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Terapia nutricional: CÂNCER NTR 5617 – Dietoterapia I Profª. Elisabeth Wazlawik Tópicos Câncer Conceituação Causas Incidência Etiologia Fatores predisponentes Recomendações para a diminuição do risco Fatores dietéticos e câncer Implicações do câncer no estado nutricional Avaliação nutricional Objetivos da dietoterapia Recomendações nutricionais Características da dieta Atenção em transplantes Cuidados adicionais Divisão anormal de células que podem se disseminar através do corpo, invadindo células e tecidos normais e provocando metástase. Metástase Grau de malignidade (GRANT, 2010) FASES: Início Promoção Progressão MINISTÉRIO DA SAÚDE, Instituto Nacional do Câncer 2012 MINISTÉRIO DA SAÚDE, Instituto Nacional do Câncer 2012 Distribuição proporcional dos dez tipos de câncer mais incidentes no Brasil estimados para 2014 por sexo, exceto pele não melanoma* (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2014) Taxas brutas de incidência estimadas para 2014, por sexo, segundo Estado (Santa Catarina) e Capital (Florianópolis)* (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2014) Resultados conflitantes. Um componente da dieta alterado pode estar relacionado a outras modificações. Muitos tumores apresentam um longo período de latência e a dieta exercerá maiores influências nos períodos de iniciação e promoção do tumor e não no momento do diagnóstico. Dietas: - inibidoras - estimuladoras carcinógenos Resultados conflitantes. Um componente da dieta alterado pode estar relacionado a outras modificações. Muitos tumores apresentam um longo período de latência e a dieta exercerá maiores influências nos períodos de iniciação e promoção do tumor e não no momento do diagnóstico. Dietas: - inibidoras - estimuladoras carcinógenos Fatores genéticos, imunológicos e endócrinos; Hábitos dietéticos inadequados; Tabagismo; Estilo de vida; Hábitos sexuais; Substâncias químicas ambientais, medicamentos; Radiação solar. (MINISTÉRIO DA SAÚDE - INCA, 1996; GRANT, 2010) . *Hábitos de vida saudáveis *Dieta alimentar apropriada *Atividade física * Uso de alimentos sem agrotóxicos * Evitar alimentos geneticamente modificados Alcançar e MANTER um peso corporal saudável por toda a vida; Consumir uma variedade de alimentos saudáveis, principalmente de fontes vegetais; Ler o rótulo dos alimentos; Optar por grãos integrais; Limitar o consumo de bebidas alcoólicas; Preparar e armazenar os alimentos de modo seguro; Optar por alimentos com pouca quantidade de gordura e sal. (KUSHI, et al., 2012) Carne vermelha ou processada; Alimentos enlatados, em conserva; Alimentos de origem animal; Alimentos gordurosos, frituras; Refinados e industrializados; Bebidas adoçadas; Alimentos curados, defumados, processo de “salga”; Carnes muito assadas; Aditivos e contaminantes. (KUSHI, et al., 2012) Vegetais, frutas e legumes; Cereais integrais; Sucos 100% naturais sem adição de açúcar; Alimentos desnatados (leite semi). (KUSHI, et al., 2012) Pratique exercícios físicos (KUSHI, et al., 2012; MAJEED, et al., 2014) Ter o primeiro ciclo menstrual antes dos 12 anos; Não ter filhos, ou ter o primeiro filho depois dos 30 anos; História familiar e hereditariedade; Terapia hormonal (progesterona e estrogênio); Exposição à radiação; Excesso de peso e obesidade; Sedentarismo; Aumento da densidade do tecido mamário; Álcool. História familiar; Tabagismo; Álcool; Excesso de peso e obesidade; Maior circunferência abdominal; Carne vermelha ou processada (?). (KUSHI, et al., 2012; GUAN; WU; GONG, 2013) Excesso de peso e obesidade; Maior circunferência abdominal; Ficar sentado (?); Carne vermelha (?); Gordura saturada (?); Álcool (?). Excesso de peso e obesidade; Hipertensão Tabagismo. Tabagismo; Exposição à substâncias químicas; Doses elevadas de beta caroteno ou vitamina A. (KUSHI, et al., 2012) Tabagismo; Álcool; Obesidade; Bebidas e alimentos muito quentes. História familiar; Obesidade. Tabagismo; Diabetes tipo 2, intolerância à glicose; Excesso de peso e obesidade (maior circunferência da cintura). (KUSHI, et al., 2012) Idade; História familiar; Excesso de peso (?); Vitamina E – resultados controversos Cálcio (?); Laticínios. Excesso de peso e obesidade; Excesso de sal (?); Conservas (?); Carne processada (?). • O consumo de álcool aumenta o risco de câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, fígado, mama e colorretal. • A combinação de álcool e tabaco aumenta muito o risco de câncer. (KENT-SMITH, MARTINS, 2006; KUSHI, et al., 2012) Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein. Álcool. Disponível em: http://apps.einstein.br/alcooledrogas/novosite/drogas_alcool.htm Acessado em: 18 de abril de 2013. • Pessoas que comem mais frutas e legumes que possuem antioxidantes como a vitamina E, vitamina C, carotenóides, licopeno, tocoferol e outros fitoquímicos, podem ter um menor risco de alguns tipos de câncer. Não significa, necessariamente, que o antioxidante é o responsável por essa ação protetora. (KUSHI, et al., 2012; GARÓFOLO, 2012) Fitoquímicos ou metabólitos secundários Compostos químicos característicos presentes nas plantas* Produzidos para sua autoproteção, pigmentação, formação de aromas e regulação do crescimento Funções importantes no organismo humano Não são considerados nutrientes Constituintes fitoquímicos dos alimentos LIU, 2003 MATÉS, SEGURA, MARQUÉZ, 2011 MATÉS, SEGURA, MARQUÉZ, 2011 • Há poucas evidências de que suplementos dietéticos podem reduzir o risco de câncer. Alguns estudos indicam até aumento do risco após suplementação por longo prazo. (KUSHI, et al., 2012; GARÓFOLO, 2012) ATENÇÃO com o consumo excessivo de suplementos! • Estudos tem sugerido que alimentos ricos em cálcio podem reduzir o risco de câncer colorretal e aumentar o risco de câncer de próstata. Cálcio ou Gordura ??? (KENT-SMITH, MARTINS, 2006; KUSHI, et al., 2012) http://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/healthy-eating-plate/ Placa de Alimentação Saudável • Sugere-se que o ômega-3 (peixes) pode interromper ou retardar o crescimento do câncer, mas não está claro se pode o risco de câncer em humanos. • Alguns estudos sugerem que o alho pode reduzir o risco de câncer colorretal e de estômago. Redução na formação de nitrosaminas. • Parece ter efeito protetor sobre o câncer colorretal, o câncer pancreático e o câncer de mama. •A possível ligação entre café e câncer de pâncreas não foi confimada pelos recentes estudos. (KENT-SMITH, MARTINS, 2006; KUSHI, et al., 2012) Falta de prova # Prova de segurança • Estudos em animais sugerem que o uso de adoçantes pode aumentar o risco de câncer de bexiga e do cérebro. (KENT-SMITH, MARTINS, 2006; KUSHI, et al., 2012) • Sugere-se que esses alimentos podem o risco de câncer colorretal, de estômago e pâncreas. • Grelhar, fritar e assar: produzem nas quantidadesde compostos carcinogênicos. • Estudos sugerem o consumo elevado de carnes preparadas a altas temperaturas pode aumentar o risco de câncer colorretal, de estômago e