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argamassas e revestimentos convertido

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A metodologia sugerida pela UEAtc, e o valor mínimo da flecha (5 mm) para a carga de 3 N (= 300 g ou 0,3 kgf) permitem avaliar o módulo de elasticidade máximo de uma argamassa colante elástica, desde que a lâmina de argamassa prescrita atenda às três hipóteses, a saber:
Lei de Hooke (tensões proporcionais às deformações): t„ -—a • 8
Hipótese de Navier: as seções se mantêm planas após a deformação;
Hipóstese de Bernouilli: as duas condições anteriores, a para o caso de barras retas ou com raio de curvatura grande em relação à largura 'b' da barra e da altura 'd' da barra levam a admitir a distribuição linear das tensões.
(Linha neutra)
Para os valores da figura abaixo
	
	I
	P = 0.3 kgf
	
	Io
	
	O I
	d = 3mm
	« —
	L = 30 cm
	
	
	
	•
	b = 45mm
A4	P L
Momento fletor máximo (em L/2):	M —
Momento de inércia em relação à reta que passa pelo centro de gravicade da seção:
= bd}
12
...	J
Módulo de resistência:	W - —
	
	
	y
	sendo J7 — ~
	vem
	bd:
	
	
	W
	tensão máxima
	a = M_
	ou G = 3 PL
	
	W
	2bd2
�
Com os dados da metodologia UEAtc:
	L = 30 cm
	b = 4,5 cmd = 0,3 cm
	P = 300 g ou 0,3 kgf
	
	i s
	P L
	= 2,25 kgf x cm
	o momento fletor máximo (em L/2) é M
	= —
	
o momento de inércia é J = bd3	= 0,010125 cm4
12
E a tensão máxima será G (resistência à ruptura da lâmina de argamassa colante endurecida à tração na flexão)
PL
<3 = T 7 3 I	= 33,33 kgf/cm2 = 3,5 MPa
Iba
O Módulo de Elasticidade da argamassa colante considerada flexível resulta da equação da linha elástica para EJ constante ao longo da lâmina de argamassa
	y = — ( 3 L 2
	- 4x2)
	
	
	
	48EJY
	)
	
	
	
