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Núcleo de Educação a Distância
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
HISTÓRIA MODERNA
SEMESTRE 3
Créditos e Copyright	
SILVA, Emiliana Andréo da.
História Moderna. Revisado por Mauro Sérgio dos Santos Silveira. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES, 2016. 98 p. (Material didático. Curso de História).
 
Modo de acesso: www.unimes.br
1. Ensino a distância. 2. História. 3. História Moderna
CDD 909
	
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
PLANO DE ENSINO
CURSO: Licenciatura em História
COMPONENTE CURRICULAR: História Moderna
SEMESTRE: 3º
CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas
  
EMENTA
Análise da formação dos Estados modernos europeus. Caracterização sobre o Absolutismo e o Mercantilismo. Estudo sobre o Renascimento Cultural e Científico. Aspectos das reformas protestante e católica. Estudo da expansão marítima europeia e a formação de colônias. Investigação sobre as características da transição do feudalismo ao capitalismo.  Reflexão sobre a revolução inglesa e as transformações econômicas na Inglaterra. Estudo da Revolução Industrial. Estudo das ideias iluministas e a análise da crise do antigo regime a eclosão da Revolução Francesa.
  
OBJETIVO GERAL
Preparar os alunos para compreender o processo histórico de transformação das sociedades humanas na perspectiva da longa duração e para a construção autônoma do conhecimento histórico.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Construir um panorama geral do fim da Idade Média e a Europa no século XV; Analisar a formação dos Estados modernos europeus; Caracterizar os conceitos de Absolutismo e Mercantilismo; Enumerar os fatores que levaram à expansão marítima europeia e, por conseguinte, à formação de colônias; Contextualizar o Renascimento Cultural e Científico; Conhecer aspectos das reformas protestante e católica e estabelecer relações; Investigar sobre as características da transição do feudalismo ao capitalismo; Refletir sobre a revolução inglesa e as transformações econômicas na Inglaterra; Caracterizar  a Revolução Industrial; Conceituar Iluminismo; Analisar a crise do Antigo Regime e a conjuntura de eclosão da Revolução Francesa.
  
UNIDADE I – Formação do Estado Moderno
Objetivos:
Conceituar as transformações econômicas ligadas ao renascimento comercial e o processo de centralização política que resultou na formação do Estado Moderno; Destacar as classes sociais vigentes no período de transição do feudalismo para o capitalismo e as consequências dessa transformação para a nova ordem social; Analisar a formação dos Estados modernos europeus; Caracterizar os conceitos de Absolutismo e Mercantilismo; Enumerar as características da expansão marítima europeia, destacando os fatores que a favoreceram e suas consequências; Conceituar Capitalismo e analisar as consequências socioeconômicas da conquista da América; Analisar o contexto colonial americano, identificando os focos de conflitos intercoloniais.
  
UNIDADE II – Renascimento e Reforma
Objetivos:
Contrapor o advento da cultura renascentista à cultura medieval, até então vigente, destacando seus principais aspectos; Reconhecer os principais avanços científicos da época, bem como analisar obras de grandes artistas da época; Conceituar Humanismo; Relacionar o movimento da Reforma ao contexto socioeconômico da sociedade europeia à época; Apontar as principais doutrinas/religiões que surgiram com o advento da Reforma; Caracterizar a Contra Reforma religiosa.
  
UNIDADE III – Movimentos sociais
Objetivos:
Analisar o contexto que levou à revolução inglesa e seus respectivos desdobramentos; Caracterizar a Revolução Industrial, identificando as principais transformações verificadas com o advento da industrialização; Reconhecer a independência dos EUA como um marco nas transformações políticas do séc. XVIII, além de relacioná-la com outros movimentos que se espalharam pelo mundo; Identificar as principais motivações das revoluções burguesas.
 
UNIDADE IV – O Antigo Regime e a Revolução Francesa
Objetivos:
Reconhecer o Iluminismo como um conjunto de ideias que combatiam o Absolutismo, apontando caminhos para a construção de uma nova ordem; Analisar a crise do Antigo Regime e a conjuntura de eclosão da Revolução Francesa; Compreender os principais aspectos que envolvem a Revolução Francesa, bem como seus desdobramentos.
  
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. 22ªed. São Paulo: LTC, 2010.
ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1995.
ELIAS, N. O processo civilizador. Volumes 1 e 2. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
  
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BROTTON, Jerry. O Bazar do Renascimento: da rota da seda a Michelangelo. São Paulo: Grua Livros, 2009.
BURKE, Peter. Uma história social do conhecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
FORTES, L. O iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1993.
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. Tradução de Amoroso, Maria Betania. São Paulo: Cia. de Bolso, 2006.
WEFFORT, Francisco C. Os clássicos da política, v. 1. São Paulo: Ática, 2006. METODOLOGIA:
A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio de recursos didáticos, como: material em formato de texto, vídeo aulas, fóruns e atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas, envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo ensino/aprendizagem.
 
AVALIAÇÃO:
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.
  
	
Aula 01_Formação do estado moderno
Na aula de hoje estudaremos a formação do Estado Moderno, suas principais características, fatores de desenvolvimento e inovações em relação ao período anterior. 
Então como será que se encontrava a Europa antes do surgimento do Estado Moderno? Seria muito diferente? O que mudaria com a implantação do Estado Moderno? Ao longo do texto procuraremos responder a todas estas questões. 
Primeiramente, deve-se lembrar que antes da constituição dos Estados, a Europa vivia uma forma de organização social que chamamos de feudalismo. O feudalismo era um sistema social, econômico e político caracterizado pelas relações de dependência e obrigações mútuas. Servos trabalhavam a terra dos senhores e pagavam inúmeras taxas em troca de proteção; cavaleiros prestavam serviços militares em troca dos feudos (terra, títulos ou cargos); senhores estabeleciam alianças entre si, por meio de casamentos ou acordos. Esse sistema resultava na divisão da Europa em vários reinos e, sobretudo, na divisão do poder político. 
Entretanto, a partir dos séculos XI e XII, a Europa passou por sucessivas transformações que culminaram com o renascimento comercial e urbano que imprimiu uma nova configuração ao continente, especialmente, nos séculos XV e XVI. As novas bases econômicas impulsionaram o movimento em direção à centralização do poder político, uma das bases sobre as quais se constitui o Estado. Esse mesmo movimento de centralização deu origem às nações e, por isso, podemos dizer que o século XVI assistiu à formação dos Estados nacionais. Nesse período de formação, a maior parte dos Estados nacionais europeus, por períodos maiores ou menores, adotou a monarquia como forma de governo e o absolutismo como teoria política de fundamentação do poder. 
Além da centralização do poder político, o Estado Moderno foi constituído sobre algumas bases. Dentre elas podemos destacar a questão da soberania.O poder que os senhores feudais tinham sobre a população transferiu-se para o rei. Este teria que fazer valer suas decisões para toda a população que vivia nos domínios do Estado. Foi assim que se desenvolveu a ideia de soberania, o rei era o soberano que impunha suas vontades para os súditos. O monarca passou a ser o centro a partir do qual o poder se disseminava. Um importante estudioso do assunto chamou a atenção para o fato de que até mesmo as fronteiras das nações emergentes eram reguladas pelo alcance do poder do rei.
O aumento do poder sobre um vasto território trouxe a necessidade de criação de uma burocracia administrativa a fim de consolidar o controle. O investimento militar também foi importante para o fortalecimento do poder do rei, pois este passou a não mais depender das milícias dos senhores feudais para a sua proteção. 
Criou-se assim um exército nacional, fiel ao rei. 
Outro ponto que sofreu transformações com a formação do Estado Moderno foram as leis e a justiça que passaram a ser unificadas, além da organização do sistema tributário. Os comerciantes em especial, apoiaram os novos monarcas que prometeram — e realizaram — o estabelecimento de uma moeda única e a padronização dos sistemas de medidas, combatendo a diversidade que atrapalhava a realização dos negócios. Na Idade Média cada região possuía a sua própria moeda e seu próprio sistema métrico e um não era aceito na outra região. 
A língua era outro fator de fragmentação: cada região ou localidade possuía um idioma ou dialeto próprios. A constituição dos idiomas nacionais também serviu para unificar a população. Verificamos, assim, o início do surgimento dos países europeus. Sendo que alguns se formaram mais rapidamente que outros. Podemos citar como exemplos de Estado Modernos formados neste período a França, a Inglaterra e a Espanha.
Em síntese, podemos dizer que o Estado moderno se desenvolveu no período de transição do feudalismo para o capitalismo, caracterizando-se pelo fortalecimento do poder do rei em detrimento do poder dos senhores feudais. Para esse fortalecimento,contribuíram o surgimento do exército nacional, comandado pelo rei, a unificação das leis e da justiça e a formação da burocracia. Em termos culturais, deve-se considerar a consolidação das línguas, padrões e moedas nacionais. Delineia-se, assim, a divisão da Europa como nós a conhecemos. Sabemos que muito mudou ao longo da Idade Moderna e do período contemporâneo e sofre transformações até nossos dias, mas a base foi formada neste momento. 
Resta destacar que essa transferência do poder do senhor feudal para o rei que caracterizou a formação dos Estados nacionais, foi apoiada por uma nova classe social, a burguesia, que enriqueceria rapidamente e seria responsável por importantes mudanças na história europeia e mundial.
Aula 02_Absolutismo
Nesta aula estudaremos o absolutismo, os Estados que o adotaram, suas principais características, os mais importantes teóricos e a formação do Estado absolutista na Inglaterra, Portugal e França. 
De um modo simplificado, pode-se que dizer que o Estado absolutista se caracteriza, antes de mais nada, pela concentração de poder nas mãos do rei. O monarca era quem possuía todos os poderes, era ele quem decidia, ou seja, o rei era o soberano da nação. O rei tinha em seu poder o exército, podia decretar as leis e também era o responsável pela arrecadação dos tributos. Ou seja, ele tinha em suas mãos todos os segmentos da nação pois controlava a riqueza, a justiça e a força.
Todavia, essa excessiva concentração de poder trouxe benefícios para alguns grupos sociais, especialmente para a burguesia. Essa nova classe social foi formada, sobretudo por comerciantes que se beneficiaram da unificação do mercado consumidor, dos tributos e da justiça, da uniformização da moeda, dos pesos e das medidas.. A nobreza também recebeu sua parte de benefícios. Empobrecida pela nova realidade econômica, a nobreza foi chamada a compor a corte das monarquias absolutistas, assumiram cargos na burocracia, no exército e no palácio. 
Mas o Estado absolutista não foi formado sem que houvesse a elaboração de ideias e ideologias sobre eles. Mesmo porque, estas acabavam por justificar sua existência. Contribuíram para isso alguns pensadores como Nicolau Maquiavel (1469-1527) e Thomas Hobbes (1588-1651). Este último propugnava que o governo deveria deter todos os poderes a fim de evitar os choques entre o povo. 
Porém, Nicolau Maquiavel tem sido considerado o mais importante pensador absolutista. Em sua obra O Príncipe, Maquiavel defendia a supremacia do soberano, ou seja, ele deveria utilizar de todos os recursos a fim de manter o seu poder. Sendo assim, os fins justificariam os meios.
 
DE QUE MODO SE DEVAM GOVERNAR AS CIDADES OU PRINCIPADOS QUE, ANTES DE SEREM OCUPADOS, VIVIAM COM AS SUAS PRÓPRIAS LEIS (QUOMODO ADMINISTRANDAE SUNT CIVITATES VEL PRINCIPATUS, QUI ANTEQUAM OCCUPARENTUR, SUIS LEGIBUS VIVEBANT)
 
Quando aqueles Estados que se conquistam, como foi dito, estão habituados a viver com suas próprias leis e em liberdade, existem três modos de conservá-los: o primeiro arruiná-los; o outro, ir habitá-los pessoalmente; o terceiro deixá-los viver com suas leis, arrecadando um tributo e criando em seu interior um governo de poucos, que se conservam amigos, porque, sendo esse governo criado por aquele príncipe, sabe que não pode permanecer sem sua amizade e seu poder, e há que fazer tudo por conservá-los. Querendo preservar uma cidade habituada a viver livre, mais facilmente que por qualquer outro modo se a conserva por intermédio de seus cidadãos. 
Como exemplos, existem os espartanos e os romanos. Os espartanos conservaram Atenas e Tebas, nelas criando um governo de poucos; todavia, perderam-nas. Os romanos, para manterem Cápua, Cartago e Numância, destruíram-nas e não as perderam; quiseram conservar a Grécia quase como o fizeram os espartanos, tornando-a livre e deixando-lhe suas próprias leis e não o conseguiram: em razão disso, para conservá-la, foram obrigados a destruir muitas cidades daquela província. 
É que, em verdade, não existe modo seguro para conservar tais conquistas, senão a destruição. E quem se torne senhor de uma cidade acostumada a viver livre e não a destrua, espere ser destruído por ela, porque a mesma sempre encontra, para apoio de sua rebelião, o nome da liberdade e o de suas antigas instituições, jamais esquecidas seja pelo decurso do tempo, seja por benefícios recebidos. Por quanto se faça e se proveja, se não se dissolvem ou desagregam os habitantes, eles não esquecem aquele nome nem aquelas instituições, e logo, a cada incidente, a eles recorrem como fez Pisa, cem anos após estar submetida aos florentinos. 
 
Alguns Estados foram pioneiros na utilização do absolutismo como forma de unificar seus países. Podemos citar a Inglaterra, a França, Espanha e Portugal. A seguir estudaremos três destes Estados. 
Primeiro vamos conversar sobre a Inglaterra. O Estado absolutista inglês teve início com o governo do rei Henrique VII (1485-1509) com a fundação da Dinastia Tudor após a Guerra das Duas Rosas (1455-1485). Para a implantação do absolutismo a monarquia contou com o apoio da burguesia, principal beneficiária desta forma de governo. 
Os sucessores do rei Henrique VII apenas ampliaram os poderes do rei. 
Mas foi com a rainha Elizabeth I (1558-1603) que ocorreu o fortalecimento do absolutismo inglês. Nesse momento, teve início a expansão colonial inglesa. Com a morte da rainha finaliza-se a dinastia Tudor. 
Um nova dinastia subiu ao poder, a dos Stuart, com Jaime I (1603-1625) que se tornou soberano da Escócia e da Inglaterra. Nesse reinado, ocorreu a implantação jurídica do absolutismo, formando uma monarquia absoluta de direito divino. 
No caso de Portugal o absolutismo teve início em 1383 com a Dinastia de Avis, tendo como soberano o rei D. João. Ele chegou ao poder após a vitória na Revolução de Avis que representou vitória da burguesia sobre a sociedade agrária e feudal. Ou seja, o rei apoioua burguesia para chegar ao poder. 
Com a precoce centralização do poder pela implantação do absolutismo, tornou-se possível para Portugal iniciar sua expansão econômica. Isso significa que o absolutismo acabou por favorecer a expansão marítima portuguesa e por consequência descobrir o Brasil. Portugal foi o primeiro país europeu a ser um Estado absolutista e mercantilista. Contribuíram para essa precocidade as batalhas para expulsar os mouros da região — a chamada guerra da Reconquista — e a independência da Espanha. 
Na França a centralização do poder político teve início com a Dinastia dos Capetos no século XIII. Aqui, o sentimento nacional francês e o fortalecimento do poder do rei foram favorecidos pela Guerra dos Cem Anos entre a Inglaterra e a França (1337- 1453).
Mas o ponto máximo do absolutismo francês foi no século XVII, com o rei Luis XIV (1661-1715), da Dinastia dos Bourbons. Este rei tornou-se o símbolo supremo do absolutismo francês e ficou conhecido como “rei sol”. A ele se atribui a frase: “L’État c’est moi” — O Estado sou eu. 
Assim, verificamos que o absolutismo se desenvolveu na Europa a partir do apoio da burguesa aos reis. Estes, por sua vez, souberam retribuir com a unificação da justiça, do mercado consumidor e dos tributos, além de regulamentar a moeda, os pesos e as medidas a fim de facilitar o comércio
Em síntese a concentração do poder foi apoiada pela burguesa e por pensadores que justificaram sua existência e necessidade; a centralização contribuiu para a expansão colonial europeia. 
Aula 03_Sociedade de Ordens
  
Nesta aula estudaremos as sociedades de ordens, destacando suas principais características e suas relações com o Estado Moderno absolutista.
A sociedade do Antigo Regime — conforme expressão surgida a partir do século XVIII, para designar a sociedade absolutista — era composta por três estados ou ordens: 
 
Essas ordens ou estamentos são distintas uma das outras completando-se, porém, numa estrutura harmoniosa. Sua caracterização clássica apresenta-se como os que rezam, os que lutam e os que trabalham (oratores, bellatores, laboratores) [...] Assim, cada uma das ordens possui sua função e seu lugar. Acima, localizam-se os religiosos [...]. A seguir, os guerreiros, investidos na defesa da sociedade e, finalmente, os trabalhadores. 
 
