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6. Perfil do solo Março, 2016 Corpo natural dinâmico constituído de materiais minerais e orgânicos, contém matéria viva, é diferenciado em horizontes de profundidade variável. Diferem do material de origem em relação a morfologia, propriedades físicas e químicas, composição e características biológicas. Solo Espodossolo Coleção de corpos naturais, constituídos por parte sólida, líquida e gasosa, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos, que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem. Ocasionalmente , podem ser modificados por atividade antrópica (Embrapa, 1999). Solo Solo Pedosfera: camada da Terra onde ocorre o solo ocorre, onde atuam seus processos de formação. Pedon: corpo tridimensional que representa o solo. Formado pelos horizontes superiores do perfil do solo onde atuaram os fatores e processos pedogenéticos, contendo a maioria das raízes das plantas (A+B ou A+E+B). Possui tamanho variável conforme cada solo. Solum Termo mais utilizado pelos geólogos para se referir a todo e qualquer material solto de terra ou rocha decomposta acima da rocha sólida. Compreendem os horizontes A, B e C. Regolito Saprólito Material resultante do intemperismo mais ou menos intenso da rocha e que ainda mantém a textura e estrutura original da mesma, comumente reconhecido como um produto de alteração da rocha “in situ” e denominado de horizonte C. O saprolito é a parte do regolito que se situa abaixo do solum e acima da rocha sã. Perfil: corte vertical do solo que expõe horizontes ou camadas para exame. Face do Pedon, usada para fins de exame, descrição e coleta. Horizontes X Camadas • Horizontes: seções normalmente paralelas a superfície do terreno resultantes da atuação de processos pedogenéticos; • Camadas: seções pouco ou nada afetadas pelos processos pedogenéticos. Horizontes Os horizontes que compõe o perfil do solo podem ser classificados em horizontes pedogenéticos e horizontes diagnósticos. Ex.: Horizontes H, O, A, E, B e C. Neossolo flúvico Argissolo Corresponde a cada uma das camadas mais ou menos paralelas à superfície do terreno, resultantes dos processos pedogenéticos, as quais, por isso, guardam relações genéticas entre si. Horizonte pedogenético Horizonte diagnóstico Seção do solo que apresenta determinados atributos selecionados cuja amplitude de manifestação é determinada arbitrariamente, havendo, portanto, sensíveis diferenças de critérios em detrimento aos vários sistemas de classificação existentes. Ex.: SiBCS – Bw: relação silte/argila < 0,6 ou 0,7, dependendo da textura. Pela FAO o horizonte ferrálico (ferralic B horizon) deve ser ≤ 0,2. Quando um horizonte principal subjuga as propriedades/características de outro horizonte principal (horizontes miscigenados). Ex.:AB, BC. Horizonte intermediários ou transicionais Horizontes e Camadas principais LETRAS MAIÚSCULAS são usadas para designar horizontes ou camadas principais, horizontes transicionais ou combinações destes. Textura Distribuição quantitativa das partículas sólidas minerais quanto ao seu diâmetro nominal (tamanho). % % % A textura corresponde à proporção relativa das frações granulométricas (areia, silte e argila) no solo. - Estimada pelo tato, com a amostra de solo molhada; 3- Textura do solo Comparação relativa do tamanho das partículas do solo: Areia (2.00 - 0.05 mm) Silte (0.05 - 0.002 mm) Argila (< 0.002 mm) Areia Silte Argila Sistemas de classificação granulométricas Frações Sistemas de classificação USDA ISSS SBCS Ø (mm) Areia muito grossa 2,0 - 1,0 Areia grossa 1,0 – 0,5 1,0 – 0,5 1,0 – 0,5 Areia média 0,5 – 0,25 Areia fina 0,25 – 0,10 0,25 – 0,10 0,25 – 0,10 Areia muito fina 0,10 – 0,05 Silte 0,5 – 0,002 0,5 – 0,002 0,5 – 0,002 Argila < 0,002 < 0,002 < 0,002 Algumas propriedades físicas Propriedades Frações granulométricas Areia Silte Argila Forma Denteada Ligeiramente irregular Lâminas/tubos Sensação Aspereza Suave/talco