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JEREMIAS

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Prévia do material em texto

Jeremias
Análise
0 longo ministério de Jeremias, de mais de quarenta anos, 
se estendeu desde 625 a.C. até poucos anos depois que Judá 
deixou de existir como estado, em 586 a.C. Mais de cinqüen­
ta anos de apostasia religiosa de Josias (621-607 a.C.). Jere­
mias sustentou a reforma com entusiasmo, até que percebeu 
que isso não estava mudando os corações do povo. Dois anos 
depois da morte de Josias, a batalha de Carquemis (605 a.C.) 
estabaleceu o controle babilônico sobre a Ásia ocidental. Des­
de então Jeremias advogava submissão à Babilônia, mas sem 
sucesso. Sob os últimos quatro reis de Judá, vinte e um anos 
de apostasia religiosa e fraqueza política tomavam inevitáveis 
a queda de Jerusalém, em 586 a.C., e o exílio.
As desencorajadoras circunstâncias sob as quais Jeremias 
trabalhou, e a extraordinária extensão em que a idolatria subs­
tituirá a religião revelada em Judá, são claramente refletidas 
nas profecias de Jeremias. Também vemos o reflexo da angús­
tia espiritual de Jeremias ocasionada por essa apostasia. Não 
obstante, Jeremias não era nenhum pessimista. Era essencial­
mente o guerreiro de Deus, mas um guerreiro que era igual­
mente vigia e testemunha. O capítulo primeiro descreve a 
chamada de Jeremias ao sacerdócio. Os capítulos 2 a 13 capa­
citam-nos a reconstituir as condições em que ele profetizou, 
enquanto os capítulos 14 a 33 refletem como tinha consciên­
cia de Deus e comunhão com Ele (c f também 1.1 -1 9 ). O guer­
reiro, então, surge como vigia de Deus (34.1— 45.5) e como 
testemunha de Deus (46.1 — 52.34).
Nos oráculos de Jeremias, Deus, o governador moral do 
mundo, é o Deus da aliança de Israel. Através de Israel Ele 
procurava atingir propósitos morais. Infelizmente os adulté­
rios espirituais da nação do norte com os baalins compeliram 
Deus a divorciar-se (isto é, o exílio) dela. Judá, a nação do sul, 
não aproveitou a lição da experiência de Israel. Ultrapassou Is­
rael em impurezas sexuais, ainda que repelisse as acusações 
Je infidelidade religiosa. Por conseguinte, Deus precisava jui- 
gá-la.
O arrependimento, apesar disso, poderia ter interrompido 
o processo do divórcio (exílio), a despeito de seus adultérios, 
ã o grande é a graça do Senhor. Porém, Judá estava tão firma­
da em sua concupiscência que era irascível à correção moral. 
Gradualmente foram desaparecendo as virtudes sociais. Sacri­
fícios e rituais falharam como substitutos do arrependimento 
e da retidão. A espantosa pecaminosidade de Judá significava 
que aquele pecado era congênito, o que explica sua inaptidão 
moral. Resultava de uma natureza pecaminosa. O julgamento 
era inevitável, expresso no exílio. Mas o exílio ainda não era 
a palavra final.
Um remanescente haveria de retomar para viver sob o im­
pério do Messias, em segurança religiosa e social. O reto go­
vemo do Messias sobre um povo justo, Ajuda a explicar a 
doutrina de Jeremias sobre o novo pacto. Os indivíduos seriam 
retos porque seus corações seriam renovados. Obedeceriam às 
leis de Deus de todo o coração, espontaneamente. O novo pac­
to , assegurando perdão e dinâmica moral interna, transcende­
ria o legalismo do antigo pacto. Finalmente, através da morte 
sacrificial de Cristo, e da atividade interna e regeneradora do 
Espírito Santo, o novo pacto se tomou uma realidade.
Autor
Nenhum princípio pode ser discernido no arranjo das pro­
fecias de Jeremias. Os oráculos pertencentes aos últimos cin­
co reis de Judá não seguem uma seqüência cronológica. A 
seqüência de capítulos, no hebraico, difere da ordem apresen­
tada na Septuaginta, e esta última exibe omissões considerá­
veis, ainda que destituídas de importância. Isso sugere uma 
diferente revisão editorial. Jeremias ditou suas profecias e Ba- 
ruque as registrou (36.1-8,32). O arranjo desordenado pode 
ser uma evidência de caráter primitivo. O novo Testamento 
contém numerosas referências a Jeremias.
Esboço
JEREMIAS, UM GUERREIRO DE DEUS, 1.1 — 33.26 
A Convocação: Chamada e Comissão de Jeremias,
1 .1-19 
Situação de Judá, 2.1— 13.27 
Enfermidade, 2.1— 6.30 
Insensatez, 7.1 — 8.3 
Cegueira, 8.4— 9.1 
Traição, 9 .2-22 
Idolatria, 9.23— 10.25 
Infidelidade, 11.1— 12.17 
Teimosia, T 3.1 -2 7 
Batalha de Jeremias, 14.1 — 33.26 
Ternura por Judá, 14.1 — 15.9 
Amargura por causa de Judá, 15.10-21 
Solidão em Judá, 16.1 -21 
Testemunho a Judá, 17.1-27 
A Visita à Casa do Oleiro, 18.1 -23 
O Despedaçamento do Vaso de Barro, 19.1 -15 
O Encontro com Pasur, 20.1 -18 
Conselho sobre Rendição, 21.1-14 
Exigência de Justiça, 22.1— 23.8 
Uma Denúncia contra os Profetas Falsos, 23.9-40 
As Duas Cestas de Figos, 24.1-10 
A Taça da Fúria de Deus, 25.1 -3 8 
O Conflito da Fé, 26.1 — 29.32 
Com os Inimigos, 26.1 -2 4 
Com os Falsos Profetas, 27.1 -22 
Com Hananias, 28.1 -1 7 
Com Semaías, 29.1 -32 
A Substância da Fé, 30.1 — 31.40 
A Ação da Fé, 32.1 -4 4 
A Visão da Fé, 33.1-26
JEREMIAS, UM VIGIA DE DEUS: APRESSANDO A PALAVRA,
34.1— 45.5 
Escravos Libertados, 34.1 -22 
Os Recabitas, 35.1 -9 
A Palavra de Deus Transcrita, 36.1-32 
A Palavra de Deus Comunicada, 37.1 — 38.28a 
A Palavra de Deus Cumprida, 38.28b-39.18 
Q Govemo de Gedalias, 40.1— 41.18
JEREMIAS 1.1 1058
Palavra Finai em Judá, 42.1 — 43.7 
Palavra Finai no Egito, 43.8— 44.30 
Jeremias Admoesta a Baruque, 45.1-5 
JEREMIAS, UMA TESTEMUNHA DE DEUS À NAÇÃO: O 
SENHOR ONIPOTENTE REINA,
46.1— 52.34
“O Profeta às Nações", 46.1; Egito, 46.2-28; Fitfstia,
47.1-7;
Moabe, 48.1 -4 7 ; Airtom, 49.1 - 6; Edom, 49.7- 22; 
Damasco, 49.23-27; Quedar, 49.28-29; Hazor, 
49.30-33; Elã, 49.34-39; Babilônia, 50.1 -5 1 .6 4 ; 
Judá, 52.1-34
A vocação de Jeremias
1 Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes que estavam em Ana- tote, na terra de Benjamim;0
2 a ele veio a palavra do Senhor, nos dias 
de Josiasb, filho de Amom e rei de Judá, no 
décimo terceiro ano do seu reinado;
3 e também nos dias de Jeoaquimc, filho 
de Josias, rei de Judá, até ao fim do ano undé- 
cimo de Zedequiasd, filho de Josias, rei de 
Judá, e ainda até ao quinto mês do exílio de 
Jerusalém.
4 A mim me veio, pois, a palavra do 
Senhor, dizendo:
5 Antes que eu te formasse no ventre ma­
terno, eu te conheci, e, antes que saísses da 
madre, te consagrei, e te constituí profeta às 
nações.e
6 Então, lhe disse eu: ah! Senhor Deus! 
Eis que não sei falar, porque não passo de 
uma criança.f
7 Mas o Senhor me disse: Não digas: 
Não passo de uma criança; porque a todos a 
quem eu te enviar irás; e tudo quanto eu te 
mandar falarás.9
8 Não temas diante deles, porque eu sou 
contigo para te livrar, diz o Senhor. h
9 Depois, estendeu o Senhor a mão, to­
cou-me na boca e o Senhor me disse: Eis
1.1 o|s 21.18; 
ICr 6.60
1.2
b2Rs 22.3-23.27; 
2Cr 34.8-35.19
1.3
c2Rs 23.36-24.7; 
2Cr 36.5-8 
d 2Rs 24.18-25.21; 
2Cr 36.11-21
1.5 eÊx 33.12;
Is 49.1,5;
Cl 1.15-16
7.6 'Êx 4.10
1.7 gNm 22.20; 
Mt 28.20
1.8 ^Êx 3.12;
|s 1.5; Ez 2.6;
Hb 13.6
1.9 'Is 6.7
1.10/IRs 19.17; 
2Co 10.4-5
1.13 kEz 11.3
1.14 'Jr 4.6
1.15 m/r 5.15
que ponho na tua boca as minhas palavras.'
10 Olha que hoje te constituo sobre as na­
ções e sobre os reinos, para arrancares e derri- 
bares, para destruíres e arruinares e também 
para edificares e para plantares./
A visão da vara de amendoeira
11 Veio ainda a palavra do Senhor, di­
zendo: Que vês tu, Jeremias? Respondi: vejo 
uma vara de amendoeira.
12 Disse-me o Senhor: Viste bem, por­
que eu velo sobre a minha palavra para a 
cumprir.
A visão da panela ao fogo
13 Outra vez, me veio a palavra do 
Senhor, dizendo: Que vês? Eu respondi: 
vejo uma panela ao fogo, cuja boca se inclina 
do Norte.*
14 Disse-me o Senhor: Do Norte se der­
ramará o mal sobre todos os habitantes da 
terra.'
15 Pois eis que convoco todas as tribos 
dos reinos do Norte, diz o Senhor;e virão, e 
cada reino porá o seu trono à entrada das 
portas de Jerusalém e contra todos os seus 
muros em redor e contra todas as cidades de 
Judá.m
16 Pronunciarei contra os moradores des-
1.1 Anatote. Modernamente Anata, a 4,5 quilômetros a nor­
deste de Jerusalém.
1.2 josias. Governou de c. 639 a 609 a.C., foi morto na bata­
lha de Megido 609 a.C., pelo Faraó Neco.
1.3 jeoaquim. Primogênito de Josias. Reinou de 609 até 
597 a.C. Undécimo de Zedequias 587 a.C. O exílio começou 
em 597 a.C. A primeira leva foi conduzida quando Nabuco- 
donosor tomou Jerusalém e levou-a cativa para a Babilônia. 
Mas a destruição final da cidade foi em 587 que é a data 
considerada do exílio. O ministério de Jeremias durou cerca 
de 40 anos.
1.4 Veio, lit "continuou a vir".
1.6 Criança, heb na'ar, que pode significar qualquer pessoa 
desde três meses até quarenta anos de idade. Jeremias tinha 
cerca de 24 anos quando iniciou seu ministério profético. A 
LXX traduz por "demasiado novo".
1.7 A todos. Lit "em todos os casos", ou seja, "em qualquer 
missão".
1.11,12 Um trocadilho no heb, amendoeira, shaqed, velo, 
shoqed. A amendoeira é a árvore a florescer na primavera. A 
florescência aparece antes das folhas. O profeta frisa que Deus 
está continuamente operando na história e nas pessoas, fa­
zendo frutificar os seus planos.
1.13 Panela, utensílio doméstico para cozer alimentos ou la­
var roupas. Era levada ã fervura, soprando-se o fogo. Norte, a 
região de onde vêm as calamidades.
1.14 Do Norte. Era o caminho normal de qualquer invasão 
das grandes nações de então, a não ser o Egito, que viria 
do sul.