O clero era a primeira ordem da sociedade. O catolicismo era a religião oficial do Estado e dominava a vida pública além de exercer profunda influência sobre os valores da sociedade. Neste momento, o clero possuía uma certa autonomia em relação ao papa, fazendo suas próprias leis, com tribunais particulares e desfrutando de privilégios fiscais. 
As ordens não eram homogêneas. O clero era dividido em alto e baixo clero. O alto era formado pelos abades dos grandes monastérios e os superiores dos conventos. Possuíam muitas propriedades rurais e urbanas além do direito ao dízimo. O baixo clero eram religiosos oriundos do terceiro estado, frequentemente, oriundos das famílias camponesas. Este segmento era famoso por criticar a opressão dos monastérios sobre as camadas mais baixas população. 
A segunda ordem era a nobreza. Constituía a fração dirigente. Os nobres possuíam um quinto das terras do país e desfrutavam de privilégios honoríficos, econômicos e fiscais, caracterizando os direitos senhoriais. Assim como o clero, estavam divididos em segmentos. Basicamente, os nobres de espada ou de sangue eram aqueles provenientes da Idade Média; os nobres de toga provinham da burguesia enriquecida.
A nobreza ocupava os cargos oficiais a serviço do reino e a grande nobreza era composta por famílias ligadas a monarquia por ascendência. Formavam a corte e ocupavam os conselhos, partilhavam cargos e favores do Estado, e recebiam pensões e soldos militares. Levavam uma vida luxuosa. 
A terceira ordem ou terceiro estado era composto pela maior parte da população: camponeses, trabalhadores urbanos e burguesia. A burguesia era heterogênea. Havia os comerciantes ou banqueiros enriquecidos que, por meio de casamentos ou títulos ascendiam à nobreza; havia também uma burguesia média composta por profissionais liberais e pequenos comerciantes. Além da burguesia, encontramos neste terceiro estado as camadas populares urbanas, composta por artesãos e trabalhadores que viviam em péssimas condições nas cidades e os camponeses. 
Em síntese, nos preocupamos em apresentar as três ordens da sociedade europeia, o clero, a nobreza e o terceiro estado. Destacamos os componentes destas três ordens, a heterogeneidade encontrada nelas, além de seus privilégios sobre as demais. 
Verificamos o poder do clero sobre a sociedade e sua autonomia perante o papa. A nobreza era formada pela classe dirigente do Estado, alguns com ascendência monárquica, em geral, responsáveis por ocupar alguns cargos de relevância. E, finalmente, o terceiro estado que era ocupado pela maioria da população englobando a média e a pequena burguesia, os trabalhadores urbanos que sobreviviam de maneira precária nas cidades e os camponeses. Esta ordem pode ser caracterizada por se unir contra os privilégios concedidos à nobreza e ao clero, além de reivindicarem a igualdade civil. 
Aula 04_Os Estados Nacionais Europeus
   
Nesta aula estudaremos os principais Estados Nacionais que se formaram na Europa, a saber: Espanha, Portugal, França, Inglaterra, Itália e Alemanha.
A Espanha tem na formação de seu Estado uma profunda ligação com o processo de Reconquista, que se consistiu na luta dos cristãos para recuperar os territórios ocupados pelos mulçumanos na Península Ibérica, desde o século VIII. Até então, o território que viria a formar a Espanha, compreendia diversos reinos, tais como Astúrias, Leão, Castela, Aragão, Navarra e Barcelona. 
A expulsão definitiva dos mouros (muçulmanos) ocorreu após a unificação dos reinos do leste, sob os reis católicos Fernando e Isabel. Nascia assim, a Espanha moderna, no século XV. 
Assim como a Espanha, Portugal teve sua origem na Reconquista. Entretanto, sua independência remonta ao ano de 1139, data em que o Condado Portucalense, sob comando de Afonso Henriques instaurou a primeira dinastia portuguesa, denominada Borgonha, cuja hegemonia perdurou até o ano de 1383, quando a dinastia de Avis assumiu o poder, tendo como soberano o rei D.João. 
Com a precoce centralização do poder e a aliança com a burguesia da época, tornou-se possível para Portugal iniciar a expansão econômica. Isso significa dizer que o absolutismo acabou por favorecer a expansão marítima portuguesa e, por consequência, colonizar novas terras. 
Na França, o começo da centralização do poder político se deu com a dinastia dos capetíngeos, no século XIII, cujo apogeu ocorreu sob a égide de Filipe IV, o Belo, governo este caracterizado por diversas realizações. Mas o ponto máximo do absolutismo francês foi no século XVII, com o reinado de Luís XIV da dinastia dos Bourbons. Este rei tornou-se o símbolo supremo do absolutismo francês, ficando conhecido como “rei sol”. A ele se atribui a frase: L’État c’est moi – O Estado sou eu. 
O Absolutismo na Inglaterra teve início com o governo do rei Henrique VII (1485-1509) que fundou a dinastia Tudor, após a Guerra das Duas Rosas (1455-1485). Para a implantação do absolutismo a monarquia contou com o apoio da burguesia, principal beneficiária dessa forma de governo. 
Os sucessores do rei Henrique VII ampliaram os poderes do rei. Mas foi com a rainha Elizabeth I (1558-1603) que ocorreu o fortalecimento do poder real inglês. Nesse momento teve início a expansão colonial inglesa. Com a morte da rainha, finalizou-se a dinastia Tudor. 
Uma nova dinastia subiu ao poder na Inglaterra, a dos Stuart, com Jaime I (1603-1625) que se tornou soberano da Escócia e da Inglaterra. Nesse reinado, ocorreu a implantação jurídica do absolutismo, formando uma monarquia absoluta de direito divino. 
As atuais Alemanha e Itália não existiam como Estados Nacionais durante a Idade Moderna. Desde 962, estavam reunidas, juntamente com outros países,no Sacro Império Romano Germânico. Assim, essas regiões apresentaram situações específicas em relação aos outros Estados da Europa Ocidental. A unificação desses dois Estados verificou-se apenas no final do século XIX. 
Vimos, portanto, que o Absolutismo se desenvolveu na Europa a partir do apoio da burguesia aos reis. Estes, por sua vez, souberam retribuir com a unificação da justiça, do mercado consumidor e dos tributos, além de regulamentar a moeda, os pesos e as medidas a fim de facilitar o comércio.
Em síntese a concentração do poder foi apoiada pela burguesia e por pensadores que justificaram sua existência e necessidade; a centralização contribuiu para a expansão colonial europeia.
Aula 05_América Pré-Colombiana
 
Na aula de hoje estudaremos as civilizações que habitavam o continente americano, antes da chegada dos europeus, além do contexto de dominação a que foram subjugadas e consequentemente dizimadas de forma inapelável. 
“Homens pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas”. A célebre frase imortalizada pelo escrivão Caminha refere-se aos primeiros habitantes do Brasil, que foram chamados de índios. Esses primeiros habitantes encontrados pelos portugueses na região de Porto Seguro na Bahia pertenciam à família dos tupiniquins, tronco tupi-guarani e que já eram praticantes de uma agricultura primitiva. 
Outro grupo presente em território brasileiro eram os tapuias, que na língua tupi quer dizer “bárbaro” e habitavam comumente os sertões e os cerrados, praticando uma agricultura itinerante. Os outros grupos indígenas, de outros troncos linguísticos, somente mais tarde tomaram contato com o branco europeu. 
Apesar de numerosos, nenhum desses grupos de habitantes alcançou um grau de desenvolvimento comparável às civilizações presentes nas Cordilheiras Andinas, na região do atual Caribe e México, como atestam pelo menos três delas, encontradas pelos espanhóis quando estes se instalaram no continente – astecas, incas e maias. 
  
Os Astecas 
Os astecas, também conhecidos como mexicas, habitavam o planalto mexicano e alcançaram seu apogeu no início do século XVI, justamente a época que coincide com a chegada dos europeus ao continente. A nação asteca dominava do Golfo do México ao Pacífico, chegando até a Guatemala. Sua capital era Tenochtitlán e tiveram a sua origem nos toltecas. 
A formação do império asteca se deu a partir da aliança de algumas cidades-Estado como, por exemplo, Texcoco e Tlacopan. Os astecas formavam uma sociedade guerreira e sua maior autoridade eram os sacerdotes, uma vez que o imperador Montezuma era considerado de origem divina.
No que tange à economia, os astecas tornaram-se um povo agrícola, muito embora a caça e a pesca fossem práticas bastante difundidas nesse povo. A sociedade asteca era rigidamente dividida: os pipiltin eram representados pela nobreza, composta pela família real e sacerdotes. Aos membros mais simples das tribos, chamados macehualtin, cabia prestar o serviço militar e pagar impostos. A camada mais baixa da população era formada pelos tlatlacotin, espécie de escravos. 
Os Astecas eram politeístas, tendo Quetzacoatl como o deus mais venerado. Realizavam inúmeros sacrifícios, sobretudo utilizando sangue.
  
Os maias 
A civilização maia foi uma cultura meso-americana pré-colombiana e de história milenar. Formaram sociedades teocráticas, fixando-se ao longo da península de Yucatán, mais tarde absorvida pelos astecas. Destacaram-se pelas suas construções, tendo em vista a carência de tecnologia para os moldes da época. 
  
Os Incas 
Tida como a mais desenvolvida civilização a habitar o continente sul-americano, a civilização inca compreendia regiões desde o extremo norte do Equador, sul da Colômbia, todo o Peru e Bolívia e parte de Argentina e Chile. 
A capital do Império era a cidade de Cuzco e existe até hoje. A população inca vivia em pequenas coletividades agropastoris. Cada aldeia era habitada por grupos familiais denominados ayllus. O ayllu era o elemento básico de constituição da sociedade inca. 
O Império Inca era administrativamente dividido em quatro regiões. As relações que uniam o imperador, denominado “O Inca” e sua divindade “O Sol” às chefias eram as mesmas que uniam os ayllus às chefias e suas divindades. O imperador detinha o poder exclusivamente por seus méritos. Na religião, o Sol era o deus supremo e o sacerdote escolhido pelo imperador dedicava-se a cultuá-lo. Seguindo o exemplo dos astecas e maias, os incas eram hábeis na construção de palácios e templos, além, é claro, de cidades. 
Em síntese, o termo “descoberta” em referência ao continente americano é uma expressão errônea e deve ser evitada pelo profissional da área, tendo em vista a presença marcante de povos no continente quando da chegada dos europeus. 
Aula 06_Mercantilismo
 
Na aula de hoje estudaremos o mercantilismo, suas principais ideias e os efeitos em diversos países europeus. Verificaremos também suas consequências para a Europa e para o  mundo.
Em linhas gerais, o mercantilismo pode ser definido como a política de intervenção do Estado absolutista na economia com o objetivo de gerar riquezas. 
Dentre as ideias principais que compõem a teoria, destacaremos as quatro mais importantes.. Em primeiro lugar, o metalismo, isto é, a concepção de que a riqueza de uma nação está baseada na quantidade de ouro e prata acumulados, o que, lançava as nações europeias numa verdadeira “corrida pelo ouro”. 
Como decorrência do metalismo, desenvolveu-se a ideia da necessidade de os países manterem uma balança comercial favorável, o que seria possível por meio do aumento das exportações e diminuição das importações. 
As teses mercantilistas ensinavam que para aumentar as exportações e diminuir as exportações os Estados absolutistas deveriam fazer uso do protecionismo Isto é, a política econômica deveria incentivar a produção de artigos para a exportação —de preferência aqueles que possuíssem maior valor como os produtos manufaturados — impedir a saída de matéria prima, pois vale mais transformá-la do que vendê-la a um preço baixo. Portanto, o mercantilismo tornou-se um fator de incentivo à industrialização. O Estado deveria também dificultar ao máximo a importação de produtos. Podemos verificar que o protecionismo ainda se encontra presente em nossos dias, alimentando muitas discussões em torno do comércio internacional.
O intervencionismo do Estado na economia foi um fator determinante para que os princípios anteriores pudessem ser aplicados com sucesso. O Estado deve garantir a eficácia das ideias transformadas em medidas, a fim de que o mercantilismo funcione a seu favor, ou seja, acumulando metais preciosos através das conquistas, de uma balança comercial favorável e de um protecionismo que possibilite o desenvolvimento econômico do país.
Mas essas ideias e por consequência o mercantilismo não era igual em todos os países. A política econômica na Espanha era denominada “metalista” por possuir quantidade abundante de ouro e prata originários da América. Dada a facilidade na obtenção dos metais preciosos os espanhóis não se preocuparam em desenvolver as indústrias para a produção de artigos para a exportação. Por esse motivo eram obrigados a importar os produtos manufaturados de que necessitavam. 
A França se comportou diferente da Espanha. O que vinha das colônias não eram os metais preciosos e sim a matéria prima que movimentava as indústrias. Assim, o desenvolvimento industrial da França foi impulsionado pela matéria prima vinda das colônias que eram transformadas em produtos de maior valor e eram exportadas a fim de obter-se em troca os metais preciosos. 
A Inglaterra inicialmente se dedicou ao comércio a fim de obter os metais preciosos, e em um segundo momento desenvolveu a indústria que será responsável por importantes transformações sofridas neste período, tanto na área tecnológica quanto na questão do operariado que trabalhavam nestas indústrias. Na verdade, a Inglaterra foi o país pioneiro na industrialização,palco da Revolução Industrial. 
As consequências do mercantilismo para a Europa foram o desenvolvimento do Estado Moderno absolutista através da geração de riquezas e a expansão colonial.. Cada país mercantilista passou a ter então uma área de atuação com mercado consumidor e fornecedor de matérias primas que era a função das colônias. 
Os principais defensores do mercantilismo, como Thomas Mun (1571-1641) na Grã-Bretanha ou Jean-Baptiste Colbert (1619 -1683) na França nunca empregaram esse termo. Sua divulgação coube a Adam Smith, autor da Riqueza das Nações — obra fundante da economia política — e um dos maiores críticos da política mercantista. 
Aula 07_A Origem do Capitalismo
 
Nesta aula, analisaremos as origens do sistema capitalista. 
No Capitalismo definem-se as relações assalariadas de produção, de modo que há uma notória separação entre os detentores dos meios de produção (capital) e os trabalhadores. O capitalismo também se caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção e pelo livre mercado. 
 
Fases do Capitalismo 
O período denominado pré-capitalismo é caracterizado pela economia mercantil, pela inexistência do trabalho assalariado como regime generalizado de mão de obra, pela organização dos artesãos em associações ou corporações de ofício, nas quais eram proprietários das ferramentas, da matéria prima e do próprio trabalho. Essa fase teve início com a expansão comercial e marítima europeia, a partir do século XV. Acreditava-se que a riqueza de uma nação era equivalente ao acúmulo de ouro e prata. 
Capitalismo Comercial: Apesar da produção independente, generaliza-se aí o trabalho assalariado. O lucro predomina entre os comerciantes e não entre os produtores. 
Capitalismo Industrial: Há uma clarividente separação entre os possuidores dos meios de produção e a massa dos trabalhadores. 
Capitalismo Financeiro: É a fase atual do capitalismo, onde o sistema bancário e as grandes corporações financeiras predominam.
 
