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FDSBC - Trabalho de CPTE sobre Presidencialismo brasileiro - 4ºBimestre

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Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo
4ºBimestre – Ciência Política e Teoria do Estado
Trabalho de CPTE
1 – É possível afirmar que a Constituição de 1988 reforçou os poderes (competências) do Presidente da República? Aponte-os.
A Constituição de 1988 claramente reforçou os poderes do Presidente da República, pois ela, em sua estrutura, passou a possibilitar que o poder executivo gozasse de inúmeras prerrogativas, sendo elas: iniciativas de projetos orçamentários e tributários; proposição de emendas constitucionais; a adoção de medidas provisórias com força de lei (Artigo 62 da Constituição Federal); a faculdade de editar leis por delegação do Congresso; solicitação de urgência para projetos de lei em tramitação (Artigo 64, parágrafo 1º); e restrições às emendas orçamentárias do Congresso. 
Colocando em linha de comparação a Constituição de 1946 e a de 1988, ficará claro o processo de reforço dos poderes do Presidente da República, tendo ele, na Constituição de 1946, iniciativas que se restringiam a esfera administrativa, porém após a promulgação da Constituição 1988, seus poderes são ampliados, dando-lhe poder de emitir decretos com força de lei, função essa que é atípica ao poder executivo.
2 – Quais seriam as forças políticas habilitadas para enfrentar os poderes presidenciais? Explique.
Na Constituição de 1988, não foi apenas o Presidente da República que teve os seus poderes ampliados, os líderes partidários também passaram a obter mais direitos e recursos parlamentares, e isto mudou a forma de organização do Congresso, pois agora os líderes partidários passam a determinar a agenda no plenário; a representar todos os membros da sua sigla no legislativo; restringir emendas e votações em separado; a nomear e substituir membros das comissões permanentes; a nomear e substituir membros de comissões mistas que analisam medidas provisórias; e a nomear e substituir membros das comissões mistas que analisam o orçamento. 
Devido a ampliação destes poderes, os líderes partidários e os partidos em si, se tornarão a principal força política para enfrentar os poderes do Presidente da República, pois o Presidente precisará tecer alianças partidárias se quiser governar, as nomeações ministeriais, por exemplo, serão seu principal recurso para adquirir apoio parlamentar, e as pastas ministeriais serão divididas entre os parlamentares dos mais variados partidos, do contrário, se isso não acontecer, os líderes partidários movimentam-se para bloquear a implementação do plano de governo do atual Presidente.
3 – Os partidos políticos, no sistema presidencialista brasileiro, apresentam características próprias? E sistema partidário? Explique.
Após a redemocratização do Brasil em 1985, o sistema partidário brasileiro, através da sua mais nova e jovem Constituição, foi desenhado de uma forma que possibilitou características únicas no moderno sistema presidencialista brasileiro. O sistema partidário pós-88, possui uma diversidade sem igual, a sua fluidez e o seu multipartidarismo, permite a existência de partidos disciplinados ou não, sendo eles marcadamente ideológicos ou marcadamente clientelistas – tem a distribuição de cargos como principal componente para declarar apoio. Por parte dos parlamentares, haverá uma frequente mudança de partido, a exigência de lealdade partidária, é inexistente no sistema brasileiro, o que torna essa situação favorável ou não ao Presidente da República, pois da mesma forma que um parlamentar da base de oposição pode se mudar para um partido da base aliada, o contrário também pode ocorrer.
4 – Que significa afirmar que o presidente tem o poder de fixar a agenda do Legislativo no sistema presidencialista brasileiro?
O sistema presidencialista brasileiro é particularizado por ser de coalização, termo criado pelo cientista político Sérgio Abranches; significa fazer acordos, tecendo alianças partidárias para construir uma maioria parlamentar, viabilizando alcançar um objetivo específico. A asseveração de que o Presidente da República tem o poder de fixar a agenda legislativa, elucida que quando se tem uma maioria parlamentar disciplinada, o Presidente praticamente acaba controlando a atividade legiferante, isso se dá porque na Constituição de 1988, houve uma concessão de direitos e recursos parlamentares que possibilitaram, por exemplo, os líderes partidários determinar a agenda em plenário, consequentemente o Presidente que obtiver alianças partidárias majoritárias e disciplinadas, controlará toda a pauta do Congresso Nacional. Em contrapartida, o sistema presidencialista de coalizão desguarnece o chefe de governo quanto a eventuais turbações devido à ineficaz produção de alianças, haja vista ser insustentável a manutenção do cargo sem elas.

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