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TCC VERSÃO FINAL GABRIEL

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
 
 
 
GABRIEL DO NASCIMENTO RODRIGUES 
 
 
 
ESTUDO DE CASO SOBRE EXPORTAÇÃO DAS PEQUENAS 
EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE BELÉM E REGIÃO 
METROPOLITANA QUE FORAM ATENDIDAS PELA APEX – 
BRASIL/PEIEX NO PERÍODO 2016-2018 
 
 
Belém – PA 
2019 
Gabriel do Nascimento Rodrigues 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO SOBRE EXPORTAÇÃO DAS PEQUENAS 
EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE BELÉM E REGIÃO 
METROPOLITANA QUE FORAM ATENDIDAS PELA APEX – 
BRASIL/PEIEX NO PERÍODO 2016-2018 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como 
requisito para obtenção do Bacharel em Ciências 
Econômicas da Universidade Federal do Pará. 
Orientador: Professor Dr. Leandro Morais de Almeida 
 
 
 
 
 
 
Belém – PA 
2019 
Gabriel do Nascimento Rodrigues 
 
ESTUDO DE CASO SOBRE EXPORTAÇÃO DAS PEQUENAS 
EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE BELÉM E REGIÃO 
METROPOLITANA QUE FORAM ATENDIDAS PELA APEX – 
BRASIL/PEIEX NO CICLO 2016-2018 
 
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA 
 
_____________________________________________________ 
Prof. Dr. Leandro Morais de Almeida 
Orientador 
 
______________________________________________________ 
Prof. (a) Dr, (a) Marcia Jucá Teixeira Diniz 
Examinadora 
 
______________________________________________________ 
Examinadora 
Prof. (a) Dr, (a) Ana Elizabeth Neirão Reymão 
 
Apresentado em: 11/01/2019 
Conceito/Nota: ___________ 
 
Belém 
2019 
AGRADECIMENTOS 
Inicio agradecendo a Deus por tudo que me foi dado, desde uma família, um lugar 
pra morar, dormir, comida e roupa; até o discernimento, sabedoria e muita força de vontade 
pra acordar cada dia e fazer o meu melhor. A caminhada ainda é longa, contudo, saber que 
estar em segurança à torna mais tranquila e confortante. 
À minha família -- inclusive meu cachorro, Léo - por todo suporte fornecido, 
financeiramente e psicologicamente. Apesar das diferenças, o dia a dia torna-se mais plácido 
ao saber que existem pessoas lhe acompanhando, torcendo, comemorando as vitórias e lhe 
ajudando a levantar com as quedas da vida. Um agradecimento especial a minha vó por ser 
realmente uma segunda mãe, sempre me instruindo e jamais faltando afeto; e à minha mãe, 
pois além do amor materno, sempre é minha companheira e ajuda nas decisões mais difíceis 
em minha vida, quem eu converso quando estou perdido e quem me espera em casa com 
sorriso mais aconchegante desse mundo. 
Ao meu amor, por todos esses anos, passados e os que virão, por toda ternura e 
carinho. Em seus braços que encontro minha calma quando estou desnorteado, é a certeza do 
seu amor que me faz querer ficar, mesmo tendo diversas coisas mundo afora, nada se compara 
a estar com você. Independente de brigas e discussões, ao final do dia tudo se ajeita. Muito 
obrigado por entender meus momentos, auxiliar nas dificuldades que senti e por me ajudar a 
sonhar, você me fez crer que eu posso ser diferente e fazer diferente. 
A todos meus amigos, desde os da infância, ensino fundamental, ensino médio e 
faculdade, meu mais sincero muito obrigado. Obrigado por me descontrair quando estive 
tenso, nas conversas diárias, nos passeios e por serem sempre companheiros. Lembranças 
especiais aos meus amigos de infância: Elmir, Thiago e Belmiro; melhores amigos do ensino 
médio pra vida: Neto, Tiago, Carlos, Carol, Marília e Thaís; aos companheiros da 
faculdade: Saymon, Maelson, Matheus e Fernando; e a todos que aqui não pude citar, mas 
que foram importantíssimos pra mim. 
Aos meus professores e professoras que tentaram sempre transmitir o conhecimento 
da ciência econômica e me incentivar a ser um economista que trabalhe em prol do bem da 
sociedade, ajude meu companheiro menos favorecido e bata o pé frente às injustiças, 
entendendo que antes de qualquer bem material, somos seres-humanos. Agradeço também aos 
demais funcionários que fizeram a faculdade de economia funcionar, estes foram 
fundamentais para minha vida acadêmica. 
Muito obrigado ao meu orientador Leandro Almeida, por me fazer comprar a minha 
própria ideia e acreditar em meu potencial para fazer esse trabalho; à professora Márcia 
Diniz, por fazer eu me apaixonar por microeconomia a ponto de escolher trabalhar nessa área; 
à professora Elizabeth Reymão por seu esforço e toda atenção prestada a todos os alunos e 
alunas; e vários outros (as) que aqui não pude citar. 
De fato a vitória é de todos que aqui citei e alguns que não citei. Essa e outras 
conquistas em minha vida vieram de vocês. Gratidão a todos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Se és capaz de, entre a plebe, não te 
corromperes, 
e, entre Reis, não perder a naturalidade. 
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, 
se a todos podes ser de alguma utilidade. 
 
Se és capaz de dar, segundo por segundo, 
ao minuto fatal todo valor e brilho. 
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo, 
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, 
meu filho!”. 
(Rudyard Kipling) 
RESUMO 
A internacionalização de empresas ainda aparenta ser um tema restrito as grandes empresas 
multinacionais, os pequenos empreendedores tradicionais ainda visualizam e sentem fortes 
barreiras para expansão de seus produtos para novos mercados e vislumbram acesso a esses 
mercados. Esse cenário vem mudando gradualmente, a dinâmica contemporânea das 
multinacionais possibilita desmembramento da produção da firma, especializando cada 
produto em países com maior grau de competitividade, concomitantemente a isso governos e 
empresas vêm trabalhando conjuntamente para fomentar que empresas nascentes já tenham 
em sua estratégia a produção voltada para o nível global. Essa pesquisa tem como objetivo 
analisar a efetividade da política nacional de incentivo ao comércio exterior a nível local, 
representada nesse caso, pelo Peiex núcleo operacional Belém e Região Metropolitana do 
ciclo 2016-2018, para as pequenas empresas aderidas ao programa da região no âmbito de 
compreender se essa política tem trazido benefícios diversos para as firmas. A pesquisa foi 
desenvolvidos através de estudos bibliográficos, documentais e dados secundários referentes à 
exportação, além disso, foi elaborado um formulário para que as empresas aderidas ao projeto 
respondessem, como forma de balizar as benesses para essas empresas. Os resultados 
demonstraram que as firmas aderidas ao projeto tiveram proveito com informações, 
ferramentas e eventos envolvendo a exportação, contudo, não alcançaram a exportação 
efetiva. Isso demonstra que o projeto tem fomentado os empreendedores a inserirem em sua 
estratégia de desenvolvimento a internacionalização de suas firmas, com a ressalva de que o 
projeto deve especializar-se mais a fim de conseguir que mais empresas efetivem exportações. 
Palavras-chave: Internacionalização de empresas. Comércio Exterior. Exportação. Apex-
Brasil. Peiex 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The internationalization of companies still seems to be a theme restricted to large 
multinational companies, traditional small entrepreneurs still see and feel strong barriers to 
expand their products to new markets and envisage access to these markets. Gradually this 
scenario is changing, the contemporary dynamics of the multinationals makes it possible to 
break up the firm's production, specializing each product in countries with a greater degree of 
competitiveness, concomitantly to this, governments and companies have been workingtogether to encourage start-up companies to already have in their strategy the production 
towards the global level. This research aims to analyze the effectiveness of the national policy 
of encouraging foreign trade at local level, represented in this case, by Peiex operating 
nucleus Belém and Metropolitan Region of the 2016-2018 cycle, for small companies 
adhering to the region's program in the scope of understand if this policy has brought diverse 
benefits to firms. The research was developed through bibliographical studies, documentaries 
and secondary data related to the export, in addition, a form was elaborated so that the 
companies adhering to the project responded, as a way of marking the benefits for these 
companies. The results showed that the firms adhering to the project benefited from 
information, tools and events involving the export, but did not reach the effective export. This 
demonstrates that the project has encouraged entrepreneurs to include in their development 
strategy the internationalization of their firms, with the exception that the project must 
specialize more in order to get more companies to export. 
Keywords: Internationalization of companies. Foreign Trade. Export. Apex-Brasil. Peiex 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1- Eventos demográficos das empresas com as respectivas distribuições percentuais e 
taxas, por faixas de pessoal ocupado assalariado, segundo as variáveis selecionadas - Brasil 
2016 .......................................................................................................................................... 33 
Tabela 2 - Número de estabelecimentos Optantes e Não-Optantes do Simples Nacional ...... 35 
Tabela 3 – Quantidade de vínculos Optantes e Não-Optantes do Simples Nacional .............. 35 
Tabela 4 – Faturamento das empresas por porte através da exportação .................................. 39 
Tabela 5 – Participação (em %) das empresas porte nas exportações brasileiras ................... 40 
Tabela 6 – Fluxos de Investimento Direto Estrangeiro na economia brasileira ...................... 45 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Participação das Micro e Pequenas Empresas no PIB (%) - Brasil (1985 e 2011)
 .................................................................................................................................................. 31 
Gráfico 2 - Taxa de Emprego por Porte Empresarial .............................................................. 32 
Gráfico 3 – Taxa de Sobrevivência das empresas de menor porte .......................................... 34 
Gráfico 4 - Demografia das empresas brasileiras 2007-2016 .................................................. 38 
Gráfico 5- Porte das Empresas Entrevistadas .......................................................................... 55 
Gráfico 6 - Empresas Exportadoras e Não Exportadoras ....................................................... 55 
Gráfico 7 – Índice dos principais entraves sentidos pelas empresas não exportadoras para 
alcançarem a exportação ........................................................................................................... 59 
Gráfico 8 - Índice dos principais benefícios para as empresas não exportadoras alcançarem a 
exportação ................................................................................................................................. 60 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1- Hélice Tríplice ......................................................................................................... 47 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
APEX-BRASIL - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos 
PEIEX - Programa de Extensão Industrial Exportadora 
N.O – Núcleo Operacional 
MDIC - Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços 
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
FGV – Fundação Getúlio Vargas 
OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico 
UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul 
IDE – Investimento Direto no Exterior 
MEI – Microempreendedores Individuais 
ME – Micro Empresa 
EPP – Empresa de Pequeno Porter 
MPME – Micro, Pequenas e Médias Empresas 
ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 
ISS – Imposto Sobre Serviços 
SN – Simples Nacional 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 15 
 