	
	L
	j
	R
	PÚ
	A flecha máxima será para * = —
	
	
	=
	
	2
	
	
	48EJ
A sugestão da UEAtc propõe que para P = 0,3 kgf a flecha deverá ser f = 0,5 cm
então,
EJ = 337,5 kgf x cm2 (produto de rigidez da lâmina de argamassa colante)
sendo	J = 0,010125 cm4
o Módulo de Elasticidade máximo para que a argamassa seja considerada flexível, atendidas todas as condições acima, deve ser
E = 33.333 kgf/cm2 = 3,5 GPa
Note-se que para as dimensões adotadas para a lâmina de argamassa colante e para o limite mínimo da flecha f = 0,5 cm com carga de ruptura P = 0,3 kgf, teremos
E = 1000 . a
B i b l i o g r a f ia
">	NBR-13.753 - dez/1996; NBR-13754 - dez/1996 e NBR-13755 - dez/1996: Normas de Procedimentos de execução de revestimentos.
Anais do II Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas - 1997: Flexibilidade de Argamassas Adesivas - Akiama, Solange Y.; Medeiros, Jonas S,; Sabbatini, Fernando H.
�
Capítulo 19
Consumo de argamassa colante em diversas aplicações
As argamassas colantes vêm sendo utilizadas em diversos serviços, para fixação de elementos construtivos e como camada de transição substituindo o chapisco convencional.
Assim, encontramos aplicações no assentamento de revestimentos em geral, tais como revestimentos cerâmicos em pisos e paredes; ladrilhos hidráulicos, pisos de borracha; pastilhas cerâmicas; pedras naturais, como ardósia esquadrejada; assentamento de blocos de concreto simples e concreto leve (celular); e como chapisco colante.
Todavia, sempre há dúvidas na avaliação do consumo.
Procurando esclarecer o assunto, fizemos verificação em laboratório com algumas marcas de argamassa colante, que acabaram por comprovar, com boa aproximação, os consumos encontrados em obras.
1 9 . 1 - D e n s i d a d e a p a r e n t e d a a r g a m a s s a	c o l a n t e e m	p ó
As argamassas colantes são fornecidas em pó, contendo todos os seus componentes. Para determinação da densidade aparente, ou peso unitário do pó, foi utilizado um frasco de 1.000 ml. De uma embalagem fechada foram retiradas porções de pó com auxílio de concha. O frasco foi enchido com duas porções de pó e, em seguida, rasado com régua metálica e pesado.
De cada embalagem foram feitas 10 determinações sem reutilizar as porções já pesadas.
As médias aritméticas levaram ao valor de 1,53 para a densidade aparente ou peso unitário do pó de argamassa colante.
1 9 . 2 - D e n s i d a d e d a m a s s a f r e s c a d e a r g a m a s s a	c o l a n t e
determinada quantidade de água foi sendo adicionado pó até obter uma pasta de boa trabalhabilidade com desempenadeira denteada.
Sobre este conceito gostaríamos de lembrar que, embora possa sugerir algo de critério pessoal e subjetivo, a trabalhabilidade é facilmente determinada pelo próprio comportamento da pasta de argamassa colante ao ser penteada com a desempenadeira denteada.
�
Como já dissemos no Capítulo 18, havendo falta de água a mistura se desagrega e cai ao solo quando o operador tenta espalhar a pasta sobre a parede com desempenadeira denteada. Havendo excesso de água, a pasta flui; desmanchando os cordões inicialmente formados pela desempenadeira.
Há uma faixa relativamente estreita da relação água/argamassa colante, para a qual os cordões de pasta formados pela desempenadeira permanecem estáveis.
Encontramos para a quantidade de água necessária o valor de 19% em relação ao peso da argamassa colante em pó.
A densidade da pasta assim obtida foi 1,8.
Assim, temos os seguintes dados para avaliar o consumo:
�
Pó
4.500 g
�
+
+
�
água
855 g
�
=
�
pasta
5.355 g
�
ou, para obter 1 dm3 de pasta com densidade 1,8, calculamos:
�
x
1.513 g de pó
�
+	0,19 x
+	287 g de água
�
=
=
�
1.800
1.800 g de pasta
�
Lembrando que 1 dm3 de pasta eqüivale a um milímetro de espessura em um metro quadrado de emboço ou contrapiso, teremos os seguintes ccnsumos de argamassa em pó por metro quadrado:
	Espessura da pasta
	Consumo de pó
	1 mm
	1,5
	kg/m2
	2
	mm
	3,0
	kg/m2
	3
	mm
	4,5
	kg/m3
	4
	mm
	6,0
	kg/m2
	5
	mm
	7,5
	kg/m2
	6
	mm
	9,0
	kg/m2
1 9 . 3 - A s s e n t a m e n t o	d e r e v e s t i m e n t o s	c e r â m i c o s
Para duas superfícies perfeitamente planas, a espessura da pasta para um contato perfeito seria de 1 mm se considerarmos o diâmetro do agregado. Todavia, emboço e contrapiso são irregulares e as peças cerâmicas variam em sua espessura, mesmo dentro de limites de aceitação prescritos em Normas.
19.3.1 - Emboço e contrapiso
As Normas Brasileiras de Procedimentos consideram aceitável para o emboço um desvio de até 3 mm para um comprimento de dois metros (Figs. 58 A e B).
O mesmo critério é prescrito para o contrapiso.
�
Este desnivelamento terá de ser preenchido pela pasta de argamassa colante.
Fig. 58
1 9 . 3 . 2 - R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s para	p i s o s
Para placas cerâmicas, as Normas (2) consideram aceitáveis variações na espessura de 5% a 10%. Quanto ao empeno, é aceitável até ± 0,5% da medida da diagonal das peças.
Isto significa que a pasta de argamassa colante mais uma vez deverá preencher irregularidades das superfícies e, neste caso, as variações somadas da espessura e do empeno das peças.
Caso a pasta for estendida em quantidade insuficiente poderão ocorrer as situações das Figs. 59A e B. Na primeira a peça fica presa apenas pelas bordas e, ao percuti-la, ouvir-se-á um som cavo dando a falsa impressão de que a peça está se soltando. Na segunda, a peça ficará presa somente na parte central e o trânsito de operários logo após o assentamentoprovocará o desprendimento da peça pelo efeito gangorra.
Peça
Peça cer;
(	D
Fig. 59
19 . 3 . 3 - R e v e s t i m e n t o s c e r â m i c o s para	p a r e d e s
As Normas (2) consideram aceitáveis para placas cerâmicas as seguintes variações:
na espessura: ± 10% para placas até 190 cm2, e ± 5% acima de 190 cm2;
empeno côncavo: 1% da diagonal para placas até 90 cm2 e 0,5% para as demais;
�
empeno convexo: 1% da diagonal para placas até 90 cm2 e 0,5% para as demais. E tais variações devem ser fatalmente preenchidas pela pasta de argamassa colante.
19.3.4 - Consumo
Consideradas as variações do emboço, do contrapiso e das placas cerâmicas, somadas, chega-se à necessidade de urna espessura média de 3 mm após as placas assentadas. Isso resulta um consumo aproximado de 4,5 kg de argamassa em pó por metro quadrado de revestimento, consideradas peças de até 400 cm2 de área da superfície.
No item 18.3.5 do Capítulo 18 calculamos espessuras das camadas de argamassa em função das áreas do tardoz das peças e das desempenadeiras adequadas para o assentamento.
Partindo daqueles valores obteremos os consumos abaixo:
a - Placas até 400 cm2
Desempenadeira 6 x 6 x 6 mm
Argamassa colante sobre emboço ou contrapiso
e = 3 mm	consumo 4,5 kg/m2
- Placas de 400 cm2 até 900 cm2 Desempenadeira 8 x 8 x 8 mm
Argamassa colante sobre emboço ou contrapiso
e = 4 mm	consumo 6,0 kg/m2
- Placas > 900cm2 Desempenadeira 8 x 8 x 8 mm
Argamassa no tardoz e no emboço ou contrapiso
e = 6 mm	consumo 9 kg/m2
d - Placas > 900 cm2
Desempenadeira semicircular D = 20 mm e p = 3 mm Argamassa só no contrapiso
e = 6 mm	consumo 9 kg/m2
1 9 . 4 - P a s t i l h a s	c e r â m i c a s
A argamassa colante é utilizada, neste caso, em substituição à massa fina.
As irregularidades do emboço e contrapiso são as mesmas do item 19.3.
O consumo de argamassa colante será de 4,5 kg/m2.
�
1 9 . 5 - A s s e n t a m e n t o	d e b l o c o s d e c o n c r e t o	l e v e
Após molhar a superfície a colar, a pasta é espalhada com desempenadeira denteada 6 x 6 x 6 mm sobre as superfícies laterais dos blocos (Fig. 60).
Fig. 60
Considerando:
blocos de 40 x 60 cm ou 4 blocos/m2 de alvenaria;
consumo de 4,5 kg/m2 de superfície a colar.
Obteremos os consumos por metro quadrado de alvenaria da Tabela 7.
	Tabela 7
	
	
	Espessura "e"
	Superfície a colar
	Consumo por m2
	do bloco
	4(0,4+0,6).e
	de alvenaria
	cm
	m2 /m2 de alvenaria
	Kg/m2
	8
	0,32
	1,45
	10
	0,40
	1,80
	15
	0,60
	2,70
	20
	0,80
	3,60
1 9 . 6 - B l o c o s d e c o n c r e t o	s i m p l e s
Sobre os blocos previamente molhados, a pasta é aplicada com funil plástico tipo confeiteiro, com abertura de cerca de 1,8 cm de diâmetro, formando cordões contínuos.
Os cordões são aplicados sobre as nervuras dos blocos da fiada já assentada e, para as juntas verticais, o bloco a ser assentado é colocado de pé, aplicando-se um cordão em cada extremidade (Fig. 61).
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Com argamassa colante de granulometria grossa obtêm-se juntas com cerca de 6 mm.
Calculando o volume de pasta sobre as nervuras e juntas verticais, utilizando os valores do diâmetro do funil e densidade da pasta, obteve-se os seguintes consumos confirmados em obra:
	Blocos
	Por m2 de alvenaria
	39 x
	19 x
	19
	7,3kg/m2
	39 x
	19 x
	14
	7,0
	kg/m2
	39 x 19 x 9
	6,4
	kg/m2
7 - P l a c a s d e b o r r a c h a c o m c a v i d a d e s n a	b a s e
Para o preenchimento total das cavidades existentes na base das placas (1,8 litro/m2), encontramos o consumo de 3,2 kg de pasta por metro quadrado de piso, o que eqüivale a 2,70 kg de pó por metro quadrado.
Como sobre o contrapiso é necessária uma camada fina de pasta de argamassa colante para servir de contato, medimos esta quantidade encontrandc 1,95 kg de pasta por metro quadrado, equivalente a 1,85 kg de pó.
	Resumindo:
	
