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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO VITAMINA D NA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: REVISÃO DA LITERATURA LAURIANA DA SILVA SALES NATAL-RN 2017 2 LAURIANA DA SILVA SALES VITAMINA D NA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: REVISÃO DA LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de Nutricionista. Orientadora: Prof.ª Drª. Márcia Marília Gomes Dantas Lopes Co-orientadora: Prof.ª Drª Severina Carla Vieira Cunha Lima NATAL-RN 2017 3 LAURIANA DA SILVA SALES VITAMINA D NA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: REVISÃO DA LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de Nutricionista. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________________ Prof.ª Drª. Márcia Marília Gomes Dantas Lopes _____________________________________________________________ Prof.ª Drª. Severina Carla Vieira Cunha Lima _____________________________________________________________ Prof. ª Drª. Sancha Helena de Lima Vale Natal, 26 de janeiro de 2017 4 Dedico a minha família, amigos e professores os quais me apoiaram não somente neste trabalho, mas durante toda a graduação do curso de nutrição. 5 AGRADECIMENTOS Dedico esta, bem como as minhas demais conquistas, a Deus, por ser essencial em minha vida. Aos meus amados pais, Maria Aparecida Pereira da Silva Sales e Luciano Cardoso Sales, a minhas irmãs Luciana da Silva Sales e Leidiane da Silva Sales e, a meu precioso sobrinho Lucas Gabriel Sales da Costa, por serem meu alicerce e pelo apoio e incentivo dedicados em todos os momentos de minha vida e em minha trajetória acadêmica. Aos professores que me acompanharam durante а graduação, em especial à minha orientadora Márcia Marília Gomes Dantas Lopes e minha co-orientadora Severina Carla Vieira Cunha Lima, por toda a dedicação, conselhos e a oportunidade de me orientar na elaboração deste trabalho. A todos os amigos e colegas que de alguma forma me incentivaram, me proferiram conselhos e que me ajudaram. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu eterno agradecimento. 6 “O futuro pertence aqueles que acreditam na beleza de seus sonhos” Eleanor Roosevelt 7 SUMÁRIO RESUMO ......................................................................................................................... 8 ARTIGO DE RESUMO ............................................................................................... 12 Introdução ..................................................................................................................... 14 Definição e Epidemiologia ........................................................................................... 15 Alterações metabólicas ................................................................................................. 16 Resistência Insulínica e Hiperinsulinemia .................................................................. 16 Esteatose hepática ....................................................................................................... 17 Obesidade ................................................................................................................... 17 Dislipidemia ............................................................................................................... 18 Aspectos nutricionais: vitamina D na SOP ................................................................ 19 Conclusão ...................................................................................................................... 26 Referências .................................................................................................................... 26 ANEXOS ....................................................................................................................... 31 8 SALES, Lauriana da Silva. Vitamina D na Síndrome dos Ovários Policísticos. 2017. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017. RESUMO A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma das endocrinopatias mais comum na mulher em idade reprodutiva, e frequentemente está associada à resistência insulínica (RI), obesidade e dislipidemia. Caracteriza-se por hiperandrogenismo que pode se manifestar por hirsutismo, acne, seborreia, alopecia, irregularidade menstrual, obesidade e cistos ovarianos. Essa síndrome modula os processos metabólicos e hormonais, aumentando o risco de infertilidade dessas mulheres. Seu tratamento direciona-se para a regularização da menstruação e recuperação da fertilidade e, neste contexto, a vitamina D pode desempenhar um papel fundamental na adjuvância deste tratamento. O presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão da literatura para avaliar os efeitos da suplementação de vitamina D na SOP. A revisão foi realizada nos bancos de dados PubMed, Lilacs e Scopus, com artigos publicados entre 2006 e 2017. Evidências demonstram a relação entre as alterações metabólicas e a deficiência de vitamina D, a partir de baixas concentrações de 25-hidroxivitamina D (25(OH)D) associadas à resistência insulínica, irregularidades ovulatórias e menstruais, ao menor sucesso gestacional, hirsutismo, hiperandrogenismo e obesidade. Ademais, 67 a 85% de mulheres diagnosticadas com SOP apresentam concentrações séricas de 25(OH)D < 20 ng / ml. Estudos demonstram efeitos benéficos da suplementação de vitamina D em pacientes com SOP, uma vez que de fato existe uma relação entre a vitamina D e a função reprodutiva, evidenciada por baixas concentrações séricas de 25(OH)D associadas a irregularidades ovulatórias e menstruais, porém mais estudos de intervenção são necessários para comprovar essa hipótese. Palavras-chave: Síndrome do Ovário Policístico, Vitamina D. 