2. A INTERNACIONALIZAÇÃO PRODUTIVA DAS EMPRESAS............................... 19 
 
2.1. A ABORDAGEM CLÁSSICA SOBRE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS 
EMPRESAS ...................................................................................................................................... 19 
 
2.1.1. O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO TRADICIONAL 
CONTEMPORÂNEO DAS MULTINACIONAIS ..................................................................... 26 
 
2.1.2. O EXEMPLO INTERNACIONAL DE DESENVOLVIMENTO E 
INTERNACIONALIZAÇÃO DA COREIA DO SUL ............................................................... 27 
 
2.2 AS PEQUENAS EMPRESAS E OS DESAFIOS DA INTERNACIONALIZAÇÃO .... 29 
 
2.2.1. AS MPES NO BRASIL ........................................................................................................ 30 
 
3. A POLÍTICA NACIONAL DE INCENTIVO AO COMÉRCIO EXTERIOR .......... 41 
 
3.1. UM APANHADO HISTÓRICO ............................................................................................ 42 
 
3.2. AGÊNCIA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO DE EXPORTAÇÕES E 
INVESTIMENTOS (APEX-BRASIL) ......................................................................................... 45 
 
3.3. PROGRAMA DE EXTENSÃO INDUSTRIAL EXPORTADORA (PEIEX) ............... 47 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES – O PEIEX BELÉM E REGIÃO 
METROPOLITANA ..................................................................................................................... 51 
 
4.1. METODOLOGIA ..................................................................................................................... 51 
 
4.2. O PEIEX BELÉM E REGIÃO METROPOLITANA ......................................................... 53 
 
4.2.1. PORTE DAS EMPRESAS .................................................................................................. 54 
 
4.2.2. EMPRESAS EXPORTADORAS E NÃO EXPORTADORAS .................................... 55 
 
4.2.2.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS EMPRESAS EXPORTADORAS................ 56 
 
4.2.2.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS EMPRESAS NÃO EXPORTADORAS ..... 58 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 64 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 67 
 
APÊNDICE A .................................................................................................................................. 72 
 
QUESTIONÁRIO RELATIVO AO COMÉRCIO EXTERIOR, APLICADO ÀS 
EMPRESAS PARTICIPANTES DO PEIEX 2016-2018 DO RAMO DE ALIMENTOS E 
BEBIDAS NÚCLEO BELÉM. .................................................................................................... 72 
 
I) Empresas exportadoras: ........................................................................................................ 72 
 
II) Empresas não exportadoras, mas com potencial/interesse/perspectiva de exportar:
 .........................................................................................................................................................73 
 
III) Sobre o PEIEX: .................................................................................................................... 75 
 
APÊNDICE B .................................................................................................................................. 77 
 
 
15 
1. INTRODUÇÃO 
Levando em conta que atualmente em um mundo cada vez mais globalizado, as 
trocas comerciais entre os países ganha mais força e interfere diretamente sobre o 
desempenho destes ao passo que cria oportunidades ás empresas residentes dos países a 
aumentarem seu potencial de mercado na forma de possibilitar maior acesso de seus 
produtos aos mercados internacionais. Assim, resumidamente, se presume que o melhor 
resultado da abertura é referente à ampliação focando o mercado estrangeiro. 
Políticas de incentivo á exportação começaram durante o período do regime 
militar, este se caracterizava por ser protecionista quanto às importações e incentivando 
as exportações a fim de obter superávits comerciais. Evidencia-se uma forte vontade 
política de aceleração da atuação exportadora no Brasil através da política cambial 
baseada em minidesvalorizações da moeda nacional combinada com a criação de 
agências governamentais que incentivavam a exportação e a diversificação da mesma, 
um desses incentivos foi a criação do Befiex (Programa Especial de Exportação), o qual 
concedia benefícios fiscais aos exportadores. Os recursos para incentivar as exportações 
e o desenvolvimento advinham de bancos americanos e europeus, dada à liquidez do 
sistema bancário internacional da época. 
Os créditos bancários que alimentavam as políticas de exportação e 
desenvolvimento durante o regime militar foram cessados devido à crise da dívida 
externa, dessa forma, as divisas que antes entravam eram destinadas ao projeto 
desenvolvimentista, passaram a ser destinadas ao pagamento das dívidas externas junto 
aos bancos internacionais, o que demonstra a alta vulnerabilidade do país (LEOPOLDI, 
2016). 
A partir do final do século XX, o comércio internacional tornou-se uma pauta 
importante dentro da política econômica brasileira, para Cassano (2007), no início da 
década de 80, o processo de abertura comercial era inevitável, pois, segundo o autor, o 
processo de substituição de importações estava se esgotando – que simbolizava o 
protecionismo nacional dentro do comércio exterior. No final da década de 80, Brasil 
encontrava-se em um cenário de recessão e instabilidade; inflação descontrolada; crise 
de endividamento externo, fazendo com que a política comercial exterior fosse voltada 
principalmente para ter uma balança comercial favorável através de superávits 
 
16 
comerciais, incentivando a exportação e redução de importações; e política econômica 
indefinida levando agentes econômicos a repensar o modelo que estava sendo adotado. 
A política comercial exportadora iniciou-se durante o governo Collor, porém, 
segundo Cervo e Bueno (2002) esta ganhou maior notoriedade a partir dos governos de 
Fernando Henrique Cardoso. Para Leopoldi (2016), durante seu período de governo, 
Fernando Henrique Cardoso tentou resolver as questões de medidas burocráticas ligadas 
ao comércio exterior que prejudicavam as atividades comerciais do país, criou 
organismos que buscariam trabalhar de forma conjunta com o empresariado brasileiro, a 
fim de facilitar o processo da exportação. Nessa perspectiva, o tradicional estado 
burocrático passa a dar lugar a uma burocracia porosa, marcada por um relacionamento 
aberto com o empresariado, movimentos da sociedade civil e os diversos órgãos 
governamentais. 
Em 2003, o governo federal criou a Apex-Brasil (Agência Brasileira de 
Promoção de Exportações e Investimentos) juntamente com seus membros regionais do 
PEIEX (Programa de qualificação para exportação) no intuito de estimular 
preferencialmente os pequenos empreendimentos a atingirem a exportação ou 
aprimorarem sua pauta exportadora, no caso dos que já exportam. 
Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (2018), no 
ano de 2017, o Estado do Pará representou aproximadamente 20% (vinte por cento) do 
Superávit na Balança Comercial, colaborando com cerca de R$ 13,5 bilhões. Fatos que 
demonstram a fundamental importância do Estado no que tange a comercio exterior. 
A alta relevância do estado do paraense para o superávit da balança comercial é 
justificado principalmente pela exportação de minérios, e outras commodities advindas 
da indústria extrativa, que respondem por cerca de 78% da pauta de exportação do 
Estado. O cerne da questão está no fato de que tais setores econômicos no estado 
paraense são amplamente dominados por empresas de maior porte. O que corrobora 
para que empresas de menor porte ainda apresentem demasiada dificuldade para 
alcançarem o grau de agentes exportadores, essencialmente pelo obstáculo em adequar 
seus produtos aos elevados padrões internacionais. 
O setor de alimentos e bebidas mostra-se como um dos pilares da economia, 
devido sua abrangência à diversos setores econômicos e a capacidade de interligação 
entre os mesmos, seja de forma direta ou indireta. E é representado por insumos e 
produtos essenciais para a vida (GOUVEIA, 2006). É o mais expoente setor entre todos, 
 