Origem do Pré-Capitalismo 
O surgimento do sistema capitalista está intimamente ligado ao declínio do Feudalismo, que dava sinais de debilidade a partir das crescentes necessidades da nobreza e o sistema de produção servil. O aumento considerável do poderio comercial, atrelado à potencialidade mercantil, acelerou o impacto da derrocada do sistema feudal. 
O cenário econômico mundial começou a ser redefinido, com senhores sendo estimulados a consumir novos produtos, aumentando as rendas e produzindo para o mercado urbano, fazendo com que servos se tornassem livres e arrendassem terras, com base em contratos. As antigas e tradicionais feiras medievais ganharam novo dinamismo, perdendo seu caráter temporário, estabilizando-se e ganhando contorno e status de cidades.
 
A burguesia 
A burguesia originou-se dos chamados “burgos” medievais e ascendeu como uma classe social de destaque com o advento do Renascimento Urbano, formada, sobretudo, por comerciantes. 
Os burgueses organizavam-se em associações ou guildas. Já os artesãos, outra classe predominante na Era Moderna, se estabeleciam nas chamadas corporações de ofício, anteriormente mencionadas. 
A burguesia teve papel crucial nas grandes transformações do século XVIII. 
Em síntese, no sistema capitalista, ao contrário do socialista que estudaremos mais adiante, prevalece a propriedade privada em detrimento da estatal. O lucro se faz sempre presente e o destaque fica por conta do fortalecimento da burguesia. 
Aula 08_Revolução Inglesa
 
Na aula de hoje iremos analisar a Revolução Inglesa, sua importância e suas principais características e conseqüências geradas para a Europa e o mundo. 
A Revolução Inglesa teve origem no choque entre as classes sociais pela manutenção da antiga ordem feudal em oposição à expansão do capitalismo. No século XVII, encontrava-se no poder na Inglaterra a Dinastia dos Stuarts que tinham como meta a implementação de um absolutismo de direito. 
Nesse intento, a monarquia encontrou oposição da burguesia urbana e dos novos proprietários rurais, conhecidos como gentry). Esses setores eram contrários à concentração de poder nas mãos do rei, considerada um obstáculo ao livre desenvolvimento do capitalismo. 
Essa oposição levou ao confronto entre a monarquia e o parlamento inglês, que neste momento era dominado pela burguesia e pela gentry. A fim de obter o apoio da nobreza católica tradicional, o rei ordenou que a Igreja Anglicana valorizasse mais a liturgia católica do que a calvinista. Criou, para isso, uma rigorosa legislação religiosa. Imediatamente a burguesia ficou descontente, uma vez que, em sua maioria, professava os princípios calvinistas. O confronto religioso resultou na fundação de novas seitas e na proposta de separação entre Igreja e Estado. 
Em 1628, o parlamento inglês deu o troco. Ficou estabelecido que o rei não poderia mais criar impostos, convocar o exército ou mandar prender pessoas sem a autorização do parlamento. Estava criada a crise, pois o parlamento estava restringindo o poder do rei absolutista. A reação de Carlos I foi fechar o parlamento e perseguir os líderes políticos de oposição. Mas, no ano de 1640, o rei foi obrigado a convocar o parlamento a fim de angariar recursos para combater uma revolta escocesa. 
A Revolução Inglesa foi dividida em quatro etapas. A Guerra Civil (1642-1648), a República de Cromwell (1649-1658), a Restauração Monárquica (1660-1688) e a Revolução Gloriosa (1688-1689). 
A primeira etapa, a Guerra Civil, explodiu quando Carlos I manda invadir o parlamento inglês e prender seus líderes. Como reação os parlamentares organizam tropas para lutar contra as forças do rei. Dentre os líderes das tropas do parlamento encontramos Oliver Cromwell que tornou-se um importante personagem na Revolução Inglesa. Este conflito terminou com a vitória das tropas do parlamento. O rei Carlos I foi preso e condenado à morte sendo decapitado em 30 de janeiro de 1649. 
O regime republicano instalado por Oliver Cromwell, permaneceu de 1649 até 1658, e ficou conhecido como protetorado. Neste período se deu a formação do embrião do que viria a ser a comunidade britânica de nações, reunindo, na época a Inglaterra, a Irlanda, a Escócia e o País de Gales. 
Em 1651, um decreto determinou que todas as mercadorias deveriam ser transportadas por navios ingleses. Isso criou atritos com outros países. Entre os anos de 1652 a 1654 houve uma guerra contra os holandeses. 
Em 1658, Oliver Cormweel faleceu, sendo sucedido pelo seu filho Ricardo que ficou no poder apenas oito meses, tendo sido deposto pelos chefes militares que agiam a favor do parlamento. 
Logo depois, o parlamento restabeleceu a monarquia, reconduzindo os Stuarts ao trono. Carlos II deveria governar, mas sob o controle político do parlamento. Na restauração, sucederam-se dois reis, Carlos II (1660-1685) e Jaime II (1685-1688), sendo que este último tentou restabelecer a monarquia absolutista e ampliar a influência do catolicismo. 
Observando as intenções de Jaime II o parlamento não tardou a reagir, criando-se então um novo conflito entre o parlamento e o rei. O parlamento derrubou Jaime II e firmou um acordo com o príncipe holandês Guilherme de Orange, casado com Maria Stuart, filha de Jaime II. Pelo acordo o parlamento lhe entregaria o trono inglês e em troca Guilherme deveria respeitar os poderes do parlamento. 
A derrota de Jaime II e a coroação do príncipe holandês como Guilherme III marcou a origem do episódio conhecido como Revolução Gloriosa. O novo monarca assinou a Declaração de Direitos, por meio da qual, o parlamento limitava o poder do rei. Vemos, aqui, o fim do absolutismo inglês e o início da monarquia parlamentar. 
Em síntese, a Revolução Inglesa foi uma disputa pelo poder entre o rei e o parlamento, o primeiro, como monarca absolutista, tentava ampliar seu poder, enquanto o parlamento fazia de tudo para garantir a limitação deste poder em benefício do capitalismo que, sem a intervenção real, teria mais espaço para se desenvolver e os lucros seriam maiores.Assim, a Revolução Inglesa resultou no fim do absolutismo inglês e na implantação da monarquia parlamentar, em que o rei reinava, mas não governava, como se diz popularmente.
Aula 09_Corsários de Piratas
 
Nesta aula veremos que a pirataria é tão antiga quanto à navegação. Era praticada desde a antiguidade por indivíduos — especialmente fenícios e gregos — que agiam por conta própria. Não obstante, a pirataria atingiu o ápice justamente na Era Moderna, entre os séculos XVI e XVII. 
Nessa época, na região do Caribe, o flibusteiro era um pirata americano saqueador dos mares, produto do desenvolvimento urbano. Esses aventureiros revoltosos, atraídos pelo clima antilhano, expulsavam aos bandos os nativos de Santo Domingo. Ao final, caçavam galeões espanhóis carregados de ouro e prata. 
Usavam, principalmente, as chamadas armas brancas, em uma época em que os canhões eram considerados supérfluos e sua estratégia de ataque se resumia à abordagem. Não é invenção dos modernos filmes de ficção a tradicional forma de execução praticada pelos piratas: obrigar os inimigos ou vítimas a andar de olhos vendados sobre uma prancha de madeira até caírem no mar. 
A figura do pirata sempre foi associada à maldade, bandidagem, marginalidade, à indisciplina ou aos crimes e assassinatos. Não obstante, formavam uma sociedade hierarquizada, cuja força era a fonte de poder reconhecida no butim ou, até mesmo, na disputa por mulheres — o que era comum quando não se praticava o estupro. 
O pirata era aquele “fora da lei” que perseguia e atacava qualquer navio no mar, sem nenhuma consideração por bandeira, representando, portanto, um perigo para qualquer um que cruzasse o seu caminho. Foi devido às pilhagens marítimas que surgiram os primeiro seguros marítimos, o que, de certa forma, onerou os cofres do Estado, no sentido de repeli-la. Todas as ilhas e litorais foram obrigados a fazer sacrifícios financeiros a fim de organizar milícias.
 
Nobiliarquia 
Ao longo do século XVI até o XVIII, a prataria atingiu o seu ápice. Por conta disso, o direito internacional foi endurecido e todo o capitão que conseguisse capturar corsários poderia enforcá-los no ato.
Entre os anos de 1560 e 1620, a pirataria conheceu um dos períodos de glória, com grande lucro. Nos anos 1550-1570, piratas franceses e ingleses se aventuraram sobre o comércio espanhol, prejudicando suas rotas e limitando seus lucros. 
 
Principais piratas e corsários:
Francis Drake - primeiro pirata inglês a dar a volta ao mundo. O feito lhe rendeu diversas honrarias;
Barba Negra – o Capitão Edward Teach, segundo a lenda, tinha uma aparência diabólica e com isso aterrorizava suas vítimas;
Jean Bart – foi um talentoso corsário que se tornou célebre, a ponto de ser condecorado com o título de cavaleiro da Ordem Real;
Surcouf – francês que se tornou sinônimo de heroísmo e bravura, sobretudo por pilhar navios ingleses.
 
Em síntese, poucas figuras mexeram tanto com o imaginário popular quanto os piratas. Ao longo de séculos, elementos estereotipados foram imortalizados na literatura.
(Texto adaptado da Revista “História Viva”, edição nº3 de Janeiro de 2004)
Resumo_Unidade I
 
Nesta unidade procuramos apresentar os primeiros momentos da Idade Moderna destacando a formação do Estado  Moderno e a importância que o absolutismo teve para a consolidação das monarquias deste período. Para aprofundar esse conhecimento, estudaremos também a antiga sociedade de ordens, permitindo a compreensão do significado do surgimento do Estado Moderno enquanto transformação histórica. 
Apresentamos também o mercantilismo, enquanto prática e política econômica levada à cabo pelos Estados absolutistas. Estudamos seus fundamentos: metalismo, equilíbrio da balança comercial, protecionismo e intervencionismo. 
No final da unidade, estudamos as origens do capitalismo e a Revolução Inglesa como exemplo de mudança política que possibilitou o desenvolvimento do capitalismo. 
  
 
 
Referências Bibliográficas
Pazzinato, Alceu Luiz; Senise, Maria Helena Valente. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Editora Ática, 1992.
Mello,Leonel Itaussu A.; Costa, Luis Cesar Amad. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Editora Scipione, 1993.
Revista História Viva – Ano I – nº3 – Janeiro de 2004. Duetto Editora. 
Aula 10_Expansão Européia
Na aula de hoje iremos estudar a expansão europeia, a procura de novos mercados e a busca por metais preciosos. Apresentaremos as razões que levaram a Europa a se lançar na procura por novas aventuras, além de observar as principais características dessa expansão e seus resultados para as nações europeias.
Quais motivos levaram a Europa a buscar novos horizontes? 
A resposta pode ser sintética: a necessidade de crescer economicamente. Não havia mais como crescer na Europa. Os europeus foram , praticamente, forçados a realizar esta expansão. Sua aventura em direção ao desconhecido teve início nos séculos XV e XVI e Portugal foi pioneiro nesta expansão. 
As razões desse pioneirismo estão relacionadas à constituição do Estado Nacional português. Em 1383 , a monarquia absolutista estava implantada em Portugal. Ou seja, havia uma centralização política, um mercantilismo que necessitava de mercado consumidor e principalmente metais preciosos para enriquecer os cofres da Coroa e fortalecer novas iniciativas de expansão. No século XV, já não havia mais guerras em seu território e a posição geográfica do país contribuiu para que os portugueses se lançassem ao mar em suas aventuras e descobertas. Assim, a consolidação da monarquia absolutista foi um fator imprescindível para que a expansão portuguesa, e depois a europeia como um todo, pudessem se realizar. 
O resultado da expansão foi o estabelecimento de novas rotas para o Oriente, pois as que já existiam eram monopolizadas por Gênova e Veneza, que se especializaram no comércio das especiarias e dos produtos de luxo — monopólio, aliás, que encarecia o preço destas mercadorias. Outra novidade da expansão europeia foram a conquista e a colonização da América, criando um mercado consumidor em potencial e, principalmente, um mercado fornecedor de matérias primas como o pau-brasil ou a cana de açúcar. 
Mas como se deu a expansão portuguesa? Será que o rei arcou com todas as despesas?
Claro que não. Para que houvesse a expansão foi necessário que o rei se unisse à burguesia — ávida por novos mercados. Além das especiarias e produtos luxuosos, Portugal buscava mão de obra e metais preciosos. Pode-se considerar também que a Europa necessitava de novas fontes de gêneros alimentícios e de matérias primas. Neste aspecto a América se mostrou muito eficiente. 
Em relação à busca de metais preciosos, deve-se considerar que de acordo com a visão mercantilista, o ouro e a prata era considerados as verdadeiras riquezas de um reino. Além disso, eles possibilitavam o financiamento de novas viagens exploratórias ou colonizadoras. Portugal encontrou ouro na África, mas, na América, a Espanha teve mais sorte.. Os espanhóis descobriram ouro e prata em suas colônias americanas mais rapidamente do que os portugueses encontraram as jazidas de metais preciosos no Brasil. 
A expansão europeia só foi possível graças aos avanços científicos e tecnológicos da época que permitiram que houvesse um maior desenvolvimento na navegação de longa distância. Podemos citar algumas dessas invenções que possibilitaram a expansão europeia tais como a bússola, o astrolábio, as caravelas (que foram os navios utilizados na descoberta do Brasil) além do aperfeiçoamento dos mapas geográficos e o mais importante, a aceitação de que a terra era redonda.
Em síntese, no início da era moderna, temos nações ávidas por mercados consumidores, matérias primas, gêneros alimentícios e a ambição por metais preciosos e um momento em que tanto a área política a científica e tecnológica propiciavam sua expansão. Levados pela procura de riquezas os Estados absolutistas se aliaram às novas ideias do Renascimento e empreenderam a procura por novasrotas para o Oriente e a descoberta de novas terras e sua conquista. Não podemos esquecer da importância de Portugal nesta expansão, além do aperfeiçoamento e da descoberta de novas invenções que tornaram possível cruzar o Atlântico, oceano que por muito tempo foi considerado perigoso, cenário de muitas lendas tenebrosas. 
Aula 11_A Conquista da América
 
