplenismo, doença falciforme (< 1 ano e > 50 anos) 20 a 30% de mortalidade quando tratada 16 a 20% de sequelas quando tratada Pneumo10/23 previne 70% Uso de corticoide—dexametasona 0,15mg/kg de 6/6h por 4 dias (antes) Preocupação atual: crescente resistência a ATB MENINGITE BACTERIANA H. INFLUENZAE Haemophilus Influenzae Coco-bacilo gram negativo capsulado 6 sorotipos: A, B, C, D, E e F Linhagens não encapsuladas: presentes na orofaringe da maioria das pessoas saudáveis. Tipo B encapsulado (HiB) é o causador de doença Secundária a otite, sinusite e baixa imunidade Mortalidade em torno de 5% dos casos tratados Complicada com graves sequelas neurológicas—surdez, atraso no desenvolvimento e cri- ses convulsivas. Anticorpos maternos confere proteção nos primeiros 6 meses Vacina contra HiB > 2 anos Janela de susceptibilidade por 2-3 anos. V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Diagnóstico laboratorial Hemograma PCR Hemocultura 2 amostras Líquor Punção lombar TC? Solicitar: Glicemia capilar Cultura Tinta da china VDRL e gram V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Positividade em torno de 75-90% “Kit” para a pesquisa de antígenos no líquor de: Neisseria meningitidis Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae Streptococcus agalactiae Escherichia coli Tratamento Ceftriaxone 2g de 12/12h Ampicilina 2g de 6/6h Medidas de profilaxia e controle Todas as meningites devem ser notificadas já na suspeita Potencial epidêmico Prognóstico depende do diagnóstico precoce Quimioprofilaxia—quando? V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S MENINGITE BACTERIANA—VACINAÇÃO V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S MENINGITE VIRAL Etiologia: Enterovírus (80%) - Echovírus e Coxsackievírus; Herpes Simples tipo 2 (HSV-2); Arbovírus—Dengue, Zika, Chikungunya; Arenavírus—Coriomeningite linfocítica; Vírus da imunodeficiência humana (HIV); Varicela zoster (Herpes vírus tipo 3 – HHV-3 ou VZV) Epstein-Barr (Herpes vírus tipo 4 – HHV-4 ou EBV) Citomegalovírus (Herpes vírus tipo 5 – HHV-5 ou CMV) Sarampo (Morbillivirus) Caxumba (Paramyxovirus) Transmissão: Fecal-Oral Conjuntiva ocular/sangue Maior incidência verão Quadro clínico: Febre mais baixa Cefaleia Confusão mental Rigidez de nuca muitas vezes não presente Diagnóstico laboratorial Hemograma PCR Hemocultura 2 amostras Líquor Punção lombar RNM? Solicitar: Glicemia capilar Cultura/ Tinta da china/ VDRL e gram Painel viral por PCR Tratamento: Maioria auto-limitado em 7-10 dias Aciclovir 10mg/kg/dose de 8/8h em casos de suspeita de HSV Ganciclovir 5mg/kg/dose de 12/12h em casos confirmados de CMV sintomáticos V A N E S S A L U D W I G P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Infecção sem disfunção orgânica Qualquer infecção sem sinais de gravidade Ex.: amigdalite e pneumonia Sepse 1 disfunção orgânica + infecção Ou 2 sinais de SIRS Choque séptico Infecção com disfunção orgânica e hipotensão refratária ou lactato > 2mmol Infecção é o fator desencadeante do choque Lactato: - Produzido quando não há respiração pelo ciclo de Krebs - Presente na falta de oxigênio - Sinal de hipoperfusão de tecido = choque INFECÇÃO Desencadeia choque séptico Suspeita ou confirmada SIRS -> depende do diagnóstico do quadro infeccioso para considerar gravidade FC > 100 (taquicardia) FR > 22 (taquipneico) Leucocitose ou leucopenia Hipotermia (< 36°) ou hipertermia (> 38°) Diagnóstico Presença de 2 sinais DISFUNÇÃO ORGÂNICA -> sepse Avaliação de órgãos De modo crânio-caudal Clínica • Neurológico: rebaixamento do nível de consciência (RNC)/delirium • Respiratório: FR > 22 • Cardiológico: PAS < 90/ PAM < 65 • Excretor: diurese < 0,5 ml/kg/h Laboratorial Lactato (vai estar alto) - Para avaliar perfusão tecidual Fígado: INR > 1,5 / KPTT > 50 ou 60 Bilirrubina total e fracionada Rim: Creatinina > 2 V A N E S S A L U D W I G QSOFA TODA DISFUNÇÃO ORGÂNICA CLÍNICA OU LABORATORIAL É SEPSE P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G QSOFA: -> disfunção orgânica clínica Alterações neurológica Alteração respiratória Alteração cardíaca Diagnóstico: Pelo menos 1 alterado CHOQUE SÉPTICO Causado por infecção Mecanismo 1. Infecção inicial 2. Liberação de citocinas inflamatórias 3. Vasodilatação periférica 4. Hipoperfusão tecidual 5. Hipóxia 6. Favorece aumento de citocina inflamatória - Tecido em sofrimento Tratamento • Ataque de volume de soro (30ml/kg) • Droga vasoativa - Noradrenalina • Correção da hipóxia P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G CITOCINAS VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA HIPOPERFUSÃO TECIDUAL HIPÓXIA Choque neurogênico Choque cardiogênico Choque hipovolêmico EM RESUMO: INFECÇÃO CHOQUE HIPOVOLÊMICOMecanismo 1. Hipoperfusão 2. Hipóxia 3. Liberação de citocinas inflamatórias 4. Vasodilatação periférica 5. Hipoperfusão CHOQUE NEUROGÊNICO Mecanismo 1. Vasodilatação periférica 2. Hipoperfusão 3. Hipóxia 4. Citocinas inflamatórias 5. Vasodilatação periférica CHOQUE CARDIOGÊNICO Mecanismo 1. Hipóxia 2. Liberação de citocinas inflamatórias 3. Vasodilatação periférica 4. Hipoperfusão tecidual 5. Hipóxia P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G A primeira causa de internação É uma doença inflamatória aguda Causa infecciosa (vírus, fungos e bactérias) Ocupa os alvéolos pulmonares de fluido (secreção), impedindo a troca gasosa Etiologia (pneumonia bacteriana): S. pneumoniae (30-70%) Mycoplasma, Chlamydia e Legionella (8-48%) H. influenza e (4-18%) Enterobactérias (2-10%) S. aureus (2-10%) P. aeruginosa (1-4%) P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G FR PARA PSEUDOMONAS SP. USAR: METRONIDAZOL FISIOPATOGENIA Vias de acesso ao parênquima pulmonar Disseminação hematogênica Inalação de aerossóis Aspiração de secreções Reativação local (ex: tuberculose) DIAGNÓSTICO CLÍNICO P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G Exames complementares Ureia aumentada é um fator de má prognóstico e é um dos critérios para internação. Ur acima de 65 Hemocultura negativa não exclui Procalcitonina: normal fala a favor de que não é um quadro bacteriano. Não está dis- ponível amplamente no sistema Gasometria arterial: po2 e o pco2. ver como está o Po2. com saturação no dedo tb consegue ver, mas é indireta e causa vasoconstrição ai altera, além do esmalte ver- melho tb altera. E a gaso dá um valor real. HMG: leucocitose com desvio a esquerda, por bactéria / HMG de vírus: linfopenia PCR bactéria: alto / PCR por vírus: baixo Cultura: saber qual patógeno tratar. Não consegue sempre. Escarro: para tirar o catarro do pulmão. De manhã cedo, sem escovar os dentes. As pessoas não conseguem fazer isso e ninguém explica. Lavado bronco alveolar Exames de imagem RX de tórax: incidência em PA e