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Manual de Normas e Rotinas de Aleitamento Materno

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Manual de Normas 
e Rotinas de 
Aleitamento 
Materno 
 
 
 
 
Superintendente do HU-UFGD 
 
 
 
José Flávio Sette de Souza 
Gerência de Atenção à Saúde 
 
 
 
ELABORAÇÃO 
Amanda Jorge de Souza Stefanello 
Ângela Amanda Nunes Rios 
Rita de Cassia Dorácio Mendes 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO 
Comissão de Incentivo e Apoio ao Aleitamento Materno do HU-UFGD - CIAAM 
Amanda Jorge de Souza Stefanello 
Alexandre Rodrigues Mendonça 
Angela Amanda Nunes Rios 
Daniela Bender Morandi 
Daniele Romero Ceccato Schroder 
Larissa Gomes da Costa Franco 
Neiva Ney Gomes Barreto 
Renata Vidigal Guimarães 
Renata Abreu Moreira Coimbra 
Rita de Cássia Dorácio Mendes 
Rosalina Dantas da Silva 
Sidney Antonio Lagrosa Garcia 
Vanessa Pereira Fonseca 
Tatiane Felizari Greghi Nasser 
Terezinha Inês Bonfim 
 
 
 
COLABORADORES 
Adauto Tsutomu Ikejiri 
Renata Silva Roerver Borges 
Roselaine Terezinha Migotto Watanabe 
Colegiado da Maternidade do HU-UFGD 
 
 
 
REVISÃO TEXTUAL E FORMATAÇÃO 
Alexandre Rodrigues Mendonça 
Amanda Jorge de Souza Stefanello 
Rita de Cássia Dorácio Mendes 
Rosalina Dantas da Silva 
 
 
 
 
Material produzido pela Comissão de Incentivo e Apoio ao Aleitamento Materno (CIAAM) 
do HU-UFGD/EBSERH e colaboradores. 
 
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados 
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares 
Rua Ivo Alves da Rocha, 558, Bairro Altos do Indaiá 
CEP: 79823-501 | Dourados-MS | 
Telefone: (67) 3410-3000 | Site: www.hu.ufgd.edu.br
 
 
Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados. Filial da Empresa Brasileira de 
Serviços Hospitalares – Ministério da Educação 
 
Manual de Normas e Rotinas de Aleitamento Materno do HU-UFGD/EBSERH, 2017. 102 páginas. 
Aprovado pela portaria 22 em 22 de fevereiro de 2019, publicado no Boletim de Serviço nº 178, de 25 de 
fevereiro de 2019, anexo à Portaria nº 22. 
 
Palavras-chave: 1 – Aleitamento Materno. 2 – Condutas em Saúde. 3 – Benefícios da Amamentação 
 
Disponível em: http://www.ebserh.gov.br/web/hu-ufgd/superintendencia/ccne/comissoes/comissao-de-
incentivo-e-apoio-ao-aleitamento-materno-ciaam 
 
 
 
 
 
4 
 
 
SUMÁRIO 
 
 POLÍTICAS NORTEADORAS DE ALEITAMENTO MATERNO ................................. 9 
 Os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno ............................................. 9 
1.2 A Iniciativa Hospital Amigo da Criança - IHAC ...................................................... 10 
1.3 Normas de Atenção Integral e Humanizada ao Recém-Nascido no Sistema Único de 
Saúde 11 
1.4 Normas para a Organização da Atenção Integral e Humanizada à Mulher e ao 
Recém-Nascido no Alojamento Conjunto ............................................................................ 12 
1.5 Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de 1ª 
Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL). ............................................................ 15 
 LACTAÇÃO ..................................................................................................................... 17 
 Fisiologia da Lactação ............................................................................................... 17 
2.2 Composição do Leite Materno ................................................................................... 20 
 PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO DURANTE A GESTAÇÃO ............. 22 
 Preparo da Mama Durante a Gestação ....................................................................... 23 
 ACONSELHAMENTO EM ALEITAMENTO MATERNO ........................................... 24 
4.1 Como Ouvir e Aprender ............................................................................................ 24 
4.2 Como Desenvolver Confiança e Dar Apoio .............................................................. 25 
 TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO ................................................................................ 27 
5.1 Posicionamento e pega adequados ............................................................................. 27 
5.1.1 Posicionamento da mãe e do bebê ...................................................................... 27 
5.2 Pega Adequada .......................................................................................................... 29 
5.3 Como Colocar o Bebê para Mamar ........................................................................... 29 
5.4 Avaliação da Sucção Não Nutritiva ........................................................................... 30 
5.5 Observação e Avaliação da Amamentação ................................................................ 32 
 AMAMENTAÇÃO E O USO DE MEDICAMENTOS E DROGAS DE VÍCIO E 
ABUSO ..................................................................................................................................... 34 
6.1 Medicações Maternas que Interferem na Amamentação: .......................................... 34 
6.2 Amamentação e o Uso de Drogas de Vício e Abuso: ................................................ 35 
6.3 Inibidores da Lactação ............................................................................................... 35 
6.4 Uso de Galactagogos na Amamentação ..................................................................... 36 
 PROTOCOLO DE SUPLEMENTAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DO ALEITAMENTO 
MATERNO .............................................................................................................................. 39 
7.1 Razões Aceitáveis para Uso de Substitutos do Leite Materno .................................. 39 
7.2 Condições Maternas que Justificam a Interrupção Temporária ou Permanente da 
Amamentação ....................................................................................................................... 40 
5 
 
