Buscar

Prevalência de Lesões em Corredores de Rua Brasileiros

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

161Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
RESUMO
A corrida de rua é uma forma de exercício acessível e de baixo custo. No entanto, a ocorrência de lesões 
musculoesqueléticas pode dificultar a prática regular. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de lesões 
em corredores de rua brasileiros e os fatores associados. Foi realizada uma metanálise de estudos brasileiros 
para investigara prevalência e os fatores de risco de lesão em corredores de rua amadores, de ambos os sexos, 
com idade ≥ 18 anos. Foram excluídos estudos de revisão sistemática, pesquisas com atletas profissionais ou 
triatletas e os artigos duplicados. As buscas eletrônicas foram feitas nos seguintes bancos de dados: SciELO, 
LILACS, PubMed, Web of Science e Google Acadêmico. Foram usados descritores como “prevalência”, “lesão”, 
“corredores de rua amadores” e “Brasil”. A análise de prevalência foi realizada com o modelo de efeito aleatório, 
e um gráfico de funil foi usado para avaliar o viés de publicação. Em seguida, os testes Begg-Mazumdar e Egger 
foram aplicados para quantificar os resultados do gráfico. O Prevalence Critical Appraisal Instrument foi usado 
para avaliar a qualidade metodológica dos estudos. Os fatores associados foram analisados com análise de 
metarregressão. Vinte e três estudos, totalizando 3.786 corredores foram incluídos na revisão. A prevalência de 
lesões foi de 36,5% (intervalo de confiança [IC] de 95% 30,8-42,5%), e a distância percorrida por semana superior 
a 20 km foi uma variável preditiva de lesões. Observou-se maior prevalência de lesões em homens do que em 
mulheres (28,3%, IC de 95% 22,5-35,0%). O joelho foi o local mais acometido (32,9%, (IC de 95% 26,7-39,6%) 
e as lesões musculares foram as mais frequentes (27,9%, IC de 95% 18,2-40,1%). Esta é a primeira metanálise 
nacional a investigar a prevalência de lesões em corredores de rua amadores. Embora a prevalência de lesões 
tenha sido moderada, é preciso ter cautela em termos da duração semanal da corrida. Os corredores do sexo 
masculino são mais suscetíveis, e as lesões musculares e do joelho são as mais comuns. Nível de evidência II, 
Revisão sistemáticab de Estudos de Nível II.
Descritores: Prevalência; Lesão; Corrida.
ABSTRACT
Street running is an accessible, low-cost form of exercise. However, the occurrence of musculoskeletal injuries may 
hinder regular practice. This study aimed at estimating the prevalence of injuries in Brazilian street runners and the 
associated factors. A meta-analysis of Brazilian studies was performed to investigate the prevalence and risk factors 
of injuries in male and female recreational street runners aged ≥18 years. We excluded systematic review studies, 
research conducted on professional athletes or triathletes, and duplicate articles. The following databases were used: 
SciELO, LILACS, PubMed, Web of Science, and Google Scholar. Keywords such as “prevalence,” “injury,” “recreational 
street runners,” and “Brazil” were used. Prevalence analysis was performed using the random effect model, and a funnel 
plot was used to assess publication bias. Then the Begg-Mazumdar and Egger tests were applied to quantify the graph 
results. The Prevalence Critical Appraisal Instrument was used to evaluate the methodological quality of the studies. 
Associated factors were analyzed with meta-regression analysis. Twenty-three studies with 3,786 runners were included 
in the review. The prevalence of injury was 36.5% (95% confidence interval [CI] 30.8-42.5%), and a running distance per 
week greater than 20 km was a predictive variable of injuries. A higher prevalence of injuries was observed in men than 
in women (28.3%, 95% CI 22.5-35.0%), the knee was the most affected site of injury (32.9%, 95% CI 26.7-39.6%), and 
muscle injuries were the most frequent type of injury (27.9%, 95% CI 18.2-40.1%). This is the first national meta-analysis 
conducted to investigate the prevalence of injuries in recreational street runners. Although the prevalence of injuries 
was moderate, caution is required in terms of the weekly duration of running. Male runners are more susceptible, 
and muscle and knee injuries are the most common. Level of evidence II, Systematic reviewb of Level II Studies.
Keywords: Prevalence; Injury; Running.
RESUMEN
La carrera de calle es una modalidad de accesible y de bajo costo. Sin embargo, la aparición de lesiones musculo 
esqueléticas puede dificultar la práctica regular. El objetivo de este estudio fue estimar la prevalencia de lesiones en 
corredores de calle brasileños y los factores asociados. Se realizó un meta-análisis de estudios brasileños que investiga-
ron la prevalencia y los factores de riesgo de lesión en corredores de calle aficionados, de ambos sexos, con edad ≥ 18 
años. Se excluyeron estudios de revisión sistemática, investigaciones con atletas profesionales o triatletas y los artículos 
duplicados. Las búsquedas electrónicas se realizaron en las siguientes bases de datos: SciELO, LILACS, PubMed, Web of 
PREVALÊNCIA DE LESÕES EM CORREDORES DE RUA 
AMADORES BRASILEIROS: METANÁLISE
PREVALENCE OF INJURIES IN BRAZILIAN RECREATIONAL STREET RUNNERS: META-ANALYSIS
PREVALENCIA DE LESIONES EN CORREDORES DE CALLE AFICIONADOS BRASILEÑOS: META-ANÁLISIS
Wyngrid Porfirio Borel1 
(Fisioterapeuta)
José Elias Filho1 
(Fisioterapeuta)
Juliano Bergamaschine Mata Diz1 
(Fisioterapeuta)
Poliana Fernandes Moreira1 
(Fisioterapeuta)
Priscila Monteiro Veras1 
(Fisioterapeuta)
Leonardo Lacerda Catharino1 
(Fisioterapeuta)
Bárbara Palmeira Rossi1 
(Fisioterapeuta)
Diogo Carvalho Felício1 
(Fisioterapeuta)
1. Universidade Federal de Juiz de 
Fora, Programa de Pós-Graduação 
em Ciências da Reabilitação e 
Desempenho Físico-Funcional, Juiz 
de Fora, MG, Brasil.
Correspondência
Wyngrid Porfirio Borel.
