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51 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM Unidade II A nutrição envolve alimentação, metabolismo e excreção e está em constante evolução, abrangendo a manutenção da saúde e prevenção de doenças. A alimentação pode ser considerada um dos fatores determinantes das condições de saúde, portanto será abordada a sua aplicação na prevenção de doenças, tratamento e reabilitação, bem como os problemas nutricionais mais comumente encontrados no Brasil. Nossos objetivos são: • identificar e compreender os tipos de dietas hospitalares; • conhecer a aplicação da dietoterapia no cuidado de pacientes com obesidade, desnutrição, alergias e intolerâncias alimentares, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, câncer e HIV; • compreender a nutrição enteral e parenteral no âmbito nutricional. 5 NUTRIÇÃO NA DOENÇA E AGRAVOS À SAÚDE – CONCEITOS BÁSICOS DE DIETAS HOSPITALARES Uma alimentação adequada pode auxiliar na recuperação ou manutenção da saúde, sendo em alguns casos, a única opção de tratamento de algumas doenças, esse conjunto de procedimentos terapêuticos é definido como terapia nutricional. A terapia nutricional deve ser aplicada com base na avaliação do estado nutricional dos pacientes, na qual o enfermeiro e sua equipe têm um importante papel em identificar os pacientes em risco ou desnutrição, bem como aqueles com características relacionadas a problemas nutricionais. O encaminhamento para uma avaliação nutricional e médica deve ser realizado baseando-se na perda significativa de peso, índice de massa corporal (IMC) fora da normalidade ou outros fatores de risco nutricional. O processo de cuidado nutricional envolve a equipe multiprofissional com objetivo de restabelecer a saúde do paciente, contudo algumas etapas são atribuições específicas dos nutricionais. Pode-se dividir esse processo em 5 etapas: • avaliação do estado nutricional considerando recomendações para idade e gênero, utilizando os seguintes parâmetros: antropométricos (peso, altura, circunferências, dobras cutâneas); laboratoriais; clínicos (sinais e sintomas); dietéticos (avaliação da alimentação habitual e atual); • identificação de alterações no padrão alimentar ou problemas nutricionais; • planejamento de terapia nutricional adequada de acordo com os dados obtidos – competência do nutricionista; 52 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 Unidade II • execução da terapia e de orientações nutricionais, com auxílio da equipe multiprofissional; • avaliação dos resultados do cuidado nutricional com frequência, no qual modificações e adequações poderão ser realizadas. O enfermeiro deve realizar o cuidado geral do paciente no contexto cultural, social e emocional com objetivo de melhora de suas condições, aplicando seu conhecimento técnico com humanização. Entretanto, algumas atribuições relacionadas à terapia nutricional são de responsabilidade do profissional de enfermagem, por exemplo: conhecer a prescrição da dieta do paciente e observar a sua aceitação; anotar na prescrição as alterações funcionais relacionadas à alimentação; auxiliar o paciente, se necessário, na administração de suas refeições. As dietas hospitalares são padronizadas em cada Serviço de Nutrição e Dietética com objetivo de atender ao estado clínico e fisiológico durante a internação, a fim de manter as reservas de nutrientes no organismo e possibilitar a recuperação no menor tempo possível. Elas podem ser modificadas em consistência, composição química (acréscimo ou redução de algum componente) ou teor de macronutrientes (dietas especiais). 5.1 Modificação na consistência 5.1.1 Dieta geral A dieta geral é indicada para os pacientes que não exijam modificações dietéticas e que apresentam funções de mastigação e gastrointestinais preservadas. Nessa não há alteração na consistência e é normal em todos os nutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios), atendendo assim a todas as recomendações nutricionais. São permitidos todos os alimentos e preparações, sendo sua permanência por tempo indeterminado. 5.1.2 Dieta branda Prescrita a pacientes com problemas mecânicos de ingestão e digestão, em pós-operatório ou após procedimento invasivo para facilitar o trabalho digestivo, usada também como transição para dieta geral. Consiste em abrandar o tecido conjuntivo e celulose por cocção ou ação mecânica, utilizando alimentos macios ou picados ou moídos. Exclui-se hortaliças e frutas cruas (exceto mamão), frituras, especiarias, condimentos fortes, leguminosas (pode utilizar somente caldo), embutidos e conservas, bebidas gaseificadas e doces concentrados. 5.1.3 Dieta pastosa A dieta pastosa é indicada a pacientes com dificuldades de mastigação, disfagia e/ou alterações gastrointestinais, ausência de dentição, em pós-operatório e doenças neurológicas. Os alimentos são oferecidos na forma de purê, suflê, papa ou mingau; e as carnes batidas, trituradas ou desfiadas. Diversos alimentos são permitidos, como: leite e derivados (queijo cremosos, iogurte, coalhada), mingau; ovo cozido, pochê, omeletes assados; frutas cozidas, amassadas, em purês ou sucos; vegetais na forma 53 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM de purê ou bem cozidos ou amassados; arroz papa, macarrão bem cozido; bolo simples, pães macios, bolachas simples; caldo de leguminosas. A alimentação é fracionada em 5 a 6 refeições ao dia e é normal em todos os nutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios). 5.1.4 Dieta leve (ou líquida pastosa) Caracterizada pela presença de líquidos e alimentos semissólidos, abrandados pela cocção simples, sendo indicada em repouso digestivo, situação de pré ou pós-operatório (fase de transição), função do sistema digestório moderadamente reduzida, dificuldade de mastigação e/ou deglutição. Inclui bebidas lácteas, café, chá, sucos de frutas, iogurte sem frutas ou sementes, manteiga, margarina, gelatina, sorvete, pudim, açúcar, mel, sopas com pedaços, purês ou vegetais cozidos, carnes moídas ou desfiadas, frutas cozidas ou picadas bem macias, bolachas. Devem ser evitados cereais secos, sobremesas e doces que contenham coco, nozes ou frutas inteiras. 5.1.5 Dietas líquidas • Líquida completa A dieta líquida completa é constituída por alimentos de consistência líquida ou que se liquefazem na boca e de fácil absorção. A alimentação é fracionada em 5 a 6 refeições ao dia e é normal em todos os nutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios), porém possui baixo valor calórico e deve ser utilizada por curto período. Tem baixo poder de saciedade e apresenta resíduo mínimo. Indicada em casos de situação de dificuldade de mastigação e/ou deglutição, preparo de exames, pré ou pós-operatório e afecções do sistema digestório. São utilizados alimentos como papa, creme e mingau ralos, gelatina, suco de frutas não ácido e diluído, chá, café com leite, bebidas lácteas, sorvete, caldo e sopa liquidificados. • Líquida restrita Utilizada para repouso intestinal e hidratação, em preparação de exames, pré ou pós-cirúrgico e outras doenças. Não oferece resíduos pois não tem lactose e sacarose e é isenta de fibras, sendo altamente restritiva e com baixo valor calórico total, podendo ser usada por no máximo 36 horas. Inclui alimentos líquidos de fácil digestão, como água sem gás, chá claro, suco de frutas e caldo de sopa coados, caldo de carne sem gordura, gelatina sem coloração; devem ser excluídos: leite, pão, bolacha, sucos e sopas não coados. 