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Prévia do material em texto

Disciplina: Teoria do texto em prosa 
Autores: M.e Marta Ouchar de Brito 
Revisão de Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas 
em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade 
São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
BRITO, Marta Ouchar de. 
Teoria do texto em prosa / Marta Ouchar de Brito. – Curitiba, 2017. 
32 p. 
Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Teoria do texto em prosa – Faculdade São Braz (FSB), 
2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria do texto em prosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANO 
2017 
 
 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, 
no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 
2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comuni-
dade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País 
e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de 
sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida 
com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendi-
zagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, aten-
dimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona 
excelente integração entre professores e estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação da disciplina 
 Nesta disciplina serão abordados os contextos históricos da origem da Literatura, 
evidenciando os gêneros literários e as suas particularidades. Também serão 
abordados os fundamentos históricos e conceituais dos gêneros literários em prosa 
(romance, conto, novela e crônica), suas estruturas e elementos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 1- Gêneros Literários 
Apresentação da aula 1 
Nesta aula a abordagem será nos contextos históricos e na organização clássica 
e moderna dos gêneros literários, enfatizando algumas das grandes obras 
representativas do gênero narrativo 
 
1. Gêneros Literários 
1.1 O nascimento da Literatura e a divisão clássica dos gêneros literários 
 A literatura de todos os povos tem origem oral, pois as lendas, os mitos, enfim, 
as histórias eram contadas oralmente. Com o tempo e o surgimento da escrita, essas 
histórias começaram a ser registradas nas paredes, em papiros, pergaminhos, entre 
outras formas de registros criadas ao longo do tempo. Entre as culturas da antiguidade 
clássica que produziram registros literários, temos a Babilônia, a Assíria, a Grega, a 
Romana e a Palestina. Porém, foi a tradição literária greco-romana que influenciou 
profundamente a literatura ocidental; e é exatamente essa tradição que nos deixou a 
divisão clássica dos gêneros literários. 
 Essa divisão apresenta uma classificação que facilita a identificação das obras 
a partir das características temáticas e estruturais. Dessa forma, criou-se os gêneros 
Lírico, Dramático e Épico, desse último se depreendeu o gênero Narrativo. 
 
1.2 Gênero Lírico 
 Segundo Vilarinho (S/d.), “a palavra ‘lírico’ vem do latim lyricu e significa lira (um 
instrumento musical grego).” 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://cmapspublic3.ihmc.us/rid=1L5WVGBNW-2975H95-102C/lira.jpg 
 
O lirismo contempla a emoção, os sentimentos, os estados da alma do eu-lírico, 
ser que expressa toda a subjetividade no poema. O gênero lírico é geralmente expresso 
pela poesia, mas existem textos líricos em prosa. 
A Cultura clássica greco-romana teve forte influência na Literatura 
Ocidental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo contemporâneo de antiga escritura grega 
Fonte: http://www.rodiaki.gr/articlesgallery/273029/18486.jpg 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie os seus conhecimentos literários lendo as obras 
indicadas abaixo: 
 
- Eneida, de Virgílio (Enéias e o Império Romano) 
Disponível no acesso: 
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/eneida.pdf 
 
- Ilíada, de Homero (Aquiles na Guerra de Troia, desencadeada 
pelo sequestro de Helena, esposa do Rei Menelau). 
Disponível no acesso: 
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/iliadap.pdf 
 
- Odisseia, de Homero (história de Ulisses – Odisseu – voltando 
da Guerra de Tróia para Ítaca, sua cidade Natal). 
Disponível no acesso: 
http://web.archive.org/web/20161202124858/http://www.projetol
ivrolivre.com/Odisseia%20-%20Homero%20-
%20Iba%20Mendes.pdf 
 
 
 
 
Durante a Idade Média, os poemas eram cantados pelos trovadores e se 
chamavam cantigas. Entre as formas poéticas que venceram o tempo e ainda 
continuam entre nós, a mais conhecida é o soneto, uma composição fixa de dois 
quartetos e dois tercetos. 
Luís Vaz de Camões (1524-1580), o poeta português renascentista de maior 
expoente. Sua poesia evidencia as temáticas do amor, do encantamento da mulher, do 
desconcerto do mundo, além da poesia épica em que destaca-se Os Lusíadas. Camões, 
traz em seus sonetos a concepção do amor em forma poética. Tanto no lirismo como 
no épico Camões requer um estado de percepção de seu leitor. 
 
VIII 
 
Amor, que o gesto humano na alma escreve, 
Vivas faíscas me mostrou um dia, 
Donde um puro cristal se derretia 
Por entre vivas rosas a alva neve. 
 
A vista, que em si mesma não se atreve, 
Por se certificar do que ali via, 
Foi convertida em fonte, que fazia 
A dor ao sofrimento doce e leve. 
 
Jura Amor, que brandura de vontade 
Causa o primeiro efeito; o pensamento 
Endoidece, se cuida que é verdade. 
 
Olhai como Amor gera, em um momento, 
De lágrimas de honesta piedade 
Lágrimas de imortal contentamento. 
(CAMÕES, 1598) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.portalraizes.com/content/uploads/2016/02/camoes-696x365.jpg 
 
 
 Assim como Camões, Vinícius de Moraes (1913-1980), também cultivou o 
soneto, criando poemas, onde o eu lírico, profundamente subjetivo, expressa seus 
sentimentos. 
 
Soneto da separação 
 
De repente do riso fez-se o pranto 
Silencioso e branco como a bruma 
E das bocas unidas fez-se a espuma 
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. 
 
De repente da calma fez-se o vento 
Que dos olhos desfez a última chama 
E da paixão fez-se o pressentimento 
E do momento imóvel fez-se o drama. 
 
De repente, não mais que de repente 
Fez-se de triste o que se fez amante 
E de sozinho o que se fez contente. 
 
Fez-se do amigo próximo o distante 
Fez-se da vida uma aventura errante 
De repente, não mais que de repente. 
 (MORAES, 1946, p.51) 
 
 
 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie os seus conhecimentos literários lendo 
os sonetos de Vinícius de Moraes, em sua obra 
Poemas, Sonetos e Baladas. 
 