Programa de Mestrado em Ciências 
da Reabilitação UFJF, Faculdade 
de Fisioterapia. Av. Eugênio do 
Nascimento, s/n, Bairro Dom Bosco, 
Juiz de Fora, MG, Brasil. 36038-330. 
wyn_fisio@yahoo.com.br
Meta-análise
Meta-analysis
Meta-análisis
162 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
Science y Google Académico. Se utilizaron descriptores como “prevalencia”, “lesión”, “corredores de calle aficionados” 
y “Brasil”. El análisis de prevalencia se realizó con el modelo de efecto aleatorio, y un gráfico de embudo se utilizó para 
evaluar el sesgo de publicación. A continuación, se aplicaron las pruebas Begg-Mazumdar y Egger para cuantificar 
los resultados del gráfico. El Prevalence Critical Appraisal Instrument se utilizó para evaluar la calidad metodológica 
de los estudios. Los factores asociados fueron analizados con análisis de meta-regresión. Se incluyeron 23 estudios 
en la revisión, totalizando 3.786 corredores, con prevalencia de lesiones del 36,5% (intervalo de confianza [IC] del 95% 
30,8-42,5%), y la distancia recorrida por semana superior a 20 Km fue una variable predictiva de lesiones. Se observó 
mayor prevalencia de lesiones en hombres que en mujeres (28,3%, IC del 95% 22,5-35,0%). La rodilla fue el local más 
afectado (32,9%, IC del 95% 26,7-39,6%) y las lesiones musculares fueron las más frecuentes (27,9%, IC del 95% 18,2-
40,1%). Este es el primer meta-análisis nacional en investigar la prevalencia de lesiones en corredores aficionados. 
Aunque la prevalencia de lesiones ha sido moderada, se requiere precaución en cuanto a la duración semanal de la 
carrera. Los corredores del sexo masculino son más susceptibles, y las lesiones musculares y de la rodilla son las más 
comunes. Nivel de evidencia II, Revisión sistemáticab de Estudios de Nivel II.
Descriptores: Prevalencia; Lesión; Carrera.
Artigo recebido em 09/24/2018 aprovado em 11/26/2018DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220192502214466
INTRODUÇÃO
A corrida de rua é uma modalidade de fácil acesso, baixo custo e 
simples de ser praticada, por isso é um fenômeno socialcontemporâ-
neo.1,2 A prática regular da corrida proporciona diversos benefícios à 
saúde, no entanto, quando executada de forma inadequada ou sem 
orientação pode causar lesões.3,4 As lesões em corredores acarretam em 
absenteísmo do trabalho, aumento da demanda dos serviços de saúde 
e descontinuidade nos treinamentos/competições.5
Em estudo recente Smits et al 6 avaliaram o absenteísmo e cuidados 
de saúde após a ocorrência de lesões relacionadas à corrida durante 
seis semanas. Participaram 185 sujeitos dos quais 4% se ausentaram das 
atividades laborais e 51% procuraram um profissional de saúde. Em um 
outro estudo os pesquisadores investigaram o ônus econômico das lesões 
relacionadas a corrida em atletas holandeses. Participaram 1696 partici-
pantes e a incidência de lesões foi de 272 casos. Em valores convertidos, 
os gastos por lesão com saúde foram de R$ 207,30, acrescidos de R$ 95,7 
devido ao absenteísmo das atividades laborais.7 Em um delineamento 
semelhante com 53 corredores de trilha holandeses, a incidência de 
lesões foi de 41 casos e os gastos por lesão com profissionais de saúde 
e devido ao absenteísmo no trabalho remunerado foi de R$ 630,7.8 No 
Brasil não localizamos dados sobre o tema.
Hespanhol Junior et al9 em um estudo de coorte prospectivo com 
200 corredores recreacionais brasileiros identificaram que a incidência 
de lesões pode aumentar de 31% em três meses para 51% em um ano, 
essa alta taxa de lesões culmina em descontinuidade nos treinamentos/
competições além de agravar os malefícios advindos do sedentarismo, 
que é uma preocupação de magnitude mundial.10 Danos musculoes-
queléticos em corredores também podem ocasionar repercussões 
psicossociais e reduzir o nível de motivação para a manutenção do 
engajamento no esporte. A ocorrência de uma lesão deflagra ansiedade, 
diminuição de autoestima, raiva excessiva, obsessão para retorno ao 
esporte com reinício prematuro dos treinos e agravamento da lesão e 
sentimento de impotência no tratamento da lesão.11
A identificação da prevalência de lesões em corredores e os fatores 
associados pode contribuir para reduzir o absenteísmo laboral, a demanda 
por serviços de saúde e favorecer a pratica regular da modalidade. Ade-
mais, pode subsidiar a elaboração de estratégias preventivas e programas 
de reabilitação mais assertivos. Do conhecimento dos autores não existe 
no Brasil dados compilados de maneira criteriosa e sistemática sobre 
prevalência de lesões em corredores de rua recreacionais. 
Dessa forma, os objetivos desta metanálise foram estimar a preva-
lência de lesões em corredores recreacionais brasileiros; analisar o risco 
de viés dos estudos elegíveis; investigar a relação entre as características 
de treinamento com o surgimento das injúrias; verificar a influência do 
sexo na prevalência de lesões; identificar os locais anatômicos mais 
acometidos e os tipos de lesões mais frequentes. 
MÉTODOS
Trata-se de uma revisão sistemática com metanálise. A metodologia 
seguiu as recomendações do manual Joanna Briggs Institute Reviewers (The 
Systematic Review of Prevalence e Incidence Data)12,as diretrizes do grupo MOOSE 
(Meta-analysis of Observational Studies in Epidemiology)13 e Cochrane Collabo-
ration.14 A presente revisão sistemática foi reportada conforme o checklist 
PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses).15
Critérios de elegibilidade
Foram incluídos todos os estudos realizados no Brasil que investigaram a 
prevalência no ponto, no período ou ao longo da vida de lesões em corredores 
de rua recreacionais de ambos os sexos, com idade ≥ 18 anos. Para tanto, foi 
considerado como corredor recreacional aquele que pratica a atividade por 
prazer e saúde sem ser remunerado.16 Foram considerados estudos indepen-
dentemente da duração dos sintomas de lesão (ou seja, aguda, subaguda 
ou crônica). Foram excluídos estudos de revisão sistemática, estudos cujas 
amostras eram de atletas profissionais e triatletas e os artigos duplicados 
em mais de uma base de dados. Quando mais de um estudo reportou a 
prevalência de lesões utilizando uma mesma amostra, foi incluído apenas 
o estudo que possuiu o maior tamanho amostral. Para esclarecer dúvidas 
sobre informações de elegibilidade dos artigos, os autores foram contatados. 