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1. : Efeito da suplementação da vitamina D em mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos em diferentes estudos.............................................................................................24 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Efeitos da deficiência de vitamina D na etiopatogenia da SOP.............................2111 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS SOP Síndrome dos Ovários Policísticos RI Resistência Insulínica DCV Doença Cardiovascular SM Síndrome Metabólica DM Diabetes Mellitus DM2 Diabetes Mellitus tipo 2 25(OH) D 25-hidroxivitamina D NIH National Institutes of Health SHBG Globulina de Ligação aos Hormônios Sexuais DHGNA Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica NASH Esteatohepatite Não Alcoólica IMC Índice de Massa Corporal LDL Lipoproteína de Baixa Densidade HDL Lipoproteína de Alta Densidade LPL Lipoproteína Lipase LP Lipoproteína 12 ARTIGO DE RESUMO O artigo apresentado abaixo foi elaborado conforme as normas da revista Metabolic Syndrome and Related Disorders. Vitamina D na Síndrome dos Ovários Policísticos. Lauriana da Silva Sales1, Sancha Helena de Lima Vale2,Severina Carla Vieira Cunha Lima2, Márcia Marília Gomes Dantas Lopes2 1Graduação em Nutrição, Departamento de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Av. General Cordeiro de Farias, s/nº - Petrópolis, CEP: 59012-570, Natal/RN - Brasil. 2Departamento de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Av. Sen. Salgado Filho 3000, Lagoa Nova, Campus Central, CEP: 59078-970, Natal/RN - Brasil. RESUMO A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma das endocrinopatias mais comum na mulher em idade reprodutiva, e frequentemente está associada à resistência insulínica (RI), obesidade e dislipidemia. Caracteriza-se por hiperandrogenismo que pode se manifestar por hirsutismo, acne, seborreia, alopecia, irregularidade menstrual, obesidade e cistos ovarianos. Essa síndrome modula os processos metabólicos e hormonais, aumentando o risco de infertilidade dessas mulheres. Seu tratamento direciona-se para a regularização da menstruação e recuperação da fertilidade e, neste contexto, a vitamina D pode desempenhar um papel fundamental na adjuvância deste tratamento. O presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão da literatura para avaliar os efeitos da suplementação de vitamina D na SOP. A revisão foi realizada nos bancos de dados PubMed, Lilacs e Scopus, com artigos publicados entre 2006 e 2017. Evidências demonstram a relação entre as alterações metabólicas e a deficiência de vitamina D, a partir de baixas concentrações de 25-hidroxivitamina D (25(OH)D) associadas à resistência insulínica, irregularidades ovulatórias e menstruais, ao menor sucesso gestacional, hirsutismo, hiperandrogenismo e obesidade. Ademais, 67 a 85% de mulheres diagnosticadas com SOP apresentam concentrações séricas de 25(OH)D < 20 ng / ml. Estudos demonstram efeitos benéficos da suplementação de vitamina D em pacientes com SOP, uma vez que de fato existe uma relação entre a vitamina D e a função reprodutiva, evidenciada por baixas concentrações séricas de 25(OH)D associadas a irregularidades ovulatórias e menstruais, porém mais estudos de intervenção são necessários para comprovar essa hipótese. 13 ABSTRACT Polycystic ovary syndrome (PCOS) is one of the most common endocrinopathies in women of reproductive age, and is often associated with insulin resistance (IR), obesity, and dyslipidemia. It is characterized by hyperandrogenism that can be manifested by hirsutism, acne, seborrhea, alopecia, menstrual irregularity, obesity and ovarian cysts. This syndrome modulates the metabolic and hormonal processes, increases the risk of infertility, where the treatment of PCOS is directed to regularization of menstruation and recovery of fertility, in which vitamin D may play a key role in this treatment. The present review of literature aims to evaluate the role of vitamin D supplementation in PCOS. The review was carried out in the PubMed, Lilacs and Scopus databases, with papers published between 2006 and 2017. Selected studies evaluated the effects of vitamin D on PCOS. Evidence shows the relationship between metabolic changes and vitamin D deficiency, low levels of 25-hydroxyvitamin D (25 (OH) D) associated with IR, ovulatory and menstrual irregularities, decreased gestational success, hyperandrogenism and obesity. In addition, 67 to 85% of women diagnosed with PCOS have serum concentrations of 25 (OH) D <20 ng / ml. Studies have shown beneficial effects of vitamin D supplementation in patients with PCOS, since there is a relationship between vitamin D and reproductive function. However more intervention studies are needed to prove this hypothesis. 