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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE MAGNÉSIO EM SAL DE MAGNÉSIO ANA FLAVIA FEUSER DAIANE DA ROCHA GREICY KELLY ISENSEE PAOLA ALESSANDRA BIANCHINI PROFESSOR: Mariane Bonatti Chaves Química Experimental II Joinville - SC 2019 1. INTRODUÇÃO A análise gravimétrica é um método analítico quantitativo cujo processo envolve a separação e pesagem de um elemento ou um composto do elemento na forma mais pura possível. O elemento ou composto é separado de uma quantidade conhecida da amostra ou substância analisada. A gravimétrica engloba uma variedade de técnicas, onde a maioria envolve a transformação do elemento ou radical a ser determinado num composto puro e estável e de estequiometria definida, cuja massa é utilizada para determinar a quantidade do analito original. O peso do elemento ou radical pode ser calculado a partir da fórmula química do composto e das massas atômicas dos elementos que constituem o composto pesado. A análise gravimétrica está baseada na medida indireta da massa de um ou mais constituintes de uma amostra. Por medida indireta deve-se converter determinada espécie química em uma forma separável do meio em que esta se encontra, para então ser recolhida e, através de cálculos estequiométricos, determinada a quantidade real do elemento ou composto químico, constituinte da amostra inicial. A separação do constituinte pode ser efetuada por meios diversos: - Precipitação química - Eletrodeposição -Volatilização ou Extração. A precipitação química é um dos métodos gravimétricos mais importantes e numerosos, todos eles são baseados em reações onde um precipitado é produzido pela ação de um agente químico precipitante. O precipitado obtido, que deve conter o analito, deve ser separado da solução (filtração), cuidadosamente purificado (por lavagem, por exemplo), secado ou convertido num outro composto de composição química definida e, depois, finalmente pesado. Diante disso temos como proposta determinar o teor de magnésio na amostra de sal de magnésio, utilizando o método de gravimetria por precipitação. Além disso, por meio da discussão dos resultados iremos avaliar se os valor obtido está próximo ou não do valor teórico esperado. Como experimentalmente sempre temos erros também discutiremos os principais fatores que interferem no resultado fazendo ele ficar menor que o teórico. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Materiais Utilizados ● Balança analítica ● Forno mufla ● Dessecador ● Proveta ● Béquer de 300 mL ● Pipeta de 20 mL ● Bastão de vidro ● Papel filtro (faixa branca) ● Tubo de ensaio ● Tenazes ● Luvas de amianto ● Cadinho de porcelana ● Funil de filtração ● Água deionizada ● Sulfato Magnésio Comercial (MgSO4. 7H 2O) ● HCl 2N ● Na2HPO4 7% ● NH 4OH 2% ● NH 4OH 10% ● HNO3 2N ● AgNO3 2N ● NH 4OH 1% ● NH 4NO 3 33% ● NH 4Cl 2N 2.2 Métodos 2.2.1 Preparo da amostra Primeiramente, foi pesado um vidro relógio em uma balança analítica, e posteriormente a balança foi tarada. Em seguida, pesou-se aproximadamente 0,873 g de sulfato de magnésio comercial. Transferiu-se para um béquer de 300 mL e foi colocado em torno 50 mL de água. Por fim, foi acidificado a solução com 5 mL de HCl 2N. 2.2.2 Precipitação Inicialmente, adicionou-se 17,2 mL de solução Na2HPO 4 a 7% previamente filtrada utilizando uma proveta e 10 mL de solução NH4Cl 2N. Há formação de precipitado quando as soluções foram misturadas, por isso deve ser dissolvido pela adição de HCl 2N. Em seguida, aqueceu-se a solução à 40°C e foi adicionado lentamente, gota a gota, a solução de NH4OH 2% e agitando o líquido continuamente com o bastão de vidro. Para adicionar a amônia usa-se a bureta. A partir do momento que o precipitado começar a se formar e desaparecer ao longo da agitação, deve-se diminuir a adição de amônia para 4 á 5 gotas por minuto. Seguindo com a adição da amônia até que a solução cheire amônia. Em seguida, agitou-se o conteúdo do béquer com o bastão de vidro o tempo todo sem tocar o fundo e as paredes. Após resfriar a solução, adicionou-se 25 a 30 mL de solução NH4OH 10% para suprimir a hidrólise e diminuir a solubilidade do MgNH4PO4. Por fim, foi deixado em repouso por 2 a 4 horas. 2.2.3 Filtragem e Lavagem Após obter o precipitado, filtrou-se o mesmo com um papel filtro médio (faixa branca), depois que todo o líquido foi filtrado, em seguida lavou-se o precipitado três vezes por decantação com solução NH4OH 2%. Transferiu-se o precipitado quantitativamente ao filtro removendo as partículas presas no vidro com um bastão de vidro. A última lavagem deve ser feita quando uma porção do filtrado acidificado com HNO3 2N não dê mais turvação com AgNO3. Por fim, encheu-se o filtro com uma mistura de 4 mL de NH 4NO 3 33% e 1 mL para tornar a substância mais facilmente carbonizável. 2.2.4 Secagem e Calcinação Primeiramente colocar o papel de filtro com o precipitado no funil numa estufa e secá-lo à 100°C. Em seguida, calcinar entre 1000 a 1100°C até peso constante. No momento da calcinação deixou-se o cadinho apoiado na porta do equipamento, e foi sendo levado para dentro do mesmo de maneira gradativa para que o filtro não queimasse rapidamente. Por fim, anotou-se a massa que há dentro do cadinho. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após ter empregado todo o procedimento experimental a massa final do cadinho com o precipitado foi de 44,9625 g, considerando que o cadinho tinha 44,6073 g conseguimos calcular a massa real do precipitado que é 0,3552 g. Por meio da reação de calcinação podemos identificar que o precipitado será o Mg2P2O 7 que será utilizado para realizar os cálculos necessários. A Reação de calcinação com uma temperatura de 1000ºC a 1100ºC é MgNH4PO4 → Mg 2P2O7(s) + NH3(g) + 4H 2O(g). Utilizando a tabela atômica (GONÇALVES, 1981) calculamos a massa molar do Mg2P 2O7 e do MgSO4.7H2O, que será utilizado posteriormente, da forma descrita a seguir: MM Mg2P2O 7 = 2 x 24,30 g/mol + 2 x 30,97 g/mol + 7 x 15,9997 g/mol MM Mg2P2O 7 = 222,5379 g/mol MM MgSO 4.7H2O = 24,30 g/mol + 32,076 g/mol + 11 x 15,9997 g/mol + 14 x 1,0081 g/mol MM MgSO 4.7H2O = 246,4861 g/mol Após saber a massa molar do Mg 2P2O 7 foi calculado o número de mols referente ao precipitado: 222,5379 g de Mg2P2O 7 --- 1 mol de Mg2P2O7 0,3552 g de Mg2P2O7 --- x mol de Mg2P2O7 x = 0,0015961 mol de Mg2P2O7 Como 1 mol de Mg2P2O7 tem 2 mols de Mg 2+ o número de mols total de Mg2+ no precipitado será o dobro e será igual a 0,0031922 mol. Levando em consideração que o precipitado que foi pesado após a calcinação é proveniente deuma reação de precipitação dada por Mg 2+ + PO43- + NH4+ → MgNH 4PO 4 sabe-se que todo o magnésio presente no precipitado tem sua origem no sal de magnésio pesado inicialmente. Dessa forma calculamos a massa de magnésio referente a 0,0031922 mol e em seguida calculamos a porcentagem a partir da massa inicial que foi pesada: 24,30 g de Mg2+ ---- 1 mol de Mg2+ x --- 0,0031922 mol de Mg2+ x = 0,07757 g de Mg2+ 0,8730 g de amostra --- 100% 0,07757 g de Mg2+ --- x x = 8,89% Como esse é o valor experimental para a porcentagem de magnésio no sal de magnésio, calculamos o valor teórico para 1 mol de MgSO4.7H2O por meio das massas molares: 246,4861 g de MgSO 4.7H 2O --- 100% 24,30 g de Mg2+ --- x x = 9,8586% de Mg2+ A partir desse último cálculo sabe-se que teoricamente uma amostra do sal do sulfato de magnésio comercial deve ter 9,8586% de magnésio. Assim, com a massa da nossa amostra utilizamos isso para calcular quanto deveríamos ter obtido de massa de Mg2+ no precipitado e, em seguida, utilizamos esse valor para calcular o erro percentual (Vt = valor teórico e Ve = valor experimental): 0,8730 g de amostra --- 100% x --- 9,8586% de Mg2+ x = 0,08607 g de Mg2+ r(%) .100% E = V t |V t − V e| r(%) .100% E = 0,08607 g |0,08607 g − 0,07757 g| r(%) , 8% E = 9 8 Sendo assim, a diferença entre o valor experimental obtido e o valor teórico é de 0,0085 g que corresponde a um erro percentual de 9,88%. As possíveis causas dessa diferença são as impurezas presentes no sal e as perdas durante a realização do experimento. São exemplos de perdas durante o experimento: utilizou se um bastão que pode ter ficado resíduos, na hora de filtrar pode ter ficado algo fora do filtro, na hora de dobrar o filtro para colocar no cadinho ao encostar no filtro pode ter sido retirado algum precipitado, entre outros. CONSIDERAÇÕES FINAIS A gravimetria por precipitação, portanto, é um processo simples e também um método gravimétrico muito eficiente em uma análise quantitativa. Porém, para obter-se um resultado satisfatório é necessário tomar cuidado e prestar muita atenção em todas as etapas do processo, para que não venha a ocorrer erros, como os citados anteriormente em “Resultados e Discussões”, pois o objetivo principal do experimento é a obtenção de um precipitado totalmente puro e estável. Através da técnica gravimétrica, foi quantificado o teor de magnésio no sal de magnésio. Realizou-se todas as etapas da gravimetria desde o preparo da solução, que inclui a pesagem da amostra, diluição, adição do reagente precipitante, obtenção do precipitado, lavagem e calcinação do precipitado, até a pesagem do precipitado obtido. Ao final do experimento encontrou-se que o percentual de magnésio na amostra é de 8,89%, o que equivale a 0,07757 g de magnésio. Sabendo, através de cálculos, que o percentual esperado de magnésio no sal de magnésio é de 9,86% que equivale a 0,08607 g de magnésio. Analisando os resultados, percebe-se uma diferença de 0,0085 g, ou 9,88%, entre o valor encontrado e o valor esperado. Conclui-se então, que o valor encontrado é satisfatório, pois está bem próximo do esperado. Enfatiza-se que a atenção no laboratório é indispensável, uma vez que nos deparamos com erros alheios. A pesagem – que aparentemente é fácil e simples – pode ser o estopim para os erros no processo inteiro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GONÇALVES, J. C. Tabela Atômica Interdisciplinar. Uma nova abordagem metodológica para o ensino de Química. 37 ed. Copyrught, 1981. ISBN: 85-87667-04-5.
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