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Resumo aula 3

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PARASITOLOGIA II - CONTINUAÇÃO - AULA 3
ORDEM PHTHIRAPTERA: Piolhos, divididos em três subordem (Anoplura, Amblycera e Ischnocera). Alguns piolhos alimentam-se de sangue enquanto outros se alimentam de escamações, não necessariamente entrando em contato com o sangue. Os Anoplura são os piolhos hematófagos, todos de mamíferos enquanto os demais são chamados de falsos piolhos por serem do tipo mastigador e parasitarem aves. 
Geralmente os Anoplura são mais robustos, apresentam garras mais fortes, além de serem mais escuros (quitinizados). As outras subordens são diferenciadas, sendo identificados a partir de suas antenas. 
Insetos pequenos de corpo achatado dorso ventral, geralmente ficam no pelo do animal, nem sempre estão em contato com a derme (são parasitas permanentes, mas não ficam o tempo todo se alimentando), não é como o carrapato que fica fixo o tempo todo. Tegumento bem esclerotizado (ninfas distingue do adulto justamente pela diferença na quitinização), ápteros (não voam, para haver infestação é através de um animal próximo ao outro), parasitando mamíferos e aves de maneira geral. São hemimetábolos (OVO – NINFA – ADULTO). Com três estágios ninfais e então vem o indivíduo adulto. 
Subordem Anoplura: Ectoparasita (todo piolho) permanente, hematófagos de mamíferos. Pequenos, de 6 mm, corpo deprimido achatado dorsoventral, cabeça mais estreita que o tórax (na inserção), enquanto os demais é o contrário. Olhos compostos ausente na maioria das espécies (a maioria não apresenta olhos, aqueles que possuem pode ser usado como uma característica de identificação), ocelos ausentes, antenas com 5 artículos (geralmente implantada quase onde a cabeça se insere no tórax) e armadura bucal é anterior, retrátil (picador-sugador). O piolho não se alimenta o tempo todo, então os estiletes que são as estruturas que perfuram e escoam a pele ficam guardados nos sacos de estiletes e quando precisa usar expõem as estruturas, sendo que existe musculatura e tecido nervoso comandando a região. 
Peças bucais com 3 estiletes: o ventral, dorsal e mediano, apresenta glândulas salivares e no caso destes apresentam as mandíbulas ausentes, não havendo necessidade, pois não realizam mastigação. 
Tórax com segmentos fusionados (1 par de orifícios respiratórios no meso e metatórax). Pernas robustas (garras recurvadas), abdome com 9 segmentos sendo os dois primeiros fusionados (exceção Phthirus (5 fusionados)). Orifícios respiratórios estão em todos os segmentos do abdômen. Alguns apresentam faixas na região dos orifícios respiratórios (Phthirus), assim, estes acabam desaparecendo. Estas faixas chamam-se de faixa paratergal (lateral) e quando essa quitinização ocorre no centro é chamado de faixa tergal. 
Nas fêmeas não há visualização de vulva terminando a região enquanto no macho consegue-se ver outras estruturas e então há continuação. Orifícios respiratórios (6 a 7), fileiras de cerdas (taxonomia), macho com edeago dorsal (órgão de cópula, visualizado nos dois lados não apenas pelo dorsal), fêmea com vulva ventral (não visualizado, último segmento chanfrado). 
Os Anoplura com exceção do Phthirus apresentam um corpo alongado e as vezes robusto. Os olhos localizam-se na região pós-antenal. Localizados no revestimento piloso, nutrem-se de sangue, tem os mamíferos como hospedeiros e seu ciclo biológico é: OVO – 3 ESTÁGIOS NINFAIS – ADULTO. 
Os adultos vivem cerca de 20 a 40 dias nos hospedeiros e 15 a 30 dias fora dele, ou seja, sua vida está baseada em contato com o animal, onde ocorre sua alimentação. O adulto depois que se formou 10 horas depois já pode copular, 2 a 4 dias a fêmea já começa a fazer postura (20 ovos por 30/40 dias). Período de incubação (espécie, temperatura, umidade) de 8 a 10 dias variando com as questões ambientais (ovo geralmente vai estar no animal, diferente da pulga), 3 estágios ninfais com 9 a 12 dias.