 
 
1.3 Gênero DramáticoO gênero dramático está ligado à representação de um acontecimento. A palavra 
“drama” vem do grego e significa “ação”, portanto, é um acontecimento que carrega 
 
intensa carga emocional, que pode ser representada por atores. 
 Literariamente o drama está ligado ao teatro, pois esse gênero nasceu com a 
encenação realizada nos cultos a divindades gregas. Com o surgimento do gênero 
dramático surgem inicialmente dois tipos de peças teatrais a tragédia e a comédia. 
Entre as peças que marcaram aquele período e ainda estão entre os grandes 
textos teatrais estão: 
 Prometeu acorrentado, de Ésquilo; 
 Édipo-rei e Electra, de Sófocles; 
 Medeia, de Eurípedes; 
 Menandro, de Antífanes. 
 
 Com a utilização do gênero criou-se outros tipos de peças, tais como a 
Tragicomédia, a Farsa e o Auto. 
 Gil Vicente (1465-1536), dramaturgo e poeta português, é considerado o maior 
representante do teatro português. Criador de vários autos, dos quais destacam-se: 
 Auto da Barca do Inferno (1516); 
 Auto da Barca do Purgatório (1518); 
 Auto da Barca da Glória (1519); 
 Auto da História de Deus (1527); 
 O Velho da Horta (1512); 
 Farsa de Inês Pereira (1523); 
 Tragicomédia Pastoril da Serra da Estrela (1527); 
 Auto do Triunfo do Inverno (1529); 
 Comédia do Viúvo (1514); 
 Comédia sobre a Divisa da Cidade de Coimbra (1527); 
 Floresta de Enganos (1536). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Auto da barca do inferno (Ilustração da edição original) – Gil Vicente (1516) 
Fonte: http://i.imgur.com/AbuDzIb.jpg 
 
 
Auto da barca do inferno 
 
[...] 
Vem o Fidalgo e, chegando ao batel infernal, 
diz: 
 
FIDALGO Esta barca onde vai ora, 
que assi está apercebida? 
 
DIABO Vai pera a ilha perdida, 
e há-de partir logo ess'ora. 
 
FIDALGO Pera lá vai a senhora? 
 
DIABO Senhor, a vosso serviço. 
 
FIDALGO Parece-me isso cortiço... 
 
DIABO Porque a vedes lá de fora... 
[...] 
 (VICENTE, 1516) 
 
 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
 
Amplie os seus conhecimentos lendo o Auto da 
Compadecida, de autoria de Ariano Suassuna. 
Esse auto foi escrito em 1955 e teve a sua 
primeira apresentação em 1956, em Recife. A 
obra traz em seu gênero dramático o drama do 
Nordeste brasileiro, inserindo elementos da 
tradição literária de cordel, misturando cultura 
popular e tradição religiosa. 
 
 
1.4 Gênero Épico 
O gênero épico, presta-se à narrativas de grandes feitos históricos, que 
enaltecem a história dos povos. Dentre seus precursores o mais conhecido é Camões, 
com a obra Os Lusíadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://portugues2013.weebly.com/uploads/8/8/6/0/8860561/__6489519_orig.jpg 
 
 
Os Lusíadas 
 
Canto I 
 
As armas e os Barões assinalados 
Que da Ocidental praia Lusitana 
 
Por mares nunca de antes navegados 
Passaram ainda além da Taprobana, 
Em perigos e guerras esforçados 
Mais do que prometia a força humana, 
E entre gente remota edificaram 
Novo Reino, que tanto sublimaram; 
 
E também as memórias gloriosas 
Daqueles Reis que foram dilatando 
A Fé, o Império, e as terras viciosas 
De África e de Ásia andaram devastando, 
E aqueles que por obras valerosas 
Se vão da lei da Morte libertando, 
Cantando espalharei por toda parte, 
Se a tanto me ajudar o engenho e arte. 
 
 (CAMÕES, 1572) 
 
 
 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie os seus conhecimentos lendo os poemas 
épicos abaixo: 
 
- Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. A obra 
está dividida em 10 cantos, e o tema do poema 
é a história de Portugal desde os primórdios até 
o tempo de Camões, com uma narrativa 
idealizada e alusões frequentes à mitologia e 
cultura clássica. 
Disponível no acesso: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/text
o/bv000162.pdf 
 
- A Divina Comédia, de Dante Alighieri. A obra 
trata-se de um poema, no qual narra-se 
simetricamente e de maneira planejada uma 
viagem pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, 
descrevendo ricamente as etapas dessa 
viagem. 
Disponível no acesso: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/text
o/eb00002a.pdf 
 
 
 
1.5 Gênero Narrativo 
 No gênero narrativo, o principal foco, constrói-se a partir da narração de um fato 
que pode ser real ou ficcional. A palavra “narrar” vem do latim narratio e refere-se 
exatamente ao “ato de narrar acontecimentos reais ou fictícios”. 
 Na Antiguidade Clássica, os gêneros literários reconhecidos eram o épico, o 
lírico e o dramático, mas com o tempo o gênero narrativo surgiu como uma variante do 
gênero épico e dentro dessa nova categoria surgiram outros gêneros, tais como o 
romance, a novela, o conto, a crônica e a fábula. 
 A narrativa se estrutura ao redor de um enredo, ou seja, uma sequência de fatos 
que produzirão a história. Os elementos básicos constitutivos desse gênero são: o foco 
 
narrativo, o tempo, o espaço, o enredo e as personagens. 
 Ao longo do tempo, grandes escritores produziram verdadeiras obras-primas em 
prosa, narrando histórias reais ou imaginárias. 
Resumo da aula 1 
 Nesta aula abordaram-se os contextos históricos da “origem literatura”, a qual 
supostamente originou-se na tradição oral (lendas, mitos, histórias contadas oralmente), 
através da contação. Também evidenciaram-se as divisões clássicas dos gêneros 
literários e suas principais características. 
Atividade de Aprendizagem 
 
 
Escolha um dos gêneros clássicos literários e discorra sobre as suas 
características. 
 
