Buscar

Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação tributária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

VIGÊNCIA, APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA.
Em princípio, norma vigente tem total aptidão para produzir efeitos jurídicos e regular, desde logo, as situações e comportamentos que o legislador quis disciplinar. Em outras palavras, a regra é que a norma vigente seja eficaz. Contudo nem sempre isso acontece.
No direito tributário, não basta a publicação da lei e sua vigência para que sua força cogente seja eficaz, pois toda lei que instituir ou aumentar tributo terá sua eficácia subordinada aos princípios da anterioridade do exercício financeiro e da anterioridade nonagesimal (art. 150, III, “b” e “c”).
Percebam que os mencionados dispositivos (art. 150, III, “b” e “c”) não proíbem a vigência da lei que institui ou majora tributo no mesmo exercício financeiro, bem como, antes dos noventa dias contados da data de sua publicação, mas tão-somente adiam a produção de efeitos da norma para um momento posterior (eficácia diferida).
Quanto à vigência espacial da legislação tributária, esta se submete ao Princípio da Territorialidade. Assim, a legislação vale, em princípio, nos limites do território da pessoa jurídica que edita a norma. Ou seja, no âmbito federal, a norma vale dentro do território brasileiro; no âmbito municipal, dentro do município e, assim sucessivamente.
Todavia, o art. 102 do CTN traz uma exceção a mencionada regra, vejamos:
Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. 
Prosseguindo... o art. 103 do CTN traz regras específicas de vigência para as normas complementares (art. 100, CTN).
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.
Da possibilidade de aplicação retroativa da Lei Tributária (exceção ao Princípio da Irretroatividade) 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Além dessas situações previstas no art. 106 do CTN, nós temos uma outra exceção a regra geral da irretroatividade, inserta no §1º do art 144 do CTN, vejamos:
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
Interpretação da Legislação Tributária
A interpretação é a parte da Ciência do Direito que se ocupa dos métodos e processos lógicos, visando definir o conteúdo e a o alcance das normas jurídicas.
Métodos de interpretação
a) Gramatical ou Literal - A norma tributária deve ser interpretada exclusivamente pelo sentido rigoroso das palavras constantes do texto normativo. 
Atenção! O art. 111, do CTN, expressamente, exige o uso da interpretação literal em determinadas situações, vejamos: 
Art. 111, CTN - Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Com efeito, tais institutos do Direito Tributário não podem ser interpretados de forma extensiva ou analogicamente. Por exemplo, não é possível estender o conceito de depósito do montante integral de modo a abranger o de fiança bancária como forma de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
b) Histórica - As normas tributárias devem ser interpretadas levando-se em consideração as circunstâncias políticas, sociais, econômicas e culturais presentes no momento em que a lei foi concebida.
c) Lógica - A interpretação da norma tributária é pautada no sentido lógico do texto, evitando-se incoerências, contradições, tentando-se harmonizar entre si todos os dispositivos legais.
d) Sistemática - A norma tributária é analisada como parte integrante de um sistema, buscando-se harmonia e unicidade do ordenamento jurídico. 
e) Teleológica – Prima pela busca da finalidade da norma, concentrando-se no resultado colimado pela lei.
Quanto à fonte a interpretação das normas tributárias também pode ser classificada em:
a) Autêntica – mecanismo de clarificação da lei por intermédio de outra lei;
b) Doutrinária – quando é realizada por estudiosos do Direito, sendo produto da argúcia dos doutrinadores.
c) Judicial – quando realizada por órgãos do Poder Judiciário (Juízes e Tribunais);
d) Administrativa – quando realizada pela Administração Pública no momento em que concretiza a aplicação das disposições abstratas contidas em lei.
A interpretação também pode ser classificada quanto aos seus resultados:
a) Declaratória – procura-se, tão somente, “declarar” o pensamento do legislador.
 