PERFIL O RX demora mais para aparecer melhora. Só pode se suspeitar de piora. Fazendo tto e está no 4 ou 5 dias e não melhora, ou derrame pleural (nesses casos faz RX de controle ) TC de tórax: solicitar quando suspeita que tem alguma complicação USG de tórax: solicitar quando paciente está na UTI, que [e mais fazer de fazer na beira do leito. Derrame pleural ajuda, vai mostrar as consolidações só que é operador dependente). Pneumocócica que faz consolidação lombar P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G - Infiltrado difuso bilateral => vírus e pneumonia atípicos - Padrão algodonoso => pneumonia por S. aureus - A etiologia só consegue com a cultura mesmo!! TRATAMENTO 30-40% de etiologia definida Terapia empírica é o que prevalece P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G Paciente que não tem sinal de gravidade: não tem diferença usar a monoterapia ou tera- pia combinada, não tem diferencia na mortalidade, mas sim na resistência. ESCORE DE GRAVIDADE CURB-65 British Thoracic Society PAC Não inclui doenças associadas e fatores sociais Se usa para pneumonia adquirida na comunidade, nao se usa para hospitalar Falha: não pega as comorbidades dos pacientes Na decisão do tratamento considerar também: Extensão radiológica Grau oxigenação Fatores sociais e econômicos Prevenção: Vacinação (COVID, Influenza, Pneumo13 e Pneumo23) TERAPIA COMBINADA MONOTERAPIA Beta-lactâmico/ Quinolona + macrolídeo Graves Pneumococo e bacteremia (reduz a mortali- dade) Beta-lactâmico Quinolona Macrolídeo Sem diferença se não tem gravidade P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G PNEUMONIA VIRAL Agentes: Influenza A e B Parainfluenza 1,2 e 3 Vírus respiratório sincicial Adenovírus COVID SINTOMAS Início insidioso e TAX mais baixa. Taquicardia ou taquipneia fora de proporção à temperatura. Achado pulmonar positivo bilateral. Uma escassez de achados físicos no exame pulmonar desproporcional ao nível de in- capacidade. Pneumonia hospitalar: considerar após 72h de internação!!!! TRATAMENTO Sintomático / Infecção secundária? Pneumonia Aspirativa ocorre por entrada anormal de fluido, partículas ou secreção endógena nas vias aéreas inferiores Fisiopatologia: Pneumonite química aspirativa (Síndrome de Mendelson) • Lesão química -> pela acidez gástrica -> lesão ao epitélio da mucosa traqueobrônqui- ca e ao parênquima pulmonar. • Variabilidade na apresentação, desde infiltrados pulmonares assintomáticos até sín- drome do desconforto respiratório agudo. • Inicialmente é um processo estéril, mas pode evoluir com infecção bacteriana secun- dária. • Majoritariamente, caracteriza-se por rápida melhora clínica e radiológica em 1 a 2 dias Diagnóstico: Locais mais acometidos: Segmento superior de lobo inferior Segmento posterior de lobo superior P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G Tratamento: Amoxicilina + Clavulanato 500 + 125mg 8/8h Ceftriaxone 2g + Clindamicina 600mg 8/8h Ampicilina + Sulbactam 3g 6/6h Complicação principal: Abscesso pulmonar LEMBRAR: P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G Conceitos Cavidade peritoneal é um espaço fechado e estéril Cavidade é altamente eficaz contra infecção Macrófagos residentes na cavidade Sistema linfático na superfície do diafragma que absorve líquidos e partículas Bloqueio de um processo infeccioso pelo omento/vísceras Peritonite Infecções intra-abdominais difusas Primária (hematogênica) e secundária Abscesso Infecção intra-abdominal isolada e limitada pelo organismo dentro de um órgão ou na ca- vidade peritoneal Apendicite aguda Úlcera péptica perfurada Abscesso pancreático Colecistite aguda Diverticulite aguda Perfuração intestinal – peritonite MICROBIOTA O número e as espécies de agentes infecciosos aumentam ao longo do trato gastrointesti- nal de 102 a 103 bactérias por mL no estômago para 1011 a 1012 no intestino grosso Polimicrobiana: bactérias anaeróbias, gram-negativas e gram-positiva ATB sozinho não resolve!! COMO ESCOLHER O ATB? P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G ATENÇÃO! Fungo? • NPT (nutrição parenteral): nutrição venosa. Comida que entra direto na veia do paci- ente • Múltiplas abordagens • Longa internação Fungo não é a primeira hipótese diagnóstico de infecção abdominal!! QUAL ATB NÃO UTILIZAR?? INFECÇÕES COMUNITÁRIAS INFECÇÕES HOSPITALARES E.coli e Bacteroides fragilis Ceftriaxone 2g 1x/dia + Metronidazol 500mg EV 8/8h Ampicilina + Sulbactam 3g EV de 6/6h Pseudomonas spp, Enterobacter, Proteus, S. aureus oxaR, Enterococcus, Bacteroides fragilis e Candida Cefepime 2g de 8/8h + Metronidazol 500mg de 8/8h Piperacilina + Tazobactam 4,5g 6/6h P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G E o tempo? Sem tempo mágico Abscesso prolonga tempo CASOS ESPECIAIS Apendicite Aguda Fase inicial - profilático na indução Fase mais avançada– avaliar clínica para definir tempo Perfuração do TGI alto - Profilaxia por 24h se corrigido em 12h 12h - terapia mais prolongada Ex: esôfago que rompeu com um corpo estranho; Se em 12 consegui corrigir: fazer só profilaxia - Se ficou mais de 12h: mais prolongado Colecistite aguda - Entidade inflamatória da vesícula e não infecciosa Se suspeita de infecção - utilizar por 24h • Enterobacterias • E. coli • Anaeróbios - Estender uso se complicações. - Não precisaria usar ATB para colecistite. Pancreatite aguda APENAS se necrose e infecção associada Jejum, hidratação, pancreatite aguda inicial não usa ATB P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G É a presença de bactérias na urina, com limite mínimo de 100.000U formadoras de colô- nias por ml de urina. • Segunda infecção bacteriana mais comum na prática médica • Incidência em mulher é o dobro que no homem até os 50 anos 50% das mulheres ao menos 1x na vida ITUr afeta 10% das mulheres com mais de 60 anos Bacteriútia assintomática 2-10% da população Fisiopatologia P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G Etiologia E. coli S. saprophyticus Proteus spp Klebsiella spp Enterococcus faecalis ITU hospitalar: enterobactérias P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G SINTOMAS DIAGNÓSTICO: Anamnese + Exame físico + Laboratorial Diagnóstico laboratorial Urocultura > 100.000UFC/ml colhida de jato médio de forma asséptica PU com clínica e: leucocitúria/hematúria/nitrito positivo Hemocultura—25-60% de positividade (associado a gravidade da doença) Leucocitúria sem ITU (DSTs, glomerulopatias, litíase) Diagnóstico por imagem ITU NÃO COMPLICADA Quadro agudo -> esporádico ou recorrente -> cistite ou pielonefrite -> mulheres / sem anormalidades anatômicas e funcionais ono trato urinário ou comorbidades ITU COMPLICADA Quadro agudo -> esporádico ou recorrente -> cistite ou pielonefrite -> grávidas/ anorma- lidades anatômicas ou funcionais do trato urinário, SVD e doenças crônicas P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA Trata-se: Mulheres gravidas Pré procedimentos urológicos PROSTATITE Grupo heterogêneo de doenças da próstata Sintomas predominantemente urinários irritantes ou obstrutivos e dor perineal Infecção bacteriana da próstata e fatores inflamatórios não infeciosos e/ou espasmo dos músculos do diafragma urogenital. Dor perianal Dor a palpação prostática PSA geralmente elevado Tempo prolongado de ATB (4-6 semanas) Tratamento ITU BAIXA Bactrim—avaliação perfil P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G Tratamento ITU alta Bactrim—avaliar perfil Prostatite—prolonga tratamento Tratamento ITU recorrente Definição: 2 episódios em 6 meses 3 episódios em 12 meses *medidas de higiene e comportamentais Em resumo: CLÍNICA É SOBERANA—NÃO TRATAR O EXAME COLETA DE FORMA ASSÉPTICA E DE SVD NOVA QUINOLONA É A ULTIMA OPÇÃO DE TRATAMENTO MEDIDAS COMPORTAMENTAIS AUXILIAM P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G Conceitos: Linfadenopatia Aguda ou subaguda Sintomas constitucionais: febre, faringite, esplenomegalia, rash cutâneo e fadiga Epstein Barr Vírus Citomegalovírus Toxoplasmose HIV EBV—EPSTEIN BARR VÍRUS (MONONUCLEOSE) Epidemiologia: todos expostos Contaminação: saliva por até 18 meses; sexo (suspeita) Clínica: Linfadenopatia cervical simétrica e discreta dolorosa Febre Faringite dolorosa Esplenomegalia Rash cutâneo P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G Tratamento Corticóide CITOMEGALOVÍRUS—CMV Epidemiologia: todos expostos Transmissão: saliva, urina, fezes, LM Clínica: Linfadenopatia cervical simétrica e discreta dolorosa Febre Faringite dolorosa menos comum Esplenomegalia Rash cutâneo Tratamento Ganciclovir TOXOPLASMOSE Epidemiologia: todos expostos Transmissão: ingestão de oocitos, fezes de gato, carne com cistos, transplacentária, transplante (TX). P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G Clínica: (NÃO TEM ODINOFAGIA) **imunocomprometidos 80& é assintomática Linfadenopatia generalizada (cervical posterior) Febre ‘’arrastada’’ 2-3sem com + Mialgia Hepatoesplenomegalia Comprometimento ocular -> encaminhar para o oftalmologista Tratamento Sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico x Bactrim HIV Retrovirose aguda 50-90% ate 04 semanas após a exposição Febre e linfadenopatia generalizada em mais de 90% dos casos Faringite, esplenomegalia e exantema maculopapular Autolimitado **SEMPRE PENSAR EM HIV P R 1 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Infecção aguda que atinge derme e subcutâneo -> pode ou não estar associada a sintomas sistêmicos Sinais locais de inflamação E -> Febre -> Leucocitose -> Comprometimento geral Fisiopatologia: Pele maior órgão do corpo humano Microbiota cutânea Staphylococcus Coagulase Negativo / Coryneobacterium spp Propioniobacterium acnes/ S. aureus/ Streptococcus spp Flora normal diminui - Patogênica aumenta As condições fisiológicas e circulatórias locais e o status imunológico do indivíduo são os maiores determinantes de defesa do hospedeiro contra os patógenos Mecanismo de infecção: Ruptura da integridade da epiderme Porta de entrada mesmo a distancia: micose interdigital (frieira—mecanismo de porta de entrada para erisipela), colonização das vias aéreas Strepto B, sinusopatias (celulite peri- orbitária). Via hematogênica: S. pneumoniae, Vibrio Vulnificus (via gastrointestinal—frutos do mar, alimentos crus, mangue -> paciente desenvolve erisipela BILATERAL), C. neoformans Staphylococcus aureus Porta de entrada costuma ser evidente e, com frequência, há infecção local. V A N E S S A L U D W I G ERISIPELA CELULITE Superficial Envolvimento de vasos linfáticos da derme Estreptococcus B—hemolítico, do grupo A (EGA) Mais profunda Atinge derme profunda e tecido subcutâneo difícil delimitação S. aureus e Streptococcus do grupo A são os agentes mais comuns P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S O patógeno também está associado as síndromes mediadas por toxinas/ toxemia/ endo- cardite Streptococo do grupo B Colonizadores da região anogenital causam infecção que pode se estender aos tecidos pél- vicos. Streptococcus pneumoniae Pacientess imunocomprometidos Haemophilus influenzae Crianças menores de 2 anos Preferencial no segmento cefálico (área periorbitária e região malar). Vibrio vulnificus Comorbidades - cirrose, diabetes e outras condições imunossupressoras. Ingestão de frutos do mar crus ou mal-cozidos ou contato com agua de mangue. Bolhas e vasculite necrotizante. Extremidades e bilateralmente Mycobacterium spp História de cirurgia (contaminação de material cirúrgico), injeção ou ferida penetrante re- cente. Quadro brando e arrastado, sem manifestaçõessistêmicas Criptococcus spp Imunossupressão Placa vermelha, quente, dolorosa e edemaciada na extremidade, pode evoluir com necro- se Infecções necrotizantes de tecidos moles (INTM) Necrose tecidual com resposta não satisfatória ao ATB com necessidade de debri. Foliculite Infecção de um folículo piloso Maioria causada por S. aureus Foliculite da banheira de agua quente– Pseudomonas aeruginosa (-) Furúnculo Abscesso de pele que envolve o folículo piloso Comuns no pescoço, peitos, rosto e nadegas S. aureus principal causador (atentar para CA-MRSA (resistente a oxa- cilina) – bactrim e clindamicina—nefrotoxicidade, vancomicina, teico- planina—glicopeptídeo—medicamento mais seguro que clindamicina) V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Carbúnculo Agrupamentos de furúnculos ligados Grande abscesso S. aureus Múltiplas exotoxinas são algumas vezes produzidas por estafilococos. Cepas de Staphylococcus aureus do fagogrupo 1 elaboram a toxina 1 da TSS (TSST-1). Algumas agem localmente; outras desencadeiam a liberação de citocinas por certas cé- lulas T, causando sérios efeitos sistêmicos, incluindo lesões cutâneas, choque, falência de órgãos e morte. Síndrome do choque tóxico/ Síndrome Estafilocócica (pele escaldada)/ Intoxicação ali- mentar Choque tóxico estafilocócico Mulheres com vagina pré-colonizada por estafilococos e que deixam tampões ou outros dispositivos (p. ex., contraceptivos, diafragmas) na vagina Cerca de 15% dos casos ocorrem no pós parto ou como complicações de infecções es- tafilocócicas em feridas pós-operatórias que parecem insignificantes. Sintomas: Febre alta, Hipotensão, Eritrodermia macular difusa (descamativo – palmas e plantas) Envolvimento de pelo menos 2 outros sistemas: Vômitos/Diarréia, Mialgia, Elevação da CK, Mucosite, Lesão hepática, Trombocitopenia, Confusão Gangrena de Fournier Infecção necrotizante perineal que acomete os planos profundos do escroto, pênis, períneo e que