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Aulas 1 e 2 – Alterações Celulares de Crescimento e Diferenciação ►Não faltar aula porque ele pode despirocar e botar prova do nada sz. ►São três notas, 2 teóricas e 1 prática. Cada prova prática vale 5,0. Não existe reposição de prova prática e a reposição da teórica só pode ser feita se você faltar apenas 1 prova, daí você faz a provinha com o assunto todo, porém vai valer só para uma nota. Na recuperação, a nota substitui a nota da teórica mais baixa. Não trazer celular no dia da prova, risco de levar zero. ►Pathos significa alteração, refere-se a uma doença. Já logos, a estudo. Assim sendo, temos o estudo das alterações, das lesões, das doenças. ►Abaixo estão listadas as características das alterações: Aspectos básicos; Serão discutidos nas próximas setas. Diagnóstico clínico; Aspectos básicos + anamnese = primeira tentativa diagnóstica. Podemos também requisitar exames complementares. Ex.: exames de urina, sangue e etc. Fazem parte dos chamados aspectos secundários. Prevenção; Exemplo: vacinas que são utilizadas como métodos preventivos. Ademais, podemos citar o saneamento básico a fim de se prevenir esquistossomose, por exemplo. A alimentação também pode ser encaixada na parte da prevenção de modo não governamental. Para evitar a diabetes melito, temos que ter um equilíbrio no consumo de gorduras e de açucares. O consumo equilibrado de gorduras também evita dislipidemias e formação de placas ateroscleróticas. Ainda na alimentação, o consumo de sódio deve ser harmônico visando se evitar a hipertensão arterial. Terapêutica. Exemplo: quimioterapia, cirurgias, evitar o consumo de sal em casos hipertensivos, fisioterapia. ►Nós não daremos ênfase para as três últimas características (diagnóstico, prevenção e terapêutica), aqui estudamos apenas os aspectos básicos. O restante é objeto de estudo de outras disciplinas. ►São aspectos básicos das lesões: Causa, agente etiológico. Mecanismos de desenvolvimento, as etapas seguidas nas alterações. Alterações morfológicas, envolvem a forma do órgão, do tecido, da célula. Alterações fisiológicas, parte delas fazem parte da manifestação clínica que observamos já na primeira consulta; vale lembrar que a manifestação clínica é um grande objeto de estudo da anamnese. ►As manifestações clínicas se dão de forma subjetiva e de modo objetivo: As manifestações clínicas subjetivas são, por exemplo, a dor, tendo em vista que não são visíveis, porém não são menos importantes. Já as manifestações clínicas objetivas são mensuráveis, isto é, visíveis, tais quais a febre, a sudorese, o edema visível, a ulceração, a alterada pressão arterial. ►Os agentes etiológicos podem ser de dois tipos: Intrínsecos; São inerentes ao indivíduo. Alguns são hipertensos, outros não. Alguns apresentam alterações hormonais, outros não. Os hormônios são agentes intrínsecos endógenos. A hipóxia também é um agente intrínseco, discutiremos alguns mecanismos que levam a esse agente etiológico. Pode ser provocada por ateroscleroses. Placas ateroscleróticas são o acúmulo de gordura, que pode se calcificar, em vasos sanguíneos. Com isso, o fluxo sanguíneo pode ser reduzido ou impedido totalmente. Além das placas ateroscleróticas, a hipóxia também pode ser oriunda de coágulos que impedem o fluxo sanguíneo, caracterizando uma trombose. Quando esse impedimento do fluxo sanguíneo é pequeno, temos a chamada hipóxia; quando o impedimento é de grande escala, ou seja, há obstrução total, chamamos de apóxia. As reações imunológicas também são exemplos de agentes intrínsecos. Um bom exemplo é o das reações anafiláticas, bem como os processos alérgicos e o lúpus. Existem também os agentes hereditários. Exemplos: síndrome de Down, diabetes melito (hoje em dia pesquisas científicas estão comprovando a hereditariedade da DM), CA de mama (Angelina Jolie feels), hipertensão arterial (até certo ponto pode advim de agente hereditário). Extrínsecos ou Adquiridos. Agentes infecciosos representados por bactérias, vírus, fungos e parasitos, os quais provocam lesões. Ademais, distúrbios nutricionais também fazem parte dos agentes extrínsecos. As vitaminoses provocam alterações teciduais. Excessos de gordura, de açúcares também provocam alterações, a saber, diabetes melito e hipertensão arterial. Outros