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Física III Professor Hans Aula 8: Eletromagnetismo - Teoria Eletromagnetismo Denomina-se eletromagnetismo a disciplina que estuda as propriedades elétricas e magnéticas da matéria e, em especial, as relações que se estabelecem entre elas. Ímãs Os fenômenos magnéticos são conhecidos desde a Antiguidade. Naquela época já se utilizavam certas pedras – que tinham a propriedade de atrair pedaços de ferro – na orientação da rota de grandes viagens. O vocábulo magnetismo é devido a uma região chamada Magnésia, localizada na Turquia, local em que essas pedras foram encontradas. Quando suspensas por seus centros de massa, tais pedras orientavam-se sempre no sentido norte-sul. Eram construídas de óxido de ferro e denominadas magnéticas. Atualmente, recebem o nome genérico de ímã natural. Só mais tarde descobriu-se a possibilidade de fabricar ímãs artificiais. Os ímãs artificiais são, normalmente, barras de ferro ou aço às quais se transmite a propriedade magnética. Eles levam vantagem sobre os ímãs naturais por terem maior poder atrativo e, também porque podem receber a forma mais conveniente ao seu uso. Todo ímã apresenta duas regiões distintas, denominadas polos, que possuem comportamentos opostos: polo norte e polo sul. A experiência comprova a seguinte propriedade básica do magnetismo: polos magnéticos de mesmo nome repelem-se e de nomes contrários atraem-se. Campo Magnético Analogamente ao campo elétrico, denomina-se campo magnético a região ao redor de um ímã na qual ocorre um efeito magnético. A sua representação é feita por linhas de campo ou linhas de indução, que são linhas imaginárias fechadas que saem do pólo norte e entram no pólo sul. No interior do ímã, as linhas de campo vão do pólo sul para o pólo norte. Cada ponto de um campo magnético é caracterizado por um vetor denominado vetor indução magnética ou vetor campo magnético, sempre tangente às linhas de campo e no mesmo sentido delas. Diz-se que um campo magnético é uniforme quando o vetor campo magnético é constante em todos os pontos do campo. Nesse caso, sua representação é um conjunto de linhas paralelas igualmente espaçadas e igualmente orientadas. A Força de Lorentz Do ponto de vista formal, devemos ter em mente que é impossível tratar cargas elétricas em movimento sem levar em consideração a existência do campo magnético. Pois cargas em movimento criam um campo magnético. Por outro lado, havendo um campo magnético em determinada região do espaço, este exercerá uma força sobre uma carga em movimento. Existem duas formas básicas de criação de um campo magnético. A primeira tem a ver com a descoberta do fenômeno; trata-se do campo de um ímã permanente. A segunda forma tem a ver com o campo criado por uma carga em movimento; trata-se do campo criado por uma corrente elétrica. Um campo magnético, B , exerce uma força F sobre uma carga, q , em movimento, dada pelo produto vetorial: F qv B Unidades (SI) F →força magnética (N) B →campo magnético (T-Tesla) q →carga elétrica (C) v → velocidade da carga (m/s) A força magnética é nula em duas circunstâncias: o Carga estacionária (v = 0); o Velocidade paralela ao vetor campo magnético. No caso geral, em que temos um campo elétrico, E , e um campo magnético, a força sobre uma carga em movimento é dada por E BF F F F qE qv B Essa força é conhecida como Força de Lorentz. Força sobre uma Corrente Se um campo magnético exerce uma força sobre uma carga em movimento, então ele exercerá uma força sobre uma corrente elétrica num trecho l de um fio condutor. Essa força é dada por: F il B Regra da Mão Esquerda A força magnética tem um sentido que é sempre perpendicular ao plano formado pela corrente elétrica e pelo campo magnético. Podemos descobrir sua direção e sentido usando a mão esquerda disposta conforme a figura. O dedo médio indica o sentido da corrente elétrica, o dedo indicador o campo magnético e o dedo polegar o sentido da força magnética. No caso, de uma partícula lançada no campo magnético podemos usar a mesma regra, mas trocamos o sentido da corrente elétrica pelo sentido da velocidade da partícula, tendo o cuidado de inverter o sentido da força magnética, caso a partícula seja negativa. São usadas as seguintes convenções: → vetor entrando no plano da figura. → vetor saindo no plano da figura. Lei de Ampère Quando não se consideram campos elétricos variáveis com o tempo, pode-se escrever: .B dl i que é conhecida como Lei de Ampère e que descreve a produção de campos magnéticos por correntes elétricas. A Lei de Ampère é uma das leis fundamentais do Eletromagnetismo. Ela nos diz que a integral de linha sobre um caminho fechado do campo magnético B produzido por correntes é proporcional à corrente líquida que atravessa a superfície limitada pelo caminho de integração. A constante μ é chamada de permeabilidade magnética do meio. 2 Lei