pode se estender a raiz da coxa e abdome inferior -> Inicio insidioso -> Progressão fulminante -> Alta letalidade Flora Polimicrobiana - atua de maneira sinérgica E. coli, K, pneumoniae, P. aeruginosa, S. aureus, S. epidermidis, Streptococo spp, Bac- teroides fragilis e Clostridium não perfrigens. Vasculite obliterante Oclusão vascular é facilitada pela: Bactérias aeróbicas por agregação plaquetária Bactérias anaeróbias pela produção de heparinase Bactérias Gram-negativas tem ação indutora de trombose por sua endotoxina. V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Manifestações clínicas: Dor desproporcional Comorbidades presentes Edema Febre e calafrios Diagnóstico: a clínica é soberana Exames complementares: Hemograma (depende do grau de comprometimento sistêmi- co), PCR elevado, Hemocultura (depende do grau de comprometimento do paciente, tal- vez não seja necessário pedir—negativa não exclui o diagnostico), Imagem (quando o grau está mais avançado) Tratamento: *tem que saber as doses Cefalexina 500mg 6/6h VO Clindamicina 300mg/600mg 8/8h VO; efeito colateral: colite pseudomembranosa Oxacilina 2g de 8/8h VO Bactrim normal: 400/80mg ; bactrim F 800/160mg 12/12h ou 8/8h Efeito colateral: sintomas gastrointestinais Amicacina 5mg/kg 8/8h (3x ao dia, se 1x ao dia diminui a chance de nefrotoxicidade) 15mg/kg 1x ao dia Ciprofloxacino 500mg 12/12h VO, 400mg 12/12 EV *NÃO TEM TEMPO MÁGICO de ATB Abscesso -> calor local (bolsa de água quente ‘’amoelecer’’ 20min 3/4x ao dia-> para po- der drenar Lesões de pele: sempre avaliar abordagem cirúrgica V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S DM (sempre cobrir a mais): Clavulin, ciprofloxacino Lembrar!!! • Erisipela x Celulite na prática clínica não muda conduta • Sempre procurar foco a distância – micose interdigital!!!! • Furunculose/Foliculite de repetição tem tratamento • Lesão de pele região genital/ dor desproporcional – lembrar de Fournier • DM sempre tratar como Polimicrobiano! V A N E S S A L U D W I G Vida x morte Clindamicina 600mg de 10 a 14 dias Mupirocina nasal 2x ao dia Banho clorexidi- na degermante durante 10 a 14 dias P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Bactéria—espiroqueta (sífilis tb causada por espiroqueta) 2 formas de leptospira: Leptospira interrogans (patogênica) mais de 20 sorogrupos Leptospira Bflexa Frequente em regiões tropicais > 1.000.000 casos anuais no mundo SC é endêmica, distribuída por todo o estado Meses chuvosos* Zoonose—passada através da urina: Ratos (49%) Gado (16,3%) Cães (9,1%) Cavalos (3,6%) Outros roedores (25%).. Principais acometidos: homens em idade de trabalho *exposição Leptospirose (maioria em área URBANA) Depende da assistência médica*** V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Apresentação e período de incubação Formas graves Fase de incubação: 1 até 30 dias (5 a 14 dias) Formas assintomáticas/oligossintomáticas Fase precoce (leptospirêmica) Altos níveis sanguíneos de bactérias, o que tem relação com pior prognóstico (> 10.4) Mecanismos imunes inatos são desencadeados inicialmente e depois uma tormenta de ci- tocinas—mecanismo igual ao da sepse Libera TNF-alfa, IL6, IL10 90% dos casos—auto-limitado e regressão em 3 a 7 dias Inicio súbito de febre, cefaleia, mialgia, anorexia, náuseas e vômitos Sufusão hemorrágica (30%) Hepato/esplenomegalia Dor na panturrilha* Fase aguda da doença Fase tardia 10 a 15% evoluem para a forma grave Após 7 dias dos sintomas inicias—inespecíficos CLASSICO—Síndrome de Well Tríade: icterícia, insuficiência renal e hemorragias Hemorragia pulmonar quando ocorre—mortalidade 50% Capilarite V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S A presença de icterícia é um fator de pior prognostico Pode ocorrer hemorragia pulmonar e insuficiência renal aguda em pacientes sem icterícia? SIM Mas por que sangra? TAP e TTPa alargados (consumo) Atividade inflamatória da doença reduz os níveis de proteínas anticoagulantes (proteína C e antitrombina) Aumenta a atividade fibrinolítica Diminuição de plaquetas devido a imunocomplexos Insuficiência renal aguda ocorre na fase tardia Não oligúria e hipocalêmica—diálise precoce*** Inibição de reabsorção de sódio nos túbulos renais proximais, aumento no aporte distal de sódio e consequente perda de potássio Após a fase inicial a IRA passa a ser por NTA devido a perda de volume Fase de convalescença Astenia e anemia permanecem Leptospirúria pode permanecer até por meses Icterícia pode demorar semanas para passar Notificar SEMPRE que suspeita!! Quando me preocupar? Pacientes com alteração do estado mental Oligúria (< 0,5ml/kg/h de débito urinário) Idade > 36 anos Hipotensão V A N E S S A L U D W I G Leucocitose > 12.900 Dispneia / Tosse/ Dor torácica Insuficiência respiratória aguda (IRpA) P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Diagnóstico Cultura de urina com pesquisa de leptospira—dificil. Na prática poucos laboratórios fazem. Sorológico— método ELISA ou Microaglutinação (MAT) Elisa: IgM e IgG reagente após 7-14 dias de sintomas MAT: titularidade > 200 ou aumento de 4x entre duas amostras Tratamento (diminui o tempo de sintomas e risco de complicações) Penicilina cristalina 2 milhõesUI EV de 4/4h por 7 a 10 dias Ampicilina 1,5 a 2g EV de 6/6h por 7 a 10 dias Amoxilina 500mg VO de 8/8h por 7 a 10 dias Doxiciclina 100mg VO de 12/12h por 7 a 10 dias Ceftriaxone 1g EV/IM por 7 a 10 dias Quimioprofilaxia (Pré e pós exposição de risco) Quando? Enchentes, contato com aguas naturais potencialmente contaminadas, manuseio de animais potencialmente contaminados Diminui a incidência da doença Diminui a mortalidade Efetivo? 90% Doxiciclina 200mg em dose única ou semanal (plantação de arroz). Vacina Moradores de áreas rurais ou pessoas de alto risco a exposição (Japão e Itália) Vacina francesa no instituto Pasteur Duas doses iniciais e após 1 dose a cada 2 anos de reforço—proteção de 100% Alerta!! Leptospirose pode matar Tratamento com ATB de baixo espectro mesmo que quadros graves História Epidemiológica é fundamental! V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Família herpesviriades HSV-1 e HSV-2 (DNA vírus) Dermoneurotrópico Infecção crônica e recorrente HERPES VÍRUS Doença viral mais comum com soroprevalência de 80% Primo-infecção—90% assintomática Período de incubação: 2 a 26 dias 7 dias média Assintomático maioria ATENÇÃO!!! A transmissibilidade sem sintomas é uma importante fonte de infecção, pois já foram detectados na saliva e sêmen de portadores assintomáticos Porque ocorre? Ocorrem devido à replicação inicial nas terminações nervosas sensitivas da epiderme e mucosa O quadro pode ser acompanhado de sintomas gerais: febre de 38,3° a 40° Mal-estar, disfagia e adenopatia V A N E S S A L