Nesta aula iremos abordar a conquista da América, sua importância para o enriquecimento da Europa e o impacto provocado nas populações e culturas americanas. 
A cultura das populações locais foi desprezada pelos conquistadores portugueses e espanhóis. A justificativa para essa atitude de desprezo era a suposta superioridade europeia. Na verdade, não havia, como hoje, uma reflexão  a respeito do significado da cultura ou sobre o respeito à diversidade cultural. 
A questão era o domínio, que, na época se fazia pela violência ou pela conversão. Tratava-se da conquista de corpos pela força das armas ou da conquista de almas pela força da fé. 
No início da Idade Moderna, a Igreja Católica ainda era predominante na Europa, sendo, inclusive, peça importante de sustentação dos monarcas absolutistas. O cristianismo era considerado a fé verdadeira. 
As consequências para este povos submetidos devem ser denunciadas sempre que se falar em conquista e expansão europeias. O que houve com as populações nativas na América? 
Em primeiro lugar, houve uma rápida redução da população, tanto pela violência militar empreendida pelos conquistadores, quanto pela econômica e cultural. Além disso, os europeus trouxeram para o território americano doenças inexistentes no continente, provocando a morte de muitos nativos por falta de defesas ou remédios contra elas.. 
A escravização dos nativos foi outro fato de dizimação das populações nativas; ela ocorreu em grandes proporções na América espanhola — especialmente no trabalho das minas — mas ocorreu, também, no território da América portuguesa. 
Finalmente, outro fator de redução da população foi a guerra entre populações hostis, incitadas pelos europeus, como estratégia de dominação. 
Todavia, Portugal e Espanha não foram os únicos beneficiários da conquista e ocupação da América. A Inglaterra, a França e a Holanda também tiveram a sua parte nesta expansão. Os ingleses se apoderaram de territórios na América do Norte, que não possuía tantos elementos exóticos como a América do Sul, mas que também rendeu seus ganhos. A descoberta da América do Norte veio com a procura de um caminho para as Índias através do Atlântico. Ingleses, franceses e holandeses procuravam uma passagem para o Pacífico passando pela América do Norte, não encontraram, mas acabaram por tomar posse da América do Norte. 
Em síntese, a conquista da América resultou em lucros para a burguesia europeia, avanço nas ciências, fortalecimento do poder dos reis absolutistas e, ao mesmo tempo, o extermínio das populações nativas e de sua cultura, com a justificativa de que os europeus eram superiores e, portanto, tinham o direito de submetê-los: 
 
Está suficientemente provado que a conquista da América foi de uma violência brutal. Como descrevê-la se não por meio do pesadelo do sangue, com suas desditas, prantos, lamentos, mortes, suicídios e assassinatos? No Novo Mundo, o enfrentamento de subjetividades não pressupôs o verdadeiro reconhecimento da alteridade dos indígenas. Os europeus lutaram contra o aborígene e, em raras ocasiões, a favor dele, como no caso do frade dominicano Bartolomé de las Casas. Contudo, até a luta ideológica levada a cabo na península e na América refletiu a elasticidade das aspirações dos espanhóis; a disputa dos letrados sobre a justeza da guerra situou-se entre os polos da violência épica e da colonização pacífica. Essa ânsia de incorporar o nativo americano ao âmbito da cultura euro-cristã foi concretizada com um duplo resultado: o etnocídio cultural americano e o genocídio indígena, ambos ferozmente acelerados na América pela difusão das epidemias viróticas provenientes do contato, amiúde belicoso, das culturas.
Aula 12_A Questão Colonial na América Latina
 
Nesta aula, estudaremos a questão colonial e de que forma, as nações europeias, a fim de consolidar a ocupação territorial de suas colônias, articularam a organização do antigo sistema colonial. 
A América Portuguesa 
A partir da terceira década do século XVI, com a perda do monopólio comercial de especiarias orientais, que Portugal se voltou para a colonização do Brasil. Fazendo valer a experiência verificada em suas colônias na África, os lusitanos organizaram a ocupação territorial com base na lavoura canavieira, através da implantação do escravismo. Não obstante, para livrar-se do ônus da colonização a coroa portuguesa transferiu a tarefa para particulares, surgindo o sistema que ficou conhecido como Capitanias Hereditárias. 
Esse sistema administrativo, embora tenha sido eficiente nas ilhas do Atlântico, não logrou sucesso em terras brasileiras, tendo em vista a grande extensão territorial da colônia. Em que pese o êxito das capitanias de São Vicente e Pernambuco, as demais tiveram muita dificuldade em defender o território, frente às invasões estrangeiras. 
 O Ciclo do Açúcar 
Com o fim das Capitanias Hereditárias e a criação dos Governos Gerais, em 1548, a cultura da cana de açúcar expandiu-se, sobretudo na região Nordeste, pois a mesma reunia condições favoráveis ao seu cultivo, tais como: clima quente e úmido, solo de massapé, hidrografia favorável à navegação, o que facilitava o escoamento da produção. 
Adotou-se, então, a monocultura açucareira, através de latifúndios (grande propriedades), tendo como unidade de produção o Engenho. Por conseguinte, para não comprometer a rentabilidade, adotou-se o trabalho escravo, que além de fornecer mão – de - obra à lavoura, tornou-se uma fonte de renda através do tráfico negreiro. Sendo assim, a colônia foi organizada a partir de interesses da metrópole portuguesa. Por isso, o panorama instalado no Brasil privilegiava apenas as camadas diretamente envolvidas aos interesses da Coroa, no caso os senhores de engenho. Essa estrutura socioeconômica prevaleceu até o final do século XVII, quando se deu o início da corrida do ouro na região das Geraes (atual Minas), introduzindo assim relevantes alterações no cenário colonial.
 
A América Espanhola 
Sob a condição de garantir à metrópole o quinto de todo ouro e prata produzidos, os exploradores espanhóis recebiam direitos vitalícios. Foi dessa forma, portanto, sem gastos materiais, que a Coroa Espanhola garantiu a ocupação de seus territórios no continente americano e, consequentemente o fortalecimento de sua monarquia, a partir do enriquecimento do Estado.
O Ciclo da Mineração 
Em meados do século XVI, com a descoberta de ouro em território mexicano e prata no Peru, os primeiros mineradores começaram a se organizar através de núcleos. Para tanto, se fazia necessário uma grande quantidade de mão de obra. Com a elevada densidade demográfica verificada nas já estudadas civilizações pré-colombianas, os exploradores passaram a recrutar trabalhadores indígenas, sob forma de prestação de serviços, instituindo a encomienda e a mita. 
O primeiro consistia na cristianização dos indígenas, sobretudo, para a exploração das minas, num trabalho não remunerado e obrigatório. Já a mita, estabelecia o trabalho obrigatório a alguns nativos, escolhidos em suas comunidades e que recebiam um baixo salário. 
Esses dois instrumentos de escravização garantiram aos espanhóis o suprimento necessário de mão de obra para a mineração; entretanto, alguns fatores como desagregação de suas comunidades, o abandono e até mesmo a fome generalizada foram determinantes para o excesso de baixas verificado. 
 A fim de garantir o monopólio do comércio, o governo espanhol criou dois órgãos administrativos: 
Casa de Contratação: com sede em Sevilha, para organizar o comércio e fiscalizar o recolhimento dos impostos;
Conselho das Índias: funcionava como Tribunal de Justiça.  
Emsíntese, a colonização da América Latina só poderá ser compreendida se levarmos em consideração o quadro estabelecido a partir da expansão ultramarina europeia. Assim, as colônias surgiram como desdobramento desse processo expansionista, justificando-se a ocupação em face da política econômica mercantilista.
Aula 13_A Questão Colonial na América Anglo-Saxônica
 
Na aula de hoje, analisaremos o processo de colonização verificado nas colônias inglesas, que tiveram um caráter de povoamento, portanto uma forma bastante distinta da verificada em terras latino-americanas, em que os povos nativos foram explorados e dizimados. 
 
A América Inglesa 
O clima de instabilidade social que ameaçava a monarquia inglesa, nos idos do século XVII, foi determinante para a emigração em massa de ingleses para as terras do Novo Continente. Isso ocorreu na época dos Stuart e se apresentou como uma eventual solução para ambos os lados. 
Desde os primórdios da colonização, o território norte-americano foi dividido nas regiões do Norte e do Sul. No sul estabeleceram-se centros de produção de gêneros tropicais, em grandes propriedades monocultoras e escravistas visando à exportação. As colônias do Norte apresentaram um desenvolvimento autônomo, com base na produção em pequenas propriedades, nas indústrias com trabalho assalariado e no comércio interno. 
O acúmulo de capital verificado dentro da colônia favoreceu o surgimento de uma burguesia local. Com isso, os norte-americanos conseguiram atuar no comércio externo, no chamado comércio triangular. 
 
A América Francesa 
No século XVI, a França encontrava-se sob instabilidade política em face de lutas internas pela consolidação do poder real, o que levou a nação a buscar expansão através de iniciativas particulares, nem sempre bem sucedidas. 
Somente no século seguinte, a Coroa tomou posse da Terra Nova e do Canadá, tendo na província de Quebec, fundada em 1608, a base do processo de colonização francês. Foram então criadas as companhias de comércio, que eram empresas formadas por particulares e que recebiam da Coroa de seu respectivo país os direitos de exploração exclusiva de um determinado território além-mar. 
 
As áreas de colonização francesa em território americano se restringiam a dois polos: 
Na América do Norte, onde foram incentivadas as expedições fluviais, pelos rios São Lourenço, Mississipi e Missouri; 
Nas Antilhas e Guiana Francesa, onde predominou o cultivo de matérias-primas tropicais, com a presença de escravos; 
 A organização de um setor de exportação, em base permanente, permitiu aos franceses lançarem-se a partir das ilhas, atacando galeões espanhóis e conquistando novas terras. 
O Império colonial francês consolidou-se com a publicação, em 1968, do Código de Comércio que estabelecia o monopólio do comércio para a metrópole, impondo regulamentações de exploração mercantilista a seus domínios na América. 
Em síntese, nas zonas temperadas a ocupação europeia se deu de várias maneiras, atendendo não apenas aos apelos econômicos, mas, sobretudo a interesses políticos e sociais. Isto se tornou notório no Canadá e no norte e centro dos Estados Unidos, onde se estabeleceram pequenas propriedades policultoras, baseadas no trabalho livre, constituindo núcleos conhecidos como colônias de povoamento.  
Aula 14_Conflitos Intercoloniais
 
Nesta aula, estudaremos os principais conflitos intercoloniais e as acirradas disputas territoriais travadas por parte das metrópoles, sobretudo em áreas estratégicas da América do Norte. 
Na época moderna, a Inglaterra conheceu grande desenvolvimento econômico, favorecida pelos governos dos monarcas absolutistas — especialmente Henrique VIII e Elisabeth I — que unificaram o país, diminuíram a interferência da Igreja Católica e submeteram a nobreza. A partir de então, a Inglaterra passou a disputar com a Espanha os domínios coloniais. 
Por outro lado, em pleno processo de desenvolvimento capitalista, a burguesia inglesa via na França, onde o Absolutismo entrara em crise, um grande obstáculo à sua expansão, tanto colonial quanto marítima. Essa rivalidade anglo-francesa, predominante no século XVIII, refletiu-se diretamente no continente americano, mais precisamente na América do Norte, onde, a ocupação francesa a noroeste tornava-se um obstáculo, à medida que a colonização inglesa avançava em direção ao interior. A animosidade ficava evidente entre os próprios colonos. 
Muitos colonos ingleses viam imensas riquezas nas bacias hidrográficas do Mississipi-Missouri serem dominadas por franco-americanos.
As razões supracitadas justificam os cinco conflitos intercoloniais verificados em finais do século XVII e princípio do XVIII, envolvendo os dois países. O primeiro foi a Guerra da Liga de Augsburgo. O segundo conflito ficou conhecido como Guerra da Rainha Ana e foi travado em terras da Carolina do Sul, cujos habitantes tiveram de lutar contra os franceses. Em 1739 foi a vez da Guerra de Orelha de Jenkins travada entre espanhóis e ingleses, em que o comerciante Jenkins teve sua orelha decepada por piratas espanhóis. 
De 1745 a 1748 ocorreu a Guerra de Sucessão Austríaca, também denominada de Guerra do Rei George. Novamente os embates tiveram a área norte das treze colônias como o seu pano de fundo. Finalmente, a mais longa das guerras intercoloniais foi a Franco-Índia que teve repercussão significativa para os rumos da História Colonial. Ao término do conflito, a França perdeu territórios (colônias) na América do Norte. A Guerra Franco-Índia, elevou a autoestima dos colonos que se sentiram menos dependentes do poderio militar inglês.
Os reflexos da colonização e dos conflitos são sentidos até hoje no Canadá, especialmente na província de Quebec, em que cerca de 80% da população é descendente de franceses. As diferenças de Quebec em relação às outras províncias mostram-se sensíveis na arquitetura, na religião e até mesmo na língua falada nas ruas: o francês. 
Resumo_Unidade II
 
Vimos nesta unidade que a política mercantilista levada acabo pelos Estados modernos europeus atuou em favor da expansão europeia em direção à América. Vimos também que esta expansão foi possível graças aos primeiros movimentos capitalistas, assim como, em última instância, colaborou para o seu desenvolvimento. Em um segundo momento, estudamos os resultados causados para os novos territórios, a conquista dos europeus, a diminuição de sua população e a destruição de sua cultura. Pudemos verificar também as ideias de superioridade que possuíam os europeus.
Por último, vimos as aventuras de piratas e corsários, os maiores algozes dos grandes navegadores europeus. 
Nesta unidade estudamos, ainda, alguns aspectos referentes à implantação do sistema colonial, as diferentes formas de colonização, às quais muitos teóricos atribuem o nível de desenvolvimento dos países americanos na atualidade. 
  
  
Referências Bibliográficas
BAUMER,F.O pensamento europeu moderno. Lisboa, Ed.70,1990.
DELUMEAU,J. A civilização do Renascimento. Lisboa, Imprensa Universitária,1984.
HELLER,A. O homem do renascimento.Lisboa,Presença,1982.
Aula 15_Renascimento
 
Nesta aula iremos estudar o Renascimento, suas principais características e os novos princípios que lançou. 
O Renascimento foi um movimento intelectual e cultural caracterizado pela transição entre a mentalidade medieval e a mentalidade moderna. Foi chamado de Renascimento pelo pintor e escultor italiano Giogio Vasari (1511-1574) caracterizando, assim, o ressurgimento da Antiguidade clássica, especialmente nas artes e na literatura. Os historiadores consideram também que esse movimento de ideias representou uma ruptura em relação ao pensamento e, principalmente, à religiosidade medieval, propondo a redescoberta do homem e de sua relação com a natureza. 
O humanismo tornou-se um dos princípios renascentistas. Com ele, deslocou-se o centro das preocupações e reflexões, de Deus — conforme o teocentrismo medieval — para o homem — o antropocentrismo moderno. 
Outro princípioinstaurado pelo Renascimento foi o racionalismo, por meio do qual, a razão substituiu a fé como fonte de explicação do mundo. O individualismo também figura como um dos princípios do Renascimento. 
Ele vem com o intuito de respeitar e conhecer as diferenças individuais dos homens livres, ou seja, propõe-se a passagem da preocupação com o coletivo para a preocupação com o indivíduo e suas necessidades pessoais. 
A cultura antiga clássica foi a fonte de inspiração renascentista A partir de então, o período medieval passou a ser conhecido como Idade das Trevas e caracterizado como uma época de barbárie ou obscuridade cultural — o prestígio da Idade Média só foi recuperado com o movimento romântico, do século XIX. 
O Renascimento foi um movimento cultural urbano, levado a cabo, principalmente pelas elites das cidades prósperas. Em suas origens, esteve ligado ao desenvolvimento do comércio e provocou grande aumento das atividades culturais, por meio da ação dos mecenas. Na mesma época, o desenvolvimento da imprensa proporcionou o aumento da produção de livros e, principalmente, o barateamento.  
Nas artes o renascimento esteve ligado a mudanças técnicas e temáticas, com inspiração na antiguidade. Aperfeiçoou-se a técnica da perspectiva com o intuito de criar a ilusão de profundidade e da pintura a óleo com a mistura de tintas que possibilitou a criação de cores mais vivas e atraentes. 
O aparecimento de novos temas também foi uma das características da arte renascentista. Além do religioso verificamos a presença da mitologia, de cenas do cotidiano e a exaltação do corpo humano. Nesse período, os artistas passaram a assinar suas obras. 
O berço do Renascimento foi a Itália, mas este se espalhou por vários países europeus. Na Espanha a arquitetura renascentista se destacou com o monastério de Escorial de Juan Herrera, a literatura com Lope de Vega (1562-1635) — autor de poemas líricos e de peças de teatro — e Miguel Cervantes (1547-1616) com o seu famoso D. Quixote. Portugal também não ficou para trás, sua maior expressão foi Luís de Camões (1524-1580) com o famoso poema épico.
 