pancreático. (KENT-SMITH, MARTINS, 2006; KUSHI, et al., 2012) Catalisação e regulação de enzimas, proteínas e fatores de transcrição. Deficiência: relacionada à imunidade . Deficiência de zinco pode aumentar o risco de câncer (ex.: esôfago). CUIDAR com suplementação! (PHILPOTT, FERGUSON, 2004; MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2011; HASHEMIAN et al., 2014) Inibição de TNF-α e NF-κB. Estudos in vitro e experimentais. da produção de mediadores derivados do ácido araquidônico (atividades de células inflamatórias e produção de citocinas). Inibição de TNF-α e NF-κB. (PHILPOTT, FERGUSON, 2004; MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2011; ARAGÓN; PERDIGÓN; DE MORENO DE LEBLANC, 2014) Estudos em animais: redução na incidência de câncer colorretal e de mama. ATENÇÃO! O uso da arginina pode a liberação de citocinas pró- inflamatórias e de óxido nítrico da resposta inflamatória. http://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/adult-health/in-depth/cancer-prevention/art-20044816 http://www.globalhealingcenter.com/natural-health/dont-use-a-microwave-oven/ http://www.globalhealingcenter.com/natural-health/why-you-should-never-microwave-your-food/ Doença em si Tratamento Impacto emocional e psicológico Depleção profunda dos estoques de nutrientes, anorexia, perda de peso, caquexia. (GRANT, 2010) Quimioterapia Radioterapia Cirurgia Imunoterapia Transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) O cuidado nutricional para pacientes com câncer está diretamente relacionado ao tipo de tumor, órgãos envolvidos e estágio (disseminação do tumor) CONTROVÉRSIAS quanto a um adequado suporte nutricional no tratamento do câncer aumento da massa tumoral. Desnutrição no câncer da morbidade e mortalidade pós-operatória e tolerância à quimio e radioterapia. Instrumentos: • Anamnese: dados clínicos e dietéticos; •Antropometria: peso, estatura, IMC, P/E, P/I, E/I, percentual de PP, CB, CMB, DCT(> de 2 anos), perímetro cefálico e torácico (< 2 anos) e exame físico. Classificar os dados obtidos (IMC, P/E, P/I, E/I) através das curvas da OMS (2007). Utilizar como índice de referência o Escore Z ou o percentil para: P/I, P/E e E/I. Indicadores de Risco Nutricional: Presença de um ou mais dos fatores abaixo: • P/E ou IMC entre – 1DP e – 2DP na classificação por Escore Z e entre o P10 e o P3 na classificação por percentil • Albumina sérica < 3,2 g/dl • Proteína C Reativa > 2 mg/dl • Consumo alimentar < 70% das necessidades por 3-5 dias consecutivos, independente do déficit antropométrico • Perda de Peso recente > 5% do peso antes da doença, sintomas do TGI • Presença de comorbidades • Presença de Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) e sepse Frequência de avaliação: • No momento da internação ou até 24 h e a cada sete dias • Na admissão na UTI (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2011) Monitoramento clínico e nutricional diário. Instrumentos: ASG, ASG-PPP, Nutritional Risk Screening (NRS 2002), Índice de Prognóstico Nutricional (IPN), MUST. Indicadores de Risco Nutricional: Presença de um ou mais fatores abaixo: • ASG = B ou C; ASG-PPP > 2 • Ingestão < 60% das necessidades • Alterações do trato gastrointestinal • Presença de comorbidades • Presença de SIRS e sepse • Aumento da Proteína C Reativa • Persistente balanço nitrogenado negativo • NRS 2002 > 3 • IPN (baixo < 40, intermediário 40-49, alto > 50%) Frequência de avaliação: Em até 24 horas na admissão na UTI e a cada sete