U D W I G HSV-1 HSV-2 Boca e gânglio trigêmeo (80 a 90% dos casos) Região genital e gânglios sacrais P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S HSV e HIV 2 a 3x maior risco de HIV Responsável por 40-60% das novas infecções pelo HIV HSV + HIV + maior progressão do HIV Sinergismo entre HSV-2 e HIV que aumenta a frequência de reativações Fatores desencadeantes: Exposição solar Stress Infecção ativa/ febre Ansiedade Corticoterapia Diagnóstico é clinico Sorologia para avaliar status PCR HSV no líquor Tratamento Melhora a ansiedade Alivia os sintomas Rduz a duração dos sintomas Reduz a transmissão viral ATENÇÃO! Para ser efetivo, necessita ser iniciado no primeiro dia da lesão ou nos pródro- mos V A N E S S A L U D W I G NÃO TEM CURA! Aciclovir Fanciclovir Valaciclovir Primeira droga Pró-droga do penciclovir Pró-droga do aciclovir Absorvida apenas pelas célu- las infectadas Necessidade de atividade do virus para se transformar em metabóltio ativo (timidina- cinase) Metabolizado no intestino e fígado Biodisponibilidade de 20% Biodisponibilidade de 77% Biodisponibilidade de 55% 156 reais 612 reais 300 reais 3x ao dia 2x ao dia 3x ao dia P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Terapia supressiva (mais de 6 episódios em 1 ano) Pomada Limitada biodisponibilidade Apenas diminui a eliminação viral Evolução 7 a 14 dias Autolimitada Eliminação por mais de 20 dias Recorrência (20-40% dos adultos) V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Meningoencefalite herpética HSV-1 mais comum causador Sinais/sintomas: Febre Alteração da consciência ou comportamento Sintomas focais Liquor com padrão viral PCR para HSV no líquor Tratamento: Aciclovir 10mg/kg de 8/8h Mortalidade de 70% sem tratamento Herpes zoster (VVZ) Causador da catapora Patógeno que persiste de forma latente no sistema nervoso central por toda a vida do in- dividuo após a infecção primária Se tratando de duração, a doença pode evoluir para a cura em poucas semanas ou se estender por meses ou anos Acomete 1 dermátomo—seguindo trajeto neural CUIDADO com acometimento ocular! Fator de risco: Idade (principal) Manifestações clínicas: Tórax e face (75% dos casos) Duração de lesões de até 4 semanas—dor neuropática meses/anos Transmissão com lesão vesicular em quem não teve catapora prévia Diagnóstico é clinico Sorologia para confirmar contato Tratamento Evitar neuralgia pós herpética Precoce Pregabalina Gabapentina Tricíclicos V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Aciclovir oral, 800mg, 5x ao dia Valaciclovir, 1g por via oral 3x ao dia Fanciclovir, 500mg por via oral 3x ao dia Nevralgia pós-herpética 50% dos pacientes A dor possui caráter crônico caracterizado por queimação, formigamento ou ardor e pode estar associada à hiperalgesia, hiperestesia ou alodínia Fisiopatologia pouco compreendida Depressão/doenças psíquicas VACINA Shingrix (vacina inativada) > 50 anos/ imunocomprometidos > 18 anos 2 doses com intervalo de 2 meses 6 meses após o quadro agudo Diminui chance de NPH e 90% para não surgir quadro agudo Em resumo: Grande parte da população é portador assintomático Tem como fazer remissão de HSV Tem vacina para Herpes Zoster V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Infecção bacteriana Sistêmica Crônica Curável Maioria assintomática Transmissão: Sexual e TV Maior quanto mais aguda a doença As espiroquetas penetram diretamente nas membranas mucosas ou entram por abrasões na pele ATENÇÃO!! O acometimento do SNC pode ocorrer em qualquer estagio clinico da sífilis V A N E S S A L U D W I G S e c u n d á ri a P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Diagnóstico Teste treponêmico Teste não treponêmico VDRL ATENÇÃO!! Pessoas com títulos baixos em testes não treponêmicos, sem registro de tratamento e sem data de infecção conhecida, são consideradas como portadoras de sífilis latente tar- dia, devendo ser tratadas. Curso da sífilis não tratada V A N E S S A L U D W I G Anticorpos anticardioli- pina não específicos para os antigenos do T. pallidum . P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Neurosífilis Achados clínicos + Alt LCR + VDRL Pleocitose geralmente no LCR Tratamento BEZENTACIL—tratamento de escolha no mundo todo Sem evidência de resistência Gestante droga de escolha V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Reação de Jarish-Herxheimer Evento nas primeiras 24 horas após a primeira dose de penicilina Mal-estar geral, febre, cefaleia e artralgia, que regridem espontaneamente após 12 a 24 horas Analgésico simples —alertar os pacientes = NÃO É ALERGIA Monitoramento do tratamento Teste não treponêmico mensalmente nas gestantes até o parto. Teste não treponêmico trimestralmente na população em geral (3, 6, 9 e 12 meses) por 1 ano. Teste não automatizado - observador dependente. Queda de pelo menos 2 diluições em até 6 meses (recente) ou até 12 meses (tardia). Neurosífilis Quando puncionar? V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Quando tratar? Como monitorar? PL após 6 meses do fim do tratamento A normalização de testes não treponêmicos em amostras de sangue (queda da #tulação em pelo menos duas diluições ou sororreversão para não reagente) pode ser um parâme- tro a ser considerado como resposta ao tratamento da neurosífilis, principalmente em um cenário de indisponibilidade de realização da punção lombar Em resumo: Na dúvida SEMPRE tratar Preferir tratar SEMPRE como sífilis latente tardia (3 doses) Lembrar de tratar o parceiro Sexo ORAL também pode passar sífilis! VA N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S • Presença de disfunção orgânica ameaçadora a vida causada por reposta desregulada do organismo a infecção • Disfunção orgânica: definida pela variação de 2 pontos no score SOFA • Choque séptico: definido pela presença de hipotensão refrataria a reposição volêmica e lactato > 2mmol/L (> 18mg/dL) SIRS Alta sensibilidade, baixa especificidade Utilizado para triagem (mas não são critérios obrigatórios para definir sepse) Epidemiologia SEPSE: Brasil: estudo SPREAD ‘’Sepsis PREvalence Assesment Database’’ Mortalidade de 55% (sepse grave 55%, choque séptico 60%) Mais de 30% dos pacientes em UTIs (não incluídos casos fora da UTI) • Estratégias de mudança de cenário Estratégias de conscientização (aumento da percepção e prevenção) Estratégias adequadas de detecção e tratamento V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Fisiopatogenia: Quadro clínico: V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Sepse não é uma doença especifica, mas sim uma síndrome com fisiopatologia incerta. No momento, pode ser identificada por um conjunto de sinais e sintomas clínicos no paci- ente com suspeita de infecção Focos de infecção: sinais e