	
	Enchimento das cavidades da base
	2,70
	kg/m2
	Camada penteada sobre o contrapiso
	1,65
	kg/m2
	Total do consumo
	4,35 kg/m2
Podemos adotar 4,5 kg de argamassa colante em pó para cada metro quadrado de piso.
Obs.: Quando da aplicação, recomenda-se apoiar a placa sobre os cordões e batê-la levemente, posicionando-a. Não bater a placa com intensidade e no seu centro, pois os cantos da placa se levantam saindo do nível e tornando impossível o acabamento.
�
1 9 . 8 -	C h a p i s c o
O chapisco convencional é executado projetando com energia uma argamassa de cimento e areia grossa 1:3.
O arremesso contra o forro ou o paramento de alvenaria ou concreto resulta em grande perda de material e desconforto para o oficial pedreiro.
A argamassa colante por sua facilidade de aplicação com desempenadeira 6 x 6 x 6 mm reduz as perdas a zero. Sua alta aderência (ruptura com 5 kgf/cm2) garante o suporte do emboço e reboco nos forros, que tem peso próprio total de cerca 54 kgf/m2 (espessura total de 3 cm e densidade de 1,8) eqüivalendo a 0,0054 kgf/cm2.
Portanto, com coeficiente de segurança 2, sobram cerca de 2,5 kgf/cm2 para equilibrar tensões que possam atuar no forro.
Os próprios cordões de argamassa colantes aplicados de forma aleatória sobre a superfície criam a ancoragem necessária para receber o emboço.
O consumo é da ordem de 4 kg de argamassa colante por metro quadrado de superfície, quando aplicado com a desempenadeira 6 x 6 x 6 mm.
Dada a presença de resíduos de desmoldantes na superfície de concreto, ou quando esta é muito lisa ou antiga, convém jatear areia para sua limpeza perfeita antes da aplicação da argamassa colante como chapisco. Aliás, esta observação é válida também para os chapiscos convencionais. Isto evita o dissabor de ver os revestimentos de forros se destacarem na fase final da obra.
1 9 . 9 - A s s e n t a m e n t o	d e	a r d ó s i a
O assentamento de ardósia apenas colocando-a sobre uma argamassa de assentamento não atende às condições esperadas de aderência e, em pouco tempo, notam-se placas soltas que são rompidas pelo trânsito de veículos.
A utilização de argamassa colante garantirá tal aderência.
O processo consiste em aplicar uma camada de pasta de argamassa colante no tardoz da pedra, pentear com desempenadeira 6 x 6 x 6 mm, e deixar endurecer em ambiente úmido e à sombra.
O assentamento é feito, então, sobre uma camada de argamassa comum de
traço 1:6 de cimento e areia média úmida ou 1:0,5:5 ou ainda 1:1:7 de cimento, cal hidratada e areia média úmida.
O consumo de argamassa colante é cerca de 4 kg/m2.
B i b l i o g r a f i a
�
Fiorito, A. J. S. I. - Revista "Construção" n° 2.082 - jan./1988 - Ed. Pini.
w	NBR-13816 - abr./1997; NBR-13817 - abr./1997 e NBR-13818 - abr./1997: Placas cerâmicas.
�
�
Capítulo 20
Ensaios de argamassas colantes e Normas Brasileiras
2 0 . 1 - E n s a i o s d e a r g a m a s s a s	c o l a n t e s
Os ensaios para caracterizar as argamassas colantes devem levar em conta os três estágios possíveis em que elas podem se apresentar:
1§ - argamassa colante em pó;
2a - argamassa colante quando ainda pasta;
3- - argamassa colante preparada e endurecida.
Em análise às Normas Americanas e Alemãs, podemos agrupar os ensaios ali prescritos nos três grupos acima.
20 . 1 . 1- A r g a m a s s a c o l a n t e e m	pó
conteúdo de água livre;
dimensão máxima;
e, acrescentamos, densidade aparente.
20 . 1 . 2 - A r g a m a s s a c o l a n t e q u a n d o a i n d a	pasta
densidade da pasta (não prescrita naquelas Normas);
início e fim de pega;
tempo em aberto; -ajustabilidade;
formação de película;
deslizamento, quando aplicada em superfícies verticais;
coesão imediata após a aplicação;
impregnação do tardoz;
mancha sob vidrado transparente;
outros.
20 . 1 . 3 - A r g a m a s s a c o l a n t e p r e p a r a d a e	e n d u r e c i d a
retração linear;
resistência à ruptura por tração simples:
resistência à ruptura por cisalhamento;
módulo de elasticidade.
�
2 0 . 2 - N o r m a s	Brasileiras
Atualmente, estão em vigor três Normas Brasileiras de Procedimentos de execução em obras:
NBR-13753 - dez./1996:	revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento.
�
NBR-13754 - dez./1996:
NBR-13755 - dez./1996:
�
revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento.
revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento.
�
Os textos destas três Normas Brasileiras são extremamente didáticos, claros e de fácil entendimento. Constituem um formidável passo para a melhoria e orientação de nossa mão-de-obra que, ainda hoje, não atingiu plenamente o conhecimento dos materiais envolvidos nos revestimentos.
Por outro lado, as Especificações e Métodos de Ensaio para argamassas colantes estão prescritos nas seguintes Normas Brasileiras:
�
NBR-14081 - abr./1998:
NBR-14082 - abr./1998:
�
argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica - Especificação.
argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica - Execução do substrato padrão e aplicação de argamassa para ensaios - Procedimentos.
�
NBR-14083 - abr./1998:	argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica - Determinação do tempo em aberto - Método de ensaio.
NBR-14084 - abr./1998:	argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica - Determinação da resistência de aderência - Método de ensaio.
N B R - 1 4 0 05 - abr./1990:	argamassa colante industrializada para assentamento
de placas de cerâmica - Determinação do deslizamento-Método de Ensaio.
NBR-14086 - abr./1998:	argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica - Ensaios de caracterizarão no estado anidro.
�
de se notar que quando citamos, relacionamos e comentamos Normas, o fazemos considerando os textos que estão em vigor em determinado instante. Isso porque as normas têm um caráter dinâmico e estão sempre sujeitas a revisões, em vista de possíveis falhas técnicas, ou devido a novas técnicas mais apuradas, quer de mão-de-obra, quer de equipamentos ou novas matérias-primas, ou simplesmente, para se adequarem cada vez mais às exigências e necessidade dos consumidores.