1.15 Todas as cidades, uma invasão completa da terra.
1.16 Obras das suas próprias mãos. Esta frase é comum na 
Bíblia para descrever a idolatria, e ao mesmo tempo compro­
var suas bases falsas (Is 44.12-17). Aplica-se também aos que
1059 JEREMIAS 2.11
tas as minhas sentenças, por causa de toda a 
malícia deles; pois me deixaram a mim, e 
queimaram incenso a deuses estranhos, e ado­
raram as obras das suas próprias mãos.n
17 Tu, pois, cinge os lombos, dispõe-te e 
dize-lhes tudo quanto eu te mandar; não te 
espantes diante deles, para que eu não te in- 
funda espanto na sua presença.0
18 Eis que hoje te ponho por cidade forti­
ficada, por coluna de ferro e por muros de 
bronze, contra todo o país, contra os reis de 
Judá, contra os seus príncipes, contra os seus 
sacerdotes e contra o seu povo.P
19 Pelejarão contra ti, mas não prevalece­
rão; porque eu sou contigo, diz o Senhor, 
para te livrar. 9
O amor de Deus e a rebeldia do povo
2 A mim me veio a palavra do Senhor, dizendo:
2 Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém: 
Assim diz o Senhor: Lembro-me de ti, da 
tua afeição quando eras jovem, e do teu amor 
quando noiva, e de como me seguias no de­
serto, numa terra em que se não semeia/
3 Então, Israel era consagrado ao Senhor 
e era as primícias da sua colheita; todos os 
que o devoraram se faziam culpados; o mal 
vinha sobre eles, diz o Senhor.5
4 Ouvi a palavra do Senhor, ó casa de 
Jacó e todas as famílias da casa de Israel.
5 Assim diz o Senhor: Que injustiça 
acharam vossos pais em mim, para de mim se
1.16"Dt 28.20
1.17 °Ex 3.12;
1 Rs 18.46;
2Rs 4.29; Jr 3.8; 
Lc 12.35;
IPe 1.13
1.18 pis 50.7
1.19 qjr 1.8
2.2 rDt 2.7; 
Os 2.15
2.3 sEx 19.5-6; 
Tg 1.18
2.5 (2Rs 17.15; 
Jn 2.8
2.6 "Dt 8.15; 
Os 13.4
2.7 ^Lv 18.25; 
Nm 13.27;
SI 78.58-59
2.8 >vjr 23.11; 
Hc 2.18;
Rm 2.20
2.9 *Ex 20.5; 
Ez 20.35-36
2.11 /S1106.20; 
Jr 1.8; Rm 1.23
afastarem, indo após a nulidade dos ídolos e 
se tomando nulos eles mesmos,1
6 e sem perguntarem: Onde está o 
Senhor, que nos fez subir da terra do Egito? 
Que nos guiou através do deserto, por uma 
terra de ermos e de covas, por uma terra de 
sequidão e sombra de morte, por uma terra 
em que ninguém transitava e na qual não mo­
rava homem algum ?u
7 Eu vos introduzi numa terra fértil, para 
que comêsseis o seu fruto e o seu bem; mas, 
depois de terdes entrado nela, vós a contami- 
nastes e da minha herança fizestes abomi­
nação. v
8 Os sacerdotes não disseram: Onde está o 
Senhor? E os que tratavam da lei não me 
conheceram, os pastores prevaricaram contra 
mim, os profetas profetizaram por Baal e an­
daram atrás de coisas de nenhum proveito.w
Perfídia sem exemplo
9 Portanto, ainda pleitearei convosco, diz 
o Senhor, e até com os filhos de vossos 
filhos pleitearei.*
10 Passai às terras do mar de Chipre e 
vede; mandai mensageiros a Quedar, e atentai 
bem, e vede se jamais sucedeu coisa seme­
lhante.
11 Houve alguma nação que trocasse os 
seus deuses, posto que não eram deuses? To­
davia, o meu povo trocou a sua Glória por 
aquilo que é de nenhum proveito.)'
pensam salvar-se pelas suas próprias obras e virtudes, recu­
sando, pois, a salvação gratuita de Jesus Cristo 
(Gl 3.6-14; 5.1-6).
1.17 Cinge, envolver ou enrolar com um cinto a longa e larga 
veste oriental, em preparação para uma ação enérgica ou 
grande conflito. Espantes. Ser abatido ou disperso pelo terror 
ou ansiedade.
1.18 Seu ministério seria ao mesmo tempo ofensivo e defen­
sivo. • N. Hom. Este capítulo nos ensina que é a vocação de 
Deus que forma um profeta e não a educação humana. É 
Deus que o chama, v 5; é Deus que inspira sua pregação, v 7; 
é Deus que o protege, v 8; é Deus que determina a forma da 
sua ação, v 10. Obedecer à vocação já traz consigo mesmo o 
poder para cumpri-la, mas desobedecer produz a derrota to­
tal, v 17.
2.2 Me seguias. No oriente, a esposa seguia após o esposo.
2.3 Primícias da sua colheita. A porção mais preciosa da co­
lheita, que deveria ser movida pelo sacerdote perante Jeová 
(Lv 23.10-14; Nm 18.12,13). Os que maltratavam a Israel 
eram tão culpados como aqueles que comiam, mas não ti­
nham o direito de comer o alimento consagrado (Lv 22.16).
2.5 Nulidade. Hálito, nada, bolha; termos característicos para 
indicar os deuses falsos em contraste com o Deus vivo e ver­
dadeiro; hevel, é a palavra traduzida por "vaidade" em Provér­
bios. Seguindo esses deuses vazios, Israel assimilava seu 
caráter - tal deus, tal povo (vd nota em 51.18).
2.8 Pastores, também é usado no AT para indicar governan­
tes e príncipes. Vd 1 Rs 22.17 e contexto. Os líderes religiosos 
uniram-se aos governantes em oposição a jeremias. Três gru­
pos líderes se opunham a Jeremias - os sacerdotes (levitas), 
os governadores e os profetas. Na época de Jesus, o bom 
pastor, não havia mais profetas, mas as outras classes traíram- 
no.
2.10,11 Ide para Chipre ocidental ou para o oriente de Que­
dar e vede quão fiéis são todos esses povos aos seus deuses, 
que nada são; mas Jeová, Deus de Israel, que é glorioso, vivo 
e poderoso, foi abandonado em troca de deuses sem vida e 
sem poder. Quedar. Tribos árabes espalhadas pela Arábia 
desde Petra, na fronteira oriental da Palestina, até a Babilônia. 
Naquele tempo, esses dois lugares eram tidos como o ex­
tremo ponto oriental e o extremo ponto ocidental do mundo.
JEREMIAS 2.12 1060
12 Espantai-vos disto, ó céus, e horrori- 
zai-vos! Ficai estupefatos, diz o Senhor.^
13 Porque dois males cometeu o meu 
povo: a mim me deixaram, o manancial de 
águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas ro­
tas, que não retêm as águas.0
14 Acaso, é Israel escravo ou servo nas­
cido em casa? Por que, pois, veio a ser 
presa?6
15 Os leões novos rugiram contra ele, le­
vantaram a voz; da terra dele fizeram uma 
desolação; as suas cidades estão queimadas, e 
não há quem nelas habite.c
16 Até os filhos de Mênfis e de Tafnes te 
pastaram o alto da cabeça.d
17 Acaso, tudo isto não te sucedeu por 
haveres deixado o Senhor, teu Deus, quando 
te guiava pelo caminho?*
18 Agora, pois, que lucro terás indo ao 
Egito para beberes as águas do Nilo; ou indo 
à Assíria para beberes as águas do Eufrates?f
19 A tua malíciate castigará, e as tuas 
infidelidades te repreenderão; sabe, pois, e vê 
que mau e quão amargo é deixares o Senhor, 
teu Deus, e não teres temor de mim, diz o 
Senhor, o Senhor dos Exércitos.9
Israel adorou a Baal
20 Ainda que há muito quebrava eu o teu 
jugo e rompia as tuas ataduras, dizias tu: Não 
quero servir-te. Pois, em todo outeiro alto e 
debaixo de toda árvore frondosa, te deitavas e 
te prostituías.*
21 Eu mesmo te plantei como vide exce­
2.13° SI 36.9; 
Jo 4.14
2.14 !>Êx 4.22
2.15 cis 1.7
2.16 d|r 43.7-9
2.17 eDt 32.10
2.18 f|s 13.3
2.19 gls 3.9
2.20 í>Êx 19.8; 
)s 24.18;
1Sm 12.10;
Is 57.5,7
2.21 'Êx 15.17; 
Sl 44.2;
Mt 21.33;
Lc 20.9
2.12 l^s 1.2
2.22 /Dt 32.34; 
Os 13.12
2.23 *Pv 30.12
2.24 '|ó 39.5
2.25 mDt 32.16
2.27 njz 10.10; 
Is 26.16
lente, da semente mais pura; como, pois, te 
tomaste para mim uma planta degenerada, 
como de vide brava?'
22 Pelo que ainda que te laves com salitre 
e amontoes potassa, continua a mácula da tua 
iniqüidade perante mim, diz o Se n h o r 
Deus./
23 Como podes dizer: Não estou macu­
lada, não andei após os baalins? Vê o teu 
rasto no vale, reconhece o que fizeste, drome- 
dária nova de ligeiros pés, que andas zigueza­
gueando pelo caminho;k
24 jumenta selvagem, acostumada ao de­
serto e que, no ardor do cio, sorve o vento. 
Quem a impediria de satisfazer ao seu desejo'1 
Os que a procuram não têm de fatigar-se; no 
mês dela a acharão.1
25 Guarda-te de que os teus pés andem 
desnudos e a tua garganta tenha sede. Mas tu 
dizes: Não, é inútil; porque amo os estranhos 
e após eles irei.m
26 Como se envergonha o ladrão quando 
o apanham, assim se envergonham os da casa 
de Israel; eles, os seus reis, os seus príncipes, 
os seus sacerdotes e os seus profetas,
27 que dizem a um pedaço de madeira: Tc 
és meu pai; e à pedra: Tu me geraste. Pois me 
viraram as costas e não o rosto; mas, ea 
vindo a angústia, dizem: Levanta-te e livra- 
nos. n
28 Onde, pois, estão os teus deuses, que 
para ti mesmo fizeste? Eles que se levanten 
se te podem livrar no tempo da tua angústia.
2.13 Cisternas rotas. Doutrinas e esperanças que não cons­
tam na palavra de Deus.
2.14 Negação enfática que exige a resposta "Não". Servo 
nascido em casa. Alguém sem possibilidade de tomar-se livre, 
para quem não haveria resgate.
2.15 Leões. Símbolo da Assíria e de suas freqüentes invasões 
contra Israel. No singular, um símbolo de Nabucodonosor da 
Babilônia, e mais tarde de Ciro da Pérsia, que realmente eram 
continuadores das obras da Assíria.
2.16 Ambas eram cidades bem conhecidas nos dias de Josias. 
Mênfis, capital do Baixo Egito (do nordeste); Tafnes, capital do 
Alto Egito, no alto do rio Nilo. A palavra Egito tem forma dual 
no hebraico: misraim, por ser um reino duplo.
2.18 Ligado com o v 13. Israel havia desprezado Jeová, a 
fonte da água viva, e bebia dos rios do Egito e da Assíria.
2.20 Outeiro alto, refere-se freqüentemente a lugares espe­
cialmente dedicados à adoração à natureza, personificada no 
ídolo de Baal.
2.22 Salitre. Provavelmente, o carbonato de sódio usado para
o fabrico de sabão, um álcali mineral. Potassa. O álcali vegea 
correspondente, obtido de cinzas de plantas. Eram dois ocs. 
mais poderosos detergentes conhecidos, ambos usados -« 
lavagem e embranquecimento de vestes, e também na refr-»- 
ção de metais (Ml 3.2).
2.23 Baalins. Deuses cananeus da fertilidade. Vale, de Hinorr. 
e um dos lados - sul e oeste de Jerusalém - onde imolavan 
seus filhos ao ídolo de Moloque (vd 19.6n). Dromedário. Lrr 
camelo com pescoço curto e uma só bossa que ainda -ác 
teve filhote, famoso por sua velocidade, usado para levar 
pachos urgentes, o telégrafo antigo.