5.2 Modificação na composição química 5.2.1 Dieta hipossódica A dieta hipossódica é prescrita àqueles pacientes que necessitam controlar o consumo de sódio devido à hipertensão (arterial ou pulmonar) ou por insuficiência cardíaca, renal ou hepática. Essa é fracionada em cinco refeições ao dia e pode ter sua consistência modificada, conformea necessidade do paciente. A alteração é feita limitando ou excluindo a quantidade de sal no cozimento, podendo em 54 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 Unidade II caso de restrição severa, não utilizar sal durante ou após a preparação dos alimentos. Na restrição leve ou moderada, pode ser adicionado 1 ou 2 g de sal no prato pronto. 5.2.2 Dieta laxativa Os pacientes que apresentam constipação intestinal devem receber uma dieta laxativa, rica em fibras totais (aproximadamente 40 g) sendo composto em sua maioria de fibras insolúveis. A dieta é composta de mamão, pera madura, suco de laranja, mingau de aveia, verduras e legumes crus e são evitados alimentos como tubérculos e cereais refinados. 5.2.3 Dieta obstipante Caracterizada pelo baixo teor de fibras (aproximadamente 10 g) e indicada em casos de diarreia ou obstrução do trato gastrointestinal, secundária a outras doenças ou por efeito de medicamentos. Devem ser excluídos leites, leguminosas, verduras e frutas cruas e servidos alimentos pobres em fibras como batata, arroz, gelatina, polenta, carnes, pães e bolachas. 5.2.4 Dieta hipocalêmica Pacientes que apresentam elevação no nível de potássio sérico devem receber uma dieta hipocalêmica, na qual são restritos os alimentos considerados fonte desse mineral. Portanto, devem ser evitados: leguminosas, sucos, refrigerantes, frutas, verduras e legumes crus e, utilizar leite, pão, arroz, carnes, bolacha, vegetais e frutas cozidos em água. 5.3 Dietas especiais 5.3.1 Dieta para diabetes mellitus O paciente diabético deve receber uma dieta equilibrada em calorias e macronutrientes durante sua internação hospitalar com objetivo de controle glicêmico. A consistência dessa alimentação pode ser adaptada à necessidade do paciente nesse período. O teor calórico é padronizado de acordo com a realidade do hospital e público atendidos, podendo ser entre 1800 a 2500 calorias. 5.3.2 Dieta hipoproteica e hipossódica A prescrição da dieta hipoproteica e hipossódica é feita a pacientes com insuficiência renal não dialítica, ou seja, em tratamento conservador. Nessa fase a restrição proteica é realizada de acordo com a taxa de filtração glomerular, que é o indicativo do grau de comprometimento renal. Podem ser oferecidas dietas com 20 a 60 g de proteínas por dia, sendo que a definição de qual o teor adequado de proteínas a cada paciente deve ser realizado pelo nutricionista, considerando o peso atual e grau da doença. São utilizadas porções menores de alimentos proteicos e restringidos outros alimentos fonte. O sal também é restrito para não deteriorar mais a função renal, utilizando alimentos preparados com pouco ou nenhum sal. 55 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM 5.3.3 Dieta hipercalórica e hiperproteica Pacientes desnutridos e ou em risco nutricional devem receber um maior aporte calórico proteico pela dieta hospitalar, podendo assim suprir as necessidades aumentadas pelo hipermetabolismo. Essa dieta deve ser hiperproteica utilizando alimentos de fácil digestão e pouco volume e, se necessário pode ser acrescida de suplementação. Observação A prescrição dietética é de competência do nutricionista, ela engloba um detalhamento da dieta (necessidades calóricas e nutricionais, consistência e fracionamento da refeição, alimentos proibidos etc.), associada às condições nutricionais do paciente. 6 NUTRIÇÃO EM CONDIÇÕES ESPECÍFICAS Diante das mudanças do perfil epidemiológico brasileiro (transição nutricional) e do aumento das doenças crônicas não transmissíveis, como a obesidade e o câncer, aumenta o interesse na investigação das possíveis relações diretas ou indiretas dessas com estilo de vida, ingestão alimentar, tabagismo, consumo de álcool e atividade física. Com isso, o conhecimento do perfil da clientela a ser atendida, especialmente os hábitos alimentares dela, estimula pesquisadores e profissionais da área da saúde a entender o processo metabólico com uma visão holística das variáveis envolvidas, porém focada no individualismo do ser humano (SILVA; MURA, 2014, p. 521). O estado nutricional da população também pode ser alterado por doenças levando os indivíduos à desnutrição ou obesidade devido à interferência nos processos que ocorrem ao longo do sistema digestório afetando a ingestão, deglutição, digestão e absorção dos nutrientes. Contudo, a intervenção nutricional deve ser adequada à condição patológica e nutricional para uma oferta apropriada de macro e micronutrientes. 6.1 Obesidade Segundo a Organização Mundial da Saúde (1995), a obesidade pode ser definida como “o grau de armazenamento de gordura no organismo associado a riscos para a saúde, devido à sua relação com várias complicações metabólicas” sendo também caracterizada como uma enfermidade crônica e está associada à dislipidemia, diabetes, hipertensão e doenças coronárias. Além disso, a obesidade predispõe a outras doenças como colelitíase, esteatose hepática, osteoartrite, osteoartrose, apneia obstrutiva do sono, alteração da ventilação pulmonar e de ciclos menstruais, redução da fertilidade e alguns tipos de câncer. A obesidade é influenciada por fatores genéticos, ambientais, socioculturais e comportamentais, sendo que o sedentarismo e o comportamento alimentar inadequados são os principais fatores que 56 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 Unidade II contribuem para o aumento da incidência em grupos populacionais geneticamente suscetíveis. As formas clínicas da obesidade podem ser classificadas de acordo com a distribuição de gordura em: androide (central, formato corporal lembra uma maçã, tem relação com alto risco cardiovascular) ginoide (depósito de gordura nos quadris, comparado à uma pera, maior risco de artrose e varizes) e generalizada. O estado nutricional expressa a relação entre a ingestão de alimentos, capacidade do organismo de aproveitá-los e gasto energético referente ao ciclo de vida e ele deve ser avaliado utilizando várias ferramentas: antropometria, exames bioquímicos, avaliação alimentar, clínica e psicossocial. Na tabela a seguir estão descritos os pontos de corte para diagnóstico de sobrepeso e obesidade preconizados pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), utilizando peso e altura em diversas fases da vida: Tabela 4 Fases do curso da vida Índices e pontos de corte para