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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGROECOLOGIA/ENGENHARIA FLORESTAL DISCIPLINA: FITOPATOLOGIA CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO-HOSPEDEIRO Fases ativas Patogênese (o patógeno está associado ao tecido vivo do hospedeiro). Saprogênese (o patógeno não está associado ao tecido vivo do hospedeiro). Fase inativa Dormência (as condições não são favoráveis à atividade do patógeno, que se acha com metabolismo reduzido). FASES DE VIDA DOS PATÓGENOS Inóculo Qualquer estrutura do patógeno capaz de causar infecção: Esporos e/ou micélio de fungos Células de bactérias Ovos ou juvenis de nematoides Fonte de inóculo Local onde o inóculo é produzido: Plantas infectadas (daninhas, culturas anuais ou perenes) Restos de cultura infectados Solo infestado Sementes Vetores INÓCULO e FONTE DE INÓCULO PLANTAS PERENES Raízes infectadas Frutos mortos Vasos de xilema Gemas FONTE DE INÓCULO Em sementes Partes propagativas Vetores FONTE DE INÓCULO Ciclo primário - É aquele que tem início a partir de estruturas de sobrevivência do microrganismo ou a partir da fase saprofítica no solo. Caracteriza-se por apresentar: • Pequeno número de plantas infectadas; • Pequeno número de lesões por planta; • Baixo índice de infecção. Ciclo secundário - É aquele que sucede o ciclo primário e se desenvolve a partir do inóculo nele produzido, sem a interposição de uma fase de repouso ou dormência entre eles. Caracteriza-se por apresentar: • Grande número de plantas infectadas; • Grande número de lesões por planta; • Alto índice de infecção. O ciclo das relações patógeno-hospedeiro pode ser dividido em ciclo primário e ciclo secundário Fases que conduzem à ocorrência da doença, ou fazem parte do seu desenvolvimento Garantia de sobrevivência do patógeno em condições adversas • ausência do hospedeiro • condições climáticas desfavoráveis SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Estruturas especializadas de resistência Atividades saprofíticas Plantas hospedeiras Vetores SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Estruturas especializadas de resistência Fungos e Oomicetos SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Teliósporos, ascocarpos, oósporos, escleródios e clamidósporos Teliósporos do carvão do milho (Ustilago maydis) Teliósporos em capim-limão (Puccinia cymbopogonis e Puccinia nakanishikii) Sobrevivem no solo; Mantém a viabilidade por até 3 anos (teor da M.O.; temperatura e Umidade) SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Teliósporos, ascocarpos, oósporos, escleródios e clamidósporos Oomicetos - Gêneros Pythium e Phytophthora Sobrevive de 2 a 8 anos Teliósporos, ascocarpos, oósporos, escleródios e clamidósporos Oósporos: esporos de parede espessa que os tornam resistentes às condições adversas de temperatura. SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Comuns nos gêneros: Sclerotium, Sclerotinia, Verticilium, Rhizoctonia, Botrytis e outros. Sobrevive de 5 a 15 anos SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Teliósporos, ascocarpos, oósporos, escleródios e clamidósporos Escleródios: estrutura dura, formada de agregados compactos de hifas somáticas. Mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum) Abóbora, Alface, Algodão, Amendoim, Batata, Berinjela, Canola, Chicória, Ervilha, Feijão, Flores, Fumo, Girassol, Hortaliças, Kiwi, Melancia, Melão, Pepino, Soja Fusarium spp. Sobrevive de 5 a 15 anos Teliósporos, ascocarpos, oósporos, escleródios e clamidósporos SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Clamidósporos: células com citoplasma adensado. SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Gêneros: Bacillus e Clostridium Bactérias Endósporos Nematoides ovos Ovos de Meloidogyne spp. Fêmea de Heterodera e Globodera com ovos SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Atividades saprofíticas Podridões em órgãos de reserva ( Rhizopus, Pectobacterium); Podridões radiculares (Pythium, Phytophthora, Fusarium, Rhizoctonia); Manchas foliares (Alternaria, Cercospora, Xanthomonas, Pseudomonas); Murchas vasculares (Fusarium e Verticillium) SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Atividades saprofíticas Ralstonia solanacearum e Agrobacterium tumefaciens possui atividade saprofítica no solo. SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Plantas hospedeiras Vírus SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Plantas hospedeiras Ferrugens, Oídios, Míldios SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Plantas hospedeiras Vírus do mosaico do pepino (Cucumber mosaic virus) Abóbora, melão, plantas ornamentais e plantas daninhas SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Plantas hospedeiras Carvão do trigo (Ustilago tritici) O fungo sobrevive de uma estação para outra no interior da semente do hospedeiro. SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Plantas hospedeiras Nematoides Aphelencoides besseyi (8 anos nos grãos de arroz) Anguina tritici (35 anos sementes de trigo) SOBREVIVÊNCIA DO PATÓGENO Vetores Transferência do patógeno da fonte de inóculo para os locais mais diversos Processos envolvidos na disseminação de um patógeno foliar DISSEMINAÇÃO DO PATÓGENO Transferência do patógeno da fonte de inóculo para os locais mais diversos DISSEMINAÇÃO ATIVA DISSEMINAÇÃO PASSIVA DISSEMINAÇÃO DO PATÓGENO Realizada com os próprios recursos do patógeno Esporos dos fungos e Oomicetos Células de bactérias com flagelos Juvenis de nematoides DISSEMINAÇÃO DO PATÓGENO DISSEMINAÇÃO ATIVA Liberação ativa em fungos Após a formação dos pseudotécios, a alta umidade faz com que as ascas contendo ascósporos sejam ejetadas a partir do seu interior DISSEMINAÇÃO DO PATÓGENO Liberação ativa em Oomicetos Zoósporos são liberados de dentro dos esporângios em meio aquático e podem nadar horas até encontrar o hospedeiro zoósporos flagelados DISSEMINAÇÃO DO PATÓGENO Liberação ativa de nematoides DISSEMINAÇÃO DO PATÓGENO Disseminação passiva direta Realizada conjuntamente com os órgãos de propagação dos hospedeiros sementes infectadas borbulhas, tubérculos mudas infectadas Disseminação passiva indireta Realizada por diferentes agentes de disseminação vento água insetos homem animais Ferramentas agrícolas DISSEMINAÇÃO DO PATÓGENO DISSEMINAÇÃO PASSIVA Disseminação passiva indireta Insetos Aninais Vento água Homem Mudas e sementes DISSEMINAÇÃO DO PATÓGENO Vento Respingo de chuva e escorrimento Chuva e vento Disseminação passiva indireta DISSEMINAÇÃO DO PATÓGENO Série de transformações que possibilitam a penetração do patógeno nos tecidos do hospedeiro Fungos: germinação dos esporos Bactérias: multiplicação das células Vírus: replicação Nematoides: eclosão dos juvenis Uma das fases mais delicadas para a sobrevivência do patógeno e continuidade do ciclo !!! INFECÇÃO DO PATÓGENO Tubo germinativo Tigmotropismo positivo em relação ao estômato Germinação de Oidium INFECÇÃO DO PATÓGENO VIAS DE PENETRAÇÃO Implantação do patógeno no local onde se iniciará a colonização 1 - Direta 2 - Aberturas naturais 3 - Ferimentos 1 2 3 INFECÇÃO DO PATÓGENO Penetração direta com apressório Rompimento da cutícula do hospedeiro Esporo Tubo germinativo A - apressório Micélio intracelular PP- Peg de penetração INFECÇÃO DO PATÓGENO Penetraçãodireta com apressório Rompimento da cutícula do hospedeiro Penetração direta de Colletotrichum graminicola com formação de apressório Penetração direta de Oidium com formação de apressório INFECÇÃO DO PATÓGENO Penetração direta por estilete Nematoides fitoparasitas Ectoparasita endoparasita INFECÇÃO DO PATÓGENO Penetração de fungos por aberturas naturais hidatódios Estômatos INFECÇÃO DO PATÓGENO Penetração de fungos por estômatos INFECÇÃO DO PATÓGENO Penetração de fungos por aberturas naturais lenticelas INFECÇÃO DO PATÓGENO Penetração de bactérias por aberturas naturais Hidatódios Estômatos INFECÇÃO DO PATÓGENO Penetração via ferimentos Picadas de insetos Galeria nos troncos de ramos Abrasão por partículas