 
7.3 Condições especiais do RN ........................................................................................ 41 
7.4 Hipoglicemia Neonatal .............................................................................................. 42 
7.4.1 Causas de hipoglicemia neonatal – evento transitório........................................ 44 
7.4.2 Causas de hipoglicemia neonatal – evento persistente ou recorrente (mais de 5 
a7 dias). 45 
7.4.3 Diagnóstico da hipoglicemia neonatal ................................................................ 45 
7.4.4 Prevenção da hipoglicemia neonatal .................................................................. 46 
7.4.5 Tratamento da hipoglicemia neonatal................................................................. 47 
 ORDENHA E ADMINISTRAÇÃO DE LEITE ............................................................... 49 
8.1 Ordenha do Leite Materno ......................................................................................... 49 
8.2 Ordenha de Alívio ...................................................................................................... 49 
8.3 Ordenha para Manutenção da Lactação ..................................................................... 49 
8.4 Como Realizar a Ordenha Manual ............................................................................. 50 
8.5 Conservação e preparo do leite ordenhado ................................................................ 51 
8.6 Como Oferecer o Leite no Copo ou Xícara ............................................................... 528.7 Relactação .................................................................................................................. 52 
 CONDUTAS NAS COMPLICAÇÕES DA MAMA PUERPERAL ................................ 54 
9.1 Traumas Mamilares ................................................................................................... 54 
9.2 Ingurgitamento Mamário Patológico ......................................................................... 54 
9.3 Mastite ....................................................................................................................... 55 
9.4 Abcesso Mamário ...................................................................................................... 57 
9.5 Candidíase (Monilíase) .............................................................................................. 57 
9.6 Bloqueio de Ductos Lactíferos .................................................................................. 58 
9.7 Galactocele ................................................................................................................. 59 
9.8 Reflexo Anormal de Ejeção do Leite ......................................................................... 59 
9.9 Hiperlactação ............................................................................................................. 60 
9.10 Baixa Produção de Leite ou Hipogalactia .................................................................. 61 
9.11 A Queixa de “Leite Fraco” ou “Pouco Leite” ............................................................ 62 
 CONDIÇÕES ESPECIAIS EM ALEITAMENTO MATERNO .................................. 63 
10.1 Bebês que Necessitam de Cuidados Especiais........................................................... 63 
10.1.1 Bebê que não suga ou tem sucção débil ............................................................. 63 
10.1.2 Gemelaridade ...................................................................................................... 64 
10.1.3 Bebês com malformações orofaciais .................................................................. 65 
10.1.4 Bebês com anquiloglossia (frênulo lingual curto) .............................................. 66 
10.2 Picos de Crescimento e Desenvolvimento ................................................................. 66 
6 
 
 
10.3 Mães que se Recusam a Amamentar ......................................................................... 67 
 PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO NO HU-UFGD/EBSERH ............. 68 
11.1 Contato Pele-a-Pele entre Mãe e Recém-Nascido na Sala de Parto .......................... 69 
11.2 Aproveitamento do Primeiro Período de Reatividade do RN para Incentivar o AM 
em Sala de Parto (Hora de Ouro para Amamentação) .......................................................... 70 
11.3 Controle Térmico do RN em Sala de Parto e o Apoio a Amamentação .................... 71 
11.4 Pico de Ocitocina e Aleitamento Materno ................................................................. 72 
11.5 Disponibilidade para Aleitamento Materno – DAME ............................................... 73 
11.5.1 Promoção do AM no Pronto Atendimento Ginecológico e Obstétrico – 
PAGO/HU-UFGD ............................................................................................................. 73 
11.5.2 Promoção do AM no Centro Obstétrico –CO/HU-UFGD ................................. 75 
11.6 Fluxo de Assistência ao Aleitamento Materno no Pós-Parto, na Ausência de 
Contraindicações ou Situações que Impeçam o Fluxo Proposto, como Fatores Maternos, 
Fetais e do RN ....................................................................................................................... 75 
11.7 Promoção do AM no Alojamento Conjunto .............................................................. 77 
11.8 Fluxo na Assistência ao Puerpério no Alojamento Conjunto, na Ausência de 
Contraindicações ou Situações que Impeçam o Fluxo Proposto, como Fatores Maternos e 
do RN 79 
11.9 Ambulatório de Aleitamento Materno ....................................................................... 80 
 ROTINAS DO BANCO DE LEITE HUMANO DO HU-UFGD ................................. 80 
12.1 Fluxo de Doação de Leite Humano ........................................................................... 81 
12.1.1 Captação de doadoras ......................................................................................... 81 
12.1.2 Cadastro das doadoras ........................................................................................ 82 
12.1.3 Seleção de doadoras............................................................................................ 82 
12.1.4 Acompanhamento das doadoras ......................................................................... 82 
12.2 Fluxo de Encaminhamento de Puérperas do Alojamento Conjunto ao BLH ............ 84 
 ALIMENTAÇÃO DA MÃE QUE AMAMENTA ....................................................... 85 
 INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO NO BRASIL
 86 
14.1 Licença Maternidade .................................................................................................. 86 
14.2 Licença Paternidade ................................................................................................... 86 
14.3 Direito à Creche ......................................................................................................... 87 
14.4 Pausas para amamentar .............................................................................................. 87 
14.5 Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de 
Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras – NBCAL ............................................. 87 
 DÚVIDAS FREQUENTES ........................................................................................... 89 
15.1 Quais os Benefícios do Aleitamento Materno (AM)? ............................................... 89 
7 
 