17 
tanto no que tange a produção industrial como na exportação. Sua produção é 
autossuficiente e sua vocação agrícola é internacionalmente reconhecida, de acordo com 
a Apex, o Brasil é um dos países que mais exporta no ramo de alimentos e bebidas além 
das exportações desses produtores terem a maior representatividade, em 2017, 36% de 
tudo que foi exportado no Brasil era algum alimento ou bebida. 
Em concordância com Gouveia (2006), de modo geral a produção e venda das 
empresas abrangem tanto commodities, as quais possuem baixo valor agregado, como 
os processados, cujos demandam mais aporte tecnológico. Apesar da grande dimensão 
do ramo de alimentos e bebidas, este ainda precisa traçar caminhos mais consistentes 
rumo à evolução de Pesquisas e Desenvolvimento na área a fim de incentivar a 
diversificação de produtos com maior valor agregado de modo a garantir o sucesso das 
empresas desse setor. 
Conforme Rochinheski (2015), as empresas que são vinculadas ao PEIEX tem 
a possibilidade de utilizar mecanismos, ferramentas e eventos organizados tanto pelo 
núcleo operacional da região, como da Apex-Brasil, com o intuito de estimular o 
crescimento destas firmas que como consequência gerarão mais emprego e renda e 
trarão posteriores retorno a economia nacional. Este estudo tem foco no núcleo 
operacional do PEIEX Belém, o qual está localizado dentro do Parque de Ciência e 
Tecnologia Guamá. 
Em que grau a Apex-Brasil através do PEIEX núcleo Belém-PA, contribuíram 
para que as empresas de menor porte consigam alcançar sua primeira exportação e o 
aprimoramento do processo exportador em empresas que já exportavam? Dada 
importância ao fato que empresas de menor porte que não exportam ou que possuem 
menor grau de especialização na exportação, a hipótese é que começam a exportar ou 
aprofundar suas trocas comerciais quando recebem apoio de políticas públicas de 
incentivo a exportação, que nesse caso é o Peiex. 
O presente trabalho tem como objetivo geral compreender quais são os efeitos 
da política de promoção à exportação adotada pelo governo brasileiro, especialmente o 
PEIEX (Programa de qualificação para exportação), para as micro, pequenas e médias 
empresas da região metropolitana de Belém. O presente estudo avaliará as empresa do 
ramo de alimentos e bebidas que fizeram parte do programa durante o ciclo dos anos de 
2016-2018. 
 
18 
Como objetivos específicos,a pesquisa buscará compreender de qual forma foi 
proposta a política de promoção à exportação para as pequenas empresas, ao passo que 
almeja apreender como o PEIEX núcleo operacional de Belém insere-se nessa política; 
como estas entidades conseguem corroborar para o crescimento dos empreendimentos 
da região e quais foram os resultados desse projeto para os mesmos durante o período 
vigente. 
O interesse por este tema se justifica em contribuir para a expansão do 
entendimento sobre um tema tão relevante para a economia nacional e que vem 
ganhando maior notoriedade no decorrer dos anos. A especialização na compreensão 
dessa discussão é capaz de gerar maior conhecimento e entendimento na área gerando 
melhores resultados no andamento das negociações futuras. O tema que ainda é pouco 
trabalhado dentro do município e estado paraense bem como nacionalmente, possibilita 
posteriores pesquisas no setor engrandecendo o mesmo. 
A proposta desse trabalho é avaliar a efetividade do PEIEX, programa 
governamental de incentivo a exportação que faz parte da Apex-Brasil. Nesse sentido, 
busca-se compreender os efeitos dessa política para as empresas regionais e a sociedade 
como um todo, bem como o aumento da experiência internacional ocasionada pelo 
aumento da produtividade, melhoria na qualidade dos produtos, expansão da 
competitividade e diminuição da dependência do mercado externo; o que ocasionará em 
aumento de emprego e renda. 
Além deste primeiro capítulo introdutório, o presente trabalho é composto 
ainda por outros quatro capítulos. O segundo capítulo trata da internacionalização 
produtiva das empresas, baseando-se em pesquisas bibliográficas, o referente capítulo 
faz um apanhado desde a abordagem clássica sobre internacionalização das empresas, 
perpassando por um estudo das multinacionais clássicas e contemporâneas, além dos 
desafios que as pequenas empresas enfrentam para se internacionalizar. O capítulo três 
abrange a discussão sobre a política nacional de incentivo ao comércio exterior, 
versando acerca de um breve apanhado histórico desde o período de substituição de 
importações; a abertura comercial da década de 90; a criação e funções da Apex-Brasil e 
Peiex. O quarto capítulo concentra-se nos resultados e discussões desse trabalho 
envolvendo pesquisa primária com as empresas do ramo de alimentos e bebidas que 
foram aderidas no projeto no período 2016-2018. Por fim, o último, e quinto capítulo é 
destinado para as considerações finais, referências bibliográficas e anexos. 
 
19 
2. A INTERNACIONALIZAÇÃO PRODUTIVA DAS EMPRESAS 
Neste capítulo serão abordados os fundamentos teóricos que envolvem a 
internacionalização das empresas de micro, pequeno e médio porte da região 
metropolitana de Belém. Perpassando por uma analise “macro” dada através da política 
de incentivo a exportação do governo brasileiro, a atuação da Apex-Brasil 
regionalmente, representada pelo núcleo operacional de Belém do Peiex. 
2.1. A ABORDAGEM CLÁSSICA SOBRE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS 
EMPRESAS 
Desde a escola mercantilista há o surgimento da discussão sobre a importância 
do comércio exterior para o desenvolvimento de um país, para estes, a importância 
desse comércio advinha da necessidade de existir uma balança comercial favorável, 
objetivando superávit comercial. Adam Smith (A PORTER, 2005) já promovia o 
pensamento favorável às vantagens absolutas como forma de obter o superávit 
comercial. 
Vantagens absolutas é um termo que refere à produtividade que cada país tem 
para produzir um determinado produto comparando uns com os outros. Em outras 
palavras, se um determinado país ou região é mais produtivo com um produto ou 
serviço “x”, este deve se especializar no mesmo enquanto outros países especializam-se 
em outros produtos e/ou serviços que são mais propensos. David Ricardo (1817) tenta 
preencher as lacunas deixadas por Adam Smith e então cria a teoria das vantagens 
comparativas, a qual expanda a teoria da vantagem absoluta ao introduzir a ideia de 
custo de oportunidade. Dessa forma, buscou demonstrar com sua teoria que as trocas 
comerciais são possíveis mesmo em países sem nenhuma vantagem absoluta. 
A entrada do século XX trás consigo novos paradigmas: com a ascensão da 
economia de escala e padronização, a tecnologia passa a ser tratada como um fator de 
produção, assim como há o desenvolvimento de estruturas de mercado mais específicas 
acompanhadas de maior configuração industrial. Novas teorias surgem a partir desse 
momento bem como: Teoria da Dotação Relativa de Fatores de Eli Hecksher (1919) e 
Berthil Olhin (1933), justificando que cada produto pode ter um custo diferente em 
diversos países; a Teoria da Deterioração dos Termos de Troca (Raul Prebisch, 2016), 
refere que países agrícolas devem exportar mais para poderem adquirir bens 
 
20 
industrializados – essa foi a principal fundamentação teórica para adoção de 
substituição de importações na américa latina, conduzida pela CEPAL; Teoria do 
Comércio e dos Mercados Imperfeitos de Paul Krugman (1985) e a Teoria da Vantagem 
Competitiva da Nações (MICHAEL PORTER, 1990). 
Após a II guerra, desenvolve-se o crescimento do multilateralismo, 
acompanhado de uma forte desregulamentação e incentivo ao comércio exterior, assim, 
as trocas comerciais passaram a se tornar mais frequentes, e a balança comercial 
favorável já não era obrigatória, haja vista que algumas importações podem ser 
benéficas para seu comprador, como é o caso de aquisição de tecnologia nova. Nessa 
perspectiva, a aproximação das nações tornou-se importante sendo reconhecida como 
globalização. A globalização foi percursor da internacionalização de empresas, 
economias e sociedades. 
Segundo Caseiro (2014), a globalização não é um tema atual, este já possuía 
um escopo na Companhia das Índias Orientais; contudo, o fato que marca sua ascensão 
da globalização é a queda do muro de Berlim, o qual demarca o fim da antiga ordem 
mundial que tinha como característica um mundo “dividido em dois”, entre capitalistas 
e socialistas – representados pela U.R.S.S. A partir disso, o capitalismo torna-se o 
sistema hegemônico e o mundo caminha para integração. 
De acordo com Caseiro (2014), a globalização altera a forma como os 
principais atores internacionais se relacionam, resultado da evolução de novas 
tecnologias no ramo de tecnologia da informação e comunicação. Nesse sentido, a 
globalização é a atividade econômica para além das fronteiras, promove a aceleração da 
internacionalização de produtos; aumenta a mobilidade de capitais; e a velocidade que o 
conhecimento e informação são transmitidos. 
A globalização é um processo histórico e social complexo, e que carrega 
muitas características e práticas de cunho político, assim, por vezes pode existir 
animosidade e conflito, quando interesses contrários são postos frente a frente. Por isso, 
Guedes (2006), afirma que a globalização tem por obrigação contemplar três aspectos 
fundamentais: material, espaço-temporal e cognitivo. O material representa o fluxo de 
pessoas, bens, serviços e capitais; espaço-temporal refere-se à organização social a 
níveis local e global; e o terceiro diz respeito à existência da relação causal entre 
acontecimentos distantes e questões locais. 
 
