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Introdução ao método da teoria social de José Paulo Neto

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RESENHA
O texto “Introdução ao método da teoria social” de José Paulo Neto vamos encontrar a problemática da questão do método e a teoria social, dado sua exposição nas próprias formulações de Marx, questionador da ordem burguesa, no qual, sua pesquisa está a serviço dos trabalhadores e a revolução socialista.
Já na introdução Netto adentra em algumas interpretações equivocadas da concepção teórico-metodológico da obra de Marx, sejam eles seus seguidores ou adversários. Tais equívocos estão ancorados em interpretações positivistas e neopositivistas, ou ainda, em representações simplistas e manualescas. Assim, deixam os esforços investigativos pela simples “aplicação” do método, ou seja, nas palavras do autor, uma análise “econômica” da sociedade forneceria a “explicação” do sistema político, das formas culturais. 
Algumas formulações reducionistas insistem em categorizar Marx de economicista, fatorialistas e monocausalistas na explicação da história. Não se leva em conta a totalidade dos processos sociais. Neto identifica dois eixos nas críticas das obras de Marx, de um lado a suposta irrelevância das dimensões culturais e simbólicas, de outro uma teleologia evolucionista, onde estaria previsto (o socialismo).
O que está em jogo nas formulações de Marx e Engels é a análise concreta da sociedade moderna, a sociedade burguesa ou o modo de produção capitalista. Netto adverte que a teoria social de Marx possui três eixos estruturantes em usa obra: a filosofia alemã, a economia política inglesa e o socialismo francês. Sua “crítica” tem como objetivo analisar a sociedade burguesa na sua estrutura e dinâmica, ou ainda, a realidade social. 
Nesta concepção, adverte o autor, que a obra de Marx se posiciona na análise da sociedade burguesa em sua estrutura e sua dinâmica, ou melhor, a busca de um método para conhecer a realidade social. 
Sobre a teoria de Marx, afirma Netto, é a reprodução do ideal do movimento real do objeto pelo sujeito que pesquisa, em oposição ao ideal hegeliano, Marx em suas próprias palavras citadas por Netto, diz: o ideal não é mais do que o material transposto para a cabeça do ser humano e por ele interpretado. Tal que, o objeto de pesquisa (a sociedade burguesa) deve ir além da aparência fenomênica, imediata e empírica, é preciso desvendar a essência da realidade concreta (estrutura e dinâmica). 
Na relação sujeito/objeto não há neutralidade, a teoria funciona como verificação da verdade. Sobre o movimento do capital, o modo de produção capitalista e ainda a produção da riqueza social, afirma Netto em análise de “O capital”, sobre a lei geral de acumulação capitalista, implica na reprodução contínua da pobreza (relativa e/ou absoluta), e mais, a impossibilidade de o capitalismo existir sem crises econômicas. 
Dada a explanação acima, a teoria é a reprodução, no plano do pensamento, do movimento real do objeto, onde o sujeito enquanto pesquisador frente ao seu objeto busca a sua essência, a sua estrutura e a sua dinâmica, nosso autor destaca que os instrumentos e técnicas de pesquisas desenvolvidos pelas ciências sociais devem ser apropriados e dominados na sua utilização. Nestes procedimentos, verifica ainda, que o pensamento de Marx é de natureza ontológica e não epistemológica. 
Sobre as formulações teóricas-metodológicas em Marx, vamos encontrar conceitos como ser social – e a sociabilidade resulta elementarmente do trabalho, que constituirá o modelo da práxis – é processo, movimento, que se dinamiza por contradições, cuja superação o conduz a patamares de crescente complexidade e novas contradições impulsionam a outras superações. 
Ademais, duas ideias estão presentes nas obras de Marx, às categorias econômicas e as relações de produção. Por produção, Netto, ao recorrer a estadia de Marx na Inglaterra e seu amadurecimento teórico, entende-se que “produção em geral” é uma abstração, ou seja implica sempre um mesmo sujeito (a humanidade, a sociedade) e um mesmo objeto (a natureza). O que ele fez foi estudar uma determinada forma histórica de produção material: a “produção burguesa moderna”. 
Temos aí um conhecimento de totalidade, onde produção envolve ainda, na riqueza material a distribuição, a troca e o consumo. Tais conceitos não são a mesma coisa, mas seu movimento envolve uma totalidade, uma unidade. Condições que podem dar aporte para uma teoria social da sociedade burguesa, decorrente do próprio objeto de pesquisa.
De fato, Netto explora bem a questão do método e sua implicação na ordem da realidade, do objeto (pelo real e pelo concreto), por vias, temos os dados, posteriormente as análises, chegando assim aos conceitos, as abstrações e determinações. Podemos ainda, feito tais procedimentos, podemos ter uma rica totalidade de determinações e relações diversas, nas palavras de Marx, a síntese de muitas determinações.
A abstração tem papel fundamental para o pesquisador, graças sua capacidade intelectiva, acrescenta o autor, a realidade é a síntese de múltiplas determinações própria da totalidade. Nisso o conhecimento teórico alcança o conhecimento do concreto, a realidade, ou seja, o cérebro pensante se apropria do mundo.
Sobre tal perspectiva de totalidade e seus movimentos temos as determinações as mais simples estão postas no nível de universalidade; na imediaticidade do real, elas mostram-se como singularidades – mas o conhecimento do concreto opera-se envolvendo universalidade, particularidade e singularidade. A teoria da sociedade burguesa deve-se então ser rica em categorias, determinações.
É preciso então encontrar a articulação burguesa, organização da produção, que confere as categorias econômicas. No que diz respeito ao serviço social, temos orientações para a pesquisa e a investigação, diz Netto, orienta o autor que o que temos é uma elaboração teórica e uma formulação metodológica. A sociedade burguesa é uma totalidade concreta, ela é dinâmica, tem caráter contraditório, nisso temos as mediações que articulam tais totalidades. 
Netto deixa claro que o Assistente Social tem que se dedicar a pesquisa, democratizar os resultados das investigações que pode subsidiar nossa intervenção. Dada nossa profissão o método de Marx torna-se produtivo e eficaz, é preciso possuir uma visão global da dinâmica social concreta. Dado as mediações é possível apreender a questão social, as políticas sociais que se propõem enfrentá-las. Ademais deve-se apoiar criticamente sobre o conhecimento. De modo, que possamos guiar nossa ação, prática profissional e interventiva.

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