 
15.2 Quantas Vezes por Dia o Bebê Deve Ser Amamentado? .......................................... 89 
15.3 Qual o Tempo e Intervalo de Cada Mamada? ........................................................... 90 
15.4 O que pode Interferir no Processo de Lactação? ....................................................... 90 
15.5 Como Proceder em Casos de Demora na Descida do Leite? ..................................... 91 
15.6 A Amamentação é Possível em Mamilos Planos ou Invertidos? ............................... 91 
15.7 Como diferenciar ingurgitamento mamário de mamas turgidas/apojadura ? ............ 91 
15.8 Qual a Quantidade de Leite que Produz uma Nutriz? ............................................... 92 
15.9 Como Saber se Há Insuficiência de Leite Materno para o Bebê?.............................. 92 
15.10 Quais Fatores podem Inibir a Produção do Leite Materno?................................... 93 
15.11 Qual o Preparo da Mama Durante a Gravidez? ...................................................... 94 
15.12 Como o (a) Acompanhante da Mulher que Amamenta pode Oferecer Apoio? ..... 94 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
PREFÁCIO 
O incentivo ao Aleitamento Materno é um grande desafio em saúde pública, 
considerando-se o alto índice de desmame precoce e o grande número de óbitos infantis por 
causas evitáveis. Esses problemas podem ser minimizados por meio de ações sistematizadas de 
incentivo ao aleitamento materno. 
A Comissão de Incentivo e Apoio ao Aleitamento Materno – CIAAM, instituída pela 
Portaria n. 224, de 31 de outubro de 2016, da Superintendência do HU-UFGD tem por 
finalidade a definição e execução de ações sistematizadas de incentivo ao Aleitamento Maternodurante a internação, incluindo: orientação individual e em grupos pela equipe multiprofissional 
no pré e pós-parto; acompanhamento de mães que apresentam maior risco de desmame e na 
captação precoce de potenciais doadoras de leite materno para o Banco de Leite. 
Compete à CIAAM: 
 Planejar, implantar, monitorar e avaliar os dez passos para o sucesso do 
Aleitamento Materno, conforme Art. 7º da Portaria n. 1153 do Ministério da Saúde, de 22 de 
maio de 2014; 
 Prestar assistência para a promoção e apoio ao Aleitamento Materno na linha 
materno-infantil; 
 Implantar o Ambulatório de Aleitamento Materno para pacientes com risco de 
desmame pós-alta hospitalar; 
 Elaborar e/ou disponibilizar materiais educativos sobre a importância do 
Aleitamento Materno; 
 Promover atividades educativas aos colaboradores, acadêmicos, voluntários e 
comunidade sobre o Aleitamento Materno; 
 Apoiar ações que venham ao encontro de assuntos relacionados à gestação, 
parto, puerpério e cuidados aos recém-nascidos. 
Este manual de normas e rotinas foi elaborado pela CIAAM com o objetivo de: 
 Subsidiar a capacitação da comunidade interna do HU-UFGD referente ao 
Aleitamento Materno; 
 Orientar os profissionais de saúde no manejo clínico do Aleitamento Materno na 
linha de cuidados materno infantil; 
 Promover a integração da equipe hospitalar com a equipe da Atenção Básica 
para promoção do Aleitamento Materno em linha de cuidado. 
9 
 
 
 POLÍTICAS NORTEADORAS DE ALEITAMENTO MATERNO 
 
 Os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno 
 
Para favorecer a assistência humanizada ao binômio mãe-bebê, a Organização Mundial 
de Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) formalizou, desde a 
década de 90, os dez passos para o sucesso do Aleitamento Materno: 
 
a) Ter uma política de Aleitamento Materno escrita que seja 
rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde; 
b) Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas práticas necessárias 
para implementar essa política; 
c) Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do 
Aleitamento Materno; 
d) Ajudar as mães a iniciar o Aleitamento Materno na primeira hora após 
o nascimento; conforme nova interpretação1, e colocar os bebês em 
contato pele a pele com suas mães, imediatamente após o parto, por 
pelo menos uma hora e orientar a mãe a identificar se o bebê demonstra 
sinais que está querendo ser amamentado, oferecendo ajuda, se 
necessário; 
e) Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se 
forem separadas dos filhos; 
f) Não oferecer aos recém-nascidos (RN) bebida ou alimento que não seja 
o leite materno, a não ser que haja indicação médica; 
g) Praticar o alojamento conjunto, ou seja, permitir que mães e RN 
permaneçam juntos 24 horas por dia; 
h) Incentivar o Aleitamento Materno sob livre demanda; 
i) Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a RN e lactentes e 
j) Promover a formação de grupos de apoio à amamentação e encaminhar 
as mães a esses grupos quando da alta da maternidade; conforme nova 
interpretação, encaminhar as mães a grupos ou outros serviços de apoio 
 
1 Os dez passos foram redefinidos na Portaria do Ministério da Saúde n. 1.153 de 22 de maio de 2014. 
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt1153_22_05_2014.html . Acesso em 
13/04/2017. 
10 
 
 
à amamentação, após a alta, e estimular a formação desses grupos ou 
serviços e colaboração com eles. 
 
1.2 A Iniciativa Hospital Amigo da Criança - IHAC 
 
A Iniciativa Hospital Amigo da Criança – IHAC – foi idealizada em 1990 pela OMS e 
UNICEF para promover, proteger e apoiar o Aleitamento Materno. O objetivo é mobilizar os 
colaboradores dos estabelecimentos de saúde para que adotem condutas e rotinas que 
minimizem os elevados índices de desmame precoce. Para isso, foram estabelecidos os Dez 
Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno, citados anteriormente. 
Nos últimos 20 anos a iniciativa tem crescido, contando atualmente com mais de 20 mil 
hospitais credenciados em 156 países do mundo, incluindo o Brasil. Hoje o país conta com mais 
de 300 Hospitais Amigos da Criança, presentes em todas as unidades da Federação. 
A habilitação dos hospitais ao IHAC é realizada após estabelecimento dos seguintes 
critérios citados na Portaria n. 1.153, de 22 de maio de 2014: 
I. Cumprir os “Dez passos para o sucesso do aleitamento materno”; 
II. Cumprir a Lei n. 11.265, de 3 de janeiro de 2006, e a Norma Brasileira de 
Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças na Primeira Infância 
(NBCAL); 
III. Garantir permanência da mãe ou do pai junto ao recém-nascido 24 (vinte 
e quatro) horas por dia e livre acesso a ambos ou, na falta destes, ao 
responsável legal, devendo o estabelecimento de saúde ter normas e rotinas 
escritas a respeito, que sejam rotineiramente transmitidas a toda equipe de 
cuidados de saúde; 
IV. Cumprir o critério global de “Cuidado Amigo da Mulher”, conforme 
Portaria n. 1.153, de 22 de maio de 2014 que define as seguintes práticas: 
a) garantir à mulher, durante o trabalho de parto, o parto e o pós-parto, um 
acompanhante de sua livre escolha, que lhe ofereça apoio físico e/ou 
emocional; 
b) ofertar à mulher, durante o trabalho de parto, líquidos e alimentos leves; 
c) incentivar a mulher a andar e a se movimentar durante o trabalho de parto, 
se desejar, e a adotar posições de sua escolha durante o parto, a não ser que 
existam restrições médicas e isso seja explicado à mulher, adaptando as 
condições para tal; 
d) garantir à mulher, ambiente tranquilo e acolhedor, com privacidade e 
iluminação suave; 
e) disponibilizar métodos não farmacológicos de alívio da dor, tais como 
banheira ou chuveiro, massageadores ou massagens, bola de pilates, bola de 
trabalho de parto, compressas quentes e frias, técnicas que devem ser 
informadas à mulher durante o pré-natal; 
f) assegurar cuidados que reduzam procedimentos invasivos, tais como 
rupturas de membranas, episiotomias, aceleração ou indução do parto, partos 
11 
 