21 
Para De Matos et al. (2015), a globalização vem com a ideia de criar uma 
“aldeia global” no sentido de integrar os mercados mundialmente, mas não somente sob 
a ótica de mercado, mas também sobre pessoas e empresas. A internacionalização 
favorece maiores possibilidades para as empresas de expansão do mercado consumidor, 
gerando altos lucros devido à proximidade entre o vendedor e o comprador. 
A internacionalização de umaeconomia é vista por Leopoldi (2016), como um 
processo gradativo de inserção dentro da economia mundial. Esta pode se dar de forma 
dependente do Estado ou até mesmo em um formato de coalizão estatal e interesses 
econômicos particulares, bem como um ramo específico da economia que vise expandir 
a sua atuação no mercado através da busca de novos consumidores. A definição de 
internacionalização de uma empresa é representada pelo volume de investimento 
estrangeiro direto (IED) e das exportações e importações do país, ou seja, as 
movimentações de bens e serviços, e movimentações financeiras. Este trabalho focará 
no fluxo de bens e serviços, especificamente nas exportações de alimentos e bebidas. 
Para Leopoldi (2016), a internacionalização de países, principalmente os 
emergentes, em geral se dá através da liberalização econômica, a qual permite maior 
fluxo de capital, bens, serviços e pessoas dentro da “aldeia global”,costuma ser 
acompanhado de desregulamentações e flexibilizações, contrastando-se com o 
protecionismo percebido em países desenvolvidos e já integrados globalmente. Apesar 
da tendência a liberalização econômica no estagio inicial de internacionalização, a 
presença do Estado é capaz de proporcionar estrutura suficiente para fortalecer a 
competividade industrial das empresas nacionais. A exemplo do caso Sul-Coreano, 
dado através de apoio financeiro, incentivos fiscais, assistência em assuntos 
administrativos e técnicos, etc. para empresas que evidenciaram possuir capacidade 
financeira, organizacional, de inovação e capital humano, atestando que com 
participação racional o governo pode potencializar a internacionalização e 
desenvolvimento do país (RUPPERT e BERTELLA, 2018). 
Conforme Cassano (2007), não se deve encarar a internacionalização de 
empresas como a única solução para todos os desafios e dificuldades que envolvem o 
crescimento de uma empresa e de uma nação, conquanto, a internacionalização é capaz 
de auxiliar a empresa a melhorar seu grau de competitividade, por consequência 
confirmar sua sobrevivência em um mercado competitivo, a julgar os altos padrões 
determinados dentro do comércio exterior. Nesse sentido, em muitos casos a 
 
22 
globalização foi determinística para conservação de algumas firmas, justamente por não 
fixarem seu campo de atuação somente no mercado interno, possibilitando expansão de 
receitas. 
Nessa lógica o interesse de países e empresas em adentrar o comércio exterior 
é latente, contudo alcançar maior área de mercado não é uma tarefa fácil nem simples. 
O processo de internacionalização demanda cuidados, bem como conhecer o mercado o 
qual se pretende exportar e saber se seu produto é viável dentro do mesmo; 
investimento em tecnologias mais atuais que capacitem à produção industrial; novos 
fornecedores; especialização de mão-de-obra; adequação de embalagem e rótulos; e 
entendimentos acerca das políticas de exportação de cada país e os custos envolvidos no 
transporte dessa mercadoria ou serviço (DE MATOS, et al., 2015). 
A internacionalização para Johanson e Vahlne (2009), – principais 
representantes da escola nórdica de internacionalização da universidade de Uppsala – 
não é uma construção racional, baseada em uma sequência planejada, na verdade, uma 
empresa se internacionaliza por demanda e necessidade. Para os autores, independente 
da forma como a empresa se internacionaliza, essa expansão para novos mercado é uma 
consequência do crescimento da firma. Quando o mercado doméstico está saturado, e, 
portanto as oportunidades lucrativas começam a reduzir, observa-se a tendência pela 
busca de novos consumidores em outros mercados. Como uma mudança “drástica” trás 
consigo um mar de incertezas, geralmente as empresas almejam expandir para locais 
que possuam estrutura similar ao seu lugar de origem. 
Penrose (1956), defende que o desempenho de uma firma depende inteiramente 
da interação criativa e dinâmica dos recursos produtivos e as oportunidades de mercado 
da região. A autora enfatiza maior importância para os recursos produtivos, bem como 
os de caráter tecnológico, empresarial e administrativo, como os que ditarão a expansão 
e diversificação de uma empresa através do tempo, assim, à demanda de um produto é 
predominante somente no curto prazo, e no longo prazo, as distinções entre oferta e 
demanda são completamente arbitrárias. 
Em termos gerenciais-administrativos, uma firma que visa crescer, deve 
constituir uma unidade de planejamento, o que significa que conforme se expande, 
crescem também suas responsabilidades administrativas. Pode-se afirmar dessa forma 
que o crescimento de uma firma está diretamente apenso ao conhecimento dominada 
pela mesma, fazendo dessa forma que a empresa continue a desenvolver-se motivada 
 
23 
por sua eficiência administrativa, até alcançar a fronteira de sua expansão, representada 
nesse caso por sua internacionalização (MARINHO, 2013). 
Hemais e Hilal são representantes da teoria da internacionalização da empresa, 
os quais tomaram como base as ideias formuladas por Penrose. Esta teoria afirma que 
existem custos associados ao funcionamento dos mercados, esses custos de 
funcionamento são conhecidos como custos de transação e são esses custos de transação 
que moldam os contornos da firma dentro do mercado. Esses custos costumam ser: os 
produtos até a tecnologia, formas de gestão e principalmente o conhecimento. Tudo isso 
explica as motivações para expansão das fronteiras de uma firma: essas se tornarão 
multinacionais quando for mais vantajoso financeiramente, ou seja, quando suas 
atividades forem capazes de cobrir os custos de transação. Assim, uma firma tende a 
escolher localização com menor custo para as atividades que desenvolve e irá crescer 
até o ponto que o custo de transação for maior que a internacionalização do mercado 
externo (MARINHO, 2013). 
Para Porter (1991), e a teoria da competitividade das nações, a 
internacionalização de uma economia está intrinsicamente ligada à inovação e 
modernização. Portanto, o autor defende que a nação depende diretamente das firmas 
para se internacionalizar, pois, são elas que alcançarão a inovação e modernização. As 
organizações se beneficiam em ter fortes concorrentes domésticos devido a pressões e 
desafios trazidos pelos mesmos através da concorrência global. 
A capacidade de inovação e adaptabilidade está diretamente conectada a alguns 
fatores, quando bem postos, o ambiente comercial torna-se apto para incentivar a 
competição. Entres os atributos tem-se: Condições de fatores: oferta de mão-de-obra 
qualificada e/ou infraestrutura de qualidade; Condições de demanda: mercado 
consumidor que consuma os produtos; setores industriais correlatos ou de apoio; 
estratégia, rivalidade e estrutura: as condições estabelecidas pelas nações para criação e 
regulação das firmas. 
O modelo de internacionalização de multinacionais defendido por Dunning 
(1988), denominado de “Paradigma Eclético”, também conhecido como modelo OLI, 
propõe que a internacionalização de uma empresa depende de sua atuação em três 
diferentes fatores, os quais podem variar de país para país. São eles: Vantagens 
proprietárias específicas, que se refere à natureza e extensão da vantagem competitiva 
que uma empresa tem frente às demais dentro do mercado que a multinacional está 
 
24 
inserida. Esta vantagem é essencial para da existência da multinacional; Vantagens de 
localização são vantagens específicas de uma determinada localidade dentro do 
comércio exterior e que não pode ser repassado para outros lugares; e Vantagens de 
Internacionalização, quando uma empresa consegue combinar positivamente uma 
vantagem proprietária específica e vantagensde localização com mecanismos de 
mercado. 
O mesmo autor cita quatro motivos para uma empresa se internacionalizar: 
Acesso a recursos naturais e/ou trabalho a um menor custo; Acesso a mercados 
específicos; Acesso a eficiência a partir da divisão mais eficiente do trabalho; e Acesso 
a ativos estratégicos ao redor mundo. Para o funcionamento dessa configuração, é 
importante que haja a interação das três variáveis e o efeito causado por essa interação 
sejam fortemente contextuais. A teoria eclética funciona então como um “envelope”, o 
qual agrega diversas construções teóricas para uma análise específica de um tema, pode 
ser dita como uma estrutura conceitual capaz de analisar amplamente a 
internacionalização. 
A entrada de empresas, conforme Zen e Fensterseifer (2008), em novos 
mercados pode ser marcada por diversas formas, sendo elas: 
 Exportação 
 Franquia 
 Alianças Estratégicas 
 Investimento Direto no Exterior (IDE) 
A exportação é a forma mais simples, que demanda menos volume de recursos 
e menores riscos, esta pode ocorrer de forma direta – quando a empresa cria seu próprio 
departamento de exportação para efetuar essa venda com sua marca – e/ou de forma 
indireta, utilizando serviços de uma tranding company ou uma empresa de 
gerenciamento de exportação, e nesse caso, pode variar sob qual marca o produto será 
vendido: com o nome da produtora ou da trading/empresa de gerenciamento. Apesar de 
ser simples, a exportação demanda conhecimento e experiência. Esse trabalho focará 
nesse tipo de internacionalização. 
As franquias ocorrem em um acordo entre empresas para utilização de 
licenciamento para fabricação de bens e produtos, utilizando a marca dessas empresas. 
Em outras palavras, uma empresa utilizará a patente da outra para efetuar a fabricação 
e/ou venda de seus produtos e serviços. Nesse sentido, a franqueador oferece a patente 
 