dias. (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2011; GARÓFOLO, 2012) Monitoramento clínico e nutricional diário Instrumentos: Na internação e ambulatório: • ASG-PPP ou ASG ou mini-avaliação nutricional (MAN); Durante a internação e no ambulatório: • Anamnese com dados clínicos e dietéticos. • Exames laboratoriais • Parâmetros antropométricos: - Em todas as faixas de idade - IMC (LIPSCHITZ, 1994) e CP (OMS, 1995) - Até 74,9 anos (FRISANCHO, 1981): CB, CMB e PCT - >74,9 (NHANES III, 1988-1994): CB, CMB e PCT Indicadores de Risco Nutricional: • MAN (8 a 11) • Indicadores dietéticos: Ingestão alimentar < 60% das necessidades por um período > 5 dias • Indicadores antropométricos: % PP atual significativa ou grave (BLACKBURN & BISTRIAN, 1977) • Indicadores laboratoriais: albumina < 3,5 mg/dl Colesterol sérico total <160 mg/dl (SACKS, 2000) (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2011) Frequência de avaliação: • ASG-PPP, ASG ou MAN na internação • Pacientes internados - Todos: anamnese alimentar e exames físico e clínico diariamente • Pacientes com Risco Nutricional (RN) (por ASG ou ASG-PPP ou MAN) ou desnutrição: antropometria em até 48 horas da internação e a cada sete dias • Pacientes sem RN (por ASG ou ASG-PPP ou MAN) ou desnutrição: antropometria após sete dias de internação e a cada sete dias • Pacientes ambulatoriais - Pacientes sem RN reavaliar mensalmente - Pacientes com RN ou desnutridos avaliar quinzenalmente (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2011) Prevenir ou corrigir as deficiências nutricionais Minimizar a perda de peso Prevenir a desnutrição – caquexia Diminuir a susceptibilidade à infecções Diminuir o desconforto de efeitos colaterais do(s) tratamento(s) Melhorar a qualidade de vida (HOLLIDAY M.G., SEGAR W.E. Pediatrics, 1957; 19: 823-832; MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2011) Calorias: Crianças de 0 a 10 kg = 100 cal/kg Crianças de 10 a 20 kg = 1.000 cal + 50 cal/kg para cada kg acima de 10 kg Crianças com mais de 20 kg = 1.500 cal + 20 cal/kg para cada kg acima de 20 kg (Holliday & Segar, 1957) Crianças com sobrepeso ou obesas utilizar P/E percentil 97 e escore Z = +2 Proteínas: Faixa etária: Neonatos até dois anos = 2,5 a 3,0 g/kg/dia Crianças (2 a 11 anos) = 2,0 g/kg/dia Adolescentes (acima de 12 anos) = 1,5 a 2,0 g/kg/dia (Aspen, 2002) Em casos de PP e desnutrição, sugere-se um incremento de 15% a 50% das recomendações de proteína Crianças com baixo peso utilizar P/E percentil 50 e escore Z = 0 Crianças eutróficas, utilizar peso atual Crianças com sobrepeso ou obesas utilizar P/E percentil 97 e escore Z = +2 Este ajuste em relação ao peso atual não deve ultrapassar 20% (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2011) Recomendação hídrica: 1.500 a 3.000 g - 110 – 130 ml/kg Crianças de 3 a 10 kg - 100 ml/kg Crianças de 10 a 20 kg - 1.000 ml + 50 ml/kg para cada kg acima de 10 kg Crianças com mais de 20 kg - 1.500 ml + 20 ml/kg para cada kg acima de 20 kg (ASPEN, 2002) (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2011) Método: • Usar a fórmula simples: caloria por quilograma de peso atual • Calorimetria indireta (quando disponível). Calorias: Fase inicial do tratamento e na presença de sepse: 20-25 kcal/peso atual/dia Fase anabólica/recuperação: 25-30 kcal/peso atual/dia Obeso crítico: 11-14 kcal/kg peso atual/dia ou 22-25 kcal/kg de peso ideal/dia (ASPEN, 2009) Proteínas: Paciente crítico: 1,2 a 2,0 g/kg de peso atual (ESPEN, 2006) Paciente obeso crítico (IMC 30 a 40 