sobrepeso e obesidade Crianças (< 10 anos) Peso/altura (> percentil 97) Adolescentes (≥ 10 anos e < 20 anos) IMC por idade e sexo (> percentil 85) Adultos (20 a < 60 anos) IMC (≥ 25 sobrepeso e ≥ 30 obesidade) Idosos (≥ 60 anos) IMC (≥ 27 sobrepeso) Gestantes (> 10 e < 60 anos) IMC por semana gestacional Fonte: Brasil (2004). O objetivo do tratamento nutricional nesses pacientes é obter uma perda razoável e sustentável de gordura corporal e atenuar os riscos associados à morbimortalidade, como foco em qualidade de vida e saúde. Para isso, o acompanhamento deve englobar além do peso, outros parâmetros como circunferência abdominal, pressão arterial e exames laboratoriais. O acompanhamento do paciente obeso deve ser feito por uma equipe multidisciplinar envolvendo médico, nutricionista, educador físico e psicólogo, no qual cada profissional poderá atuar em sua especialidade, considerando a individualidade, e prescrever conduta e orientações adaptadas. O valor energético a ser prescrito deve ser calculado mediante consumo alimentar habitual do paciente com redução diária de 500 a 1000 calorias gradativamente. É importante salientar que a prescrição de dieta com valor calórico total inferior a 1200 calorias não deve ser feita, pois as necessidades mínimas do metabolismo basal do paciente precisam ser atendidas. A recomendação dietética para o tratamento da obesidade deve ser hipocalórica (20 kcal/kg) sendo 55 a 60% carboidratos, 15 a 20% proteínas,20 a 25% lipídios e 20 a 30 g fibras por dia. Uma perda de peso considerada saudável é aquela na qual a dieta adequada aliada à atividade física regular possibilitam a perda de 0,5 a 1 kg por semana, ou seja, de 2 a 4 kg por mês. Esse ritmo de emagrecimento lento e gradativo permitirá a redução de 5 a 10% do peso inicial com maior adesão ao tratamento e sua manutenção. 57 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM Além da prescrição de uma dieta apropriada à condição do paciente, é importante fornecer orientações nutricionais para situar o paciente na mudança do estilo de vida e melhorar a adesão ao tratamento. Essas recomendações podem ser: evitar pular refeições, comer devagar, mastigar bem os alimentos, realizar atividade física e terapia comportamental com orientação profissional, evitar a síndrome do ioiô. O acompanhamento da eficiência da intervenção deve ser realizado com periodicidade e novas estratégias podem ser estabelecidas, sempre que necessário. As tentativas de mudanças no estilo de vida levam ao fracasso recorrente em alguns obesos, com inúmeros tratamentos e oscilações de peso, nesses casos a cirurgia da obesidade é considerada uma terapia efetiva resultando em melhora da qualidade de vida e das comorbidades relacionadas. Os critérios de seleção para o tratamento cirúrgico são: • pacientes que tenham IMC ≥ 40 kg/m2, há pelo menos 2 anos, que não tiveram sucesso com tratamento clínico orientado por endocrinologista; • pessoas que tenham IMC maior ou igual a 35 kg/m2, nas mesmas condições do critério anterior e que apresentem pelo menos duas comorbidades. As principais comorbidades ou aquelas consideradas mais graves e que são mais levadas em consideração na avaliação desse critério são: diabetes tipo II, hipertensão arterial, alterações do colesterol ou triglicérides (dislipidemias), apneia obstrutiva do sono, esteatose hepática, problemas ortopédicos graves (artroses importantes, hérnia de disco). Mas, outros problemas nos quais a perda de peso pode contribuir muito com a melhora ou cura também podem ser levados em consideração (por exemplo: infertilidade). O aconselhamento nutricional no período pré-operatório deve ser feito por no mínimo 3 meses para modificar os hábitos alimentares e orientar o paciente para a cirurgia. A perda de peso nesse período reduz a mortalidade associada às comorbidades, ameniza o risco cirúrgico e aumenta o sucesso no pós- operatório. As orientações e a dieta do pós-operatório são realizadas de acordo com o tipo de cirurgia realizado (restritiva ou disabsortiva), porém em todos os casos deve ser feita uma evolução gradativa na consistência, iniciando pela dieta líquida restrita até a geral. Essa evolução é concluída em 2 a 3 meses após a cirurgia, mantendo depois, uma alimentação saudável em consistência normal. 6.2 Desnutrição A desnutrição pode ser definida como o desequilíbrio produzido pela ingestão insuficiente ou a excessiva perda de substratos pelo organismo. São considerados fatores de risco para a instalação: ingestão inadequada de nutrientes, alteração na absorção e/ou utilização de nutrientes, hipermetabolismo ou catabolismo, fármacos que interferem no processo de nutrição, demora na implementação de terapia nutricional e condição clínica do paciente. Pode ser classificada segundo sua intensidade em leve quando ocorre comprometimento antropométrico (peso para estatura); moderada, que afeta sistemas imunológico e neurológico; e grave, denominada marasmo e kwashiorkor de acordo com as manifestações clínicas. O marasmo acomete principalmente crianças menores de 1 ano, quando elas apresentam aspecto emagrecido, com gordura subcutânea ausente, atrofia muscular e cutânea (costelas proeminentes, 58 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 Unidade II pele frouxa e envelhecida), cabelos secos e finos. Observa-se redução na velocidade de crescimento, irritabilidade, apetite variável e infecções constantes. Está associado à amamentação ou diluição de fórmulas infantis inadequadas. No kwashiorkor, há a presença de edema e/ou ascite e hepatomegalia com esteatose hepática. Atinge crianças menores de 2 ou 3 anos levando a comprometimento da estatura, alteração da pele dos membros inferiores e também nos cabelos. A criança fica apática, chorosa, sonolenta e sem apetite. Geralmente é relacionada com amamentação precocemente interrompida e introdução de mingaus ricos em carboidratos e pobres em proteínas, em grande quantidade. A terapia nutricional consiste inicialmente em identificar e corrigir a causa da perda de peso, sendo que seus objetivos são: aumentar o peso corporal e o apetite, atender as necessidades nutricionais, promover educação nutricional e corrigir deficiências de macro e micronutrientes. A alimentação deve ser estimulada considerando alimentos preferidos e uma variedade deles, sempre respeitando alergias e aversões alimentares. Em alguns casos, pode ser necessária a prescrição de suplementos industrializados ou caseiros. Os cálculos de necessidade energética devem ser baseados no peso atual para não superalimentar o paciente, utilizando 50 a 60% de carboidratos, 10 a 15% de proteínas e 25 a 35% de lipídios. A ingestão calórica deve ser aumentada gradativamente e iniciada com as calorias consumidas na avaliação nutricional, evitando assim desconforto gástrico e síndrome do roubo celular (síndrome da realimentação). A síndrome do roubo celular ocorre quando “a ingestão calórica excessiva determina liberação de insulina e rápido desvio de glicose para dentro da célula, arrastando consigo esses íons (potássio, magnésio e fósforo) e