 
 
Aula 2 – Fundamentos Históricos e Conceituais 
Apresentação da aula 2 
Nesta aula serão evidenciados os fundamentos históricos e conceituais dos 
gêneros literários em prosa (romance, conto, novela e crônica). 
 
2. Fundamentos Históricos e Conceituais 
2.1 Romance 
 O gênero Romance é um derivativo da Epopeia burguesa (durante a sua 
ascensão dessa classe social). A hipótese mais aceita a respeito da origem do termo 
romance afirma que essa palavra se originou do vocábulo romanice, que se referia à 
língua falada nas regiões ocupadas pelos romanos. O termo romanço, palavra que 
designa o conjunto das línguas românicas, correspondendo, numa fase de transição 
entre o latim e as línguas vulgares, (derivado de romanice) inicialmente servia para 
designar narrativas fantasiosas e imaginativas, daí seu aspecto ficcional. Essas 
 
narrativas, todavia, não eram apresentadas apenas no formato de texto em prosa, pois 
havia também a narrativa em verso. 
 Em meados do século XVIII, com o surgimento do Romantismo, conheceremos 
o romance com o formato que tem hoje. 
Servindo a burguesia em ascensão, o romance tornou-se porta-voz de suas 
ambições, desejos, vaidades, e, ao mesmo tempo e, sobretudo, ópio sedativo 
ou fuga da materialidade diária, [...], oferecendo-lhes a própria existência 
artificial e vazia como espetáculo [...]. Portanto, sem saber, gozam o espetáculo 
da própria vida como se fora alheia, estimulando desse modo uma forma 
literária que funcionava como espelho em que se miravam, [...]. Na verdade, 
oferecia-se aos burgueses a imagem do que pretendiam ser, do que sonhavam 
ser e não do que, efetivamente, eram. (MOISÉS, 1973, p. 188) 
 
 Segundo Lukács (2000), o romance é uma epopeia burguesa, pois é ele que 
destaca, valoriza e solidifica os mais caros costumes e valores da então classe em 
ascensão. Quanto à forma, o romance “possui vários nós conflituais, mas um deles, o 
principal, serve de centro dramático em volta do qual orbitam os demais. Em um 
romance os conflitos estão intimamente ligados, bem como as personagens que 
vivenciam esses conflitos”. 
[...] o romance, “epopéia da era burguesa”, estariadesde o seu advento sob o 
signo do paradoxo: condenado à fragmentariedade e à insuficiência por um 
substrato histórico-filosófico em que a “totalidade extensiva da vida” não mais 
está dada de forma palpável e a “imanência do sentido à vida” tornou-se 
problemática, ele não pode, por outro lado, renunciar à disposição para a 
totalidade. (LUKÁCS, 2000). 
 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
 
Leia o livro Teoria do romance: um ensaio 
histórico-filosófico sobre as formas da grande 
épica, de autoria de Georg Lukács. Na obra o 
autor traz considerações aprofundadas à 
respeito da teoria do Romance. 
 
Disponível no acesso: 
http://letrasorientais.fflch.usp.br/sites/letrasorien
tais.fflch.usp.br/files/LUK%C3%81CS,%20Geor
g%20-
%20A%20Teoria%20do%20Romance.pdf 
 
 
 
Alguns dos mais importantes romances brasileiros em ordem cronológica são: 
 Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Machado de Assis; 
 O Ateneu (1888), Raul Pompeia; 
 Dom Casmurro (1900), de Machado de Assis; 
 Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909), Lima Barreto; 
 Macunaíma (1928), Mário de Andrade; 
 São Bernardo (1936), de Graciliano Ramos; 
 Vidas Secas (1938), Graciliano Ramos; 
 Fogo Morto (1943), José Lins do Rego; 
 Grande Sertão: Veredas (1956), Guimarães Rosa; 
 A Paixão Segundo GH (1964), Clarice Lispector; 
 A Pedra do Reino (1971), Ariano Suassuna. 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Amplie os seus estudos lendo os Romances: 
- Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe (1774) 
 
 
- Os Miseráveis, de Victor Hugo (1862) 
 
 
- O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde (1890) 
 
 
- A Hora da Estrela, de Clarice Lispector (1977) 
 
2.2 Conto 
 A origem do conto remonta aos tempos antigos, pois ele já existia nas práticas 
de narrativas orais realizadas ao redor das fogueiras. Esse gênero literário também fez 
parte da cultura grega e romana, passando pela Idade Média e chegando até nossos 
dias. Desse modelo formal, depreendeu-se variantes que se referem à temática, ou 
seja, contos fantasiosos, contos de amor, de terror, ficção científica, entre outros. 
 O conto possui apenas um núcleo dramático, ou seja, apenas um conflito, e toda 
 
a narrativa gira em torno desse conflito. 
Além de utilizar uma linguagem simples, direta, acessível e dinâmica o conto é a 
narração de um fato inusitado, mas possível, que pode ocorrer na vida das pessoas 
embora não seja tão comum. (ARAUJO, S/d.) 
 A Literatura Brasileira é muito fértil no que se refere a grandes contistas e entre 
eles (contistas e contos) podemos citar: 
 Machado de Assis: Uns Braços; Histórias da Meia-Noite; Contos 
Fluminenses; Papéis Avulsos; Histórias Sem Data; Várias Histórias; 
Páginas Recolhidas; Relíquias da Casa Velha; A missa do galo. 
 Clarice Lispector: Laços de Família; Alguns Contos; A Legião 
Estrangeira; Felicidade Clandestina; A Imitação da Rosa; A Via 
Crucis do Corpo; Onde Estivestes de Noite. 
 João Guimarães Rosa: Sagarana; Primeiras Estórias; Tutaméia; 
Estas Estórias; Ave, Palavra. 
 Lygia Fagundes Telles: Porão e Sobrado; Antes do Baile Verde; 
Seminário dos Ratos; A Disciplina do Amor; Mistérios; Oito Contos 
de Amor; Invenção e Memória; Biruta; Conspiração de Nuvens. 
 Monteiro Lobato: Urupês; Cidades Mortas; Negrinha; Contos 
Escolhidos; Contos Leves; Contos Pesados; Urupês, Outros Contos 
e Coisas. 
 Dalton Trevisan: Cemitério de Elefantes; O Vampiro de Curitiba; 
Primeiro Livro de Contos; Vinte Contos Menores; Contos Eróticos. 
 Aluísio Azevedo: Demônios. 
 Mia Couto: Vozes Anoitecidas; Cada Homem é uma Raça; Estórias 
Abensonhadas; Contos do Nascer da Terra; O Fio das Missangas; 
Na Berma de Nenhuma Estrada. 
 Luciano de Samosata: O Cínico; O Asno; Uma História Verdadeira; 
O Amigo da Mentira; Diálogo dos Mortos; Leilão de Vidas; O Burro 
Lúcio; A Passagem de Peregrino. 
 Rubem Fonseca: Os Prisioneiros; A Coleira do Cão; Lúcia 
McCartney; Feliz Ano Novo; O Cobrador; 64 Contos de Rubem 
Fonseca; O Buraco na Parede; Histórias de Amor. 
 