de solo (vento) Rachaduras em raízes Práticas culturais (poda e desbrota) INFECÇÃO DO PATÓGENO A maioria dos fitopatógenos!! INFECÇÃO DO PATÓGENO Quando o patógeno passa a se desenvolver e nutrir no hospedeiro, ou seja, estabelecimento da relação parasitária A colonização só se desenvolve quando os mecanismos de ação do patógeno se sobrepõem aos mecanismos de defesa do hospedeiro! COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO Biotróficos as fontes de nutrientes são os tecidos vivos do hospedeiro. Necrotróficos as fontes de nutrientes são os tecidos mortos. Hemibiotróficos iniciam a infecção como biotróficos, mas colonizam o hospedeiro como necrotróficos. COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO Em função das relações nutricionais estabelecidas com o hospedeiro, pode-se classificar o patógeno em três grupos: Por patógenos biotróficos Não destroem as células do hospedeiro conforme avançam; Obtém nutrientes ao penetrarem as células vivas; O tipo de associação é muito estreita; Resulta na absorção constante de nutrientes do hospedeiro; Oídios, ferrugens, míldios, carvões, vírus e algumas bactérias. COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO Os haustórios são formados na fase de colonização de agentes causais de oídios, ferrugens e míldios. COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO Ferrugens Oídios Por patógenos biotróficos - vírus Célula hospedeira replica a partícula viral; Coloniza célula a célula via plasmodesmas, até os vasos do floema. COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO Por patógenos biotróficos - bactéria Agrobacterium: Bactéria modifica a célula e forma um tumor. As bactérias se multiplicam (colonização) ao redor dos tumores COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO Por patógenos necrotróficos Secreção de enzimas que causam a degradação das células da planta; Causam a morte e a desintegração dos tecidos da planta; Patógenos penetram no tecido morto e dele se nutrem; Fungos dos gêneros: Sclerotinia, Penicillium, Aspergillus e Rhizopus. COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO Exemplos de colonização por fungos Micélio intercelular Micélio intercelular com haustórios COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO Liberação de enzimas ocasiona o colapso celular e a desintegração dos tecidos. Por patógenos Hemibiotróficos Colonizam o hospedeiro, causam necrose, e continuam o crescimento e reprodução no tecido morto do hospedeiro. EX: Patógenos causadores de manchas foliares e murchas vasculares. COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO Colonização localizada Quando a ação do patógeno se restringe aos tecidos próximos ao ponto de penetração; Manchas foliares; Podridões radiculares, do colo e do fruto. Colonização sistêmica Quando o patógeno se distribui por toda a planta, a partir do ponto de penetração; Murchas vasculares; Viroses sistêmicas COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO • Colonização seletiva Quando o patógeno tem preferência por determinados órgãos da planta. Ex: Fusarium oxysporum . • Colonização não seletiva Quando o patógeno não mostra preferência por órgãos da planta. Ex: Colletotrichum spp. • Colonização ativa Quando o patógeno coloniza o hospedeiro invadindo os seus tecidos por crescimento ativo do seu micélio. Ex: Pythium ultimun. COLONIZAÇÃO DO PATÓGENO Formação de propágulos do patógeno para início de novos ciclos Fatores que influenciam a reprodução: Dependente das condições ambientais (temperatura, umidade, luz). Estado nutricional do hospedeiro. REPRODUÇÃO DO PATÓGENO REPRODUÇÃO DO PATÓGENO Alguns patógenos se reproduzem exclusivamente no interior do hospedeiro; Vírus, algumas bactérias e fungos A grande maioria se reproduzem na superfície do hospedeiro; Esporulação da maioria dos fungos é estimulada pelo molhamento foliar. Reprodução de Oidium é inibida pela presença de molhamento foliar REPRODUÇÃO DO PATÓGENO
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