Assim sendo, é imprescindível consultar sempre os fabricantes de argamassas colantes e a ABNT para verificar eventuais alterações e revisões das Normas.
A seguir, faremos algumas considerações que julgamos de interesse.
No Capítulo 5, tratamos da distribuição das tensões que atuam sobre os revestimentos, ficando claro que, quando se fala em resistência de aderência, há que se medir tal aderência referida à ruptura por tração simples e não ao cisalhamento.
Quanto às dimensões do corpo-de-prova, que é parte de uma placa cerâmica, e quanto à velocidade de aplicação da carga de tração, devem ter uma definição precisa para possibilitar repetir, reproduzir e comparar os resultados dos ensaios elaborados por qualquer laboratorista (velocidade de aplicação da carga), em qualquer laboratório (dimensões da peça e velocidade de aplicação da carga) e comparação de resultados (mesma dimensão dos corpos-de-prova). E isto porque, em ensaios que efetuamos, observou-se que:
quanto maior a velocidade de aplicação da carga, maiores serão os resultados;
quanto menores as dimensões das peças ensaiadas (menor área sobre a qual é aplicado o esforço de tração), maiores serão os resultados.
Os ensaios a que nos referimos acima estão descritos no item 20.2.1.
2 0 . 2 . 1 - O b s e r v a ç õ e s s o b r e a v e l o c i d a d e d a c a r g a d e t r a ç ã o e a á r e a d a superfície t r a c i o n a d a n o s e n s a i o s q u e m e d e m a a d e r ê n c i a
20 . 2 . 1 . 1 - Definição de uma velocidade e das dimensões do corpo-de-prova
Apesar de prescrever a determinação da resistência ao cisalhamento, a Norma ASTM C-432-81/86 nos dá excelente subsídio quanto às dimensões da peça a
ser ensaiada, e a velocidade de aplicação da carga de tração.
Entre outros procedimentos dessa Norma, é prescrito que as placas cerâmicas utilizadas nos ensaios devem ser cortadas antes do assentamento. A operação de corte após o assentamento, com serra de disco ou de copo, introduzirá vibrações, torção e tensões de cisalhamento imprevisíveis, que fatalmente provocarão a ruptura parcial na superfície de ligação. Os resultados nos darão o
�
diferencial entre a aderência que deveria ter sido medida e a aderência após a ruptura parcial devida à operação de corte. A Norma ASTM C-482-81/ 86 prescreve:
dimensões das peças: aproximadamente 10 x 10 cm (100 cm2)
velocidade de aplicação da carga de tração:
200 ± 20 psi/min ou
1,4 ± 0,1 MPa/min ou
0,23 ± 0,02 kgf/cm2/s
Para o corpo-de-prova 10 x 10= 100 cm 2 , a velocidade será:
23 ± 2,3 kgf/s
2 0 . 2 . 1 . 2 - Ensaios realizados - comentários
1 °) Preparamos cinco amostras de argamassa colante com composições diferentes e cujos resultados dos ensaios de tração deveriam apresentar valores lógicos em função de tais composições.
Para cada amostra foram ensaiados três corpos-de-prova.
A dimensão da área de tração foi adotada em 10 x 10 cm ou 100 cm2.
A carga de tração foi aplicada com macaco hidráulico sem controle adequado da velocidade e dependendo da sensibilidade do operador.
Os resultados obtidos não foram lógicos, conforme mostra o quadro abaixo.
	N° d a a m o s t r a
	R e s u l t a d o s e m k g f / c m 2
	5 e 2
	6,5
	4
	4 , 8
	1
	5,2
	3
	5,9
As amostras foram numeradas fora da ordem esperada dos resultados, sendo que a amostra de número três deveria ter dado um resultado bem inferior às demais.
Durante o ensaio, cronometramos o tempo de duração até a ruptura, notando que para os 15 ensaios o menor tempo foi de oito segundos e o maior foi de dez segundos.
�
Avaliamos a velocidade de carregamento utilizando a média de todos os resultados (5,78 kgf/cm2) multiplicada pela área (100 cm2) e dividindo pela duração média do ensaio (9 segundos), resultando aproximadamente 60 kgf/s, ou 0,60 kgf/cm2/s.
Este resultado é cerca de três vezes maior que o prescrito na ASTM C-482-81 86, parecendo ter sido este o motivo de termos obtido resultados muito próximos e de interpretação um tanto insegura, caso não conhecêssemos de antemão as amostras ensaiadas.
2o) Preparamos mais uma rodada agora de quatro composições que deveriam levar a valores bem distintos da resistênciaà ruptura por tração.
Os ensaios foram sobre peças cortadas nas dimensões 50 x 50 mm (25 cm2), conforme prescrito na Norma DIN-1 8156 - parte 2, a qual também é omissa quanto à velocidade da carga de tração, dizendo apenas que "deve ser aumentada, tanto quanto possível, uniformemente" (!?).
Utilizado o mesmo equipamento de tração e mantida a velocidade média encontrada de 60 kgf/s do ensaio anterior, verificamos que a velocidade de tração sobre os 25 cm2 de superfície tracionada foi de 2,4 kgf/cm2/s, ou seja, dez vezes maior do que aquela prescrita na ASTM C-482.
Os resultados obtidos foram altos e exageradamente próximos, impedindo qualquer interpretação, conforme pode ser verificado no quadro de resultados a seguir.
	A m o s t r a n°
	R e s i s t ê n c i a k g f / c m 2
	M é d i a
	1
	10,9/1
	1
	, 8
	/ 9
	, 9
	10,9
	2
	11,8
	/ 1 1
	, 5
	/9,2
	10,8
	3
	12,7
	/ 8
	,6/11
	, 7
	11,0
	4
	10,9/10,4/9,5
	10,3
3o) As mesmas quatro amostras de argamassa colante, anteriores foram novamente ensaiadas em corpos-de-prova de dimensões 10 x 10 cm (100 cm2) utilizando para o carregamento uma máquina de tração de aços, para garantir uma velocidade de 20 kgf/s ou, para os 100 cm2, a velocidade de 0,20 kgf/cm2/s.
Os resultados obtidos foram coerentes, conforme mostra o quadro a seguir.
	A m o s t r a n c
	R e s i s t ê n c i a k g f / c m 2
	M é d i a
	1
	6,35/8,75/7,45
	7,52
	2
	7,10/6,85/ -
	6,98
	3
	6,10/6,10/6,10
	6,10
	4
	3,70/4,60/4,35
	4,22
�
20.2.1.3 - Conclusões