agentes etiológicos adquiridos são os de caráter químico, como as drogas medicamentosas, venenos, álcool e etc. Na anamnese os medicamentos utilizados devem ser perguntados, assim como cirurgias prévias com utilização de anestesias. Um bom exemplo de substância química tóxica é o gás cianeto. Além disso, o álcool pode gerar alterações hepáticas, como cirroses, esteatoses e etc. Extrínsecos ou Adquiridos. Por último, temos os agentes físicos como as radiações não ionizantes (radiação solar UV), as radiações ionizantes (raios-X que desencadeiam formações de CA) e os traumatismos. Os traumatismos podem ser divididos em dois grupos: as fraturas e as queimaduras. Alguns traumatismos podem desencadear hemorragias internas. ►Estamos, diariamente, submetidos a dezenas de agentes etiológicos; algumas pessoas desenvolverão alterações, enquanto outras continuarão inertes. ►A resposta ao agente etiológico pode ser: Adaptativa; Resposta na qual a célula modifica seu metabolismo através da síntese de seus componentes, alterando seu equilíbrio a fim de continuar exercendo suas funções vitais. Com isso, uma nova estabilidade é alcançada, temos então a homeostasia. Lesão reversível; Ela tem condições de se reverter após a remoção do agente agressor. Lesão irreversível. Mesmo com o combate do agente agressor, a célula não retorna ao seu aspecto original. ►Hoje estudaremos as respostas adaptativas. ►Quando a célula entra em qualquer processo dos três descritos (respostas adaptativas, lesões irreversíveis e reversíveis), temos que considerar fatores de estímulo como: Natureza do estímulo, é uma radiação solar, é um traumatismo por queimadura, é um desequilíbrio nutricional por avitaminose e etc... Intensidade do estímulo, se você recebe muita radiação a resposta é x, com pouca, é y. O horário adequado do seu banho solar é vital para menores chances de se desenvolver CAs Duração do estímulo, algumas células resistem a falta de oxigênio por muito tempo, como hepatócitos, já as células nervosas entram em processo irreversível rapidamente. Tipo de célula agredida, células epiteliais estão mais predispostas a sofrerem neoplasias oriundas de um excesso de radiação UV. Um trombo na veia femoral não provoca CA de pele, mas sim alterações cardiovasculares. ►As vezes as células entram na irreversibilidade de modo imediato, a exemplo do agente etiológico gás cianeto, que interfere no funcionamento da mitocôndria. Em 2 a 3 minutos ele já provoca a morte celular, sem ao menos dar chance para célula entrar na adaptação. Os nazistas provocavam homicídios em massa através de câmaras de gás cianeto. ►Mesmo com o óbito do paciente, os pelos continuam a crescer por dado tempo. As últimas células a sofrerem lesões irreversíveis apenas levam 21 dias após a morte do indivíduo para sofrerem morte celular. Com isso, percebemos como algumas células são mais sensíveis ou mais resistentes que outras, tendo em relação um dado fator. ►As respostas adaptativas ocorrem por meio de alterações na síntese de componentes celulares, o que é designado de alterações sub-celulares. Pode ocorrer aumento ou diminuição da síntese de um determinado componente, principalmente o proteico e o lipídico. ►Essas alterações metabólicas provocam reverberações no crescimentocelular, o qual pode ter sua taxa aumentada ou diminuída. Os tecidos aumentam por incremento de volume da célula – hipertrofia – como também em função do número de células - hiperplasia. ►A diminuição de tecidos também ocorre por esses dois modos (redução do volume celular ou redução do número de células). Alterações na diferenciação desses tecidos também acarretam aumento ou redução teciduais. ►Para distinguir as -plasias das -trofias temos que ter conhecimento do tipo celular constituinte dos tecidos. Podemos ter: Células lábeis; São células em constante renovação, a saber, células epiteliais (da mucosa oral, da bexiga, do intestino...), glandulares, hematogênicas da medula óssea e etc. Células estáveis; São células que, até a aquisição da maturidade celular, se dividem. Após alcançarem sua maturidade, param de se multiplicar, a exemplo das células ósseas, que crescem até determinado ponto e depois param este processo de multiplicação. Quando acionadas, também voltam a se multiplicar, como em casos de fraturas ósseas. Outros