14 Introdução A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das endocrinopatias mais comum na mulher em idade reprodutiva. Caracteriza-se frequentemente por hiperandrogenismo que pode se manifestar por hirsutismo, acne, seborreia, alopecia, irregularidade menstrual, obesidade e cistos ovarianos. 1 A SOP afeta cerca de 9 a 18 % das mulheres em sua vida reprodutiva. Nas últimas décadas algumas investigações revelam diferentes mecanismos subjacentes envolvidos na patogênese desta síndrome, mas sua definição clínica ainda é controversa. 2-4 Diversos estudos têm sido empreendidos para esclarecer a fisiopatologia da SOP, procurando estabelecer critérios para o diagnóstico, e consequente intervenção terapêutica adequada. Acredita-se que sua etiopatogenia seja devido a fatores de origem genética desencadeados por fatores ambientais, no qual o tipo de herança genética provavelmente seja a poligênica, em que os genes mais frequentemente associados com a SOP são os relacionados com a biossíntese, ação e regulação de andrógenos e os envolvidos na resistência insulínica (RI), no processo inflamatório crônico e na aterosclerose. 5-7 A classificação da SOP baseia-se a partir de duas classificações mais utilizadas na prática clínica, de 1990 publicada pelo National Institutes of Health (NIH) e de 2003 publicada por Rotterdam, que reviu os critérios estabelecidos pelo NIH, e preconiza o diagnóstico da SOP se duas das três características fundamentais são identificadas: oligomenorreia ou anovulação, hiperandrogenismo clínico ou bioquímico e ovários policísticos. Em contraste, os critérios do NIH são mais restritivos, definindo a SOP por anovulação crônica e hiperandrogenismo (independentemente da morfologia do ovário policístico), com consequente menor prevalência, mas a apresentação clínica mais grave. 2 A SOP apresenta complicações reprodutivas, como risco de infertilidade, e metabólicas que incluem (RI), obesidade, dislipidemia, esteatose hepática e síndrome metabólica (SM). 8 O tratamento das mulheres com SOP é direcionado para a regularização da menstruação e recuperação da fertilidade, onde a vitamina D pode desempenhar um papel fundamental nesse tratamento. 9 A deficiência da vitamina D pode causar impactos negativos na homeostase da glicose, doença cardiovascular (DCV), câncer, doenças autoimunes, desordens psicológicas e potencializar os sintomas de doenças reprodutivas. 10 Atualmente a deficiência de vitamina D tem sido considerada um problema de saúde pública mundial, em razão de suas implicações no desenvolvimento de diversas doenças. 11 15 Destaca-se o envolvimento da vitamina D em diversos processos celulares vitais, como: diferenciação e proliferação celular, secreção hormonal (por exemplo: insulina), assim como no sistema imune e em diversas doenças crônicas não transmissíveis, como, por exemplo, diabetesmellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial e obesidade. 12,13 Tem sido registradas associações entre as concentrações de vitamina D e os sintomas da SOP, incluindo RI, infertilidade e hirsutismo. A vitamina D influencia o desenvolvimento da SOP por meio da transcrição de genes, e a modulação hormonal influencia o metabolismo da insulina e regulação da fertilidade. Ademais, as concentrações desta vitamina são semelhantes em mulheres com e sem essa doença, no entanto, tem havido relatos de baixas concentrações observados em mulheres com SOP. 14-17 Assim, a qualidade da dieta interfere com as anormalidades endócrinas e metabólicas presentes em mulheres com SOP, no qual, existe, de fato, uma complexa inter-relação entre diferentes fatores nutricionais e condições endócrinas. Onde está claro que a dieta desempenha um papel fundamental na regulação do metabolismo dos esteroides sexuais. 18 Considerando a importância de identificar os distúrbios nutricionais como causa ou consequência da SOP, este estudo de revisão da literatura tem como objetivo principal avaliar a vitamina D na Síndrome dos Ovários Policísticos. Definição e Epidemiologia A SOP é um conjunto heterogêneo de sinais e sintomas que formam um espectro de uma síndrome branda em alguns sintomas, mas com grave distúrbio dos sistemas endócrino e reprodutivo, e das funções metabólicas, sendo assim, é considerada uma das mais comuns endocrinopatias. 19 A prevalência da SOP aumentou significativamente passando de 6 - 8% para 12 - 20%, como resultado da adoção dos critérios de Rotterdam para o diagnóstico, com prevalência mundial de 7 - 15%. 20 Com a alta prevalência de mulheres diagnosticadas com SOP, no Brasil são, aproximadamente, três milhões de mulheres portadoras dessa doença, surgindo após a menarca e seguindo até a menopausa. 21 Apesar do efeito negativo da SOP sobre a saúde das mulheres, sua etiologia não é bem compreendida, porém fatores genéticos e ambientais têm sido implicados no seu desenvolvimento, no entanto estudos que examinem o impacto da epigenética na SOP ainda permanecem escassos. 