Os Lusíadas. 
O destaque maior do renascimento inglês ficou por conta da sua literatura. Thomas More (1478-1530) contribuiu com seu livro Utopia. No teatro a Inglaterra conta com o famoso William Shakespeare (1564-1616). Já,  a Alemanha se destacou mais na pintura com os artistas Albert Dürer (1471-1528) e Hans Holbein (1497-1543). 
Em síntese, vimos que o Renascimento foi o retorno aos elementos da cultura da Antiguidade Clássica.. Representou uma mudança do teocentrismo para o antropocentrismo, além da valorização da razão como forma de explicar o mundo e o homem e, principalmente, a preocupação com o individualismo e o respeito às diferenças humanas.
Aula 16_Humanismo
 
Nesta aula estudaremos o humanismo, suas características mais relevantes e o processo de difusão pela Europa. 
O humanismo foi um movimento cultural surgido na Europa e, tal como o Renascimento, inspirado na Antiguidade greco-latina, mas também na cultura hebraica. 
 
A uma concepção teocêntrica , que tem em Deus o centro do universo, opõe- se uma outra, antropocêntrica, que faz do homem o ponto de convergência para o saber. Dizer que Antiguidade fora esquecido no medievo seria falsear a verdade. Mas o humanista procura a Antiguidade autêntica, no original, e não nas formas moralistas de interpretação eclesiástica. O humanista acredita no homem, sem, entretanto, endossar espiritualmente o paganismo, sem deixar de amar a Deus; procura também a vida e a beleza, traços típicos da cultura greco-latina. 1
 
Os filósofos gregos, Aristóteles e Platão, foram retomados sob novas bases, a exemplo de Tomás de Aquino que, em seus estudos, desenvolve um acordo da fé com a razão. 
 
A difusão do humanismo se deu por intermédio da elite intelectual e pelo importante papel da imprensa, que permitiu a circulação de livros entre as distantes regiões. A Itália foi também o berço do Humanismo, com Petrarca (1304-1374). 2
 
Durante toda a sua vida e obra, Petrarca se manteve fiel a temas e princípios, sustentando uma firme defesa em favor de Roma e da grandeza da Itália. Ao lado de obras-primas que exaltam a aventura da glória, Petrarca, em Il Canzoniere, coloca a longa série de poesias em que dominam a angústia, a tristeza, a revolta e a dor. Os poemas traduzem uma sensibilidade exacerbada, que se transforma em confidência. Essa dor prende-se, inicialmente, à paixão impossível por Laura. 
 
Petrarca conheceu a aristocrata Laura de Novaes e amou pelo resto da vida e a ela dedicou grande parte dos poemas do seu Canzoniere: 
  
Vós que ouvistes em rimas esparsas o sonho, 
Nos meus juvenis e suspirosos dias, 
Com que eu nutria outrora o coração 
Quando aquele que eu fui tinha alguma ilusão; 
Se conheceis do amor a reflexão 
Entre fugidias esperanças e o pranto em vão, 
Piedade espero achar, mais que perdão, 
Para as dores das minhas fantasias. 3
  
Os humanistas se preocupavam em contemplar a beleza como meio superior do conhecimento real. Segundo eles o belo, o harmonioso e o equilíbrio aproximavam-se do divino. Mas o mais próximo do ideal divino era a beleza humana. 
Inicialmente o humanismo se propagou pela literatura. Depois, expandiu-se também para as artes. A arquitetura humanista se destacava na procura pela harmonia das divinas proporções e o equilíbrio das massas.  
O humanismo foi a base de um novo método científico que inspirou e estimulou o progresso do conhecimento. Ele também inspirou Thomas More, que em 1516 escreveu Utopia, livro no qual fala de uma sociedade ideal, inspirado nas recém descobertas sociedades nativas americanas. More condenou o absolutismo por cercear a liberdade natural dos homens. O humanismo também inspirou o pensamento de Nicolau Maquiavel. Em sua obra O Príncipe propôs a noção de poder legítimo estabelecendo o princípio da autoridade, sua aquisição e conservação.
Além de tudo os humanistas recorreram aos textos gregos e hebreus a fim de organizar novas versões dos textos sagrados e realizar novas traduções. Abordaram também os mistérios divinos da trindade e a questão da encarnação.
Um dos humanistas mais conhecidos foi Erasmo de Roterdam, monge holandês, teólogo, erudito e pedagogo, cujos escritos inspiraram o novo conceito de civilização, por um lado e por outro, a Reforma Protestante. 
Em síntese, o humanismo se preocupou em destacar o homem como centro de seus estudos, buscando na Antiguidade clássica elementos que auxiliassem a empreender a valorização do homem. Devemos destacar também as inúmeras mudanças verificadas no mundo graças ao humanismo, não apenas nas ciências, mas também na transformação do pensamento da época, modificando idéias e buscando fazer do homem o centro de suas próprias reflexões. 
  
 
 
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1 AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Op.cit. p, 212. Sonetos de Petrarca. Disponível em : http://www.estacio.br/rededeletras/numero8/parlaquetefabene/petrarca_sonetos. asp. Acessado em 31/08/2007.
² DIEGUEZ, Gilda Korff.
³ PETRARCA, Soneto 1. Disponível em: http://www.estacio.br/rededeletras/numero8/ parlaquetefabene/petrarca_sonetos.asp. Acessado em 31/08/2007
Aula 17_O Renascimento e as Ciências
  
Nesta aula apresentaremos algumas descobertas científicas que ocorreram durante o Renascimento. Verificaremos também quais foram as consequências das descobertas para a humanidade. 
O Renascimento foi marcado pelo desenvolvimento do espírito crítico racionalista que estava disposto a experimentar hipóteses e examinar problemas a fim de tentar resolvê-los. Passou-se da aceitação cega movida pela fé, à procura por respostas científicas movidas pela razão. O novo cientista se empenhou em analisar o mundo através de métodos de análise racionais. 
Os principais cientistas do Renascimento foram: Leonardo Da Vinci, Nicolau Copérnico, Paracelso, Miguel Servet e Galileu Galilei, entre outros. 
Conversaremos sobre eles, pois as suas vidas foram marcadas tanto por importantesdescobertas quanto pela reação agressiva da Igreja Católica.
  
Leonardo Da Vinci (1452-1519) além de ser considerado um brilhante pintor também recebeu destaque em outras áreas. Enunciou os princípios da máquina à vapor, desenhou a anatomia do corpo humano e de alguns animais. Teve responsabilidade também em alguns projetos de engenhos voadores e máquinas de guerra. Destacou-se tanto na geografia, quanto na engenharia.
Nicolau Copérnico (1548-1600) foi um cientista renascentista revolucionário. Suas idéias lhe custaram à vida. Ele defendeu a ideia de que o uni-verso era infinito e que o centro não estava em lugar algum. Completava afirmando que Deus deveria ser encarado como um princípio inteligente que originou o universo. Tais noções contrariavam as concepções da Igreja e, por isso, ele foi condenado à fogueira pelo Tribunal da Inquisição. 
Paracelso (1493-1541) foi um cientista que realizou estudos no campo da medicina farmacêutica revelando fundamentos físicos químicos dos processos vitais. 
Miguel Servet (15111-1553) teólogo, médico e filósofo humanista espanhol, descobriu o funcionamento da pequena circulação sanguínea (o sangue que passa pelos pulmões) através da dissecação de cadáveres, algo proibido pela Igreja desde o período medieval. Servet também foi condenado à morte na fogueira.
Galileu Galilei (1564-1662), físico, matemático e astrônomo que desenvolveu o telescópio e através das observações realizadas por ele com sua nova máquina pôde validar as teorias de Nicolau Copérnico, sobre o movimento da Terra em torno do Sol. Isso lhe valeu acusações de heresia por parte da Inquisição. A fim de não ser condenado à morte foi obrigado a negar suas descobertas científicas. 
 
Vê-se, portanto, que a sociedade européia da época, desenvolveu as condições de produzir novas ideias e conhecimentos, ao mesmo tempo, em que era mantida a autoridade da Igreja que, funcionava, desse modo, como uma força conservadora ou de resistência às forças da transformação. 
O renascimento científico, considerado juntamento com as novas descobertas e invenções dos séculos XV e XVI, deve ser compreendido como expressão da nova sociedade burguesa. 
Aula 18_A Reforma
  
Na aula de hoje estudaremos a Reforma, suas origens e principais características ou críticas à Igreja Católica. 
“Reforma” é o nome pelo qual é conhecido o cisma na Igreja Católica, na primeira metade do século XVI. O cisma foi provocado por discordâncias em relação à corrupção do alto clero, à ignorância religiosa dos padres e também por questões de natureza teológica e doutrinária. De um modo geral, a Igreja Católica não estava em sintonia com as transformações que estavam acontecendo e teimava em reafirmar as ideias que estavam se tornando incompatíveis com o momento. 
A Reforma foi um movimento de ruptura na unidade cristã que deu origem, de um lado, à Igreja não reformada e de outro, às Igrejas protestantes, com novas interpretações dos textos sagrados, dos dogmas e da liturgia. Os protestantes se opunham, sobretudo, à autoridade do Papa. O nome “protestantes” surgiu em 1529. Assim foram chamados os discípulos do monge alemão Martinho Lutero (1483-1546) que se manifestaram contra as proibições de alterações nos sistemas religiosos dos Estados alemães. 
Pode-se dizer que o movimento da Reforma foi a eclosão de uma série de insatisfações de parte do clero e de outros setores da sociedade com a Igreja Católica. 
Lutero, por exemplo, denunciava a venda das indulgências, isto é, a promessa de salvação da alma para os fiéis que dessem dinheiro para a Igreja. Ele, assim como outros protestantes, passaram a defender a busca individual da verdade divina, sem a necessidade da intermediação dos padres. Essa busca seria feita diretamente por meio da leitura dos textos bíblicos. Nesse aspecto, os protestantes foram favorecidos pelo desenvolvimento da imprensa — talvez, não por acaso, o primeiro livro impresso nas gráficas de Gutemberg, foi justamente, a Bíblia. 
Além das questões dogmáticas e litúrgicas e da corrupção moral do clero— monges, padres e bispos que frequentemente se envolviam em escândalos amorosos, excesso no consumo de álcool e a venda de sacramentos — pode-se considerar que alguns fatores de ordem econômica e política atuaram em favor do movimento dos protestantes.
A Igreja Católica definia o lucro e, principalmente a cobrança de juros como pecado — a doutrina econômica da Igreja pode ser resumida na teoria do preço justo. Essa ideia era contrária aos interesses da burguesia que enriquecia através de atividades ligadas ao comércio e às atividades bancárias. Além disso, a Igreja cobrava impostos sobre várias atividades, o que incomodava não apenas os negociantes, mas também os governantes, especialmente os príncipes e nobres dirigentes das cidades alemãs. 
A reforma luterana veio para resolver alguns desses problemas.Originalmente, Lutero fazia parte da Ordem dos Agostinianos. Entre os anos de 1516 e 1517, ele teria proferido três sermões com denúncias contra a Igreja e teria lançado o documento intitulado Disputação do Doutor Martinho Lutero sobre o Poder e Eficácia das Indulgências — mais conhecido como as 95 teses. Nesse documento Lutero expunha suas críticas e desafiava a autoridade do Papa. Em 1520, queimou em praça pública o decreto que o ameaçava de excomunhão. 
Uma das principais ideias de Lutero era a defesa de que a salvação se conquista pela fé . O luteranismo se desenvolveu na Alemanha favorecido pelo apoio dos governantes à nova doutrina — alguns historiadores consideram que além da avidez fiscal da Igreja, a nobreza alemã estava interessada nas terras que eram propriedade da Igreja. 
Os camponeses e artesãos também contribuíram para a expansão do luteranismo, pois, responsabilizavam a Igreja pela situação de miséria e exploração em que viviam. 
De certo modo, pode-se considerar a Reforma como um movimento de atualização do cristianismo aos novos tempos.  
Aula 19_Martinho Lutero
  
Na aula de hoje iremos conversar sobre Martinho Lutero, grande líder da Reforma, e o desenvolvimento do luteranismo. 
Martinho Lutero (1483-1546) nasceu em Eisleben, na Alemanha. Era filho de um empreiteiro de minas que tinha uma certa prosperidade econômica. Estudou direito, mas esta não seria a sua vocação.
 Em 1505, ingressou na Ordem dos Agostinianos onde se entregou aos estudos e á meditação aos quais era extremamente dedicado. Em 1507, foi ordenado sacerdote e, no ano seguinte, começou a lecionar teologia na Universidade de Wittenberg. 
No ano de 1510 viajou para Roma. Regressou decepcionado por haver constatado a corrupção no modo de vida do clero. Mas, mesmo assim, continuou os seus estudos. Em 1515 foi nomeado vigário de sua Ordem tendo sob sua responsabilidade onze monastérios. 
Algumas atitudes da Igreja Católica o incomodavam. Ele via nas indulgências um abuso da Igreja Católica que vendia a salvação da alma ou a absolvição dos pecados aos fiéis para financiar as construções da Igreja. 
 
Entre os anos de 1516-1517 ele realizou os três sermões contra as indulgências e fixou as 95 teses nas portas do Castelo de Wittenberg, entre elas: 
 
16. Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17. Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.
18. Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas razões e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor. 
19. Ainda não parece ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante, nós teremos absoluta certeza disto. 
20. Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas apenas as penas por ele impostas.
21. Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmaremser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.
22. Com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório, das que, segundo os cânones da Igreja, deviam ter expiado e pago na presente vida.
23. Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.
24. Assim sendo, a minoria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.1
   
A reação da igreja católica não tardou a aparecer. O papa Leão X autorizou uma investigação e como resultado, Lutero foi denunciado por heresia. Mas Lutero não se incomodou com as ameaças do Papa e tratou de elaborar a sua doutrina. Em 1521, foi excomungado pela Dieta de Worms. 
Neste mesmo ano ele apresentou três tratados. O primeiro,  "O Papado de Roma", no qual afirmava que o Papa não possuía nenhuma autoridade divina; o segundo, "O discurso à nobreza alemã", defendia o livre exame das escrituras sem a necessidade de intermediação do clero; e o terceiro, "O Tratado da liberdade cristã", que fazia críticas aos sacramentos como meios de imposição da autoridade sacerdotal. Mas, Martinho Lutero não estava sozinho com seus tratados, ele rapidamente conseguiu o apoio dos governantes alemães que viam, em sua doutrina, uma chance de recuperar as terras alemãs pertencentes à Igreja e vislumbravam a possibilidade de praticarem seu comércio sem o peso das admoestações da Igreja por realizarem lucros. 
Assim, Martinho Lutero foi uma pessoa muito importante para o seu tempo. Sintetizou as críticas que eram feitas à Igreja Católica, provocando, por um lado, um movimento de renovação no seio do cristianismo e, por outro, a elaboração de uma nova ética religiosa, mais adaptada aos tempos modernos e seus sistemas político e econômico.
Lutero foi responsável por uma das primeiras traduções da Bíblia para o alemão, fato que, além de contribuir para a maior divulgação dos textos sagrados, representando, portanto, uma quebra no monopólio do clero, contribuiu para a sistematização da língua alemã, considerada inferior diante do latim.   
 