exemplos são as células parenquimatosas e as células do tecido conjuntivo. Células permanentes. São as células que dificilmente se dividem, como neurônios, células musculares esqueléticas e cardíacas. ►Se realizarmos um corte superficial na pele, depois de alguns dias, volta-se ao normal pois as células epidérmicas são as únicas atingidas, e elas são células lábeis e rapidamente voltam ao normal por estarem em constante renovação. ►Já em casos de incisões cirúrgicas, como cirurgias de fígado, estamos cortando epitélio, músculo, gordura e o tecido hepático. Após esses procedimentos cirúrgicos, há formação cicatricial, tendo em vista que lesamos o tecido muscular, que é composto de células permanentes, que dificilmente se renovam. Como células permanentes foram lesadas, as células estáveis do tecido conjuntivo são acionadas a fim de se formar uma cicatriz. ►Tecidos que aumentam apenas através de incremento do volume celular normalmente são compostos por células permanentes. É válido lembrar que o aumento tecidual pelo incremento do volume celular é chamado de hipertrofia, a qual é uma alteração adaptativa. Tal hipertrofia é provocada por meio de aumento do metabolismo celular, principalmente do metabolismo proteico. A célula hipertrófica possui mais mitocôndrias, mais retículos endoplasmáticos e etc. ►A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica: Hipertrofia Fisiológica; A estimulação hormonal é um exemplo de hipertrofia fisiológica, tendo em vista que, devido a ação dos hormônios, o útero é aumentado. As células do útero gravídico aumentam seu volume, uma vez que há um aumento do metabolismo celular devido a ação hormonal. Outra situação é a da mama. Na puberdade, temos um fator hormonal que provoca o aumento do volume da mama. Ademais, na lactação, ou até mesmo a partir do primeiro trimestre da gestação, a mama sofre hipertrofia de suas glândulas mamárias. Hipertrofia Patológica. O exercício físico acarreta uma hipertrofia muscular esquelética patológica, tendo em vista que o esforço físico realizado é maior que o necessário e que o habitual, e pode acarretar lesões musculares até mesmo durante aquecimentos (José feels). Assim sendo, mais componentes celulares são produzidos. O uso de anabolizantes não é recomendado pois a hipertrofia muscular provocada por essas drogas não é apenas esquelética, como também causa hipertrofia muscular cardíaca. Outro exemplo é o da hipertrofia muscular cardíaca, muito comum em casos de hipertensão arterial crônica. Hipertrofia Cardíaca de Paredes Laterais (no slide dele, por eliminação, seria chamada de concêntrica) O indivíduo normal tem uma parede muscular cardíaca de 1cm aproximadamente. O atleta, por sua vez, tem uma espessura maior, de mais ou menos 1,5 cm, que ainda não o causa dano algum. Contudo, em casos de hipertrofia patológica, a parede muscular cardíaca aumenta para além de 1,5cm. Com o aumento da pressão arterial, há aumento da pós-carga tendo em vista que o coração encontra resistência ao realizar o efluxo de sangue. Visando retornar a ejeção ao normal, o coração sofre hipertrofia, a fim de elevar os valores da pressão ventricular. As células que mais sofrem hipertrofia são as do ventrículo esquerdo, porque é esta câmara que bombeia o sangue para o corpo. Estando o miocárdio das paredes laterais do coração hipertrofiado, a capacidade ventricular é reduzida e, por conseguinte, há menor bombeamento sanguíneo. Desse modo, as células mais distantes do coração (como as células do seu pé) recebem menor aporte sanguíneo. Por isso, o indivíduo hipertenso pode vir a óbito por conta de insuficiências cardíacas. Hipertrofia Cardíaca Septal Ademais, quando o septo interventricular hipertrofia, a valva aórtica fica encurvada, o que dificulta a passagem sanguínea pois a valva apresentará um diâmetro menor. Com isso, o débito cardíaco é prejudicado e temos um distúrbio cardiogênico. Na aula, só foi tratada da valva aórtica, porém na imagem do slide, tem uma discussão sobre valva mitral. Hipertrofia Cardíaca Apical Além da hipertrofia das paredes laterais e do septo nasal, podemos ter o aumento de volume em células do ápice do coração. A hipertensão arterial também pode acarretar um AVC hemorrágico. Um dos sintomas relatado pelo paciente é a dor de cabeça. ►Observe na primeira