Pegajosa Plasticidade Não plástica Ligeiramente plática Plástica Coesão Não pegajosa Ligeiramente pegajosa Pegajosa Área superficial Muito baixa Moderada Muito alta Retenção de água Ausente/pouca Moderada Muito alta CTC Ausente Muito baixa Alta ou muito alta Aspereza Sedosidade Pegajosidade Triângulo textural Triângulo textural Exemplo de aplicação Argila 370 g/kg Silte 150 g/kg Areia 480 g/kg Constituída basicamente por minerais primários resistentes ao intemperismo, principalmente o quartzo. Pouca importância do ponto de vista químico. No ponto de vista físico, influencia a porosidade, aeração, permeabilidade, erosão, mecanização, etc.. Areia Constituída de minerais primários facilmente intemperizáveis (feldspatos, micas, anfibólios, etc.), quartzo, agregados de argila não dispersa, etc. Somente os solos mais novos apresentam teor de silte relativamente elevado, nos Latossolos há muito pouco por serem solos muito intemperizados. . Silte Solos ricos em silte tendem a apresentar problemas de encrostamento superficial causado pelo impacto das gotas de chuva e dos ciclos de umedecimento e secagem, com reflexos negativos na infiltração de água no solo e na emergência das plântulas. Constituída de minerais secundários, podendo-se encontrar maior proporção de argilas 2:1 em solos menos intemperizados e maior proporção de argilas 1:1 (Caulinita) e óxidos de ferro (Goetita e hematita) e, ou, alumínio (Gibsita) em solos mais intemperizados. Argila A fração argila é a fração ativa do solo, apresenta grande superfície específica e cargas elétricas (negativas e, ou, positivas) (CTA, CTC) de superfície. Apresenta capacidade de retenção de cátions, ânions e água, expansão, contração, plasticidade e pegajosidade. Todos os fenômenos químicos e físico-químicos do solo dependem do teor de argila do solo e, sobretudo, do mineral predominante na fração argila. As partículas minerais (areia, silte e argila), geralmente, se encontram agrupadas, formando partículas maiores (agregados), que confere ao solo a sua estrutura; Os agregados apresentam formas e tamanhos definidos, comportando-se como partes individualizadas, são chamados de unidades estruturais; Os agregados são classificados quanto a sua forma, tamanho e grau de desenvolvimento. • Laminar; • Prismática; • Colunar • Blocos angulares ou blocos subangulares; • Granular; • Grumos. Estrutura: quanto à forma Estrutura • Muito pequena; • Pequena; • Média; • Grande; • Muito grande. Estrutura: quanto ao tamanho Refere-se à manifestação das condições de coesão dentro e fora dos agregados. • Sem estrutura: o Grão simples: massa de solo solta e não coerente; o Maciça: massa de solo coerente e sem estrutura. • Com estrutura: o Fraca o Moderada o Forte Estrutura: quanto ao grau de desenvolvimento Principais tipos de estrutura e suas ocorrências típicas Tipos e classes de estrutura do solo Estrutura em blocos angulares Blocos angulares – faces que se intersectam com ângulos agudos e com faces planas Blocos subangulares (sem ângulos agudos e com faces arredondadas ou planas) Laminar – agregados planos e tabulares Prismática – agregados alongados verticalmente e com topo plano. Colunar – agregados alongados verticalmentee com topo arredondado. Grau da estrutura • Sem estrutura • fraca • moderada • forte Sem estrutura: - grão simples - massiva Massiva – sem unidades estruturais com material coerente Estrutura fraca Estrutura moderada Estrutura forte Forte grande colunar Termo usado para designar as manifestações das forças físicas de coesão e adesão entre as partículas do solo, conforme variação da umidade do solo. Força de coesão → força de atração entre moléculas de mesma substância ou partículas de mesma natureza. No solo, refere-se à atração que as partículas do solo exercem entre si. Força de adesão → força de atração entre superfícies de contato de substâncias diferentes. No solo, atração entre partículas do solo e a superfície de um material