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MALÁRIA: Plasmodium e vetores Prof. Diego A Guiguet Leal Protozoários causadores da Malária: Classificação Antiga Classificação Reino: Protista Filo: Apicomplexa Classe: Aconoidasida Ordem: Haemosporida Família: Plasmodiidae Gênero: Plasmodium Nova Classificação - Eukarya - Supergrupo: Chromoalveolata - Grupo Alveolata - Subgrupo Apicomplexa - Gênero: Plasmodium Adl et al, 2005 MALÁRIA: Relevância. Principal causa de óbito - doenças parasitárias. Ocasionada por protozoários do gênero Plasmodium Ocorre em mais de 90 países 300 – 500 milhões de novos casos / ano 1 milhão de mortes / ano. 200 crianças morrem de malária por hora no mundo. Fonte: World Health Organization (WHO) Expert comitee on malaria. Sinonímias: Impaludismo; Paludismo; febre palustre; maleita; terçã maligna; terçã benigna; febre quartã; sezão; tremedeira ou batedeira. MALÁRIA: Distribuição Mundial Distribuição da Malária no Brasil Maior número de casos: Amazônia legal – 9 Estados da Federação: - Amazonas; Acre; Amapá; Maranhão; Mato Grosso; Pará; Rondônia; Roraima e Tocantins IPA: Incidência parasitária anual Distribuição da Malária no Brasil Estados com maior número de casos: (50%) - Amazonas - Pará - Rondônia - Em toda a Amazônia: - Plasmodium vivax: (79%) - Plasmodium falciparum (21%) MALÁRIA: principais espécies: Plasmodium vivax* Plasmodium falciparum* Plasmodium malariae* Plasmodium ovale Plasmodium knowlesi (Encontrado esporadicamente em humanos) Plasmódios são estenoxenos Seres humanos; Poucas espécies de macacos * Espécies encontradas no Brasil Distribuição: Malásia; Tailândia; Myanmar; Filipinas; Singapura. (Imigrante Malaio – Holanda). Esquizogonia eritrocitária - Confusão: - P malariae (A cada 3 dias – raro infecção severa) - P. knowlesi (Diária – alta parasitemia ; possibilidade de óbitos) Morfologia das diferentes espécies de Plasmodium Parasitam reticulócitos Morfologia das diferentes espécies de Plasmodium Merócito Esquizogonia eritrocitária: capilares viscerais; junto aos órgãos Morfologia das diferentes espécies de Plasmodium Merócito Características biológicas dos Plasmódios encontrados em seres humanos. Fonte: Ferreira et al. Fundamentos biológicos da Parasitologia humana, 2003. Mosquito prego VETORES DA MALÁRIA: Anopheles sp. Ordem: Diptera Família: Culicidae - 54 Espécies de Anopheles no Brasil - Nas Américas: 3 subgêneros de importância: - Kerteszia (mosquitos silvestes; procriam nas águas acumuladas de bromélias – áreas residuais de mata atlântica: An. Kerteszia cruzii; An. Kerteszia bellator). - Nyssorhynchus (Maior importância: Brasil – An. Nyssorhynchus darlingi; An. Nyssorhynchus aquasalis; An. Nyssorhynchus albitarsis) - Anopheles Subfamília: Anophelinae VETORES DA MALÁRIA: Anopheles sp. VETORES DA MALÁRIA: Anopheles sp. Brasil: Anopheles darlingi África: Anopheles gambiae - Solenofagia Culicidae Ciclo Biológico No hospedeiro vertebrado: Esporozoíta Trofozoíta Esquizonte Merozoíto Gametócitos No hospedeiro invertebrado: Zigoto Oocineto Oocisto Esporozoíto Formas evolutivas Ciclo Biológico Malária Fisiologia 1- Trofozoítos e esquizontes sanguíneos nutrem-se de hemoglobina 2- Formação de estruturas cristalinas ou amorfas denominadas hemozoína (aproveita a porção globina e sapara da hematina) 3- O parasita consome até ¾ da hemácia 4- Além da