imagem a mudança macroscópica de disposição das fibras da parte hipertrófica, o que não está compreendido nos 1,5 cm assinalados, é muito mais desorganizado. Esse aspecto macroscópico desorganizado ocorre, pois, parte do paralelismo característico do tecido muscular cardíaco é perdido, o que pode ser visto nas lâminas a direita. ►Diariamente somos submetidos a uma série de agentes agressores. Contudo, nem sempre desenvolvemos alguma doença. Em relação as respostas adaptativas, já discutimos as hipertrofias, que são características de células permanentes. A partir de agora, veremos as hiperplasias. ►Tecidos que aumentam o volume tecidual por conta de incremento numérico de células normalmente são compostos por células lábeis e estáveis (quando acionadas, dividem-se). É válido lembrar que o aumento tecidual pelo incremento do número de células é chamado de hiperplasia, a qual é uma resposta adaptativa. Tal hiperplasia pode ser fisiológica ou patológica. Hiperplasias são provenientes de duplicação de DNA, como também requerem aumento do metabolismo celular para assim posteriormente duplicarem o material genético. Desse modo, células que sofrem hiperplasia geralmente estão associadas a hipertrofia. ►Células que sofrem hiperplasia normalmente estão associadas a hipertrofia, contudo, células que sofrem hipertrofia não estão associadas a hiperplasias!!! ►A hiperplasia pode ser fisiológica ou patológica: Hiperplasias Fisiológicas - Hormonais; As células do útero durante a gravidez. A maior parte das células musculares lisas do útero gravídico hipertrofiam. Dentre essas células, as que forem mais sensíveis aos hormônios também hiperplasiam. As células da mama durante a puberdade e a gravidez. As células lábeis da mama, tanto na puberdade, quanto na amamentação, também sofrem hiperplasia, aumentando o número de glândulas. Essa hiperplasia é acompanhada por hipertrofia. 1,5 cm Os hormônios liberados nessas fases – gravidez e puberdade - funcionam como fator de crescimento, de modo que algumas células mais sensíveis (por possuírem mais receptores) sofrem ativação mitótica, o DNA é duplicado e a célula se multiplica. Há ativação de determinadas vias de sinalização intracelular. A maior partedas células do útero gravídico hipertrofiam (o que é evidenciado na imagem), porém, parte delas também hiperplasiam. A partir de agora serão apresentadas imagens com explicações da Unicamp de mama normal... A imagem acima é um corte da mama normal. Temos, na maior parte da mama, tecido conjuntivo denso (fibroso). Neste corte de mama normal observa-se o sistema secretor, composto por lóbulos e ductos e situado no estroma interlobular. Na mulher jovem, o estroma interlobular é composto predominantemente por tecido fibroso denso, com alguns adipócitos, daí a consistência da mama ser firme. Após a menopausa predomina o tecido adiposo. Os lóbulos mamários são a unidade secretora da mama. São estruturas de contorno mais ou menos circular, circundados por estroma interlobular (tecido fibroso denso). Cada lóbulo é constituído por ácinos situados no estroma intralobular. Neste, o tecido conjuntivo é mais frouxo e contém uma população fisiológica de células inflamatórias crônicas, principalmente linfócitos. Este estroma responde às variações hormonais do ciclo menstrual normal, sendo mais edemaciado e com mais linfócitos na segunda metade do ciclo (influência combinada de estrógenos e progesterona). Fora da gravidez, como neste caso, os ácinos estão quiescentes. Dupla população celular dos ácinos mamários, sem gestação. Cada ácino é composto por dois tipos de células: uma camada interna de células epiteliais e uma camada externa de células mioepiteliais, que se destacam pelo citoplasma ser mais claro. A função das células mioepiteliais é contrair-se, promovendo a extrusão do leite secretado. Em lesões proliferativas da mama, a perda da dupla população é um importante elemento a favor de neoplasia. Os ductos mamários drenam os lóbulos. Têm contorno irregular ou estrelado e também são constituídos por dupla população, de células epiteliais de revestimento (internas) e mioepiteliais (externas). Estas não formam uma camada contínua e se destacam pelo citoplasma claro, frequentemente vacuolado. Link do atlas da unicamp com essas infos: http://anatpat.unicamp.br/lamgin21.html