reduzindo, por vezes, drasticamente, seus níveis plasmáticos” (REIS, 2015, p. 278). As consequências são: hipofosfatemia, hipomagnesemia e hipopotassemia, deficiência vitamínica e retenção hídrica. A prevalência da desnutrição em ambiente hospitalar varia de 20 a 50%, sendo que alguns pacientes já são admitidos com desnutrição e outros a desenvolvem após a internação. De acordo com o Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (Ibranutri), estudo clássico feito na década de 1990 em hospitais brasileiros, foi realizada avaliação nutricional de 4 mil pacientes internados e constatou-se que cerca de 48,1% dos pacientes hospitalizados da rede pública apresentavam desnutrição hospitalar. Em relação a esse total, 12,6% apresentavam desnutrição grave e 35,5%, moderada (Waitzberg; Caiaffa; Correia, 2001). Esse quadro leva o paciente à redução na imunidade e, consequentemente, aumenta o risco de infecções, retardando a cicatrização de feridas, o que pode levar a aumento da permanência hospitalar. Os fatores que interferem na aceitação da dieta são: patologia, inapetência, falta de paladar, inabilidade da ingestão de alimentos ou má-absorção e ambiente hospitalar. A situação de risco nutricional pode ocorrer pela dificuldade dos profissionais de saúde em atender todos os pacientes em relação ao cuidado nutricional, levando à falta de avaliação nutricional e o acompanhamento desse paciente, o que pode contribuir para a desnutrição (Duarte et al., 2016). 59 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM 6.3 Alergias e intolerâncias alimentares Alergia alimentar é uma entidade clínica resultante de reações imunológicas após a ingestão de proteínas alimentares, em indivíduos previamente sensibilizados. Os alimentos mais envolvidos são leite de vaca, ovo, trigo e soja, sendo responsáveis por cerca de 90% dos casos e a maioria delas ocorre devido à sensibilização a apenas um ou dois alimentos. As manifestações clínicas podem ser mediadas por IgE ou imediatas, que ocorrem dentro de minutos até 2 horas após a ingestão do alimento. Tais processos incluem urticária e angioedema, hipersensibilidade gastrointestinalimediata, síndrome oral alérgica e anafilaxia; não mediadas por IgE ou tardias, que surgem horas após a ingestão do alimento. As manifestações são doenças celíacas, como, enteropatia induzida por proteína, dermatite herpetiforme e síndrome de Heiner; ou mistas, cujas manifestações são dermatite atópica, esofagite eosinofílica, gastrite e enterocolite eosinofílicas, além de asma. O diagnóstico da alergia alimentar poderá ser feito pelo médico com base na história clínica, testes cutâneos, dosagem de IgE específica, dieta de exclusão, teste de provocação oral e, se necessário, endoscopia e biópsia. A forma mais eficaz de tratamento de alergia alimentar é excluir totalmente da dieta do paciente o alimento identificado. A intolerância alimentar pode ser definida como qualquer resposta diferente a um aditivo ou alimento, sem que haja intervenções imunológicas. Ela pode ser ativada por ação de toxinas produzidas por bactérias e fungos, agentes farmacológicos ou erros metabólicos por deficiência enzimática. A intolerância à lactose é a mais frequentemente encontrada em crianças, sendo caracterizada pela incapacidade de sua absorção. Lembrete Alergia é a resposta imunológica do organismo a algum componente alimentar. Por exemplo: o leite tem proteínas que desencadeiam essa resposta. A intolerância é a incapacidade de digerir algum componente alimentar. Por exemplo: o leite possui carboidrato que gera reações adversas. 6.4 Doença celíaca É uma doença autoimune caracterizada como uma intolerância permanente ao glúten, que geralmente se manifesta na infância, entre o primeiro e terceiro anos de vida, podendo, entretanto surgir em qualquer idade, inclusive no adulto. Além do consumo do glúten e da suscetibilidade genética, é também necessária a presença de fatores imunológicos e ambientais para que ocorra o desenvolvimento da doença. A doença celíaca é uma condição crônica que afeta principalmente o intestino delgado, ocasionando desagradáveis sintomas como diarreia crônica, vômito, humor alterado, puberdade tardia, 60 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 Unidade II entre outros. A dietoterapia é de grande importância, tendo como ponto fundamental a exclusão do glúten, termo utilizado para descrever frações proteicas encontradas no trigo, centeio, cevada, aveia e em seus derivados. A obediência à dieta com as exclusões necessárias é mais eficaz em pacientes com conhecimento em relação à doença e seu tratamento, para isto, a equipe multiprofissional deve esclarecer as dúvidas e orientar da melhor forma possível. É considerada mundialmente um problema de saúde pública devido à sua prevalência, à frequente associação com morbidade variável e não específica e à probabilidade de aparecimento de complicações graves, principalmente osteoporose e doenças malignas do trato gastroentérico. Saiba mais O artigo a seguir complementará esse assunto: DE ALMEIDA, F. B. et al. Adaptação nutricional diante da doença celíaca desencadeada pela intolerância ao glúten. Revista Brasileira de Educação e Saúde (REBES), Pombal – PB, v. 6, n. 1, p. 01-04, jan./mar. 2016. Disponível em: <http://gvaa.com.br/revista/index.php/REBES/article/view/3858/3546>. Acesso em 23 nov. 2016. 6.5 Diabetes mellitus e doenças cardiovasculares Diabetes mellitus é um grupo de distúrbios metabólicos caracterizado pela hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de insulina, em sua ação ou em ambos. Essa doença demanda cuidados médicos contínuos e automonitorização para prevenir complicações agudas e/ou reduzir riscos de complicações a longo prazo. É classificado em 4 classes: tipo 1 (destruição das células β-pancreáticas; insulinodependente), tipo 2 (defeito progressivo na ação e secreção de insulina; 90-95% dos casos), diabetes gestacional (intolerância à glicose com início ou diagnóstico durante a gravidez, outros tipos (defeitos genéticos de função das células β-pancreáticas ou na ação da insulina, doença exócrina ao pâncreas ou induzida por medicamentos). O controle glicêmico é uma importante medida de prevenção e controle do diabetes. A glicemia de jejum é diretamente influenciada pela produção hepática de glicose. Por outro lado, a glicemia pós-prandial é modulada principalmente pela velocidade de liberação de carboidratos para a corrente sanguínea após as refeições; pelo tempo de depuração da glicose presente no sangue, através da síntese de insulina e pela sensibilidade tecidual periférica à ação da insulina. Contudo, a qualidade e quantidade do carboidrato ingerido pode favorecer ou prejudicar esse controle. A medida da hemoglobina glicada (A1C) é a mais recomendada para avaliação do controle da doença, pois ela fornece um valor médio da glicemia nos dois ou três meses anteriores ao exame. Assim, esse resultado auxilia na avaliação da oscilação da glicemia e na eficácia do tratamento atual. O valor de 61 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM normalidade é < 7%, com