2.24 Fatigar-se. Os deuses falsos não precisavam cansa'-* 
para buscar conquistar Israel, pois ela mesma buscava ccrn- 
ansiedade.
2.25 Inútil. A desesperada determinação de continuar i 
pecado.
2.27 Pedaço de madeira.. . pedra. Postes de madeira e obeis- 
cos de pedra, que simbolizavam o deus adorado. Costa-- » 
pescoço, que figurava a apostasia. Levanta-te. Na hora a 
tributação haveria de clamar a Jeová.
1061 JEREMIAS 3.9
porque os teus deuses, ó Judá, são tantos 
como as tuas cidades.0
29 Por que contendeis comigo? Todos vós 
transgredistes contra mim, diz o Senhor.p
30 Em vão castiguei os vossos filhos; eles 
não aceitaram a minha disciplina; a vossa es­
pada devorou os vossos profetas como leão 
destruidor.1)
31 Oh! Que geração! Considerai vós a pa­
lavra do Senhor. Porventura, tenho eu sido 
para Israel um deserto? Ou uma terra da mais 
espessa escuridão? Por que, pois, diz o meu 
povo: Somos livres! Jamais tornaremos 
a ti?r
32 Acaso, se esquece a virgem dos seus 
adornos ou a noiva do seu cinto? Todavia, o 
meu povo se esqueceu de mim por dias sem 
conta.5
33 Como dispões bem os teus caminhos, 
para buscares o amor! Pois até às mulheres 
perdidas os ensinaste.
34 Nas orlas dos teus vestidos se achou 
também o sangue de pobres e inocentes, não 
surpreendidos no ato de roubar. Apesar de 
todas estas coisas,'
35 ainda dizes: Estou inocente; certa­
mente, a sua ira se desviou de mim. Eis que 
entrarei em juízo contigo, porquanto dizes: 
Não pequei.u
36 Que mudar leviano é esse dos teus ca­
minhos? Também do Egito serás envergo­
nhada, como foste envergonhada da Assíria.1'
37 Também daquele sairás de mãos na ca­
beça; porque o Senhor rejeitou aqueles em 
quem confiaste, e não terás sorte por meio 
deles.w
2.28 «Dt 32.37; 
Is 45.20
2.29 p|r 2.23
2.30
<?2Cr 36.16;
Is 1.5; Mt 23.29; 
Us 2.15
2.31 /-Dt 32.15; 
|r 2.5
2.32 sSI 106.21; 
Os 8.14
2.34 (SM06.38
2.35 uPv28.13; 
1|o 1.8,10
2.36
►20 28.16;
Is 30.3; Os 5.13
2.37
>v2Sm 13.19
3.1 *Dt 24.4;
Ez 16.26,28-29
3.2 /Cn 38.14; 
Pv 23.28;
Ez 16.24-25
3.3 *Lv 26.19;
Jr 5.3; Sf 3.5
3.4 oPv 2.17;
Os 2.15
3.5 6SI 77.7;
Jr 57.12
3.6
c2Rs 22.1-23.30; 
2Cr 34.1-35.27
3.7 d2Rs 17.13
3.8 e2Rs 17.6;
Ez 23.9,11
A clemência de Deus, 
apesar da infidelidade do povo
3 Se um homem repudiar sua mulher, e ela o deixar e tomar outro marido, porven­
tura, aquele tomará a ela? Não se poluiria 
com isso de todo aquela terra? Ora, tu te pros- 
tituíste com muitos amantes; mas, ainda as­
sim, toma para mim, diz o Se n h o r . *
2 Levanta os olhos aos altos desnudos e 
vê; onde não te prostituíste? Nos caminhos te 
assentavas à espera deles como o arábio no 
deserto; assim, poluíste a terra com as tuas 
devassidões e com a tua malícia.)'
3 Pelo que foram retiradas as chuvas, e 
não houve chuva serôdia; mas tu tens a fronte 
de prostituta e não queres ter vergonha.z
4 Não é fato que agora mesmo tu me invo­
cas, dizendo: Pai meu, tu és o amigo da minha 
mocidade?0
5 Conservarás para sempre a tua ira? Ou a 
reterás até ao fim? Sim, assim me falas, mas 
cometes maldade a mais não poder.17
6 Disse mais o Se n h o r nos dias do rei 
Josiasc: Viste o que fez a pérfida Israel? Foi 
a todo monte alto e debaixo de toda árvore 
frondosa e se deu ali a toda prostituição.
7 E, depois de ela ter feito tudo isso, eu 
pensei que ela voltaria para mim, mas não 
voltou. A sua pérfida irmã Judá viu isto.d
8 Quando, por causa de tudo isto, por ter 
cometido adultério, eu despedi a pérfida Is­
rael e lhe dei carta de divórcio, vi que a falsa 
Judá, sua irmã, não temeu; mas ela mesma se 
foi e se deu à prostituição.e
9 Sucedeu que, pelo ruidoso da sua prosti-
2.29 A paciência de Jeová estava sendo demasiado testada.
2.30 Disciplina. Instrução por palavra e advertência, bem 
como correção mediante castigo.
2.32 Cinto. Peça de ornamentação com que a noiva se enfei­
tava no dia do casamento. Jeová é o adorno mais precioso do 
seu povo.
2.35,36 A despeito de sua alegada inocência, buscavam en­
trar em aliança com outras nações em salvaguardacontra 
ataques hostis. A fidelidade a Jeová nunca os decepcionaria, 
mas preferiram confiar mais nos homens e nas nações do que 
em Jeová.
2.37 Mãos na cabeça. Os prisioneiros de guerra foram trans­
portados dessa maneira. • N. Hom. O segundo capítulo des­
creve o paganismo, a rebelião e a desgraça total que sempre 
surgem quando os ministros procuram ser fiéis a Deus, pre­
gando e vivendo Sua palavra. Compare w 4,8 e 37.
3.1 Quando uma mulher recebia uma notificação de divórcio 
da parte de seu marido, e se casava com outro, e se este, por
sua vez, também lhe desse notificação de divórcio, isso não 
lhe daria o direito de casar-se novamente com seu primeiro 
marido (D t2 4 .1 -4 ). Torna. Expressão de clemência da parte 
de Jeová.
3.2 Assim como o pirata beduíno ansiava por assaltar uma 
caravana que passava, semelhantemente Israel ansiava por 
adorar os deuses falsos.
3.3 As chuvas serôdias caíam em março e abril, a segunda 
estação chuvosa temporã. As "primeiras" chuvas (Tg 5.7) 
caíam de outubro a dezembro (vd 5.24n).
3.6 "Pérfida apóstata". Jogo de palavras sobre os dois senti­
dos da raiz hebraica que significa voltar as costas a Jeová e 
voltar-se para Jeová.
3.8 Divórcio. Sucedeu, ao enviar o reino do norte, Israel, para 
o exílio. Judá viu o que sucedeu à sua irmã, mas não temeu o 
julgamento vindouro.
3.9 Pedras e árvores. ídolos de pedra e madeira, além de pila-
JEREMIAS 3.10 1062
tuição, poluiu ela a terra; porque adulterou, 
adorando pedras e árvores/
10 Apesar de tudo isso, não voltou de todo 
o coração para mim a sua falsa irmã Judá, 
mas fingidamente, diz o Se n h o r . 9
11 Disse-me o Se n h o r : Já a pérfida Is­
rael se mostrou mais justa do que a falsa 
Judá.h
12 Vai, pois, e apregoa estas palavras para 
o lado do Norte e dize: Volta, ó pérfida Israel, 
diz o Se n h o r , e não farei cair a minha ira 
sobre ti, porque eu sou compassivo, diz o 
Se n h o r , e não manterei para sempre a mi­
nha ira.1
13 Tão-somente reconhece a tua iniqüi­
dade, reconhece que transgrediste contra o 
Se n h o r , teu Deus, e te prostituíste com os 
estranhos debaixo de toda árvore frondosa e 
não deste ouvidos à minha voz, diz o 
Se n h o r ./
O povo exortado a arrepender-se
14 Convertei-vos, ó filhos rebeldes, diz o 
Se n h o r ; porque eu sou o vosso esposo e vos 
tomarei, um de cada cidade e dois de cada 
família, e vos levarei a Sião.*
15 Dar-vos-ei pastores segundo o meu 
coração, que vos apascentem com conheci­
mento e com inteligência.(
16 Sucederá que, quando vos multiplicar- 
des e vos tomardes fecundos na terra, então, 
diz o Se n h o r , nunca mais se exclamará: A 
arca da Aliança do Se n h o r ! Ela não lhes virá
3.9 fjr 2.2
3.10
92Cr 34.33
3.11 íiEz 16.51
3.12'2Rs 17.6; 
|r 103.5
3.13/Lv 26.40; 
Pv 28.13;
Ez 16.15,24-25
3.14 *Jr 31.32; 
Rm 11.5
3.15 'Jr 23.4; 
At 20.28
3.16 mls 65.17
3.17 "Is 60.9
3.18 °ls 11.13; 
Ez 37.16-22; 
Am 9.15
3.19
P S1106.24;
Ez 20.6
3.20 <)ls 48.8
3.21 Ms 15.2
3.22 i jr 3.14
3.23 ISI 3.8
à mente, não se lembrarão dela nem dela sen­
tirão falta; e não se fará outra.m
17 Naquele tempo, chamarão a Jerusalém 
de Trono do Se n h o r ; nela se reunirão todas 
as nações em nome do Se n h o r e já não anda­
rão segundo a dureza do seu coração 
maligno."
18 Naqueles dias, andará a casa de Judá 
com a casa de Israel, e virão juntas da terra do 
Norte para a terra que dei em herança a vos­
sos pais.0
19 Mas eu a mim me perguntava: como te 
porei entre os filhos e te darei a terra desejá­
vel, a mais formosa herança das nações? E 
respondi: Pai me chamarás e de mim não te 
desviarás.P
20 Deveras, como a mulher se aparta per- 
fidamente do seu marido, assim com perfídia 
te houveste comigo, ó casa de Israel, diz o 
Se n h o r .1?
21 Nos lugares altos, se ouviu uma voz. 
pranto e súplicas dos filhos de Israel; por­
quanto perverteram o seu caminho e se esque­
ceram do Se n h o r , seu Deus/
22 Voltai, ó filhos rebeldes, eu curarei as 
vossas rebeliões.5
Eis-nos aqui, vimos ter contigo; porque tu 
és o Se n h o r , nosso Deus.
23 Na verdade, os outeiros não passam de 
ilusão, nem as orgias das montanhas; com 
efeito, no Se n h o r , nosso Deus, está a salva­
ção de Israel.1
24 Mas a coisa vergonhosa devorou o la­
res e postes erigidos em honra aos deuses de seus vizinhos. A 
idolatria é o adultério espiritual.
3.10 Fingidamente.. Embora Josias tivesse feito uma reforma 
vigorosa, esta não atingiu os corações do povo (vd nota em 
44.18).
3.11 Judá tinha mais vantagens do que Israel: uma sucessão 
de reis da dinastia de Davi, o templo, os levitas e o exemplo 
de Israel como advertência.
3.12 Norte. Na direção da Assíria e da Média. As dez tribos 
foram levadas cativas para ali, em 722 a.C.
3.13 Transgrediste, rebeldia ou revolta, apostasia ou disputa.
3.14 Embora se tivessem afastado de Jeová, e agora estives­
sem em uma terra distante padecendo necessidades, podiam 
contar com a recepção por parte do Pai, se retornassem em 
espírito filial (Lc 15.19).
3.16 Arca. Na lei, servia de símbolo do trono de Jeová. A 
arca, com o seu propiciatório, que assinalava a presença de 
Jeová, era o centro da reverência.