 
2.3 Novela 
 As novelas de cavalaria surgiram na França ou na Inglaterra derivadas das 
canções de gesta, poemas que foram transformados em prosa. Essas narrativas de 
feitos heroicos já eram contadas em capítulos. 
 Houve certamente uma transformação nesse modelo narrativo, mas algumas 
características ainda persistem, tais como a organização em capítulos. 
 A novela apresenta vários nós conflituais, de certa forma ligados, mas não 
dependentes uns dos outros. 
 Segundo Gancho (2006), novela é: 
[...] é um romance mais curto, isto é, tem um número menor de personagens, 
conflitos e espaços, ou os tem em igual número ao romance, com a diferença 
de que a ação no tempo é mais veloz na novela. (GANCHO, 2006. p.7-8). 
 
 
2.4 Crônica 
 A crônica nasceu como recurso para registrar (em ordem cronológica) fatos 
corriqueiros, mas relevantes da vida de reis e pessoas importantes. Isso aconteceu, de 
maneira marcante, na História Portuguesa, quando Fernão Lopes e outros cronistas 
registraram os acontecimentos cotidianos da vida dos reis de Portugal e sua expansão 
marítima (a crônica em sua primeira acepção era um relato de fatos históricos). 
Do grego chronikós, relativo a tempo (chrónos), pelo latim chronica, o vocábulo 
“crônica” designava, no início da era cristã, uma lista ou relação de 
acontecimentos ordenados segundo a marcha do tempo, isto é, em sequência 
cronológica. Situada entre os anais e a história, limitava-se a registrar os 
eventos sem aprofundar-lhes as causas ou tentar interpretá-los. Em tal 
acepção, a crônica atingiu o ápice depois do século XII, graças a Froissart, na 
França, Geoffrey of Monmouth, na Inglaterra, Fernão Lopes, em Portugal, 
Alfinso X, na Espanha, quando se aproximou estreitamente da historiografia, 
não sem ostentar traços de ficção literária. A partir da Renascença, o termo 
‘crônica’ cedeu vez a ‘história’, finalizando, por conseguinte, o seu milenar 
sincretismo. (MASSAUD, 2003, p. 101). 
 
 Modernamente, a crônica pode se apresenta como uma avaliação crítica, como 
a narração de fatos reais ou imaginários ou mesmo como um comentário pessoal diante 
do que é narrado, o que implica certa subjetividade sobre a possível realidade retratada. 
 Quanto à forma, a crônica contemporânea é uma narração curta que aborda 
fatos cotidianos e por isso mesmo não conta com heróis ou grandes vilões e sim com 
 
personagens comuns. Essa abordagem pode ser humorística, irônica, satírica ou crítica. 
Costuma seguir o tempo cronológico e utilizar uma linguagem simples, recheada dos 
coloquialismos próprios da vida cotidiana. 
 
Resumo da aula 2 
 Nesta aula o foco foi nos conceitos dos gêneros literários em prosa (romance, 
conto, novela e crônica), nos quais evidenciaram-se autores e importantes obras 
brasileiras. 
Atividade de Aprendizagem 
 
Evidencie as diferenças entre romance, conto e novela. 
 
 
 
 
Aula 3 – Análise Literária 
Apresentação da aula 3 
Nesta aula o foco será na estrutura e nos elementos constitutivos do texto 
narrativo. 
 
3. Análise Literária 
3.1 Conceitos fundamentais 
 Para que se possa efetuar uma análise literária detalhada de uma obra, faz-se 
necessário o entendimento de alguns conceitos, os quais evidenciam-se na sequência. 
 Diegese é um conceito de narratologia, estudos literários, dramatúrgicos e de 
cinema que diz respeito à dimensão ficcional de uma narrativa. A diegese é a realidade 
própria da narrativa ("mundo ficcional", "vida fictícia"), à parte da realidade externa de 
quem lê (o chamado "mundo real" ou "vida real"). O tempo diegético e o espaço 
diegético são, assim,o tempo e o espaço que decorrem ou existem dentro da trama, 
com suas particularidades, limites e coerências determinadas pelo autor. 
 
 
Araujo (2011), define que discurso narrativo: 
[...] a história narrada pelo narrador, apresentada em um discurso organizado. 
“Abrange um conjunto de acontecimentos que estão ligados entre si por 
relações de causa e consequência. (ARAUJO, 2011). 
 