ausência de hipoglicemias no período, indicando assim um menor risco de complicações micro e macrovasculares e neuropáticas do diabetes. A terapia nutricional adequada é de extrema importância para os diabéticos, pois esse controle metabólico com mudanças no estilo de vida, reduzirão o risco de outras complicações como dislipidemia e hipertensão, que são fatores de risco para doença cardiovascular. Os objetivos da terapia nutricional são: manter a glicemia dentro da normalidade ou próxima a ela; otimizar o perfil lipídico e níveis pressóricos; adequar o consumo alimentar; melhorar a saúde com escolhas alimentares saudáveis; promover educação para automonitoramento do tratamento e cuidados. Não há necessidade de restringir a sacarose em pacientes diabéticos, ela pode integrar o total de carboidratos diário (até 10%), assim como os alimentos que a contém e serem usados como substitutos de outros carboidratos. Deve-se ter atenção ao detalhe que, a sacarose possui apenas energia e nenhum nutriente, sendo assim, seu consumo deve ser reduzido e utilizadas escolhas mais nutritivas. Portanto, a prescrição dietética dos diabéticos deve englobar 60 a 70% de carboidratos, 15 a 20% do valor calórico total em proteínas e até 30% em lipídios. O consumo de fibras deve ser no mínimo de 20 g ao dia e o álcool deve ser restrito. Os profissionais da saúde devem estar preparados tecnicamente e integrados em equipe para apoiar os pacientes diabéticos no seguimento de um plano alimentar adequado, nesse contexto, devem esclarecer as dúvidas e crendices, aplicando conceitos apropriados e trabalhando esses aspectos na orientação aos pacientes. Saiba mais As diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes publicadas em 2015- 16 poderão complementar esse assunto: MILECH, A. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015- 16). OLIVEIRA, J. E. P. de; VENCIO, S. (Org.). São Paulo: A. C. Farmacêutica, 2016. Disponível em: <http://www.diabetes.org.br/sbdonline/images/docs/ DIRETRIZES-SBD-2015-2016.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2016. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte mundial, sendo que a aterosclerose é a base fisiopatológica para eventos cardiovasculares. As placas de ateroma formadas na parede dos vasos sanguíneos estão associadas com fatores de risco cardiovascular como hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, diminuição do HDL-c, hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade, fatores genéticos e raciais. Essas placas podem levar a consequências clínicas, como o infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC). O AVC ocorre por comprometimento da circulação cerebral, podendo ser isquêmico ou hemorrágico. No AVC isquêmico um trombo ou coágulo bloqueia a irrigação sanguínea e 62 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 Unidade II o fornecimento deoxigênio a uma parte do cérebro, enquanto no AVC hemorrágico, ocorre o rompimento de um vaso sanguíneo do cérebro. O quadro clínico do AVC depende da extensão da lesão e da área do cérebro afetada e suas sequelas levam a algum grau de dependência para desempenho de atividades básicas do dia a dia. Entre os prejuízos, a disfagia é a mais frequente, levando o paciente à perda da funcionalidade e independência para alimentar-se, podendo necessitar de auxílio para dieta via oral ou enteral. A alimentação do paciente pós-AVC deve considerar uma dieta com consistência adaptada ao grau de disfagia, calorias para manutenção de peso, utilizando 50 a 55% de carboidratos, 0,8 a 1,5 g de proteínas/kg por dia e 25 a 35% de lipídios. Observação A deglutição é um processo complexo, que envolve estruturas da cavidade oral, faringe e esôfago. Elas sofrem controle neural que permite a condução do conteúdo oral até o estômago, sendo que qualquer dificuldade na deglutição se denomina disfagia. 6.6 Câncer e HIV Câncer pode ser definido como conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar- se (metástase) para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, essas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. É considerada a segunda causa de morte por doença na maioria dos países e seu curso é concomitante com a desnutrição em 30 a 50% dos pacientes, sendo denominada caquexia. A caquexia tem como manifestações clínicas anorexia, perda tecidual, atrofia da musculatura energética, miopatia, perda rápida de tecido gorduroso, atrofia de órgãos viscerais e anergia. O estado nutricional dos pacientes oncológicos é alterado por diversos fatores como agressividade e localização do tumor, órgãos envolvidos, condições clínicas, imunológicas e nutricionais, diagnóstico tardio e magnitude da terapêutica utilizada no tratamento. O diagnóstico da caquexia é realizado pela avaliação nutricional, na qual verifica-se se houve emagrecimento involuntário de > 5% do peso em 6 meses associado à perda de peso muscular e em obesos, se ocorreu perda igual ou superior a 10% do peso já é indicativo de depleção grave. Os objetivos do tratamento dietoterápico em pacientes oncológicos em tratamento são: • prevenir a perda de peso; • alcançar e manter o peso normal; 63 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM • repor as perdas nutricionais devido aos efeitos colaterais do tratamento; • fornecer energia, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais adequados; • prover habilidade para combater infecções. A terapia nutricional em pacientes em pré ou pós-cirúrgico, quimio ou radioterapia, deve considerar uma dieta hipocalórica em pacientes adultos em realimentação ou obesos, normocalórica na manutenção do peso e hipercalórica para ganho de peso ou na repleção. Em relação às proteínas, ela deve ser oferecida em quantidade normal em pacientes não complicados, hiperproteica no estresse moderado e muito hiperproteica em estresse grave e repleção proteica. É importante lembrar que a via de alimentação preferencial é a oral, porém em alguns casos, o nutricionista com base nos parâmetros definidos pelo Inca (Brasil, 2011) poderá selecionar outra que julgar adequada: • suplementação via oral: ingestão alimentar < 75% das recomendações em até 5 dias, sem expectativa de melhora da ingestão; • terapia de nutrição enteral: impossibilidade de utilização da via oral, TGI total ou parcialmente funcionante, ingestão alimentar < 60% das recomendações em até 5 dias consecutivos, sem expectativa de melhora da ingestão; • terapia de nutrição parenteral: impossibilidade total ou parcial do uso do TGI. Lembrete O profissional enfermeiro tem atuação importante na detecção precoce do câncer no âmbito da atenção primária. O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) causa uma infecção no paciente, podendo levar à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), sendo ela caracterizada por progressiva destruição do sistema imune, o vírus habita os linfócitos T. Os primeiros registros da doença apareceram entre 1977 e 1978, na África, Haiti e Estados Unidos, entretanto, a denominação oficial da estranha enfermidade que causava a falência imunológica do