kg/m²): > 2,0 g/kg de peso ideal/dia Paciente obeso crítico (IMC > 40): > 2,5 g/kgde peso ideal/dia (FONTOURA et al., 2006) Recomendação hídrica: 18-55 anos: 35 ml/kg/dia 55-65 anos: 30 ml/kg/dia > 65 anos: 25 ml/kg/dia (MAHAN et al., 1998; CUPPARI, 2005) (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2011) Calorias (kcal / kg peso atual ao dia): Realimentação 20 Obeso 21 – 25 Manutenção de peso 25 – 30 Ganho de peso 30 – 45 Repleção 35 – 45 (Adaptado de Martins C; Cardoso SP, 2000) Proteínas: Por kg de peso atual / dia • 1,0 a 1,25 g /kg/dia – sem estresse • 1,25 a 1,5 g / kg / dia – estresse leve • 1,5 a 2,0 g /kg/dia – Estresse moderado/grave (MARTINS; CARDOSO, 2000) Recomendação hídrica: Por kg de peso atual • 25 a 30 ml/kg peso/dia (MARTINS; CARDOSO, 2000) VCT: adequado Kcal: Fórmula DRI´s com acréscimo de kcalorias? Outro critério ou fórmula? Os requerimentos podem variar em função do tipo de tumor e situação individual. Um mesmo indivíduo portador de um tipo de câncer poderá apresentar períodos com metabolismo: normal, ou . Acompanhar evolução e REAVALIAR Reavaliar o VCT e o percentual dos macronutrientes. Individualizar a dieta. Projeto Diretrizes, , 2011 CARBOIDRATOS: 45-65% do VCT PROTEÍNAS: g/kg/peso/dia Normal Aumentadas * aminoácidos essenciais * aminoácidos de cadeia ramificada Adaptar a quantidade protéica ao caso e reavaliar. LIPÍDIOS: 20 – 35 % do VCT Tipo de gordura (relação -6: 3) Má absorção: TCM Para aumentar o teor protéico Adicionar leite em pó desnatado nas preparações Preparações a base de leite, vitaminas, purês, sopas Para aumentar o valor calórico Adicionar creme de leite nas preparações Adicionar óleo vegetal nas preparações Dar sempre preferência à alimentação ORAL Terapia Nutricional Enteral Pode ser utilizada em posição pré ou pós-pilórica quando o paciente apresentar trato gastrintestinal funcionante e um ou mais dos seguintes critérios: IMC< 18,5 kg/m² Perda de peso ≥ 10% nos últimos 6 meses Aceitação da dieta via oral não atingiu 2/3 das recomendações nutricionais Obstrução pelo tumor da cavidade oral Disfagia Anorexia Dieta: conforme necessidades individuais Terapia Nutricional Parenteral Sua indicação deve ser em avaliada e somente utilizada quando o trato gastrintestinal não estiver funcionando ou se a terapia nutricional enteral adequada não puder ser oferecida. Sua eficiência como adjuvante da terapia antineoplásica permanece controversa e, portanto, precisa ser limitada a situações específicas. Instrumentos: - No momento da internação: ASG-PPP ou ASG -Durante a internação: anamnese com dados clínicos e dietéticos. Indicadores de Risco Nutricional: - ASG-PPP: > ou = 2 e ASG= B ou C - Ingestão alimentar < 60% das necessidades -Sintomas do trato gastrointestinal - % Perda de Peso – significativa ou severa -Tipo de transplante – Alogênico (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2009) Frequência de avaliação: Pré-TCTH Ambulatorialmente: - Sem Risco Nutricional – em até 30 dias -Com Risco Nutricional – em até 15 dias Internado: - Na admissão hospitalar: ASG ou ASG-PPP - Durante a internação: • Parâmetros antropométricos (pré-condicionamento) • Parâmetros laboratoriais: realizar no mínimo 3 vezes por semana - Anamnese alimentar e exame físico e clínico: diariamente Pós-TCTH - Anamnese alimentar e exame físico e clínico: diariamente - Parâmetros laboratoriais: realizar no mínimo 3 vezes por semana (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2009) (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2009) PRÉ-TCTH