20 16 Alterações metabólicas A SOP tem sido considerada como uma síndrome sistêmica crônica, e é frequentemente associada com RI, hiperandrogenemia, inflamação crônica e o estresse oxidativo, embora o mecanismo de patogênese dessa síndrome ainda não esteja bem definido. 22 Resistência Insulínica e Hiperinsulinemia Em mulheres com SOP, o fenótipo metabólico inclui a hiperinsulinemia com disfunção nas células beta-pancreáticas, RI e obesidade, no qual, estas anormalidades metabólicas frequentemente precedem o DM2. A hiperinsulinemia estimula a produção de andrógenos e a secreção pelas células foliculares e reduz a concentração de globulina de ligação aos hormônios sexuais (SHBG), o que aumenta os andrógenos livres e agrava ainda mais os sintomas da SOP, existindo assim uma forte associação entre a hiperinsulinemia e a hiperandrogenemia. 20 A insulina é o mediador hormonal primário de armazenamento de energia, e ao mesmo tempo a hiperinsulinemia se torna comum na SOP. Não é claro se é devido a uma secreção excessiva de insulina, diminuição da depuração da insulina, ou ambos. Onde, concentrações persistentemente elevadas de insulina podem resultar em falta de sensibilidade das células- alvo ao longo do tempo, o que agrava a hiperinsulinemia e aumenta o potencial para a disfunção das células beta-pancreáticas. Assim, uma investigação demonstrou que os métodos que limitem ou reduzam a hiperinsulinemia nos indivíduos resistentes à insulina têm o potencial para tratar ou prevenir a obesidade e doenças relacionadas à SOP. 23 A sobreposição considerável entre as características reprodutivas e metabólicas da SOP implicam na disfunção do tecido adiposo como uma característica fundamental da síndrome. É importante ressaltar que ambas as mulheres, tanto as eutróficas quanto as com obesidade, têm a morfologia e a função do tecido adiposo anormais, como evidenciado pela diminuição da secreção de adiponectina, estando esses fatores fortemente associados com a RI. 20 A obesidade central, sendo uma característica principal da SM, está diretamente relacionada a um aumento da RI, demonstrando que a RI também é responsável pelo desenvolvimento dos ovários policísticos, embora a obesidade seja a causa principal. Com isso, os determinantes patogênicos da SOP incluem a RI e a disfunção das células beta- pancreáticas, portanto, as mulheres com essa síndrome apresentam um risco aumentado de desenvolver o DM2. 9 17 Esteatose hepática Na SOP, os mecanismos fisiopatológicos, além da RI, não estão completamente explicados, no entanto, a acumulação de triglicerídeos em tecidos (por exemplo, o músculo esquelético), pode desempenhar um papel central. A RI acompanhada por hiperinsulinemia pode promover a lipogênese hepática em pessoas jovens e saudáveis, resultando em dislipidemia e doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), ou seja, esteatose hepática, que é uma condição muito frequentemente observada em mulheres com SOP. 2 A DHGNA representa uma condição heterogênea que engloba a esteatose e a esteatohepatite não alcoólica (NASH), podendo progredir para cirrose. A prevalência da esteatose hepática é alta, havendo relatos em aproximadamente 20 - 30% da população em geral. 24 Numerosas características individuais ou condições externas associadas à esteatose hepática podem desempenhar um papel fundamental na etiologia, patogênese, história natural e progressão desta doença, tais como: idade, sexo, etnia, diabetes mellitus, obesidade, predisposição familiar, SM e RI. 24 Ainda não há um consenso sobre o tratamento de escolha para esta doença e há vários estudos voltados para a utilização de drogas para a RI e antioxidantes. Neste contexto, os estudos sobre os aspectos clínicos e epidemiológicos da doença podem adicionar informações importantes para a gestão do diagnóstico e da terapia dessas pacientes com SOP. 24 Obesidade A obesidade é uma característica prevalente na SOP atingindo cerca de 30 – 70% destas mulheres. 25,26 Existe uma variabilidade na prevalência de excesso de peso em mulheres com obesidade e SOP em populações de diferentes países. A maior prevalência de obesidade é relatada em estudos realizados nos Estados Unidos e na Austrália, com 61 - 76% das mulheres com SOP consideradas com obesidade. As mulheres com SOP são mais propensas a ter distribuição de gordura na parte superior do corpo em comparação com grupos controles pareados por peso. Onde a maior adiposidade abdominal ou visceral está associada com maior RI, o que pode exacerbar as anomalias reprodutivas e metabólicas na SOP. 27 Sabe-se que a obesidade é associada com a SOP, mas o seu papel causal nesta condição ainda precisa ser determinado. Poucos estudos relatam a associação entre o IMC e a irregularidade menstrual, e estudos randomizados foram realizados em intervenções de estilo de vida, mas estes sugerem benefícios reprodutivos e metabólicos significativos. 