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¹ LUTERO, M. 95 teses Acerca do Poder e Eficácia das Indulgências. Disponível em: http://www.arqnet.pt/portal/teoria/teses.html. Acessado em 31/08/2007
Aula 20_Reforma Calvinista e Reforma Anglicana
 
Nesta aula estudaremos as reformas calvinista e anglicana destacando suas principais características, como elas surgiram, em que países, quem foram seus apoiadores e seus principais fundadores. Vamos verificar também como o calvinismo e o anglicanismo tentaram, utilizando-se de elementos do catolicismo, se adaptar às ideias que surgiram com o Renascimento e com a expansão do capitalismo. 
A Reforma não foi feita apenas por Martinho Lutero. Ele foi, talvez o pioneiro, um líder carismático, uma personalidade especial. O luteranismo tornou-se um corpo teológico particular e distinto dos outros sistemas teológicos cristãos advindos com a Reforma, como é o caso do calvinismo. 
A reforma calvinista foi realizada pelo francês Jean Cauvin (1509-1564) , latinizado para Calvinus. Ele desenvolveu sua doutrina durante a elaboração da obra Instituição da Religião Cristã, publicada em 1536. Calvino foi considerado herege e também foi perseguido pelas autoridades católicas francesas, diferentemente de Lutero, que recebeu o apoio dos governantes alemães. A ética calvinista dizia que o ser humano estava predestinado a merecer o céu ou o inferno. 
O ponto principal no qual o calvinismo se baseia é a chamada teoria da predestinação. Segundo ela, Deus escolhe um certo número de pessoas às quais concede a graça de participar da glória eterna em companhia de Cristo. Nenhuma fé ou obra é necessária para que essa escolha seja feita. 
O calvinismo consolidou-se em Genebra, na Suíça, onde Calvino chegou em 1536, nomeado pastor e pregador. Ele instaurou uma verdadeira teocracia, tentando controlar a vida da população, de acordo com a sua interpretação da moral contida nas Escrituras. Algumas atividades populares foram condenadas, como o jogo, o culto às imagens, a dança, o batismo das crianças com nomes que não fossem bíblicos ou o uso de joias. Apesar do severo controle moral a burguesia comercial apoiou o calvinismo, que difundiu-se pela França, Inglaterra, Escócia e Holanda. Uma das razões para a adesão era a teoria calvinista conhecida como teoria da predestinação, em consequência da qual, a prosperidade econômica e a riqueza material eram interpretadas como um sinal da graça divina..
A reforma anglicana foi um pouco diferente. Na Inglaterra, o relacionamento entre a Igreja Católica, o governo e as elites econômicas era tenso. Entretanto, a reforma religiosa que estabeleceu o protestantismo no país, partiu diretamente do rei que viu seus interesses pessoais prejudicados pela Igreja Católica. O pretexto para a cisão foi a demora da Igreja em aceitar o divórcio de Henrique VIII. 
Em 1534, o parlamento aprovou o Ato da Supremacia que tornava Henrique VIII o chefe supremo da Igreja nacional anglicana. Os mosteiros católicos foram fechados e os bens confiscados. Algum tempo depois, as missas foram proibidas e a obrigação de celibato para os padres foi anulada. 
Mas, a consolidação da Igreja Anglicana veio com o reinado de Elizabeth I (1533-1603). Em 1563, foi aprovada a Lei dos 39 artigos, que se tornou um guia da Igreja anglicana. O calvinismo foi adotado oficialmente, embora tenham sido mantidas a hierarquia eclesiástica e parte do cerimonial católicos. 
Essa manutenção, aliás, motivou as disputas internas com os puritanos. 
O puritanismo se desenvolveu a partir do calvinismo, pregando a purificação da Igreja. Encontrou adeptos, particularmente, entre os pequenos e médios proprietários rurais (gentry) e entre as classes mercantis urbanas. Com o tempo, formaram-se duas facções: os presbiterianos e os congregacionalistas.
O calvinismo tratava o povo com maior severidade, mas como afirmava que a prosperidade econômica e a riqueza eram sinais da salvação predestinada logo recebeu o apoio da burguesia, que assim como na Alemanha com o luteranismo, estavam a procura de uma doutrina que compactuasse com o capitalismo.
Aula 21_A Noite de São Bartolomeu
  
Na aula de hoje, estudaremos um episódio singular na História Moderna. Apesar de ter sido um fato aparentemente isolado, a Noite de São Bartolomeu interferiu em diversos outros acontecimentos e desdobramentos da História Moderna. 
O massacre dos huguenotes: a Noite de São Bartolomeu. Durante três dias, Paris fora assistente indefesa dessa avalanche de sangue e morte. A população, aterrorizada, não lograra serenidade sequer para as refeições e o repouso noturno, porque a tragédia, sem precedentes na História, irrompia a cada esquina da cidade, com impetuosidade diabólica! 
A ansiedade geral resumia-se nas calamidades seguintes: Matar os huguenotes! Ver morrer os huguenotes! Fugir das hordas de celerados da rainha Catarina! Aplaudir sob terror, os excessos do Mousier de Guise, que, no entanto, era amado pelo povo! Furtar-se às crueldades dos bandos assassinos, cuja sanha não respeitava nem mesmo os próprios adeptos de Roma, matando-os também, de qualquer forma, aproveitando-se do momento para desforras e vinganças pessoais, incluindo-os entre os desgraçados luteranos e calvinistas. 
E a desordem por toda a parte, e a morte, e a dor, e o sangue, e o luto, e a maldição, e o terror, e a blasfêmia abatendo-se sobre os ares da cidade num sopro de tragédia inesquecível e indescritível... Enquanto sinos dobravam a- finados angustiosamente, do alto das torres das igrejas; procissões se sucediam a par do morticínio, cânticos subiam aos espaços em louvores aos céus, porque os hereges eram exterminados... E as naves dos templos regurgitavam de fiéis que batiam nos peitos em meas culpas fervorosos, satisfeitos ou consternados, afetando homenagens a Deus por haver auxiliado, de um modo ou outro, o extermínio dos“malditos”! 
Grandes e generosos franceses de alta linhagem moral e social sucumbiram nesse dia inolvidável. Dentre eles o Almirante Coligny, cujos feitos náuticos atingiram as plagas sul-americanas, recém-descobertas. Por tudo isso, de um extremo a outro da França, na data de 20 de outubro, que evocamos, estremecia-se ainda de horror e revolta, ante a recordação de tais abjeções.
 
Não só Paris fora infelicitada, porém. As províncias, os feudos, as herdades, os casais, as quintas, tudo era invadido pelas forças do rei e de Mousier De Gui-se, e seus proprietários, se suspeitos de reformistas, trespassados seriam pela espada ou decapitados, pois convinha à politicagem mórbida da poderosa Catarina de Médicis que nem mais um só protestante florescesse no solo da França – chamada então a filha predileta da Igreja! (Yvonne A. Pereira, Nas Voragens do Pecado, p.17-18) 
 
Em síntese, a Noite de São Bartolomeu ficou marcada na História da humanidade como um episódio que traduz fielmente o clima hostil existente na época entre os fervorosos do lado católico e os fervorosos do lado protestante. 
Aula 22_A Guerra dos Trinta Anos
 
Nesta aula, estudaremos um dos terríveis conflitos que a História registra em seus anais: a Guerra dos Trinta Anos 
No princípio do século XVII, cerca de trezentos territórios autônomos compunham o chamado Sacro Império, controlado pela dinastia Habsburgo 1, abrangendo uma vasta região da Europa, em que hoje se encontram Alemanha, Áustria, parte da França e da Itália, Bélgica e Hungria, entre outros. 
 
Divisão do Sacro Império em 1556. Fonte: http://www.historianet.com.br
 
Os conflitos religiosos envolvendo católicos e luteranos eram acirrados. Em 1555, eles foram parcialmente apaziguados pela assinatura da Paz de Augsburgo, que estabeleceu o princípio do cujus regio ejus religio, segundo o qual, a religião de cada príncipe seria reconhecida como a religião oficial daquela região. Entretanto, os conflitos entre as duas facções persistiram e, na verdade se acirraram com a entrada em cena dos calvinistas. A nobreza aproveitava-se da situação para consolidar sua autonomia, sobretudo no que tange à livre escolha dos governantes provinciais.
Por outro lado, o imperador procurava aumentar o seu prestígio, atraindo representantes dos Estados-membros, restringindo as liberdades senhoriais. 
A situação tornou-se mais grave a partir da Contra-Reforma. À medida que os Habsburgo iniciaram um grande movimento no sentido de expandir a fé romana no Sacro Império, visando sua unificação política. Dessa forma, o conflito, inicialmente de cunho religioso, tomou proporções políticas, culminando na disputa pela hegemonia europeia, culminando com a Guerra dos Trinta Anos que durou de 1618 a 1648 e envolveu a maioria dos países do continente. 
Com a participação da França, as tropas do Império sucumbiram e através do Tratado de Westfália, ratificando a Paz de Augsburgo, assegurou aos Estados Imperiais a liberdade religiosa. 
Como consequência, a França obteve a Alsácia e a Lorena. Os Países Baixos e a Suíça confirmaram sua independência, garantindo neutralidade. Não obstante, a Espanha não aceitou estas disposições, prosseguindo na luta contra a França, que aliou-se aos ingleses, formando uma frente anti-espanhola. 
Em 1659, através da chamada Paz dos Pireneus, que seu deu o início da supremacia francesa na Europa em detrimento do declínio da Espanha.
  
Miséria e destruição
A Guerra dos Trinta Anos foi um dos capítulos mais terríveis da História.
Milhões de pessoas morreram ou ficaram doentes para sempre. Por todo o continente europeu o conflito tornou ainda mais difícil a vida dos mais necessitados: suas plantações foram destruídas, suas casas e aldeias arrasadas, seus bens saqueados. 
Os soldados não tinham nenhum interesse nacional, lutavam por aqueles que lhe pagavam o melhor e não hesitavam em mudar de lado, se necessário fosse. O pagamento dos exércitos era irregular e não havia administração para organizar o abastecimento dos combatentes. As tropas viviam à custa da população da área que ocupavam, e não havia muita diferença quando se tratava de seu próprio país ou do inimigo: os soldados saqueavam tudo o que podiam. Os camponeses fugiam para as florestas carregando seus animais e tudo o que conseguiam levar. Na volta, encontravam apenas casas queimadas e colheitas incendiadas. 
Sem sementes para refazer a lavoura e com a produção desorganizada pela ocupação militar, trabalhavam longos anos para refazer sua vida.
As aldeias se despovoavam, os sobreviventes morriam de fome, os campos transformavam-se em matagais. Aldeias inteiras foram apagadas do mapa. Em algumas regiões, foi necessário um século para recuperar as áreas devastadas. 
Quando as tropas se dispersavam e a indisciplina arriscava comprometer a união do exército, os oficiais procuravam os desertores e saqueadores e os enforcavam as dezenas para servir de exemplo. 
Enfim, quando chegou à época de assinar o tratado de paz, os príncipes negociaram, trocaram territórios, impuseram seu poder e domínio sem nenhuma consulta, com o mais profundo desrespeito aos direitos do povo. (Adaptado de: Jaques Dpäquier e Marcel Lachiver. Les Temps Modernes.p.104)  
 
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¹ A família Habsburgo, originária da Suíça, tornou-se uma das famílias mais importantes da Europa. Por meio de uma política de casamentos e alianças chegaram ao poder em várias regiões da Europa, além do Sacro Império.
Aula 23_O Santo Ofício
 
Nesta aula, analisaremos o papel do Tribunal do Santo Ofício, uma instituição criada pela Igreja destinada à repressão das heresias. 
Inicialmente, o referido tribunal combateu os cátaros, mas logo se transformou num instrumento de perseguição a todos os “inimigos” da Igreja Católica:
  
A incapacidade das estruturas tradicionais para controlarem a situação ficou evidente no crescimento dos cátaros ou albigenses, herdeiros do antigo maniqueísmo romano, que tinha subsistido no Oriente e começou a voltar à Europa a partir do século X. No século XII, os albigenses tinham suas próprias dioceses, seus bispos, e chegaram até a realizar um concílio, na França, trazendo de Constantinopla seu próprio “papa”. A agitação crescia entre a população. Abundavam os confrontos entre parcialidades religiosas. Não poucos herejes foram linchados pela população e alguns governos cristãos assumiram espontaneamente à perseguição e passaram a pressionar à Santa Sé para oficializá-la e torná-la universal. 
As primeiras medidas oficiais foram tomadas pelo papa Lúcio III e o imperador Frederico I, que, amparados em recomendações dos concílios de Latrão (1179) e Verona (1184), unificaram a repressão às diversas heresias. Intensificou-se a atividade inquisitorial do episcopado e várias coroas iniciaram atividades militares contra os principais centros de difusão das doutrinas não autorizadas. A fogueira começou a definir-se como o castigo adequado aos impenitentes, cujo delito, de “lesa-majestade divina”, deveria ser considerado como maior e mais horrível que o de “lesa-majestade humana”. Em Verona foi elaborado um regimento especial para os bispos, considerados “inquisidores ordinários”, incumbindo -os de visitar duas vezes pôr ano os focos de heresia que se encontrassem dentro das suas dioceses. 
Tornou-se evidente que os bispos, ocupados com as outras responsabilidades próprias dos seus cargos, não conseguiriam controlar a situação. Por outra parte, os herejes passavam quase livremente de uma diocese à outra e os bispos não tinham poder nenhum fora das próprias. Em 1216, o papa Inocêncio III encomendou a São Domingos de Gus-mão, fundador da ordem dos pregadores - depois conhecidos como “dominicanos” - a presidência de um tribunal especial, sediado em Toulouse. 
(CARRILO, C.A. O tribunal do Santo Ofício. Disponível em: http://assisbrasil.org/inquisi/oficio.html. acessado em 12/06/2008)
  
A partir do século XVI, as atividades da Inquisição concentraram-se na Espanha e na Itália. No ano de 1545, o papa Paulo III instituiua Congregação da Inquisição ou Santo Ofício, com sede na Espanha, onde o frei Tomás de Torquemada desempenhou o papel de Grande Inquisidor. O Grande Inquisidor era sempre aprovado pela Santa Sé, enquanto os demais juízes eram indicados pelo rei. 
A Inquisição espanhola perseguia hereges, bruxas, assassinos, sodomitas, polígamos entre outros considerados, de algum modo, contrários à ordem. Em Portugal, foi iniciada por decisão do rei D.João III e do papa, em 1536, a fim de combater os judeus foragidos da Espanha. Além do judaísmo, o tribunal português considerava crime o luteranismo, o maometismo, a feitiçaria. 
No século XVI, o movimento inquisitório estendeu-se às colônias espanholas da América, chegando até o Brasil. 
O processo inquisitorial tinha regras rígidas, mas, basicamente funcionava da seguinte maneira: alguns sacerdotes investigavam lugares suspeitos de abrigar “núcleos heréticos”. Uma vez reunido o povo na Igreja, exortavam os culpados à confissão espontânea. Geralmente, era estabelecido um tempo de tolerância para que o “criminoso” confessasse a sua culpa. 
Expirado o prazo, os acusados eram conduzidos juntamente com as testemunhas (todo o cristão deveria denunciar hereges, sob pena de excomunhão) ao Inquisidor. Começavam então os interrogatórios. O tribunal concedia valor especial à confissão dos acusados. Nos casos de confissão espontânea, o réu sofria uma leve penitência. Caso contrário, era submetido à tortura autorizada oficialmente por documentos do clero. Em cada caso, os juízes poderiam optar pela flagelação, o garrote, a polé e os tições acesos. 
Em cerimônias denominadas autos da fé, as sentenças eram pronunciadas na presença de autoridades e de populares, geralmente em praça pública. A maior parte dos casos de pena de morte eram executados em fogueiras.
Havia ainda outras formas de castigos inapeláveis praticados pelo tribunal, tais como peregrinações obrigatórias, destruição de propriedades e até mesmo exumação de cadáveres, cujos crimes eram descobertos e confirmados após a morte 
Em síntese, o Tribunal do Santo Ofício ou simplesmente Inquisição, foi uma forma que a Igreja encontrou para não perder o status quo adquirido ao longo da Idade Média e que começava a ser contestado, principalmente no período de transição para a Idade Moderna, com os movimentos reformadores
Aula 24_A Contra Reforma
 