sintomas: respiratórios, abdominal, urinários.. Disfunção orgânica (neurológica, cardiovascular, respiratória, renal, metabólica, hepática) Neurológica: RNC: alteração mental, desorientação, confusão Mais comum: delirium Caracterizado pela flutuação de nível de consciência (desatenção, pensamento desorgani- zado, acompanhado ou não por agitação e alteração do ritmo do sono) Cardiovascular Hipotensão (PAS < 90mmHg ou PAM < 65mmHg) Mottling skin (alteração no enchimento capilar) Alteração da microcirculação Aumento do lactato (choque séptico) Alteração em variáveis cardiovasculares Respiratória Taquipenia (FR > 22irm) Hipoxemia (SatO2 < 90%) Diminuição PaO2/FiO2 < 300 (SDRA) PaO2 < 60% (gasometria arterial) Renal Oliguria Aumento da creatinina sérica (> 2.0) Aumento escorias nitrogenadas Aumento biomarcadores renais Hematológico Queda de contagem plaquetas (< 100.000) Distúrbios de coagulação (forma grave CIVD) (INR > 1,5 ou KPTT > 60 segundos) Petéquias Hepática Aumento das bilirrubinas (BT > 2.0 mg/dl) Aumento das enzimas hepáticas Obs: outros órgãos apresentam alterações mas não fazem parte do SOFA V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Passo 1. Identificar Sepse Paciente apresenta 2 critérios de SIRS e/ou 1 disfunção orgânica + foco infeccioso suspei- to ou confirmado? Passo 2. Iniciar bundles de tratamento Durante a 1° hora: Coleta de lactato Coleta de culturas (HMC e demais sítios necessários) Antimicrobianos na primeira hora (1A) Fluidos (reposição volêmica 30ml/kg bolus) Vasopressores (manter PAM > 65mmHg) Durante as 6 horas inicias: Coleta de 2° lactato (pacientes com hiperlactatemia ou hipotensão persistente) Reavaliação de status volêmico de perfusão em até 6 horas Bundles da 1° hora Coleta de lactato - colher lactato sérico para avaliação do estado perfusional e checar o resultado - colher o 2° lactato entre 2 a 4 horas para pacientes com hiperlactatemia (lactato > 2m- mol/L) Colher HMC antes do inicio da ATB terapia (não atrasar a 1° dose do ATB) Iniciar ATB de amplo espectro na 1° hora de tratamento e por via endovenosa (relacionado a melhor desfecho) Lembrar de controle de foco adequado (acessos, limpezas cirúrgicas..) Hidratação guiada por metas (avaliar fluidorresponsividade) Iniciar reposição volêmica com 30ml/kg de cristalóides em pacientes com hipotensão ou lactato acima de 3 vezes o valor de referencia Fazer HEV se outros sinais de hipoperfusão tecidual (ex: livedo, aumento TEC, redução da diurese..) Demais cuidados Uso de inotrópico (avaliar se disfunção miocárdica associada) Se paciente não responsivo a volume avaliar disfunção miocárdica associada V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Uso de vasopressores (durante ou após a reposição volêmica) Não esperar térmico de HEV se hipotensão importante Foco em manter PAM > 65mmHg Norepinefrina é a droga de primeira escolha Epinefrina ou vasopressina (ate 0,03 U/min) podem ser associadas se um agente adicional é necessário Dopamina pode ser usada em pacientes altamente selecionados (baixo risco de arritmias ou com bradicardia absoluta/relativa) Dobutamina pode ser usada em pacientes com hipoperfusão apesar de fluidos e vasopres- sores Uso de corticoides Se choque refratário não responsivo a volume ou uso de droga vasoativa Retirar assim que melhora do choque Dose 200mg/dia Hemoderivados Manter mesmas indicações já existentes para hemoderivados Ventilação mecânica protetora VC 6ml/kg peso ideal Pressão de pllato > 35cm/H20 PEEP titulada Posição PRONA na SDRA grave Cabeceira elevada entre 30 a 45° (prevenção PAV) Controle glicêmico Manter glicemia abaixo de 180mg/dl Iniciar insulina em bomba se necessário Glicemia capilar inicial a cada 2h Pontos chaves Utilizar bundles e protocolos reduz mortalidade e letalidade Diagnostico de sepse é clinico Pensar em sepse é fundamental (só faz diagnostico quem pensa) Tempo de diagnostico e ação faz diferença Os pacientes de 1° e 6° hora devem ocorrer em horas sequenciais V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S HIV e TARV (terapia antirretroviral) Descoberto em 1980 PCP e Sarcoma de Kaposi # Estima-se que de 50-60% dos portadores de HIV não sabem do diagnóstico. # 1 em cada 2 pessoas que faz diagnóstico do HIV possui o vírus no organismo há pelo menos 3 meses. (fase aguda até 1 ano = maior carga viral = maior transmissibilidade) # Metade dos homens heterossexuais com HIV fazem o diagnóstico 5 anos ou mais após terem se infectado. # Cerca de 40% das transmissões são feitas a partir de pessoas que não sabem de seu diagnóstico Áreas vermelhas maior concentração do vírus Número de gestantes e crianças +, óbitos Mortalidade Por sexo V A N E S S A L U D W I G AIDS é quando portador do vírus HIV+ e CD4<200, HIV+ ser CD4>200 e doença definidora de aids (pneumocistose, sarcoma de Kaposi...) P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S População de risco: TODAS AS PESSOAS SÃO SUSCETÍVEIS!!!! Distribuição global de HIV no mundo + 50% Transmissão sexual Mucosa ou epitélio Vascularização Rede linfática Área de exposição DSTs ou lesões de órgãos Tipos de relação sexual Lesões por atrito Lubrificação Retenção de fluidos Fluidos sexuais Muco anal Sangue HIV e o uso de preservativo 94% dos brasileiros sabem que a camisinha é a melhor forma de prevenção às DST e AIDS Apesar disso, 45% da população sexualmente ativa não usou preservativo em todas as relações sexuais com parceiros casuais V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Risco de transmissão Transmissão Materno-fetal 20% sem TARV Transmissão vertical/parto 65% Acidente com material perfurocortante 0,3% material perfurocortante < 0,3% exposição a mucosas Suor, lagrima e saliva NÃAAAOO!!!! A NÃO SER, que tenha sangue neste conteúdo Janela imunológica É o tempo que um teste leva para dar o diagnóstico positivo de uma infecção, a partir do primeiro contato com o vírus. Neste período, a pessoa pode já estar infectada e ainda sim o teste ter resultado negativo. A janela imunológicamuda de acordo com o tipo de teste. Fases iniciais Quantidade de vírus no sangue x dias após a contaminação Em torno de 30 dias, já positiva. V A N E S S A L U D W I G SEXO ANAL* LÍQUIDO + INFECTANTE 1. SANGUE 2. LIQUOR (carga viral + alta que do sangue) P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Marcadores biológicos para o diagnóstico do HIV Interação do Vírus Liberação de vários elementos - marcadores Diferentes tipos de testes Detectam diferentes tipos de marcadores O marcador que o teste consegue detectar definirá o tempo mínimo para se conseguir o diagnóstico por aquele teste (janela imunológica). Tipos de Materiais Material Genético São testes moleculares de detecção direta do vírus (RNAHIV). Chamados de PCR-HIV (Técnica de Reação em Cadeia de Polimerase) ou Carga Viral. Testes com menor tempo de janela imunológica, muito sensíveis e específicos. Usados pa- ra: Diagnóstico em bebês menores de 18 meses; Controle de tratamento; Testes diagnósticos indeterminados. Antígenos Antígenos são proteínas do próprio vírus. São elas que entram em contato com algumas células de defesa, causando a produção de anticorpos. Cada vírus é constituído por vários tipos de proteínas. Algumas estão presentes no HIV tipo-1 e outras no HIV tipo-2. Anticorpos Testes que detectam anticorpos IgM e IgG V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Diagnóstico—Testes de triagem ou rastreio Detectam a sorologia do paciente* Se +, RECOLETA com outra metodologia para confirmar o diagnóstico O processo de diagnóstico laboratorial completo da infecção pelo HIV deve incluir um teste de rastreamento (ELISA), que, resultando positivo, deverá ser confirmado com teste de metodologia diferente (geralmente o Western-Blot) na mesma amostra. É recomendada a repetição dos testes em uma segunda amostra de sangue caso haja positividade da pri- meira. Testes rápidos • Anticorpo anti-HIV • 30 minutos • Sangue/fluido oral 99% sensibilidade e especificidade para infecções crônicas Virologia V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Penetração celular ETAPAS: Ligação gp120 - CD4 (Co-receptor CCR5 e CXCR4) Alteração na conformação do gp41 (fusão do envelope viral a membrana celular) Introdução do core viral no citoplasma Transcrição reversa - formação de DNA próviral Integração do DNA pró-viral ao genoma da celula infectada Transcrição do DNA viral com a formação de partículas virais (Deixam a célula hospe- deira por brotamento (envelope viral). Imunopatogenia Depleção seletiva de linfócitos T CD4+ Prejuízo na quantidade e qualidade dos LT Progressiva incapacidade de elaboração de uma resposta imunológica apropriada Indivíduo suscetível a infecções oportunistas e determinadas neoplasias. História natural da infecção V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S FASE AGUDA 1. Replicação viral acentuada com altos níveis de viremia e queda abrupta na contagem de linfócitos T CD4+. 2. As manifestações clínicas surgem em 50 a 70% dos indivíduos infectado – monolike. 3. Maior risco de transmissão FASE CRÔNICA (média de 8 anos) Período de equilíbrio entre a replicação viral e resposta imunológica. O vírus HIV replica-se continuamente, especialmente nos tecidos linfóides. Os pacientes são geralmente assintomáticos (período de latência clínica) ou manifes- tam a linfadenopatia generalizada persistente Diagnóstico por triagem FASE SINTOMÁTICA Desequilíbrio entre a replicação viral e o sistema imunológico Progressiva elevação da carga viral e queda na contagem de células CD4+, predispon- do ao surgimento das doenças definidoras de AIDS, típicas dessa fase. Inclui-se neste grupo também, os indivíduos que, mesmo assintomáticos, apresentam contagem de células CD4+ menor que 200 células/mm3. O diagnóstico sorológico nessa fase, geralmente éfeito após o desenvolvimento de do- enças oportunistas. TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (TARV) V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Quando? O inicio imediato está recomendado para tdoos as PVHIV, independentemente do seu es- tágio clinico e/ou imunológico A recomendação de inicio precoce considera, além dos claros benefícios relacionados a re- dução da morbimortalidade em PVHIV, a diminuição da transmissão da infecção, o impac- to na redução da tuberculose—a qual constitui principal causa infecciosa de óbitos em PVHIV no brasil e no mundo—e a disponibilidade de opções terapeuticas mais cômodas e bem toleradas Entretanto, nenhum estratégia é totalmente eficaz sem considerar a importância de refor- çar a adesão à TARV A TARV deve ser iniciada quando a PVHIV estiver informada sobre seus benefícios e ris- cos, além de fortemente motivada e preparada para o tratamento, respeitando-se a auto- nomia do individuo. Deve-se enfatizar que a TARV, uma vez iniciada, não devera ser in- terrompida. Em nenhuma situação devera haver qualquer tipo de coerção para inicio da TARV. Objetivos do tratamento Clínicos: Diminuição dos sintomas e infecções Virológicos: CV indetectável Imunológicos: Fornecer capacidade do sistema imunológico se desenvolver Epidemiológicos: Para evitar cadeia de transmissão Drogas de primeira escolha* - Lamivudine - Tenofovir - Dolutegravir Usa-se os três medicamentos juntos V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Ciclo replicativo e TARV V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Efeitos colaterais TENOFOVIR: disfunção renal V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S HIV na prática Apesar de, preferencialmente, não podermos retarda-lo, o inicio do tratamento não é uma emergência medica. ANAMNESE COMPLETA + EXAMES LABORATORIAIS Existem diversos detalhes que devem ser avaliados antes de começar a tratar: •Dosagem de Carga Viral •Contagem dos linfócitos CD4 (avaliar necessidade de prevenir infecções oportunistas de- pendendo dos valores de CD4) •Avaliação da função hepática (do Agado) e renal •Hemograma •Dosagem de lipídios •Glicemias de jejum •Avaliar a presença de outras infecções sexualmente transmissíveis que podem estar as- sociadas Meu paciente é HIV+, o que preciso saber? Tempo de diagnostico Se já teve I.O CD4 e carga viral (CD4 estimado corresponde a 20% dos linfócitos totais) Qual TARV faz uso Como o paciente lida com o diagnostico Familiares que sabem do diagnostico V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Na maiorias das vezes, as reações aos remédios são transitórias e leves. Exemplos de reações aos remédios do HIV: •Vômito, diarreia, náuseas •Dor de cabeça •Insônia •Sonolência •Boca seca •Dor de cabeça •Tontura •Cansaço •Dor muscular •Rash (podem coçar ou não) TARV e definições Supressão virológica: manutenção da CV HIV abaixo dos limites de detecção Falha virológica: inabilidade em atingir ou manter a supressão da CV HIV abaixo dos limi- tes de detecção Reposta virológica incompleta: duas detecções de CV HIV > 200cp/ml, após 24 semanas (seis meses), em uso de TARV sem resistência documentada previa. Em algumas situa- ções, a supressão virológica pode demorar um pouco mais. Recidiva virológica: CV HIV > 200 cp/ml confirmada após supressão virológica Blip virológico: após a supressão virológica, CV HIV detectávelisolada (e baixa), seguida de retorno da CV abaixo dos limites de detecção V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Algumas premissas... Pedir sorologia para TODOS os pacientes! HIV é uma doença polimórfica e muitas ve- zes silenciosa. Quem transa pode ter HIV! O momento mais importante