27 18 Salienta-se que, a obesidade é comum em mais da metade das mulheres com SOP, em que a distribuição de gordura central (obesidade androide) agrava os riscos de DM2 e DCV. Além disso, o tecido gorduroso segrega citocinas e adipocitocinas bioativas, incluindo a adiponectina, leptina, e resistina, seguindo uma associação entre a expressão desregulada de leptina e o aparecimento de patologias relacionadas com a obesidade, incluindo a SOP. 28 A obesidade agrava comorbidades da SOP, como hipertensão arterial, DM2, hipercolesterolemia e DCV. Umaovulação na SOP leva à secreção de estrogênio, que é um fator de risco para a hiperplasia endometrial e carcinoma. Além disso, a SOP reduz a qualidade de vida, causa depressão, ansiedade, obesidade, infertilidade, e hirsutismo. Sendo a depressão detectada em 40% das mulheres em SOP e a incidência de suicídio é aumentada em até 7 vezes em mulheres com essa síndrome. 29 A partir disso, o controle de peso e a dieta são componentes importantes no tratamento da SOP. No qual, a redução do peso por dieta hipocalórica leva a melhora da composição corporal, reduzindo a massa adiposa, a gordura abdominal e a circunferência da cintura em mulheres com SOP que apresentam sobrepeso e obesidade. 18 A condição da dificuldade na perda de peso em mulheres com SOP se deve tanto à redução observada na termogênese pós-prandial, que também está correlacionada com o grau de redução da sensibilidade à insulina, ou a comportamentos específicos alimentares, como por exemplo, aos transtornos alimentares e emocionais, e padrões alimentares (desejos por alimentos hipercalóricos) que são observados entre as mulheres com sobrepeso/obesidade com SOP. Com isso, o tratamento de primeira escolha para a SOP inclui intervenções dietéticas e de estilo de vida para promover um peso saudável. Nesses casos, mesmo uma perda de peso corporal modesta de 2 a 5% pode restaurar a ovulação, melhorar o perfil de hormônios reprodutores e conseguir uma melhora na sensibilidade à insulina dessas mulheres. 30 Há evidência de que a redução da massa corporal em mulheres com SOP é efetiva para melhora da sensibilidade à insulina. Sabendo que a RI parece exercer um papel chave na fisiopatologia da SOP. 31 Dislipidemia O distúrbio metabólico na SOP é reconhecido pela RI e hiperinsulinemia, intolerância à glicose e dislipidemia, esta última é marcada pelo aumento de lipoproteínas de baixa densidade (LDL-colesterol) e triglicerídeos e diminuição de lipoproteínas de alta densidade (HDL-colesterol). 32 19 A hiperinsulinemia diminui a expressão da lipoproteína lipase (LPL), enzima responsável pela lipólise no músculo esquelético, mas aumenta a expressão da LPL no tecido adiposo, no qual, a alta atividade da LPL no tecido adiposo acoplado com baixa atividade da LPL no músculo e a lipólise em adipócitos, resulta em elevadas concentrações circulantes de ácidos graxos que comprometem a sinalização da insulina e a oxidação de lipídios no músculo esquelético. Esta atividade reduzida de LPL e a oxidação de lipídios subsequentemente reduzida têm sido associadas com o ganho de peso em estudos prospectivos. Portanto, a redução da utilização de lipídios como um substrato energético tem o potencial para aumentar ainda mais a disfunção metabólica na SOP. 33 As dislipidemias são alterações do metabolismo das lipoproteínas (LP) também frequentemente associadas à SOP. Estudos epidemiológicos relatam que altas concentrações de colesterol sérico estão positivamente relacionadas à doença coronariana, ao passo que concentrações elevadas de HDL possuem uma ação protetora para a DCV. De forma semelhante ao que ocorrem com a hiperinsulinemia, esses distúrbios do metabolismo das lipoproteínas revelam uma relação isolada com a síndrome, sendo esta relação mais pronunciada quando em presença concomitante de obesidade. 34 Deste modo, a SOP torna-se um dos mais consistentes fatores preditivos de depleção de HDL. 35 Aspectos nutricionais: vitamina D na SOP Na SOP, a orientação terapêutica baseia-se em medidas relacionadas às mudanças do estilo de vida (como a orientação dietética e exercícios físicos, que irão resultar em perda de peso). A perda de peso auxilia na melhora da sintomatologia e restauração da função ovariana e metabólica de mulheres portadoras de SOP com sobrepeso ou obesidade. Uma pequena redução do peso (5%) é capaz de melhorar o hiperandrogenismo e o padrão de anovulação presentes nas portadoras dessa síndrome. Dessa forma, a avaliação do estado nutricional e do consumo alimentar e dietético de portadoras de SOP torna-se uma ferramenta importante para nortear estratégias de intervenção nutricional. 36 Recentemente tem havido um foco sobre um tratamento adjuvante na SOP. De fato, foi verificado que as mulheres com SOP têm uma elevada prevalência de deficiência de vitamina D, e as correlações da concentração sérica de 25(OH)D com vários sintomas metabólicos também foram demonstradas nesta síndrome. Sugerindo que a vitamina D pode desempenhar um papel na patogênese da SOP. 37 A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel e também considerada um importante hormônio para a homeostase do cálcio e o metabolismo ósseo, possuindo duas formas 20 principais: vitamina D2 (calciferol) e vitamina D3 (colecalciferol). A principal fonte de vitamina D é a exposição à radiação ultravioleta B (95%), e as principais fontes alimentares são carnes e vísceras, peixes, ovos e verduras de folhas verde-escuras. 