25 
da empresa, o sistema de gestão, as competências e os serviços, enquanto o franqueado 
é encarregado de gerir o empreendimento. 
Alianças estratégias baseiam-se na troca de conhecimento entre firmas, 
podendo ser de caráter tecnológico, capacitações e produtos em comum acordo e que 
sejam benéficos para ambos. Em um contexto competitivo, essas alianças podem 
proporcionar maior sucesso do que trabalhar independentemente. 
O investimento direto no exterior (IDE) abrange joint-vetures, fusões, 
aquisições e até mesmo construção de um parque fabril em outro espaço geográfico. 
Joint-ventures possuem caráter mais formal e, visto que tratam-se da associação do 
capital de uma ou mais firmas para criação de mais filiais comuns. A fusão ocorre com 
a junção de duas ou mais empresas, concebendo uma nova organização, que, por sua 
vez, pode possuir uma nova administração e denominação. A fusão é benéfica, pois, há 
aumento do investimento tecnológico, redução de pessoal administrativo e expande a 
possibilidade de entrada em mercados exteriores. 
A aquisição é uma forma rápida de entrada no mercado, por tratar-se de um 
empreendimento já estabelecido no mercado a ser adquirido, isso reduz burocracias, 
porém, o custo para este é demasiado elevado. Suas vantagens residem na distribuição 
ágil dos produtos, acesso a marcas já consolidadas no mercado, além de canais de 
distribuição e tecnologias pré-existentes. Pode ser desvantajoso quando a empresa 
adquirente não tiver conhecimento cultural e problemas com comunicação que podem 
dificultar a integração da firma no mercado. 
A construção de um novo parque fabril pode ser muito oneroso quando não 
tiver apoio, principalmente do Estado, ao passo que divergências culturais podem 
culminar em um revés. 
Todos esses tipos de entrada, segundo Guarrido apud. Zen e Fensterseifer 
(2008), podem ser divididos em dois grupos conforme seu grau de risco. Os autores 
denominaram de “modos de baixa complexidade” e “modos de alta complexidade”. Os 
de baixa complexidade demandam menor recurso, logo possuem risco menor. A 
exportação direta e indireta se enquadram nesse modo, ao passo que os de maior 
complexidade, demandam mais capital, e portanto, o risco tende a ser maior. Aqui 
encontra-se o IDE e acordos contratuais. 
 
 
26 
2.1.1. O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO TRADICIONAL E 
CONTEMPORÂNEO DAS MULTINACIONAIS 
As empresas multinacionais surgem a partir do saturamento do mercado 
interno de países desenvolvidos, essas firmas investiram em novas tecnologias, 
processos e métodos e juntamente com a globalização puderam expandir 
geograficamente. As multinacionais reestruturaram-se em localidades onde suas 
atividades tinham maior potencial, diversificaram sua produção e especializaram-se, 
assim, essas trouxeram uma nova dinâmica de competitividade a nível local e global 
(DE NEGRI, 1997). 
A entrada de multinacionais em novas economias pode ser benéfico para a 
firma, da mesma forma que pode ser para a economia do país que as recebem, todavia, é 
importante frisar que há vantagens e desvantagens na abertura comercial. Entre as 
vantagens da abertura comercial está a redução do preço de bens industrializados devido 
ao aumento da competição entre as firmas. Contudo, aberturas bruscas podem ser 
nocivas para as empresas residentes, que sem preparo podem ruir quando comparada 
com a competição desleal de empresas com maior potencial tecnológico e processual. 
Nesse sentido, afirma-se, portanto, que uma abertura comercial deve ocorrer de forma 
gradual para que firmas nacionais consigam se adaptar as mudanças e não afetarem 
diretamente a geração de emprego e renda. 
As novas multinacionais possuem uma dinâmica diferenciada das tradicionais. 
As tradicionais optam pelo processo de fusão ou aquisição de firmas em terras 
estrangeiras; enquanto as novas multinacionais operam de forma variada na entrada em 
novos mercados, podendo ser principalmente através de alianças, joint ventures e até 
posse integral de subsidiárias. Algumas dessas são focadas em produtos específicos 
enquanto outras abrangem diversos setores, se expandem essencialmente por sua forma 
inovadora, já que não costumam contar com tecnologia de ponta e nem grandes aportes 
para o marketing. 
Novas multinacionais têm como principais características a rápida inserção em 
mercados internacionais; seu diferencial é a inovação organizacional e não tecnológica; 
e suas inovações estratégicas favorecem a exploração de experiências em novos 
mercados locais e sua condição de empresa periférica como vantagem. Assim, afirma-se 
que essas empresas não cresceram necessariamente por aproveitarem somente seus 
 
27 
pontos fortes, mas sim utilizando recursos de outras empresas já inseridas no mercado 
através de seu alto grau de conexão internacional dada por alianças globais. 
Essas novas firmas multinacionais tem de equilibrar o desejo de alcance global 
com a necessidade de melhorar suas capacidades, para isso, utilizam vantagens 
competitivas de atuar em mercados em desenvolvimento como modelo de aquisição de 
lucro, enquanto se expandem para mercados desenvolvidos, os quais possuem demanda 
mais sofisticadas para que consigam expandir sua capacidade. Nesse sentido, as novas 
firmas internacionalizadas compõe um diferente processo de elaboração e venda de seus 
produtos, fazendo com que a produção seja diluída em diversos países que possibilitam 
menores custos – como mão-de-obra mais barata e qualificada; recursos naturais em 
maior quantidade e em menor preço – para as firmas, ao passo que sua venda também é 
repassada para inúmeros outros mercados. Esse processo quebra o tradicional modelo de 
inserção de funcionalidade única de uma empresa em país, o qual a firma elaborava toda 
sua produção em um único ponto.2.1.2. O EXEMPLO INTERNACIONAL DE DESENVOLVIMENTO E 
INTERNACIONALIZAÇÃO DA COREIA DO SUL 
Empresas industriais de países tecnologicamente avançados e amplamente 
internacionalizados costumam passar por uma trajetória tecnológica composta por três 
estágios, como afirma Kim (2005). Os três estágios são: fluida, transição e específica. 
No primeiro estágio as empresas criam uma nova tecnologia e integram a um ramo 
tecnológico e a taxa de inovação tende a ser alta, visto que a competição costuma 
depender do desempenho. Já na fase de transição, a tendência é ir em direção de um 
produto dominante e a métodos de produção em série, conferindo maior capacidade à 
economias de escala devido ao aumento da competição por preços. Com o avanço e 
amadurecimento do ramo industrial, a competição por preços é aquecida e a produção 
tende a torna-se quase completamente automizada, dando origem a produtos altamente 
padronizados e específicos. 
O mesmo autor reitera que a Coréia do Sul chegou ao último estágio de avanço 
tecnológico. No início da década de 1960 o país basicamente trabalhava com tecnologia 
reversa advinda de outros países, sua mão-de-obra barata, mas dedicada ao trabalho 
proporcionou bons resultados. Contudo, em anos posteriores, políticas protecionistas 
adotadas por Estados Unidos e Europa, além do salário crescente apresentaram-se como 
 
28 
uma grande barreira, o que fez o país inverter o sentido. A partir da década de 1980 
houveram intensos investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento) como saída 
para aumentar a competitividade, a inovação tornou-se lema do país. 
O desenvolvimento tecnológico da Coréia foi sustentáculo para seu elevado 
grau de internacionalização, baseou-se em um processo de aprendizado tecnológico. 
Pode-se abstrair da experiência coreana os seguintes aprendizados: O papel do governo 
incialmente é fundamental para o estágio inicial da indústria, fornecendo suporte que os 
empresários demandam, contudo, em longo prazo, é importante incentivar que as firmas 
tomem seus próprios passos, caso contrário, o crescimento pode ser prejudicado; os 
chaebols ¹
1
 apesar de muitos momentos tomarem um partido mais agressivo, foram 
importantes para mobilizar recursos e impelir o aprendizado tecnológico; trabalhadores 
dedicados e interessados em aprender; entrada contínua de tecnologia estrangeira; 
estímulo competitivo proveniente do mercado externo; aumento massivo de 
investimentos e P&D advindos de firmas privadas; A combinação desses fatores foi o 
principal motivo do incrível crescimento da Coréia (KIM, 2005). 
Ao realizar uma análise comparativa, podemos compreender quais passos ainda 
são necessários ao Brasil visando o aprendizado tecnológico e internacionalização de 
sua economia. As firmas brasileiras ainda carecem de suporte do Estado, à medida que 
deve haver sensibilidade quanto o momento de desburocratização e tornar as empresas 
livres para tomarem seus rumos; incentivar e capacitar os trabalhadores; possibilitar a 
entrada de tecnologias internacionais e não enxergá-las como um entrave para o 
desenvolvimento tecnológico nacional; estimular à competitividade através do fomento 
a entrada no mercado externo. A conjunção desses fatores tende a incitar as firmas e os 
trabalhadores a alcançarem o crescimento. 
No contexto de internacionalização, empresas de menor porte tendem a 
apresentar maior dificuldade para acessarem novos mercados quando comparadas com 
empresas de maior porte. Para Bedê, Moreira e Schmidt (2013) e Penrose (2006), o 
principal motivo é a discrepância de recursos disponíveis, tanto capital próprio como de 
 
1
 Grandes conglomerados industriais que receberam apoio governamental e hoje são um dos pilares da economia 
sul-coreana. 
 