de qualquer natureza, como a superfície de implementos agrícolas. Consistência Avaliada em diferentes conteúdos de umidade: seco, úmido e molhado. Umidade do solo Seca Úmida Molhada Dureza ou tenacidade Friabilidade Plasticidade Pegajosidade Solta Solta Não plástica Não pegajosa Macia Muito friável Plástica Ligeiramente pegajosa Ligeiramente dura Friável Ligeiramente plástica Pegajosa Dura Muito firme Muito plástica Muito pegajosa Muito dura Firme Extremamente dura Extremamente firme Consistência • Graus de dureza (solo seco): solta, macia, ligeiramente dura, dura, muito dura, extremamente dura. • Solto: não coerente entre o polegar e o indicador. • Macio: a massa do solo quebra-se em material pulverizado ou grãos individuais sob pressão muito leve. • Ligeiramente duro: a massa do solo é fracamente resistente à pressão; facilmente demolida entre os dedos. • Duro: a massa do solo é moderadamente resistente à pressão; dificilmente quebra entre o indicador e o polegar. • Muito duro: a massa do solo é muito resistente à pressão e é dificilmente demolida com as mãos. Não quebra entre o indicador e o polegar. • Extremamente duro: a massa do solo é extremamente resistente • Graus de friabilidade: A friabilidade caracteriza a facilidade de ruptura da estrutura de um solo úmido (solo seco ao ar e a capacidade de campo). • Pode ser: solta, muito friável, friável, firme, muito firme, extremamente firme • Solto: não coerente. • Muito friável: a massa do solo se rompe entre os dedos, por aplicação de pressão fraca. • Friável: a massa do solo se rompe entre os dedos, por aplicação de pressão fraca. • Firme: a massa do solo se rompe sob pressão moderada entre o indicador e o polegar. • Muito firme: a massa do solo se rompe sob forte pressão, dificilmente esmagável entre o indicador e o polegar. • Extremamente firme: a massa do solo somente se rompe sob pressão muito forte; não podendo ser esmagada entre o polegar e o indicador. • Graus de plasticidade (solo molhado): resistência à deformação, oferecida por pequenos cilindros de solo molhados, manipulados entre os dedos. • Pode ser: não plástica, ligeiramente plástica, plástica, muito plástica;. • • Graus de plasticidade (solo molhado): resistência à deformação, oferecida por pequenos cilindros de solo molhados, manipulados entre os dedos. • Não plástico: não se consegue formar um cilindro com a massa do solo molhado. • Ligeiramente plástico: os cilindros se formam, contudo, se rompem quando recurvados ou comprimidos. • Plástico: os cilindros se formam e apresentam poucos sinais de ruptura ao serem recurvados ou comprimidos. • Muito plástico: os cilindros se formam e são recurvados ou comprimidos, sem sinais de ruptura. • Graus de pegajosidade: ou aderência É feita pressionando-se entre os dedos uma pequena porção de solo molhada. • Graus de pegajosidade: • Não pegajoso: após a aplicação de pressão entre o dedo indicador e o polegar, não se verifica nenhuma aderência da massa aos mesmos. • Ligeiramente pegajoso: após cessar a pressão a massa do solo adere a ambos os dedos, mas desprende-se de um deles perfeitamente. • Pegajoso: após cessar a compressão, a massa do solo adere em ambos os dedos e, quando os mesmos são afastados, tendem a alongar-se um pouco e romper-se, ao invés de desprender-se de qualquer dos dedos. • Muito pegajoso: após a compressão o material adere fortemente a ambos os dedos e alonga-se perceptivelmente quando os dedos são afastados. Solos muito plásticos e muito pegajosos podem ser mecanizado apenas em pequena amplitude de umidade (faixa de sazão); Quanto mais argiloso, maiores serão as manifestações das forças de coesão e adesão. Para o mesmo teor de argila, as forças de adesão e coesão serão maiores em solos ricos em argilas de maior atividade, como a montmorilonita. Consistência Revestimento brilhante e ceroso que ocorre na superfície das unidades estruturais. Decorrente de deposição de material coloidal (argila