1°) Para a argamassa preparada e endurecida, a aderência é significativa quando é medida por ensaio de tração simples.
2-) A área adequada para determinar a aderência por tração simples é de 10 x 10 cm ou 100 cm2. Lembramos que há ensaios que foram feitos desde os anos de 1970 sobre corpos-de-prova com tais dimensões. Os resultados se apresentaram com valores no entorno de 5 kgf/cm2 (0,5 MPa), valor este que poderia ser adotado como especificação, uma vez que o grande laboratório foi constituído por inúmeras obras que utilizaram milhares de toneladas de argamassa colante, desde os anos de 1970, com resultados satisfatórios.
3-) As amostras de placas cerâmicas devem ser cortadas nas dimensões 10 x 10 cm antes de serem assentadas sobre a base.
4Ô) A velocidade de tensionamento não pode ser arbitrária. Velocidade extremamente baixa pode romper o corpo-de-prova com cargas abaixo da aderência real, devido à influência da deformação lenta. Velocidades altas tendem a igualar todos os resultados e acima do valor real da aderência.
Como exemplo, se a aderência medida em corpos-de-prova 10 x 10 (100 cm2) for de 5 kgf/cm2 , a carga aplicada será de 500 kgf. Se aplicarmos 500 kgf instantaneamente (alta velocidade) em corpo-de-prova 5 x 5 cm (25 cm2), a ruptura se dará com os 500 kgf e poderíamos ser levados a afirmar que a aderência é de 500 kgf/25 cm2 ou 20 kgf/cm2.
variação da tensão de tração sobre o corpo-de-prova, em função da velocidade de aplicação da carga em kgf/cm2/s, varia conforme o gráfico da Fig. 62. A velocidade ideal no ensaio deve estar fora das faixas assintóticas.
Fig. 62
Em função dos resultados obtidos no ensaio descrito, parece-nos adequada a velocidade prescrita na Norma ASTM C-482-81/86, ou seja, 20 kgf/seg em corpos-de-prova 1 0 x 1 0 cm, ou de 0,20 kgf/cm2/s. É indispensável utilizar um aparelho de tração que garanta tal velocidade, independentemente de critério ou sensibilidade de operadores.
N o t a :	Leia o Apêndice II - à página 181 - "Interpretação de teste expedito de aderência em obras, e sua não validade.
�
APÊNDICE I
EXEMPLO DE CÁLCULO DA LARGURA DAS JUNTAS E MÓDULO DE ELASTICIDADE DO MATERIAL DE REJUNTAMENTO
No Capítulo 11 - seção 11.3.4 (página 102); no Capítulo 15 (páginas 126 e 127); e no Capítulo 18 - seção 18.5 (página 155), apresentamos cálculo simplificado partindo da hipótese de que a placa cerâmica teria sido assentada com uma argamassa colante "extremamente plástica" permitindo que toda a expansão por umidade (EPU) da placa cerâmica tivesse livre curso. Os cálculos que levaram à Tabela 4 (página 103) e Tabela 5 (página 127) referem-se a tal hpótese e dão uma idéia aproximada da importância da expansão por umidade (EFU) das placas cerâmicas e sua influência na largura necessária mínima das juntas de assentamento e do módulo de elasticidade (E) do material de rejuntamento.
Todavia, as placas cerâmicas assentadas não têm a liberdade de se deformar totalmente devido à sua EPU ou devido a uma variação de temperatura. Há ligação íntima das mesmas com a argamassa colante; emboço ou contrapiso; e a camada suporte (alvenaria ou laje de concreto). Nessas condições as camadas sob as placas cerâmicas, devido à aderência obrigatória entre todas elas, funcionam como uma espécie de freio impedindo as placas cerâmicas de se expandirem livremente.
A seguir, apresentamos um exemplo de cálculo da largura necessária da junta de assentamento e qual deverá ser o módulo de elasticidade (E) do material de rejuntamento, em função da EPU da placa cerâmica e de um gradiente térmico ao longo da espessura de uma parede revestida.
1 - Consideremos uma alvenaria de tijolos maciços chapiscada, emboçada e com revestimento em placas cerâmicas coladas com argamassa colante.
2 - Características dos materiais das diferentes camadas:
placa cerâmica
Módulo de elasticidade EL = 350.000 kgf/cm2 = 35 GPa
SL = seção transversal por centímetro de largura = 0,7 cm x 1 cm = 0,7 cm2 onde 0,7 cm é a espessura da placa cerâmica.
Ô = expansão por umidade (EPU) = 0,0004 mm/mm
a , - 0,000005/°C - coeficiente de dilatação térmica linear
argamassa (chapisco + emboco + argamassa colante)
Módulo de elasticidade EA = 100.000 kgf/cm2 = 10 GPa
SA = seção transversal por centímetro de largura = 3 cm x 1 cm = 3 cm2 onde 3 cm é a espessura das três camadas de argamassa
«A = 0,000010/^C = coeficiente de dilatação térmica linear
�
suporte (alvenaria de tijolos maciços)
Módulo de elasticidade Ec = 100.000 kgf/cm2 = 10 GPa
Sc = seção transversal por centímetro de largura = 15 cm x 1 cm = 15 cm2 onde 15 cm é a espessura da alvenaria de tijolos maciços
ccc = 0,000005/°C = coeficiente de dilatação térmica linear
3 - Gradiente térmico
Continuando o exemplo, vamos supor que o revestimento de uma fachada, constituída pelas camadas acima caracterizadas, tenha sido executada quando os materiais de todas elas estavam a uma temperatura de +20 °C, e cue, quando em serviço e em um determinado instante, a temperatura do revestimento em placas cerâmicas atingiu +40 °C, e que a temperatura da alvenaria suporte (e do ambiente interno) ficou em +20 °C. Vamos, ainda, supor que devido a um gradiente térmico a temperatura da camada de argamassa passou para +30 °C.
Para efeito de cálculo, teremos:
variação da temperatura das placas cerâmicas:
AtL = +40 - 20 = +20 °C
variação da temperatura do chapisco + emboço + argamassa colante:
AtA = +30 - 20 = +10 °C
variação da temperatura do suporte (alvenaria):
Atc =+20-20=0 °C
4 - Compressão nas juntas devida exclusivamente à EPÜ.
No Capítulo 11, seção 11.2, onde tratamos da expansão por umidade das placas cerâmicas, calculamos as forças internas que atuam nas três camadas de um revestimento, encontrando:
	NL = -k . E L . S L . Ô
	atuando nas placas cerâmicas
	Na = EA . SA . d . (1 - k)
	atuando na camadade argamassa
	NC = Ec . Sc . d . (1 - k)
	atuando no suporte
	onde
	