38 A principal função fisiológica da vitamina D é regular a homeostase do cálcio e fósforo, e para promover a saúde óssea. No entanto, a vitamina D pode, também, ser fundamental para uma variedade de ações importantes na patogênese de doenças do sistema endócrino. 39 A deficiência da vitamina D, em adição ao seu papel na homeostase do cálcio e no metabolismo ósseo, pode causar ampla gama de efeitos com impactos negativos na homeostase da glicose, DCV e potencializar os sintomas de doenças reprodutivas, além disso, está relacionada ao câncer, doenças autoimunes e desordens psicológicas. 10 Estudos têm demonstrado associações entre as concentrações de 25(OH)D e vários sintomas da SOP, incluindo RI, infertilidade e hirsutismo. A vitamina D influencia o desenvolvimento da SOP por meio da transcrição dos genes relacionado à SOP, e a modulação hormonal influencia o metabolismo da insulina e regulação da fertilidade. Evidências sugerem que as concentrações séricas de vitamina D são semelhantes em mulheres com e sem essa doença, no entanto, houve relatos de concentrações mais baixas observadas em mulheres com SOP. 14,40 A prevalência da deficiência de vitamina D em mulheres com SOP é, aproximadamente, 67 - 85%, com concentrações séricas de 25(OH)D < 20 ng / mL 3 . Embora não haja nenhuma diferença significativa nas concentrações de 25(OH)D entre a SOP e mulheres controle (sem SOP), a alta prevalência de deficiência de vitamina D foi associada com a SM que pode ter grande impacto na saúde pública. No entanto, as baixas concentrações de 25(OH)D podem exacerbar os sintomas da SOP, como observado na figura 1. 40 Evidências demonstram o papel benéfico da vitamina D em um espectro de processo patológico incluindo DM2, DCV, câncer e doenças imunológicas. Há relatos de associação entre vitamina D com hiperandrogenismo, que predomina na SOP, associação que à parte, recentes estudos clínicos têm estabelecido de baixa prevalência de vitamina D com distúrbios metabólicos na SOP. 41-45 21 Figura 1: Efeitos da deficiência de vitamina D na etiopatogenia da SOP. 14 Em um estudo, mulheres com ovulação normal tinham concentrações mais elevadas de vitamina D do que as mulheres com SOP. Onde, a deficiência de 25(OH)D foi associada com taxas mais baixas do desenvolvimento folicular na gravidez em mulheres com SOP. Com isso, foi verificado que as mulheres com SOP e hirsutismo têm concentrações mais baixas de 25(OH)D do que mulheres sem essa condição, que pode ser explicado por uma associação da vitamina D e andrógenos. 45 Há evidências de que a vitamina D desempenha um papel importante na funçãoreprodutiva, em que a deficiência desta vitamina está associada à desregulação do cálcio, que contribui para o desenvolvimento da diminuição folicular em mulheres com SOP e resulta em disfunção menstrual e infertilidade. 13,46 Dois estudos observacionais investigaram concentrações de vitamina D em mulheres inférteis, algumas das quais tinham SOP. Em um estudo (n = 67), as 13 mulheres com SOP tiveram concentrações muito mais baixas de 25(OH)D do que as mulheres inférteis com ovulação normal. 13,14 Considerando as alterações metabólicas, em um estudo transversal (2016), as mulheres com SOP e níveis baixos de 25(OH)D haviam aumentado significativamente a RI, aumento do tecido adiposo intra e intermuscular e de triglicerídeos, assim com a suplementação de vitamina D houve diminuições significativas na massa de gordura e melhorias na sensibilidade à insulina ao longo de 12 semanas de intervenção. 47 22 Em outra intervenção realizada em 2016 avaliando 44 mulheres com SOP observou que através da suplementação de vitamina D houve melhora na RI, além do aumento do HDL nessas mulheres. Assim, considera-se que um estado de 25(OH)D baixo é um fator de risco para tolerância à glicose, RI e DM2, com isso, dados recentes sugerem o papel benéfico da vitamina D na melhora do metabolismo da glicose e da frequência menstrual, observada após a suplementação. 41 Alguns estudos também avaliaram os efeitos da suplementação de vitamina D na função reprodutiva das mulheres com SOP (Tabela 1). 37,48-55 Em um estudo que investigou os efeitos do cálcio-vitamina D e metformina na regulação do ciclo menstrual, 60 mulheres inférteis com SOP foram randomizados para um dos três tratamentos. Essas mulheres foram tratadas durante 3 meses e acompanhadas mais 3 meses após a intervenção. Como resultados, o número de folículos dominantes durante 2-3 meses de acompanhamento foi maior no grupo de cálcio-vitamina D-metformina do que nos outros dois grupos. Porém, não foram observadas diferenças significativas nas taxas de gravidez e regularidade menstrual, embora melhorias nas irregularidades menstruais fossem mais notáveis nesse grupo. Concluindo que vitamina D, cálcio e metformina poderiam ser eficazes no tratamento da anovulação e oligomenorreia em mulheres com SOP. 48 Em outro estudo de intervenção avaliando a suplementação de 1mg de 1-α- hidroxivitamina D3 / dia em 15 mulheres diagnosticadas com SOP durante 3 meses, foi observado que, houve aumento significativo das concentrações séricas de vitamina D nessas mulheres (15.15 – 28.62 μg / ml ), aumento da secreção de insulina (melhora na RI), aumento do HDL, e diminuição dos triglicerídeos. 