 
instrumentais ou cesarianas, a menos que sejam necessários em virtude de 
complicações, sendo tal fato devidamente explicado à mulher; e 
g) caso seja da rotina do estabelecimento de saúde, autorizar a presença de 
doula comunitária ou voluntária em apoio à mulher de forma contínua, se for 
da sua vontade. 
(BRASIL, Portaria n. 1153, de 22 de maio de 2014. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt1153_22_05_2014.ht
ml) 
Os critérios gerais e de habilitação, avaliação, monitoramento, reavaliação e 
incrementos financeiros aos valores de procedimentos realizados nos estabelecimentos de saúde 
habilitados na IHAC são definidos na Portaria n. 1.153, de 22 de maio de 2014. Consta ainda 
nesse instrumento legal que os Hospitais Amigos da Criança devem adotar ações educativas 
articuladas com a Atenção Básica, de modo a informar à mulher sobre a assistência que lhe é 
devida, do pré-natal ao puerpério, visando ao estímulo das "Boas Práticas de Atenção ao Parto 
e ao Nascimento”, na forma da Recomendação da OMS no Atendimento ao Parto Normal, e a 
vinculação da gestante, no último trimestre de gestação, ao estabelecimento hospitalar em que 
será realizado o parto. 
 
1.3 Normas de Atenção Integral e Humanizada ao Recém-Nascido no 
Sistema Único de Saúde 
 
A Portaria n. 371, de 7 de maio de 2014, do MS institui diretrizes para a organização da 
atenção integral e humanizada ao RN no Sistema Único de Saúde (SUS). Dentre outras, seguem 
as seguintes considerações, que se fazem necessárias paraconcretização do passo 4 (dos 10 
passos para o sucesso do Aleitamento Materno) das diretrizes do IHAC: 
Art. 1º Ficam instituídas diretrizes para a organização da atenção integral e 
humanizada ao recém-nascido (RN) no momento do nascimento em 
estabelecimentos de saúde que realizam partos. 
Parágrafo único. O atendimento ao recém-nascido consiste na assistência por 
profissional capacitado, médico (preferencialmente pediatra ou 
neonatologista) ou profissional de enfermagem (preferencialmente enfermeiro 
obstetra ou neonatologista), desde o período imediatamente anterior ao parto, 
até que o RN seja encaminhado ao Alojamento Conjunto com sua mãe, ou à 
Unidade Neonatal (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Unidade de 
Cuidado Intermediário Neonatal Convencional ou da Unidade de Cuidado 
Intermediário Neonatal Canguru), ou ainda, no caso de nascimento em quarto 
de pré-parto, parto e puerpério (PPP) seja mantido junto à sua mãe, sob 
supervisão da própria equipe profissional responsável pelo PPP. 
Art. 2º Para prestar este atendimento o profissional médico ou de enfermagem 
deverá exercitar as boas práticas de atenção humanizada ao recém-nascido 
apresentadas nesta Portaria e respaldadas pela OMS e MS e ser capacitado em 
reanimação neonatal. 
12 
 
 
Art. 3º Considera-se como capacitado em reanimação neonatal o médico ou 
profissional de enfermagem, que tenha realizado treinamento teórico-prático, 
conforme orientação ser publicada, por expediente específico, pela 
Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno (CGSCAM) 
do Ministério da Saúde. 
Art. 4º Para o RN a termo com ritmo respiratório normal, tônus normal e sem 
líquido meconial, recomenda-se: 
I - assegurar o contato pele a pele imediato e contínuo, colocando o RN sobre 
o abdômen ou tórax da mãe de acordo com sua vontade, de bruços e cobri-lo 
com uma coberta seca e aquecida, Verificar a temperatura do ambiente que 
deverá está em torno de 26 graus para evitar a perda de calor; 
II - proceder ao clampeamento do cordão umbilical, após cessadas suas 
pulsações (aproximadamente de 1 a 3 minutos), exceto em casos de mães 
isoimunizadas ou HIV HTLV positivas, nesses casos o clampeamento deve 
ser imediato; 
III - estimular o aleitamento materno na primeira hora de vida, exceto em 
casos de mães HIV ou HTLV positivas; 
IV - postergar os procedimentos de rotina do recém-nascido nessa primeira 
hora de vida. Entende-se como procedimentos de rotina: exame físico, 
pesagem e outras medidas antropométricas, profilaxia da oftalmia neonatal e 
vacinação, entre outros procedimentos; 
Art. 5º Para o RN pré-termo ou qualquer RN com respiração ausente ou 
irregular, tônus diminuído e/ou com líquido meconial seguir o fluxograma do 
Programa de Reanimação da Sociedade Brasileira de Pediatria. 
Art. 6º O estabelecimento de saúde que mantenha profissional de enfermagem 
habilitado em reanimação neonatal na sala de parto, deverá possuir em sua 
equipe, durante as 24 (vinte e quatro) horas, ao menos 1 (um) médico que 
tenha realizado treinamento teórico-prático conforme previsto no artigo 3º 
desta Portaria [...] 
(BRASIL, Portaria n. 371, de 7 de maio de 2014. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2014/prt0371_07_05_2014.htm
l) 
 