	
	
	. _
	&A$A+
	Eç SC
	s e m P r e positivo e menor do que 1
	E
	S + E
	S+ES
	
Substituindo os valores conforme item 2, obtemos as seguintes forças internas:
N L = - 8 6 . 2 6 kgf por centímetro de largura (compressão na placa cerâmica)
�
NA = +14,38 kgf por centímetro de largura (tração nas argamassas)
Nc = +71,88 kgf por centímetro de largura (tração no suporte)
Note que as forças internas devem estar em equilíbrio ( I N = 0)
A tensão de compressão na placa cerâmica devida exclusivamente à EPU (expansão por umidade) será:
N L = - 8 6 ! 2 6 = _ l	c w 2
L	SL	0,7x1
Esta é a compressão que atua também no filete de rejuntamento entre as placas cerâmicas, devido exclusivamente â EPU da placa cerâmica.
interessante notar que, antes de prosseguir com os cálculos da largura necessária para as juntas de assentamento e o módulo de elasticidade "E" necessário máximo do material de rejuntamento, deve-se verifica' a tensão de cisalhamento na base da placa cerâmica (ligação com a argamassa colante).
Para tanto, teremos de definir as dimensões da placa cerâmica.
Adotando uma placa de 10 cm x 10 cm, como exemplo de cálculo, teremos para a tensão de cisalhamento:
	N,
	86,26
	= 8,26 kof
	2
	T=—— =
	10
	
	/ cm
	1 0 x1
	
	
	
onde
N, é a força que atua na seção transversal da placa cerâmica em 1 cm de largura, e 10 cm é o comprimento da placa cerâmica na mesma direção de N( .
Os valores encontrados para "x" devem ser sempre inferiores aos valcres de ruptura obtidos no ensaio de laboratório. Caso contrário, é de se esperar que a ligação entre a base da placa cerâmica e a argamassa de assentamento romper-se-á e o revestimento sofrerá flambagem e desagregará.
5 - Compressão nas juntas devida exclusivamente a um gradiente térmico.
No Capítulo 10, tratamos da ação da temperatura sobre os revestimentos.
O cálculo das forças internas é análogo ao exposto no Capítulo 11 para a EPU.
Neste caso, as forças internas são dadas por:
a) atuando na seção transversal da placa cerâmica:
�
N	=
�
(<*A
�
&	A~ °-L
�
&L
�
)EA$A	+ K
�
~ U<L &L
�
)
�
ECSC
�
m
�
com
�
tn =
�
ES L
�
L
�
+ E S
�
+E S• — -
�
sempre positivo e maior do que 1
�
L
atuando na seção transversal da camada de argamassas:
NÁ = (aL AtL - aA AtA ) EASA
c) atuando na seção transversal do suporte
Nc = (a, AtL - ac Atc ) ECSC + ^	• NL
Substituindo os valores conforme item 2 e item 3, obtemos as seguintes forças internas devido ao gradiente térmico:
L = - 1 7 , 9 7 kgf por centímetro de largura (compressão na placa cerâmica)
A = - 2 2 . 0 0 kgf por centímetro de largura (compressão nas argamassas) Nc = +39,97 kgf por centímetro de largura (tração no suporte)
Note que as forças internas devem estar em equilíbrio ( I N = 0)
A tensão de compressão na placa cerâmica devida exclusivamente ao gradiente térmico definido no item 3, será:
NL	-17,97	2
SL	0,7x1
Esta é a compressão que atua também no filete de rejuntamento entre as placas cerâmicas devida exclusivamente ao gradiente térmico definido no item 3.
Como fizemos no item 4, antes de prosseguir com os cálculos da largura necessária para as juntas de assentamento e o módulo de elasticidade "E" necessário máximo do material de rejuntamento, deve-se verificar a tensão de cisalhamento na base da placa cerâmica (ligação com a argamassa colante).
�
Para tanto, utilizamos as mesmas dimensões (10 cm x 10cm) da placa cerâmica
	NL
	17,97
	/ cm
	2
	x = — — =
	= 1,8 kgf
	
	
	1 0 x1
	10
	
	
onde
NL é a força que atua na seção transversal da placa cerâmica em 1 cm de largura, e 10 cm é o comprimento da placa cerâmica na mesma direção de NL.
Como já dissemos, os valores encontrados para "x" devem ser sempre inferiores aos valores de ruptura obtidos no ensaio de laboratório. Caso contrário é de se esperar que a ligação entre a base da placa cerâmica e a argamassa de assentamento romper-se-á e o revestimento sofrerá flambagem e se desagregará.
6 - Ação conjunta da EPU (0,0004) e do gradiente térmico considerado.
Conforme calculado e para a estrutura caracterizada nos itens 2 e 3:
N l e p u = -86,26 kgf e NL GRT = -17,97 kgf
Na seção transversal da placa cerâmica e, consequentemente, no rejuntamento, e para 1 cm de largura, atuará a força
N = -86,26 - 17,97 = -104,23 kgf
a tensão de compressão na junta será:
	N
	=
	-104,23
	u o n M
	, ,
	2
	CT =
	
	—
	= - 1 4 8 , 9 0 kgf
	/ cm
	0 , 7 1 x 1
	
	0 , 7
	
	
	
O aumento da dimensão da placa cerâmica devida à EPU é dada por
AdEPÜ= AL, + AL2
conforme Fig. 35 e seção 11.2 do Capítulo 11, onde
AL, = Sd	e	AL2 =	ÜLMÍLA
ELSL
�
"d" é a dimensão da placa na mesma direção de NL.
�
Analogamente, para o gradiente térmico considerado, o aumento da dimensão da placa cerâmica é dado por
AF	A	1,	^L	GRT'D
Para os valores adotados neste exemplo de cálculo:
6 = 0,0004 para a EPU da placa cerâmica
d = 10 cm para a dimensão da placa cerâmica na mesma direção de NL
NLEPÜ =-86,26 kgf
E l = 350.000 kgf/cm2 = 35 GPa
SL = 0,7 cm x 1 cm = 0,7 cm2 (0,7 espessura da placa = altura da junta)
encontraremos
Ad EPU = 0,000479 cm
Para
cxL = 0,000005/°C
AtL = 20°C
NLGRT =-17,97 kgf
d = 10 cm
encontraremos
Ad GnT = 0,000267 cm
O aumento total nas dimensões da placa cerâmica é igual ao encurtamsnto sofrido pela largura da junta entre as placas cerâmicas
Aj = 0,000479 + 0,000267 = 0,000749 cm
Neste ponto, duas são as alternativas:
fixamos a largura "j" da junta e achamos o módulo de elasticidade "E" máximo para o material de rejuntamento;
�
ou
fixamos um módulo de elasticidade "E" máximo para o material de rejuntamento e determinamos a largura mínima da junta.
1 - Primeira alternativa.
Fixamos para a junta a largura j = 7 mm = 0,7 cm
Sabemos que a deformação V	é dada por
= 4 / = 0,000746
0,7
e que o módulo de elasticidade "E" é dado por
�
E =—8
�
= —	—	= 139.681 kgf	/ cm2
0,001066
�
= 14
�
GPa
�
ou seja, para a largura de 7 mm atribuída à junta, o módulo de elasticidade poderá chegar a até 14 GPa.
2 - Segunda alternativa.
Fixamos um módulo de elasticidade máximo "E" para o material de rejuntamento e a partir das mesmas expressões anteriores chegamos à largura mínima da junta de assentamento
Emàx = 10 GPa = 100.000 kgf/cm2
	8 = O L = J4819_=
	8 9
	E
	100.000
	