PÓS-TCTH Calorias: kcal/kg/dia Manutenção de peso 25-30 Ganho de peso 30-35 Repleção 35-45 Calorias: kcal/kg/dia Manutenção de peso 25-30 Ganho de peso 30-35 Repleção 35-45 Proteínas: g/kg/dia Manutenção 1,0 – 1,2 Repleção 1,2 – 1,5 Proteínas: g/kg/dia Repleção 1,5 – 2,0 Ingestão Hídrica: ml/kg/dia 18 – 55 anos 35 55 – 65 anos 30 > 65 anos 25 Ingestão Hídrica: ml/kg/dia 18 – 55 anos 35 55 – 65 anos 30 > 65 anos 25 Atenção em transplantes Monitorar Glicemia Neutropenia moderada (neutrófilos entre 1500 e 500 células/mm3): Não utilizar probióticos Orientar o paciente: Higienizar frutas e verduras com sanitizantes; Utilizar água potável filtrada ou fervida; Ingerir apenas frutas de casca grossa, consumindo apenas a polpa; Ingerir frutas de casca fina apenas cozidas; Utilizar vegetais, condimentos, oleaginosas e grãos somente cozidos; Ingerir leite e derivados somente pasteurizados; Ingerir carnes e ovos somente bem cozidos; Utilizar preparações produzidas por estabelecimentos que tenham todos os cuidados adequados à segurança alimentar. (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2009) Neutropenia grave (neutrófilos 500 células/mm3): Não utilizar probióticos Orientar o paciente: Utilização de dieta “baixa bactéria” (alimentos bem cozidos); Ingerir alimentos processados em embalagens individuais; Utilizar preparações produzidas por estabelecimentos que tenham todos os cuidados adequados à segurança alimentar. (MINISTÉRIO DA SAÚDE – INCA, 2009) Evitar o consumo de alimentos com alto risco de contaminação que não possam ser higienizados adequadamente: Frutas como morango, uva, jabuticaba, cereja, amora, framboesa e outras de difícil higienização; Brócolis e couve-flor, mesmo cozidos Carnes embutidas Frios que não passaram por processo de aquecimento adequado antes do consumo (MODESTO; ALVES, 2012) Possíveis consequências da Quimioterapia: Deficiência de Ferro Deficiência de Magnésio Alterações na Calcemia (hipercalcemia) Deficiência de Zinco Deficiência de Níquel Alimentos de fácil digestão Bastante líquidos (frio ou gelado) Anorexia Refeições fracionadas e mais frequentes; Aumentar a densidade calórica das preparações; Aumentar o aporte protéico; Evitar líquidos nas refeições; Observar horários de melhor aceitação da dieta; Oferecer alimentos preferidos. Saciedade Precoce Aumentar o fracionamento das refeições; Evitar o consumo de líquidos durante as refeições; Evitar alimentos crus; Evitar preparações gordurosas. Xerostomia Ingerir líquidos em pequenas quantidades e em maior número de vezes (suplementos hiper); Evitar preparações secas e crocantes (pão, biscoitos, ...); Mastigar mais lentamente os alimentos; Oferecer preparações líquidas (sucos, sopas), em forma de purês e com mais molhos, frutas “aquosas” (melão, melancia, ...); Chupar balas (para estimular a salivação), ingerir frutas cítricas (“aquosas”) e alimentos gelados (gelo, frutas congeladas, sorvetes de frutas). Estomatite – Mucosite Refeições fracionadas e mais frequentes; Evitar alimentos irritantes (ácidos, condimentos picantes,secos, duros, fibrosos); Adequar a consistência da dieta (pastosa); Beber sucos/vitaminas com canudinho; Evitar preparações em temperaturas muito altas ou baixas (morna ou fria - melhor aceitação); Evitar bebidas alcoólicas e gasosas. Disfagia – Odinofagia Observar melhor aceitação; Adequar a consistência da dieta: pastosa??? líquida??? Considerar a situação individual! Avaliação de fisioterapeuta: condições de