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161Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019 RESUMO A corrida de rua é uma forma de exercício acessível e de baixo custo. No entanto, a ocorrência de lesões musculoesqueléticas pode dificultar a prática regular. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de lesões em corredores de rua brasileiros e os fatores associados. Foi realizada uma metanálise de estudos brasileiros para investigara prevalência e os fatores de risco de lesão em corredores de rua amadores, de ambos os sexos, com idade ≥ 18 anos. Foram excluídos estudos de revisão sistemática, pesquisas com atletas profissionais ou triatletas e os artigos duplicados. As buscas eletrônicas foram feitas nos seguintes bancos de dados: SciELO, LILACS, PubMed, Web of Science e Google Acadêmico. Foram usados descritores como “prevalência”, “lesão”, “corredores de rua amadores” e “Brasil”. A análise de prevalência foi realizada com o modelo de efeito aleatório, e um gráfico de funil foi usado para avaliar o viés de publicação. Em seguida, os testes Begg-Mazumdar e Egger foram aplicados para quantificar os resultados do gráfico. O Prevalence Critical Appraisal Instrument foi usado para avaliar a qualidade metodológica dos estudos. Os fatores associados foram analisados com análise de metarregressão. Vinte e três estudos, totalizando 3.786 corredores foram incluídos na revisão. A prevalência de lesões foi de 36,5% (intervalo de confiança [IC] de 95% 30,8-42,5%), e a distância percorrida por semana superior a 20 km foi uma variável preditiva de lesões. Observou-se maior prevalência de lesões em homens do que em mulheres (28,3%, IC de 95% 22,5-35,0%). O joelho foi o local mais acometido (32,9%, (IC de 95% 26,7-39,6%) e as lesões musculares foram as mais frequentes (27,9%, IC de 95% 18,2-40,1%). Esta é a primeira metanálise nacional a investigar a prevalência de lesões em corredores de rua amadores. Embora a prevalência de lesões tenha sido moderada, é preciso ter cautela em termos da duração semanal da corrida. Os corredores do sexo masculino são mais suscetíveis, e as lesões musculares e do joelho são as mais comuns. Nível de evidência II, Revisão sistemáticab de Estudos de Nível II. Descritores: Prevalência; Lesão; Corrida. ABSTRACT Street running is an accessible, low-cost form of exercise. However, the occurrence of musculoskeletal injuries may hinder regular practice. This study aimed at estimating the prevalence of injuries in Brazilian street runners and the associated factors. A meta-analysis of Brazilian studies was performed to investigate the prevalence and risk factors of injuries in male and female recreational street runners aged ≥18 years. We excluded systematic review studies, research conducted on professional athletes or triathletes, and duplicate articles. The following databases were used: SciELO, LILACS, PubMed, Web of Science, and Google Scholar. Keywords such as “prevalence,” “injury,” “recreational street runners,” and “Brazil” were used. Prevalence analysis was performed using the random effect model, and a funnel plot was used to assess publication bias. Then the Begg-Mazumdar and Egger tests were applied to quantify the graph results. The Prevalence Critical Appraisal Instrument was used to evaluate the methodological quality of the studies. Associated factors were analyzed with meta-regression analysis. Twenty-three studies with 3,786 runners were included in the review. The prevalence of injury was 36.5% (95% confidence interval [CI] 30.8-42.5%), and a running distance per week greater than 20 km was a predictive variable of injuries. A higher prevalence of injuries was observed in men than in women (28.3%, 95% CI 22.5-35.0%), the knee was the most affected site of injury (32.9%, 95% CI 26.7-39.6%), and muscle injuries were the most frequent type of injury (27.9%, 95% CI 18.2-40.1%). This is the first national meta-analysis conducted to investigate the prevalence of injuries in recreational street runners. Although the prevalence of injuries was moderate, caution is required in terms of the weekly duration of running. Male runners are more susceptible, and muscle and knee injuries are the most common. Level of evidence II, Systematic reviewb