1.4 Normas para a Organização da Atenção Integral e Humanizada à 
Mulher e ao Recém-Nascido no Alojamento Conjunto 
 
Em consonância a Portaria n. 2068, de 16 de outubro de 2016, que institui diretrizes 
para a organização da atenção integral e humanizada à mulher e ao recém-nascido no 
Alojamento Conjunto, aplica-se a este protocolo as seguintes considerações: 
[...] 
Art. 2º - O Alojamento Conjunto é o local em que a mulher e o recém-nascido 
sadio, logo após o nascimento, permanecem juntos, em tempo integral, até a 
alta. 
Parágrafo único - O Alojamento Conjunto possibilita a atenção integral à 
saúde da mulher e do recém-nascido, por parte do serviço de saúde. 
Art. 3º - A manutenção da mulher e do recém-nascido em Alojamento 
Conjunto apresenta as seguintes vantagens: 
I - favorece e fortalece o estabelecimento do vínculo afetivo entre pai, mãe e 
filho 
13 
 
 
II - propicia a interação de outros membros da família com o recém-nascido; 
III - favorece o estabelecimento efetivo do aleitamento materno com o apoio, 
promoção e proteção, de acordo com as necessidades da mulher e do recém-
nascido, respeitando as características individuais; 
IV - propicia aos pais e acompanhantes a observação e cuidados constantes ao 
recém-nascido, possibilitando a comunicação imediata de qualquer 
anormalidade; 
V - fortalece o autocuidado e os cuidados com o recém-nascido, a partir de 
atividades de educação em saúde desenvolvidas pela equipe multiprofissional; 
VI - diminui o risco de infecção relacionada à assistência em serviços de 
saúde; e 
VII - propicia o contato dos pais e familiares com a equipe multiprofissional 
por ocasião da avaliação da mulher e do recém-nascido, e durante a realização 
de outros cuidados. 
Art. 4º - O Alojamento Conjunto destina-se a: 
I - mulheres clinicamente estáveis e sem contraindicações para a permanência 
junto ao seu bebê; 
II - recém-nascidos clinicamente estáveis, com boa vitalidade, capacidade de 
sucção e controle térmico; peso maior ou igual a 1800 gramas e idade 
gestacional maior ou igual a 34 semanas; 
III - recém-nascidos com acometimentos sem gravidade, como por exemplo: 
icterícia, necessitando de fototerapia, malformações menores, investigação de 
infecções congênitas sem acometimento clínico, com ou sem microcefalia; e 
IV - recém-nascidos em complementação de antibioticoterapia para 
tratamento de sífilis ou sepse neonatal após estabilização clínica na UTI ou 
UCI neonatal. 
§ 1º - Cabe ao serviço de saúde realizar a gestão eficiente de leitos de forma 
que mulheres em outras situações ginecológicas e obstétricas, especialmente 
em situação de perda gestacional, não permaneçam no mesmo quarto ou 
enfermaria com puérperas e recém-nascidos. 
§ 2º - Incumbe ao serviço de saúde evitar que puérperas que não podem 
amamentar por doença de base ou uso de medicamentos, permaneçam junto 
com mulheres que amamentam. 
[...] 
Art. 6º - Cabe à equipe multiprofissional no Alojamento Conjunto: 
I - avaliar as puérperas diariamente, com atenção aos sinais de alerta para 
complicações no período pós-parto, tais como sangramento vaginal 
aumentado, febre, dor exacerbada, edema assimétrico de extremidades, sinais 
inflamatórios de ferida cirúrgica, sinais de sofrimento psíquico e depressão 
pós-parto; 
II - promover e proteger o aleitamento materno sob livre demanda, apoiando 
a puérpera na superação de possíveis dificuldades de acordo com suas 
necessidades específicas e respeitando suas características individuais; 
III - garantir à mulher o direito a acompanhante, de sua livre escolha, durante 
toda a internação e a receber visitas diárias, inclusive de filhos menores; 
IV - estimular e facilitar a presença do pai sem restrição de horário, inclusive 
de genitor sócio-afetivo; 
V - oferecer à mulher orientações relativas à importância de não ofertar ao 
recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida, além do leite materno, 
exceto em situações especiais com prescrição médica ou de nutricionista, 
destacando que, nesses casos, deverá ser oferecido, preferencialmente, leite 
humano pasteurizado de Banco de Leite Humano; 
VI - oferecer à mulher orientações relativas à importância de não usar 
protetores de mamilo e não oferecer bicos artificiais ou chupetas ao recém-
nascido; 
14 
 