49 Em uma intervenção realizada em 2010 (n= 11), utilizando dose única de vitamina D3 (300.000 UI), observou o efeito desta suplementação durante 3 semanas, em que como resultados foi observado que 6 mulheres (46%) conseguiram engravidar, bem como houve diminuição da testosterona livre e androstenediona (melhora do hiperandrogenismo), e diminuição dos níveis de insulina nessas mulheres. 50 Um estudo piloto com 46 mulheres com SOP também registrou melhorias na função reprodutiva, com 50% (23/46) das mulheres oligo ou amenorreicas no início do estudo relatando melhorias na frequência menstrual após 24 semanas de colecalciferol semanal (20.000 UI). Além de observada diminuição da testosterona livre e o aumento da SHBG, diminuição da glicose em jejum e dos triglicerídeos, porém foi observado o aumento do colesterol total e do LDL. 51 23 Outra intervenção realizada em 100 mulheres com SOP, houve regularidade menstrual relatada 6 meses após a intervenção (1000 UI de vitamina D / mês - durante 6 meses) e a melhora do hiperandrogenismo. 52 Em um estudo com 12 mulheres foi registrada melhora hormonal nessas mulheres após a intervenção com 3533 UI de vitamina D + 530 mg de cálcio / dia, durante 3 meses. 53 Em uma intervenção realizada em 2014 avaliando 28 mulheres diagnosticadas com SOP, utilizando a dose de 12000 UI de vitamina D3 / dia durante 12 semanas, foi verificado que houve melhora na RI nestas mulheres. 54 Após 8 semanas de intervenção em um estudo realizado com 60 mulheres utilizando a dosagem de 200 UI de vitamina D / dia, a suplementação desta vitamina resultou numa redução significativa da testosterona livre (- 2,1 ± 1,6 vs. + 0,1 ± 1,0 pg / ml) e sulfato de dehidroepiandrosterona (DHEAS) (- 0,8 ± 1,0 vs. -0,1 ± 0,5 μg / ml), melhorando o hiperandrogenismo nas avaliadas. 55 Uma meta-análise avaliou a suplementação de 400 a 12000 UI de vitamina D + 1500 mg de metformina / dia em 13 mulheres com SOP, onde a suplementação desta vitamina teve efeito significativo na melhora do desenvolvimento folicular com maior número de folículos dominantes e regulação nos ciclos menstruais (regularidade do ciclo menstrual foi de acordo com o intervalo de 25 e 35 dias de acompanhamento após a suplementação). Além disso, na literatura, as mulheres com SOP com deficiência de vitamina D respondem menos favoravelmente à indução da ovulação, assim, pode-se concluir que o status da vitamina D pode ser melhor levado em consideração ao avaliar a indução da ovulação. Neste sentido, a suplementação de vitamina D parece ser eficaz como um tratamento adjuvante para a oligoovulação ou anovulação relacionada à SOP. 37 Os estudos de intervenção / observação tiveram como propósito analisar o papel da suplementação da vitamina D em mulheres com SOP, avaliando aspectos de diferentes dosagens de vitamina D, como também houve estudos que avaliaram o efeito desta suplementação simultaneamente com o uso do cálcio e/ou metformina, analisando seus efeitos na função reprodutiva feminina, no hiperandrogenismo, na RI e no risco DCV, que são alterações frequentemente encontradas em mulheres portadoras desta síndrome. Como resultados foi observado que houve melhora na função reprodutiva dessas mulheres (aumento das taxas de gravidez, melhora da frequência menstrual, regulação dos ciclos menstruais), diminuição da testosterona livre, aumento da SHBG, ou seja, houve melhora do Hiperandrogenismo como também, foi observado que com a suplementação de 25(OH)D aumentou a secreção de insulina, consequentemente, melhora da RI nessas mulheres, 24 Tabela 1: Efeito da suplementação da vitamina D em mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos em diferentes estudos. Estudo n = Intervenção Duração da intervençã o/Observa ção 25OHD antes do tratamento (ng/mL) 25OHD depois do tratamento (ng/mL) Função Reprodutiva Hiperandrogen ismo Resistência a Insulina Risco para DCV Rashidi et al. 48 (2009) 60 - 1000mg cálcio + 400 UI de vitamina D/dia; - 1000mg cálcio + 400 UI vitamina D + 1500mg metformina/dia; OU 1500mg metformina/dia 3 meses NA NA Aumento do numero de folículos ovarianos; Aumento das taxas de gravidez; Regulação menstrual. NA NA NA Kotsa et al. 49 (2009) 15 1 mg de 1-α- hidroxivitamina D3 / dia 3 meses 15.15 ± 1.84 28.62 ± 1.65 NA NA Aumento da secreção de insulina Aumento do HDL; Diminuição de triglicerídeo Selimoglu et al. 50 (2010) 11 Dose única de vitamina D3 3 semanas 16.9 ± 16 37.1±14.6 6 mulheres engravidaram Diminuição da testosterona livre e androstenediona . Diminuição dos níveis de insulina NA Wehr et al. 51 (2011) 46 20.000 UI de colecalciferol semanalmente 24 semanas 28 ± 11 52.4 ± 21.5 23 mulherescom oligo ou amenorreia Diminuição da testosterona Diminuição da glicose Diminuição de 25 melhorou a frequência menstrual; 4 mulheres tiveram gravidez concebida livre; Aumento SHBG em jejum. triglicerídeo s Aumento do colesterol e LDL Firouzabadi et al. 52 (2012) 100 1000 UI de vitamina D por mês 6 meses NA NA Regularidade menstrual relatada seis meses após a intervenção Melhora do hiperandrogenis mo NA NA Pal et al. 53 (2012) 12 3533 UI de vitamina D por dia + 530 mg de cálcio 3 meses 26.17 ± 4.82 28.58 ± 6.30 Melhora hormonal NA NA NA Raja-Kahn et al. 54 (2014) 28 12000 UI de vitamina D3 por dia 12 semanas 19.95 ± 9.47 67.36 ± 28.62 NA NA Melhora na RI NA Razavi et al. 55 (2016) 60 200 UI de vitamina D por dia 8 semanas 14.4 ± 2.9 19.7 ± 3.1 Melhora hormonal Redução da testosterona livre Diminuição DHEAS NA NA Fang et al. 37 (2017) 13 400-12000 UI de vitamina D por dia + 1500 mg de metformina NA NA NA Melhora do desenvolvimento folicular; Regulação de ciclos menstruais NA NA NA *NA (Não Avaliado). 