A seguir são apresentadas imagens de tecido mamário lactífero dos slides de x ser humano... O lóbulo mamário é formado por tecido conjuntivo frouxo + glândulas mamárias. As glândulas mamárias são estruturas acidófilas/eosinófilas. O que não é glândula mamária, é tecido conjuntivo denso. A medida que os hormônios são liberados durante a gestação, há aumento do número de glândulas, de modo que o líquido proteico liberado por elas aumenta. As glândulas mamarias são compostas por suas camadas: - Uma mais interna, de citoplasma eosinófilo. São células que produzem leite; - Uma camada mais externa, de citoplasma mais esbranquiçado. São células que provocam a contração da glândula para liberação do líquido, as células mioepiteliais. Na hiperplasia observamos aumento lobular, como também o maior número de glândulas. Vemos também alterações de forma pois as novas glândulas crescem de acordo com o espaço disponível encontrado por elas. Há também alteração de tamanho nas glândulas, estando elas maiores. Além das glândulas mamárias, algumas células epiteliais, pelo aumento de números de receptores, também aumentam numericamente, se multiplicando. Então, as células ao redor da glândula se multiplicam, espessando as camadas, bem como aumentando-as por hipertrofia. Tudo isso será melhor abordado nas aulas práticas. Hiperplasias Fisiológicas - Compensatórias; Hepatectomia Parcial. O fígado tem uma capacidade regenerativa, de modo que após essas cirurgias, ocorre uma hiperplasia fisiológica compensatória. Nefroctomia Unilateral. Quando um rim é retirado, o rim remanescente praticamente tem sua atividade funcional duplicada, havendo hiperplasia fisiológica compensatória. Os mecanismos de desenvolvimento da hiperplasia compensatória incluem proliferação das células remanescentes, bem como recrutamento de células da medula óssea, as quais são indiferenciadas. Ao chegarem no fígado, essas células-tronco se diferenciam em hepatócitos. Durante a chegada das células da medula óssea, também são trazidos fibroblastos, os quais são importantes pois são eles que tentam recompor o estroma de sustentação do órgão para que os hepatócitos recém diferenciados sejam ali alocados. Alguns fatores sanguíneos do órgão também são ativados e ele passa a receber nutrição por brotamento dos vasos sanguíneos remanescentes. Hiperplasias Patológicas. Associadas à liberação excessiva de hormônios. Os exemplos clássicos são a hiperplasia endometrial e a hiperplasia prostática. Endométrio Normal - Com a menstruação, há descamação do epitélio endometrial. Assim sendo, após a menstruação o epitélio fica desprotegido. No início do ciclo menstrual, estrogênio é produzido, ele tem a função de estimular as células epiteliais para que o revestimento endometrial seja recomposto. Após o 14º dia, progesterona começa a ser produzida e os níveis de estrogênio estão baixos. A função da progesterona é maturar o epitélio endometrial (que foi produzido pela ação estrogênica) no restante do ciclo. Hiperplasia Endometrial – Em situações de anomalias em que o estrogênio continua alto após o 14º dia, há hiperplasia tendo em vista que temos estímulo exacerbado de estrogênios. Como os níveis de estrogênios estão altos, a produção da progesterona acaba sendo inibida. Mulheres com hiperplasia endometrial apresentam maior probabilidade de desenvolverem câncer de útero. Próstata Normal - A próstata situa-se logo abaixo da bexiga, por ela passa a uretra masculina. Em sua anatomia normal, a próstata não atrapalha a micção do paciente. Hiperplasia Prostática – É ocasionada mediante excesso de produção de andrógenos. Com a hiperplasia, as paredes da uretra acabam se aproximando e podemos observar no paciente algumas características clínicas objetivas, como a dificuldade de micção, e subjetivas, como a dor. As hiperplasias prostáticas podem ser detectadas de modo precoce, através, por exemplo, do exame de toque retal, que nos dará indicativos acerca da consistência prostática (se houver hiperplasia, a próstata fica mais rígida). Ademais, testes laboratoriais podem ser realizados, como o do PSA, quando os níveis dessa proteína estão elevados, temos indicativo de próstata aumentada. Exames de imagem também devem ser realizados. Pacientes com hiperplasia prostática possuem uma maior probabilidade de