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AUTISMO PROJETO DE PESQUISA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE PSICOLOGIA- IPUFU
ISABELA MASINI ESPÍNDOLA
PRISCILA MONTEIRO VIANA
A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Projeto de pesquisa apresentado à Universidade Federal de Uberlândia como parte das exigências da disciplina de “Neuropsicologia” optativa do curso de Psicologia, sob a orientação do professor doutor Joaquim Carlos Rossini.
Uberlândia – MG
2018
Introdução
A presente proposta de trabalho intitulada “A Avaliação Neuropsicológica das Funções Executivas no Transtorno do Espectro Autista: uma revisão da literatura” tem, como objetivo geral, investigar as principais produções que abordam a temática sobre o desempenho das funções executivas no Transtorno do Espectro Autista (TEA) também conhecido como transtorno autistico, autismo da infância, autismo infantil. Dentre os objetivos específicos estão: analisar a literatura que trata da relação entre as funções executivas e o TEA na infância e na adolescência; compreender o papel das funções executivas para o diagnóstico e tratamento da TEA; e, por último, entender o papel da memória de trabalho e como ela afeta a qualidade de vida dos pacientes com diagnóstico de autismo.
Um dos transtornos do desenvolvimento mais comuns na infância, que geralmente se manifesta nos três primeiros anos de vida, é o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Como o próprio nome sugere, esse transtorno é um espectro, comportando níveis e gradações muito diferentes de comprometimento neurológico. De acordo com Dumas (2011), o autismo “caracteriza-se por problemas sérios nas interações sociais, na comunicação e no comportamento, o qual é bastante limitado e de natureza repetitiva e estereotipada. Quase 50% das crianças autistas são mudas. Em quase dois terços dos casos, o autismo é acompanhado de retardo mental” (Dumas, 2011, p. 98-99).
O autismo se configura como um distúrbio invasivo do desenvolvimento e geralmente apresenta danos severos na interação social, atrasos na comunicação, interesses restritos e alguns movimentos estereotipados e repetitivos, podendo diferenciar os níveis de afetação em cada um. Para seu diagnóstico deve ser avaliado qualitativamente cada um desses aspectos comportamentais e estar presente pelo menos seis dos sintomas entre eles, e pode ser feito mesmo nos primeiros meses da vida de uma criança, e mais comumente diagnosticado até os três anos. (Tomazoli, Santos, Amato, Fernandes, & Molini-Avejonas, 2017) Ele se enquadra no grupo dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID) juntamente coma síndrome de Asparger e outros transtornos menos comuns.
	Os primeiros estudos sobre o autismo são da década de 40, e as duas figuras pioneiras na descrição de tal transtorno foram o americano Leo Kanner e o suíço Hans Asperger. Ambos são os responsáveis por delinear os aspectos disfuncionais que caracterizam o autismo, que consistem na interação social e nos desenvolvimentos linguístico e comportamentais do transtorno precários (Dumas, 2011). 
	A primeira hipótese lançada por Kanner sobre o autismo, revelava que filhos de “famílias muito inteligentes” tinham maior propensão para apresentar a sintomatologia do transtorno. Ele chega a essa constatação ao observar 11 crianças, que tinham em comum o fato de manterem pouco contato visual e afetivo com as pessoas, apresentarem estereotipias motoras e verbais, deambulações, idiossincrasias relacionadas ao uso da linguagem, balançavam o corpo, e vinham de contextos em que os pais eram bem-sucedidos intelectualmente. É por meio dessas características que Kanner define, pela primeira vez, o quadro de “Autismo Infantil Precoce” (Mesquita; Pegoraro, 2013).