26 além de haver aumento das concentrações de HDL e diminuição dos triglicerídeos, diminuindo assim, os riscos destas mulheres desenvolverem DCV. 49-56 Isto sugere que há de fato uma relação entre a vitamina D e a função reprodutiva, observando que baixas concentrações séricas de 25(OH)D estão associadas a irregularidades ovulatórias e menstruais. E as altas concentrações de vitamina D foram associadas a uma maior probabilidade de gestações bem sucedidas, e um efeito benéfico da suplementação de vitamina D sobre a disfunção menstrual. 37 Conclusão Os resultados do presente estudo mostram que a deficiência da vitamina D pode estar relacionada ao DM2, à obesidade, à dislipidemia, ao menor sucesso gestacional, ao hirsutismo e hiperandrogenismo, havendo evidências de um efeito benéfico da suplementação de vitamina D na disfunção menstrual, existindo assim, relação entre a vitamina D e a melhora dos sintomas da SOP, uma vez que a deficiência de 25(OH)D pode desempenhar um papel na exacerbação desta síndrome. Porém, esta revisão da literatura destaca a necessidade de mais estudos prospectivos e de intervenção em humanos que comprovem a efetividade da adequação do status da vitamina D, tanto na prevenção como no tratamento da SOP. Declaração de divulgação do autor O autor declara que não há conflito de interesses. Referências 1. 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Senador Salgado Filho 3000, Lagoa Nova. Código postal: 59078-970 - Natal, RN. Brasil. E-mail: mariliagdantas@hotmail.com 31 ANEXOS ANEXO 1. Normas do periódico Metabolic Syndrome and Related Disorders. ISSN: 1540-4196 • Online ISSN: 1557-8518 • 10 Issues Annually Current Volume: 14 Latest Impact Factor* is 2.121 Declaração de Propósito e Política As Resenhas Breves também devem ser restritas a aproximadamente 3500 palavras e 50 referências. As cartas ao (s) Editor (es) são bem-vindas, mas com um limite de 500 palavras e não mais do que (1) tabela OU figura, e com um máximo de quatro (4) referências. Perspectivas / Comentários / Editoriais são contribuições convidadas sobre toipcs quentes em obesidade, síndrome metabólica, hiperlipidemia e diabetes. Estes não devem exceder 2.000 palavras e podem incluir até 30 referências. Perspectiva peças devem incluir um curto resumo de menos de 150 palavras. Preparação do Manuscrito A página de rosto deve incluir os nomes dos autores, graus acadêmicos e afiliações, a fonte de financiamento (se apropriado) e um título em execução com até 45 caracteres. Indique o nome, endereço postal completo, número de telefone, número de fax e endereço de e-mail do autor a quem a correspondência deve ser endereçada. A segunda página deve consistir em um resumo de não mais de 250 palavras. Os resumos de artigos originais devem conter quatro parágrafos rotulados como: Plano de fundo, Métodos, Resultados e Conclusões. Os resumos de revisões devem conter um único parágrafo não estruturado. Declaração de Divulgação Incluir uma seção intitulada "Declaração de Divulgação do Autor". Nesta parte do artigo, os autores devem divulgar quaisquer associações comerciais que possam criar um conflito de interesse em relação aos manuscritos enviados. Esta declaração deve incluir informações adequadas para cada autor, representando assim que os interesses financeiros concorrentes de todos os autores foram devidamente divulgados de acordo com a política da Revista. Tabelas e Ilustrações Cada tabela com seu título deve aparecer em uma página separada. Use algarismos arábicos para numerar tabelas. Cada tabela deve estar isolada, ser citado no texto, e a própria tabela 32 deve ser entendida independentemente do texto. Os detalhes das condições experimentais devem ser incluídos nas notas de rodapé do quadro. As informações que aparecem no texto não devem ser repetidas na tabela. Abreviaturas As abreviações de títulos de revistasdevem seguir o MEDLINE. Referências Liste as referências em ordem numérica consecutiva (não em ordem alfabética). Todas as citações de referência subseqüentes devem ser para o número original. Cite todas as referências no texto ou tabelas usando citações sobrescritas. Os dados não publicados e as comunicações pessoais não devem ser listados como referências. As referências a artigos de revistas devem incluir: (1) autores (lista três, depois et al.), (2) título, (3) nome da revista (abreviado em MEDLINE ), (4) ano, (5) (6) números de páginas inclusivos, nessa ordem.
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