Foram avaliados títulos e resumos a partir das pesquisas e os textos 
completos potenciais para inclusão foram avaliados pelos critérios de 
elegibilidade por dois revisores independentes ( WPB e JEF) e um terceiro 
revisor (DCF) equacionou as divergências.
Estratégia de busca
Foram realizadas buscas eletrônicas do registro mais antigo até a data 
que antecedeu à submissão do artigo. Foram utilizadas as seguintes bases 
de dados: SciELO, LILACS, PUBmed e WEB OF SCIENCE, sem restrição de 
idioma. Além disso, uma segunda pesquisa foi conduzida na literatura 
relacionada usando o Google Acadêmico e listas de referência de todos 
os estudos elegíveis. A estratégia de busca utilizou os descritores em 
inglês e português relacionados com “prevalência”, “epidemiologia”, 
“lesão”, “corredores“, “corredores recreacionais” e “Brasil” definidos de 
acordo com o dicionário de termos MeSH (Medical SubjectHeadingTerms) 
e combinados entre si, utilizando-se os operadores boleanos AND/OR 
para agregar todos os descritores.
163Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
Extração de dados
A extração de dados relevantes ao tema em questão foi realizada por 
dois revisores independentes ( WPB e JEF) que utilizaram um formulário 
de extração de dados pré-definido e as discordâncias foram resolvidas 
por um terceiro revisor (DCF).
Os dados extraídos incluiram a identificação do estudo, definição 
da lesão, os participantes e as medidas de prevalência. Para as medidas 
de prevalência, foram extraídas a porcentagem e o número absoluto 
de eventos (lesões). 
Análise estatística
Os dados foram inicialmente analisados por meio de estatística 
descritiva. As estimativas de prevalência e seus respectivos intervalos de 
confiança foram obtidos a partir do tamanho total da amostra e o número 
de eventos (lesões) para cada estudo incluído na revisão. As estimativas 
de prevalência foram fornecidas em percentagens (proporção × 100).12
A estatística I2 foi usada para avaliar a homogeneidade entre os 
estudos. A Metanálise foi realizada considerando baixa heterogenei-
dade se I2<50% e moderada a alta heterogeneidade se I2≥ 50%. Efeitos 
agrupados foram estimados usando o modelo de efeitos aleatórios. Um 
gráfico de funil foi usado para mostrar viés de publicação e os testes de 
Begg-Mazumdar e Egger foram realizados para verificar a significância 
estatística dos resultados do gráfico em casos potenciais.14
Após a estimativa da prevalência das lesões em corredores recrea-
cionais, dois revisores independentes ( WPB e JEF) avaliaram o risco de 
viés para cada estudo, utilizando um instrumento validado, que inclui 
10 itens que abordam a avaliação do risco de vieses em estudos de 
prevalência.12 Cada item foi classificado como ‘sim’, ‘não’, ‘nãoclaro’ de 
acordo com a informação dada pelo estudo, permitindo uma pontua-
ção máxima positiva de 10 pontos. Um terceiro revisor (DCF) resolveu 
potenciais divergências.
Em seguida, foram realizadas análises de meta-regressão para in-
vestigar a relação entre as características de treinamento (frequência 
semanal, distância percorrida e tempo de prática de corrida) com o 
surgimento das lesões, bem como para verificar a influência do sexo 
na prevalência de lesões, avaliar os locais anatômicos mais acometidos 
(quadril, joelho e tornozelo) e verificar os tipos de lesões mais frequentes 
(lesões musculares, inflamatórias, ósseas e ligamentares).
O nível de significância adotado foi de 5% para todos os proce-
dimentos estatísticos. Todas as análises estatísticas foram realizadas 
utilizandoo programa Comprehensive Meta-Analysis v. 3.3.070 (Biostat 
Inc., Englewood, NJ, USA).
RESULTADOS
Foram encontrados 448 estudos, 54 foram elegíveis para a análise do 
texto completo. Destes, 16 estudos foram excluídos após avaliação do 
texto completo. Treze dos artigos excluídos se tratavam de estudos de 
revisão sistemática, de amostras de corredores profissionais e triatletas. 
Outros três estudos continham amostras repetidas. Mais 15 estudos foram 
excluídos por se tratarem de duplicatas nas bases de dados. (Figura 1)
Descrição dos estudos incluídos
Dos 23 estudos incluídos, em 20 a amostra foi composta por ambos 
os sexos, totalizando 3786 participantes, sendo que destes 2605 eram 
do sexo masculino. Vinte estudos eram de corte transversal e três de 
coorte prospectivo com dados reportados de prevalência. Os artigos 
foram publicados entre os anos de 2009 à 2017. A tabela 1 mostra que 
apenas 10 estudos apresentaram definição de lesão e que também 13 
estudos não apresentaram dados suficientes para a extração de dados 
de prevalência de lesão em relação ao gênero. A prevalência de lesão 
variou de 20 a 65,9% entre os estudos.(Tabela 1)
Prevalência de lesões em corredores recreacionais brasileiros 
A metanálise conduzida com os 23 estudos incluídos identificou 
uma prevalência de lesões de 36,5% (IC 95% 30,8- 42,5%). O valor I2= 0.0 
revelou baixa heterogeneidade entre os estudos.(Figura 2)
Avaliação do risco de viés
A tabela 2 apresenta a avaliação do risco de viés dos artigo incluídos. 
A qualidade metodológica variou de 5 a 9 pontos. (Tabela 2)
A análise do gráfico do funil demonstrou que não houve viés de 
publicação e os testes de Begg-Mazumdar (p = 0,270) e de Egger 
(t = 1,21, df = 21; p = 0,118) não foram significativos. (Figura 3)
Análise da relação entre as características de treinamento 
com o surgimento das lesões
A análise descritiva demonstrou que seis estudos relacionaram a 
distância percorrida de 20 Km ou mais por semana ao surgimento de 
lesões, cinco estudos relacionaram o tempo de prática superior à cinco 
anos ao aparecimento das injúrias e apenas quatro estudos encontraram 
relação entre o surgimento das lesões com uma frequência semanal 
de treino maior ou igual a três dias. Seis estudos não investigaram a 
influência das variáveis de treinamento com o surgimento de lesões. 