3.17 A glória de Jeová e Sua presença visível manifestar-se- 
iam por toda a cidade santa. Como habitação de |eová, rece­
beria o título de "Trono de Jeová", assim substituindo a arca
como trono de Deus. Nações. Os gentios também participa­
rão do reino vindouro de Jeová, em Jerusalém. • N. Hom. A 
prostituição descrita neste capítulo é o fato de ir atrás de 
outros deuses, da maneira descrita em Dt 13.1 -11 , ou deixar 
de adorar a Deus da maneira descrita em Rm 12.1-2, ser- 
v indo-0 integralmente. A falta de fidelidade à nossa vocação 
cristã é uma das formas mais condenáveis de prostituição.
3.19 Como. Não se trata de uma pergunta, mas de uma ex­
pressão de desejo. Filhos. Temos aqui a doutrina de Deus, por 
meio de sua graça, adotando os indignos e rebeldes, que 
tinham se tornado piores do que os próprios pagãos. Deus 
queria tratá-los como filhos, dotados de direitos de herança 
(cf Gl 3.18; 1 Pe 1.4; Rm 8.17).
3.21— 4.4 As condições do arrependimento sempre resul­
tam na remoção dos santuários pagãos e no reconhecimento 
do direito exclusivo de Deus, jurando-se apenas pelo seu 
nome (4.2), e corações purificados.
3.24 Vergonhosa. Heb bosheth. Baal, deus da vergonha que 
trazia a desgraça, cuja adoração é um opróbrio ao seu adora­
dor. É a palavra usada para não ser mencionado o 'x r -e * 
"Baal".
1063 JEREMIAS 4.16
bor de nossos pais, desde a nossa mocidade: 
as suas ovelhas e o seu gado, os seus filhos e 
as suas filhas.u
25 Deitemo-nos em nossa vergonha, e cu­
bra-nos a nossa ignomínia, porque temos pe­
cado contra o Senhor, nosso Deus, nós e 
nossos pais, desde a nossa mocidade até ao 
dia de hoje; e não demos ouvidos à voz do 
Senhor, nosso Deus.v
4 Se voltares, ó Israel, diz o Senhor, volta para mim; se removeres as tuas abomi- 
nações de diante de mim, não mais andarás 
vagueando;w
2 se jurares pela vida do Senhor, em ver­
dade, em juízo e em justiça, então, nele serão 
benditas as nações e nele se glorificarão.*
3 Porque assim diz o Senhor aos homens 
de Judá e Jerusalém: Lavrai para vós outros 
campo novo)' e não semeeis entre espinhos.
4 Circuncidai-vos para o Senhor, circun- 
cidai o vosso coração, ó homens de Judá e 
moradores de Jerusalém, para que o meu fu­
ror não saia como fogo e arda, e não haja 
quem o apague, por causa da malícia das vos­
sas obras.z
Vem do Norte o mal
5 Anunciai em Judá, fazei ouvir em Jeru­
salém e dizei: Tocai a trombeta na terra! Gri­
tai em alta voz, dizendo: Ajuntai-vos, e 
entremos nas cidades fortificadas!0
6 Arvorai a bandeira rumo a Sião, fugi e 
não vos detenhais; porque eu faço vir do 
Norte um mal,uma grande destruição.b
7 Já um leão subiu da sua ramada, um 
destruidor das nações; ele já partiu, já deixou
3.24 ujr 11.13
3.25 vEd 9.7
4.1 «-Ir 3.1;
|l 2.12
4.2 *Gn 22.18; 
SI 72.17; Jr 5.2; 
1Co1.31;
Cl 3.8
4.3 /Os 10.12
4.4 *Dt 10.16; 
Rm 2.28-29
4.5 °)r 8.14
4.6 njr 1.13-15
4.7 c2Rs 24.1;
Jr 2.15
4.8 ^ Is 22.12
4.10 <?jr 5.12; 
2Ts2.ll
4.11 f|r 51.1;
Os 13.15
4.12 srjr 1.16
4.13 f>Dt 28.49; 
Lm 4.19; Hc 1.8
4.14 'Is 1.16
4.15 yjr 8.16
4.16 fcjr 5.15
o seu lugar para fazer da tua terra uma desola­
ção, a fim de que as tuas cidades sejam des­
truídas, e ninguém as habite.c
8 Cingi-vos, pois, de cilício, lamentai e 
uivai; porque a ira ardente do Senhor não se 
desviou de nós.d
9 Sucederá naquele dia, diz o Senhor, 
que o rei e os príncipes perderão a coragem, 
os sacerdotes ficarão pasmados, e os profetas, 
estupefatos.
10 Então, disse eu: Ah! Senhor Deus! 
Verdadeiramente, enganaste a este povo e a 
Jerusalém, dizendo: Tereis paz; e eis que a 
espada lhe penetra até à alma.e
11 Naquele tempo, se dirá a este povo e a 
Jerusalém: Vento abrasador dos altos desnu­
dos do ermo assopra diretamente à filha do 
meu povo, não para padejar nem para 
alimpar.f
12 Vento mais forte do que este virá ainda 
de minha parte, e, então, também eu pronun­
ciarei a sentença contra eles. 9
13 Eis aí que sobe o destruidor como nu­
vens; os seus carros, como tempestade; os 
seus cavalos são mais ligeiros do que as 
águias. Ai de nós! Estamos arruinados\h
14 Lava o teu coração da malícia, ó Jeru­
salém, para que sejas salva! Até quando hos- 
pedarás contigo os teus maus pensamentos?'
15 Uma voz se faz ouvir desde Dã e anun­
cia a calamidade desde a região montanhosa 
de Efraim!/
16 Proclamai isto às nações, fazei-o ouvir 
contra Jerusalém: De uma terra longínqua 
vêm sitiadores e levantam a voz contra as 
cidades de Judá.*
3.25 Deitemo-nos. O arrependimento por causa dos erros do 
passado certamente viria tão forte, que seriam vencidos pela 
emoção e cairiam prostrados (2 Sm 12.16; 13.31; 1 Rs 21.4, 
quanto à prática de tal costume sob sentimentos dolorosos).
4.4 Circuncidai-vos. Pôr de lado a carne impura é apenas o 
símbolo da verdadeira purificação da alma (1 Co 7.19; 
Rm 2.29).
4.6 Arvorai a bandeira. Assinalai uma rota para aqueles que 
buscam abrigo dentro dos muros de Jerusalém, o baluarte 
mais seguro do reino. Norte. Babilônia invadiria através da 
Síria, seguindo o caminho normal entre a Mesopotâmia e a 
Palestina.
4.7 Leão.. . destruidor das nações, epítetos apropriados para 
um líder como Nabucodonosor.
4.8 O brasume da ira de Jeová por causa da iniqüidade impe- 
nitente dos dias de Manassés (698-643 a.C.). Cilício. A roupa 
de luto, da desgraça.
4.9 Sacerdotes.. . pasmados. Por causa da punição causada
por suas idolatrias. Os profetas estavam estupefatos porque 
suas profecias otimistas não eram cumpridas.
4.11 Vento, o siroco, vendaval seco e sufocante que tudo 
crestava (18.17; |ó 1.19), figura de um invasor. Tal vento era 
por demais poderoso para ser alguma coisa útil. Filha (v 31), 
Jerusalém personificada como uma mulher.
4.13 Nuvens. Figura de invasores (Ez38.17; Jt 2.2). Águias, 
(gypsi fulvus). Uma espécie de abutre (48.40; 49.22;
2 Sm 1.23).
4.14 Maus pensamentos. A imoralidade, cuja palavra raiz, 
"um sopro", significa vazio material ou moral. Pecados de 
todos os tipos, especialmente a idolatria naquele tempo da 
história de judá.
4.15 Dã. No norte da Palestina: um dos dois centros religio­
sos criados por Jeroboão I, em 931 a.C. Efraim, na Palestina 
central, na cadeia de montanhas que dividia Efraim de Judá, 
de 12 a 16 quilômetros de Jerusalém.
JEREMIAS 4.17 1064
17 Como os guardas de um campo, eles 
cercam Jerusalém, porque ela se rebelou con­
tra mim, diz o Se n h o r .'
18 O teu proceder e as tuas obras fizeram 
vir sobre ti estas coisas; a tua calamidade, que 
é amarga, atinge até o próprio coração."1
19 Ah! Meu coração! Meu coração! Eu 
me contorço em dores. Oh! As paredes do 
meu coração! Meu coração se agita! Não 
posso calar-me, porque ouves, ó minha alma, 
o som da trombeta, o alarido de guerra.0
20 Golpe sobre golpe se anuncia, pois a 
terra toda já está destruída; de súbito, foram 
destruídas as minhas tendas; num momento, 
as suas lonas.0
21 Até quando terei de ver a bandeira, te­
rei de ouvir a voz da trombeta?
22 Deveras, o meu povo está louco, já não 
me conhece; são filhos néscios e não inteli­
gentes; são sábios para o mal e não sabem 
fazer o bem.P
23 Olhei para a terra, e ei-la sem forma e 
vazia; para os céus, e não tinham luz.?
24 Olhei para os montes, e eis que tre­
miam, e todos os outeiros estremeciam/
25 Olhei, e eis que não havia homem ne­
nhum, e todas as aves dos céus haviam 
fugido.5
26 Olhei ainda, e eis que a terra fértil era 
um deserto, e todas as suas cidades estavam 
derribadas diante do Se n h o r , diante do furor 
da sua ira.
27 Pois assim diz o Senhor; Toda a terra 
será assolada; porém não a consumirei de 
todo.1
28 Por isso, a terra pranteará, e os céus
4 .1 7 '2Rs 25.1 
4.18
mS1107.17;
Jr 2.1 7,19
4.19 "Is 15.5; 
Lc 19.42
4.20 oSl 42.7;
Ez 7.26
4.22 pRm 16.19
4.23 qGn 1.2
4.24 ris 5.25
4.25 sSf1.3
4.27 fJr 5.10
4.28
«Nm 23.19;
Jr 7.16
4.50 v2Rs 9.30; 
Lm 1.2,19
4.31 »ls1.15
5.1 *Gn 18.23;
5112.1
5.2 Kjr 4.2
5.3 z2Cr 16.9;
Jr 2.30
5.4 ojr 7.8
acima se enegrecerão; porque falei, resolvi e 
não me arrependo, nem me retrato."
29 Ao clamor dos cavaleiros e dos flechei- 
ros, fogem todas as cidades, entram pelas sel­
vas e sobem pelos penhascos; todas as 
cidades ficam desamparadas, e já ninguém 
habita nelas.
30 Agora, pois, ó assolada, por que fazes 
assim, e te vestes de escarlata, e te adornas 
com enfeites de ouro, e alargas os olhos com 
pinturas, se debalde te fazes bela? Os amantes 
te desprezam e procuram tirar-te a vida.v
31 Pois ouço uma voz, como de partu- 
riente, uma angústia como da primípara em 
suas dores; a voz da filha de Sião, ofegante, 
que estende as mãos, dizendo: Ai de mim 
agora! Porque a minha alma desfalece por 
causa dos assassinos.w
Os pecados de Jerusalém e de Judá
5 Dai voltas às ruas de Jerusalém; vede agora, procurai saber, buscai pelas suas 
praças a ver se achais alguém, se há um ho­
mem que pratique a justiça ou busque a ver­
dade; e eu lhe perdoarei a ela.*
2 Embora digam: Tão certo como vive o 
Se n h o r , certamente, juram falso.)'
3 Ah! S e n h o r , não é para a fidelidade 
que atentam os teus olhos? Tu os feriste, e 
não lhes doeu; consumiste-os, e nâo quiseram 
receber a disciplina; endureceram o rosto 
mais do que uma rocha; não quiseram 
voltar.2
4 Mas eu pensei: são apenas os pobres que 
são insensatos, pois não sabem o caminho do 
Se n h o r , o direito do seu Deus.0
4.19 Meu coração (heb mêâh). Entranhas ou intestinos como 
sede dos mais profundos sentimentos (Cl 5.4; Is 16.11; 
63.15; Jr 31.20). Exemplifica o motivo por que Jeremias é 
chamado de "profeta chorão"; lamentou profundamente o 
estado moral do seu povo.
4.26 Fértil, transliterado "Carmelo", a porção mais fértil da 
terra, que voltou a um estado de caos original, como em 
Gn 1 .2.
