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ECOAD 60 MACROECONOMIA Thaisa de Sousa Selvatti Lages, SC Novembro/2016 APRESENTAÇÃO Contabilidade social • Produto Nacional • Despesa Nacional • Renda Nacional • Produto Interno Bruto • Produto Nacional Bruto • Renda Líquida do Exterior • Produto Interno Bruto nominal e real • PIB como medida do bem-estar Oferta agregada Demanda agregada 2 CONTABILIDADE SOCIAL 3 CONTABILIDADE SOCIAL Contabilidade social procura definir e medir os principais agregados a partir de valores já realizados ou efetivados. 4 CONTABILIDADE SOCIAL Produto Nacional (PN) é o valor de todos os bens e serviços finais, medidos a preços de mercado, produzidos num dado período de tempo: PN = 𝒑𝒊 . 𝒒𝒊 𝒏 𝒊=𝟏 Em que: PN = produto nacional; pi = preço unitário dos bens e serviços finais; qi = quantidades produzidas dos bens e serviços finais; i = bens e serviços finais. 5 CONTABILIDADE SOCIAL PN = Setor primário + secundário + terciário (agricultura, pecuária, pesca e extração vegetal) + (indústria, extração mineral) + (serviços, comércio, transportes e comunicação) PN = psaca de feijão . qsaca de feijão + ... + pautomóveis . q automóveis + ... + ptarifas de ônibus . qtarifas de ônibus 6 CONTABILIDADE SOCIAL Despesa Nacional (DN) é o gasto dos agentes econômicos com o produto nacional. Revela quais são os setores compradores do produto nacional. DN = C + I + G + (X-M) Em que: C= despesas das famílias com bens de consumo; I = despesas das empresas com investimentos; G =despesas do governo; X – M = despesas líquidas do setor externo (sendo X = exportações e M = importações). 7 CONTABILIDADE SOCIAL Isso significa que o produto nacional é vendido para os quatro agentes de despesa: consumidores, empresas, governo e setor externo (este em termos de saldo líquido, já que estamos interessados nas despesas com o nosso produto, o que exclui as despesas com importações). 8 CONTABILIDADE SOCIAL Renda Nacional (RN) é a soma dos rendimentos pagos aos fatores de produção no período. RN = Salários + Juros + Aluguéis + Lucros 9 CONTABILIDADE SOCIAL A identidade básica das contas nacionais: PN = DN = RN Isto ocorre porque, como os bens intermediários acabam se anulando (venda de empresa a empresa), tudo o que a empresa recebe (PN = DN) ela gasta na remuneração aos fatores de produção (RN), que inclui o lucro dos empresários, igualando o fluxo do produto e o fluxo dos rendimentos. 10 CONTABILIDADE SOCIAL Produto interno bruto (PIB) é o somatório de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território nacional num dado período, valorizados a preço de mercado, sem levar em consideração se os fatores de produção são propriedade de residentes ou não residentes. 11 CONTABILIDADE SOCIAL Para produzir o PIB, utilizamos fatores de produção que pertencem a não residentes, cuja remuneração é remetida a seus proprietários no exterior, na forma de juros, lucros e royalties: • Os juros representam o pagamento pela utilização do capital monetário externo (isto é, da dívida externa); • As remessas de lucros são a remuneração pelo capital físico de propriedade das empresas estrangeiras instaladas no país; • E os royalties representam o pagamento pela utilização da tecnologia estrangeira; • Também existem residentes que possuem fatores de produção fora do país e recebem, portanto, renda do exterior (extração de petróleo pela Petrobras, grandes construtoras brasileiras no exterior, etc.). 12 CONTABILIDADE SOCIAL Produto nacional bruto (PNB) é a renda que efetivamente pertence aos residentes do país. PNB = PIB + Renda recebida do exterior – Renda enviada ao exterior Sendo receita líquida do exterior (RLE) a diferença entre a renda recebida do exterior e a renda enviada ao exterior. PNB = PIB + RLE 13 CONTABILIDADE SOCIAL No Brasil como a renda enviada supera a renda recebida, a diferença é chamada de renda líquida enviada ao exterior. Então, o PIB é maior que o PNB, o que significa que utilizamos mais os serviços dos fatores de produção estrangeiros do que eles utilizam os nossos. 14 CONTABILIDADE SOCIAL PIB nominal ou monetário é o PIB medido a preços correntes, do próprio ano: PIB 2012 = ∑ p2012 q2012 PIB 2013 = ∑ p2013 q2013 PIB 2014 = ∑ p2014 q2014 Quando comparamos os valores do PIB nominal ou monetário entre os três anos, nãos abemos diferenciar qual parcela deve-se ao aumento de preços (p) e qual deve-se à quantidade física (q). 15 CONTABILIDADE SOCIAL Para medir o crescimento do produto físico (q), temos de supor que os preços mantiveram-se constantes entre os anos. PIB real é o que PIB medido a preços constantes de um dado ano qualquer, chamado ano-base. Os preços ficam fixados nesse ano, como se a inflação fosse zerada a partir de então. 16 CONTABILIDADE SOCIAL Por exemplo, se tomarmos 2012 como ano-base, teremos: PIB real 2012 = ∑ p2012 q2012 PIB real 2013 = ∑ p2012 q2013 PIB real 2014 = ∑ p2012 q2014 Só as quantidades variam, enquanto os preços permaneceram fixados em 2012, como se a inflação fosse zero desde então. Em 2012 o PIB real e nominal são iguais. 17 CONTABILIDADE SOCIAL Quando se compara o PIB real nos vários anos, tem-se o crescimento real, ou da produção física e de serviços, livre do efeito da inflação. 