 
VII - oferecer à mulher orientações sobre os riscos da amamentação cruzada 
amamentaroutro recém-nascido que não seja o próprio filho, e da proibição 
desta prática no Alojamento Conjunto; 
VIII - apoiar, incentivar e orientar a participação da mãe e do pai nos cuidados 
ao recém-nascido, bem como de outros familiares, de acordo com o desejo dos 
pais da criança; 
IX - orientar e estimular o contato pele a pele, posição canguru, pelo tempo 
que a mãe e o pai considerarem oportuno e prazeroso, especialmente quando 
se tratar de recém-nascido com peso inferior a 2500g; 
X - realizar o exame clínico do recém-nascido em seu próprio berço ou no 
leito materno, preferencialmente na presença da mãe e do pai; 
XI - realizar o banho do recém-nascido na cuba de seu próprio berço ou 
banheira e assegurar a limpeza e a desinfecção entre o uso de acordo com 
padronização da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar das respectivas 
maternidades. Durante o banho, orientar os cuidados necessários para a 
prevenção de hipotermia, incentivando a participação materna e paterna ou de 
outro acompanhante; 
XII - avaliar o peso do recém-nascido de acordo com necessidades 
individuais; 
XIII - adotar técnicas não farmacológicas de prevenção/redução da dor para a 
coleta de sangue e outros procedimentos dolorosos. Recomenda-se a sucção 
ao seio materno previamente, durante a realização de procedimentos; 
XIV - identificar e enfatizar os recursos disponíveis na comunidade e na rede 
de saúde local para atendimento continuado das mulheres e das crianças, 
referindo-as ou agendando-as para acompanhamento no serviço de saúde na 
primeira semana após o parto; 
XV - realizar atividades de educação em saúde, preferencialmente em grupo, 
com o objetivo de: 
a) ampliar o autocuidado das mulheres e de cuidados com os recém-nascidos; 
b) desfazer mitos relacionados à maternidade, à paternidade, ao aleitamento 
materno, ao puerpério, ao retorno à vida sexual, entre outros; e 
c) oferecer orientações quanto aos cuidados de saúde, nutrição, higiene, saúde 
sexual e reprodutiva, destacando o direito a uma vida sexual livre, prazerosa 
e segura e o direito à escolha sobre a reprodução se, quando e quantas vezes 
engravidar, com esclarecimento sobre métodos contraceptivos disponíveis e 
importância do uso do preservativo masculino ou feminino. 
XVI - ofertar a inserção de método contraceptivo de longa duração e alta 
eficácia antes da alta, caso seja escolha da mulher. 
Parágrafo único - A equipe de saúde deverá conferir atenção ao 
estabelecimento de vínculo entre a mãe e o recém-nascido, a riscos e a 
vulnerabilidades particulares, bem como manter observação e escuta 
qualificada para esclarecer dúvidas e apoiar a mulher nesse período. 
[...] 
Art. 9º - A alta da mulher e do recém-nascido deverá ser realizada mediante 
elaboração de projeto terapêutico singular, considerando-se, para o tempo de 
alta, as necessidades individuais. 
Parágrafo único - Recomenda-se a permanência mínima de 24 horas em 
Alojamento Conjunto, momento a partir do qual a alta pode ser considerada, 
desde que preenchidos os critérios abaixo listados: 
I - puérpera: (i) em bom estado geral, com exame físico normal, sem sinais de 
infecção puerperal/sítio cirúrgico, com loquiação fisiológica; (ii) sem 
intercorrências mamárias como fissura, escoriação, ingurgitamento ou sinais 
de mastite, e orientada nas práticas de massagem circular e ordenha do leite 
materno; (iii) com recuperação adequada, comorbidades compensadas ou com 
encaminhamento assegurado para seguimento ambulatorial de acordo com as 
15 
 
 
necessidades; (iv) bem orientada para continuidade dos cuidados em ambiente 
domiciliar e referenciada para Unidade Básica de Saúde (retorno assegurado 
até o 7º dia após o parto); (v) estabelecimento de vínculo entre mãe e bebê; 
(vi) com encaminhamento para unidade de referência para acesso a ações de 
saúde sexual e reprodutiva e escolha de método anticoncepcional, caso a 
mulher não receba alta já em uso de algum método contraceptivo, ou para 
seguimento pela atenção básica da prescrição ou inserção de método pela 
equipe da maternidade; 
II - recém-nascido: (i) a termo e com peso adequado para a idade gestacional, 
sem comorbidades e com exame físico normal. (ii) com ausência de icterícia 
nas primeiras 24 horas de vida; (iii) com avaliação de icterícia, 
preferencialmente transcutânea, e utilização do normograma de Bhutani para 
avaliar a necessidade de acompanhamento dos níveis de bilirrubina quando 
necessário; (iv) apresentando diurese e eliminação de mecônio espontâneo e 
controle térmico adequado; (v) com sucção ao seio com pega e 
posicionamento adequados, com boa coordenação sucção/deglutição, salvo 
em situações em que há restrições ao aleitamento materno; (vi) em uso de 
substituto do leite humano/formula láctea para situações em que a 
amamentação é contra-indicada de acordo com atualização OMS/2009 
"Razões médicas aceitáveis para uso de substitutos do leite". (Larissa) 
Art. 10 - No momento da alta, a equipe multiprofissional fornecerá à mulher 
as seguintes orientações: 
I - procurar a Unidade Básica de Saúde ou o pronto-atendimento caso a mulher 
apresente sinais de infecção (febre, secreção purulenta vaginal, por ferida 
operatória ou nas mamas), sangramento com odor fétido ou com volume 
aumentado, edema assimétrico de extremidades, dor refratária a analgésicos, 
sofrimento emocional, astenia exacerbada ou outros desconfortos; 
II - procurar a Unidade Básica de Saúde se o recém-nascido apresentar 
problemas com aleitamento materno, icterícia ou qualquer outra alteração; 
III - em caso de intercorrências com as mamas, os Bancos de Leite Humano 
poderão oferecer a assistência referente às boas práticas da amamentação, e 
orientações sobre a doação de leite humano; 
IV - realizar vacinação conforme calendário vacinal; 
V - higienizar as mãos antes e após o cuidado com o recém-nascido; 
VI - evitar ambientes aglomerados ou com pessoas apresentando sinais e 
sintomas de doenças infectocontagiosas, como gripe e resfriado; 
VII - prevenir a morte súbita do recém-nascido por meio dos seguintes 
cuidados: deixar a criança em posição supina, manter a amamentação ao seio 
e evitar o tabagismo materno ou outra forma de exposição da criança ao fumo; 
VIII - transportar o recém-nascido de forma segura e prevenir acidentes 
domésticos; e 
IX - para crianças filhos de mães cuja amamentação é contraindicada de 
acordo com razões médicas aceitáveis/OMS/2009, orientar o preparo correto 
da formula láctea e higienização dos utensílios utilizados para preparo e oferta 
desse alimento. 
(BRASIL, Portaria n. 2068, de 16 de outubro de 2016. Disponível em: 
https://goo.gl/RBXsvp) 
 
1.5 Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e 
Crianças de 1ª Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL). 
 