desenvolverem câncer de próstata. Hiperplasias Bucais. São ocasionadas por próteses mal colocadas, de modo que projeções na cavidade bucal são formadas. Se uma dentadura está mal alocada, a parte móvel da prótese irá abrasonar a gengiva. Por isso que mesmo sem dentes você deve ir ao dentista. Além de próteses mal colocadas, hábitos como morder as bochechas também podem acarretar hiperplasias por conta de abrasão. Hiperplasias de Amigdalas na Infância. Isso faz com que a criança se torne uma respiradora bucal. Com isso, os músculos masseteres são mais ativados e consequentemente a criança passa a maior parte do tempo com a boca aberta. A super ativação dos músculos masseteres faz com que parte do crescimento do rosto seja prejudicado, tendo em vista que ocorre uma inibição do crescimento latero-lateral e apenas a pró-maxila cresce. ►Por que as hiperplasias se tornam um solo fértil para a formação do câncer? Porque precisamos de uma alteração genética para a formação do CA. Se temos um aumento do número de células, temos uma maior probabilidadede termos um erro genético durante essas multiplicações. ►Por que nem todas as pessoas adquirem câncer se nossos hábitos são semelhantes? Porque normalmente as células alteradas sofrem apoptose. A P53 é uma proteína que fica dormente na célula. Quando nosso DNA é alterado, a P53 precisar estar intacta para exercer suas funções, são elas: (1), se temos uma célula com DNA alterado, sensores celulares ativam a P53, a qual atuará no ciclo mitótico da célula, desacelerando a velocidade de divisão mitótica dessa célula alterada, de modo que aquele DNA tenha uma oportunidade para se reverter e tornar-se normal novamente; (2), as vezes, mesmo com a redução da velocidade mitótica, o DNA não retorna ao normal, assim, a P53 age mais a frente no ciclo mitótico, induzindo a apoptose da célula através do aumento da permeabilidade da membrana mitocondrial, com isso, o citocromo C é liberado para o meio citoplasmático, onde ele ativa as caspases, que acarretarão a apoptose. ►Quando há diminuição do volume tecidual por conta da redução do volume celular, temos uma situação que poderíamos chamar de hipotrofia. O mecanismo envolvido numa hipotrofia é a diminuição metabólica. ►Quando há diminuição do volume tecidual por conta da redução do número de células, temos uma situação que poderíamos chamar de hipoplasia. O mecanismo envolvido numa hipoplasia é a diminuição metabólica (hipotrofia inicial) e posteriormente a indução de apoptose. ►Para simplificar, esses dois fenômenos são chamados de ATROFIA, a qual pode ser fisiológica ou patológica. Quaisquer células podem sofrer atrofia. ►A atrofia pode ser fisiológica ou patológica: Atrofia Fisiológica; Perda da estimulação endócrina. Redução do útero gravídico para o tamanho normal - Os hormônios que estimulavam o crescimento do útero param de ser secretados e há regressão. Redução das mamas após a lactação. Redução endometrial, atrofia do epitélio vaginal e dos seios após a menopausa – A estimulação estrogênica é perdida. Redução da notocorda nas fases iniciais de crescimento durante o desenvolvimento fetal. Atrofias de envelhecimento. Os lobos frontais são atrofiados. Quando algumas células estão em excesso, elas, por si só, induzem sua própria apoptose a fim de retornarem ao estado normal do órgão. Com isso, a P53 é ativada. Atrofia Patológica. Desuso. Membros que não são imobilizados (deixam de receber uma certa carga) após fraturas sofrem atrofia por desuso pois tem diminuição de carga. Desnervação. Lipoaspiração - Se não há axônio estimulando a fibra muscular, ela sofre atrofia. A lipoaspiração, mesmo sendo um procedimento pouco invasivo, é agressivo, tendo em vista que o tecido adiposo é descolado do tecido muscular. As fibras musculares podem ser rompidas com a sucção realizada durante a lipoaspiração, de modo que o paciente refere parestesia durante certo tempo, uma vez que os axônios são lesados em sua região terminal. Remoção de dentes inclusos – O dente incluso é aquele dente que permanece dentro do tecido ósseo, podendo estar localizado no interior da mandíbula ou da maxila. Quando o dente incluso está localizado no interior da mandíbula, temos um caso mais grave. Tais casos requerem maior atenção primeiramente porque a mandíbula é um osso mais