of Level II Studies. Keywords: Prevalence; Injury; Running. RESUMEN La carrera de calle es una modalidad de accesible y de bajo costo. Sin embargo, la aparición de lesiones musculo esqueléticas puede dificultar la práctica regular. El objetivo de este estudio fue estimar la prevalencia de lesiones en corredores de calle brasileños y los factores asociados. Se realizó un meta-análisis de estudios brasileños que investiga- ron la prevalencia y los factores de riesgo de lesión en corredores de calle aficionados, de ambos sexos, con edad ≥ 18 años. Se excluyeron estudios de revisión sistemática, investigaciones con atletas profesionales o triatletas y los artículos duplicados. Las búsquedas electrónicas se realizaron en las siguientes bases de datos: SciELO, LILACS, PubMed, Web of PREVALÊNCIA DE LESÕES EM CORREDORES DE RUA AMADORES BRASILEIROS: METANÁLISE PREVALENCE OF INJURIES IN BRAZILIAN RECREATIONAL STREET RUNNERS: META-ANALYSIS PREVALENCIA DE LESIONES EN CORREDORES DE CALLE AFICIONADOS BRASILEÑOS: META-ANÁLISIS Wyngrid Porfirio Borel1 (Fisioterapeuta) José Elias Filho1 (Fisioterapeuta) Juliano Bergamaschine Mata Diz1 (Fisioterapeuta) Poliana Fernandes Moreira1 (Fisioterapeuta) Priscila Monteiro Veras1 (Fisioterapeuta) Leonardo Lacerda Catharino1 (Fisioterapeuta) Bárbara Palmeira Rossi1 (Fisioterapeuta) Diogo Carvalho Felício1 (Fisioterapeuta) 1. Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional, Juiz de Fora, MG, Brasil. Correspondência Wyngrid Porfirio Borel. Programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação UFJF, Faculdade de Fisioterapia. Av. Eugênio do Nascimento, s/n, Bairro Dom Bosco, Juiz de Fora, MG, Brasil. 36038-330. wyn_fisio@yahoo.com.br Meta-análise Meta-analysis Meta-análisis 162 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019 Science y Google Académico. Se utilizaron descriptores como “prevalencia”, “lesión”, “corredores de calle aficionados” y “Brasil”. El análisis de prevalencia se realizó con el modelo de efecto aleatorio, y un gráfico de embudo se utilizó para evaluar el sesgo de publicación. A continuación, se aplicaron las pruebas Begg-Mazumdar y Egger para cuantificar los resultados del gráfico. El Prevalence Critical Appraisal Instrument se utilizó para evaluar la calidad metodológica de los estudios. Los factores asociados fueron analizados con análisis de meta-regresión. Se incluyeron 23 estudios en la revisión, totalizando 3.786 corredores, con prevalencia de lesiones del 36,5% (intervalo de confianza [IC] del 95% 30,8-42,5%), y la distancia recorrida por semana superior a 20 Km fue una variable predictiva de lesiones. Se observó mayor prevalencia de lesiones en hombres que en mujeres (28,3%, IC del 95% 22,5-35,0%). La rodilla fue el local más afectado (32,9%, IC del 95% 26,7-39,6%) y las lesiones musculares fueron las más frecuentes (27,9%, IC del 95% 18,2- 40,1%). Este es el primer meta-análisis nacional en investigar la prevalencia de lesiones en corredores aficionados. Aunque la prevalencia de lesiones ha sido moderada, se requiere precaución en cuanto a la duración semanal de la carrera. Los corredores del sexo masculino son más susceptibles, y las lesiones musculares y de la rodilla son las más comunes. Nivel de evidencia II, Revisión sistemáticab de Estudios de Nivel II. Descriptores: Prevalencia; Lesión; Carrera. Artigo recebido em 09/24/2018 aprovado em 11/26/2018DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220192502214466 INTRODUÇÃO A corrida de rua é uma modalidade de fácil acesso, baixo custo e simples de ser praticada, por isso é um fenômeno socialcontemporâ- neo.1,2 A prática regular da corrida proporciona diversos benefícios à saúde, no entanto, quando executada de forma inadequada ou sem orientação pode causar lesões.3,4 As lesões em corredores acarretam em absenteísmo do trabalho, aumento da demanda dos serviços de saúde e descontinuidade nos treinamentos/competições.5 Em estudo recente Smits et al 6 avaliaram o absenteísmo e cuidados de saúde após a ocorrência de lesões relacionadas à corrida durante seis semanas. Participaram 185 sujeitos dos quais 4% se ausentaram das atividades laborais e 51% procuraram um profissional de saúde. Em um outro estudo os pesquisadores investigaram o ônus econômico