A narrativa literária é uma narrativa ficcional, que não aconteceu realmente, foi 
criada pela imaginação do escritor. Já a narrativa não literária é a narrativa de fatos 
reais, acontecidos no mundo sensível. 
O referente é uma unidade de pensamento, uma construção mental. 
A epifania é derivado do grego epiphanéia significa aparição, manifestação. Na 
literatura, epifania define-se como uma forma de mostrar um conceito, algo que o 
escritor quer que o leitor veja e compreenda exatamente com o que ele quer dizer, que 
o leitor tenha um entendimento completo do que está lendo. É tornar legível aquilo que 
só o autor compreende, e quer que todos vejamos do mesmo jeito. 
A estrutura narrativa é de grande importância na construção textual. A narrativa 
se desenvolve em torno de um enredo, nome que se dá a sequência dos fatos. A partir 
do enredo chega-se ao tema, que é o motivo central do texto. O enredo apresenta 
situações de conflitos ou ações, que são divididos em quatro partes: 
 Exposição: apresentação do fato que será narrado, momento no qual o 
leitor recebe as primeiras informações para acompanhar o 
desenvolvimento da narrativa; 
 Conflito: perturbação provocada por embates entre personagens e/ou 
situações problemas que impulsionam a narrativa; 
 Complicação: aprofundamento da situação problema, do conflito; 
 Clímax: ápice da narrativa. Trata-se de um momento de intensa emoção 
e dramaticidade que encaminha a narrativa para um final feliz ou para um 
desfecho trágico; 
 Epílogo: desfecho da narrativa, acompanhado da resolução do conflito. 
 
 
 
 
 
3.2 Análise Literária 
Texto: Missa do Galo, de Machado de Assis (1899). 
EXPOSIÇÃO 
 Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos 
anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um 
vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à 
meia-noite. 
 A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora 
casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, 
Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem, quando vim de Mangaratiba para o 
Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. 
 Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da rua do Senado, com os meus 
livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, 
a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente 
estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais 
de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse 
consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; 
ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que 
eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma 
senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição 
padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, 
acostumara-se, e acabou achando que era muito direito. 
 Boa Conceição! Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente 
suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento 
moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de 
que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. 
Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto 
era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não 
dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não 
soubesse amar. 
 
 
CONFLITO 
 Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 
1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver 
"a missa do galo na Corte". A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na 
sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem 
acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria 
outra, a terceira ficava em casa. 
 - Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? perguntou-me a mãe de 
Conceição. 
 - Leio, D. Inácia. 
Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha tradução creio do Jornal do 
Comércio. Sentei-me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro 
de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de 
D’Artagnan e fui-me às aventuras. Dentro em pouco estava completamente ébrio de 
Dumas. Os minutos voavam, ao contrário do que costumam fazer, quando são de 
espera; ouvi bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, 
um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. Eram uns passos no 
 
corredor que ia da sala de visitas à de jantar; levantei a cabeça; logo depois vi 
assomar à porta da sala o vulto de Conceição. 
 
 
COMPLICAÇÃO 
 - Ainda não foi? Perguntou ela. 
 - Não fui; parece que ainda não é meia-noite. 
 - Que paciência! 
 Conceição entrou na sala, arrastando as chinelinhas da a1cova. Vestia um 
roupão branco, mal apanhado na cintura. Sendo magra, tinha um ar de visão 
romântica, não disparatada como o meu livro de aventuras. Fechei o livro; ela foi 
sentar-se na cadeira que ficava defronte de mim, perto do canapé. Como eu lhe 
perguntasse se a havia acordado, sem querer, fazendo barulho, respondeu com 
presteza: 
 - Não! qual! Acordei por acordar. 
 Fitei-a um pouco e duvidei da afirmativa. Os olhos não eram de pessoa que 
acabasse de dormir; pareciam não ter ainda pegado no sono. Essa observação, 
porém, que valeria alguma coisa em outro espírito, depressa a botei fora, sem 
advertir que talvez não dormisse justamente por minha causa, e mentisse para me 
não afligir ou aborrecer. Já disse que ela era boa, muito boa. 
 - Mas a hora já há de estar próxima, disse eu. 
 - Que paciência a sua de esperar acordado, enquanto o vizinho dorme! E 
esperar sozinho! Não tem medo de almas do outro mundo? Eu cuidei que se 
assustasse quando me viu. 
 - Quando ouvi os passos estranhei; mas a senhora apareceu logo. 
 - Que é que estava lendo? Não diga, já sei, é o romance dos Mosqueteiros. 
 - Justamente: é muito bonito. 
 - Gosta de romances? 
 - Gosto. 
 - Já leu a Moreninha? 
 - Do Dr. Macedo? Tenho lá em Mangaratiba. 
 - Eu gosto muito de romances, mas leio pouco, por falta de tempo. Que 
romances é que você tem lido? 
 Comecei a dizer-lhe os nomes de alguns. Conceição ouvia-me com a cabeça 
reclinada no espaldar, enfiando os olhos por entre as pálpebras meio cerradas, sem 
os tirar de mim. De vez em quando passava a língua pelos beiços, para umedecê-
los. Quando acabei de falar, não me disse nada; ficamos assim alguns segundos. 
Em seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles pousar o queixo, 
tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos 
espertos. 
 - Talvez esteja aborrecida, pensei eu. 
 E logo alto: 
 - D. Conceição, creio que vão sendo horas, e eu... 
 - Não, não, ainda é cedo. Vi agora mesmo o relógio; são onze e meia. Tem 
tempo. Você, perdendo a noite, é capaz de não dormir de dia? 
 - Já tenho feito isso. 
 - Eu, não; perdendo uma noite, no outro dia estou que não posso, e, meia hora 
que seja, hei de passar pelo sono. Mas também estou ficando velha. 
 - Que velha o quê, D. Conceição? 
 Talfoi o calor da minha palavra que a fez sorrir. De costume tinha os gestos 
demorados e as atitudes tranquilas; agora, porém, ergueu-se rapidamente, passou 
 
para o outro lado da sala e deu alguns passos, entre a janela da rua e a porta do 
gabinete do marido. Assim, com o desalinho honesto que trazia, dava-me uma 
impressão singular. Magra embora, tinha não sei que balanço no andar, como quem 
lhe custa levar o corpo; essa feição nunca me pareceu tão distinta como naquela 
noite. Parava algumas vezes, examinando um trecho de cortina ou consertando a 
posição de algum objeto no aparador; afinal deteve-se, ante mim, com a mesa de 
permeio. Estreito era o círculo das suas ideias; tornou ao espanto de me ver esperar 
acordado; eu repeti-lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira missa do galo na 
Corte, e não queria perdê-la. 
 - É a mesma missa da roça; todas as missas se parecem. 
 - Acredito; mas aqui há de haver mais luxo e mais gente também. Olhe, a 
semana santa na Corte é mais bonita que na roça. São João não digo, nem Santo 
Antônio... 
 