silicatada e óxidos de ferro) na superfície das unidades estruturais. Ocorre tipicamente em horizonte B textural e B nítico. Cerosidade Quanto a nitidez: fraca, moderada ou forte; Quanto a quantidade: pouco, comum e abundante. Cerosidade: grau de desenvolvimento Cerosidade Superfícies alisadas, visualmente sem estriamento, proveniente de compressão na massa do solo em decorrência de expansão do material, podendo apresentar certo brilho quando úmidas ou molhadas. Constituem feições mais comuns em solos de textura argilosa ou muito argilosa, cujo elevado conteúdo de argila ocasiona expansibilidade por ação de hidratação, as superfícies não possuem orientação preferencial. Superfície de compressão Superfícies alisadas e lustrosas, apresentando na maioria das vezes, estriamento marcante produzido pelo deslizamento e atrito da massa do solo, causados por movimentação devido à forte expansão do material argiloso quando reumedecido. Superfície de fricção - Slickensides Superfície de fricção - Slickensides Ocorrências de sais cristalinos sob forma de revestimentos, crostas e bolsas, nas superfícies dos agregados, nas fendas ou na superfície do solo, podendo ter aspecto pulverulento, como pó de giz. São constituídas principalmente por cloreto de sódio (que pode ser identificado pelo sabor salgado), sulfatos de cálcio, magnésio e sódio e, mais raramente, por carbonatos de cálcio. São mais comuns em solos afetados por sais da região semi- árida brasileira, seja por um processo natural ou causada pelo manejo inadequado da irrigação. Eflorescências Eflorescências São corpos cimentados que podem ser removidos intactos do solo e ocorrem principalmente em horizontes subsuperficiais. As concreções mais comuns são as de acumulação de: • Óxidos de ferro ou ferro e alumínio → cor ferruginosa • Óxidos de manganês → cor preta • Carbonato de cálcio → cor branca. Concreções Concreções Concreções Quantidade: Muito pouco: 5% Pouco: 5 a 15% Frequente: 15 a 40% Muito frequente: 40 a 80% Dominante: >80% Tamanho: Pequeno < 1cm; Grande > 1cm Dureza: macio ou duro Forma: esférico, irregular e angular. Concreções Cor escura: indicativo de alto teor de matéria orgânica; Cores vermelhas e amareladas: indicativas de alto teor de óxido de ferro e boa drenagem; Cores acinzentadas: revelam condições de hidromorfismo (acúmulo de matéria orgânica e redução de Fe e Mn), má drenagem. Latossolos: bruno, amarelo, vermelho-amarelo e vermelho; Argissolos: acinzentados, amarelo, vermelho-amarelo e vermelho. Em uma amostra indeformada do solo, se determina a cor dessa amostra úmida, úmida amassada, seca e seca triturada, comparando-a com as cores da escala Munsell.Na determinação da cor do solo na escala Munsell, anota-se três informações: matiz, valor e croma. Cor Matiz (Hue): cor pura. Quantidade que cada cor contribui para a coloração do solo. Os matizes utilizados são o R (red) vermelho, Y (yellow) amarelo e YR (yellow-red) vermelho-amarelo. Cor Cor Cor Valor (Value): medida do grau de claridade da luz ou tons de cinza presentes (entre branco e preto) variando de 0 (para o preto absoluto) a 10 (para o branco puro). Portanto, o valor de uma cor indica a tonalidade ou proporção de preto e de branco. Cor Exemplo: Se o valor é 3, significa que a cor branca contribui com 30% e que o preto contribui com 70% no valor da cor. Croma (Chroma): Proporção da mistura da cor fundamental com a tonalidade de cinza, também variando de 0 a 10. Portanto, o croma de uma cor indica a intensidade de saturação ou contribuição do matiz. Determina a pureza da cor. Cor Ex.: 10R 3/4 = Vermelho escuro acinzentado (“dusky red”) Sendo 10R o matiz indicador da cor fundamental vermelha e a fração 3/4 que este vermelho está misturado com o valor 3 (cinza composto de 3 partes de branco e 7 de preto) e croma 4 (indicando que aquele cinza contribui em 6 partes e o vermelho em 4 partes). Cor Cor
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