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Petição Inicial- Requisitos (arts 319 a 334 do cpc)

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Petição Inicial 
 
O autor vai pedir “algo” ao Estado contra alguém. Na petição inicial é 
preciso dizer o que se propõe contra réu. A nominação do que quer propor, 
quando não tem nome próprio, é preciso adjetiva-la, utiliza-se para isso o tipo 
de procedimento, que em geral podem ser: Procedimento comum ou ordinário. 
As ações ainda produzem eficácias: Declaratórias, constitutivas, condenatórias, 
mandamentais ou executórias. 
Os requisitos para petição Inicial estão elencados no art. 319 do CPC. Primeiro 
temos: 
O juízo a que é dirigida, diz respeito à identificação da competência do 
órgão jurisdicional. 
Qualificação das partes é preciso fornecer dados, seus nomes, 
prenomes, estado civil (esclarecendo, se for o caso, a existência de união 
estável), a profissão, o número no cadastro de pessoas físicas ou no cadastro 
nacional de pessoas jurídicas, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência 
do autor e do réu. É importante a qualificação, como o endereço que pode 
definir a competência. Caso se desconheça um ou mais dos dados exigidos 
pelo dispositivo, cabe ao autor, também na inicial, requerer ao magistrado a 
realização de diligências para obtê-los. 
Fatos e fundamentos jurídicos, se refere a causa de pedir, que pode ser 
classificado em: Causa de pedir próxima(fundamentos jurídicos) e Causa de 
pedir remota (os fatos propriamente ditos). Esses fatos podem ou poderiam ter 
ocorrido em um único momento, ou, de forma sucessiva. 
O pedido com suas especificações, o pedido precisa está expresso, se 
houver ausência: O Estado não poderá agir. Porém, a lei permite que alguns 
pedidos fiquem implícitos; exemplo de pedido implícito: Pedido condenatório ao 
pagamento de juros e correção monetária (juros legais e não convencionados). 
O pedido é algo juridicamente relevante, inclusive até mesmo uma ‘certeza’ 
jurídica. No pedido deve-se ter tudo determinado, define-se substancia, 
quantidade e qualidade. 
As exceções, isto é, os casos em que é viável a formulação de pedido 
genérico, ocorrerá em três casos de: 
1. Ações universais: Quando o objeto é um bem coletivo, ex: Herança. 
2. Ações indenizatórias(Exceto dano moral): Quando não for possível 
determinar a extensão do dano, se permite nesse caso que fique “em 
aberto”, pois é algo que será apurado ao longo do processo. 
3. Quando a determinação do objeto (como ocorre, por exemplo, nas 
obrigações de dar coisa, em que a escolha cabe ao devedor) ou o do 
valor da obrigação depender de ato a ser praticado pelo réu. 
Cumulação de pedidos (art. 327), essa cumulação se dá de forma 
concomitante ou superveniente, o art 327 traz requisitos para cumulação 
de pedidos, apresenta-se três requisitos: 
1. Compatibilidade, um pedido não exclui o outro, ambos podem ser 
acolhidos e deferidos, essa compatibilidade se dá de dois modos, (1) 
pedidos independentes entre si (Cumulação simples). 
(2) A cumulação também pode ser sucessiva, nesse caso, se tem um 
vinculo de subordinação, um pedido será subordinado a outro, ambos 
podem ser acolhidos. 
2. Competência, o juízo deve ser competente para apreciar todos os 
pedidos. 
3. O procedimento deve ser o adequado para todos os pedidos, sendo 
que, havendo disparidade, o autor deve optar pelo procedimento comum, sem 
prejuízo da adoção das técnicas diferenciadas existentes para a tutela 
jurisdicional mais adequada para algum dos pedidos. 
Valor da causa, se não houver valor da causa, ou valor impreciso, a 
petição inicial será irregular. Corresponde à expressão econômica do direito 
reclamado pelo autor. Seja quando se trata de direito que não tem expressão 
patrimonial ou quando não for possível ao autor, desde logo, precisar as 
consequências do dano e, consequentemente, sua expressão econômica, será 
necessário estimar o valor da causa. 