18 CONTABILIDADE SOCIAL Para transformar uma série nominal em uma série real é preciso deflacionar a série nominal. Inicialmente é necessário encontrar um índice de preços (deflator) que represente o crescimento da inflação no período. PIB real = 𝑃𝐼𝐵 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 x 100 19 CONTABILIDADE SOCIAL PIB como medida do bem-estar Muitos economistas argumentam que o PIB não mede adequadamente o bem-estar da coletividade, isto é, não reflete as condições econômicas e sociais do país. • Não registra a economia informal; • Não considera os custos sociais derivados do crescimento econômico, tais como poluição, congestionamentos, piora do meio ambiente, etc. • Não considera diferenças na distribuição de renda entre os vários grupos da sociedade. 20 CONTABILIDADE SOCIAL IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, além de um índice econômico (Renda Nacional Bruta per capita, pelo critério da paridade de compra), inclui dois indicadores sociais: um índice de expectativa de vida e um índice de educação. O índice de educação é uma média composta pela média de anos de estudo da população adulta (25 anos ou mais) e anos de escolaridade esperada (expectativa de vida escolar, ou tempo que uma criança ficará matriculada se os padrões atuais se mantiverem ao longo de sua vida escolar). 21 CONTABILIDADE SOCIAL O índice de expectativa de vida (anos de esperança de vida ao nascer) indica indiretamente as condições de saúde e saneamento do país. IDH então é uma média aritmética desses três índices, e varia de 0 a 1: Quanto mais próximo de 1, maior padrãode desenvolvimento humano do país. 22 CONTABILIDADE SOCIAL Os países são divididos em quatro grupos: • Desenvolvimento econômico muito alto (25% maiores IDH), • Desenvolvimento econômico alto (25% seguintes), • Desenvolvimento econômico médio (25% seguintes), • Desenvolvimento baixo (últimos 25% IDH). 23 CONTABILIDADE SOCIAL Há nações com diferenças notáveis entre o indicador socioeconômico (IDH) e o puramente econômico (PIB): Países árabes: altas renda per capita, mas padrão social relativamente baixo. 24 CONTABILIDADE SOCIAL IDH (2012) 1º Noruega – 0,955 2º Austrália 3º Nova Zelândia 4º Estados Unidos 5º Irlanda 85º Brasil – 0,73 25 CONTABILIDADE SOCIAL PIB é um indicador útil tanto para comparações internacionais, como para medir o crescimento do país ao longo dos anos, captando razoavelmente o grau de desenvolvimento social e econômico. Para uma avaliação mais completa da real condição socioeconômica de um país é necessário considerar a utilização de outros indicadores como: expectativa de vida, grau de distribuição de renda, mortalidade infantil, analfabetismo, entre outros. 26 OFERTA AGREGADA 27 OFERTA AGREGADA A oferta agregada de bens e serviços (OA) é o valor total da produção de bens e serviços finais colocados à disposição da coletividade num dado período. Ela varia em função da disponibilidade de fatores de produção: mão de obra (força de trabalho ou população economicamente ativa), estoque de capital e nível de tecnologia. 28 OFERTA AGREGADA A oferta agregada potencial é a produção máxima da economia, quando os fatores de produção estão plenamente empregados (toda a população economicamente ativa está empregada, não há capacidade ociosa, a tecnologia disponível está sendo amplamente utilizada). Permanece constante no curto prazo (fatores fixos de produção) e só se alterará quando existir alterações na quantidade física de fatores de produção ou no nível de tecnologia. 29 OFERTA AGREGADA A oferta agregada efetiva refere-se à produção que está sendo efetivamente colocada no mercado, o que pode ocorre sem que os fatores de produção estejam sendo amplamente empregados. Ou seja, a produção pode atender à demanda desejada no mercado, mesmo apresentando capacidade ociosa, desemprego de mão de obra etc. A oferta agregada efetiva será igual à potencial quando os recursos estiverem plenamente empregados. Ela ainda pode estar abaixo do pleno emprego e também ser alterada em função de mudança na demanda de mercado. 30 DEMANDA AGREGADA 31 DEMANDA AGREGADA Demanda ou procura agregada de bens e serviços (DA) é a soma dos gastos planejados dos quatro agentes macroeconômicos: famílias, empresas, governo e setor externo. DA = C + I + G + (X - M) Onde temos as despesas das famílias com bens de consumo (C), gastos das empresas com investimentos (I), gastos do governo (G) e as despesas líquidas do setor externo (X-M) – Exportações (X) e importações (M). 32 DEMANDA AGREGADA Princípio da demanda efetiva Como a oferta agregada não se altera no curto prazo, as alterações no nível de equilíbrio da renda e do produto nacional devem-se exclusivamente às variações da demanda agregada de bens e serviços. 33 DEMANDA AGREGADA Quando há desemprego de recursos a política econômica deve: Procurar elevar a demanda agregada Permitindo assim que as empresas recuperassem sua produção potencial e restabelecer os níveis de renda e emprego, especialmente reduzindo os gastos do governo. 34 DEMANDA AGREGADA A demanda agregada é mais sensível e responde mais rapidamente aos instrumentos de política econômica. A oferta agregada é mais lenta, pois depende da disponibilidade de recursos, infraestrutura, do ambiente de negócios etc. 35 Referência VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 5 ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014. 36
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