 
29 
terceiros. Preparar uma firma para internacionalização não é simples, existem padrões 
rigorosos e diferenciados para cada mercado, e na maioria dos casos, empresas de 
menor porte não possuem recursos suficientes para adaptar-se e produtos a graus 
maiores de rigorosidade. A alternativa encontrada seriam empréstimos e financiamentos 
de longo prazo, contudo, devido ao elevado risco presente em pequenas empresas, o 
acesso a esses meios torna-se ainda mais restrito e as taxas de juros maiores. Empresas 
maiores além de possuírem alto capital próprio, obtém crédito com maior facilidade, 
pode-se concluir com isso, que há uma desvantagem significativa no grau de dificuldade 
para internacionalizar uma empresa de menor porte, mesmo que seja através da 
exportação, que é o patamar mais simples. 
 
2.2 AS PEQUENAS EMPRESAS E OS DESAFIOS DA 
INTERNACIONALIZAÇÃO 
 
A conceituação do que são micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) é um 
desafio de muito tempo, uma vez que não existe um consenso acerca do assunto. A 
Comunidade Europeia com receio de que a ausência dessa definição poderia levar a 
uma desigualdade e distorções na concorrência entre empresas dos países-membros. 
Essa definição então leva em consideração termos ditos como “clássicos”, como pessoal 
ocupado, faturamento e balanço; mas também dá importância à estrutura de propriedade 
da empresa – dada a influência dos recursos que as empresas têm ao seu dispor, isso 
significa dizer que não são elegíveis como MPMEs empresas menores que são 
controladas por empresas maiores (GUIMARÃES, CARVALHO E PAIXÃO, 2018). 
Para De Campos, José Guilherme Ferraz et al. (2008), as pequenas empresas 
são eficazes na criação de novos postos de trabalho, são mais consistentes em um 
ambiente de abundância de mão-de-obra e capital em deficiência - caraterísticas de 
países em desenvolvimento- tornando-se assim referência na geração de empego e 
redução da pobreza; também contribuem por serem uma significativa fonte de 
inovação, dado o ambiente competitivo que normalmente estão inseridas e contribuem 
para o empreendedorismo e a exportação que servirá como base futura de expansão 
industrial; promovem grande dinamismo á economia que estão inseridas e flexibilizam 
a estrutura industrial. 
 
30 
Lie, Henrique Palma Lima e Escrivão Filho (2016), consideram que o 
gerenciamento de empresas de menor porte é diferenciado e específico devido ao seu 
tamanho reduzido. Para os autores existem alguns fatores que podem conduzir o sucesso 
ou insucesso do empreendimento: fatores ambientais; organizacionais; e 
comportamentais. Fatores ambientais dizem respeito ao contexto que a empresa se 
insere; organizacionais é a forma como a empresa trabalha englobando a tecnologia, 
comportamento, tomadas de decisão e estratégias; e fatores comportamentais dizem 
respeito a valores, crenças e atitudes dos líderes. 
Os fatores citados acima se apresentam como um desafio para as pequenas 
empresas. Como exemplo de um fator ambiental tem: a concorrência desleal com 
empresas grandes, que afeta diretamente a capacidade de barganha com fornecedores e 
compradores e limitam a sua influência no mercado; os fatores organizacionais são 
afetados pela falta de recursos financeiros, materiais, pessoal qualificado, ausência de 
planejamento estratégico, além de uma estrutura organizacional informal demais. A 
informalidade também é empecilho quando líderes costumam manter relações sem a 
devida formalidade, corroborado pela falta de ferramentas formais de gerenciamento e 
tempo limitado para fazer todo o trabalho de gestão. 
Conclui-se assim que a nível internacional, as particularidades das pequenas 
empresas, com preponderância dos líderes, são seu baixo nível de composição funcional 
e estratégias pouco definidas, fato que dificulta a competição contra empresas de maior 
porte, principalmente no que tange a possibilidadede internacionalização. A realidade 
não é tão diferente para o Brasil, no qual grande parte das pequenas empresas não 
consegue sobreviver após o seu primeiro ano de vida, muito por razão da grande 
burocracia e gestão ineficiente. 
2.2.1. AS MPES NO BRASIL 
Em consonância com Velden (2004), pode-se afirmar que as empresas de 
menor porte desempenham um papel central dentro da economia brasileira gerando 
renda e riqueza, são responsáveis por uma considerável fração do PIB – 29% em 2011, 
conforme o gráfico 1 - além de representar uma elevada porcentagem dos empregos 
gerados. Entretanto, segundo dados do IBGE exposto no gráfico 2, apesar de gerarem 
74% dos empregos totais em 2017, no que tange a criação de riqueza ainda estão aquém 
das empresas de maior porte, visto que o salário médio é de quase mil reais a menos 
 
31 
para firmas menores se comparado com empresas grandes. O setor que mais tem 
contratações para organizações pequenas é o de comércio e serviços. 
Com isso, fica claro que a remuneração em firmas de menor porte é 
consideravelmente inferior às grandes empresas, fato que reflete tanto a baixa 
qualificação em empreendimentos pequenos quanto à baixa qualidade dos postos de 
trabalho criada pelas mesmas. 
Empresas de menor porte costumam ter um perfil de características 
diferenciadas, se posicionando da seguinte forma: não são grandes organizações em 
tamanho reduzido e não são geridas de forma departamentalizada como grandes firmas; 
atuam normalmente no mercado de bens, produtos e serviços com demandas elásticas e 
constantes flutuações no tempo; mercado com poucas barreiras, mas com concorrência 
extremamente acirrada; enormes dificuldades de sobrevivência e a grande maioria não 
chegam ao segundo ano de existência. 
 
 
Gráfico 1 - Participação das Micro e Pequenas Empresas no PIB (%) - Brasil, 1985 e 2011) 
 
Fonte: Sebrae/FGV / Autoria Própria 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Empresas de
Menor Porte
Empresas de
Grande Porte
Empresas de
Menor Porte
Empresas de
Grande Porte
1985 2011
 
32 
Gráfico 2 - Taxa de Emprego por Porte Empresarial 
 
Fonte: IBGE/ Autoria Própria 
 
Ao analisamos a situação Brasileira, conforme tabela 1, percebe-se a 
importância das MPMEs, que representaram em 2016, oitenta e nove, vírgula oito por 
cento (89,8%) do total de empreendimentos nacionais. Contudo, a discrepância 
existente nos dados de pessoal ocupado e pessoal assalariado demonstra a insuficiência 
de geração de emprego e renda das mesmas. Outro dado é a diferença entre empresas 
entrantes e saídas: um déficit de 113.526 empresas em 2016, isso se torna preocupante, 
pois, segundo Guerra e Teixeira (2010), da mesma forma que uma MPME gera 
emprego em sua natalidade, esses são destruídos em sua mortalidade. Em linhas gerais, 
o decréscimo de empresas de menor porte tem interferência direta no desemprego. 
50,1 
10,6 
13,3 
26 
0
10
20
30
40
50
60
Micro Pequena Média Grande
2016
 
33 
Tabela 1- Eventos demográficos das empresas com as respectivas distribuições 
percentuais e taxas, por faixas de pessoal ocupado assalariado, segundo as 
variáveis selecionadas - Brasil 2016 
 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Metodologia das Estatísticas de Empresas, 
Cadastros e Classificações, Cadastro Central de Empresas 2013-2016. 
Estudo do Datasebrae (2016), afirma que a taxa de sobrevivência de empresas 
de menor porte cresceu de 2008 para 2011, passando de 54% para 76%, conforme 
Gráfico 3. Boa parte dessa elevação é justificada pela ampliação do número de 
Microempreendedores Individuais (MEI), quando os MEI são excluídos, esse dado 
reduz de 54% para 58%. 
Apesar da notável melhoria, as empresas de menor porte ainda enfrentam 
imensas dificuldades para manter seu negócio funcionando. Pessoa e Diniz (2017) em 
conformidade com Velden (2004), justificam essa deformidade pela falta de 
conhecimento prévio sobre o nicho que a empresa pretende adentrar, baixa capacitação 
gerencial, reduzido poder dos proprietários na condução dos seus negócios e forte 
concorrência com empresas de maior porte; os autores também criticam fatores 
estruturais da economia como o sistema de crédito: dificuldade de acesso de crédito por 
parte dos MPME, estrutura tributária regressiva e em cascata, onerando os agentes de 
menor porte e alta e complexas demanda de obrigações acessórias exigidas pela 
legislação. 
4 481 596 2 056 734 45,9 1 967 715 43,9 457 147 10,2
38 517 432 2 846 698 7,4 9 000 513 23,4 26 670 221 69,2
32 011 930 - - 6 104 650 19,1 25 907 280 80,9
3 833 122 1 573 707 41,1 1 816 071 47,4 443 344 11,6
36 942 601 2 224 285 6 8 438 653 22,8 26 279 663 71,1
31 272 598 - - 5 736 344 18,3 25 536 254 81,7
85,5 76,5 92,3 - 97 -
648 474 483 027 74,5 151 644 23,4 13 803 2,1
1 574 831 622 413 39,5 561 860 35,7 390 558 24,8
739 332 - - 368 306 49,8 371 026 50,2
14,5 23,5 7,7 - 3 -
719 551 596 553 82,9 115 223 16 7 775 1,1
1 458 877 785 013 53,8 409 471 28,1 264 393 18,1
507 051 - - 254 231 50,1 252 820 49,9
16,1 29 - 5,9 - 1,7 -
Distribui
ção (%)
Faixas de pessoal ocupado assalariado
0
Variáveis selecionadas Total
1 a 9 10 ou mais
Total
Distribui
ção (%)
Total
Distribui
ção (%)
Total
Ativas
Número de empresas
Pessoal ocupado total
Pessoal ocupado assalariado
Sobreviventes
Taxa de saída no mercado
Número de empresas
Pessoal ocupado total
Pessoal ocupado assalariado
Entradas
Saídas
Número de empresas
Pessoal ocupado total
Pessoal ocupado assalariado
Número de empresas
Pessoal ocupado total
Pessoal ocupado assalariado
Taxa de sobrevivência no mercado
Taxa de entrada no mercado
 