compacto. Ademais, trata-se de um caso complexo pois o nervo facial passa pela mandíbula. Por vezes, após a remoção do dente, o paciente refere parestesia. Isso corre por conta da lesão nas terminações do nervo. Com o tempo, essas terminações são regeneradas e a parestesia cessa. *Apenas não temos mais regeneração se a lesão for na base do nervo, a exemplo do que ocorre na paralisia infantil. Paralisia Infantil - Temos uma falta de inervação que não permite que os músculos respondam a qualquer estímulo e, com isso, há atrofia muscular. Fraturas expostas e Queimaduras de 3º grau - Indução de falta de sensibilidade e consequente atrofia. Diminuição do Suprimento Sanguíneo. Pode estar associada a idade, pois pessoas idosas movimentam-se menos, de modo que os membros são menos supridos por serem menos ativos. O mesmo ocorre em pessoas acamadas. Esses indivíduos possuem maior probabilidade de desenvolver trombos e casos de aterosclerose. Nutrição inadequada. Normalmente há atrofia dos membros e de tórax. Pressão. Os tumores benignos possuem um crescimento expansivo, já os malignos, infiltrativos. Nos tumores benignos, a fibronectina e a laminina, presentes no interstício, mantêm a coesão intercelular, de modo que as células não se desprendem uma das outras. Os tumores malignos, por sua vez, não produzem nem fibronectina nem laminina, de modo que as células podem se destacar uma das outras. Com o crescimento do tumor benigno, o tecido adjacente é comprimido e uma isquemia é ocasionada. Há formação de uma cápsula fibrosa ao redor do tumor benigno. As cápsulas fibrosas tornam a remoção cirúrgica mais simples (claro, se a localização for top também, porque não adianta foder o encéfalo todo né). Envelhecimento. Células permanentes como as do cérebro e do coração atrofiam. ►Na atrofia temos alterações celulares que alteram o metabolismo celular, visando reduzi-lo. A síntese proteica é reduzida, bem como a síntese lipídica. Assim sendo, a atrofia sempre está associada a redução da atividade metabólica. ►A massa cerebral é reduzida e os sulcos cerebrais tornam-se mais evidentes com a atrofia. Atrofia por diminuição do suprimento sanguíneo. ►O diâmetro muscular é reduzido com a atrofia. Atrofia por desuso. ► A partir do momento que as fibras musculares passam a ser re-enervadas por conta da renovação do terminal axônico, a atividade normal retorna. Atrofia por desnervação. ►Agora abordaremos alterações que acontecem a nível de diferenciação celular, as chamadas Metaplasias. ►As metaplasias são a substituição de células adultas por outro tipo de célula adulta que seja da mesma linhagem. Isso ocorre quando determinado tecido está sendo submetido a um fator agressivo de modo crônico. ►No trato respiratório, normalmente temos um tecido epitelial pseudoestratificado cilíndrico ciliado. Contudo, com o tabagismo, há indução de processo inflamatório, fazendo com que algumas células epiteliais sejam lesadas. Posteriormente, novas células são formadas. Com a cronicidade do uso do cigarro, as células não são formadas de modo igual ao que se tinha anteriormente, de modo que um outro epitélio é produzido a fim de que esse novo epitélio seja mais resistente a ação do CO2. Assim sendo é formado o epitélio estratificado escamoso, muito similar ao da pele. Com essa troca, há aumento da probabilidade de desenvolvimento de câncer de pulmão pois as novas células formadas não exercem a mesma função das anteriores. ►As hiperplasias e as metaplasias são fatores de risco para o desenvolvimento de câncer. ►Na cavidade bucal, normalmente encontramos epitélio estratificado escamoso não ceratinizado (como em outras mucosas). Com a exposição crônica a um ambiente adverso, a exemplo do hábito de morder constantemente as bochechas, o epitélio típico é substituído por um epitélio estratificado escamoso ceratinizado. ►As metaplasias são reversíveis enquanto ainda são recentes. Com o passar do tempo, elas são mais passíveis à malignização. ►Na parte mais externa do útero, temos a ectocérvice. Ela é formada por um epitélio pavimentoso estratificado, que é mais resistente a atritos mecânicos pois ele está numa localização mais susceptível a desgastes, como os provenientes de atos de higienização, de uso de roupas apertadas e até mesmo das relações sexuais.