4.29 Selvas e .. . penhascos, vd Jz 6.2, cavernas, etc., onde 
Israel procurava ocultar-se de seus inimigos em outras oca­
siões.
4.30 Pinturas. Antimônio ou estíbio; as beiras das pálpebras 
eram enegrecidas com o propósito de aumentar o contraste 
do brilho dos olhos para fazê-los parecerem maiores (Jezabel
2 Rs 9.30). Amantes. Aqueles com quem tinham procurado 
entrar em aliança política.
4.31 Sião. Os habitantes de Sião personificados como uma
mulher que dava à luz o seu primeiro filho. • N. Hom. O 
quarto capítulo mostra-nos que uma reforma religiosa, que 
não traz verdadeiro arrependimentoe a religião em espírito e 
em verdade, é como semear em espinhos e preparar a des­
truição descrita nos w 5 -31. Há necessidade de haver con­
versão (v 1), vida moral (v 2), renovação do ser (v 3), e 
pureza de coração (v 4).
5.1 Um homem. Sodoma teria sido salva se ao menos dez 
justos pudessem ter sido encontrados; Jerusalém precisava 
apenas de um (Gn 18.23-33). Verdade. A mesma palavra que 
no v 3 é traduzida por "fidelidade", que une a si mesma fide­
lidade para com Deus (constância), para com os homens (in­
tegridade), para consigo mesmo (autenticidade).
5.2 Um juramento solene usado para reforçar suas mentiras. 
Se tivessem jurado por seu Deus, mostrariam sua lealdade 
para com Ele, mas não sucedera assim (Dt 10.20).
5.4,5 O caminho (no heb misfat). Um sistema prescrito de 
ordenanças, a maneira correta de adorar.
1065 JEREMIAS 5.23
5 Irei aos grandes e falarei com eles; por­
que eles sabem o caminho do Senhor, o di­
reito do seu Deus; mas estes, de comum 
acordo, quebraram o jugo e romperam as 
algemas.b
6 Por isso, um leão do bosque os matará, 
um lobo dos desertos os assolará, um leo­
pardo estará à espreita das suas cidades; qual­
quer que sair delas será despedaçado; porque 
as suas transgressões se multiplicaram, multi­
plicaram-se as suas perfídias.c
7 Como, vendo isto, te perdoaria? Teus 
filhos me deixam a mim e juram pelos que 
não são deuses; depois de eu os ter fartado, 
adulteraram e em casa de meretrizes se ajtin­
taram em bandos ;d
8 como garanhões bem fartos, correm de 
um lado para outro, cada um rinchando à mu­
lher do seu companheiro.e
9 Deixaria eu de castigar estas coisas, diz 
o Senhor, ou não me vingaria de nação 
como esta?f
10 Subi vós aos terraços da vinha, destruí-
a, porém não de todo; tirai-lhe as gavinhas, 
porque não são do Senhor. 9
11 Porque perfidamente se houveram con­
tra mim, a casa de Israel e a casa de Judá, diz 
o Senhor. h
12 Negaram ao Senhor e disseram: Não 
é ele; e: Nenhum mal nos sobrevirá; não vere­
mos espada nem fome.'
13 Até os profetas não passam de vento, 
porque a palavra não está com eles, as suas 
ameaças se cumprirão contra eles mesmos.
14 Portanto, assim diz o Senhor, o Deus 
dos Exércitos: Visto que proferiram eles tais
5.5 t>St 2.3
5.6 cS1104.20; 
Os 13.7; Sf 3.3
5.7 ^Dt 32.15; 
(s 23.7; GI4.8
5.8 e|r 13.27 
5 .9 '|r 5.29
5.10 <7|r 4.18
5.11 hjr 3.20
5.12
'2Cr 36.16;
)r 4.10
5.14/]r 1.9
5.15 *Dt 28.49; 
Jr 1.15
5.17'Lv 26.16
5.18 mjr 4.27
5.19 nDt 28.48; 
1 Rs 9.8-9
5.21 °ls 6.9; 
Mt 13.14;
At 28.26
5.22
p]ó 38.8-11
palavras, eis que converterei em fogo as mi­
nhas palavras na tua boca e a este povo, em 
lenha, e eles serão consumidos./
15 Eis que trago sobre ti uma nação de 
longe, ó casa de Israel, diz o Senhor; nação 
robusta, nação antiga, nação cuja língua igno­
ras; e não entendes o que ela fala.*
16 A sua aljava é como uma sepultura 
aberta; todos os seus homens são valentes.
17 Comerão a tua sega e o teu pão, os teus 
filhos e as tuas filhas; comerão as tuas ove­
lhas e o teu gado; comerão a tua vide e a tua 
figueira; e com a espada derribarão as tuas 
cidades fortificadas, em que confias.1
18 Contudo, ainda naqueles dias, diz o 
Senhor, não vos destruirei de todo.m
19 Quando disserem: Por que nos fez o 
Senhor, nosso Deus, todas estas coisas? En­
tão, lhes responderás: Como vós me deixastes 
e servistes a deuses estranhos na vossa terra, 
assim servireis a estrangeiros, em terra que 
não é vossa.n
20 Anunciai isto na casa de Jacó e fazei-o 
ouvir em Judá, dizendo:
21 Ouvi agora isto, ó povo insensato e 
sem entendimento, que tendes olhos e não 
vedes, tendes ouvidos e não ouvis.0
22 Não temereis a mim? — diz o 
Senhor; não tremereis diante de mim, que 
pus a areia para limite do marP, limite perpé­
tuo, que ele não traspassará? Ainda que se 
levantem as suas ondas, não prevalecerão; 
ainda que bramem, não o traspassarão.
23 Mas este povo é de coração rebelde e 
contumaz; rebelaram-se e foram-se.
5.6 Leão, lobo, leopardo. Alguns interpretam esses animais 
como nações, e.g., os caldeus, a Babilônia. Outros entendem 
que são tipos de calamidades. O leopardo se oculta perto de 
uma vila ou de uma fonte, e espera durante horas pela opor­
tunidade de atirar-se sobre gado ou pessoas.
5.7-11 Deus não tinha qualquer alternativa em face da ido­
latria e da imoralidade generalizadas. A vinha selecionada do 
Senhor tornara-se brava e tinha de ser destruída.
5.10 Terraços. No caso, fileiras de vinhas. Não de todo. Ponto 
salientado em Jeremias acerca do "remanescente", vd 4.27. 
Gavinhas. Simbolizam a segurança cívica e política de Judá.
5.12 Não é He, ou Ele nada fará acerca do que profetizou 
Jeremias, sinal de incredulidade nas advertências de Deus 
através do profeta fiel.
5.13 Uma completa rejeição aos profetas fiéis por parte do 
povo.
5.15 Israel. As dez tribos estavam no cativeiro, e Judá viera a 
ser reconhecida como o único verdadeiro Israel. Língua igno­
ras. Os apelos pela misericórdia seriam inúteis, uma vez feitos 
em uma linguagem não compreendida pelos estrangeiros.
5.16 Aljava é como uma sepultura. Flecheiros de excepcional 
pontaria com dardos mortais (cf Is 22.6) Um perigoso inva­
sor. Cada flecha causava a morte de alguém.
5.20-25 A teimosia e a rebelião de ]udá fechavam seus olhos 
e seus ouvidos para que não mais pudessem entender as cla­
ras ações de Jeová (Pv 1.7). • N. Hom. O quinto capítulo en­
sina-nos que: 1) A desgraça nacional é o efeito imediato de 
todas as classes sociais viverem longe de Deus, w 1 - 6; 2) A 
idolatria causa uma série de imoralidades que levam à retirada 
do apoio divino, 7 -11 ; 3) Quando a palavra de Deus não é 
fielmente pregada (13) e respeitada (12 ), torna-se um objeto 
de condenação e de destruição (14) (cf Rm 7.7-14); 4) Viver 
longe de Deus é insensatez e rebelião (21,23).
5.21 Sem entendimento, ou sem coração. Os hebreus consi­
deravam que o coração era a sede da compreensão ou inteli­
gência. jó 12.24; 36.13; Os 7.11 têm a mesma palavra.
JEREMIAS 5.24 1066
24 Não dizem a eles mesmos: Temamos 
agora ao Senhor, nosso Deus, que nos dá a 
seu tempo a chuva, a primeira e a última, que 
nos conserva as semanas determinadas da 
sega.1?
25 As vossas iniqüidades desviam estas 
coisas, e os vossos pecados afastam de vós 
o bem/
26 Porque entre o meu povo se acham per­
versos; cada um anda espiando, como esprei­
tam os passarinheiros; como eles, dispõem 
armadilhas e prendem os homens.5
27 Como a gaiola cheia de pássaros, são 
as suas casas cheias de fraude; por isso, se 
tomaram poderosos e enriqueceram.
28 Engordam, tomam-se nédios e ultra­
passam até os feitos dos malignos; não defen­
dem a causa, a causa dos órfãos, para que 
prospere; nem julgam o direito dos necessi­
tados.1
29 Não castigaria eu estas coisas? — diz 
o Senhor; não me vingaria eu de nação como 
esta?u
30 Coisa espantosa e horrenda se anda fa­
zendo na terra:v
31 os profetas profetizam falsamente, e os 
sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; 
e é o que deseja o meu povo. Porém que fareis 
quando estas coisas chegarem ao seu fim?*
Jerusalém será sitiada
6 Fugi, filhos de Benjamim, do meio de Jerusalém; tocai a trombeta em Tecoa e 
levantai o facho sobre Bete-Haquerém, por­
5.24 <?Cn 8.22; 
SI 1-47.8; Jl 2.23; 
At 14.17
5.25 r|r 3.3
5.26 *Pv 1.11; 
Hc 1.15
5.28 (Dt 32.15; 
SI 73.12; Jr 12.1
5.29 <J]r 5.9
5.30 v|r 23.14
5.31 w|r 14.14; 
Mq 2.11
6.1 *Ne 3.14
6.3 ylRs 25.1; 
|f 4.17
6.4 ?(r 15.8
6.7 oSl 55.9-11; 
Jr 20.8
6.8 i>Ez 23.18
que do lado do Norte surge um grande mal, 
uma grande calamidade/
2 A formosa e delicada, a filha de Sião, eu 
deixarei em minas.
3 Contra ela virão pastores com os seus 
rebanhos; levantarão suas tendas em redor, e 
cada um apascentaráno seu devido lugar, y
4 Preparai a guerra contra ela, disponde- 
vos, e subamos ao meio-dia. Ai de nós, que já 
declina o dia, já se vão estendendo as sombras 
da tarde!2
5 Disponde-vos, e subamos de noite e 
destruamos os seus castelos.
6 Porque assim diz o SENHOR dos Exérci­
tos: Cortai árvores e levantai tranqueiras con­
tra Jerusalém. Esta é a cidade que há de ser 
punida; só opressão há no meio dela.
7 Como o poço conserva frescas as suas 
águas, assim ela, a sua malícia; violência e 
estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas 
há diante de mim continuamente.0
8 Aceita a disciplina, ó Jerusalém, para 
que eu não me aparte de ti; para que eu não te 
tome em assolação e terra não habitada.6
As iniqüidades de Jerusalém 
são a causa de sua queda
9 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Di­
ligentemente se rebuscarão os resíduos de Is­
rael como uma vinha; vai metendo a mão. 
como o vindimador, por entre os sarmentos.
10 A quem falarei e testemunharei, para 
que ouçam? Eis que os seus ouvidos estão 
incircuncisos e não podem ouvir; eis que a
5.24 Primeira. Do outono, entre outubro e dezembro. Última. 
Da primavera, março, abril e maio. Essas chuvas são o esteio 
da agricultura, as primeiras para o preparo da terra para o 
arado e para a semeadura; e as últimas para produzirem uma 
rica colheita. Semanas determinadas da sega. As sete semanas 
entre a festa da Páscoa e a festa das Semanas (Pentecostes), 
Dt 16.9.
5.25 Bênçãos tais como a chuva e a colheita, tão regulares 
que se tornaram comuns, foram perdidas por causa de sua 
rebelião.