	
	Aj
	0,000746
	/ min =
	=
	= 0,5 cm = 5 mm
	J m m
	8
	0,001489
�
�
APÊNDICE II
INTERPRETAÇÃO	DE TESTE	EXPEDITO DE ADERÊNCIA	EM OBRAS	COM
QUINA DE COLHER DE PEDREIRO OU COM CHAVE DE FENDA, E SUA NÃO VALIDADE.
Recentemente, fui consultado por colega, o qual me perguntava como era possível descolar facilmente uma placa cerâmica de seu substrato com uma simples chave de fenda. Dizia ele:"... em outro caso interessante, se quiser retirar uma placacerâmica de 10x10 cm fazendo um esforço normal à sua superfície, precisamos de uma força de 300, 500 ou 1.000 kgf. Mas, com uma simples chave de fenda (ou quina de colher de pedreiro) ela se solta e, em alguns casos, ela até pula".
Traduzindo os dados fornecidos acima estaríamos aplicando nas placas cerâmicas uma tensão de tração de 3 kgf/cm2 (0,3 MPa); 5 kgf/cm2 (0,5 MPa) ou 10 kgf/cm2 (1,0 MPa), respectivamente.
Para analisar o "efeito da chave de fenda" vamos recordar alguns princípios de Resistência dos Materiais.
Consideremos uma barra de secção S e comprimento d sujeita a uma força de tração N.
_Ad
Ela sofrerá um alongamento Ad e uma deformação dada por: £ -	—r a
_	N
e, a tensão a que ela está submetida é dada por <J -	~
Relacionando G com e temos, até certo valor de G e para materiais usuais, que a
deformação £ é proporcional à tensão G. É a Lei de Hooke, exposta pela primeira vez no ano de 1.678.
Ao coeficiente de proporcionalidade E entre G e £ é o que se denomina de Módulo de Elasticidade.
�
placa cerâmica
N
placa cerâmica
CG
�
	E = t g a
	= a-
	
	Sendo a
	_N
	_ Ad
	
	- ~
	e 8 - ——
	
	ò
	a
	
	. j
	Nd
	Temos Aa =
	expressão que usaremos mais adiante.
Consideremos a placa cerâmica quadrada de lado a= 10 cm citado no início. A introdução da ponta da chave de tenda origina uma força vertical N na extremidade da placa cerâmica.
Do estudo das tensões, sabe-se que "quaisquer que sejam os esforços solicitantes que atuem em uma secção, podem ser reduzidas a um momento fletor e a uma força aplicada no centro de gravidade da secção".
Então, a força N na extremidade da placa é equivalente à mesma força N aplicada no centro de gravidade mais o momento fletor M cujo valor é:
�
N
\
V / / / / / / / / / /v/ /A/ / / / / / / / / / / / ,
	. A
	A A
	© |
	©
�
= N.—
2
Trata-se de uma flexão composta, cuja tensão em uma secção é dada por:
N	M
*	=	y	±	y	-y	0 ) o n d e
N
-é a tensão devida à força normal N e
4-M.
�
——y -y — —	é a tensão devida ao momento M
J = momento de inércia da secção S da placa
W = módulo de resistência, e
y = metade da altura, para secção retangular
	Sendo
	
	r
	bh3
	
	h
	b/r
	w J -
	
	
	
	
	
	
	
	:
	
	;
	y =
	-
	Resulta W =
	y
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	;
	
	
	
	
	�
No nosso caso a placa cerâmica tem secção quadrada b = h = a e S = a. a = a2, igual à secção da argamassa colante que lhe é subjacente, onde atuam N e M.
Substituindo esses valores na expressão (1), temos:
, 3 N
a'	cr
�
então, a tensão máxima de tração é
�
N 3N a i - ~T + T a cr
�
_	4N
a i	~~	2
a
�
e, a tensão máxima de compressão é
�
-
�
N
�
3N
r
�
~
�
2N
~
�
cr
�cr
�a~
�
P o s i ç ã o d a L i n h a N e u t r a	L N
No último gráfico de página anterior temos a soma das tensões devidas a N no centro de gravidade
�
N
- —
S
�
mais as devidas ao momento fletor M,
�
_
C7V/ -
�
M
± —
W
�
A posição da Linha Neutra LN, é obtida por semelhança de triângulos:
	_
	=
	f
	f
	_ 2
	
	
	_ f
	resultando J
	~ ~ x l
	°2
	a
	J
	
	3
�
A r g a m a s s a c o l a n t e e a c h a v e d e t e n d a , o u c o l h e r d e	pedreiro .
A norma 14.081/2005 especifica para uma argamassa colante Tipo I uma resistência de aderência (ruptura à tração) um mínimo de 0,5 MPa, eu
5 kgf/cm2, aos 28 dias de idade.
Portanto, conforme as notações anteriores, temos que a, = 5 kgf/cm2
	
	4N
	=
	4NJkgf
	Considerando que G, = ——teremos 5 kgf/cm2
	
	7
	1
	a2
	
	10x10cm2
resultando	N = 125 kgf
força essa aplicada pela chave de fenda ou quina da colher de pedreiro na borda da placa cerâmica de 10 x 10 cm faz com que a tensão de aderência de 5 kgf/cm2 (0,5 MPa) seja atingida, causando a ruptura da ligação da placa cerâmica com a argamassa colante, ou a ruptura por tração da própria argamassa colante. E isso, aos 28 dias de idade da argamassa colante.
Mas, como atingir tal força de 125 kgf de tração?
No início desta exposição vimos que um deslocamento Ad causado per uma força N aplicada a um material de Módulo da Elasticidade E, e de secção transversal S, é dado por
A d =	. onde	~~	= tensão de tração no centro da gravidade da área
ES	S
tracionada = Of , ou seja, a tensão em f/2.
,2
a, = 5 kgf/cm'
�
Conforme gráfico anterior, o valor de G. é de 2,5 kgf/cm2 e, sendo f = (2/3).a = (2/3). 10 = 6,67 cm resulta para a força de tração aplicada no centrc de gravidade da secção tracionada o valor de
N' = G. . S = 2,5 kgf/cm2 x (fx10) cm2 = 166,67 kgf.
O valor de Ad vem com
N = 166,67 kgf (esforço de tração no centro de gravidade da área tracionada);
d = espessura da camada de argamassa colante que supomos ser de 0,2 cm;
E = Módulo de Elasticidade da argamassa colante Tipo I, que supomos ser de 120.000 kgf/cm2;
S = secção de aplicação do esforço de tração = (a. f) = 10 cm . 6,67 cm ou seja, S = 66,7 cm2.
	Então, A d =
	]66>67
	k 8 Í
	x
	0 > 2 c m
	= o 0 0 0 0 0 4 c / ? ? = 0 , 0 0 0 0 4 / m *
	