globina os parasitas consomem do meio glicose, lipídeos. Calafrio, febre e sudorese (vômitos, cefaleia, icterícia, palidez) Anemia Esplenomegalia Comprometimento hepático QUADRO CLÍNICO Malária grave por P. falciparum • Sequestro dos eritrócitos parasitados: adesão ao endotélio vascular (citoaderência). • Formação de rosetas: eritrócitos infectados c/ eritrócitos não infectados • Hiper-parasitemia (>5% das hemácias parasitadas), malária cerebral, anemia grave, icterícia, insuficiência renal, hipertermia, vômitos, colapso circulatório. Patogenia e Sintomatologia Malária grave por P. falciparum Citoaderência ao endotélio dos vasos; Formação de rosetas Obstrução de pequenos vasos: hipóxia tecidual Plasmodium falciparum Manifestações de gravidade: - Malária cerebral (convulsão/coma) - Insuficiência renal aguda - Edema pulmonar agudo - Disfunção hepática - Hemoglobinúria - Anemia (Hb < 5g/dl) - Hiperparasitemia - Hipertermia prolongada Recaídas Ocorre nas infecções por P. vivax e P. ovale formas hipnozoítos no fígado (permanecem em estado de latência por períodos que variam de 1 mês a 1-2 anos) Recrudescências Parasitemia reaparece (acompanhada de sintomatologia), após um período de “cura aparente” resposta inadequada ao tratamentoo Patogenia e Sintomatologia Infectividade Resistência ao parasitismo: 1- Fatores genéticos (Duffy negativos) 2- Anemia falciforme 3- Talassemias (alteração na cadeia gama ou delta da hemoglobina) Diagnóstico diferencial da MALÁRIA: ( FEBRE, ANEMIA, HEPATOESPLENOMEGALIA E ICTERÍCIA) Leptospirose (icterohemorrágica) Febre Tifóide Febre Amarela Hepatites virais Leishmaniose visceral Esquistossomose mansônica Abcesso amebiano do fígado Diagnóstico -Clínico Diagnóstico laboratorial Diagnóstico laboratorial Testes rápidos de detecção de antígenos: (imunocromatográficos: - Parasight –F (PfIHRP2) ; ICT Malária (PfHRP2); ICT Malária Pf/Pv (pLDH); OpitMAL (pLDH); Malar-Check Pf.) Testes para detecção de anticorpos: - Imunofluorescência indireta / -ELISA PCR Tratamento Principais drogas antimaláricas Esquizonticidas sanguíneos Quinina, mefloquina, halofantrina, cloroquina, amodiaquina digestão de produtos da hemoglobina Derivados de artemisina metabolismo das proteínas Tetraciclina, doxiciclina e clindamicina síntese de proteínas Esquizonticidas teciduais ou hipnozoiticidas Primaquina inibe a respiração mitocondrial do parasita * também é gametocitocida Tratamento Esquema recomendado no Brasil: P. vivax: - cloroquina (formas sanguíneas) e - primaquina (formas hepáticas) P. falciparum: Malária não grave – associação quinina/doxiciclina ou quinina/tetraciclina Em casos graves -artesunato/mefloquina ou quinina/clindamicina Resistência à cloroquina na maioria dos isolados de P. falciparum • Evitar a aproximação às áreas de risco ao entardecer e logo ao amanhecer; • Usar repelentes nas áreas expostas ao corpo; • Telar portas e janelas; • Dormir com mosquiteiros; • Quimioprofilaxia (quando indicado) Medidas de proteção individual: Medidas de Controle • Diagnóstico imediato e tratamento dos casos; • Planejamento e aplicação de medidas anti-vetoriais (uso de inseticidas) ; nebulização espacial • Medidas de saneamento básico evitar a formação de criadouros de mosquito; • combate às formas aquáticas do vetor. • Vacina em desenvolvimento. Medidasde proteção coletiva: Medidas de Controle