	Famílias:
	Haematopinidae: 23 a 30 dias (suinos) 
	Linognathidar: 30 a 40 dias (bovinos e cão)
	Pediculidae – Pediculus: 18 dias (humanos)
	Phthiridae – Phthirus: 30 dias (humanos)
Família Pediculidae: Presença de olhos, cabeça mais estreita que tórax, patas fortes, e de quitinização no tórax (usado como taxonomia) parecendo “costelas”. Abdome no geral claro com faixas paratergais e no centro geralmente claro. Não se usa a característica das cerdas. O gênero Pediculus pode ser encontrado no cabelo ou na roupa do humano, dependendo da espécie. 
Família Phthiridae: Piolho que também parasita humanos, primatas, gorilas, sendo um piolho bem diferente, com um corpo único, presença de olhos, tórax mais largo que abdômen, 1º par de patas menos desenvolvido, no abdômen tubérculos salientes e com cerdas. Gênero Phthirus. É um piolho “achatado”, com tubérculos mais salientes, como se formam projeções de onde partem cerdas (tufos) provavelmente sendo usado para sua parte sensorial. 
Família Haematopinidae: Cabeça alargada posteriormente e longa, sendo o principal piolho de suíno (parasita suinos silvestres também), hematófago, olhos ausentes, presença do lóbulo ou processo pós–antenal (uma abertura ou saliência atrás das antenas fazendo com que sua cabeça tenha um aspecto mais alargado), tórax e abdômen largo, placas paratergais bem definidas, 1 fileira de cerdas por segmento. Patas do mesmo tamanho, geralmente bem quitinizado, podendo variar de acordo com a espécie. Gênero Haematopinus, parasitando suinos e alguns bovinos. 
Família Linognathidae: Parasita bovinos e até o cão, não sendo o principal piolho destes animais. Piolho claro, sendo faixas ou placas paratergais, podendo ser reduzida, mas num geral não visualizado, olhos ausentes, processo anteral ausente, 1º par de patas menos desenvolvido, abdômen mais arredondado, placas paratergais reduzidas ou ausente, 1 ou + fileiras de cerdas por segmento. Apresenta uma cabeça “mais retraída”, reduzida. São do gênero Linognathus. 
Importância: Estes piolhos Anoplura como se alimentam de sangue, estão fazendo a hematofagia há o risco de transmissão de agentes, no caso dos humanos a transmissão de Rickettsia, Borrelia e Coxiela. Além disso, a formação de prurido, ferimento, dermatite, irritação (queda na produção) e uma desvalorização do couro. No caso no Haematopinus são a transmissão de doenças e no caso do Polyplax e Hoplopleura (não estudados) são de roedores e podem carregar doenças. 
Subordem Amblycera e Ischnocera: Formato da cabeça no tórax é diferenciado, menores (chegam até 5mm), ectoparasitas obrigatórios, permanente em aves e mamíferos, corpo achatado dorsoventral. Cabeça mais larga que o tórax, dois olhos compostos pouco visíveis, ocelos ausentes. Não se alimentam de sangue, tendo a mandíbula bem desenvolvida para fazer a quebra do alimento. Em alguns pode-se visualizar o palpo maxilar, estrutura usada para fazer a quebra do alimento. São mastigadores, chamados de falsos piolhos. Geralmente, as antenas ficam alojadas nas fossetas antenais (Amblycers), guardadas então são de difícil visualização. O palpo maxilar pode ser confundido com as antenas. 
Antenas com 3 a 5 artículos, sendo que os Amblycera (4 artículos guardados na fosseta) ficam normalmente alojadas enquanto os Ischnocera irão mostrar a antena dependendo do animal. Aparelho bucal mastigador. Tórax (meso e metatórax fusionados ou não). Pernas curtas e achatadas, 1º par menor e voltado para a frente auxiliando na alimentação, tarso com 1 ou 2 unhas (garras). 