Estes, analizaram apenas as variáveis de treinamento de acordo com a 
amostra integral, sem distinção entre lesionados e não lesionados, com 
o intuito de descrever o perfil de treinamento de todos os corredores.
Prevalência de lesão em corredores recreacionais do sexo 
masculino e feminino
A prevalência de lesão entre os corredores do sexo masculino foi de 
28,3 (IC 95% 22,5-35,0%), já a prevalência de lesão entre as corredoras 
do sexo feminino foi de 9,1% (IC 95% 5,3-15,2%). Os valores I2= 50 para 
o sexo masculino e I2= 0.0 para o sexo feminino revelaram moderada 
e baixa heterogeneidade respectivamente.
Figura 1. Fluxograma dos estudos incluídos.
Títulos e resumos selecionados (n = 448)
Estudos excluídos após análises dos 
títulos/resumos (n = 394)
Estudos potencialmente relevantes para 
avaliação do texto completo (n = 54)
Estudos incluídos na revisão 
(n=23)
Estudos excluídos após avaliação do texto 
completo
• revisões sistemáticas (n=7)
• amostras de atletas profissionais (n = 3)
• amostras de triatletas (n=3)
• estudos retirados como duplicatas (n = 15)
164 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
Locais anatômicos acometidos
A prevalência de lesão no joelho foi de 32,9% (IC 95% 26,7-
39,6%), já a prevalência de lesão notornozelo foi de 17,7% (IC 
95% 11,2-26,9%) e a prevalência de lesão no quadril foi de 13,3% 
(IC 95% 6,9-24,1%). O valor I2= 0.0 revelou baixa heterogeneidade 
entre os valores. 
Tipos de lesões mais frequentes
A prevalência de lesões musculares que incluíram distenções, es-
tiramentos e contraturas foi de 27,9% (IC 95% 18,2-40,1%). As lesões 
ligamentares como entorses e luxações apresentaram uma prevalência 
de 27,8% (IC 95% 19,4-38,1%). Fasciite plantar, tendinites, sinovites, 
bursites e síndrome do estresse medial da tíbia foram agrupadas como 
lesões inflamatórias, apresentando uma prevalência de 26,5% (IC 95% 
14,9 - 40,1%). O grupo das lesões ósseas incluiu a fratura, condromalá-
cea patelar e edema ósseo e mostrou uma prevalência de 5,6% (IC 95% 
1,8-16,3%). O valor I2= 0.0 também revelou baixa heterogeneidade para 
todas as análises deste subgrupo. 
DISCUSSÃO
Esta revisão é a primeira metanálise nacional a investigar a prevalência 
de lesões em uma amostra total de 3786 corredores de rua recreacionais. 
As estimativas fornecem evidência de qualidade moderada de que a pre-
valência de lesões em corredores de rua recreacionais é 36,5%, a distância 
percorrida por semana é uma variável preditiva de lesões, a maioria dos 
indivíduos lesionados são do sexo masculino, o local anatômico mais 
acometido é o joelho e as lesões mais comuns são as musculares.
A presente revisão revelou uma prevalência de lesões em corredores 
recreacionais brasileiros de 36,5%. Valor semelhante foi encontrado por 
Von Rosen et al37 em um estudo com 64 participantes de ambos os sexos 
no qual a prevalência de lesões em corredores foi de 35,7%. Nossos 
achados também estão em consonância com o estudo de Kluitenberg 
et al38 que envolveu 1696 participantes de ambos os sexos e 33,6% dos 
sujeitos apresentaram queixas de lesões. A taxa de prevalência encontrada 
em nosso estudo, também encontra-se dentro do intervalo proposto 
nas revisões sistemáticas de Van Gent et al39 de 19.4% a 79.3% e Von Der 
Worp et al40 de 20,6% a 79,3%. Ao confrontar com outras modalidades, 
Tabela 1. Análise descritiva das características dos estudos incluídos ( n = 23).
Participantes Prevalência %
Estudo Definição de Lesão n (F/M), idade ± SD Total F M
Abiko et al, 201716 ---
162 (70/92)
35,5 ± years
47,5
15,5 32
Araújo et al, 201517 
Evento ocorrido durante um treino/competição que tenha 
causado no atleta falta no próximo treino/competição
204 (87/117)
32,6 ± 9,3 years
41,6 --- ---
Campos et al, 201618 Dano causado por trauma físico sofrido pelos tecidos do corpo
139 (61/78)
36,6 ± 8,6 years
37 --- ---
Fernandes D; Lourenço TF;
Simões EC, 201419
Qualquer indisposição musculoesquelética que tenha levado o corredor 
a se afastar dos treinos/competições por no mínimo de uma semana
107 (22/85)
38,3 ± 9,9 years
21,5 --- ---
Ferreira et al, 201220 ---
100 (27/73)
34,7± 11,4 years
40 10 30
Hespanhol Junior 
et al, 201210
Qualquer dor de origem musculoesquelética relacionada à prática da 
corrida severa o suficiente para impedir a realização de um treino
200 (--/--)
43± 10,5 years
55 --- ---
Hespanhol Junior 
et al, 20139
Qualquer dor de origem musculoesquelética atribuída à 
corrida, severa o suficiente para impedir que o corredor 
realize pelo menos uma sessão de treinamento
191 (50/141 )
42,8 ±10,5 years
31 6 25
Hino et al, 200921
Qualquer dor ou agravo que tenha afastado a participação em treinos/
competições
293 (66/227)
---
28,5 5,5 23
Ishida et al, 20136 ---
94 (0/94)
39 ± 13 years
34 --- 34
Lopes et al, 201122 ---
1049 (253/796)
39 ± 11 years
22 7 15
Oliveira et al, 201223 ---
77 (34/43)
-------------
32,5 --- ---
Oliveira EGA;
Santos-Filho SD, 201824
---
30 (8/22)
27,7± 8,1 years
60 13 47
Pazin et al, 200825
Aquela que tenha levado à interrupção do treinamento por 
comprometimento muscular ou osteoarticular por no mínimo 2 dias
115 (0/115)
-------------
37,7 --- ---
Pileggi et al, 201026 --- 18 (5/13) 50 11,2 38,8
Purim et al, 201427 Afecção musculoesquelética, dor ou incapacidade para treinos/competições
220 (54/166)
38,4± 11,3 years
65,9 --- ---
Rangel et al, 201628 ---
88 (32/56)35,5± 9,7 years
43,2 --- ---
Rios et al, 201729 ---
123 (35/88)
31,4 ±11,0 years
21,95 --- ---
Rolim et al, 201530 ---
50 (24/26)
37,4±
20 6 14
Salicio et al, 201731 ---
101(43/58)
33,9 ± 8 years
37,7 --- ---
Saragiotto et al, 201432 ---
95 (30/65)
40,1 ± 12,6 years
45 --- ---
Saragiotto et al, 201633
Qualquer dor de origem musculoesquelética atribuída à 
corrida, severa o suficiente para impedir que o corredor 
realize pelo menos uma sessão de treinamento
19 (4/15)
39,3 ±9,3 years
21 --- ---
Souza et al. 201434 Acontecimento que limita a participação do atleta por no mínimo 1 dia 154 (39/115) 37 5,2 31,8
Yamato et al, 201135 ---
155 (35/120)
38,0 ± 10,0 years
25,1 ---- ----
165Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
observamos que no futebol a prevalência de lesões foi de 28,23% para 
as equipes de atletas juvenis profissionais41 e no crossfit a prevalência 
de lesões musculoesqueléticas entre praticantes com média de idade 
de 32 anos foi de 30,2%.42 Os achados ratificam que a corrida é uma 
modalidade que oferece riscos ao sistema musculoesquelético e a im-
portância de elaboração de estratégias preventivas para que a corrida 
seja realizada de forma segura.
