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Animais peçonhentos
Animais venenosos x Animais peçonhentos
Animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem um aparelho inoculador (dentes, ferrões), provocando envenenamento passivo por contato (lonomia ou taturana), por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu).
Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunica com dentes ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente. Portanto, peçonhentos são os animais que injetam veneno de maneira ativa. Ex.: serpentes, aranhas, escorpiões, lacraias, abelhas, vespas, marimbondos e arraias.
Peçonhas são secreções de animais formando um fluido misto de diferentes enzimas, toxinas e outras substâncias. São produzidas em glândulas especializadas e secretadas através de sistemas dispensadores (nematocistos, espinhos, dente inoculador, etc.) a fim de incapacitar a presa ou o predador.
Ofidismo
Estudo dos venenos de serpentes (ofídios).
Medicina: Envenenamento por picada de cobra/serpente.
 O diagnóstico clinico é o método mais simples e racional para a abordagem do paciente pela equipe de saúde, uma vez que, geralmente, não se pode contar com informações corretas/confiáveis sobre o animal.
Serpentes brasileiras de interesse toxicológico:
	No Brasil, as 70 variedades peçonhentas se distribuem em 4 gêneros:
Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu)
Crotalus (cascavel)
Lachesis (surucucu-pico-de-jaca)
Micrurus (coral-verdadeira)
A presença de fosseta loreal, órgão termorregulador localizado entre o olho e a narina, caracteriza o grupo de serpentes peçonhentas de interesse médico no Brasil, onde se incluem os gêneros bothrops, crotalus e lachesis.
Como exceção de serpente peçonhenta, o gênero micrurus (coral verdadeira) não possui fosseta loreal.
A fosseta loreal tem como função a captação de calor, que permite as serpentes perceberem as diferenças de temperatura no ambiente.
Distinção entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas
* As falsas corais podem apresentar o mesmo padrão de coloração das corais verdadeiras, sendo distinguíveis pela ausência de dente inoculador.
** Na Amazônia, ocorrem corais verdadeiras desprovidas de anéis vermelhos.
 Serpentes peçonhentas apresentam corpo coberto por escamas em forma de quilha.
 As serpentes peçonhentas apresentam cabeça com escamas pequenas.
 As serpentes não peçonhentas apresentam, em geral, escamas maiores na cabeça.
 As serpentes peçonhentas apresentam, em geral, pupila em fenda.
 As serpentes não peçonhentas apresentam pupila circular.
Gênero BOTHROPS: mais de 60 variedades encontradas em todo o território nacional. Responsável por mais de 90% dos acidentes. Veneno de efeito coagulante e necrosante jararaca, jararacuçu, urutu, caiçara e outros.
Mais de 90% do peso de veneno: proteínas, com grande variedade de enzimas, toxinas não enzimáticas e proteínas não tóxicas. As frações não proteicas são constituídas por carboidratos, lipídeos, metais, enzimas biogênicas, etc.
Aspectos clínicos:
	As manifestações incluem edema local firme, dor local geralmente moderada; na evolução do quadro podem aparecer púrpuras, vesículas, bolhas e necrose de partes moles.
	Em casos graves pode ocorrer choque (bradicinina e histamina); frequentemente há aumento do tempo de coagulação e tempo de tromboplastina parcial, e insuficiência renal aguda (necrose cortical).
Gênero CROTALUS: 6 variedades, serpentes que ocupam terras secas e ligeiramente elevadas (campos), não são comuns no litoral, distribuem-se amplamente pelo território nacional. São identificadas pela presença de guizo ou chocalho na extremidade caudal. Veneno de efeito neurotóxico e miotóxico cascavel.
Os acidentes são de menor frequência que os botrópicos (9% dos acidentes).
A peçonha crotálica é um complexo tóxico-enzimático cujos efeitos biológicos variam nas diferentes espécies animais peptídeos, enzimas e toxinas.
Ação miotóxica sistêmica, com lise e necrose de fibras musculares com liberação de enzimas e detecção de mioglobina livre na urina mioglobinúria (insuficiência renal aguda).
Ação neurotóxica por agirem na membrana pré-sinaptica da junção neuro-muscular, impedindo a liberação da acetilcolina.
Aspectos clínicos gerais
	Mal-estar, náuseas, sudorese, prostração, sonolência.
	O local da picada pode trazer marcas das presas ou escoriações, edema discreto, sem dor ou de pequena intensidade, geralmente com sensação parestésica (local ou regial, persistente por dias ou semanas).