34 
Gráfico 3 – Taxa de Sobrevivência das empresas de menor porte 
 
Fonte: Sobrevivência das Empresas no Brasil. Sebrae, 2016 / Autoria Própria 
 
Segundo a OCDE (2009), as MPE representam mais de 90% das empresas de 
serviço e industriais, contudo, devido ao seu menor porte, custos maiores podem ser 
incutidos. Assim, muitos países tem buscado criar mecanismos e saídas para reduzir 
essa desigualdade através de simplificações, desburocratizações, eliminações de 
obrigações acessórias e até mesmo redução fiscal. 
No Brasil esse mecanismo foi implementado pelo Simples Nacional. O 
Simples Nacional trouxe os seguintes benefícios para as MPE’s: redução de carga 
tributária; simplificação da estrutura fiscal através da possibilidade de pagamento de um 
único documento vários tributos federais, estaduais e municipais, incluindo ICMS, 
municipais e ISS. 
A realidade da economia brasileira antes do Simples Nacional não era 
favorável: economia crescendo de forma lenta; taxa de desemprego e inflação elevada; e 
salário mínimo relativamente baixo. No mesmo período muitas reformas foram feitas, 
como a do sistema financeiro, regime previdenciário, responsabilidade fiscal, 
privatizações e metas de inflação (PAES, 2015). 
Para analisar e compreender em que termos o Simples Nacional tem dado 
suporte para as MPE’s, as tabelas 2e 3 trazem dados pertinentes sobre o número de 
estabelecimentos optantes do sistema e quantidade de vínculos empregatícios criados. 
Explorando a tabela 2, referente ao crescimento ou decréscimo do número de 
estabelecimentos optantes e não optantes do Simples Nacional, percebe-se um 
54 55 
76 76 77 
54 52 
56 55 58 
51 54 49 49 
45 
2008 2009 2010 2011 2012
Incluindo MEI Excluindo MEI Sobrevivetes da ME
 
35 
crescimento sustentado das empresas optantes pelo SN (Simples Nacional), e uma taxa 
significativamente inferior de crescimento de firmas não optantes. Logo, há evidênciasque quando uma empresa decide se formalizar, a probabilidade dela ser optante é boa. A 
tabela 3 sobre vínculos empregatícios gerados, comprova que a tendência de 
crescimento em firmas aderentes ao SN é representativamente maior que empresas não-
optantes, ainda que em valores absolutos predomine as não-optantes, os resultados 
inferem a expansão da formalidade de empregos. 
 
Tabela 2 - Número de estabelecimentos Optantes e Não-Optantes do Simples 
Nacional 
 
Fonte: PAES (2015) / Autoria Própria. 
 
Tabela 3 – Quantidade de vínculos Optantes e Não-Optantes do Simples Nacional 
 
Fonte: PAES (2015) / Autoria Própria. 
 
A partir dos dados analisados sobre os resultados do Simples Nacional, há 
evidências que teve um importante efeito para a economia brasileira nos últimos anos. 
Apresentou-se como porta de entrada para mais empresas, bem como sua formalização; 
as empresas optantes cresceram em um ritmo mais rápido que das empresas não 
Mês Ano Optante Não-Optante Total
Dezembro 2007 1,931,035 1,627,521 3,558,556
Dezembro 2008 2,093,595 1,781,342 3,874,937
Dezembro 2009 2,239,921 1,810,092 4,050,013
Dezembro 2010 2,272,576 1,737,604 4,010,180
Dezembro 2011 2,463,099 1,854,589 4,317,688
Dezembro 2012 2,516,632 1,825,459 4,342,091
Variação Anual 3,75% 0,49% 2,30%Mês Ano Optante Não-Optante Total
Dezembro 2007 7,040,663 23,182,607 30,223,270
Dezembro 2008 7,801,843 25,517,818 33,319,661
Dezembro 2009 8,382,468 26,471,213 34,853,681
Dezembro 2010 9,311,042 28,207,623 37,518,665
Dezembro 2011 9,949,169 30,460,075 40,409,244
Dezembro 2012 10,581,393 30,904,571 41,485,964
Variação Anual 6,28% 3,40% 4,04%
 
36 
optantes, em todos os quesitos, sendo capazes de agregar maior quantidade de 
empregos, gerar maior massa salarial e expandir a média salarial (PAES, 2015). É um 
sistema muito interessante e com bons resultados, porém, seu custo é elevado para a 
sociedade brasileira, portanto deve ser reparado para que somente empresas de menor 
porte possam gozar deste benefício. 
Outro ponto importante de análise para compreender a dinâmica das empresas 
de menor porte é discutir o ambiente de negócios. Ambiente de negócios pode ser 
definido como as condições de um país ou região que determina o período de vida de 
uma empresa, está inteiramente relacionado aos procedimentos e questões relativas à 
abertura e encerramento de uma firma e os recolhimentos de tributos, assim, a melhoria 
do ambiente de negócios está diretamente ligada a fatores como desburocratização 
desses procedimentos. 
Para Cavalcante (2015), mensurar o nível do ambiente de negócios de uma 
determinada região, é uma árdua missão, porém, o Banco Mundial criou uma 
metodologia capaz de captar os aspectos relativos ao nível de evolução de um ambiente 
de negócios. A metodologia é conhecida como Doing Business. Esses indicadores 
podem servir como base para formuladores de políticas econômicas a fim de criarem 
formas de desburocratização, a servir de “guia” para empresários avaliarem em qual 
país ou região estes investirá. 
De modo geral, há uma correlação direta entre a qualidade do ambiente de 
negócios e o nível de investimento. Com aumento do nível de investimentos, há 
inserção cada vez maior de estoque de capital – como compra de maquinário e 
equipamentos, que por sua vez aumentam a produtividade do trabalho. Por analogia, 
pode-se apontar um nexo entre a qualidade do ambiente de negócios, níveis de 
investimento e a produtividade do trabalho. 
De acordo com o livro Doing Business (2015), um trabalhador norte-americano 
é capaz de fazer em média, o trabalho de quatro trabalhadores brasileiros, não porque 
este é “preguiçoso” ou o trabalhador norte-americano é “mais disposto”, mas sim por 
ausência de condições suficientes para produzir em maior quantidade. Os trabalhadores 
brasileiros tem menor produtividade pelos seguintes motivos: tecnologia defasada; 
infraestrutura improdutiva, falta de infraestrutura de qualidade; elevada burocracia; 
baixa infraestrutura de transporte dentro da região onde o trabalhador produz; alta 
 
37 
rotatividade do trabalho; reduzida qualificação; e falta de objetividade e foco por parte 
do trabalhador, o que reflete em muitas horas extras para concluir seu trabalho. 
No índice do Banco Mundial chamado de Doing Business, em 2015, o Brasil 
ficou em 123° em um ranking de 189, são precisos 107,5 dias para abrir uma empresa 
no país, tempo esse que engloba muitos procedimentos e elevado índice de burocracia. 
A nível de comparação, o tempo médio da América Latina é de 36,1 dias, enquanto que 
na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômica (OCDE), são 11,1 
dias; em termos de custo, o percentual sob a renda per capta é de 4,6% no Brasil, 
superando 33,1% da América e perdendo com pouca desvantagem para a OCDE 
(3,6%); os procedimentos adotados no Brasil são 13, 9 na América Latina e apenas 5 
para OCDE (LIVRO DOING BUSINESS, 2015). 
Como exemplo de boas práticas, estão os gregos, que mais fizeram melhorias 
em busca de um bom ambiente de negócios. Em 2012 houve a criação de uma nova 
forma de sociedade limitada simplificada, que ficou conhecida como “sociedade 
privada”, esta sendo menos onerosa que a comum, em 2013, a mesma aboliu a 
exigência de capital mínimo integralizado. Outro exemplo é do nosso vizinho, o Chile: 
em 2010 o país instaurou um sistema de registro online de empresas, um ano depois 
uma lei obrigou o governo a liberar licenças provisórias ou permanentes logo após o 
protocolo do mesmo. Em 2013, outra lei permitiu que empresários constituíssem certo 
tipo de entidades jurídicas online e sem custos. Essas e outras medidas fizeram o 
período cair de 27 para 5,5 dias necessários para abrir uma empresa (LIVRO DOING 
BUSINESS, 2015). 
Com base no exposto, percebe-se o quanto o ambiente de negócios é 
importante para determinar tanto a possibilidade de nascimento, como de sucesso e 
ciclo de vida de uma firma. O Estado brasileiro precisa conseguir criar suportes para 
manutenção da existência e produtividade de suas empresas, principalmente, as de 
menor porte, as quais são as principais geradoras de emprego. Sem maior 
desburocratização, redução de procedimentos e facilidade de acesso a informações, a 
tendência é de desestímulo ao empreendedorismo ou até mesmo encolhimento de 
empreendimentos. 
No que tange a exportação das empresas de menor porte, segundo dados do 
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (2018), no ano de 2016, pouco 
mais de 25.000 (vinte e cinco mil) empresas exportaram. Conforme informações do 
 