Destaca-se a divergência dos estudos nacionais quanto à operaciona-
lização do termo lesão. A maioria dos estudos não utilizam uma definição 
padronizada, vários autores afirmam que algumas das disparidades nas 
taxas de lesões são certamente ligadas às diferentes definições usadas em 
cada estudo.22,39,43,44 o que corrobora com os nossos achados no qual a 
prevalência de lesão variou de 20 à 65,9%. A falta de uma definição padrão 
dificulta a comparação entre os estudos, uma definição consensual de lesão 
relacionada à corrida especificamente para corredores pode contribuir 
para reduzir as grandes variações observadas nas taxas de lesões relatadas.
Com relação à característica do treinamento, a distância percorrida foi 
a principal variável relacionada ao surgimento de lesões, assim como Van 
Tabela 2. Qualidade metodológica dos estudos incluídos (n = 23).
Estudos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Escores (0–10)
Abiko et al16 S NC N N N S N S S S 5
Araújo et al17 S S N N N S N NC S S 5
Campos et al18 S S N N N S N S S NC 5
Fernandes et al19 S S N N N NC N S S S 5
Ferreira et al20 S S N S S S N S S S 8
Hespanhol Junior et al10 S S N N N S N S S S 6
Hespanhol Junior et al9 S S N N S S N S S S 7
Hino et al21 S S N N N NC S NC S S 6
Ishida et al6 S S N S S S N S S S 8
Lopes et al22 S S S S S S N S S S 9
Oliveira et al23 S S N NC NC S N S NC S 5
Oliveira;Santos Filho24 S S N N N S N S NC S 5
Pazin et al25 S S S N N S N S S N 6
Pileggi et al26 S S N S S S S S S S 9
Purim et al27 S S N N N S N S S S 6
Rangel et al28 S S N N N S N S S S 6
Rios et al29 S S N N N S N NC S S 5
Rolim et al30 S S N NC N S N S NC S 5
Salicio et al31 S S N NC N S N NC S S 5
Saragiotto et al32 S S N S S S N S S S 8
Saragiotto et al33 S S N S N S S S S S 8
Souza et al34 S S N S NC S N N N S 5
Yamato et al35 S S N N NC S N S S S 6 
1. A amostra foi representativa da população alvo? 2. Os participantes do estudo foram recrutados da maneira 
correta? 3. O tamanho da amostra foi adequado? 4. Os participantes e a configuração do estudo foram descritos 
detalhadamente? 5. A análise de dados foi realizada com cobertura suficiente da amostra identificada? 6. Critérios 
objetivos e padronizados foram usados para medir a condição? 7. A condição foi medida de forma confiável? 8. Houve 
análise estatística apropriada? 9. Todos os fatores de confusão/subgrupos/diferenças importantes estão identificados 
e contabilizados? 10. As subpopulações foram identificadas com critérios objetivos? S = sim; N = não; NC = não claro.
Figura 2. Forest Plot da metanálise de prevalência de lesões e seus respectivos intervalos de confiança.
Estatística para cada estudo
Taxa de 
eventos
Limite 
inferior
Limite 
superior Valor de Z Valor de p
Abiko et al, 2017 0,457 0,362 0,534 -1,093 0,274
Araújo et al, 2015 0,416 0,350 0,485 -2,388 0,017
Campos et al, 2016 0,370 0,294 0,453 -3,029 0,002
Fernandes et al, 2014 0,215 0,147 0,303 -5,503 0,000
Ferreira et al, 2012 0,400 0,309 0,499 -1,966 0,047
Hespanhol Junior et al, 2012 0,550 0,481 0,618 1,412 0,158
Hespanhol Junior et al, 2013 0,310 0,248 0,379 -5,114 0,000
Hino et al, 2009 0,285 0,236 0,339 -7,131 0,000
Ishida et al, 2013 0,340 0,252 0,441 -3,046 0,002
Lopes et al, 2011 0,220 0,196 0,246 -16,981 0,000
Oliveira et al, 2012 0,325 0,230 0,437 -3,004 0,003
Oliveira; Santos-Filho 2018 0,600 0,419 0,757 1,088 0,277
Pazin et al, 2012 0,377 0,293 0,469 -2,611 0,009
Pieggi et al, 2010 0,500 0,284 0,716 0,000 1,000
Purim et al, 2014 0,659 0,594 0,719 4,632 0,000
Rangel et al, 2016 0,432 0,333 0,537 -1,272 0,203
Rios et al, 2017 0,219 0,155 0,301 -5,832 0,000
Rolim et al, 2015 0,200 0,111 0,333 -3,921 0,000
Salicio et al, 2017 0,377 0,288 0,475 -2,446 0,014
Saragiotto et al, 2014 0,450 0,353 0,551 -0,973 0,331
Saragiotto et al, 2016 0,210 0,081 0,445 -2,352 0,019
Souza et al, 2014 0,370 0,297 0,449 -3,189 0,001
Yamato et al, 2011 0,251 0,189 0,325 -5,902 0,000
0,365 0,308 0,425 -4,322 0,000
Nome do estudo
 -1,00 -0,50 0,00 0,50 1,00
Prevalência
Taxa de eventos e IC de 95%
Figure 3. Funnel graph of the standard error by event rate (n = 23).