SINTOMAS:
	Dificuldade em abrir os olhos;
	Visão dupla e pálpebras caídas;
	Dor muscular generalizada;
	Urina escura/avermelhada.
Gênero LACHESIS: 2 variedades, existentes na Mata Atlântica e na Floresta Amazônica (habita florestas densas). Veneno de efeito semelhante ao gênero Bothrops, com provável fração neurotóxica Surucucu.
São acidentes raros (2,1% dos casos no Acre, em 2002)
Serpentes grandes: grande quantidade de veneno, com atividade semelhante ao veneno botrópico, acrescida de atividade neurotóxica.
Aspectos clínicos:
	Local: dor e edema na região da picada, vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou soro-hemorrágico, complicações locais semelhantes ao acidente botrópico.
	Hematológico: consumo de protrombina e fibrinogênio incoagulabilidade, manifestações limitam-se, em geral, ao local da picada.
	Neurotóxico: distingue o acidente laquético do botrópico, com fenômenos compatíveis com distúrbios do SN autônomo parassimpático hipotensão arterial grave (poucos minutos após), tonturas, escurecimento de visão, além de bradicardia, cólicas abdominais, diarreia choque, bradicardia grave, óbito.
Gênero MICRURUS: 31 variedades em todo país. Provocam os acidentes mais graves, embora raros (0,5% dos casos). Veneno de efeito curariforme cobra Coral.
A peçonha é constituída por neurotoxinas que atuam na junção neuromuscular, com ação tanto pré como pós-sináptica, dependendo da espécie considerada.
Neurotoxicidade periférica, produzindo bloqueio na transmissão neuromuscular;
Aspectos clínicos:
	Geralmente sem sintomas locais (leve formigamento, às vezes),
	O efeito neurotóxico manifesta-se por sensação de constrição da laringe, dificuldade para engolir e falar, salivação abundante e perturbações visuais (ptose palpebral e diplopia);
	Paralisia dos músculos respiratórios leva à asfixia e óbito.
CUIDADOS NOS ACIDENTES OFÍDICOS:
Lave o local da picada de preferência com água e sabão;
Mantenha a vítima deitada. Evite que ela se movimente para não favorecer a absorção do veneno;
Se a picada for à perna ou no braço, mantenha-os em posição mais elevada;
Não faça torniquete. Impedindo a circulação do sangue, você pode causar gangrena ou necrose;
Não fure, não corte, não queime, não esprema, não faça sucção no local da ferida e nem aplique folhas, pó de café ou terra sobre ela para não provocar infecção;
Não dê a vítima pinga, querosene, ou fumo, como é costume em algumas regiões do país;
Leve a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para que possa receber o soro em tempo;
Leve, se possível, o animal agressor, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico;
Lembre-se: nenhum remédio caseiro substitui o soro anti-peçonhento;
Se houver dúvidas, a vítima deve permanecer hospitalizada por pelo menos 24 horas;
Controlar sinais vitais e volume urinário;
Coletar material biológico para exames laboratoriais antes da soroterapia, desde que não signifique o retardo da mesma.
SOROS ANTI-OFÍDICOS:
ANTIBOTRÓPICO, usado em casos de envenenamento por jararacas (Gênero Bothrops);
ANTICROTÁLICO, usado em casos de envenenamento por cascavel (Gênero Crotalus);
ANTILAQUÉTICO, usado em casos de envenenamento por surucucu (Gênero Lachesis);
ANTIELAPÍDICO, usado em casos de envenenamento por corais (Gênero Micrurus) do grupo dos Elapíneos;
ANTIBOTRÓPICO/CROTÁLICO (antigo antiofídico), para os casos de picadas por jararacas ou cascavéis;ANTIBOTRÓPICO/LAQUÉTICO, para as picadas por jararacas e surucucus.
Araneismo
São três gêneros de importância médica no Brasil:
Phoneutria;
Loxosceles;
Latrodectus. 
Alimentam-se principalmente de insetos;
Apenas 20 a 30 espécies têm importância médica por serem peçonhentas.
FONEUTRISMO:
Os acidentes causados pela Phoneutria sp (aranha armadeira) representam a forma de araneísmo mais comumente observada no país.
Apresentam dor local intensa, frequentemente imediata, edema discreto, eritema e sudorese local, parestesia e fasciculação muscular.
Pode ocorrer óbito em acidentes graves (raros), após hipotensão arterial, insuficiência cardíaca, choque, graus variáveis de depressão neurológica, inclusive coma.