São ápteros, abdômen formado por 8-9 segmentos, dois 1º fusionados, acompanhados pelos orifícios respiratórios, alguns serão de boa visualização, outros pela quitinização será difícil, estigmas laterais (2º a 7º segmento), placas paratergais, faixas tergais e cerdas, hemimetábolos (como os anteriores), são chamados de falsos piolhos ou piolhos mastigadores. 
Presos as penas e aos pelos, contato com a pelagem do animal, hospedeiros são aves e mamíferos, alimento: produtos epidérmicos, descamações e secreções. Ciclo Biológico: OVO – 3 ESTÁGIOS NINFAIS – ADULTOS. 
Ciclo: em torno de 35 dias, morrendo commais facilidade fora do animal (7 a 15 dias fora do hospedeiro), ovo com PI de 4 a 7 dias, ninfas 1/2/3 (20 dias) e então adulto. Geram poucos descendentes. 
Subordem Amblycera: Antenas com 4 artículos, clavas, alojadas na fosseta antenal. Presença de palpo maxilar (mais na região anterior). Piolhos muito importante de aves, galinhas e pombos, principalmente. Cabeça bem mais larga que o tórax. Apresentam muitas cerdas (usadas na identificação). Apresentam um processo espinhoso (triangulo voltado para baixo) na cabeça, usado basicamente para a taxonomia. 
Família Menoponidae: Menopon gallinae (galinha, patos e pombos). Protórax e mesotórax nunca estão fundidos, tarsos com duas garras, abdômen largo. Não apresenta o processo espinhoso, mais ou menos no terceiro segmento abdominal apresenta dois grupos de cerdas localizados mais na periferia do abdômen (dois tufos de cerdas) sendo um grupo de cerdas reunidas (visualizado apenas na microscopia). Outros gêneros: Menacanthus, parasitando galinhas e pombos também, muito similar ao anterior, porém, com processo espinhoso na cabeça, não tem o tufo de cerdas no terceiro segmento e tem duas fileiras de cerdas espalhadas por todo o abdômen. Colpocephalum é um gênero exclusivo de pombos, identificado a partir de sua cabeça, escura, quitinizada com área mais escura nas laterais, chamada de simus orbital e além disso apresenta uma quitinização mais atrás na cabeça chamada de faixa occiptal, pois é a região do occipio, sendo estruturas que irão dar essa característica escura ao animal. 
Família Boopidae: Heterodoxus é o único que não é de aves e sim de cão, não sendo o principal piolho do cachorro. Muito parecido com o Menacanthus, podendo ser diferenciado pelo hospedeiro. Processo espinhoso na cabeça, pode ter palpo maxilar, muitas cerdas localizadas mais no centro do abdômen não tão espalhadas, e com fosseta anteral. 
Subordem Ischnocera: Antenas com 3 ou 5 artículos, livres e filiformes, sem fosseta antenal. Ausência de palpo maxilar. Cabeça mais larga que o tórax, nada de palpo e antenas sempre exposta, piolhos de patas menores terminando geralmente em uma unha e primeiro par de patas voltado pra frente. Antenas livres pois não estão alojadas nas fossetas. Cabeça mais larga que o tórax. 
Família Trichodectidae: Fronte arredondada, antenas com 3 artículos 1 garra tarsal. Principal pilho do gato, cão, bovino, equino e caprino. Trichodectes canis e Felicona subrostrata do gato. Bovicola antigamente Damalinia é o do bovino, caprino, ovino, equino. Trichodectes normalmente é uma cabeça mais quadrado. Sem quitinização no abdômen, visualização dos orifícios respiratórios, nada de faixas tergais e paratergais. Felicona com cabeça triangular, com região anterior triangular e chanfrada, um abdômen mais fino, nada de quitinização, visualização de orifícios e primeiro par de patas voltado para frente, com patas pequenas, primeira voltada pra frente e uma pequena unha. Bovicola é o que tem a cabeça mais arredondada com faixas tergais bem visíveis e abdômen então mais escuro de todos.

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