Gráfico de funil de erros padrão por logit de taxa de eventos
Er
ro
 p
ad
rã
o
Logit de taxa de eventos
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
-3 -2 -1 0 1 2 3
166 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
Poppel et al45 e Van der Worp et al40 que também encontraram correlação 
positiva entre lesões e corredores que percorrem distâncias maiores 
que 20 quilômetros semanais. No entanto, estudos apontam que outras 
características do treinamento também podem predispor a lesões tais 
como lesões prévias e velocidade da corrida.9,39,46 Diante disso, é necessário 
a realização de estudos longitudinais que investiguem essas variáveis.
Quanto ao sexo, os resultados deste estudo mostraram que a maioria 
dos corredores são do sexo masculino e que também a prevalência das 
lesões é maior neste gênero. O maior percentual de homens também 
foi observado em estudos prévios.9,37,46 o que pode estar relacionado 
à construção social, já que as mulheres apresentam dupla jornada de 
trabalho e às próprias características da corrida como um esporte de 
maior impacto e com pouca socialização.47 Sugere-se que a flexibilida-
de inadequada, desequilíbrios musculares e déficits na coordenação 
neuromuscular podem causar padrões de movimento inadequados, 
aumentando o risco de lesões no sexo masculino.48 Adicionalmente, 
o perfil de risco no sexo masculino também pode estar relacionado à 
maior velocidade da corrida e à maior distância semanal percorrida.40,49
No que se refere à região anatômica observamos que o joelho é o 
local mais acometido, com uma prevalência de 33,5%. Valor semelhante 
foi relatado por Van Poppel et al45 que encontrou 31,1 % de prevalência 
de lesões nos joelhos em uma amostra total de 713 indivíduos. A literatura 
aponta que o alto índice de lesões nos joelhos de corredores recreacionais 
está relacionado à sobrecarga mecânica devido ao impacto da corrida.34,49,50 
A magnitude das forças de impacto presentes no membro inferior durante 
a corrida podem variar de um e meio a três vezes o peso corporal.51 No 
entanto, há evidência de que a prática da corrida é um fator protetor de 
osteoartrite de joelho e quadril em corredores recreativos comparados à 
indivíduos sedentários e corredoresprofissionais, pois corredores recrea-
cionais geralmente percorrem uma distância semanal inferior à 20-40 
km e seu tempo de prática gira em torno de 15 anos.52,53 Inferimos que a 
dor no joelho é de origem multifatorial, carga e volume de treinamento, 
índice de massa corporal, pratica concomitante de outra modalidade, 
alterações biomecânicas, tipo de solo e calçado entre outros fatores de-
vem ser levados em consideração no intuito de previnir a dor no joelho.
No que tange aos tipos de lesões, as repercussões musculares 
apresentaram o maior índice de prevalência, 27,9%, seguida pelas lesões 
ligamentares 27,8%, inflamatórias 26,6 % e lesões ósseas 5,6%. No estudo 
de Hespanhol Junior et al7 as lesões inflamatórias agrupadas totalizaram 
29,5% e as lesões musculares 30,3%. E nos achados de Nielsen et al54 as 
lesões inflamatórias somaram 38%, as lesões musculares 20% e as lesões 
ósseas 6%. Baumann et al55 sugerem que as lesões musculares em corre-
dores são resultado das ações musculares excêntricas que geram mais 
torque e ativam menos unidades motoras para uma determinada carga, 
provocando um alto grau de estresse mecânico nas fibras musculares 
ativadas, causando falha no acoplamento da contração de excitação e 
danificando as estruturas musculares. Tecidos pouco perfundidos, como 
ligamentos, também estão particularmente em risco porque se adaptam 
de forma lenta ao aumento da carga mecânica.40
As limitações do estudo incluem a qualidade moderada das evidên-
cias, a utilização de questionários autoaplicáveis que podem acarretar 
em viés de memória e a falta de padronização das informações cole-
tadas, o que compromete a interpretação mais detalhada dos dados. 
Sugerimos a condução de estudos longitudinais que investiguem de 
maneira abrangente os fatores preditivos de lesão. 
CONCLUSÃO
A prevalência de lesões em corredores recreacionais brasileiros foi de 
36,5% em uma amostra total de 3786 corredores, a distância percorrida 
por semana superior a 20 km é uma variável preditiva de lesões, a maioria 
dos indivíduos lesionados são do sexo masculino, o local anatômico 
mais acometido é o joelho e as lesões mais comuns são as musculares.
Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito 
de interesses referente a este artigo.
REFERÊNCIAS
1. Nielsen RO, Ronnow L, Rasmussen S, Lind M. A prospective study on time to recovery in 254 injured 
novice runners. PLoS One. 2014;9(6):1-6.
2. Kluitenberg B, Van Middelkoop M, Diercks RL, Hartgens F, Verhagen E, Smits DW, et al. The NLstartrun 
study: health effects of a running promotion program in novice runners, design of a prospective cohort 
study. BMC Public Health. 2013;13:685-92. 
3. Smits DW, Huisstede B, Verhagen E, van der Worp H, Kluitenberg B, van Middelkoop M, et al. Short-Term 
Absenteeis mand Health Care Utilization Due to Lower Extremity Injuries Among Novice Runners: A 
Prospective Cohort Study. Clin J Sport Med. 2016;26(6);502-9. 
4. Hespanhol Junior LC, van Mechelen W, Postuma E, Verhagen E. Health and economic burden of 
running-related injuries in runners training for an event: A prospective cohort study. Scand J Med 
Sci Sports. 2016;26(9):1091-9. 