para garantir a aderência do paciente ao tratamento é o momento do diagnóstico. Ou seja, se você não se sente confortável para contar ao pa- ciente, chame um infectologista para auxiliar nesse processo. HIV com TARV regular tem vida NORMAL, expectativa similar a quem não tem o vírus. Casais sorodiscordantes podem ter filhos sem risco! Como? * carga viral indetectável Take home messages V A N E S S A L U D W I G PrEP HIV PEP Proteção Pré-exposição de risco População com maior vulnerabilidade 1 comprimido, 1x ao dia. TDF/FTC (truvada) Altíssima eficácia Aprovado pela Anvisa Disponível pelo SUS Centros em expansão no brasil Proteção Pós exposição de risco Funciona até 72 horas Exposição sexual consentida Violência sexual Exposição ocupacional 2 comprimidos, 1x ao dia, por 28 dias Altíssima eficácia, urgência médica P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Quais doenças são relacionadas ao HIV mais comuns: • Doença pulmonar: pneumocistose, tuberculose, pneumonia bacteriana • Doença neurológica: neurotoxoplasmose, neurocriptococose, meningoTb, LEMP • Sífilis/Neurosífilis • CMV • Histoplasmose • Candidíase • HBV • HCV • Leishmaniose PNEUMOCISTOSE É a causa mais comum de doença pulmonar oportunista em PVHIV com contagem de LT-CD4+ abaixo de 200 céls/mm/³ Doença fúngica Causada pelo Pneumocistis jiroveci Relação com CD4 < 200 Insidioso RX em Febre + tosse seca + dispneia progressiva asa de borboleta Difícil ter expectoração Ausculta de forma geral normal Rx com infiltrado perihilar e simétrico Diagnóstico (presuntivo) V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Tratamento Pao2 < 70 mmhg - Prednisona em torno de 60mg/dia ou Hidrocortisona 300mg/dia TUBERCULOSE Doença infecciosa de maior mortalidade entre as PVHIV Nos pacientes com imunossupressão grave, as formas extrapulmonares e disseminadas da TB devem fazer parte das investigações sobre IO. Para a investigação das formas extrapulmonares e disseminadas, é frequente a necessida- de de procedimentos invasivos e de maior complexidade, conforme a topo- grafia a ser avaliada Apresentação clínica variada Doença polimórfica Cavitação apenas com CD4 > 350mm3 Portanto, SEMPRE pensar em TB! Diagnóstico: V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S ATENÇÃO!! MENINGOTB: O inicio precoce da TARV n ã o altera o prognóstico da doença e ainda se relaciona à maior ocorrência de eventos adversos limitantes ou com risco à vida. Assim, nessa forma de TB, recomenda -se que o inicio da TARV seja postergado para apó s a fase intensiva do tratamento da TB (dois meses), independentemente da contagem de LT - CD4+56. A TARV é recomendada a todos os pacientes com TB-HIV, independentemente da forma clínica de apresentação da TB. Portanto, recomenda-se que pacientes com LT-CD4+ abaixo de 50célsmm³ ou com sinais de imunodeficiências avançada comecem a TARV dentro de duas semanas após o início do tratamento para TB. Nos demais pacientes, deve-se iniciar a TARV na 8° semana. Não se recomenda o inicio concomitante do tratamento para ambos os agravos. Tratamento: V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S NEUROINFECÇÃO Qual a causa mais frequente de meningite/meningoencefalite no HIV? • A criptococose é a causa mais frequente de meningite oportunista nas PVHIV. Neurocripto • Cefaleia • RNC • Febre • Náuseas/vômitos • Mal-estar • HIV • Coma • Diplopia • Confusão mental progressiva Os pacientes com meningite ou meningoencefalite criptocócica apresentam, geralmente, contagem de LT-CD4+ abaixo de 100céls/mm³ Diagnóstico é por PL TC pode ou não ter hidrocefalia/HIC Solicitar: glicose sérica/líquor, proteínas, celularidade e diferencial, bacterioscopia, cultu- ra, tinta da china (E ~ 100% e S ~ 80%), pesquisa de fungos, índice de gemulação A HIC não controlada é responsável pela maioria das mortes por meningite ou meningo- encefalite criptocócica nas duas primeiras semanas após início do tratamento. Portanto, a pressão de abertura liquórica deve ser sempre avaliada. NEUROCRIPTOCOCOSE Fase de indução—idealmente até cultura negativa para fungo (pelo menos 2 semanas) AnfoB deoxicolato 0,7 a 1mg/kg/dia—50mg dose máxima Fluconazol 800mg/dia V A N E S S A L U D W I G Pulmão e lesões de pele P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Consolidação (8 semanas): fluconazol 800mg/dia Manutenção (pelo menos 12 semanas e dois CD4 > 200): fluconazol 200mg/dia O início imediato da TARV não é recomendado em PVHIV com meningite/ meningoencefa- lite criptocócica, pelo risco de SIR. A TARV deve ser iniciada entre quatro a seis semanas após o início do tratamento antifúngico. NEUROTOXOPLASMOSE É a causa mais comum de lesões expansivas cerebrais em PVHIV Os pacientes com toxoplasmose cerebral, apresentam, geralmente contagem de LT-CD4+ abaixo de 100céls/mm³ V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Lesão hipodensa com realce anelar pelo constraste com edema perilesional Glânglios da base é o principal local TC e crânio com constraste é suficiente para o diagnóstico (RM > TC) Diagnóstico é presuntivo Padrão ouro é biópsia esterotáxica PCR para toxo no LCR tem especificidade de 95% e sensibilidade de 50% Adianta pedir sorologia? Após o tratamento repetir o exame de imagem em 14 dias—se lesão em regressão sufici- ente para fazermos o diagnóstico presuntivo. Tratamento 6 semanas:: Sulfadiazina 1g.a 1.5g 6/6h Pirimetamina 200mg -> 75mg/dia Ácido folínico 10mg/dia Bactrim 25mg/kg de Sulfa 12/12h Corticóide se edema cerebral difuso ou efeito de massa Não usar anticonvulsivante profilático TARV SÓ após 2 semanas PROFILAXIA DE INFECÇÕES OPORTUNISTAS Profilaxia primária V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S Profilaxia secundária Take home messages V A N E S S A L U D W I G P R 2 D O E N Ç A S I N F E C T O P A R A S I T Á R I A S IRAS definição: infecção que se apresenta após 72h da internação (considerar tempo de incubação) Causas: Condições clinicas Condições ambientais (procedimentos invasivos, atuação dos profissionais de saúde) Ex: SVD, acesso central, ventilação mecânica, cirurgias, não adesão dos profissionais de saúde as boas práticas assistenciais—lavagem de mãos, medidas de prevenção de IRAS Virulência do patógeno Condições clínicas do paciente: Extremos de idade Duração da internação DM (compromete cicatrização) Doença vascular (compromete a oxigenação) Alteração do sensório (compromete a deglutição) Imunossupressão Risco de IRAS Tempo de permanência Risco jurídico Morbi/mortalidade aumentada Custo Como evitar a IRAS? Educação de TODA a equipe Engajamento de todos os profissionais responsáveis pelo cuidado do paciente CCIH implanta programas de prevenção Ponta aplica os programas e faz as coisas acontecerem! EQUIPE
Compartilhar