das lesões relacionadas a corrida em atletas holandeses. Participaram 1696 partici- pantes e a incidência de lesões foi de 272 casos. Em valores convertidos, os gastos por lesão com saúde foram de R$ 207,30, acrescidos de R$ 95,7 devido ao absenteísmo das atividades laborais.7 Em um delineamento semelhante com 53 corredores de trilha holandeses, a incidência de lesões foi de 41 casos e os gastos por lesão com profissionais de saúde e devido ao absenteísmo no trabalho remunerado foi de R$ 630,7.8 No Brasil não localizamos dados sobre o tema. Hespanhol Junior et al9 em um estudo de coorte prospectivo com 200 corredores recreacionais brasileiros identificaram que a incidência de lesões pode aumentar de 31% em três meses para 51% em um ano, essa alta taxa de lesões culmina em descontinuidade nos treinamentos/ competições além de agravar os malefícios advindos do sedentarismo, que é uma preocupação de magnitude mundial.10 Danos musculoes- queléticos em corredores também podem ocasionar repercussões psicossociais e reduzir o nível de motivação para a manutenção do engajamento no esporte. A ocorrência de uma lesão deflagra ansiedade, diminuição de autoestima, raiva excessiva, obsessão para retorno ao esporte com reinício prematuro dos treinos e agravamento da lesão e sentimento de impotência no tratamento da lesão.11 A identificação da prevalência de lesões em corredores e os fatores associados pode contribuir para reduzir o absenteísmo laboral, a demanda por serviços de saúde e favorecer a pratica regular da modalidade. Ade- mais, pode subsidiar a elaboração de estratégias preventivas e programas de reabilitação mais assertivos. Do conhecimento dos autores não existe no Brasil dados compilados de maneira criteriosa e sistemática sobre prevalência de lesões em corredores de rua recreacionais. Dessa forma, os objetivos desta metanálise foram estimar a preva- lência de lesões em corredores recreacionais brasileiros; analisar o risco de viés dos estudos elegíveis; investigar a relação entre as características de treinamento com o surgimento das injúrias; verificar a influência do sexo na prevalência de lesões; identificar os locais anatômicos mais acometidos e os tipos de lesões mais frequentes. MÉTODOS Trata-se de uma revisão sistemática com metanálise. A metodologia seguiu as recomendações do manual Joanna Briggs Institute Reviewers (The Systematic Review of Prevalence e Incidence Data)12,as diretrizes do grupo MOOSE (Meta-analysis of Observational Studies in Epidemiology)13 e Cochrane Collabo- ration.14 A presente revisão sistemática foi reportada conforme o checklist PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses).15 Critérios de elegibilidade Foram incluídos todos os estudos realizados no Brasil que investigaram a prevalência no ponto, no período ou ao longo da vida de lesões em corredores de rua recreacionais de ambos os sexos, com idade ≥ 18 anos. Para tanto, foi considerado como corredor recreacional aquele que pratica a atividade por prazer e saúde sem ser remunerado.16 Foram considerados estudos indepen- dentemente da duração dos sintomas de lesão (ou seja, aguda, subaguda ou crônica). Foram excluídos estudos de revisão sistemática, estudos cujas amostras eram de atletas profissionais e triatletas e os artigos duplicados em mais de uma base de dados. Quando mais de um estudo reportou a prevalência de lesões utilizando uma mesma amostra, foi incluído apenas o estudo que possuiu o maior tamanho amostral. Para esclarecer dúvidas sobre informações de elegibilidade dos artigos, os autores foram contatados. Foram avaliados títulos e resumos a partir das pesquisas e os textos completos potenciais para inclusão foram avaliados pelos critérios de elegibilidade por dois revisores independentes ( WPB e JEF) e um terceiro revisor (DCF) equacionou as divergências. Estratégia de busca Foram realizadas buscas eletrônicas do registro mais antigo até a data que antecedeu à submissão do artigo. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: SciELO, LILACS, PUBmed e WEB OF SCIENCE, sem restrição de idioma. Além disso, uma segunda pesquisa foi conduzida na literatura relacionada usando o Google Acadêmico e listas de referência de todos os estudos elegíveis. A estratégia de busca utilizou os descritores em inglês e português relacionados com “prevalência”, “epidemiologia”, “lesão”, “corredores“, “corredores recreacionais” e “Brasil” definidos de acordo com o dicionário de termos MeSH (Medical SubjectHeadingTerms) e combinados entre si, utilizando-se os operadores boleanos AND/OR para agregar todos os descritores. 163Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019 Extração de dados A extração de dados relevantes ao tema em questão foi realizada por dois revisores independentes ( WPB e JEF) que utilizaram um formulário de extração de dados pré-definido e as discordâncias foram resolvidas por um terceiro revisor (DCF). Os dados extraídos incluiram a identificação do estudo, definição da lesão, os participantes e as medidas de prevalência. Para as medidas de prevalência, foram extraídas a porcentagem e o número absoluto de eventos (lesões). Análise estatística Os dados foram inicialmente analisados por meio de estatística descritiva. As estimativas de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança foram obtidos a partir do tamanho total da amostra e o número de eventos (lesões) para cada estudo incluído na revisão. As estimativas de prevalência foram fornecidas em percentagens (proporção × 100).12 A estatística I2 foi usada para avaliar a homogeneidade entre os estudos. A Metanálise foi realizada considerando baixa heterogenei- dade se I2<50% e moderada a alta heterogeneidade se I2≥ 50%. Efeitos agrupados foram estimados usando o modelo de efeitos aleatórios. Um gráfico de funil foi usado para mostrar viés de publicação e os testes de Begg-Mazumdar e Egger foram realizados para verificar a significância estatística dos resultados do gráfico em casos potenciais.14 Após a estimativa da prevalência das lesões em corredores recrea- cionais, dois revisores independentes ( WPB e JEF) avaliaram o risco de viés para cada estudo, utilizando um instrumento validado, que inclui 10 itens que abordam a avaliação do risco de vieses em estudos de prevalência.12 Cada item foi classificado como ‘sim’, ‘não’, ‘nãoclaro’ de acordo com a informação dada pelo estudo, permitindo uma pontua- ção máxima positiva de 10 pontos. Um terceiro revisor (DCF) resolveu potenciais divergências. Em seguida, foram realizadas análises de meta-regressão para in- vestigar a relação entre as características de treinamento (frequência semanal, distância percorrida e tempo de prática de corrida) com o surgimento das lesões, bem como para verificar a influência do sexo na prevalência de lesões, avaliar os locais anatômicos mais acometidos (quadril, joelho e tornozelo) e verificar os tipos de lesões mais frequentes (lesões musculares, inflamatórias, ósseas e ligamentares). O nível de significância adotado foi de 5% para todos os proce- dimentos estatísticos. Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizandoo programa Comprehensive Meta-Analysis v. 3.3.070 (Biostat Inc., Englewood, NJ, USA). RESULTADOS Foram encontrados 448 estudos, 54 foram elegíveis para a análise do texto completo. Destes, 16 estudos foram excluídos após avaliação do texto completo. Treze dos artigos excluídos se tratavam de estudos de revisão sistemática, de amostras de corredores profissionais e triatletas. Outros três estudos continham amostras repetidas. Mais 15 estudos foram excluídos por se tratarem de duplicatas nas bases de dados. (Figura 1) Descrição dos estudos incluídos Dos 23 estudos incluídos, em 20 a amostra foi composta por ambos os sexos, totalizando 3786 participantes, sendo que destes 2605 eram do sexo masculino. Vinte estudos eram de corte transversal e três de coorte prospectivo com dados reportados de prevalência. Os artigos foram publicados entre os anos de 2009 à 2017. A tabela 1 mostra que apenas 10 estudos apresentaram definição de lesão e que também 13 estudos não apresentaram dados suficientes para a extração de dados de prevalência de lesão em relação ao gênero. A prevalência de lesão variou de 20 a 65,9% entre os estudos.(Tabela 1) Prevalência de lesões em corredores recreacionais brasileiros A metanálise conduzida com os 23 estudos incluídos identificou uma prevalência de lesões de 36,5% (IC 95% 30,8- 42,5%). O valor I2= 0.0 revelou baixa heterogeneidade entre os estudos.