 
CLÍMAX 
 Pouco a pouco, tinha-se inclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa e 
metera o rosto entre as mãos espalmadas. Não estando abotoadas, as mangas, 
caíram naturalmente, e eu vi-lhe metade dos braços, muitos claros, e menos magros 
do que se poderiam supor. A vista não era nova para mim, posto também não fosse 
comum; naquele momento, porém, a impressão que tive foi grande. As veias eram 
tão azuis, que apesar da pouca claridade, podia contá-las do meu lugar. A presença 
de Conceição espertara-me ainda mais que o livro. Continuei a dizer o que pensava 
das festas da roça e da cidade, e de outras coisas que me iam vindo à boca. Falava 
emendando os assuntos, sem saber por quê, variando deles ou tornando aos 
primeiros, e rindo para fazê-la sorrir e ver-lhe os dentes que luziam de brancos, todos 
iguaizinhos. Os olhos dela não eram bem negros, mas escuros; o nariz, seco e longo, 
um tantinho curvo, dava-lhe ao rosto um ar interrogativo. Quando eu alteava um 
pouco a voz, ela reprimia-me: 
 - Mais baixo! Mamãe pode acordar. 
 E não saía daquela posição, que me enchia de gosto, tão perto ficavam as 
nossas caras. Realmente, não era preciso falar alto para ser ouvido; cochichávamos 
os dois, eu mais que ela, porque falava mais; ela, às vezes, ficava séria, muito séria, 
com a testa um pouco franzida. Afinal, cansou; trocou de atitude e de lugar. Deu volta 
à mesa e veio sentar-se do meu lado, no canapé. Voltei-me, e pude ver, a furto, o 
bico das chinelas; mas foi só o tempo que ela gastou em sentar-se, o roupão era 
comprido e cobriu-as logo. Recordo-me que eram pretas. Conceição disse baixinho: 
 - Mamãe está longe, mas tem o sono muito leve; se acordasse agora, coitada, 
tão cedo não pegava no sono. 
 - Eu também sou assim. 
 - O quê? Perguntou ela inclinando o corpo para ouvir melhor. 
 Fui sentar-me na cadeira que ficava ao lado do canapé e repeti a palavra. Riu-
se da coincidência; também ela tinha o sono leve; éramos três sonos leves. 
 - Há ocasiões em que sou como mamãe: acordando, custa-me dormir outra 
vez, rolo na cama, à toa, levanto-me, acendo vela, passeio, torno a deitar-me, e nada. 
 - Foi o que lhe aconteceu hoje. 
 - Não, não, atalhou ela. 
 Não entendi a negativa; ela pode ser que também não a entendesse. Pegou 
das pontas do cinto e bateu com elas sobre os joelhos, isto é, o joelho direito, porque 
acabava de cruzar as pernas. Depois referiu uma história de sonhos, e afirmou-me 
que só tivera um pesadelo, em criança. Quis saber se eu os tinha. A conversa reatou-
 
se assim lentamente, longamente, sem que eu desse pela hora nem pela missa. 
Quando eu acabava uma narração ou uma explicação, ela inventava outra pergunta 
ou outra matéria, e eu pegava novamente na palavra. De quando em quando, 
reprimia-me: 
 - Mais baixo, mais baixo... 
 Havia também umas pausas. Duas outras vezes, pareceu-me que a via 
dormir; mas os olhos, cerrados por um instante, abriam-se logo sem sono nem fadiga, 
como se ela os houvesse fechado para ver melhor. Uma dessas vezes creio que deu 
por mim embebido na sua pessoa, e lembra-me que os tornou a fechar, não sei se 
apressada ou vagarosamente. Há impressões dessa noite, que me aparecem 
truncadas ou confusas. Contradigo-me, atrapalho-me. Uma das que ainda tenho 
frescas é que, em certa ocasião, ela, que era apenas simpática, ficou linda, ficou 
lindíssima. 
 
 
FIM DO CLÍMAX 
 Estava de pé, os braços cruzados; eu, em respeito a ela, quis levantar-me; não 
consentiu, pôs uma das mãos no meu ombro, e obrigou-me a estar sentado. Cuidei 
que ia dizer alguma coisa; mas estremeceu, como se tivesse um arrepio de frio, 
voltou as costas e foi sentar-se na cadeira, onde me achara lendo. Dali relanceou a 
vista pelo espelho, que ficava por cima do canapé, falou de duas gravuras que 
pendiam da parede. 
 - Estes quadros estão ficando velhos. Já pedi a Chiquinho para comprar 
outros. 
 Chiquinho era o marido. Os quadros falavam do principal negócio deste 
homem. Um representava "Cleópatra"; não me recordo o assunto do outro, mas eram 
mulheres. Vulgares ambos; naquele tempo não me pareciam feios. 
 - São bonitos, disse eu. 
 - Bonitos são; mas estão manchados. E depois francamente, eu preferia duas 
imagens, duas santas. Estas são mais próprias para sala de rapaz ou de barbeiro. 
 - De barbeiro? A senhora nunca foi a casa de barbeiro. 
 - Mas imagino que os fregueses, enquanto esperam, falam de moças e 
namoros, e naturalmente o dono da casa alegra a vista deles com figuras bonitas. 
Em casa de família é que não acho próprio. É o que eu penso; mas eu penso muita 
coisa assim esquisita. Seja o que for, não gosto dos quadros. Eu tenho uma Nossa 
Senhora da Conceição, minha madrinha, muito bonita; mas é de escultura, não se 
pode pôr na parede, nem eu quero. Está no meu oratório. 
 A ideia do oratório trouxe-me a da missa, lembrou-me que podia ser tarde e 
quis dizê-lo. Penso que cheguei a abrir a boca, mas logo a fechei para ouvir o que 
ela contava, com doçura, com graça, com tal moleza que trazia preguiça à minha 
alma e fazia esquecer a missa e a igreja. Falava das suas devoções de menina e 
moça. Em seguida referia umas anedotas de baile, uns casos de passeio, 
reminiscências de Paquetá, tudo de mistura, quase sem interrupção. Quando cansou 
do passado, falou do presente, dos negócios da casa, das canseiras de família, que 
lhe diziam ser muitas, antes de casar, mas não eram nada. Não me contou, mas eu 
sabia que casara aos vinte e sete anos. 
Já agora não trocava de lugar, como a princípio, e quase não saíra da mesma atitude. 
Não tinha os grandes olhos compridos, e entrou a olhar à toa para as paredes. 
 - Precisamos mudar o papel da sala, disse daí a pouco, como se falasse 
consigo. 
Concordei, para dizer alguma coisa, para sair da espécie de sono magnético, ou o 
 