	Estudos recentes baseados em neuroimagem mostraram que, do ponto de vista anatômico, há diferenças consideráveis nas áreas frontais e temporais em indivíduos com diagnóstico de autismo se comparados a indivíduos não autistas. Constatou-se também que essas alterações localizam-se bilateralmente nos sulcos temporais superiores (STS), o que explica a dificuldade que uma pessoa diagnosticada com TEA tem na interação social. Segundo Neuman et. al (2016), “o STS é uma região importante para a percepção de estímulos sociais e demonstram hipoativação na percepção de face e cognição social (direção do olhar, expressões gestuais e faciais de emoção), e estão significativamente ligados com outras partes do “cérebro social”, tais como o Giro Fusiforme e a Amígdala” (Neumann, Tariga, Perez, Gomes, Silveira, Azambuja, 2016, p. 3).
	Ainda do ponto de vista neuroanatômico, é importante destacar que o circuito relacionado aos neurônios-espelhos no lobo frontal são disfuncionais na TEA, acarretando uma maior dificuldade da pessoa com autismo para elaborar uma teoria da mente alheia. Ou seja, os neurônios-espelhos são responsáveis para pensar sobre nós mesmos, sobre os outros, entender as ações e tomar decisões frente a perigos, aprender a imitar, a ter empatia para desenvolver relacionamentos. No caso de pessoas diagnosticadas com autismo, o circuito neuronal ligado aos neurônios-espelhos se encontra alterado (Neumann et. al, 2016). 
	De acordo com Dumas (2011), “como é possível antever, as capacidades cognitivas das crianças autistas são limitadas. É o caso, em particular, de suas funções executivas, isto é, das capacidades neurobiológicas que permitem manejar conscientemente a atenção voltada a uma tarefa e aos comportamentos necessários para resolvê-la” (Dumas, 2011, p.110). É, por isso, que destacamos a importância da avaliação neuropsicológica das funções executivas no TEA, porque geralmente crianças autistas tem dificuldades em administrar uma ação que tenha finalidade precisa, não conseguem naturalmente ir de uma tarefa para outra de modo organizado, ou adaptar seu comportamento frente a novas situações (Dumas, 2011). 
	As funções executivas (FE) envolvem “as habilidades necessárias para um indivíduo formular objetivos, planejar e organizar ações, criar estratégias eficientes, monitorar o comportamento, resolver novos problemas, inibir ou iniciar comportamentos apropriados a um contexto, tomar decisões, raciocinar e abstrair, dentre outras habilidades” (Miotto, 2012, p 188). 
Já a função da avaliação neuropsicológica consiste em analisar como anda o funcionamento das funções executivas, visando conhecer melhor o impacto de lesões ou disfunções cerebrais na vida cotidiana de pacientes, e auxiliar na produção do diagnóstico, que no caso do presente estudo refere-se ao TEA. “Os resultados de uma avaliação neuropsicológica servem de subsídios para o delineamento de estratégia de intervenção, como a reabilitação neuropsicológica. Essa tem por objetivo trabalhar com aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais (prejudicados e preservados) associados aos quadros de lesões ou disfunções cerebrais, no intuito de melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida” (Neumann et. al., 2016, p. 4).
Hoje existem diversos tratamentos para os sintomas do Autismo, desde estimulações linguísticas, motoras e sociais, através de atividades lúdicas ou terapias podendo compor uma equipe interdisciplinar com neuropsicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, psiquiatras e outros. Os estudos apresentam muitos resultados positivos através das melhoras na interação social, o foco, a autodisciplina, o controle dos movimentos estereotipados, um desenvolvimento da gama de interesses diminuindo as restrições e na comunicação. Essas evoluções podem ser também avaliadas a medida que se valoriza também as áreas de interesse desses sujeitos, já que na sua maioria possuem habilidades para determinados campos de interesse próprio, como números, música, letras, animais ou objetos. (Klin, 2006)
Entretanto, Klin (2006) também ressalta pela facilidade de serem realizados diagnósticos errôneos em relação ao transtorno, podendo ser confundido com diversas alterações físicas, como problemas auditivos,motores ou sensoriais, além de convulsões e esclerose tuberosa. Ela ressalta que para se realizar um bom diagnóstico “deve incluir um histórico detalhado, avaliações de desenvolvimento, psicológicas e de comunicação abrangentes e a gradação das habilidades adaptativas”. Esses erros podem ser muito prejudiciais à família e ao desenvolvimento da criança e devem ser evitados procurando sempre avaliações que descartem quaisquer outras possibilidades de disfunções cognitivas intelectuais, físicas e psicológicas, e por isso a importância da neuropsicologia no processo de diagnóstico.