de Biot-Savart A lei de Biot-Savart diz-nos que o elemento de indução magnética dB associado a uma corrente i em um segmento de um fio condutor descrito por dl é: *dirigido em uma direção perpendicular ao dl e ao vetor posição r do segmento do condutor ao ponto P, no qual o campo está sendo medido, como está ilustrado na figura abaixo; *diretamente proporcional ao comprimento dl do segmento e à corrente i que ele carrega; *inversamente proporcional em módulo ao quadrado da distância r entre o elemento de corrente e o ponto P. *proporcional ao seno do ângulo θ entre os vetores di e r . Esta lei pode ser expressa matematicamente por: 2 ˆ 4 idl r d B r Campo Magnético em uma Espira Quando ligamos as extremidades ou pontas de um fio condutor temos uma espira. De uma forma geral, a espira é sempre representada por uma figura plana - como um retângulo, um triângulo, uma elipse ou um círculo. No caso da espira circular, o campo magnético associado a ela apresenta as seguintes características no seu centro: Direção: perpendicular ao plano da espira. Sentido: é obtido utilizando-se a Regra da Mão Direita Intensidade: para uma espira de raio R pode ser calculada pela expressão: 2 i B R Campo Magnético em um Solenóide Podemos considerar um solenóide como um enrolamento de fio condutor que acompanha ou envolve a superfície de um cilindro. Esse condutor enrolado na forma helicoidal também é chamado de bobina longa e, diferentemente de uma bobina plana, aqui o comprimento é considerável em relação ao seu raio. Nesse caso, vale a relação: N B i l onde N é o número de espiras e l o comprimento do solenóide. Campo Magnético Criado por um Condutor Retilíneo Neste caso, as linhas de campo são circulares e concêntricas ao fio por onde passa a corrente elétrica e estão contidas num plano perpendicular ao fio. A direção e sentido podem ser obtidos através da Regra da Mão Direita e a intensidade do campo é dada pela expressão: 2 i B r Regra da Mão Direita Esta regra permite-nos facilmente obter o sentido do campo magnético em torno de fio retilíneo, solenóide ou espira. Segure o condutor com a mão direita de modo que o polegar aponte no sentido da corrente. Os demais dedos dobrados fornecem o sentido do vetor campo magnético, no ponto considerado. Fluxo Magnético Se um elemento de área dA se encontra num campo magnético,B , ele é atravessado por um fluxo magnético dado por, .B d A No caso especial de um plano de área A num campo B uniforme que faz um ângulo θ com d A , o fluxo magnético é dado por: cosBA Φ→ Fluxo Magnético (Wb-Weber) B→Intensidade do Campo Magnético (T) A→Área (m²) Assim, o fluxo é máximo, se o vetor B for perpendicular ao plano e paralelo ao vetor d A e é nulo quando B for paralelo ao plano, ou seja, B e d A forem perpendiculares. Fluxo Magnético Nulo Fluxo Magnético Máximo 3 Lei de Faraday A lei de Faraday diz-nos que um fluxo magnético variável no tempo induz uma força eletromotriz. Essa fem é dada por: d N dt ε→fem induzida (V) N→Número de Espiras Φ→ Fluxo Magnético (Wb-Weber) Lei de Gauss para o Magnetismo A lei de Gauss para o magnetismo expressa a inseparabilidade dos polos magnéticos, ou seja, a inexistência de polos magnéticos isolados (monopolos magnéticos). Em termos do fluxo magnético, a lei de Gauss afirma: o fluxo do campo magnético através de qualquer superfície fechada é sempre nulo. Matematicamente: . 0B d A Lei de Lenz A Lei de Lenz estabelece que o sentido da corrente elétrica induzida é tal que o campo magnético criado por ela opõe-se à variação do campo magnético que a produziu. Indutores Um indutor é um dispositivo elétrico que armazena energia na forma de campo magnético. Este dispositivo está para o magnetismo, assim como o capacitor está para a eletricidade. Há uma completa analogia entre os dois dispositivos. Podemos definir a indutância, L, para um solenóide: N L i onde N é o número de espiras no solenóide. Portanto, NΦ é o fluxo magnético total através do indutor (denominação também usada para um solenóide), e i é a corrente que o atravessa. A unidade de indutância no sistema SI é o Henry (H). Energia Armazenada no Indutor A energia W (medida em joules, no SI) armazenada num indutor é igual à quantidade de trabalho necessária para estabalecer o fluxo de corrente através do indutor e, consequentemente, o campo magnético. Ela é dada por: 2 2 Li W Associação de Indutores em Paralelo Cada indutor de uma configuração em paralelo possui a mesma diferença de potencial (tensão) que os demais. Para encontrar a indutância equivalente total (Leq): 1 2 1 1 1 1 ... eq nL L L L Associação de Indutores em Série A corrente através de indutores em série permanece a mesma, mas a tensão de cada indutor pode ser diferente. A soma das diferenças de potencial é igual à tensão total. Para encontrar a indutância total: 1 2 ...eq nL L L L
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