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AULA 5 - benefícios em espécies 2019

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AULA IV
Direito Previdenciário
UMA BREVE INTRODUÇÃO AO ESTUDO PREVIDENCIÁRIO
Profª Luciana de Lima Torres Cintra
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE – APOSENTADORIA NO RGPS
Os Benefícios previstos pelo Regime Geral de Previdência Social – RGPS, possuem características distintas e regras próprias de concessão.
A aposentadoria é a prestação por excelência da Previdência Social, juntamente com a pensão por morte, sendo que substituem, em caráter permanente (ou pelo menos duradouro), os rendimentos do segurado, e asseguram sua subsistência, assim como daqueles que dele dependem. 
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE – APOSENTADORIA NO RGPS
O modelo de aposentadoria está intimamente ligado ao conceito de seguro social, ou seja, benefício concedido mediante contribuição. 
A aposentadoria é garantia constitucional, minuciosamente tratada no art. 201 da CF. 
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE – APOSENTADORIA NO RGPS
De acordo com o art. 181-B do Decreto 3.048/99, as aposentadorias por idade, tempo de contribuição e especial são irreversíveis e irrenunciáveis, e o aposentado que permanecer em atividade ou a ela retornar não terá direito a novos benefícios previdenciários, exceto salário família e reabilitação profissional (art. 18 § 2º Lei 8.213/91), não obstante o STJ tem decidido no sentido de que a renuncia à aposentadoria é perfeitamente possível, pois se trata de um direito patrimonial disponível. 
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE – APOSENTADORIA NO RGPS
A aposentadoria não impede o exercício de atividade, salvo se concedida por invalidez, e nos casos da aposentadoria especial (art. 57 § 8º da Lei 8.213/91), que impede o segurado de continuar a exercer a mesma atividade sujeita aos agentes nocivos (está sendo discutida a constitucionalidade de tal norma, sendo que a repercussão geral já foi reconhecida, pendendo o julgamento do mérito). 
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE – DESAPOSENTAÇÃO
DESAPOSENTAÇÃO: É o ato de desfazimento da aposentadoria por vontade do titular, para fins de aproveitamento do tempo de filiação em contagem para nova aposentadoria, no mesmo ou em outro regime previdenciário, em regra por ter permanecido em atividade laborativa (e contribuindo obrigatoriamente), após a concessão da primeira aposentadoria. 
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE – DESAPOSENTAÇÃO
Perfeitamente cabível, pois ninguém é obrigado a permanecer aposentado contra seu interesse, sendo neste caso, com objetivo de obtenção futura de benefício mais vantajoso, pois o benefício abre a mão dos proventos que vinha recebendo, mas não do tempo de contribuição que teve averbado.
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE – DESAPOSENTAÇÃO
Questão importante está relacionado a restituição dos proventos recebidos durante o período em que o beneficiário esteve jubilado, tal tema foi objeto de discussão no Supremo e foram julgados sobre o tema os Recursos Extraordinários (RE) 381367, de relatoria do ministro Marco Aurélio, 661256, com repercussão geral, e 827833, ambos de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso.
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE – DESAPOSENTAÇÃO
Neste sentido o STF por 04 votos a favor da tese dos segurados e 7 votos contrários entendeu por prevalecer a tese do INSS em relação ao princípios da solidariedade, da legalidade, da criação ou majoração de benefício sem fonte de custeio, do ato jurídico perfeito na concessão do benefício previdenciário, e claro da crise, resultado: PERDERAM OS SEGURADOS e para ocorrer a desaposentação é necessário que haja a devolução dos valores recebidos durante a aposentadoria. 
APOSENTADORIA POR IDADE
Um dos benefícios previdenciários que visa garantir a manutenção do segurado e de sua família quando a idade não permita a continuidade laborativa, sendo tratado na CF, art. 201 § 7º inc. II Lei 8.213/91, arts. 48 a 51 e 8.212/91, arts. 51 a 55.
APOSENTADORIA POR IDADE
Concedido aos 65 anos de idade se homem e 60 anos, se mulher, sendo esses limites reduzidos para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exercem suas atividades em regime de economia familiar (art. 201 § 7º inc. II da CF).