A justificativa de se propor uma pesquisa de revisão bibliográfica consiste em conhecer melhor o papel das funções executivas no TEA, que pode contribuir para pensar em intervenções e na reabilitação neuropsicológica, assim como no diagnóstico precoce do espectro. Diante do conhecimento obtido nos estudos, é possível futuramente desenvolver e melhorar os instrumentos que possam amenizar os danos causados pelos sintomas na vida do sujeito, familiares e pessoas próximas, até mesmo por políticas de inclusão e orientação no intuito de disseminar informações que possam trabalhar o preconceito que está presente e forma barreiras cotidianamente na vida dessas pessoas.
MÉTODO
Essa é uma pesquisa qualitativa, de caráter bibliográfico. Lakatos e Marconi (1991) definem a pesquisa bibliográfica como “um apanhado geral sobre os principais trabalhos realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecerem dados atuais e relevantes relacionados com o tema” (Lakatos, Marconi, 1991, p. 158). A intenção com o estudo bibliográfico de produções que se propuseram a falar das funções executivas no TEA é justamente este, consiste em levantar dados para tecermos uma análise mais acurada sobre a avaliação neuropsicológica do autismo e pensar na melhoria das condições de vida desses pacientes.
A revisão bibliográfica dos estudos que tratam especificamente da avaliação neuropsicológica no TEA, será empreendida nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Google Scholar e Lilacs. Utilizaremos os seguintes descritores: transtorno do espectro autista; funções executivas; avaliação neuropsicológica. 
É uma vasta gama de teste neuropsicológicos existentes no campo científico e prático hoje, desde análise dos movimentos oculares nos primeiros meses de vida do bebê até testes de entrevista como o Ages & Stages Questionnaires (ASQ) sobre observação de comportamentos pelos responsáveis da criança. Diante disso se apresenta a necessidade de revisar os estudos existentes a fim de compreender as mais efetivas formas de avaliar os sintomas dessa desordem, para melhores intervenções e manejo do cuidado no campo da psicologia, tendo em vista a qualidade de vida dos sujeitos que buscam tratamentos para a amenização dos sintomas que podem ser causa de exclusões sociais.
	
Referências
Dumas, Jean E. (2011). Psicopatologia da infância e da adolescência. Porto Alegre: Artmed.
Klin, A. (2006) Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. In: Rev Bras Psiquiatr. 28(Supl I): 3-11
Lakatos, E. M.; Marconi, M. A. (1991). Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas. 
Mesquita, W.S; Pegoraro, R. F. (2013). Diagnóstico e tratamento do transtorno autístico em publicações brasileiras: revisão de literatura. In: J Health Sci. Inst., 31 (3): 324-329.
Miotto, E. C. (2012). Reabilitação neuropsicológica das funções executivas. In: Reabilitação neuropsicológica: abordagem interdisciplinar e modelos conceituais na prática clínica. Porto Alegre: Artmed. 
Neumann, D. M. C; Tariga, A. R.; Perez, D. F.; Gomes, P. M.; Silveira, J. S.; Azambuja, L.S. (2016). Avaliação Neuropsicológica do Transtorno do Espectro Autista. In: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1087.pdf.
Tomazoli, L. S., Santos, T. H., Amato, C. A., Fernandes, F. D., & Molini-Avejonas, D. R. (2017). Rastreio de alterações cognitivas em crianças com TEA: estudo piloto. In: Psicologia Teoria e Prática., 19(3): 23-32

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