5. Hespanhol Junior LC, Van Mechelen W, Verhagen E. Health and Economic Burden of Running-Related 
Injuries in Dutch Trailrunners: A Prospective Cohort Study. Sports Med. 2017;47(2):367–77.
6. Ishida JC, Turi BC, Pereira-Da-Silva M, Amaral SL. Presença de fatores de risco de doenças cardiovasculares 
e de lesões em praticantes de corrida de rua. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2013;27(1):55-65.
7. Weinberg RS, Gould D. Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercícios. 2nd ed. São Paulo: 
Artmed Editora; 2001. 
8. Torcate EF, Pawlack AR, Oliveira AG, Ribas MR. Perfil Antropométrico E Dietético De Corredores De 
Rua Da Cidade De Curitiba. RBPFEX. 2016;10(61):670-8. 
9. Hespanhol Junior LC, Costa LOP, Lopes AD. Previous injuries and some training characteristics pre-
dict running-related injuries in recreational runners: a prospective cohort study. Braz J Phys Ther. 
2013;59(4):263-9. 
10. Hespanhol Junior LC, Costa LOP, Carvalho ACA, Lopes AD. Perfil das características do treinamento e 
associação com lesões musculoesqueléticas prévias em corredores recreacionais: um estudo transversal. 
Braz JPhys Ther. 2012;16(1):46-53.
11. Stroup DF, Berlin JA, Morton SC, Olkin I, Williamson GD, Rennie D, et al. Meta-analysis of observational 
studies in epidemiology: a proposal for reporting. Meta-analysis Of Observational Studies in Epidemiology 
(MOOSE). JAMA. 2000;283(15):2008-12.
12. Munn Z, Moola S, Riitano D, Lisy. K. The development of acritical appraisal tool for use in systematic 
reviews addressing questions of prevalence. J Mark Access Health Policy. 2014;3(3):123–8. 
13. Higgins PT, Green S, editors. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions. 2011. [acesso 
em 06 de Novembro de 2016]. Disponível em: http: //cochrane-handbook.org 
14. Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG. The PRISMA Group (2009). Preferred Reporting Items for 
Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. PLoSMed. 2009;6(6).
15. Running USA. National Runner Survey Transinf. [Internet]. 2013. [acesso em 2017 Jun 3] Disponível 
em: <http://www.runningusa.com/>
16. Abiko RH, Tamura SH, Borges PH, Bertolini SMMG. Prevalência de lesões musculoesqueléticas e 
fatores associados em corredores de rua. Ciência&Saúde. 2017;10(2):109-13.
17. Araújo MK, Baeza RM, Zalada SRB, Alves PBRA, Mattos CA. Lesões em Praticantes Amadores de 
Corrida. Rev Bras Ortop. 2015;50(5):537–40. 
18. Campos AC, Prata MS, Aguiar SS, Castro HO, Leite RD, Pires FO. Prevalência de Lesões em Corredores 
de Rua Amadores. RBCS. 2016;3(1)40-5.
19. Fernandes D, Lourenço TF, Simões EL. Fatores de risco para lesões em corredores de rua amadores 
do estado de São Paulo. RBPFEX. 2014;8(49):656-63.
20. Ferreira AC, Dias JMC, Fernandes RM, Sabino GS, Anjos MTS, Felício DC. Prevalência e fatores associados 
a lesões em corredores amadores de rua do município de Belo Horizonte, MG. Rev Bras Ciênc Esporte. 
2012;18(4):252-5.
21. Hino AAF, Reis RS, Rodriguez-Anez CR, Fermino RC. Prevalência de lesões em corredores de rua e fatores 
associados. Rev Bras Med Esporte. 2009;15(1):36-9. 
22. Lopes AD, Costa LO, Saragiotto BT, Yamato TP, Adami F, Verhagen E. Musculoskeletal pain is prevalent 
among recreational runners who are about to compete: an observational study of 1049 runners. J 
Physio ther. 2011;57(3):179-82. 
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES: Cada autor contribuiu individual e significativamente para o desenvolvimento do manuscrito. WPB (0000-0002-1182-9856)* e DCF (0000-0001-
5138-1884)* foram os principais contribuintes na redação do manuscrito. WPB (0000-0002-1182-9856)*, JEF (0000-0002-4251-0290)*, PFM (0000- 0002-9881- 4576)*, PMV (0000-
0002- 0146- 3926)*, LLC (0000-0002- 2695-967X)* e BPR (0000-0003-4344-3082)* reuniram dados clínicos e realizaram a pesquisa bibliográfica. WPB (0000-0002-1182-9856)*, JEF 
(0000-0002-4251-0290)* e JBMD (0000-0002-2849-2081)* avaliaram os dados da análise estatística. DCF (0000-0001-5138-1884)* , JBMD (0000-0002-2849-2081)* e WPB (0000-0002-
1182-9856)* realizaram a revisão do manuscrito e contribuíram com o conceito intelectual do estudo. *ORCID (Open Researcher and Contributor ID).
167Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019
23. 23. Oliveira DG, Espírito-Santo G, Souza IS, Floret M. Prevalência de lesões e tipo de treinamento de 
atletas amadores de corrida de rua. Corpus et Scientia. 2012;8(1):51-9.
24. Oliveira EG, Santos-Filho SD. Prevalência de lesões em corredores de rua amadores que percorrem 
até dez quilômetros. RSD. 2018;7(5):1-7.
25. Pazin J, Duarte MFS, Poeta LSG, Almeida M. Corredores de rua: características demográficas, treinamento 
e prevalência de lesões. Rev bras cineantropom desempenhohum. 2008;10(3):277-82.
26. Pileggi P, Gualano B, Souza M, Caparbo VF, Pereira RMR, Pinto ALS, et al. Incidência e fatores de risco 
de lesões osteomioarticulares em corredores: um estudo de coorte prospectivo. Rev Bras Educ Fís 
Esporte. 2010;24(4):453-62.
27. Purim KSM, KappTitski AC, Bento PCB, Leite N. Lesões Desportivas e Cutâneas em Adeptos de Corrida 
de Rua. Rev Bras Med Esporte. 2014;20(4):299-303.
28. Rangel GMM, Farias JM. Incidência de lesões em praticantes de corrida de rua do município de 
Criciúma, Brasil. Rev Bras Med Esporte. 2016;22(6):496-00. 