Na aula de hoje estudaremos a Contra Reforma, os principais acontecimentos, os motivos, quem foram os líderes e quais foram as conseqüências para a Igreja Católica e para a fé cristã.
A Contra Reforma foi reação por parte da Igreja Católica à Reforma e às idéias e críticas propagadas por Martinho Lutero.. Todavia, atualmente, muitos historiadores têm questionado o destaque que se deu ao movimento de oposição ao protestantismo em detrimento do movimento de renovação dentro da própria Igreja. Os que defendem esse questionamento, sugerem, inclusive, que o movimento de restauração da Igreja no século XVI, seja chamado de Reforma Católica. 
De qualquer modo, a Contra Reforma (ou Reforma Católica) contou com ações em duas direções. De um lado, fortaleceram-se as ações que visavam impedir a propagação das idéias protestantes ou das chamadas “heresias”. E de outro, Foram tomadas medidas visando a moralização do clero e reorganização das estruturas administrativas. 
Quem sempre esteve à frente da Contra Reforma foram os papas. Os que mais se destacaram foram o papa Paulo III (1534-1549), o papa Paulo IV (1555-1559), o papa Pio V (1566-1572) e o papa Xisto V (1585-1590). Entre as principais medidas, pode-se destacar: a aprovação da Ordem do s Jesuítas, o Concílio de Trento (1545 – 1563), a Inquisição e o Index (lista de obras proibidas). 
A Ordem dos Jesuítas ou Companhia de Jesus foi fundada em 1534 pelo militar espanhol Inácio de Loyola. Os jesuítas se consideravam soldados da Igreja e inicialmente, tinham um objetivo missionarista e se dedicavam a obras de caridade. Com o tempo, passaram a fundar e administrar seminários e colégios. 
Em 1540. o papa Paulo III, através da da Bula Regimini militantis Ecclesiae confirmou a aprovação da Ordem, com o limite de 60 membros. A ordem sobreviveu e prosperou com base na união e na hierarquia, para as quais a disciplina passou a ser palavra fundamental:
  
A Companhia de Jesus nasceu e se estendeu no século XVI a quatro continentes sob o domínio da escrita. No momento em que a primeira dúzia de “companheiros” se colocou a serviço do papa, compreendeu-se que a dispersão poderia ameaçar sua união e para se manterem unidos em Jesus Cristo nasceu o Instituto. Nas Constituições cuidou Santo Inácio de dedicar uma das dez partes, a oitava, a “De lo que ayuda para unir los repartidos com su cabeza entre sí”9. No primeiro número dessa parte colocou que pela dificuldade de união dos membros com a cabeça e por estarem espalhados entre fiéis e infiéis deveriam contar com diversas ajudas,
 (...) pues no conservarse puede ni regirse, ni por con-siguiente conseguir el fin que pretiende la Compañia a mayor gloria divina sin estar entre si y com su cabeza unidos los miembros della (Loyola, 1963, p. 556, número 655). 
 
O vínculo entre súditos e superiores através da obediência (número 659), o incentivo do “espírito de corpo”, a uniformidade de vida e doutrina e o combate às divisões (números 663-665 e 671-672), a chamada “união dos ânimos” e a comunicação permanente através de cartas (números 662 e 673-676), foram prescritos por Loyola como respostas ao desafio da dispersão e da “diversidad que no dañe a la unión” (Loyola, 1963, pp.561-563). 
No processo de colonização, a Companhia de Jesus ficou responsável então — não apenas no Brasil — pela criação de escolas para os filhos das elites latifundiárias e pela conversão das populações nativas. 
Outra medida tomada pela Igreja durante o processo da Contra Reforma foi a convocação de uma reunião eclesiástica para regulamentar doutrina. O Concílio convocado pelo papa Paulo III, em Trento, na Itália, tornou-se uma das mais importantes assembléias religiosas da Igreja Católica. Seus trabalhos se prolongaram até o ano de 1563. Após seu término foi apre-sentado um conjunto de decisões a fim de garantir a unidade da fé católica e a disciplina eclesiástica. 
Dentre as decisões está a reafirmação de alguns pontos da doutrina cristã tais como a salvação humana pela fé e pelas boas obras. O Concílio de Trento também, reconheceu a versão latina da Bíblia, preparada no século IV por São Jerônimo, como o texto católico oficial; definiu os sete sacramentos; determinou a criação de seminários para a formação dos padres; confirmou o celibato; e fortaleceu a autoridade do papa. 
A Contra Reforma reativou a Inquisição — nome dado a um tribunal da Igreja, no século XIII. Sabe-se que, desde o século XII, a Igreja estabeleceu as práticas de vigiar, investigar e punir heresias. Com o movimento da Re-forma, a Igreja aprimorou os métodos de investigação, adotando a tortura como método de obter confissões. 
Na península ibérica, a Inquisição se dedicou a investigar as minorias étnicas, especialmente, os judeus e muçulmanos. Em outros lugares, ela perseguir adeptos das religiões locais, acusados de heresia, bruxaria ou ligações com o demônio. Alguns cientistas sofreram nas mãos dos inquisidores , como por exemplo, Nicolau Copérnico e Miguel Servet. de tentar oprimir os rebeldes que acabou tornando-se ineficaz e necessitando de medidas mais importantes. 
Em síntese, a Contra Reforma foi um movimento da Igreja Católica, em busca da própria sobrevivência, uma tentativa de se adequar às exigências dos novos tempos, acirrado pela oposição deflagrada pelos protestantes. Entretanto, esse movimento degenerou em violência e o Concílio de Trento, em linhas gerais, serviu apenas para reafirmar as antigas idéias da Igreja 
Resumo_Unidade III
  
Nesta unidade estudamos as principais transformações de cunho artístico e cultural pelas quais passou a Europa no princípio da Idade Moderna. Tais transformações ficaram conhecidascomo Renascimento, devido a um dos aspectos envolvidos nesse movimento cultural: a retomada da cultura antiga clássica. Vimos que o Renascimento também se caracterizou pela valorização da razão e do ser humano, num movimento intelectual conhecido como Humanismo. 
Estudamos também a Reforma Protestante de Martinho Lutero, sua indignação ante a corrupção e a imoralidade que assolava a Igreja Católica. Apresentamos igualmente a Reforma Calvinista ocorrida na França e a reforma anglicana promovida pelo rei Henrique VIII da Inglaterra. 
Estudamos, ainda, os conflitos religiosos que desembocaram em episódios sangrentos como a Noite de São Bartolomeu ou em longos períodos de conflitos como a Guerra dos Trinta Anos. 
Deixamos um capítulo específico para analisarmos o papel do Santo ofício, popularmente na História chamado de Tribunal da Inquisição que selou de sangue páginas de nossa História. 
Posteriormente estudamos a Contra Reforma que representou a reação da Igreja à Reforma Protestante.
 
Referências Bibliográficas
ELTON,G.R. A Europa durante a Reforma.Lisboa.Ed.Presença 
Pazzinato, Alceu Luiz; Senise, Maria Helena Valente.História Moderna e Contemporânea.São Paulo: Editora Ática, 1992. 
Mello,Leonel Itaussu A.; Costa, Luis Cesar Amad. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Editora Scipione, 1993.Lisboa,Presença,1982. 
Contemporânea. São Paulo: Editora Scipione, 1993 Lisboa, Presença,1982.
Aula 25_Iluminismo
 
Na aula de hoje estudaremos o movimento que fez do século XVIII, o Século das Luzes. De um modo geral, os diferentes estudiosos envolvidos nesse movimento intelectual acreditavam no poder da razão para “iluminar” a realidade, livrando-a do obscurantismo e da superstição. 
O referido movimento simboliza o apogeu das grandes transformações iniciadas no período renascentista. Os campos da fé (religião) e da razão (ciência) sofreram uma cisão com o advento do antropocentrismo e do individualismo no Renascimento, o que determinou profundas mudanças na forma de pensar e agir do homem.
 O Iluminismo realçou os valores burgueses, favorecendo a ascensão dessa camada social. Rompeu paradigmas ao propor novas formas de pensar, procurando uma forma racional para explicar todas as coisas. Rejeitava, portanto, valores pregados pela Igreja durante o período medievo, com predomínio de uma visão teocêntrica. O conhecimento para a convivência harmoniosa e a liberdade para atingir a felicidade só seria plausível mediante a razão, segundo os iluministas. A razão era, portanto a base para toda e qualquer compreensão e domínio da natureza.
 
Origens do Iluminismo. 
Ao contrário do que muitos apregoam, os ideais iluministas não se originaram somente no século XVIII, com o advento dos processos revolucionários. Os princípios do pensamento iluminista, caracterizados pelo desenvolvimento do pensamento científico, liberalismo e racionalismo, remontam a alguns pensadores do século XVII, como René Descartes — considerado o “pai da filosofia moderna” e, cuja obra principal é precursora do racionalismo — e John Locke — pensador de tendências liberais que se opôs veementemente às teorias absolutistas impostas por Thomas Hobbes. Seu pensamento foi influenciado pelo empirismo de Francis Bacon. Segundo os empiristas e como o próprio nome sugere, o conhecimento origina-se a partir da experiência. Finalmente sir Isaac Newton, revolucionou o pensamento na Época Moderna. Para Newton, o Universo não consistia em algo estático, mas em contínuo movimento. 
As ideias iluministas surgiram concomitantemente aos problemas enfrentados pela burguesia, sobretudo aos relacionados à intervenção do Estado na economia, o que de certa forma tornou-se um entrave às pretensões dessa camada social. Para tanto, propunham uma reformulação estrutural da sociedade e cujos principais valores estavam centrados no bem-estar e no progresso. 
Em síntese, as principais consequências do Iluminismo foram: mudanças significativas nas questões jurídicas, aparecimento do despotismo esclarecido em diversos países europeus, criação de bases ideológicas para movimentos de contestação, influência marcante em diversos setores do desenvolvimento, restrições ao poder político da Igreja. 
Aula 26_Pensadores Modernos
  
Nesta aula, conheceremos um pouco mais acerca dos maiores filósofos do chamado “Século das Luzes”, que em sua maioria eram originários da França. 
 
Estes criticavam, sobretudo em suas obras: 
Resquícios feudais; 
O regime absolutista e o mercantilismo; 
A influência da Igreja sobre a sociedade;
A desigualdade de direitos e deveres entre os indivíduos.
 
Dentre os iluministas franceses destacaram-se:
Montesquieu (1689 – 1755) – Sua principal obra foi intitulada O Espírito das Leis e publicada em 1748. O teórico abordava as diversas formas de governo, expondo a necessidade de separar as funções do Estado em três poderes independentes. Sua obra teve grande influência na formação de governos nacionais no período pós-revolucionário. 
Voltaire (1694 – 1778) – Tido como o mais importante filósofo iluminista, teceu várias criticas aos privilégios da nobreza e do clero, sendo obrigado a exilar-se na Inglaterra. Dentre as suas principais obras destacam-se “Cartas Inglesas” e “Cândido”, tendo também colaborado na elaboração da “Enciclopédia”. Criticava veementemente o absolutismo de direito divino, propondo a participação mais ativa da burguesia nos aspectos do governo, como forma de garantir a paz e a liberdade. Assim como Montesquieu, suas ideias influenciaram não só outros teóricos, mas governantes em geral.
Jean Jaques Rousseau (1712 – 1778) – Defendeu as classes menos favorecidas em detrimento da sociedade burguesa, sendo considerado o pensador mais radical de sua época. Suas ideias são baseadas na justiça e na igualdade, através da soberania popular e encontram-se sintetizadas em suas obras: “Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens” e “Contrato Social”. 
Na primeira, o autor acusa a propriedade privada de destruir a liberdade social. Já na obra “Contrato Social”, Rousseau afirmava que para reduzir a desigualdade, os homens deveriam consentir em fazer um contrato social, cuja essência era prevalecer a vontade da comunidade sobre a vontade individual. Para o filósofo, o governo era o “ministro do soberano”, isto é, se o povo era considerado soberano, seu poder estava subjugado ao mesmo. 
Em síntese, os pensadores modernos também conhecidos como iluministas, romperam com um paradigma da época, ao criticarem veementemente o Antigo Regime, caracterizado pelo poder absolutista.
Aula 27_Economistas do Século XVIII
 
Na aula de hoje, analisaremos os teóricos e economistas do século XVIII, atentando para a influência que despertaram na época e perspectivas de seus apontamentos nas práticas econômicas. 
Os fisiocratas foram os primeiros contestadores da doutrina mercantilista, expressando-se nas teorias de Quesnay e Turgot. A palavra fisiocracia deriva do grego: physio, que quer dizer natureza, kratos, governo, e foi adotada pelos teóricos para quem a natureza é a produtora fundamental de riquezas. 
Ao contrário dos mercantilistas, consideravam o comércio, uma atividade econômica estéril, que não produz riquezas, mas simplesmente as troca. Condenavam também a intervenção do Estado na economia, afirmando que a economia funciona por si mesma, impulsionada por leis naturais. Seu lema era: “Laissez faire, laissez passer, Le monde va de lui même” (Deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por si mesmo). 
Adam Smith (1723-1790), economista inglês, é considerado o pai do liberalismo econômico. Em seu livro A riqueza das nações, também defendeu a teoria de que a economia funciona por si mesma, como se houvesse uma “mão invisível” a dirigi-la. Criticava o monopólio comercial e o sistema colonial, pois para ele, os únicos que ganhavam com o mercantilismo eram os mercadores, pensamento coincidente com o dos fisiocratas. No entanto, diferentemente destes, concluía que o trabalho em geral, não apenas o agrícola,constitui a verdadeira fonte de riqueza da sociedade. 
  
O Liberalismo Econômico 
Tendo suas bases assentadas nas ideias dos fisiocratas e na obra A riqueza das Nações, o Liberalismo Econômico é considerado o difusor da economia como uma ciência autônoma, com leis e princípios próprios. 
Esse novo sistema era baseado na liberdade de concorrência e na lei da oferta e da procura como fonte reguladora da produção e da distribuição de riquezas. Partindo da premissa que o interesse pessoal é o único elemento impulsionador da atividade humana, colocava o trabalho, livre e guiado pela natureza, como a verdadeira fonte de riqueza da sociedade. Negava ao Estado o direito de intervir diretamente na economia, reservando-lhe, entretanto o papel de atuar em setores cujo capital particular fosse inatingível. 
Adam Smith e o liberalismo econômico influenciaram sobremaneira os pensadores economistas contemporâneos, como por exemplo, Thomas Malthus, em cuja obra Ensaio sobre o Princípio da População, procurou demonstrar a desproporção existente entre o crescimento da população e o da produção de alimentos — a população cresceria em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos cresceria em progressão aritmética) 
Em síntese, o liberalismo econômico, em especial o pensamento de Adam Smith, exerceu significativa influência sobre a Revolução Industrial e as doutrinas econômicas do século XIX.
Aula 28_Despotismo Esclarecido
 
Na aula de hoje, veremos que o despotismo esclarecido caracterizou-se como uma tentativa de modernização adotada em alguns países da Europa no século XVIII, mais precisamente a partir de 1750, mantendo na essência, uma política absolutista. 
Um conjunto de nações com uma economia tipicamente agrária, com baixo índice de urbanização, mergulhadas em um regime semi-feudal, marcadas por um pequeno desenvolvimento comercial, com uma burguesia fraca e inoperante, foi o cenário para essas transformações. Nesse período, alguns monarcas e ministros europeus resolveram adotar os princípios do Iluminismo para estabelecer reformas sociais, sem abrir mão do absolutismo. As bases do poder real foram redefinidas: o soberano não mais se identificava com o próprio Estado, mas tornava-se o primeiro servidor do mesmo, em prol de todos os súditos. 
Nesse contexto, soberanos da Prússia, da Áustria, da Rússia, da Espanha e de Portugal lançaram-se à realização de uma série de reformas que buscavam, sobretudo, conciliar a autoridade absoluta do monarca com as propostas de liberdade dos iluministas, presentes particularmente no pensamento de Voltaire, que combatia os privilégios, o parasitismo da aristocracia e o obscurantismo do clero. 
Porém, nessas monarquias, os ideais não foram bem sucedidos. Os déspotas esclarecidos não perceberam a grande contradição que impediria a concretização de seus intentos. Isso porque queriam forçar o desenvolvimento de seus países, saltando etapas naturais desse processo: admitiam as ideias da Ilustração, emanadas da burguesia, mas tentavam realizá-las sem a sua participação. 
Tentavam reformar o Estado a partir do próprio Estado, através de uma política autoritária e paternalista, tomando medidas de caráter liberal e, não obstante, impedindo qualquer manifestação popular. “Tudo pelo povo, sem o povo” era o lema dos déspotas esclarecidos. Não obtiveram sucesso: pressionados pela nobreza e sem o apoio da burguesia, foram derrubados do trono ou obrigados a voltar atrás em suas reformas, o que, por conseguinte, impediu que seus países se tornassem nações modernas, em igualdade de condições com as potências Inglaterra e França.
 