(Figura 2) Avaliação do risco de viés A tabela 2 apresenta a avaliação do risco de viés dos artigo incluídos. A qualidade metodológica variou de 5 a 9 pontos. (Tabela 2) A análise do gráfico do funil demonstrou que não houve viés de publicação e os testes de Begg-Mazumdar (p = 0,270) e de Egger (t = 1,21, df = 21; p = 0,118) não foram significativos. (Figura 3) Análise da relação entre as características de treinamento com o surgimento das lesões A análise descritiva demonstrou que seis estudos relacionaram a distância percorrida de 20 Km ou mais por semana ao surgimento de lesões, cinco estudos relacionaram o tempo de prática superior à cinco anos ao aparecimento das injúrias e apenas quatro estudos encontraram relação entre o surgimento das lesões com uma frequência semanal de treino maior ou igual a três dias. Seis estudos não investigaram a influência das variáveis de treinamento com o surgimento de lesões. Estes, analizaram apenas as variáveis de treinamento de acordo com a amostra integral, sem distinção entre lesionados e não lesionados, com o intuito de descrever o perfil de treinamento de todos os corredores. Prevalência de lesão em corredores recreacionais do sexo masculino e feminino A prevalência de lesão entre os corredores do sexo masculino foi de 28,3 (IC 95% 22,5-35,0%), já a prevalência de lesão entre as corredoras do sexo feminino foi de 9,1% (IC 95% 5,3-15,2%). Os valores I2= 50 para o sexo masculino e I2= 0.0 para o sexo feminino revelaram moderada e baixa heterogeneidade respectivamente. Figura 1. Fluxograma dos estudos incluídos. Títulos e resumos selecionados (n = 448) Estudos excluídos após análises dos títulos/resumos (n = 394) Estudos potencialmente relevantes para avaliação do texto completo (n = 54) Estudos incluídos na revisão (n=23) Estudos excluídos após avaliação do texto completo • revisões sistemáticas (n=7) • amostras de atletas profissionais (n = 3) • amostras de triatletas (n=3) • estudos retirados como duplicatas (n = 15) 164 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019 Locais anatômicos acometidos A prevalência de lesão no joelho foi de 32,9% (IC 95% 26,7- 39,6%), já a prevalência de lesão notornozelo foi de 17,7% (IC 95% 11,2-26,9%) e a prevalência de lesão no quadril foi de 13,3% (IC 95% 6,9-24,1%). O valor I2= 0.0 revelou baixa heterogeneidade entre os valores. Tipos de lesões mais frequentes A prevalência de lesões musculares que incluíram distenções, es- tiramentos e contraturas foi de 27,9% (IC 95% 18,2-40,1%). As lesões ligamentares como entorses e luxações apresentaram uma prevalência de 27,8% (IC 95% 19,4-38,1%). Fasciite plantar, tendinites, sinovites, bursites e síndrome do estresse medial da tíbia foram agrupadas como lesões inflamatórias, apresentando uma prevalência de 26,5% (IC 95% 14,9 - 40,1%). O grupo das lesões ósseas incluiu a fratura, condromalá- cea patelar e edema ósseo e mostrou uma prevalência de 5,6% (IC 95% 1,8-16,3%). O valor I2= 0.0 também revelou baixa heterogeneidade para todas as análises deste subgrupo. DISCUSSÃO Esta revisão é a primeira metanálise nacional a investigar a prevalência de lesões em uma amostra total de 3786 corredores de rua recreacionais. As estimativas fornecem evidência de qualidade moderada de que a pre- valência de lesões em corredores de rua recreacionais é 36,5%, a distância percorrida por semana é uma variável preditiva de lesões, a maioria dos indivíduos lesionados são do sexo masculino, o local anatômico mais acometido é o joelho e as lesões mais comuns são as musculares. A presente revisão revelou uma prevalência de lesões em corredores recreacionais brasileiros de 36,5%. Valor semelhante foi encontrado por Von Rosen et al37 em um estudo com 64 participantes de ambos os sexos no qual a prevalência de lesões em corredores foi de 35,7%. Nossos achados também estão em consonância com o estudo de Kluitenberg et al38 que envolveu 1696 participantes de ambos os sexos e 33,6% dos sujeitos apresentaram queixas de lesões. A taxa de prevalência encontrada em nosso estudo, também encontra-se dentro do intervalo proposto nas revisões sistemáticas de Van Gent et al39 de 19.4% a 79.3% e Von Der Worp et al40 de 20,6% a 79,3%. Ao confrontar com outras modalidades, Tabela 1. Análise descritiva das características