LOXOSCELISMO: (aranha marrom)
Conhecida como aranha marrom, é encontrada com facilidade nas residências, atrás de quadros, armários, no meio de livros, caixas de papelão e outros objetos pouco remexidos.
Sintomas clínicos:
	Forma Cutânea: é a mais comum, caracterizando-se pelo aparecimento de lesão inflamatória no ponto da picada, que evolui para necrose e ulceração.
	Forma Cutâneo-Visceral: além de lesão cutânea, os pacientes evoluem com anemia, icterícia cutâneo-mucosa, hemoglobinúria.
	A insuficiência renal aguda é a complicação mais temida.
.	Maior causa de óbito: insuficiência renal aguda.
LATRODECTISMO: (viúva negra)
Quadro clínico caracterizado por dor local intensa, eventualmente irradiada. Alterações sistêmicas como sudorese, mialgia (evolui para cãimbras), contraturas musculares, agitação psicomotora de intensidade variável, hipertensão arterial e choque são registradas.
A CARANGUEJEIRA, apesar de seu aspecto assustador, não possui veneno. Sua picada causa alguma dor e pode ser complicada por reações alérgicas – em geral, desencadeadas pelo contato com seus pelos.
A ARANHA DE JARDIM (Lycosa) possui pouco veneno e sua picada ocasiona apenas dor local, que cede com analgésicos comuns.
SOROS
O Soro Antiaracnídico é utilizado nos acidentes causados por aranhas dos gêneros Loxosceles e Phoneutria.
O Soro Antiloxocélico é utilizado nos acidentes causados por aranhas do gênero Loxosceles.
O Soro Antilatrodetico (importado da Argentina) é utilizado nos acidentes causados por aranhas do gênero Latrodectus.
Os acidentes por Phoneutria aumentam significativamente no início da estação fria (abril/maio), enquanto os casos de loxoscelismo sofrem incremento nos meses quentes do ano (outubro/março).
Escorpionismo
Os escorpiões possuem uma quantidade muito pequena de veneno na glândula, mas de grande atividade tóxica. A maior parte dos acidentes em adultos é benigna, mas em crianças e idosos é quase sempre fatal, se não forem tomadas as devidas providências em curto espaço de tempo.
O veneno é rapidamente absorvido pela pele e músculos, deslocando-se para o sangue, rins, pulmão e sistema nervoso. A maior ação ocorre no sistema nervoso, com efeitos locais e sistêmicos.
O envenenamento por estes animais causa dor local intensa, que se irradia por todo o corpo, podendo ainda ocorrer inchaço e vermelhidão leves no local da picada. A dor causada se torna tão intensa que o paciente entra em choque neurogênico, o que pode levá-lo à morte.
No mundo todo, existem aproximadamente 1.400 espécies de escorpiões até hoje descritas.
No Brasil há cerca de 75 
Espécies amplamente 
Distribuídas pelo país.
No Brasil o gênero Tityus é o mais rico em espécies, representando cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical.
TITYUS SERRULATUS:
Também chamado escorpião amarelo, pode atingir até 7 cm de comprimento. Apresenta o tronco escuro, patas, pedipalpos e cauda amarela sendo esta serrilhada no lado dorsal. Considerado o mais venenoso da América do Sul, é o escorpião causador de acidentes graves, principalmente no Estado de Minas Gerais.
TITYUS BAHIENSIS
Apresenta coloração geral marrom-escuro, às vezes marrom-avermelhado, pernas amareladas com manchas escuras. Fêmures e tíbias dos pedipalpos com mancha escura.
 É o escorpião que causa os acidentes mais frequentes no estado de São Paulo.
 Distribuição geográfica: Bahia até Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
TITYUS STIGMURUS
Apresenta coloração geral amarelo-claro com um triângulo negro na cabeça e uma faixa longitudinal mediana e manchas laterais no tronco.
Distribuição geográfica Nordeste do Brasil.
Aspectos Clínicos
	Manifestações locais: caracterizam-se fundamentalmente por dor no local da picada, às vezes irradiada, sem alterações do estado geral.
	Manifestações sistêmicas: menos frequentes. Além da dor local, alterações sistêmicas como hiper ou hipotensão arterial, arritmias cardíacas, tremores, agitação psicomotora, arritmias respiratórias, vômitos e diarreia. O edema pulmonar agudo é a complicação mais temida.
	A gravidade no escorpionismo depende de fatores como a espécie e tamanho do escorpião causador do acidente, da massa corporal do acidentado, da sensibilidade do paciente ao veneno, da quantidade de veneno inoculado e do retardo no atendimento.