5.28 Engordam. Considerado como sinal de prosperidade. 
Os hebreus reputavam a gordura como sinal de auto-indul- 
gência satisfeita, e associavam-na com a impiedade 
(Jó 15.27; SI 73.7). Nédios. De pele lustrosa e esticada de 
gordura.
5.30 Espantosa. Essa palavra verdadeiramente significa deso­
lação, destruição.
5.31 Este versículo condena os corruptos líderes espirituais, e 
o povo é condenado por tolerar a corrupção dos sacerdotes e 
dos profetas.
6.1 Tecoa. A 18km ao sul de Jerusalém. Bete-Haquerém, "casa 
do vinhedo", modernamente Ramet. Rahel, 4km ao sul de 
Jerusalém, de frente para o mar Morto, a maior e mais alta 
colina da Palestina; |erusalém, de fato, ficava no território de 
Benjamim, e o vale de Hinom servia de fronteira com Judá.
6.3 Apascentará. Assolará a terra (Mq 5.6). Aqui a figura é de 
generais, com suas tropas fazendo um cerco. Para os fiéis, hã 
um pastor amoroso (SI 23; Jo 10.1 —18).
6.4 Preparai. Lit "santificai". Entrar na guerra era tido como 
um ato religioso. Era acompanhado por cerimônias de consa­
gração (1 Sm 7.8-10).
6.6 Levantai tranqueiras (vd 32.24n) lit, lançai ou derrama' 
um monte, um método que consistia em derramar cestos 
cheios de terra para facilitar o uso dos aríetes ou atingir o alto 
dos muros para melhor assaltar a cidade. Árvores cortadas 
eram parte do processo de preenchimento e proteção.
6.8 Aparte. Gn 32.25, "deslocou". A mesma palavra no he­
braico.
6.9 Procura-se algum pequeno remanescente justo entre o 
povo.
1067 JEREMIAS 6.28
palavra do Senhor é para eles coisa vergo­
nhosa; não gostam dela.c
11 Pelo que estou cheio da ira do 
Senhor; estou cansado de a conter. Der- 
ramá-la-ei sobre as crianças pelas ruas e nas 
reuniões de todos os jovens; porque até o ma­
rido com a mulher serão presos, e o velho, 
com o decrépito.d
12 As suas casas passarão a outrem, os 
campos e também as mulheres, porque esten­
derei a mão contra os habitantes desta terra, 
diz o Senhor/
13 porque desde o menor deles até ao 
maior, cada um se dá à ganância, e tanto o 
profeta como o sacerdote usam de falsidade.1
14 Curam superficialmente a feridas do 
meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não 
há paz.
15 Serão envergonhados, porque cometem 
abominação sem sentir por isso vergonha; 
nem sabem que coisa é envergonhar-se. Por­
tanto, cairão com os que caem; quando eu os 
castigar, tropeçarão, diz o Senhor. h
16 Assim diz o Senhor: Ponde-vos à 
margem no caminho e vede, perguntai pelas 
veredas antigas, qual é o bom caminho; andai 
por ele e achareis descanso para a vossa 
alma1; mas eles dizem: Não andaremos.
17 Também pus atalaias sobre vós, di­
zendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas 
eles dizem: Não escutaremos./
18 Portanto, ouvi, ó nações, e informa-te, 
ó congregação, do que se fará entre eles!
19 Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei mal 
sobre este povo, o próprio fruto dos seus pen­
samentos; porque não estão atentos às minhas 
palavras e rejeitam a minha lei.*
6.10 cEx 6.12; 
At 7.61
6.11 <<|r9.21
6.12 «Dt 28.30
6.13 "'Is 56.11; 
Mq 3.5,11
6.14 gjr 8.11; 
Ez 13.10
6.15 h), 3.3
6.16 'Mt 11.29
6.17/ls 21.11; 
Ez 3.17
6.19 kPv 1.31
6.20 ISI 40.6; 
Jr 7.21; Mq 6.6
6.22 m]r 1.15
6.23 "Is 5.30
6.24 °|r 4.31
6.26 P)r 4.8; 
Zc 12.10
6.27 qjr 1.18
6.28 rJr 5.23
20 Para que, pois, me vem o incenso de 
Sabá e a melhor cana aromática de terras lon­
gínquas? Os vossos holocaustos não me são 
aprazíveis, e os vossos sacrifícios não me 
agradam.'
21 Portanto, assim diz o Senhor: Eis que 
ponho tropeços a este povo; neles cairão pais 
e filhos juntamente; o vizinho e o seu compa­
nheiro perecerão.
O inimigo do Norte
22 Assim diz o Senhor: Eis que um povo 
vem da terra do Norte, e uma grande nação se 
levanta dos confins da terra.m
23 Trazem arco e dardo; eles são cruéis e 
não usam de misericórdia; a sua voz ruge 
como o mar, e em cavalos vêm montados, 
como guerreiros em ordem de batalha contra 
ti, ó filha de Sião."
24 Ao ouvirmos a sua fama, afrouxam-se 
as nossas mãos, angústia nos toma e dores 
como de parturiente.0
25 Não saias ao campo, nem andes pelo 
caminho, porque o inimigo tem espada, e há 
terror por todos os lados.
26 Ó filha do meu povo, cinge-te de cilí- 
cio e revolve-te na cinza; pranteia como por 
filho único, pranto de amarguras; porque, de 
súbito, virá o destruidor sobre nós.P
O trabalho inútil de Jeremias
27 Qual acrisolador te estabeleci entre o 
meu povo, qual fortaleza, para que venhas a 
conhecer o seu caminho e o examines. 9
28 Todos eles são os mais rebeldes e an­
dam espalhando calúnias; são bronze e ferro, 
são todos corruptores/
6.13 Líderes que buscavam seu próprio progresso e não o 
bem-estar do povo.
6.14 Paz, não apenas por ausência de guerra, mas também 
por condições ideais de prosperidade material e espiritual. 
Os falsos profetas preferem "consolar" o povo dizendo que 
tudo vai bem, ao invés de guerrear contra o problema do 
pecado.
6.16 Veredas.. . caminho. Se procurassem as veredas antigas 
encontrariam o caminho do Senhor e o descanso (D t32.7). 
Judá não queria nem procurar nem seguir tal caminho.
6.17 Atalaias. Profetas. Semelhantes a vigias em altas torres 
(Hc 2.1) que faziam soar alarmas de advertências 
(Ez 3.16-21; 33.1-9). Não escutaremos, judá recusava-se a 
ouvir o alarma que avisara a aproximação do desastre 
(Ez 33.4).
6.19 Pensamentos. Juízo por causa de maus pensamentos, 
como em Gn 6.5.
6.20 Sabá. Sudoeste da Arábia; a mais fina resina aromática, 
o incenso puro, não substituirá a obediência. Êx 30.34 reque­
ria seu uso; também em ofertas de manjares. Lv 2.1,15. Cana 
aromática. Calamus odoratus, provavelmente proveniente da 
índia, usada no óleo de unção, Êx 30.23.
6.22 Um povo vem da terra do Norte. Sua crueldade sem igual 
se vê nos monumentos de guerra daquela época.
6.25 Terror por todos os lados. Frase típica de Jeremias para 
indicar perigo generalizado (49.29; Lm 2.22).
6.26 Cilício. É o pano de saco. Revolve-te na cinza, demons­
tração de luto e desgraça.
6.27 Acrisolador. Deus diz a jeremias que Ele é o analista mo­
ral que prova a qualidade de Judá, pelo teste do fogo.
6.28 Bronze e ferro. O acrisolador, em sua análise de Judá, 
não encontrou qualquer valor preciosocomo acontece 
quando se testa metal e se encontra ouro.
JEREMIAS 6.29 1068
29 O fole bufa, só chumbo resulta do seu 
fogo; em vão continua o depurador, porque os 
iníquos não são separados.
30 Prata de refugo lhes chamarão, porque 
o Se n h o r os refugou.5
O templo não protege a nação iníqua
7 Palavra que da parte do Senhor foi dita a Jeremias:
2 Põe-te à porta da Casa do Senhor, e 
proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a pala­
vra do Senhor, todos de Judá, vós, os que 
entrais por estas portas, para adorardes ao 
Senhor.'
3 Assim diz o Senhor dos Exércitos, o 
Deus de Israel: Emendai os vossos caminhos 
e as vossas obras, e eu vos farei habitar neste 
lugar.u
4 Não confieis em palavras falsas, di­
zendo: Templo do Senhor, templo do 
Senhor, templo do Senhor é este.1'
5 Mas, se deveras emendardes os vossos 
caminhos e as vossas obras, se deveras prati- 
cardes a justiça, cada um com o seu 
próximo;w
6 se não oprimirdes o estrangeiro, e o ór­
fão, e a viúva, nem derramardes sangue ino­
cente neste lugar, nem andardes após outros 
deuses para vosso próprio mal/
7 eu vos farei habitar neste lugar, na terra 
que dei a vossos pais, desde os tempos anti­
gos e para sempre.)'
8 Eis que vós confiais em palavras falsas, 
que para nada vos aproveitam/
6.30 s Is 1.22
7.2 tjr 26.2
7.3 «|r 18.11
7.4 *Mq 3.11
7.5 >v|r22.3
7.6 *Dt 6.14-15 
7 .7 /D t 4.40
7.8 zjr 5.31
7.9 °Êx 20.3;
1 Rs 18.21;
Os 4.1-2
7.10 b|r 23.11; 
Ez 23.39
7.11 cMt 21.13; 
Mc 11.17;
Lc 19.46
7.12 dDt 12.11; 
|z 18.31;
1Sm 4.10-11;
)r 26.6
7.13
«20 36.15;
Is 65.12
7.14 '(12-14)
Js 18.1; SI 78.60; 
Jr 26.6
7.15 g2Rs 17.23 
7.16&ÊX 32.10
9 Que é isso? Furtais e matais, cometeis 
adultério e jurais falsamente, queimais in­
censo a Baal e andais após outros deuses que 
não conheceis,0
10 e depois vindes, e vos pondes diante de 
mim nesta casa que se chama pelo meu nome, 
e dizeis: Estamos salvos; sim, só para conti- 
nuardes a praticar estas abominações!1’
11 Será esta casa que se chama pelo meu 
nome um covil de salteadoresc aos vossos 
olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isto, diz o 
Senhor.
12 Mas ide agora ao meu lugar que estava 
em Siló, onde, no princípio, fiz habitar o meu 
nome, e vede o que lhe fiz, por causa da 
maldade do meu povo de Israel.d
13 Agora, pois, visto que fazeis todas es­
tas obras, diz o Senhor, e eu vos falei, come­
çando de madrugada, e não me ouvistes, 
chamei-vos, e não me respondestes/
14 farei também a esta casa que se chama 
pelo meu nome, na qual confiais, e a este 
lugar, que vos dei a vós outros e a vossos pais, 
como fiz a Siló/
15 Lançar-vos-ei da minha presença, 
como arrojei a todos os vossos irmãos, a toda 
a posteridade de Efraim. 9
A intercessão do profeta 
não salvará o povo rebelde
16 Tu, pois, não intercedas por este povo, 
nem levantes por ele clamor ou oração, nem 
me importunes, porque eu não te ouvirei.h
17 Acaso, não vês tu o que andam fazendo
6.29 Continua. Neste caso, a mesma raiz repetida conforme 
usada em "depurador". Lit, "em vão" o acrisolador purifica. 
Ao refinar, o ourives mistura o chumbo com a liga contendo 
o ouro ou a prata numa fornalha, em um vaso de barro ou 
cinza de osso; uma corrente de ar é projetada contra a massa 
dissolvida (não sobre o fogo), o chumbo então se oxida e, 
agindo como um fluxo, leva consigo a liga, deixando o ouro 
ou a prata puros.