dos estudos incluídos ( n = 23). Participantes Prevalência % Estudo Definição de Lesão n (F/M), idade ± SD Total F M Abiko et al, 201716 --- 162 (70/92) 35,5 ± years 47,5 15,5 32 Araújo et al, 201517 Evento ocorrido durante um treino/competição que tenha causado no atleta falta no próximo treino/competição 204 (87/117) 32,6 ± 9,3 years 41,6 --- --- Campos et al, 201618 Dano causado por trauma físico sofrido pelos tecidos do corpo 139 (61/78) 36,6 ± 8,6 years 37 --- --- Fernandes D; Lourenço TF; Simões EC, 201419 Qualquer indisposição musculoesquelética que tenha levado o corredor a se afastar dos treinos/competições por no mínimo de uma semana 107 (22/85) 38,3 ± 9,9 years 21,5 --- --- Ferreira et al, 201220 --- 100 (27/73) 34,7± 11,4 years 40 10 30 Hespanhol Junior et al, 201210 Qualquer dor de origem musculoesquelética relacionada à prática da corrida severa o suficiente para impedir a realização de um treino 200 (--/--) 43± 10,5 years 55 --- --- Hespanhol Junior et al, 20139 Qualquer dor de origem musculoesquelética atribuída à corrida, severa o suficiente para impedir que o corredor realize pelo menos uma sessão de treinamento 191 (50/141 ) 42,8 ±10,5 years 31 6 25 Hino et al, 200921 Qualquer dor ou agravo que tenha afastado a participação em treinos/ competições 293 (66/227) --- 28,5 5,5 23 Ishida et al, 20136 --- 94 (0/94) 39 ± 13 years 34 --- 34 Lopes et al, 201122 --- 1049 (253/796) 39 ± 11 years 22 7 15 Oliveira et al, 201223 --- 77 (34/43) ------------- 32,5 --- --- Oliveira EGA; Santos-Filho SD, 201824 --- 30 (8/22) 27,7± 8,1 years 60 13 47 Pazin et al, 200825 Aquela que tenha levado à interrupção do treinamento por comprometimento muscular ou osteoarticular por no mínimo 2 dias 115 (0/115) ------------- 37,7 --- --- Pileggi et al, 201026 --- 18 (5/13) 50 11,2 38,8 Purim et al, 201427 Afecção musculoesquelética, dor ou incapacidade para treinos/competições 220 (54/166) 38,4± 11,3 years 65,9 --- --- Rangel et al, 201628 --- 88 (32/56)35,5± 9,7 years 43,2 --- --- Rios et al, 201729 --- 123 (35/88) 31,4 ±11,0 years 21,95 --- --- Rolim et al, 201530 --- 50 (24/26) 37,4± 20 6 14 Salicio et al, 201731 --- 101(43/58) 33,9 ± 8 years 37,7 --- --- Saragiotto et al, 201432 --- 95 (30/65) 40,1 ± 12,6 years 45 --- --- Saragiotto et al, 201633 Qualquer dor de origem musculoesquelética atribuída à corrida, severa o suficiente para impedir que o corredor realize pelo menos uma sessão de treinamento 19 (4/15) 39,3 ±9,3 years 21 --- --- Souza et al. 201434 Acontecimento que limita a participação do atleta por no mínimo 1 dia 154 (39/115) 37 5,2 31,8 Yamato et al, 201135 --- 155 (35/120) 38,0 ± 10,0 years 25,1 ---- ---- 165Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019 observamos que no futebol a prevalência de lesões foi de 28,23% para as equipes de atletas juvenis profissionais41 e no crossfit a prevalência de lesões musculoesqueléticas entre praticantes com média de idade de 32 anos foi de 30,2%.42 Os achados ratificam que a corrida é uma modalidade que oferece riscos ao sistema musculoesquelético e a im- portância de elaboração de estratégias preventivas para que a corrida seja realizada de forma segura. Destaca-se a divergência dos estudos nacionais quanto à operaciona- lização do termo lesão. A maioria dos estudos não utilizam uma definição padronizada, vários autores afirmam que algumas das disparidades nas taxas de lesões são certamente ligadas às diferentes definições usadas em cada estudo.22,39,43,44 o que corrobora com os nossos achados no qual a prevalência de lesão variou de 20 à 65,9%. A falta de uma definição padrão dificulta a comparação entre os estudos, uma definição consensual de lesão relacionada à corrida especificamente para corredores pode contribuir para reduzir as grandes variações observadas nas taxas de lesões relatadas. Com relação à característica do treinamento, a distância percorrida foi a principal variável relacionada ao surgimento de lesões, assim como Van Tabela 2. Qualidade metodológica dos estudos incluídos (n = 23). Estudos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Escores (0–10) Abiko et al16 S NC N N N S N S S S 5 Araújo et al17 S S N N N S N NC S S 5 Campos et al18 S S N N N S N S S NC 5 Fernandes et al19 S S N N N NC N S S S 5 Ferreira