que quer que era que me tolhia a língua e os sentidos. Queria e não queria acabar a 
conversação; fazia esforço para arredar os olhos dela, e arredava-os por um 
sentimento de respeito; mas a ideia de parecer que era aborrecimento, quando não 
era, levava-me os olhos outra vez para Conceição. A conversa ia morrendo. Na rua, 
o silêncio era completo. 
Chegamos a ficar por algum tempo, - não posso dizer quanto, - inteiramente calados. 
O rumor único e escasso, era um roer de camundongo no gabinete, que me acordou 
daquela espécie de sonolência; quis falar dele, mas não achei modo. Conceição 
parecia estar devaneando. 
 
 
EPÍLOGO 
 Subitamente, ouvi uma pancada na janela, do lado de fora, e uma voz que 
bradava: "Missa do galo! Missa do galo!" 
 - Aí está o companheiro, disse ela levantando-se. Tem graça; você é que ficou 
de ir acordá-lo, ele é que vem acordar você. Vá, que hão de ser horas; adeus. 
 - Já serão horas? perguntei. 
 - Naturalmente. 
 - Missado galo! Repetiram de fora, batendo. 
 -Vá, vá, não se faça esperar. A culpa foi minha. Adeus; até amanhã. 
 E com o mesmo balanço do corpo, Conceição enfiou pelo corredor dentro, 
pisando mansinho. Saí à rua e achei o vizinho que esperava. Guiamos dali para a 
igreja. Durante a missa, a figura de Conceição interpôs-se mais de uma vez, entre 
mim e o padre; fique isto à conta dos meus dezessete anos. Na manhã seguinte, ao 
almoço, falei da missa do galo e da gente que estava na igreja sem excitar a 
curiosidade de Conceição. Durante o dia, achei-a como sempre, natural, benigna, 
sem nada que fizesse lembrar a conversação da véspera. Pelo Ano-Bom fui para 
Mangaratiba. Quando tornei ao Rio de Janeiro, em março, o escrivão tinha morrido 
de apoplexia. Conceição morava no Engenho Novo, mas nem a visitei nem a 
encontrei. Ouvi mais tarde que casara com o escrevente juramentado do marido. 
Fonte: (ASSIS, 1994). 
 
No conto A missa do galo, Machado de Assis utiliza-se do foco narrativo em 
primeira pessoa (o narrador também é personagem). No decorrer da trama Machado 
de Assis utiliza algumas construções sintáticas que às vezes parecem antigas, mas 
para a época que foi escrita era a pura modernidade estilística. Escrita em primeira 
pessoa e as conversas inesperadas, misturando-se a sensualidade é uma das 
características dos contos machadianos. 
 
Resumo da aula 3 
 Nesta aula evidenciaram-se elementos constitutivos do texto narrativo. 
Finalizando efetuou-se a análise literária do conto A missa do Galo, de Machado de 
Assis (1899). 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
Escolha um conto de sua preferência e efetue análise literária do 
mesmo. 
 
 
 
Aula 4 - Elementos da Narrativa 
Apresentação da aula 4 
Nesta aula serão apresentado os elementos constitutivos dos textos 
narrativos em prosa. 
 
4. Elementos da narrativa 
4.1 Narrativa 
Segundo Vilarinho (S/d.): 
A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla 
dados reais e imaginários. O texto narrativo apresenta personagens que atuam 
em um tempo e em um espaço, organizados por uma narração feita por um 
narrador. 
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a história. 
(VILARINHO, S/d.) 
 
 
A narrativa subdivide-se nos seguintes elementos: 
 Foco narrativo; 
 Personagem; 
 Tempo; 
 Espaço; 
 Enredo; 
 Clímax; 
 Desfecho. 
 
 
 
4.1.1 Foco Narrativo 
O foco narrativo é o ponto de vista sob o qual o fato é narrado. Através da 
perspectiva assumida pelo narrador, pode-se classificar o foco narrativo, ou seja, o 
narrador, em narrador-observador ou narrador personagem. 
O narrador-observador, ao narrar os fatos, assume uma perspectiva de fora da 
história, como se estivesse em um lugar estratégico e acompanhasse o desenrolar dos 
fatos sem assumir papel de personagem ou interferir como tal. Nesse caso, dizemos 
que a narração acontece em terceira pessoa. 
Uma segunda classificação divide em essa categoria em narrador-observador 
e narrador-observador onisciente. Esse último, além de observar e narrar os fatos 
em terceira pessoa (ele/ela/eles/elas) também tem ciência dos pensamentos das 
personagens, por isso seu alcance é mais amplo. 
O narrador-personagem participa mais estreitamente da história, pois assume 
papel de uma das personagens. Nesse caso, dizemos que a história é contada em 
primeira pessoa (eu ou nós). 
Segundo Vilariho (S/d.): 
- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na qual é 
participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao mesmo tempo, a 
história é contada em 1ª pessoa. 
 
- Narrador-observador: é aquele que conta a história como alguém que 
observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a história é contada em 
3 pessoa. 
 