	120.000
	kgf
	x
	66,7cm
	
Portanto, por ocasião da ruptura devida a um esforço de tração de 125 kgf aplicado na borda da placa cerâmica, sendo 2 mm a espessura da argamassa colante endurecida, o alongamento Ad (não confundir com a deformação e que
d
a relação ~~~, dada em %) será de 0,00004 mm.
Consideremos uma chave de fenda de tamanho médio com as medidas da figura
Admitindo que a ponta tenha 0,5 mm de espessura e largura de 6 mm, a secção na ponta da chave de fenda será de 0,05 cm x 0,6 cm = 0,03 cm2
Um esforço manual de apenas 3 kgf na chave de fenda para introduzi-la sob a placa cerâmica, resultará em uma tensão de compressão transmitida pela extremidade da chave de fenda á argamassa colante endurecida de
3 kgf / 0,03 cm2 = 100 kgf/cm2
�
suficiente para destruir por compressão a camada de argamassa colante e permitir o início da penetração da ponta da chave de fenda (ou quina de colher de pedreiro) entre a placa cerâmica e o substrato. Aí se inicia a aplicação de um esforço N que tende a separar a placa cerâmica da argamassa colante.
Por outro lado, nota-se que em cerca de 8 mm a cunha passa de 0.5 mm para 2,5 mm.
Uma simples regra de três nos diz que um aumento de altura de Àd = 0,00004
(igual ao alongamento da camada de argamassa colante endurecida sob a ação de N = 125 kgf - ver cálculos anteriores) corresponde a uma penetração da chave de fenda sob a placa cerâmica de insignificantes 0,0001 mm no sentido horizontal
Se sobe 2,5 mm	em	8 mm de comprimento
subirá	0,00004 mm	em	x = 0,0001 mm
Esse "desprezível" avanço de 0,0001 mm da chave de fenda sob a placa cerâmica será suficiente para gerar a nada inofensiva força N = 125 kgf de tração entre a placa cerâmica e a argamassa colante, ocasionando a tensão de ruptura de 5 kgf/cm2, ou 0,5 MPa.
Fica evidente que a placa cerâmica se solta com grande facilidade quanto introduzimos uma chave de fenda ou a quinta da colher de pedrero, próxima ao cabo.
A placa cerâmica "solta simplesmente" se o teste é feito com a argamassa colante ainda fresca e plástica, sendo sua resistência devida apenas à sua coesão. Também soltafacilmente nos primeiros dias após a colagem devido à baixa resistência de aderência. E, "até pula" se o teste é feito após o 14° dia e até o 28° dia de idade, quando já há grande rapidez da mesma. Claro que o efeito que se observa neste tipo de teste tem todas as gradações possíveis, conforme o tempo transcorrido entre o estado da argamassa colante quando ainda fresca e plástica e a argamassa colante rígida aos 28 dias de idade.
Os Engenheiros de obras devem estar atentos a esse tipo de teste (ou de terrorismo?) ainda hoje utilizado por alguns mestres de obra e mesmo de ladrilhistas quando "querem provar" que uma argamassa colante, que lhes é pouco simpática,
de "baixa qualidade". Os únicos testes válidos são os preconizados pela ABNT nos Anexos A - Normativos - das Normas NBR 13.753/96; NBR 13.754/96 e NBR 13.755/96 que prescrevem como determinar a resistência de acerência em obra, e pela NBR 14.084/2004 quando em Laboratório.
�
APÊNDICE III
U m e s t r a n h o c a s o d e	" E f l o r e s c ê n c i a "
Nos idos de 1962, tínhamos terminado um prédio de um Grupo Escolar em uma cidade do interior paulista. Houve a entrega da obra após detalhadamente verificada a conformidade com o projeto. Houve posterior entrega à Secretaria competente e, finalmente, o início das atividades escolares.
O prédio tinha apenas dois andares: o térreo e um andar superior. As salas ficavam todas do mesmo lado da edificação e, no lado oposto, um corredor extenso de acesso às salas de aula. As salas de aula eram extremamente amplas e a iluminação feita através de três janelões (caixilhos de ferro, de correr) para cada sala. A iluminação natural era adequada e vinha pelo lado esquerdo das carteiras, como é recomendado. O primeiro janelão de cada sala correspondia ao estrado onde estavam instaladas as mesas das professoras e os quadros-negros.
Decorrido cerca de um ano de utilização do prédio a empresa para a qual eu trabalhava foi acionada pela fiscalização do Estado informando que havia surgido um problema técnico que demandava vistoria in loco, com a presença de técnicos das partes interessadas para saber as causas e, consequentemente, dar uma solução definitiva.
Viajamos sem saber ao certo qual seria o tal problema. Sabia-se. apenas, que era na fachada. No dia aprazado, reunimo-nos no jardim sob as salas de aula. Éramos quatro engenheiros. Eu, representando a empresa construtora e os demais, representando as várias repartições do Estado.
A questão era referente à fachada correspondente às salas de aula. A mesma era revestida, no geral, por emboço e reboco, este pintado. Sob cada janela, porém, havia panos da mesma largura de cada janela e com altura correspondente à distância entre o peitoril e a laje de piso. Coisa de mais ou menos 1 metro de altura. Tais panos eram revestidos com placas cerâmicas extrudadas imitando tijolos à vista, com juntas de cerca de 7 mm. A absorção de água de tais placas, de acordo com o fabricante, era de aproximadamente 3%, portanto razoavelmente impermeáveis.
O exame da fachada mostrava que certa região desses panos sob o primeiro, quarto, sétimo e décimo janelão, e sempre do lado esquerdo de quem observava a fachada, apresentava manchas esbranquiçadas difusas, em várias nuanças, com cerca de meio metro de diâmetro.
Imediatamente concluiu-se que seria o que hoje se identifica como "eflorescência". Mas, qual seria a causa?

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