7 .1-15 O Sermão do templo (comp com 26.4-6). V 4, a 
presença do templo era ilusoriamente interpretada como cer­
teza necessária da proteção de Deus (Is 31.4; para uma trí­
plice ênfase, comp Jr 22.29; Is 6.3). Jeremias discordava 
(Mq 3.12); era necessária uma completa transformação moral 
(v 5,6; com Os 4.2; Mq 6.8). Assim como Siló (29 quilôme­
tros ao norte de Jerusalém), o centro mais antigo de adora­
ção, fora destruída (em cerca de 1050 a.C., nos dias de 
Samuel; comparar com 1 Sm 4 -6 ; SI 78.56-72), semelhante­
mente também esta casa é contaminada pela idolatria, e seria 
destruída (v 11; comp, M t21.13). Imediatamente depois 
desse sermão, Jeremias foi aprisionado (vd 26.8).
7.3 Caminhos. Hábitos profundamente arraigados. Obras. 
Atos que, individualmente considerados, constituem tais 
hábitos.
7.6 Assassínios judiciais, ataques violentos contra os profetas 
e homens piedosos, sacrifícios de crianças a Moloque.
7.10 Estamos salvos. Falsa segurança baseada em observân- 
cias religiosas externas.
7.11 Covil. Muitas cavernas nas camadas de pedra calcária da 
Palestina eram usadas, no tempos antigos, como esconderi­
jos, pelos assaltantes.
7.14 Siló. Primeiro lugar na terra de Canaã onde o taberná- 
culo foi fixado (js 18.1). Por causa da iniqüidade do povo. 
Deus permitiu que a arca da aliança fosse capturada, e Ele 
mesmo se afastou de Siló.
7.15 Efraim. As dez tribos do norte, levadas para o cativeiro 
em 722 a.C. por Sargom II, da Assíria. O nome desta tribo 
maior representava as demais.
7.16 Não intercedas. Deus proíbe a Jeremias interceder por 
Judá, embora isso fizesse parte de seu ofício profético. Deus 
não ouviria (15.1).
1069 JEREMIAS 7.33
nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém?
18 Os filhos apanham a lenha, os pais 
acendem o fogo, e as mulheres amassam a 
farinha, para se fazerem bolos à Rainha dos 
Céus; e oferecem libações a outros deuses, 
para me provocarem à ira.'
19 Acaso, é a m im que eles provocam à 
ira, diz o Se n h o r , e não, antes, a si mesmos, 
para a sua própria vergonha?/
20 Portanto, assim diz o Se n h o r Deus; 
Eis que a minha ira e o meu furor se derrama­
rão sobre este lugar, sobre os homens e sobre 
os animais, sobre as árvores do campo e sobre 
os frutos da terra; arderá e não se apagará.
A mera multiplicação 
dos sacrifícios é debalde
21 Assim diz o Se n h o r dos Exércitos, o 
Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos 
aos vossos sacrifícios e comei carne. ^
22 Porque nada falei a vossos pais, no dia 
em que os tirei da terra do Egito, nem lhes 
ordenei coisa alguma acerca de holocaustos 
ou sacrifícios.1
23 Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ou­
vidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e 
vós sereis o meu povo; andai em todo o cami­
nho que eu vos ordeno, para que vos 
vá bem.m
24 Mas não deram ouvidos, nem atende­
ram, porém andaram nos seus próprios conse­
lhos e na dureza do seu coração maligno; 
andaram para trás e não para diante."
25 Desde o dia em que vossos pais saíram
7.18 >Jr 19.13
7.19 jDt 32.16
7.21 Ms 1.11;
Os 8.13
7.22
'1 Sm 15.22;
Os 6.6
7.23 mÊx 15.26; 
Dt6.3
7.24 "Dt 29.19; 
Jr 2.27
7.25 o2Cr 36.15
7.26 pNe 9.17; 
)r 7.24
7.27 <?Ez 2.7
7.28 rJr 5.3
7.29 SJÓ 1.20;
Jr 16.6
7.30 f2Rs 21.4; 
2Cr 33.4-5,7;
Jr 23.11;
Dn 9.27
7.31
u2Rs 23.10;
Jr 32.34-35 
vLv 18.21
7.32
»2Rs 23.10; 
Ez6.5
da terra do Egito até hoje, enviei-vos todos os 
meus servos, os profetas, todos os dias; come­
çando de madrugada, eu os enviei.0
26 Mas não me destes ouvidos, nem me 
atendestes; endurecestes a cerviz e fizestes 
pior do que vossos pais.P
27 Dir-lhes-ás, pois, todas estas palavras, 
mas não te darão ouvidos; chamá-los-ás, mas 
não te responderão.?
28 Dir-lhes-ás: Esta é a nação que não 
atende à voz do Se n h o r , seu Deus, e não 
aceita a disciplina; já pereceu, a verdade foi 
eliminada da sua boca/
Judá rejeitado por Deus
29 Corta os teus cabelos consagrados, ó 
Jerusalém, e põe-te a prantear sobre os altos 
desnudos; porque já o Sen h o r rejeitou e de­
samparou a geração objeto do seu furor;5
30 porque os filhos de Judá fizeram o que 
era mau perante mim, diz o Se n h o r ; puseram 
os seus ídolos abomináveis na casa que se 
chama pelo meu nome, para a contami­
narem. !
31 Edificaram os altos de Tofeteu. que 
está no vale do filho de Hinom, para queima­
rem a seus filhos1' e a suas filhas;o que 
nunca ordenei, nem me passou pela mente.
32 Portanto, eis que virão dias, diz o 
Se n h o r , em que já não se chamará Tofete, 
nem vale do filho de Hinom, mas o vale da 
Matança; os mortos serão enterrados em To­
fete por não haver outro lugar.w
33 Os cadáveres deste povo servirão de
7.18 Rainha dos Céus. A deusa Asterote (forma plural) ou As- 
tarte. Bolos amoldados, ou estampados, para representar a 
Rainha dos Céus na forma de lua ou estrela (Vênus, o pla­
neta), símbolos de Istar (nome assírio) ou Astarte (nome 
fenício).
7.21 Comei. Palavras de ironia ou desprezo. Aos adoradores 
não era permitido comer da carne das ofertas queimadas 
(Lv 1); mas aqui isso não fazia qualquer diferença, visto que 
Deus não mais aceitava os seus sacrifícios. (Os adoradores po­
diam comer porções da oferta pacífica.)
7.22 O mandamento acerca das ofertas queimadas e dos sa­
crifícios não fora dado ao povo enquanto não quebraram o 
decálogo, a lei da obediência. A lei foi dada três vezes. Pri­
meiro, oralmente (Éx 20.1 -17). Segundo, Moisés recebeu as 
tábuas de pedra (Êx 24.12-18). Terceiro, Moisés retornou ao 
monte Sinai e recebeu as segundas tábuas de pedra 
(Êx 34.1-29).
7.23 Uma aliança condicional que prometia proteção, se fos­
sem obedientes.
7.24 Dureza. Derivado da raiz de "torcido", daí, "teimosia",
"firmeza", "obstinação". É diferente da palavra do v 26. Em 
Dt 29.19, "perversidade"; no SI 81.12, "teimosia"; a mesma 
palavra no heb, também em 3.17; 9.14; 11.8; 13.10; 16.12; 
19.12; 23.17. Todas as palavras nas referências em cadeia nas 
margens são completamente diferentes.
7.28 Verdade; vd 5.3, fidelidade, a mesma palavra em 
Dt 32.4; SI 89.49; 96.13; 98.3; 100.3; 119.30. Ou como fiel, 
em SI 33.4.
7.29 Corta.. . consagrados. Um sinal de lamentação, a 
mesma palavra como rapou, em |ó 1.20; Vd Mq 1.16.
7.31 Tofete. Raiz da palavra "tambores", possivelmente em 
referência aos tambores que se batiam para cobrir os clamo­
res das crianças que eram mortas e queimadas em sacrifícios 
a Moloque.
7.33 Cadáveres. Parcialmente cumprido nas várias destrui- 
ções de Jerusalém; mas também aponta para o futuro em 
Ap 19.17-21. • N. Hom. O sétimo capítulo nos ensina que 
nada que possuímos, nem mesmo o próprio templo, e nada 
que fazemos, nem mesmo os próprios sacrifícios prescritos na 
lei, podem nos tornar justos perante Deus e merecedores do
JEREMIAS 7.34 1070
pasto às aves dos céus e aos animais da terra; 
e ninguém haverá que os espante. *
34 Farei cessar)' nas cidades de Judá e nas 
ruas de Jerusalém a voz de folguedo e a de 
alegria, a voz de noivo e a de noiva; porque a 
terra se tornará em desolação.
8 Naquele tempo, diz o Sen h o r , lançarão para fora das suas sepulturas os ossos 
dos reis e dos príncipes de Judá, os ossos dos 
sacerdotes e dos profetas e os ossos dos habi­
tantes de Jerusalém;
2 espalhá-los-ão ao sol, e à lua, e a todo 
o exército do céu, a quem tinham amado, e a 
quem serviram, e após quem tinham ido, e a 
quem procuraram, e diante de quem se tinham 
prostrado; não serão recolhidos, nem sepulta­
dos; serão como esterco sobre a terra.z
3 Escolherão antes a morte do que a vida 
todos os que restarem desta raça malvada que 
ficar nos lugares para onde os dispersei, diz o 
Sen h o r dos Exércitos.0
O castigo é inevitável
4 Dize-lhes mais: Assim diz o Se n h o r : 
Quando caem os homens, não se tomam a 
levantar? Quando alguém se desvia do cami­
nho, não toma a voltar?
5 Por que, pois, este povo de Jerusalém se 
desvia, apostatando continuamente? Persiste 
no engano e não quer voltar.b
6 Eu escutei e ouvi; não falam o que é 
reto, ninguém há que se arrependa da sua 
maldade, dizendo: Que fiz eu? Cada um corre 
a sua carreira como um cavalo que arremete 
com ímpeto na batalha.c
7 Até a cegonha no céu conhece as suas 
estações; a rola, a andorinha e o grou obser­
7.33 *Dt 28.26; 
|r 12.9
7.34 y\r 16.9; 
25.10; Ap 18.23
8.2 ;2Rs 9.36;
| r 9.22
8.3 ojó 3.21-22
8.5 b|r 5.3
8.6 c2Pe 3.9
8.7<*Ct2.12; 
jr 5.4-5
8.8 «Rm 2.17
8.9 J^r 6.15
8.10 9 Dt 28.30; 
|r 6.12-13;
Sf 1.13
8.11 hjr 6.14
8.12 i|r 3.3
8.13/Is 5.1; 
Mt 21.19
8.14 *)r 4.5
8.15 'Jr 14.19
vam o tempo da sua arribação; mas o meu 
povo não conhece o juízo do S e n h o r . d
8 Como, pois, dizeis: Somos sábios, e a lei 
do Sen h o r está conosco? Pois, com efeito, 
a falsa pena dos escribas a converteu em 
mentira.e
9 Os sábios serão envergonhados, aterro­
rizados e presos; eis que rejeitaram a palavra 
do Se n h o r ; que sabedoria é essa que eles 
têm?f
10 Portanto, darei suas mulheres a outros, 
e os seus campos, a novos possuidores; por­
que, desde o menor deles até ao maior, cada 
um se dá à ganância, e tanto o profeta como 
o sacerdote usam de falsidade.9
11 Curam superficialmente a ferida do 
meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não 
há paz.h
12 Serão envergonhados, porque cometem 
abominação sem sentir por isso vergonha; 
nem sabem que coisa é envergonhar-se. Por­
tanto, cairão com os que caem; quando eu os 
castigar, tropeçarão, diz o Se n h o r .'
13 Eu os consumirei de todo, diz o 
Se n h o r ; não haverá uvas na vide, nem figos 
na figueira, e a folha já está murcha; e já lhes 
designei os que passarão sobre eles.»
14 Por que estamos ainda assentados 
aqui? Reuni-vos, e entremos nas cidades for­
tificadas e ali pereçamos; pois o Sen h o r já 
nos decretou o perecimento e nos deu a beber 
água venenosa, porquanto pecamos contra o 
Se n h o r .*
15 Espera-se a paz, e nada há de bom; o 
tempo da cura, e eis o terror.1
16 Desde Dã se ouve o resfolegar dos seus 
cavalos; toda a terra treme à voz dos rinchos 
dos seus garanhões; e vêm e devoram a terra
seu favor. Não podemos nem mesmo depender das interces- 
sões dos servos de Deus. O único caminho é aceitar o perdão 
e a restauração que só Deus pode conceder, o que Ele faz 
graciosamente (Rm 5.1-11).