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as personagens, 
revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa 
e sua voz, muitas vezes, aparece misturada com pensamentos dos 
personagens (discurso indireto livre). [grifos nossos] (VILARINHO, S/d.). 
 
 
4.1.2 Personagem 
Personagem é qualquer elemento que ocupa um espaço ou pratica uma ação 
intencional ou involuntária dentro da narrativa, pode ser considerado uma personagem. 
As personagens podem ser divididas em categorias, quais sejam: protagonistas, 
personagens secundárias e figurantes. 
O protagonista desempenha papel central na trama e sua atuação é fundamental 
para a evolução da narrativa. Esse personagem é também chamado de personagem 
principal ou herói. 
As personagens secundárias desempenham um papel menor na narrativa, mas 
 
nem por isso menos importante para o desenvolvimento da ação. 
Os figurantes têm papel irrelevante no desenvolvimento da ação, pois a eles 
cabe a ilustração do ambiente ou do espaço social que circunda a narrativa. Os 
personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são 
elementos vitais, podendo ser personagens são principais ou secundárias, conforme o 
papel que desempenham no enredo, podem ser apresentadas direta ou indiretamente. 
 
A apresentação direta é quando o personagem aparece de forma clara 
no texto, retratando suas características físicas e/ou psicológicas, já a 
apresentação indireta se dá quando os personagens aparecem aos 
poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do 
enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do 
modo como vai fazendo. 
 
 
4.1.3 Tempo 
O tempo em uma narrativa pode ser cronológico, psicológico, histórico ou ainda 
o tempo do discurso. 
 Tempo cronológico: determinado pela sucessão cronológica dos 
acontecimentos narrados. 
 Tempo psicológico: é um tempo subjetivo, vivido ou sentido pela 
personagem, que flui em consonância com o seu estado de espírito. 
 Tempo histórico: refere-se à época ou momento histórico em que a ação 
se desenrola. 
 Tempo do discurso: resulta do tratamento ou elaboração do tempo da 
história pelo narrador. Esse pode escolher narrar os acontecimentos em 
ordem linear ou não linear, alterando a ordem temporal. 
 
4.1.4 Espaço 
O espaço em uma narrativa pode ser: 
 Físico: é o espaço real, que serve de cenário à ação, onde as 
personagens se movem. 
 Social: é constituído pelo ambiente social, representando, 
essencialmente, pelas personagens figurantes. 
 
 Psicológico: espaço interior da personagem, contemplando suas 
vivências, seus pensamentos e sentimentos. 
 
4.1.5 Enredo 
O enredo, também chamado de trama ou intriga, é a estrutura básica da história, 
a sequência de acontecimentos que serão narrados é a parte do texto em que se inicia 
propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax. 
 
4.1.6 Clímax 
O clímax é o momento de maior dramaticidade da narrativa. Trata-se de um 
momento intenso, emocionante, dinâmico, onde os fatos começam a se encaixarem, 
levando a trama para o desfecho; é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu 
momento crítico, tornando o desfecho inevitável. 
 
4.1.7 Desfecho 
O desfecho é a conclusão da narrativa. É o momento onde os “nós” e os mistérios 
da trama são explicados. É a solução do conflito produzido pelas ações dos 
personagens. 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Amplie seus estudos lendo o livro Teoria da 
Literatura: uma introdução, de Terry Eagleton. A 
obra traz considerações importantes à respeito da 
Teoria Literária. 
 
 
 
Resumo da aula 4 
 Nesta aula foram abordados os elementos da narrativa evidenciando as suas 
características e como os mesmos enquadram-se na narrativa. 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
Discorra a respeito dos elementos da narrativa, evidenciandoa sua 
importância dentro da construção textual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo da disciplina 
Nesta disciplina foram abordados os contextos históricos da origem da Literatura, 
evidenciando os gêneros literários e as suas particularidades. Também serão 
abordados os fundamentos históricos e conceituais dos gêneros literários em prosa 
(romance, conto, novela e crônica), conceitos fundamentais para a elaboração de uma 
análise literária, evidenciando também os elementos da narrativa e suas estruturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
ARAUJO, A. P. Conto. InfoEscola, S/d. Disponível em: 
http://www.infoescola.com/redacao/conto/ Acessado em: Mar/2017. 
ARAÚJO, W. Teoria da Narrativa: algumas considerações. 2011. 
ASSIS, M. Contos consagrados. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. 
ASSIS, M. Páginas Recolhidas. Obra Completa, de Machado de Assis, vol. II, Rio de 
Janeiro: Nova Aguilar, 1994 [publicado originalmente pela Editora Garnier, Rio de 
Janeiro, 1899]. 
CAMÕES, L. V. de. Amor, que o gesto humano na alma escreve. 1598. 
CAMPANELLA, F. Breve histórico da crônica. 2009. Disponível em: 
http://fernandocampanella.blogspot.com.br/2009/04/breve-historico-da-cronica.html 
Acessado em: Mar/2017. 
GANCHO, C. Como analisar narrativas. São Paulo: Editora Ática, 2006. Disponível 
em: https://ayrtonbecalle.files.wordpress.com/2015/07/gancho-c-como-analisar-
narrativas.pdf Acesso em: Mar/2017. 
LUKÁCS, G. Teoria do romance: um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da 
grande épica. Trad. José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Duas Cidades: 
Editora 34, 2000. 
MARTINS, J. S. O poder do atraso. Ensaios de sociologia da justiça lenta. São Paulo: 
Hulctec, 1994. 
MOISÉS, M. A criação Literária – Prosa II. São Paulo: Cultrix, 2003. 
MOISÉS, M. A Criação Literária. São Paulo: Cultrix, 1973, p.188. 
MORAES, V. Poemas, Sonetos e Baladas. São Paulo, Edições Gavetas, 1946. 
PROENÇA, I. C. Estudo Introdutivo. In: ASSIS, M. Contos consagrados. Rio de 
Janeiro: Ediouro, 1997. 
VILARINHO, S. Gênero Lírico. S/d. Brasil Escola. Disponível em 
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VILARINHO, S. Narração. S/d. Mundo Educação. Disponível em: 
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