et al20 S S N S S S N S S S 8 Hespanhol Junior et al10 S S N N N S N S S S 6 Hespanhol Junior et al9 S S N N S S N S S S 7 Hino et al21 S S N N N NC S NC S S 6 Ishida et al6 S S N S S S N S S S 8 Lopes et al22 S S S S S S N S S S 9 Oliveira et al23 S S N NC NC S N S NC S 5 Oliveira;Santos Filho24 S S N N N S N S NC S 5 Pazin et al25 S S S N N S N S S N 6 Pileggi et al26 S S N S S S S S S S 9 Purim et al27 S S N N N S N S S S 6 Rangel et al28 S S N N N S N S S S 6 Rios et al29 S S N N N S N NC S S 5 Rolim et al30 S S N NC N S N S NC S 5 Salicio et al31 S S N NC N S N NC S S 5 Saragiotto et al32 S S N S S S N S S S 8 Saragiotto et al33 S S N S N S S S S S 8 Souza et al34 S S N S NC S N N N S 5 Yamato et al35 S S N N NC S N S S S 6 1. A amostra foi representativa da população alvo? 2. Os participantes do estudo foram recrutados da maneira correta? 3. O tamanho da amostra foi adequado? 4. Os participantes e a configuração do estudo foram descritos detalhadamente? 5. A análise de dados foi realizada com cobertura suficiente da amostra identificada? 6. Critérios objetivos e padronizados foram usados para medir a condição? 7. A condição foi medida de forma confiável? 8. Houve análise estatística apropriada? 9. Todos os fatores de confusão/subgrupos/diferenças importantes estão identificados e contabilizados? 10. As subpopulações foram identificadas com critérios objetivos? S = sim; N = não; NC = não claro. Figura 2. Forest Plot da metanálise de prevalência de lesões e seus respectivos intervalos de confiança. Estatística para cada estudo Taxa de eventos Limite inferior Limite superior Valor de Z Valor de p Abiko et al, 2017 0,457 0,362 0,534 -1,093 0,274 Araújo et al, 2015 0,416 0,350 0,485 -2,388 0,017 Campos et al, 2016 0,370 0,294 0,453 -3,029 0,002 Fernandes et al, 2014 0,215 0,147 0,303 -5,503 0,000 Ferreira et al, 2012 0,400 0,309 0,499 -1,966 0,047 Hespanhol Junior et al, 2012 0,550 0,481 0,618 1,412 0,158 Hespanhol Junior et al, 2013 0,310 0,248 0,379 -5,114 0,000 Hino et al, 2009 0,285 0,236 0,339 -7,131 0,000 Ishida et al, 2013 0,340 0,252 0,441 -3,046 0,002 Lopes et al, 2011 0,220 0,196 0,246 -16,981 0,000 Oliveira et al, 2012 0,325 0,230 0,437 -3,004 0,003 Oliveira; Santos-Filho 2018 0,600 0,419 0,757 1,088 0,277 Pazin et al, 2012 0,377 0,293 0,469 -2,611 0,009 Pieggi et al, 2010 0,500 0,284 0,716 0,000 1,000 Purim et al, 2014 0,659 0,594 0,719 4,632 0,000 Rangel et al, 2016 0,432 0,333 0,537 -1,272 0,203 Rios et al, 2017 0,219 0,155 0,301 -5,832 0,000 Rolim et al, 2015 0,200 0,111 0,333 -3,921 0,000 Salicio et al, 2017 0,377 0,288 0,475 -2,446 0,014 Saragiotto et al, 2014 0,450 0,353 0,551 -0,973 0,331 Saragiotto et al, 2016 0,210 0,081 0,445 -2,352 0,019 Souza et al, 2014 0,370 0,297 0,449 -3,189 0,001 Yamato et al, 2011 0,251 0,189 0,325 -5,902 0,000 0,365 0,308 0,425 -4,322 0,000 Nome do estudo -1,00 -0,50 0,00 0,50 1,00 Prevalência Taxa de eventos e IC de 95% Figure 3. Funnel graph of the standard error by event rate (n = 23). Gráfico de funil de erros padrão por logit de taxa de eventos Er ro p ad rã o Logit de taxa de eventos 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 -3 -2 -1 0 1 2 3 166 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019 Poppel et al45 e Van der Worp et al40 que também encontraram correlação positiva entre lesões e corredores que percorrem distâncias maiores que 20 quilômetros semanais. No entanto, estudos apontam que outras características do treinamento também podem predispor a lesões tais como lesões prévias e velocidade da corrida.9,39,46 Diante disso, é necessário a realização de estudos longitudinais que investiguem essas variáveis. Quanto ao sexo, os resultados deste estudo mostraram que a maioria dos corredores são do sexo masculino e que também a prevalência das lesões é maior neste gênero. O maior percentual de homens também foi observado em estudos prévios.9,37,46 o que pode estar relacionado à construção social, já que as mulheres apresentam dupla jornada de trabalho e às próprias características da corrida como um esporte de maior impacto e com pouca socialização.47 Sugere-se que a flexibilida- de inadequada, desequilíbrios musculares e déficits na coordenação neuromuscular podem causar padrões de movimento inadequados, aumentando