O Despotismo Esclarecido na Europa Oriental 
Prússia – O apogeu do despotismo esclarecido na Prússia foi atingido no governo de Frederico II, o Grande (1740-1786). Dentre as suas principais medidas destacam-se:  
Aboliu as torturas aos presos políticos, garantindo a liberdade de expressão; 
Adotou de um novo código de justiça; 
Concedeu liberdade de culto ao povo; 
Fundou escolas, tornando a instrução obrigatória; 
Promoveu o desenvolvimento agrícola e industrial.
  
Frederico II desenvolveu um forte sentimento nacionalista, exigindo total obediência às suas ordens. O maior destaque do seu governo foram as organizações militares, que no âmbito interno garantiram a força repressiva e fiscalizadora necessária ao Estado. As reformas implementadas pelo soberano da Prússia, inspiradas nos ideais iluministas da época, não visavam necessariamente o bem estar da população, mas ao engrandecimento do Estado. 
Áustria – O maior exemplo de déspota esclarecido foi José II (1780-1790) – o único monarca que pôs em prática realmente as ideias dos filósofos iluministas. Suas principais medidas foram: 
Oficialização do alemão como língua oficial; 
Abolição da servidão; 
Concessão de liberdade religiosa.
   
Rússia – Catarina, a Grande (1762-1796) é considerada uma dos mais célebres déspotas esclarecidos. Ao assumir, tomou uma série de iniciativas, tais como:
Instituiu a Carta de Nobreza; 
Sobretaxou os camponeses com a elevação de impostos; 
Manteve a servidão;
Efetuou uma política de expansão, atraindo a população para áreas de baixa densidade; 
Adotou a política mercantilista o que favoreceu o desenvolvimento industrial.
   
O Despotismo Esclarecido na Península Ibérica 
Espanha – Com a penetração de ideias iluministas na Espanha, no reinado de Carlos III, seu ministro Aranda, anunciou amplas medidas que visavam estabelecer um mercantilismo propício ao desenvolvimento do país. Nesse contexto, intensificou-se a exploração colonial, reduziram-se as competências do Santo Ofício e reformulou-se o sistema educacional. 
Portugal – O despotismo esclarecido em Portugal foi exercido pelo Marquês de Pombal, ministro de Dom José I. Nessa época, Portugal tentava recuperar as finanças do reino e a exemplo da Espanha, para a sobrevivência da nação era fundamental reforçar os vínculos coloniais. Pombal tentou reorganizar a economia portuguesa, porém não conseguiu contornar a grave crise pela qual o reino passava. 
Em síntese, o despotismo esclarecido foi uma tentativa por parte de nações que almejavam se tornar potências a exemplo de França e Inglaterra, e que para isso utilizaram-se de ideais iluministas da época, não obstante sem êxito.
Aula 29_A Revolução Americana
  
Para alguns historiadores a independência das treze colônias inglesas na América esteve inserida num processo muito mais amplo, conhecido como Revolução Americana. Nesta aula, vamos tentar identificar o caráter revolucionário da independência, contido na Declaração Unânime dos Treze Estados Unidos da América, de 1776. 
Logo no primeiro parágrafo da Declaração, podemos identificar o reconhecimento por parte dos colonos de seu papel histórico, enquanto sujeitos sociais: 
Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário um povo dissolver laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno às opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação. 
O texto revela um sujeito consciente do momento histórico em que vive e que tem que lutar contra acontecimentos concretos e não contra forças divinas ou sobrenaturais ou contra os caprichos do destino. 
O próximo parágrafo revela a ideia de “igualdade” num mundo em que havia escravidão e em que os nobres viviam cercados de luxo: 
Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. 
No Antigo Regime a relação entre o governantes e governados era mediada pela força: o poder do rei — fundado na força dos exércitos, da Igreja e no nome de família. O novo sistema social passou a exigir um novo contrato entre governantes e governados, no qual o pode emana do povo:
 
Que a fim deassegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela for-ma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade [...] 
 
Aproveite o final da unidade e faça essa pesquisa: consulte a Declaração de Independência dos Estados Uni-dos e a Constituição norte-americana e compare esses documentos com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. Esse documentos podem ser facilmente encontrados na Internet.
Aula 30_A Independência dos Estados Unidos
 
Nesta aula estudaremos o processo de independência dos Estados Unidos da América, destacando os ideais que mobilizaram os norte-americanos na luta pela separação da Inglaterra.. 
A independência dos Estados Unidos foi o resultado do descontentamento da elite colonial com a exploração inglesa. Foi influenciada pelos ideais iluministas de liberdade, igualdade e rebeldia contra as opressões políticas. 
Pode-se dizer que a independência da 13 colônias norte-americanaa teve início com o fim da Guerra dos Sete Anos entre a Inglaterra e a França. A Inglaterra saiu vencedora do conflito, mas, somente no aspecto militar. A guerra abalou sua economia e, como toda metrópole colonial diante de problemas econômicos, tentou se recuperar às custas da colônia americana. Uma de suas atitudes foi arrochar os impostos e taxas, principalmente, das colônias do norte. Além disso, a Inglaterra criou várias leis que limitavam a liberdade dos colonos, como a Lei do Chá — estabelecendo o monopólio do comércio desse produto por parte de uma companhia comercial inglesa —, a Lei do Açúcar — que proibia os colonos de comprar açúcar de outro lugar além das Antilhas — e a Lei do Selo — que obrigava o uso de um selo vendido pelos ingleses em todos os produtos comercializados nas colônias. 
Tais restrições geraram protestos dos colonos, como o conhecido episódio da festa do chá, no qual os manifestantes, vestidos de índios, invadiram navios ingleses e jogaram ao mar todo o carregamento do produto. Daí em diante o clima entre a metrópole e os colonos ficou tenso. Em 1774, os colonos se reuniram no primeiro Congresso da Filadélfia para reivindicar, entre outras coisas, o fim das medidas restritivas. A Inglaterra não aceitou as resoluções do Congresso e endureceu ainda mais as restrições, obrigando os colonos a fornecerem moradia e alimentação aos soldados ingleses. Essa obrigação fazia parte de um conjunto de medidas conhecidas como Leis Intoleráveis, que na prática, funcionaram como o estopim do processo de independência. 
Em 1776, os colonos se reuniram num novo Congresso, em que Thomas Jefferson leu a Declaração de Independência. A Inglaterra não reconheceu a independência e declarou guerra às colônias. O conflito durou até 1783.
Os Estados Unidos foram vitoriosos com o apoio da França e da Espanha. 
Sendo uma colônia de povoamento, as treze colônias dispunham de uma certa autonomia em relação à metrópole e não estavam dispostos a perdê-la nem que para isso tivessem que pegar em armas. Mas a Inglaterra também estava disposta a não perder seu mercado consumidor e agora também uma fonte de recursos para levantar sua economia abalada pela Guerra dos Sete Anos. 
Entretanto, a união dos colonos saiu vitoriosa e os Estados Unidos se trans-formaram na primeira república federalista e presidencialista da América e no primeiro país a ter uma Constituição escrita. 
A Constituição norte-americana tinha clara inspiração iluminista.
Aula 31_Crise do Antigo Regime
 
Na aula de hoje iremos estudar a crise do Antigo Regime, suas principais características, razões e as consequências desta crise para a França.
No final do século XVIII a sociedade francesa se encontrava dividida em três ordens: o clero, a nobreza e o terceiro estado. Essa divisão caracterizava o Antigo Regime. A economia era predominantemente agrária e ainda permaneciam alguns aspectos da estrutura feudal anterior à formação do Estado Moderno Absolutista. 
O Estado gastava demais e o povo passava fome. Tudo piorou com o período de seca, seguido de inundações e desastrosas colheitas, a partir de 1784. Houve uma crise de abastecimento nas cidades. Em consequência da escassez de alimentos o seu preço subiu e o povo que já vivia de maneira precária ficou diante da miséria.. 
Soma-se a esse quadro a crise da indústria francesa, provocada pelo acordo assinado com a Inglaterra, no ano de 1786, que dispunha sobre a exportação de tecido ingleses para a França em troca do que, os franceses exportariam vinhos para a Inglaterra. Tal acordo gerou o desemprego, aumentando o número de famintos e marginalizados nas cidades. 
Além disso, desde o reinado de Luis XIV, o governo francês vinha acumulando uma crise financeira que estava prestes a eclodir e piorar ainda mais a situação da França. O governo estava endividado, mas a vida luxuosa da Corte continuava. 
O terceiro estado passou a reivindicar um regime jurídico de igualdade de todos perante a lei. A alta burguesia notando que a situação estava fora de controle passou a acreditar que o desenvolvimento do capitalismo e por consequência a melhoria de seus negócios só iria se realizar se houvesse uma reestruturação do Estado. Isso significava o combate ao absolutismo monárquico, repudiar a excessiva intervenção do Estado sobre a economia, combater a intolerância filosófica e religiosa e ainda os privilégios hereditários da nobreza e do clero. 
Estava formada assim a crise do antigo regime, pois a partir desse momento a alta burguesia e o terceiro estado se empenharam para que ocorressem o fim da monarquia absolutista que por consequência resultaria numa melhoria das condições de vida da população francesa, pois haveria mais empregos nas cidades e nos campos. 
A expressão “antigo regime” surgiu no final do século XVIII, com os grupos que apoiavam a revolução que prometiam transformar a sociedade francesa. Com essa expressão, os revolucionários denominavam o período de governo da monarquia absolutista que eles pretendiam derrubar. A monarquia absolutista, as ordens ou estados e a corte eram as instituições características do Antigo Regime. 
A partir do século XVIII, o desenvolvimento capitalista, a crescimento dos movimentos populares, o regime de privilégios da nobreza e da alta burguesia e a insatisfação de parte da burguesia provocaram abalos na estrutura da sociedade absolutista.
Aula 32_A Revolução Francesa
 
Nesta aula iremos estudar um fragmento da Revolução Francesa, destacando as condições que levaram a sua realização, as características mais relevantes, o papel que as ordens sociais desempenharam e os primeiros acontecimentos. 
No final do século XVIII, a França estava mergulhada na crise do Antigo Regime, ou seja, as insatisfações da alta burguesia e do terceiro estado com a situação econômica e os privilégios dados à nobreza e ao clero auxiliaram no combate aos elementos marcantes do antigo regime como o absolutismo e a intervenção do Estado na economia. Tudo isso levou a França a sofrer agitações.
Luis XVI, por seu lado, com medo de perder seu poder absoluto tentava solucionar a grave crise econômica em que estava mergulhada a França por meio do aumento de impostos, em vez de diminuir os privilégios da nobreza. Evidentemente, essa medida agravou a situação. 
Percebendo que o terceiro estado não acataria facilmente os novos tributos e ameaçados de terem seus privilégios cortados a nobreza e o clero se revoltaram em 1787, como forma de pressionar o rei a convocar a Assembleia dos Estados Gerais. Com isso, ele pretendiam obrigar o terceiro estado a assumir o pagamento dos tributos. Eles sabiam que a vitória era certa, pois, contavam com a maioria dos votos. Nesta assembleia o voto não era dado pelo deputado individualmente, e sim pelasordens sociais, ou seja, existiam três ordens, portanto, três votos: um da nobreza, um do clero e outro do terceiro estado. Na questão dos impostos, assim como em outras questões, a nobreza e o clero eram aliados. 
Em 1789, a Assembleia se reuniu em Versalhes. Houve conflitos entre a nobreza e o clero contra o terceiro estado, pois este último não aceitaria a derrota. O terceiro estado reivindicava a votação individual dos deputados, através da qual poderia garantir a maioria. Por esse motivo houve uma paralisação das atividades da Assembleia. 
Proclamou-se a necessidade de uma Assembleia Nacional Constituinte a fim de elaborar uma Constituição para a França, pois os três estados concordavam com a necessidade de diminuição do poder do rei.
O rei, por sua vez, decidiu dissolver a Assembleia Nacional Constituinte. 
Diante dessa demonstração de autoritarismo o povo se rebelou e a revolta popular rapidamente tomou as ruas de Paris. O slogan dos revolucionários era liberdade, igualdade e fraternidade; bandeiras provenientes do iluminismo e que seriam largamente utilizadas por diversas colônias em seus movimentos de independência. 
Em 14 de julho de 1789, o povo invadiu e tomou a prisão da Bastilha. A prisão era um símbolo do poder absoluto do rei, uma vez que para lá, eram enviados e aprisionados os inimigos políticos da monarquia francesa. A população libertou os presos e tomou posse do armamento que estava armazenado no lugar. A partir desse momento, que a revolta popular se espalhou por toda a França. 
Diante da explosão de violência por parte da população, representando uma ameaça eminente, o rei Luis XVI foi obrigado a reconhecer a legitimidade da Assembleia Nacional Constituinte que tomou uma série de medidas para diminuir o abismo da desigualdade entre as ordens sociais.
Coube a Assembleia Nacional Constituinte acabar de vez com o regime feudal — ou com o que havia sobrado dele na sociedade francesa — e determinar o fim dos privilégios tributários concedidos ao clero e à nobreza. As duas ordens ficaram obrigadas a recolher os tributos, assim como era feito pelo terceiro estado. 
Para muitos historiadores a Revolução Francesa faz parte de um único movimento revolucionário que atingiu a Europa e a América, a partir do século XVIII, e que teve início com a Independência dos Estados Unidos. Para o historiador inglês Eric Hobsbamw, a Revolução Francesa marcou o início da era das revoluções burguesas, que criaram as condições para o desenvolvimento do capitalismo e varreram os resquícios do feudalismo.
Resumo_Unidade IV
  
Nesta unidade estudamos o Iluminismo como um movimento de ideia que marcou o mundo moderno e com consequências até hoje. Em outras palavras, alguns princípios iluministas fundamentam as noções de Estado, direito e cidadania que possuímos ainda hoje. 
Num tempo mais curto, vimos que o iluminismo influenciou a atuação de alguns governantes que passaram a ser conhecidos como ‘déspotas esclarecidos’. 
Estudamos, ainda, a Revolução Americana e a Revolução francesa como reflexos da crise do antigo regime e como resultado das ideias iluministas. Estas revoluções marcaram definitivamente o nascimento do mundo contemporâneo, ao colocarem a burguesia no poder. 
Estudamos também os pensadores que deram início aos estudos econômicos que passaram a criticar, mas, ao mesmo tempo, orientar a evolução do capitalismo. 
  
 
Referências Bibliográficas
DEANE, Phyllis. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro, Zahar, 1975.
PAZZINATO, Alceu Luiz; SENISE, Maria Helena Valente. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Editora Ática, 1992.
MELLO, Leonel Itaussu A.; COSTA, Luis Cesar Amad. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Editora Scipione, 1993.
BAUMER, F. O pensamento europeu moderno. Lisboa; Ed.70, 1990.

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