38 
Cadastro Central de Empresas do IBGE (Gráfico 4, 2016) existem no Brasil 
aproximadamente 4.5 milhões de empresas, ou seja, apenas 0,56% das empresas 
nacionais exportam. Além disso, ainda segundo dados do MDIC – tabelas 5 e 6 - em 
2016 das vinte e cinco mil empresas exportadoras 12.671 (doze mil seiscentos e setenta 
e um) empresas eram de micro e pequeno porte, representando quase metade do total de 
empresas exportadoras. Porém, no que se referem à participação das exportações 
brasileiras, no mesmo ano de 2016, as mesmas simbolizam somente 1.2%. Com adição 
das médias empresas nessa soma, o valor sobe para 5,8%. Empresas de menor porte 
faturaram cerca de dez milhões e setecentos mil dólares com suas exportações. 
 
Gráfico 4: Demografia das empresas brasileiras 2007-2016 
 
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2016). Demografia das Empresas. 
 
O fomento a um crescimento forte e sustentado das exportações faz parte da 
trajetória de soberania nacional de qualquer nação, apesar do Brasil ter frequente 
crescimento de suas exportações, ela ainda é insuficientequando comparada aos demais 
países emergentes. Somado a isso, salienta-se que um pequeno grupo de grandes 
 
39 
empresas concentra uma imensa parcela das exportações. O número de MPMEs 
exportadoras aumentou desde o fim do século XX, em contrapartida, a evolução do 
conjunto de exportações totais foi muito maior que este crescimento. 
O primeiro passo para internacionalização de uma empresa é a exportação, pois 
esta sugere um processo gradual de aquisição, integração e uso de conhecimento sobre 
mercados e operações externas. Segundo Bedê, Moreira e Schmidt (2013), a 
internacionalização de uma empresa é justificada, pois fomenta a criação de empregos e 
trocas comerciais, que por sua vez, possibilitam o estreitamento de contato entre países, 
favorecendo o desenvolvimento e a posteriori resulta na melhora no padrão de vida. A 
atividade exportadora possibilita que as empresas engajadas nesse movimento sejam 
beneficiadas através da possibilidade de aquisição de novas competências, as quais as 
tornam mais capazes de lidar com diversos cenários competitivos. Ao vender para 
novos mercados, as firmas podem dessa forma adquirir maior conhecimento de 
mercado, gostos de consumidores, etc. o que potencializa o crescimento da firma e a 
torna mais competitiva tanto externamente como internamente. 
 
Tabela 4 – Faturamento das empresas por porte através da exportação 
 
Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (2018) / Autoria Própria. 
 
Não 
definido
Pessoa 
Física
Micro e 
Pequena
Média Grande
2010 0 278 1.964 8.199 191.474 201.915 
2011 0 406 2.032 8.819 244.782 256.039 
2012 3 502 1.787 8.131 232.156 242.579 
2013 0 285 1.766 7.906 232.078 242.035 
2014 0 331 1.961 8.664 214.144 225.100 
2015 0 315 2.064 8.428 180.327 191.134 
2016 0 238 2.283 8.466 174.249 185.236 
ANO TOTAL
US$ Milhões
 
40 
 
Tabela 5 – Participação (em %) das empresas porte nas exportações brasileiras 
 
Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (2018) / Autoria Própria. 
 
Pianto e Chang (2006), consideram que a formulação de uma estratégia voltada 
para a internacionalização de um país é extremamente delicada e repleta de desafios, 
portanto, para estes, o país em questão deve focar no seu potencial diferencial 
competitivo, dada a maior possibilidade de agregação de valor, logo, maiores retornos 
para economia. Nesse âmbito é de suma importância à política de exportação estar em 
consonância com a política econômica adotada pelo país, visando desburocratizar, 
agilizar e evitar a criação de obstáculos à exportação. A estratégia de exportação deve 
ser clara e transparente delimitando os desafios e dificuldades e como estes poderão ser 
transpostos. 
Os números apresentados acima nos remetem a uma preocupação acerca da 
disseminação da cultura de exportação no Brasil, contudo, apesar dos inexpressivos 
resultados, o governo brasileiro vem tentado modificar esse quadro e tornar a 
exportação algo comum dentro das empresas nacionais, com ênfase nas de menor porte. 
Uma das medidas foi à criação da Apex-Brasil, a qual visa promover os produtos e 
serviços das empresas brasileiras dentro do cenário internacional, e atrair investimento 
externo para setores estratégicos da economia (DE FÁTIMA SOUSA, BOTELHO, 
2015). 
 
 
Não 
definido
Pessoa 
Física
Micro e 
Pequena
Média Grande
2010 - 0,1 1,0 4,1 94,8 100 
2011 - 0,2 0,8 3,4 95,6 100 
2012 0 0,2 0,7 3,4 95,7 100 
2013 - 0,1 0,7 3,3 95,9 100 
2014 - 0,1 0,9 3,8 95,1 100 
2015 - 0,2 1,1 4,4 94,3 100 
2016 - 0,1 1,2 4,6 94,1 100 
ANO
Part. %
TOTAL
 
41 
3. A POLÍTICA NACIONAL DE INCENTIVO AO COMÉRCIO EXTERIOR 
A formulação de uma estratégia competitiva externa é de extrema importância 
para inserção de uma economia dentro do mercado internacional, e mostra-se como um 
árduo desafio. Poucos países possuem medidas que podem ser chamadas de “estratégia 
de exportação”, esse universo reduz ainda mais quando leva-se em consideração 
resultados positivos após aplicações das referidas estratégias de exportação. Para obter 
efeitos favoráveis dentro de uma estratégia nacional de exportação, o foco não deve ser 
somente nos fatores externos, o plano deve integrar a política econômica, a fim de 
buscar soluções para gargalos internos que impeçam a expansão da competitividade 
comercial. 
O projeto nacional de exportação deve ter clareza na definição de prioridades, 
problemas, oportunidades e obstáculos para melhor aplicar os recursos financeiros com 
eficácia. As prioridades devem ser determinadas através de necessidades específicas dos 
principais setores de crescimento, das prioridades dos clientes (MPMEs), investidor 
estrangeiro direto e dos mercados-alvo. Essa definição facilitará ações e coordenações 
pertinentes a nível público e privado e a inserção de empresas no mercado internacional. 
Independente dos obstáculos a serem encontrados, uma estratégia tem que ser coerente e 
realista para situação do país, para que facilite e estimule a entradas das empresas 
nacionais no mercado externo e de novos setores. 
Nessa contextualização, o Mdic lançou em 2003 o programa Brasil Exportador, 
o qual é composto por diversos órgãos e instituições governamentais trabalhando em 
conjunto e coordenadamente gerenciando 44 programas e projetos, alguns existentes e 
outros a serem criados. O presente trabalho não pretende detalhar os mesmos, a intenção 
é entender como foi a construção da estratégia da política nacional de incentivo ao 
comércio exterior. Os projetos e programas do Brasil Exportador visam fortalecer a 
competitividade do Brasil no cenário externo, trabalhando dessa forma, as instituições, 
capacidade financeira, competitividade operacional, competitividade produtiva 
exportadora e a competitividade comercial e de negociações e firmas potenciais 
exportadoras. Em suma a intenção deste programa é ampliar a base exportadora, 
diversificar os mercados consumidores e a inserção das empresas de menor porte no 
comércio internacional. 
 
42 
Os dois principais ramos trabalhados do projeto Brasil Exportador são 
competitividade institucional e competitividade financeira. Políticas de fortalecimento 
da competitividade institucional podem beneficiar tanto empresas exportadoras como 
potenciais exportadoras, caso a atividade exportadora torne-se mais viável, ambos são 
beneficiados através de maior desburocratização e desregulamentação das exportações 
por parte das instituições e órgãos brasileiros. 
Competitividade financeira é a segunda área mais trabalhada dentro do Brasil 
exportador, e é através dessa medida que se pode medir o impacto da participação de 
potenciais exportadoras e/ou exportadoras em uma dinâmica de internacionalização. 
Financiamentos voltados ao pequeno exportador podem ter grande impacto na entrada 
de firmas com potencial exportador, o mesmo ocorre aos financiamentos não 
condicionados ao tamanho da firma, porém, as firmas potenciais exportadoras 
provavelmente comporiam uma parcela menor das empresas as quais utilizam esse 
financiamento (PIANTO E CHANG, 2006). 
Atualmente a Apex-Brasil é a agência responsável pela condução

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