organismo aconteceu somente em 1982, enquanto que a descoberta do vírus, propriamente dita, se deu em 1984. No surgimento da SIDA na década de 1980, a desnutrição era uma característica comum, associando a perda de peso involuntária ao enfraquecimento, febre e diarreia, contudo, atualmente com o uso da terapia antirretroviral, observa- se uma redução na incidência de infecções oportunistas e aumento de efeitos colaterais como obesidade, dislipidemia e lipodistrofia. Os pacientes com HIV/SIDA apresentam baixa ingestão calórico-proteica devido à disfagia, náuseas, vômitos e diarreia, alterações metabólicas com aumento do gasto energético, alterações 64 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 Unidade II proteicas e lipídicas, infecções oportunistas, alterações neurológicas, fatores psicológicos, interação droga-nutriente e deficiência de vitaminas (A, C, B12, B6) e minerais (zinco e selênio). A avaliação e intervenção nutricional precoce deve ser realizada com objetivo nutricional de: • evitar ou reverter a desnutrição, fornecendo níveis adequados de macro e micronutrientes; • minimizar sintomas de má-absorção e efeitos da terapia antirretroviral; • manter a composição corporal, preservando a massa celular corpórea; • promover melhora na qualidade de vida. A terapia nutricional precisa ser prescrita de acordo com a presença ou não de sintomas relacionados, sendo que em pacientes HIV/SIDA assintomáticos deve-se manter uma dieta normoproteica e normocalórica e nos sintomáticos utilizar dieta hiperproteica e hipercalórica. 7 NUTRIÇÃO ENTERAL A terapia nutricional enteral deve ser indicada quando houver risco de desnutrição, na ingestão oral insuficiente para suprir dois terços a três quartos das necessidades diárias nutricionais, trato digestivo total ou parcialmente funcionante. Segundo a Resolução RDC nº 63/2000 da Anvisa: a nutrição enteral é definida como um “alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada […] para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas” (parágrafo 3.4) sendo que “o enfermeiro é responsável pela administração da NE e prescrição dos cuidados de enfermagem em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar” (parágrafo 5.6.1). Essa mesma resolução determina que é responsabilidade do enfermeiro estabelecer o acesso enteral por via oro/nasogástrica ou transpilórica. Tal procedimento pode ter complicações graves como inserção inadvertida na árvore traqueobrônquica e pneumotórax. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) na Resolução nº 277/2003, determina que o enfermeiro deve: “assumir o acesso ao trato gastrointestinal (sonda com fio guia introdutor e transpilórica) assegurando o posicionamento adequado por avaliação radiológica”. A sonda pode ser localizada no estômago, onde podem ser administrados nutrientes intactos, fórmulas hiperosmolares, apresenta progressão mais rápida para via oral, é possível administrar grandes volumes em certo tempo, fácil posicionamento, maior risco de aspiração. Enquanto na localização duodenal/ jejunal há menor risco de aspiração, maior dificuldade de saída acidental dasonda, necessidade de dietas iso ou hipo-osmolares, maior risco de distensão abdominal e diarreia. 65 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM A conservação da nutrição enteral (NE) após recebimento na enfermaria é responsabilidade do enfermeiro. A validade da NE, após a manipulação pelo serviço de nutrição e dietética, é de 24 horas, se adequadamente conservada em geladeira (4 a 8 ºC), em temperatura ambiente, é de quatro horas, incluindo o tempo de administração. Portanto, se a NE não for utilizada assim que chegar à enfermaria, ela deve ser armazenada na geladeira de medicamentos/nutrição enteral, não podendo permanecer em temperatura ambiente no posto de enfermagem. A NE em sistema fechado pode ser armazenada em temperatura ambiente. A data de validade é indicada pelo fabricante, no rótulo. Após abertura do frasco, o prazo de validade é de 24 a 48 horas (seguir a recomendação do fabricante). Identificar o frasco ou pack com o nome do paciente, data e horário de abertura e velocidade de infusão. O frasco de NE, em sistema aberto ou fechado, é inviolável até o final de sua administração. Qualquer manipulação da fórmula deve ser realizada na área de preparo de nutrição enteral. A dieta enteral pode ser administrada por 3 diferentes métodos: • sistema fechado: consiste em administração de um litro de dieta enteral industrializada, por 24 horas via bomba de infusão contínua, em que ocorre a adequação do volume em ml/h para atingir as necessidades nutricionais; • sistema aberto ou gravitacional: é a administração do volume total da nutrição enteral, fracionada em 5-6 horários/dia, 3/3 horas, administrado em frascos descartáveis de dieta enteral, permanecendo em suporte acima da cabeça do paciente com gotejamento gravitacional controlado pela roldana do equipo de dieta enteral; • sistema em bolos: inclui administração do volume total da nutrição enteral, fracionada em 5-6 horários/dia, administrado em seringas de alto calibre sem agulhas diretamente na entrada da SNE do paciente, não necessitando de equipo para administração. “O enfermeiro deve assegurar que todas as ocorrências e dados referentes ao paciente e à TNE sejam registrados de forma correta, garantindo a disponibilidade de informações necessárias à avaliação do paciente e eficácia do tratamento” (Resolução RDC nº 63/2000). A monitorização da NE inclui: • controle semanal do peso do paciente; a altura deve ser verificada no momento da admissão, sempre que possível; • sinais vitais, conforme rotina; • controle do volume de NE administrado em 24 horas; • diurese (volume e aspecto); • balanço hídrico; • controle do débito de ostomias e fístulas digestivas; 66 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 Unidade II • exame físico com especial atenção à hidratação e à propedêutica abdominal: distensão, RHA, dor etc.; pesquisar queixas de sede, fome e anorexia, que podem indicar oferta calórica e hídrica inadequada; • frequência das evacuações. A cada evacuação, observar e anotar, na folha de controles: – consistência (fezes formadas = F, semipastosas = SP, pastosas = P, semilíquidas = SL ou líquidas = L) – quantidade (por exemplo: +/++++). • detecção de distúrbios gastrointestinais e complicações; • exames laboratoriais conforme solicitação médica: glicemia, proteínas séricas, eletrólitos, exames de função hepática, ureia e creatinina etc.; • aceitação da alimentação oral quando associada à NE. Importante, estimular a ingestão oral sempre que possível, registrando com precisão a aceitação do cliente. Com o aumento da ingestão oral, a NE por sonda poderá ser gradativamente diminuída, de acordo com a prescrição médica ou dietética. A aceitação adequada da alimentação oral deverá ser demonstrada antes de se suspender a NE e se retirar a sonda. 