o risco de lesões no sexo masculino.48 Adicionalmente, o perfil de risco no sexo masculino também pode estar relacionado à maior velocidade da corrida e à maior distância semanal percorrida.40,49 No que se refere à região anatômica observamos que o joelho é o local mais acometido, com uma prevalência de 33,5%. Valor semelhante foi relatado por Van Poppel et al45 que encontrou 31,1 % de prevalência de lesões nos joelhos em uma amostra total de 713 indivíduos. A literatura aponta que o alto índice de lesões nos joelhos de corredores recreacionais está relacionado à sobrecarga mecânica devido ao impacto da corrida.34,49,50 A magnitude das forças de impacto presentes no membro inferior durante a corrida podem variar de um e meio a três vezes o peso corporal.51 No entanto, há evidência de que a prática da corrida é um fator protetor de osteoartrite de joelho e quadril em corredores recreativos comparados à indivíduos sedentários e corredoresprofissionais, pois corredores recrea- cionais geralmente percorrem uma distância semanal inferior à 20-40 km e seu tempo de prática gira em torno de 15 anos.52,53 Inferimos que a dor no joelho é de origem multifatorial, carga e volume de treinamento, índice de massa corporal, pratica concomitante de outra modalidade, alterações biomecânicas, tipo de solo e calçado entre outros fatores de- vem ser levados em consideração no intuito de previnir a dor no joelho. No que tange aos tipos de lesões, as repercussões musculares apresentaram o maior índice de prevalência, 27,9%, seguida pelas lesões ligamentares 27,8%, inflamatórias 26,6 % e lesões ósseas 5,6%. No estudo de Hespanhol Junior et al7 as lesões inflamatórias agrupadas totalizaram 29,5% e as lesões musculares 30,3%. E nos achados de Nielsen et al54 as lesões inflamatórias somaram 38%, as lesões musculares 20% e as lesões ósseas 6%. Baumann et al55 sugerem que as lesões musculares em corre- dores são resultado das ações musculares excêntricas que geram mais torque e ativam menos unidades motoras para uma determinada carga, provocando um alto grau de estresse mecânico nas fibras musculares ativadas, causando falha no acoplamento da contração de excitação e danificando as estruturas musculares. Tecidos pouco perfundidos, como ligamentos, também estão particularmente em risco porque se adaptam de forma lenta ao aumento da carga mecânica.40 As limitações do estudo incluem a qualidade moderada das evidên- cias, a utilização de questionários autoaplicáveis que podem acarretar em viés de memória e a falta de padronização das informações cole- tadas, o que compromete a interpretação mais detalhada dos dados. Sugerimos a condução de estudos longitudinais que investiguem de maneira abrangente os fatores preditivos de lesão. CONCLUSÃO A prevalência de lesões em corredores recreacionais brasileiros foi de 36,5% em uma amostra total de 3786 corredores, a distância percorrida por semana superior a 20 km é uma variável preditiva de lesões, a maioria dos indivíduos lesionados são do sexo masculino, o local anatômico mais acometido é o joelho e as lesões mais comuns são as musculares. Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo. 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DCF (0000-0001-5138-1884)* , JBMD (0000-0002-2849-2081)* e WPB (0000-0002- 1182-9856)* realizaram a revisão do manuscrito e contribuíram com o conceito intelectual do estudo. *ORCID (Open Researcher and Contributor ID). 167Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 2 – Mar/Abr, 2019 23. 23. Oliveira DG, Espírito-Santo G, Souza IS, Floret M. Prevalência de lesões e tipo de treinamento de atletas amadores de corrida de rua. Corpus et Scientia. 2012;8(1):51-9. 24. Oliveira EG, Santos-Filho SD. Prevalência de lesões em corredores de rua amadores que percorrem até dez quilômetros. RSD. 2018;7(5):1-7. 25. Pazin J, Duarte MFS, Poeta LSG, Almeida M. Corredores de rua: características demográficas, treinamento e prevalência de lesões. Rev bras cineantropom desempenhohum. 2008;10(3):277-82. 26. Pileggi P, Gualano B, Souza M, Caparbo VF, Pereira RMR, Pinto ALS, et al. Incidência e fatores de risco de lesões osteomioarticulares em corredores: um estudo de coorte prospectivo. 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