b) Extensiva – amplia-se o sentido do texto para abranger hipóteses no campo de incidência da norma.
c) Restritiva – por esse método, a incidência da lei não pode ir além do que está expresso em seu texto.
Em matéria tributária, ainda, é cabível a INTERPRETAÇÃO BENIGNA (mais favorável) em matéria de infrações. Na dúvida, deve-se aplicar aquela interpretação que for mais benéfica ao contribuinte, quando estivermos diante de normas que disponham sobre infrações ou cominação de penalidades para uma determinada situação.
Art. 112, CTN - A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
Princípios do Direito Privado e do Direito Público
O direito tributário é ramo do direito público, estando sujeito, por conseguinte aos princípios basilares que informam o regime jurídico publicista, quais sejam a supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público. Por outro lado, o direito privado fundamenta-se em princípios diametralmente opostos, vez que, os interesses privados são, em regra, disponíveis. Além disso, as partes são tratadas de maneira igual pela lei.
Até aí nenhuma novidade. As complicações começam quando normas constitucionais se utilizam de conceitos de direito privado para definir ou limitar competências tributárias. Como exemplo, vejamos o art. 156 da CF/88:
“Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
(...) II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;”
Percebam que a norma, do início ao fim, faz uso de institutos típicos de direito privado, de modo que, nesse caso, devemos estar atentos aos preceitos dos arts. 109 e 110 do CTN.
Art. 109.Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
 
Critério Econômico da Interpretação
O Critério Econômico da Interpretação estabelece que a norma tributária deve ser interpretada levando-se em conta os efeitos econômicos dos fatos disciplinados em seu corpo, a partir dos seguintes elementos:
a) Essência econômica do ato;
b) Normalidade dos meios adotados para chegar a determinado fim;
c) Finalidade do tributo.
Essa modalidade de interpretação acaba sendo extremamente apropriada no combate a evasão de tributos, de modo que, encontra, segundo boa parte da doutrina, perfeita aplicação no parágrafo único do art. 116 do CTN.
A propósito, o referido dispositivo sofre pesadas críticas, pois permite a autoridade fazendária aferir a forma jurídica utilizada, contrapondo-a com a essência econômica do ato, desconsiderar negócios jurídicos celebrados pelos particulares, para fins de fazer incidir tributação, em detrimento do princípio da estrita legalidade.
Não se deve confundir a evasão fiscal, que consiste num mecanismo ilícito por meio do qual se busca esconder o FG ou lhe é conferida uma “aparência” de fato tributado de forma mais amena, com a elisão fiscal, que consiste numa forma legal de economia de impostos mediante um planejamento tributário.
Integração
No Direito Tributário, o dispositivo do CTN que trata da integração das lacunas da legislação tributária é o art.108, que assim dispõe:
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
As hipóteses previstas no art. 108, CTN, são taxativas e devem ser aplicadas, obrigatoriamente, obedecendo à ordem em que são apresentadas, ou seja, primeiramente, a analogia, seguida pelos os princípios gerais de direito tributário, depois os princípios gerais de direito público e, por fim, a eqüidade.
A analogia é uma técnica de integração da legislação tributária onde, apesar de não haver normatização para o caso concreto, em análise, aplica-se uma norma jurídica que regule um caso semelhante. CONTUDO, DO EMPREGO DA ANALOGIA NÃO PODE RESULTAR A EXIGÊNCIA DE TRIBUTOS, NÃO PREVISTOS NA LEI.
Já os princípios gerais de direito tributário são aqueles atinentes especificamente aos ramos do Direito Tributário (anterioridade, não-confisco, etc.); enquanto os princípios gerais de direito público são princípios aplicáveis aos diversos ramos do Direito Público (supremacia do interesse púbico, ampla defesa, contraditório, etc.)
Por fim, temos a equidade que se relaciona ao sentimento de justiça da coletividade, isto é, traz uma idéia da humanização do Direito (do Justo) aplicado ao caso concreto. TODAVIA, ESTA TÉCNICA DE INTEGRAÇÃO NÃO PODE SER APLICADA PARA DISPENSAR O SUJEITO PASSIVO DO PAGAMENTO DO TRIBUTO, visto que, os princípios da reserva legal e da indisponibilidade do interesse público não permitem a dispensa do pagamento do tributo por aplicação da equidade.
�PAGE �
�PAGE �1�

Continue navegando