deglutição Alterações: paladar (disgeusia) e olfato (disosmia) Temperos, ervas, condimentos; Oferecer alimentos preferidos e com maior densidade calórica; Dar preferência a talheres de plástico para evitar gosto metálico; Melhorar a apresentação dos pratos (cor, sabor e textura); Substituir a carne vermelha por frango, peixe, ovos (geralmente, aversão à carne vermelha). Deficiência de zinco? Náuseas – Vômitos Aumentar o fracionamento das refeições; Evitar a ingestão de líquidos durante as refeições; Estimular a ingestão de líquidos entre as refeições; Alimentos secos na primeira refeição do dia; Oferecer conforme a tolerância e preferência; Realizar as refeições em decúbito elevado (sentado ou semideitado), mastigando bem; Preferir realizar as refeições em locais frescos e arejados (evitar ambientes quentes e abafados); Frios, gelados, gordura, reposição hidroeletrolítica. Dificuldade de mastigação Diminuir os alimentos sólidos; Aumentar os alimentos pastosos e líquidos; Observar melhor aceitação: – adaptar a textura dos alimentos. Esteatorréia – Diarréia Fracionamento das refeições; Consistência conforme aceitação; Água, água de coco (evitar desidratação e hiponatremia); Evitar alimentos condimentados e flatulentos; Diarréia (dieta: apropriada); Fibras controladas (dar preferência à fibra solúvel); Lipídeos (TCM); Lactose ( ou excluir); Sacarose ( ou excluir). Obstipação Aumentar a ingestão de líquidos (sucos laxativos), (creme de leite + laranja + ameixa seca + mamão) Fibras (dar preferência à fibra insolúvel) Obs.: quando não houver obstrução no trato gastrointestinal (uso de opióides? dor) Individual ALVES, C.C.; WAITZBERG, D.L.; SALA, P.C.; RODRIGUES, L.S.R. Terapia Nutricional no Câncer. In: WAITZBERG, D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica, 4 ed. São Paulo: Atheneu, cap. 110, p. 1805-1834, 2009. ALVES, C.C.; WAITZBERG, D.L.Síndrome do intestino curto. In: WAITZBERG, D.L. Dieta, Nutrição e Câncer, São Paulo: Atheneu, cap. 49, p. 431-442, 2006. ARAGÓN, F.; PERDIGÓN, G.; DE MORENO DE LEBLANC, A. Modification in the diet can induce beneficial effects against breast cancer. World Journal of Clinical Oncology. v.5, n.3, p.455-464, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Consenso nacional de nutrição oncológica. Instituto Nacional de Câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. 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Cuidados adicionais na presença de: Anorexia e saciedade precoce, dificuldade de mastigação, xerostomia, estomatite e mucosite, disfagia, odinofagia, dificuldade de mastigação, disgeusia, alteração do paladar, náuseas e vômitos, esteatorréia, diarréia, obstipação. Considerando que um paciente com câncer apresente hiperglicemia apóstransplante de medula óssea, qual o procedimento com o intuito de normalizar a concentração de glicose no sangue ? Sugeriria um percentual de carboidratos totais da dieta abaixo do normal? Um indivíduo foi submetido ao transplante de células tronco hematopoiéticas e atualmente encontra-se internado em clínica médica de um hospital. Ele tem bom apetite, não apresentou intercorrências e está se alimentando bem. Hoje, vai almoçar em casa, devido o aniversário a filha. O cardápio é: Salada de alface e tomate, Carne assada, Maionese caseira, Arroz, Feijão, Suco de laranja natural, Salada de frutas. Comente sobre a refeição do paciente em casa. Nesse caso, há restrições dietéticas? Justifique. OBRIGADA.
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