8 NUTRIÇÃO PARENTERAL A nutrição parenteral é uma “solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril, epirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas” (Portaria nº 272/98, parágrafo 3.4). “O enfermeiro é responsável pela administração da NP e prescrição dos cuidados de enfermagem em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar” (Portaria nº 272/98, parágrafo 5.6.1). Suas indicações são: • trato digestivo não funcionante, obstruído ou inacessível com previsão que essa condição continuará por pelo menos sete dias; • absorção de nutrientes é incompleta; • incapacidade para tolerar ingestão enteral; • quando as condições anteriores estão associadas ao estado de desnutrição não corrigíveis por NE. A seleção dos pacientes que podem ser beneficiados pela NP depende da avaliação nutricional detalhada realizada pelo nutricionista, em que será englobado seu estado nutricional, condição clínica e prognósticos globais. Os benefícios da NP devem ser maiores que os riscos, assim ela deve ser considerada entre o 1º e 3º dias, quando o paciente está desnutrido ou em estado intensamente catabólico, e entre o 7º e 14º dias, quando o indivíduo está bem nutrido. 67 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM A glicose, os lipídeos e os aminoácidos intravenosos fornecem um conjunto ideal para a proliferação de infecções bacterianas e/ou fúngicas, além dos riscos relacionados à infecção no cateter e suas complicações. Os distúrbios dos macronutrientes, dos eletrólitos, além dos minerais e líquidos são um fator de risco, assim como a hiperglicemia, esteatose hepática e redução da função renal. Podem ser utilizados acesso venoso central ou periférico. O central possibilita infusão de solução nutricional e fármacos hipertônicos e hiperosmolares em uma veia central calibrosa por um cateter venoso central (subclávia, cefálica, jugular, femoral e basílica), indicada por mais de 10 a 14 dias e/ou NP por veia periférica, seja inadequada ou clinicamente inexequível. A nutrição parenteral periférica é indicada para terapia de curta duração (até 14 dias) e para aquelas que utilizam soluções com osmolaridade < 900 mOsm/l para evitar tromboflebite, porém requer volume maior para atingir a necessidade nutricional. Saiba mais Para saber mais sobre a nutrição parenteral em recém-nascidos, consulte: MASCARENHAS, M. B. J et al. Soluções de nutrição parenteral neonatal em um hospital de ensino brasileiro: da indicação à administração. Rev. Bras. Farm. Hosp. Serv. Saúde. São Paulo v. 6 n. 2, p. 18-23, abr./ jun., 2015. Disponível em: <http://www.sbrafh.org.br/rbfhss/public/ artigos/2015060204000739BR.pdf>. Acesso em: 11 dez. 2016. Resumo No presente livro-texto, discorremos sobre os tipos de dietas hospitalares prescritas a pacientes considerando suas modificações em consistência (geral, branda, pastosa, leve, líquida completa e líquida restrita), composição química (hipossódica, laxativa, obstipante e hipocalêmica) e especiais (para diabetes mellitus, hipoproteica e hipossódica, hipercalórica e hiperproteica). Ele também englobou a aplicação da dietoterapia em condições específicas, no cuidado de pacientes com obesidade, desnutrição, alergias e intolerâncias alimentares, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, câncer e HIV. O conteúdo apresentou conceitos e aplicações da nutrição enteral e parenteral, abrangendo detalhes importantes para o profissional da enfermagem. O enfermeiro é responsável pelos cuidados diretos com os pacientes e na ação assistencial, precisando assim desses conceitos para uma atuação global e completa em qualquer nível de atendimento. 68 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 UnidadeII Exercícios Questão 1. (ENADE, 2013) A Síndrome Metabólica (SM), alvo de muitos estudos nos últimos anos, pode ser caracterizada por um grupo de fatores de risco (FR) inter-relacionados, de origem metabólica, que diretamente contribuem para o desenvolvimento de doença cardiovascular e/ou diabetes do tipo 2. São considerados como FR: dislipidemia aterogênica (hipertrigliceridemia, níveis elevados de apolipoproteína B e de LDL-C e níveis baixos de HDL-C), hipertensão arterial, hiperglicemia e estado pró-inflamatório e pró-trombótico. Os critérios clínicos e laboratoriais para o diagnóstico da SM são: 1. Glicemia de jejum: ≥ 100 mg/dL; 2. HDL-C: Homens: < 40 mg/dL; Mulheres: < 50 mg/dL; 3. Triglicerídeos: ≥ 150 mg/dL ou em tratamento para hipertrigliceridemia; 4. Circunferência da cintura ≥ 102 cm para homens ou ≥ 88 cm para mulheres e 5. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS): ≥ 130 x 85 mmHg ou em tratamento medicamentoso para HAS. O número de alterações maior ou igual a três pode configurar o diagnóstico da SM. Considerando os aspectos explicitados referentes à SM, analise as afirmações a seguir. I. Alimentos como gema de ovo, vísceras, queijo tipo cheddar e camarões têm influência insignificante sobre os FR que aumentam a incidência da SM e, por conterem aminoácidos essenciais, importantes para a manutenção da massa magra nos pacientes com SM, podem ser consumidos à vontade. II. Os altos níveis da proteína C reativa (envolvida em eventos cardiovasculares), do fator inibidor da ativação do plasminogênio (PAI-1) e do fibrinogênio caracterizam estado pró-inflamatório e pró- trombótico e estão associados à incidência da SM. III. O excesso de peso corporal influi no desenvolvimento da SM, pois a obesidade contribui para hipertensão arterial, níveis elevados de colesterol total, baixos níveis de HDL-C e hiperglicemia. IV. A resistência à insulina tem papel fundamental na gênese da SM, uma vez que a ausência desse hormônio contribui para a incidência de diabetes insipidus. V. A ingestão elevada de carboidratos (acima de 60% do total de energia) pode contribuir para hipertrigliceridemia, que é um dos FR da SM. É correto apenas o que se afirma em: A) I, III e IV. B) I, II e V. C) I, II e IV. D) II, III e V. E) III, IV e V. Resposta correta: alternativa D. 69 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: os alimentos gordurosos, ricos em colesterol e gordura saturada, como vísceras, queijo tipo cheddar e camarões, devem ser evitados por pacientes com síndrome metabólica. Na I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (2014), é recomendada a restrição do consumo de gema de ovo a duas vezes por semana, tendo em vista baixar o teor de colesterol e o excesso de proteína na alimentação do paciente. II – Afirmativa correta. Justificativa: na obesidade, devido à hipertrofia do tecido adiposo, pode ocorrer desequilíbrio na secreção de adipocinas pró e anti-inflamatórias, incluindo o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), a interleucina-6 (IL-6) e a adiponectina, que promovem um estado de inflamação crônica de baixa intensidade. A inflamação crônica pode levar ao desenvolvimento de doenças metabólicas, como a síndrome metabólica. Outro componente a ser considerado é o estado pró-trombótico do indivíduo, que é caracterizado pelo desequilíbrio entre fatores pró-coagulantes e pró-fibrinolíticos. Clinicamente, o estado pró-trombótico da síndrome metabólica pode ser caracterizado pela elevação do fibrinogênio e do PAI-1 e pela ativação de vias de coagulação (Barreto-Filho, 