►Na parte mais interna do colo do útero, encontramos o endocérvice. Ele é formado por um epitélio mucossecretor cilíndrico simples. Com os fatores agressores crônicos, o epitélio típico é substituído por um epitélio estratificado escamoso. A seguir algumas imagens do atlas da Unicamp com explicações também tiradas de lá. Mas essas mesmas imagens também estão nos slides da pessoa X. ECTOCÉRVICE A ectocérvice normal é revestida por epitélio plano estratificado não corneificado (na nossa língua de ufs, epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado). A estratificação é regular. A camada basal é constituída por uma única camada de células escuras (citoplasma escasso). À medida que as células se superficializam, a quantidade de citoplasma aumenta, as células achatam-se e adquirem glicogênio, que aparece como vacúolos claros no citoplasma. Os núcleos ficam pequenos, picnóticos e tendem a desaparecer. Não há glândulas na ectocérvice. O epitélio está assentado sobre tecido conjuntivo frouxo moderadamente vascularizado, o córion ou lâmina própria (termo válido para o tecido conjuntivo subepitelial de qualquer mucosa). Da parte mais interna (endométrio) a esquerda até a mais externa a direita temos: Endométrio – tecido epitelial cilíndrico simples. Miométrio – tecido muscular liso. Perimétrio – serosa. ENDOCÉRVICE A endocérvice normal é revestida por epitélio cilíndrico simples mucoso, cujo aspecto é o mesmo do das glândulas endocervicais. CERVICITE Em áreas com cervicite há infiltrado inflamatório crônico inespecífico, constituído por linfócitos e plasmócitos na lâmina própria. Se a cervicite for intensa o epitélio de revestimento pode estar erosado. Fala-se então em cervicite crônica erosiva (não é o caso aqui). Quando há neutrófilos além das células inflamatórias crônicas fala-se em cervicite crônica ativa (ver abaixo, na zona de transformação). Essa parte aqui desse parágrafo acima com as duas imagens não foi dada em sala de aula na teoria!!! ZONA DE TRANSFORMAÇÃO A chamada zona de transformação ou zona T é a porção da endocérvice mais próxima do orifício externo do canal cervical e, portanto, limítrofe com a ectocérvice. Nesta região é comum a ocorrência de metaplasia escamosa. O epitélio de revestimento da endocérvice, que deveria ser cilíndrico mucoso igual ao das glândulas, sofre metaplasia para epitélio plano estratificado não corneificado semelhante ao da ectocérvice. As glândulas endocervicais abaixo da superfície mantêm aspecto normal. Na zona de transformação também é comum haver processo inflamatório crônico inespecífico (cervicite crônica). Os cistos de Naboth, frequentemente observados nesta região, são glândulas endocervicais/endometriais dilatadas porque seu orifício de saída foi obstruído pelo epitélio metaplásico. Seu revestimento é de epitélio cilíndrico simples mucoso, igual ao de outras glândulas endocervicais. Normal Metaplásico Link para o atlas da Unicamp: http://anatpat.unicamp.br/lamgin1.html ►Como o epitélio mucossecretor cilíndrico simples é substituído por um epitélio estratificado escamoso, que não é mucossecretor, as glândulas endometriais, também chamadas de endocervicais, passam a armazenar muco, formando cistos, os chamados Cistos de Naboth. ►As metaplasias ósseas ocorrem onde você normalmente deveria ter tecido conjuntivo ou então cartilagem. Elas podem ocorrer devido a machucados constantes que ocasionam a diferenciação de algumas células em células ósseas. ►Quando o tecido cartilaginoso é substituído por tecido ósseo temos um processo chamado de artrose. ►O esôfago é um órgão por onde há passagem de alimentos quentes e frios, e, por isso, ele possui um epitélio pavimentoso estratificado escamoso. O esfíncter esofágico é a estrutura que impede que o alimento que está sendo submetido ao ácido gástrico retorne para o esôfago. Com a ação do esfíncter prejudicada, os alimentos retornam, havendo refluxo. Quando o refluxo é crônico, o tecido pavimentoso estratificado é substituído por um epitélio que possui as mesmas características que os epitélios do estômago, para que assim ele possa resistir ao ataque ácido. Com isso, o esôfago recebe um epitélio mucosssecretor. O câncer esofágico normalmente é precedido por metaplasia esofágica, chamada de metaplasia de Barret.
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