As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados, exige do autor a indicação, na petição inicial, dos meios de prova 
mediante os quais pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados, a 
produção da prova documental deve ser feita com a petição inicial. 
No art. 320, se refere a não apenas os indispensáveis, mas todos e 
quaisquer documentos que o autor conheça sobre fatos por ele alegados, 
podendo antecipar provas. 
A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou 
de mediação, é a oportunidade que o autor tem de manifestar desinteresse na 
audiência inicial de tentativa de conciliação, que se realiza no procedimento 
comum, antes da contestação do réu. Essa audiência deve, obrigatoriamente, 
ser designada, salvo se o processo for daqueles que não admite 
autocomposição, ou se ambas as partes manifestarem desinteresse na sua 
realização. A inicial é a oportunidade que o autor tem para manifestá-lo. Ele 
deve fazê-lo por petição, apresentada com 10 dias de antecedência, contados 
da data marcada para a audiência, ela só não será marcada se o desinteresse 
for expressamente manifestado por ambas as partes (art. 334, § 2º). 
A Petição Inicial deverá ser datada e assinada por alguém que detenha 
capacidade postulatória, deverá ser acompanhada, em regra, da procuração 
outorgada pela parte ao advogado. 
. Estando em ordem a petição nicial, o réu será citado, como regra, para 
comparecer à audiência de conciliação e mediação com pelo menos vinte dias 
de antecedência (art. 334, caput). 
Caso a petição inicial não supra as exigências, observa-se o art. 321, 
onde estimula um prazo o prazo de 15 dias para ela ser corrigida ou 
completada. O art. 330 especifica quatro (4) motivos que que a petição inicial 
poderá ser indeferida: 
 Inépcia da inicial será aquela em que faltar pedido ou causa de 
pedir; quando pedido for indeterminado, a não ser que se esteja 
diante de alguma exceção legal; quando a narração dos fatos não 
conduzir logicamente ao pedido; quando contiver pedidos 
(cumulados) incompatíveis entre si. 
 2 e 3 . Referem-se os incisos II e III do art. 330 sobre condições 
da ação, onde a parte é ilegítima para ação, ou carece de 
interesse processual. 
 por fim, impõe o indeferimento da petição inicial quando o autor 
não atender as exigências que o art. 106 estabelece ao advogado 
ou as do art. 321 (a adequada superação do juízo neutro de 
admissibilidade). 
Haverá improcedência liminar do pedido, de acordo com o rol do art. 
332: O pedido contrarie enunciado de súmula do STF ou do STJ; ou acórdão 
proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos; ou 
entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou 
de assunção de competência; ou contrarie enunciado de súmula de tribunal de 
justiça sobre direito local. Havendo dúvidas sobre os fatos aplicáveis, o artigo 
referente não deve incidir, e também não incidirá na fase instrutória. 
 A regra é que a audiência de conciliação ou de mediação seja realizada 
como ato seguinte ao recebimento da inicial e à citação do réu, exceto nos 
casos que não admitir autocomposição. O autor poderá, contudo, desde a 
petição inicial (art. 319, VII) manifestar seu desejo no sentido de ela não se 
realizar (art. 334, § 5º). Além disso, mesmo que o autor não se oponha àquela 
audiência na inicial, poderá o réu, citado, peticionar ao juízo comunicando seu 
desinteresse na audiência. Deverá atentar ao prazo que lhe concede o mesmo 
§ 5º para tanto, de dez dias (úteis) contados da data da audiência. Portanto, 
basta apenas que uma das partes expresse que não deseja a realização da 
audiência de conciliação; o silêncio de ambos será interpretado como 
concordância. 
A audiência de conciliação ou de mediação deverá ser designada com 
antecedência mínima de trinta dias. A citaçãodo réu, por sua vez, deverá ser 
feita, pelo menos, vinte dias antes da audiência. Se as partes chegarem à 
autocomposição, ela será reduzida a termo e homologada por sentença.

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