16 
 
 
A NBCAL é um conjunto de normas que regula a promoção comercial e a rotulagem de 
alimentos e produtos destinados a recém-nascidos e crianças de até 3 anos de idade, como leites, 
papinhas, chupetas e mamadeiras. O seu objetivo é assegurar o uso apropriado desses produtos 
de forma que não haja interferência na prática do aleitamento materno. A NBCAL reúne a 
seguinte portaria e resoluções: 
1. PORTARIA N°. 2.051, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2001. 
2. RESOLUÇÃO RDC N°. 222, DE 5 DE AGOSTO DE 2002 - Regulamento 
Técnico para Promoção Comercial dos Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira 
Infância. 
3. RESOLUÇÃO RDC N°. 221, DE 5 DE AGOSTO DE 2002 - Regulamento 
Técnico sobre Chupetas, Bicos, Mamadeiras e Protetores de Mamilo. 
4. LEI N°. 11 265 - Regulamenta a comercialização de alimentos para lactentes e 
crianças de 1ª infância e também a de produtos depuericultura correlatos 
A legislação traz regras como a proibição de propagandas de fórmulas lácteas infantis e 
além disso, torna obrigatório que as embalagens dos leites destinados às crianças tragam 
inscrição advertindo que o produto deve ser incluído na alimentação de menores de 1 ano 
apenas com indicação expressa de médico e/ou nutricionista, assim como os riscos do preparo 
inadequado do produto. A lei também proíbe doações de mamadeiras, bicos e chupetas ou sua 
venda em serviços públicos de saúde, exceto em casos de necessidade individual ou coletiva. 
 
17 
 
 
 LACTAÇÃO 
 
 Fisiologia da Lactação 
 
As mamas começam a se desenvolver na puberdade feminina a partir do estímulo dos 
picos de estrogênio (hormônio ovariano) existentes nos ciclos sexuais mensais da mulher 
adulta. O estrogênio estimula o crescimento da glândula mamária e a deposição de gordura para 
dar massa às mamas. As glândulas mamárias podem ser comparadas a uma estrutura semelhante 
a um cacho de uvas. 
A estrutura funcional da glândula mamária é denominada alvéolo mamário – e nele 
existe a síntese do produto secretado – o leite. Um conjunto de 10 a 100 alvéolos denominam-
se lóbulos mamários. Cada mama possui de 15 a 20 lobos. Cada lobo mamário se reúne em 
canalículos que se fundem em ductos lactíferos e ampolas lactíferas (seios lactíferos). Os 
canalículos são finos canais que transportam o leite dos alvéolos para os ductos e seios 
mamários, e de lá se exteriorizam por meio de 15 a 20 orifícios existentes nos mamilos de cada 
mama. 
A imagem abaixo (Figura 1) é a representação esquemática de um corte sagital da mama, 
onde a porção superior representa a mama em repouso e porção inferior representa a mama em 
lactação. 
Figura 1- Representação esquemática de um corte sagital na mama 
 
 
 
18 
 
 
Durante a gestação as mamas têm um crescimento ainda maior em função dos altos 
níveis de estrogênio. No entanto, existe a ação de outros hormônios gestacionais que participam 
do processo de maturação mamária: progesterona, lactogênio placentário, gonadotrofina, 
corticoides placentários, hormônios tireoidianos e paratireoidianos, corticoides suprarrenais, 
insulina, prolactina e possivelmente o hormônio de crescimento hipofisário. 
A partir desses hormônios existe o aumento do volume das mamas, dilatação das veias 
superficiais, aumento do fluxo sanguíneo e aumento da pigmentação da aréola e do mamilo. No 
fim do segundo trimestre da gestação, o tecido alveolar cessa sua proliferação e inicia sua 
atividade secretora basal, que aumenta gradativamente até o fim da gravidez. Nessa fase, a 
glândula mamária está apta a produção de leite, devido aos altos níveis de prolactina (hormônio 
da produção de leite). No fim do terceiro trimestre, observa-se colostro no interior dos lóbulos 
glandulares. No entanto, o estrogênio e progesterona placentários não permitem a ação 
produtora da prolactina, ação que só será desencadeada com o nascimento do feto e expulsão 
da placenta – devido à queda acentuada desses hormônios inibidores da prolactina. 
Para a expulsão da placenta existe a ação de outro hormônio gestacional, a ocitocina, 
responsável pelas contrações uterinas e expulsão do feto e da placenta. Na lactação, a ocitocina 
é produzida pela hipófise posterior em resposta à sucção da criança, sendo responsável pela 
contração das células musculares do tecido mamário, favorecendo a “expulsão” do leite 
produzido nos alvéolos mamários para os ductos e seios lactíferos. 
Essa fase em que ocorre a elevação do nível de ocitocina para que ocorra o trabalho de 
parto e expulsão do feto e placenta e consequente efetivação da ação da prolactina (saída da 
placenta e seus hormônios placentários) é denominada fase de descida do leite também chamada 
“Apojadura”, que nada mais é do que estabilização da produção láctea. A apojadura pode 
demorar de 24 a 72 horas. Nesse período de estabilização da produção láctea, as mamas ficam 
edemaciadas, com um grau leve de tumefação, avermelhada e um pouco dolorida. 
Após a apojadura, é iniciada a fase também denominada galactopoiese. Essa fase, que 
se mantém por toda a lactação, depende principalmente da ação de dois hormônios produzidos 
a partir da mecânica de sucção do bebê (ocitocina) e do esvaziamento da mama (prolactina). 
A mamada do lactente provoca transmissão de impulsos sensoriais pelos nervos 
somáticos dos mamilos para a medula espinhal da mãe e, daí para o hipotálamo, promovendo a 
secreção da ocitocina juntamente com a prolactina. A ocitocina secretada cai na corrente 
sanguínea e irá provocar a contração dos alvéolos, fazendo fluir o leite para os ductos, 
promovendo a ejeção ou descida do leite. 
19 
 