8.1 Ossos. A pior desonra que podia ser atribuída aos mortos, 
justa retribuição por terem adorado ao Sol, à lua e às estrelas, 
que não têm o poder de salvar seus adoradores do opróbrio.
8.3 Os que restarem, sofrem mais do que os mortos deson­
rados.
8.5 Engano. Insinceridade para com jeová. Falsos ensinos da 
idolatria, 14.14; 23.26.
8.7 Lista de aves migratórias da Palestina, conhecidas por sua 
pontualidade na partida e na chegada, em estações próprias, 
judá, porém, não podia reconhecer que já passara o tempo 
de retornar a Jeová, por ignorância de leis morais e espirituais.
8.8 Lei (heb torah), lit apontar, direção. A idéia é levar o 
aluno ao alvo. Escribas. Classe de homens que se devotavam 
ao estudo e ao desenvolvimento da lei, nesse caso, falsifí- 
cando-a. Comp M t 23.13-24.
8.9 Os escribas, sábios aos próprios olhos que prediziam paz, 
serão envergonhados, pois então todos reconhecerão sua falta 
de sabedoria, pois não previram a calamidade que se avizi­
nhava.
8.13 Uvas.. . figos. Nas Escrituras, Israel é freqüentemente 
representada como uma vinha, uma figueira, ou uma oliveira, 
as três árvores que cada família tinha no quintal, produzindo 
bebida, comida e óleo para combustível, remédio e fritura.
8.14 Venenosa, no heb rosh. Nome de uma erva que produ­
zia um fruto ou extrato extremamente amargo (Lm 3.5,19); 
fel, bílis, figura de algo muito amargo. Aqui, ao perecerem, 
reconhecem que a razão disso é que "pecamos".
1071 JEREMIAS 9.9
e a sua abundância, a cidade e os que habitam 
nela.m
17 Porque eis que envio para entre vós 
serpentes, áspides contra as quais não há en­
cantamento, e vos morderão, diz o Se n h o r . "
A dor do profeta
por causa da ruína do povo
18 Oh! Se eu pudesse consolar-me na mi­
nha tristeza! O meu coração desfalece dentro 
de mim.
19 Eis a voz do clamor da filha do meu 
povo de terra mui remota: Não está o Se n h o r 
em Sião? Não estánela o seu Rei? Por que me 
provocaram à ira com as suas imagens de 
escultura, com os ídolos dos estrangeiros?0
20 Passou a sega, findou o verão, e nós 
não estamos salvos.
21 Estou quebrantado pela ferida da filha 
do meu povo; estou de luto; o espanto se 
apoderou de mim/
22 Acaso, não há bálsamo em Gileade? 
Ou não há lá médico? Por que, pois, não se 
realizou a cura da filha do meu povo?1)
9 Prouvera a Deus a minha cabeça se tor­nasse em águas, e os meus olhos, em 
fonte de lágrimas! Então, choraria de dia e de 
noite os mortos da filha do meu povo/
2 Prouvera a Deus eu tivesse no deserto 
uma estalagem de caminhantes! Então, deixa­
8.16 ">jz 5.22
8.17 "SI 58.4-5
8.19 oDt 32.21
8.21 pjr 4.19; 
Na 2.10
8.22 qGn 37.25
9.1 'Is 22.4; 
Lm 2.11
9.2 s|r 5.7-8
9.3 t1Sm 2.12; 
Is 59.4,13,15
9.4 “ |r 6.28
9.7 v|s 1.25; 
Ml 3.3
9.8 " S I12.2
ria o meu povo e me apartaria dele, porque 
todos eles são adúlteros, são um bando de 
traidores/
3 curvam a língua, como se fosse o seu 
arco, para a mentira; fortalecem-se na terra, 
mas não para a verdade, porque avançam de 
malícia em malícia e não me conhecem, diz o 
Se n h o r /
4 Guardai-vos cada um do seu amigo e de 
irmão nenhum vos fieis; porque todo irmão 
não faz mais do que enganar, e todo amigo 
anda caluniando.u
5 Cada um zomba do seu próximo, e não 
falam a verdade; ensinam a sua língua a pro­
ferir mentiras; cansam-se de praticar a ini­
qüidade.
6 Vivem no meio da falsidade; pela falsi­
dade recusam conhecer-me, diz o Se n h o r .
Ameaças de ruína e exílio
7 Portanto, assim diz o Se n h o r dos Exér­
citos: Eis que eu os acrisolarei e os provarei; 
porque de que outra maneira procederia eu 
com a filha do meu povo?1'
8 Flecha mortífera é a língua deles; falam 
engano; com a boca fala cada um de paz com
o seu companheiro, mas no seu interior lhe 
arma ciladas.w
9 Acaso, por estas coisas não os castiga-
8.17 Encantamento. Continua sendo praticado no oriente. 
Essa espécie não pode ser encantada, visto que é julgamento 
de Deus, do qual ninguém pode se desviar.
8.19 Remota. O povo, no exílio, queixava-se amargamente 
de que Jeová Se esquecera deles.
8.20 Sega. Durava de abril a junho. Verão. O período da co­
lheita dos frutos de verão, de junho até setembro. Se a sega 
falhava, o povo ainda podia esperar pela estação dos frutos; 
mas, se os frutos também falhassem, a fome se tornava inevi­
tável.
8.21 Quebrantado. Mentalmente derrotado, prostrado pela 
tristeza.
8.22 Gileade. Serra ou região montanhosa ao oriente do rio 
lordão, notável por seu bálsamo e seus médicos. Bálsamo. 
Resina da árvore Stirax, era usada medicinalmente e era um 
dos produtos de exportação da área. • N. Hom. 0 oitavo 
capítulo nos ensina que converter-nos e buscar a Deus é 
nosso culto racional, a única maneira de viver digna de um 
ser humano. É tão natural como um homem que tropeçou 
levantar-se, como um viajante se conservar perto da estrada, 
como um simples pássaro migrar segundo as estações, 1 -7 . E 
tão lógico que só um falso pastor, um teólogo inimigo da 
palavra de Deus (v 8), poderia persuadir ao povo de que a 
paz com Deus se obtém superficialmente (v 11), sem a pleni­
tude da conversão.
9.2 Estalagem. Hospedaria livre para viajantes que tinham de 
prover seu próprio alimento e leito. Eram lugares imundos, 
mas Jeremias preferia as mesmas à pecaminosa Jerusalém.
9.3 Curvam. O tempo do verbo indica um ato freqüente­
mente repetido, um curso habitual, uma qualidade perma­
nente. Usar a língua como arma cruel é comum entre os 
pagãos (SI 52.1-5; Tg 3.6). Fortalecem-se. Os que estavam 
em posições de autoridade abusavam de seu poder e posição.
9.4 Enganar. Raiz verbal do substantivo próprio Jacó (suplan- 
tador, Gn 27.36). Num mundo maligno, quem quer viver fiel 
a Deus não pode se entregar sem reservas aos laços do amor 
humano.
9.5 Cansam-se. Trabalham tanto para praticar a corrupção, 
que fatigam pelo excesso de tal atividade.
9.6 Vivem no meio. Esse é o estado de suas mentes, comple­
tamente dedicadas ao engano.
9.7 Acrisolarei. Purificação mediante disciplina severa, tam­
bém traduzida por “ provar" |ó 23.10; "purificar", Is 1.25; 
"apurar", "refinar", vd 6.29n. Dissolver até um estado lí­
quido. Provarei. Testar, investigar, examinar, julgar.
9.8 Arma ciladas, lit, arma emboscadas; aqui, provocar res­
postas que podem ser usadas como base de falsas acusações.
JEREMIAS 9.10 1072
ria? — diz o Senhor; ou não me vingaria eu 
de nação tal como esta?*
10 Pelos montes levantarei choro e pranto 
e pelas pastagens do deserto, lamentação; 
porque já estão queimadas, e ninguém passa 
por elas; já não se ouve ali o mugido de gado; 
tanto as aves dos céus como os animais fugi­
ram e se foram.)'
11 Farei de Jerusalém montões de ruínas, 
morada de chacais; e das cidades de Judá farei 
uma assolação, de sorte que fiquem desabi­
tadas.z
12 Quem é o homem sábio, que entenda 
isto, e a quem falou a boca do Senhor, ho­
mem que possa explicar por que razão pere­
ceu a terra e se queimou como deserto, de 
sorte que ninguém passa por ela?0
13 Respondeu o Senhor: Porque deixa­
ram a minha lei, que pus perante eles, e não 
deram ouvidos ao que eu disse, nem andaram 
nela.
14 Antes, andaram na dureza do seu cora­
ção e seguiram os baalins, como lhes ensina­
ram os seus pais.fc
15 Portanto, assim diz o Senhor dos 
Exércitos, Deus de Israel: Eis que alimentarei 
este povo com absinto e lhe darei a beber 
água venenosa.c
16 Espalhá-los-ei entre nações que nem 
eles nem seus pais conheceram; e enviarei a 
espada após eles, até que eu venha a consumi- 
los. d
17 Assim diz o Senhor dos Exércitos: 
Considerai e chamai carpideiras, para que ve­
nham; mandai procurar mulheres hábeis, para 
que venham.e
18 Apressem-se e levantem sobre nós o
9.9 *|r 5.9
9.10 y\r 4.25
9.11 l^s 13.22
9.12 o SI 107.43 
9.14 í>|r 3.1 7
9.15 cSI 80.5; 
Lm 3.15,19
9.16 rfLv 26.33; 
Jr 44.27
9.17
e2Cr 35.25;
Ec 12.5; Mt 9.23
9.18 /Jr 14.17 
9.19gLv 18.28 
9.21 lJjr6.11 
9.22'Jr 8.2 
9.23/Ec 9.11
9.24 kl Co 1.31; 
2Co 10.17
9.25 'Rm 2.8-9
seu lamento, para que os nossos olhos se des­
façam em lágrimas, e as nossas pálpebras des­
tilem água/
19 Porque uma voz de pranto se ouve de 
Sião: Como estamos arruinados! Estamos so­
bremodo envergonhados, porque deixamos a 
terra, e eles transtornaram as nossas 
moradas. 9
20 Ouvi, pois, vós, mulheres, a palavra do 
Senhor, e os vossos ouvidos recebam a pala­
vra da sua boca; ensinai o pranto a vossas 
filhas; e, cada uma à sua companheira, a la­
mentação.
21 Porque a morte subiu pelas nossas ja­
nelas e entrou em nossos palácios; extermi­
nou das ruas as crianças e os jovens, das 
praças.h
22 Fala: Assim diz o Senhor: Os 
cadáveres dos homens jazerão como es­
terco sobre o campo e cairão como gavela 
atrás do segador, e não há quem a recolha.
Conhecer a Deus constitui 
a glória do homem
23 Assim diz o Senhor: Não se glorie o 
sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua 
força, nem o rico, nas suas riquezas;/
24 mas o que se gloriar, glorie-se nistok: 
em me conhecer e saber que eu sou o Senhor 
e faço misericórdia, juízo e justiça na terra: 
porque destas coisas me agrado, diz o 
Senhor.
25 Eis que vêm dias, diz o Senhor, em 
que castigarei a todos os circuncidados junta­
mente com os incircuncisos:'
26 ao Egito, e a Judá, e a Edom, e aos 
filhos de Amom, e a Moabe, e a todos os que
9.10 Pastagens do deserto. Áreas de pasto para o gado; por­
tanto, terreno de pastagens não cultivadas. De fato, imprestá­
vel para o cultivo.
9.11 Chacais, vd 49.33; 51.37. Matilhas de cães noturnos 
continuam abundantes nas cidades desertas da Síria. A quie­
tude da morte envolve a terra arruinada, e somente o uivo 
dos chacais rompe o silêncio. Assolação.

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