2004). Os aumentos de concentrações plasmáticas de interleucina-6 (Il-6) e da proteína C reativa (PCR) estão associados ao quadro de pacientes com resistência insulínica, diabetes e doenças cardiovasculares. III – Afirmativa correta. Justificativa: o excesso de peso corporal é um fator de risco para a síndrome metabólica e está associado à maior chance de apresentar hipertensão arterial, hipercolesterolemia, baixos níveis de HDL-C e hiperglicemia. IV – Afirmativa incorreta. Justificativa: a diabetes insipidus é menos conhecida do que outros tipos de diabetes. É caracterizada por distúrbios na síntese, secreção ou ação do ADH (hormônio antidiurético), que pode resultar em síndromes poliúricas com excreção aumentada de urina hipotônica. Difere dos dois tipos mais comuns de diabetes, diabetes mellitus insulinodependente e diabetes mellitus insulinorresistente, pois ambos apresentam comprometimento da regulação da glicemia por ação da insulina (FIGUEIREDO; RABELO, 2009). V – Afirmativa correta. Justificativa: segundo a I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular, a importância dos carboidratos (CH) na gênese da doença cardiovascular também deve ser ressaltada. É amplamente aceito que a ingestão aumentada de CH, especialmente os de rápida absorção, favorece um desequilíbrio entre a oferta de lipídeos e os demais nutrientes, possibilitando o estabelecimento de hipercolesterolemia. 70 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 Unidade II Além disso, o elevado consumo de carboidratos refinados exerce efeito direto no excesso de peso e desenvolvimento da obesidade. Alterações pós-prandiais, como hiperglicemia, hiperinsulinemia e hipertrigliceridemia, também têm se associado a risco cardiovascular aumentado. Nesse sentido, os CH ideais para melhorar o dismetabolismo nutricional pós-prandial incluem aqueles com menor índice glicêmico, menor densidade calórica, maiores teores de fibras e água (I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular). Questão 2. (ENADE 2007) Observa-se que, no paciente oncológico, o metabolismo de carboidratos tem aumento do turnover de glicose e da resistência à insulina. A maioria dos tumores sólidos produz lactato, que é convertido, pelo fígado, em glicose, por meio do processo de Ciclo de Cori (TOSCANO et al., 2008), evidenciado na figura a seguir. Mesmo que a célula cancerosa use preferencialmente a glicose como substrato energético, os seus níveis plasmáticos não tendem a diminuir. Isso ocorre devido ao aumento de gliconeogênese hepática (a partir de aminoácidos musculares e lactato como substratos), processo que leva à degradação tecidual e à perda de massa muscular (SILVA, 2006). Músculo Sangue Fígado Fermentação láctica Glicose Lactato Lactato Lactato Gluconeogênese Glicose Glicose Glicogênio Glicogênio Figura 13 – Ciclo de Cori Resultados de avaliação nutricional em pacientes internados com câncer mostram que grande parte deles se apresenta desnutridos ou em risco nutricional. Acerca da relação entre desnutrição e câncer, analise as afirmativas a seguir. I. Fatores anoréticos do tumor ou hospedeiro, dor, depressão, obstruções gastrointestinais e agressões terapêuticas provocam a diminuição da ingestão alimentar realizada por pacientes oncológicos. PORQUE II. Os pacientes com câncer em estágio avançado costumam apresentar intolerância à glicose, balanço nitrogenado negativo e aumento da lipólise. 71 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM Assinale a opção correta a respeito dessas afirmativas. A) As duas afirmativas são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas afirmativas são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C) Tanto a primeira quanto a segunda afirmativas são proposições falsas. D) A primeira afirmativa é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. E) A primeira afirmativa é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. 72 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 FIGURAS E ILUSTRAÇÕESFigura 2 RECIPE-IMAGE-LEGACY-ID--863451_11.JPG. Disponível em: <http://www.bbcgoodfood.com/sites/ default/files/styles/recipe/public/recipe_images/recipe-image-legacy-id--863451_11.jpg>. Acesso em: 15 dez. 2016. Figura 3 PHILLY-STYLE-CHEESE-DOGS.JPG. Disponível em: <http://www.bbcgoodfood.com/sites/default/files/ styles/recipe/public/recipe_images/philly-style-cheese-dogs.jpg>. Acesso em: 15 dez. 2016. Figura 4 RECIPE-IMAGE-LEGACY-ID--2056_12.JPG. Disponível em: <http://www.bbcgoodfood.com/sites/default/ files/styles/recipe/public/recipe_images/recipe-image-legacy-id--2056_12.jpg>. Acesso em: 15 dez. 2016. Figura 5 RECIPE-IMAGE-LEGACY-ID--44893_12.JPG. Disponível em: <http://www.bbcgoodfood.com/sites/ default/files/styles/recipe/public/recipe_images/recipe-image-legacy-id--44893_12.jpg>. Acesso em: 15 dez. 2016. Figura 6 BANANA-CROP.JPG. Disponível em: <http://www.bbcgoodfood.com/sites/default/files/glossary/banana- crop.jpg>. Acesso em: 15 dez. 2016. Figura 7 RECIPE-IMAGE-LEGACY-ID--1274479_8.JPG. Disponível em: <http://www.bbcgoodfood.com/sites/ default/files/styles/recipe/public/recipe_images/recipe-image-legacy-id--1274479_8.jpg>. Acesso em: 15 dez. 2016. Figura 9 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 10 REA, M. F. et al. Aconselhamento em Alimentação de lactentes e crianças de primeira infância: um curso integrado: Guia do Facilitador. São Paulo: Instituto de Saúde, 2006. p. 353. 73 EN F - Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 2/ 12 /2 01 6 Figura 11 REA, M. F. et al. Aconselhamento em Alimentação de lactentes e crianças de primeira infância: um curso integrado: Guia do Facilitador. São Paulo: Instituto de Saúde, 2006. p. 52. REFERÊNCIAS Textuais ALMEIDA, C. A. N. et al. I Consenso da Associação Brasileira de Nutrologia sobre recomendações de DHA durante gestação, lactação e infância. XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE NUTROLOGIA – Anais do Congresso, nos dias 24, 25 e 26 de setembro de 2014 em São Paulo. International Journal of Nutrology, ano 7, n. 3. Disponível em: <http://abran.org.br/wp/wp-content/uploads/2014/10/2014-Consenso-DHA. pdf>. Acesso em: 24 nov. 2016. AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION. Journal of American Dietetic Association. Elsevier, v. 108, n. 9. set. p. 1538-42, 2008. Disponível em: <http://ac.els-cdn.com/S0002822308013990/1-s2.0-S0002822308013990- main.pdf?_tid=9156706e-c239-11e6-9abf-00000aacb362&acdnat=1481746498_72217cd72d0efedb95af 473f9b390f22>. Acesso em: 14 dez. 2016. BAIÃO, M. R.; DESLANDES, S. F. Alimentação na gestação e puerpério. Revista de Nutrição, Campinas, v. 19, n. 2, mar./abr. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S1415-52732006000200011>. Acesso em: 24 nov. 2016. BOTELHO, R. B. A.; CAMARGO, E. B. Técnica dietética – Pré-preparo e preparo de alimentos. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2012. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Resolução RDC nº 63, de 6 de julho de 2000. Regulamento técnico para terapia de nutrição enteral. 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