29. Rios ET, Rodrigues FC, Rocha LF, Salemi VMS, Miranda DP. Influência do volume semanal e do 
treinamento resistido sobre a incidência de lesão em corredores de rua. RBPFEX. 2017;11(64):104-9.
30. Rolim JDC, Souza J, Bastos JS, Yamada E. Perfil dos Corredores de Rua de Uruguaiana. Anais do Salão 
Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, 2015. [acesso em 24 de Abril de 2017] Disponível em 
<http://seer.unipampa.edu.br/index.php/siepe/issue/view/103>
31. Salicio VMM, Shimoya-Bittencourt W, Santos AL, Costa DR, Salício MA. Prevalência de lesões em 
corredores de rua em Cuiabá-MT. J Health Sci. 2017;19(2):78-82.
32. Saragiotto BT, Yamato TP, Hespanhol Junior LC, Rainbow MJ, Davis IS, Lopes AD. What are the main 
risk factors for running-related injuries? Sports Med. 2014;44(8):1153-63. 
33. Saragiotto BT, Yamato TP, Cosialls AMH, Lopes AD. Desequilíbrio muscular dos flexores e extensores 
do joelho associado ao surgimento de lesão musculoesquelética relacionada à corrida: um estudo 
de coorte prospectivo. Rev Bras Ciênc Esporte. 2016;38(1):64-8.
34. Souza CAB, Santos C, Aquino FAO, Barbosa MLCB, Alvarez RBP, Turienzo TT, et al. Características do 
treinamento e associação de lesões em corredores dos 10 KM Tribuna |FM-Unilus. Revista UNILUS 
Ensino e Pesquisa. 2014;11(23):96-02.
35. Yamato TP, Saragiotto BT, Lopes AD. Prevalência de dor musculoesquelética em corredores de rua no 
momento em que precede o início da corrida. Rev Bras Ciênc Esporte. 2011;33(2):475-82. 
36. Von Rosen P, Heijne AILM, Frohm A. Injuries and Associated Risk Factors Among Adolescent Elite 
Orienteerers: A 26-Week Prospective Registration Study. J Athl Train. 2016;51(4):321–8.
37. Kluitenberg B, van Middelkoop M, Smits DW, Verhagen E, Hartgens F, Diercks R, et al. The NLstart2run 
study: Incidence and risk factors of running-related injuries in novice runners. Scand J Med Sci 
Sports. 2015;25(5):515–23.
38. Van gent BR, Siem D, van Middelkoop M, van Os AG, Bierma-Zeinstra SM, Koes BW. Incidence and 
determinants of lower extremity running injuries in long distance runners: a systematic review. Br 
J Sports Med. 2007;41(8):469-80.
39. Van der worp MP, Ten Haaf DS, Van Cingel R, De Wijer A, Nijhuis-van der Sanden MW, Staal 
JB. Injuries in Runners; A Systematic Review on Risk Factors and Sex Differences. PLoS One. 
2015;10(2):1-18.
40. Sena DA, Ferreira FM, Melo RHG, Taciro C, Carregaro RL, Oliveira Júnior SA. Análise da flexibilidade 
segmentar e prevalência de lesões no futebol segundo faixa etária. Fisioter Pesq. 2013;20(4):343-8. 
41. Lopes P, Bezerra FHG, Filho AN, Brasileiro I, Neto PP, Júnior FS. Lesões osteomioarticulares entre os 
praticantes de crossfit. Motricidade. 2018;14(1):266-70. 
42. Lopes AD, Hespanhol Júnior LC, Yeung SS, Costa LO. What are the main running-related musculoskeletal 
injuries? A Systematic Review. Sports Medicine. 2012;42(10):891-05.
43. Yamato TP, Saragiotto BT, Hespanhol Junior LC, Yeung SS, Lopes AD. Descriptors used to define 
running-related musculoskeletal injury: a systematic review. JOSPT. 2015;45(5):366-74. 
44. Van Poppel D, Scholten-Peeters GG, van Middelkoop M, Verhagen AP. Prevalence, incidence and 
course of lower extremity injuries in runners during a 12-month follow-up period. Scand J Med 
Sci Sports. 2014;24(6):943-9.
45. Hespanhol Junior LC, de Carvalho AC, Costa LO, Lopes AD. Lower limb alignment characteristics 
are not associated with running injuries in runners: Prospective cohort study. Eur J Sport Sci. 
2016;16(8):1137-44.
46. Silva SP, Pereira GS, Costa RS. Fatores sociodemográficos e atividade física de lazer entre homens e 
mulheres de Duque de Caxias/RJ. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(11):4493-501.
47. Hotta T, Nishiguchi S, Fukutani N, Tashiro Y, Adachi D, Morino S, et al. Functional Movement Screen 
For Predicting Running Injuries In 18- To 24-Year-Old Competitive Male Runners. J Strength Cond 
Res. 2015;29(10):2808-15.
48. Buist I, Bredeweg SW, Bessem B, van Mechelen W, Lemmink KA, Diercks RL. Incidence and risk factors 
of running-related injuries during preparation for a 4-mile recreational running event. Br J Sports Med. 
2010;44(8):598-604. 
49. Fredericson M, Misra AK. Epidemiology and an etiology of marathon running injuries. Sports Med. 
2007;37(4):437-9.
50. Lieberman DE, Venkadesan M, Werbel WA, Daoud AI, D’Andrea S, Davis IS, et al. Foot strike patterns and 
collision forces in habitually barefoot versus shod runners. Nature. 2010;463(7280):531-5. 
51. Timmins KA, Leech RD, Batt ME, Edwards KL. Running and Knee Osteoarthritis: A Systematic Review 
and Meta analysis. Am J Sports Med. 2017;45(6):1447-57. 
52. Alentorn-Geli E, Samuelsson K, Musahl V, Green CL, Bhandari M, Karlsson J. The association of 
recreational and competitive running with hip and knee osteoarthritis: a systematic review and 
meta-analysis. JOSPT. 2017;47(6):373-90.
53. Baumann CW, Green MS, Doyle JA, Rupp JC, Ingalls CP, Corona BT. Muscle Injury After Low-Intensity 
Downhill Running Reduces Running Economy. J Strength Cond Res. 2014;28(5):1212–8.

Outros materiais