APOSENTADORIA POR IDADE
Este benefício comporta a carência de 180 contribuições mensais, sendo tal carência somente exigível para os segurados filiados aos RGPS após 24.07.1991, para o demais segurados existe a regra de transição prevista no art. 142 da Lei 8.213/91, a citada regra prevê o aumento progressivo da carência para estes segurados de acordo com o ano de implemento das condições para o benefício. 
APOSENTADORIA POR IDADE
A renda mensal consistirá numa renda mensal de 70% do salário de benefício, mais 1% deste, por grupo de 12 contribuições, não podendo ultrapassar 100% do salário de benefício, devendo ser observado as regras do art. 29 (média aritmética simples dos maiores salários de contribuição, correspondente a 80% de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário. 
 
APOSENTADORIA POR IDADE
No que diz respeito à comprovação dos requisitos para obtenção da aposentadoria por idade, a jurisprudência é assente no sentido de que a idade e a carência não necessitam ser preenchidas simultaneamente, sendo que a perda da qualidade de segurado não será considerada, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.
APOSENTADORIA POR IDADE
Consoante orientação firmada pelo STJ, a regra da não simultaneidade dos requisitos não tem validade no caso da aposentadoria por idade rural, sendo necessário que o segurado especial comprove o cumprimento da carência no período que antecede o implemento da idade ou do requerimento. 
APOSENTADORIA POR IDADE COMPULSÓRIA
A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido carência, quando este completar 70 anos de idade, se homem e 65 se mulher – art. 51 8213/91.
Ao ser aposentado compulsoriamente, será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista considerada como data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria. 
Orientação jurisprudencial SDI-1 nº 361, dispõe que o empregado tem direito inclusive a multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral. 
APOSENTADORIA POR IDADE RURAL
Os trabalhadores rurais, garimpeiros e pescadores artesanais, estão submetidos as regras dos art. 48 a 51 da Lei 8.213/91.
APOSENTADORIA POR IDADE RURAL
A lei assegura a redução para os trabalhadores tipicamente rurais, referidos na alínea a do inc. I, na alínea g do inc. V e nos incs. VI e VII do art. 11:
 - Como empregado rural (contribuição)
 - Como contribuinte individual a quem presta serviço de natureza rural, em caráter eventual. (contribuição)
 - Trabalhador avulso (contribuição)
 - Segurado especial: pessoa física residente em imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar (§ 1º art. 11), nas condições estabelecidas no art. 11, inc. VII alineas a, b, c. (sem contribuição direta)
APOSENTADORIA POR IDADE RURAL
Segurado especial: 
Para ter direito ao benefício, o rurícola deve comprovar que efetivamente trabalhou nessa condição pelo período de carência exigido para a aposentadoria por idade, ainda que de forma descontinuada, não se exigindo que a prova material, corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício (enunciado 14 TNU) 
APOSENTADORIA POR IDADE RURAL
Segurado especial: 
Também se exige que o interessado comprove o exercício da atividade rural por período imediatamente anterior ao do requerimento da aposentadoria por idade, ou ao cumprimento da idade. (art. 48 2º da Lei e art. 51 § 1º Dec. 3.048/99).
O segurado especial tem direito a renda mensal de valor igual a um salário mínimo, para os demais, os cálculos serão em conformidadecom o art. 50 da Lei. 
APOSENTADORIA POR IDADE “MISTA” OU “HIBRIDA”
A Lei 11.718/2008 criou uma nova espécie de aposentadoria por idade ao trabalhador rural que não tiver como comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao cumprimento da idade mínima ou ao requerimento da aposentadoria.
De acordo com o art. 48 § 3º da Lei 8.213, os trabalhadores rurais poderão somar tempo rural e urbano para cumprimento da carência, no entanto a idade mínima a ser considerada é de 65 anos homem e 60 mulher. 
APOSENTADORIA POR IDADE “MISTA” OU “HIBRIDA”
A norma alcança tanto rurais como urbanos, podendo o tempo rural, neste caso ser computado como carência, sendo uma exceção a restrição imposta do art. 55 § 2º da Lei, que veda o tempo do trabalhador rural para fins de carência. 
Deste modo se mescla o período urbano e rural para implementar a carência mínima necessária para obtenção do benefício.
Para o inscrito anterior a 24.07.1991, a carência segue a tabela do art. 142 da Lei. 
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