 
O efeito da sucção da mamada garante a ejeção do leite nas duas mamas. Sem o 
esvaziamento adequado da mama, a produção do leite diminui, por inibição mecânica e 
química. Grande parte do leite de uma mamada é produzida enquanto a criança mama, sob o 
estímulo da prolactina. 
A ocitocina, liberada principalmente pelo estímulo provocado pela sucção da criança, 
também é disponibilizada em resposta a estímulos condicionados, tais como visão, cheiro e 
choro da criança, e a fatores de ordem emocional como motivação, autoconfiança e 
tranquilidade. A dor, o desconforto, o estresse, a ansiedade, o medo, a insegurança e a falta de 
autoconfiança podem inibir a liberação da ocitocina, prejudicando a saída de leite da mama 
(Figura 2). 
 
Figura 2- Ilustração do reflexo da ocitocina 
 
 
Nos primeiros dias após o parto, a secreção de leite é pequena, menor que 100ml/dia, 
mas por volta do quarto dia a nutriz é capaz de produzir, em média, 600ml de leite. Na 
amamentação, o volume de leite produzido varia, dependendo da frequência com que a criança 
mama. Quanto maior a frequência das mamadas, maior será a produção de leite. Uma nutriz 
que amamenta exclusivamente produz, em média, 800ml por dia. Em geral, uma nutriz é capaz 
de produzir mais leite do que a quantidade necessária para o seu bebê. 
Após o nascimento da criança os níveis de secreção de prolactina voltam aos níveis 
normais, de uma mulher não grávida, entretanto quando a mãe amamenta o filho, os receptores 
nervosos dos mamilos atingem o hipotálamo, provocando secreção de prolactina maior de 10 a 
20 vezes, permanecendo elevado por até uma hora. Caso esse surto seja cessado, ou por lesão 
no hipotálamo ou hipofisária ou, também, caso ocorra à paralisação do aleitamento, a mama 
produzirá leite por em média mais uma semana. Caso a criança continue sugando a produção 
20 
 
 
do leite continuará por vários anos, entretanto em menor quantidade próximo a nove meses pós-
parto. 
 
Figura 3 Ilustração do reflexo da prolactina 
 
 
 A secreção da prolactina, responsável pela produção do leite, pode ser diminuída pela 
nicotina. Aconselha-se a mãe lactante a não fumar. 
 
2.2 Composição do Leite Materno 
 
A composição do leite humano varia entre as mulheres e em relação à própria mulher. 
Dentre os fatores que podem interferir temos a nutrição materna e as fases da lactação. As fases 
de lactação correspondem a produção do colostro, o leite de transição e o leite maduro. 
O colostro é o leite produzido nos primeiros dias após o parto. É espesso e de cor 
amarelada, possui maior conteúdo de proteína, vitaminas lipossolúveis, sódio e zinco, e menor 
teor de gordura, lactose e vitaminas hidrossolúveis, quando comparado com o leite maduro. 
Possui altas concentrações de fatores de defesa, como as imunoglobulinas e agentes anti-
inflamatórios, conferindo proteção ao recém-nascido. O colostro também é laxativo 
favorecendo a eliminação do mecônio (as primeiras fezes escuras),retirando a bilirrubina do 
intestino, ajudando a prevenir a icterícia. 
O leite de transição é aquele produzido no período intermediário entre o colostro e o 
leite maduro, ou seja, aquele produzido entre o 7º e o 14º dia após o parto. Nesta fase, a 
composição nutricional se modifica até se transformar em leite maduro. 
21 
 
 
O leite maduro é constituído de 87,5% de água, o que promove a adequada hidratação 
do lactente durante os 6 meses de vida, não necessitando ofertar água ao bebê. Esse leite 
também oferece a quantidade adequada de carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e 
minerais para garantir adequado crescimento e desenvolvimento da criança. 
Os nutrientes do leite materno são de fácil digestão o que faz com que o bebê mame 
várias vezes ao dia. A concentração de gordura é mais elevada no fim da mamada, sendo 
necessário o esvaziamento completo da mama para que o bebê receba um leite mais rico em 
gordura, importante para o desenvolvimento cerebral, adequado ganho de peso e sensação de 
saciedade. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO DURANTE A 
GESTAÇÃO 
 
A abordagem com as mulheres que planejam amamentar seus filhos deve usar 
habilidades de aconselhamento apropriadas e oferecer informações corretas de forma 
compreensível, incluindo a importância do aleitamento materno para a mãe e o bebê, e porque 
estas práticas são recomendadas. Deve-se proporcionar oportunidade para que a mulher faça 
perguntas ou discutir mais profundamente as informações. 
Durante a gestação, a mãe precisa compreender que: 
 A amamentação é importante para ela e seu bebê; 
 A amamentação exclusiva é recomendada durante os seis primeiros meses de 
vida e como alimento complementar no mínimo até dois anos de idade; 
 A amamentação em livre demanda continua a ser importante após a introdução 
de alimentos complementares; 
 Práticas como contato pele a pele após o parto, início precoce da amamentação, 
alojamento conjunto, bom posicionamento e pega, amamentação em livre demanda guiada pelo 
bebê e amamentação exclusiva sem suplementos, são benéficas e podem contribuir com o 
sucesso do aleitamento materno; 
 Toda mãe deve ter acesso às informações e ao apoio; 
 O pré-natal ideal é aquele que trabalha a confiança da mulher em sua capacidade 
de amamentar; 
 Algumas mulheres precisarão de atenção especial caso tenham tido experiências 
anteriores malsucedidas com o aleitamento materno ou caso tenham maior risco de enfrentar 
dificuldades; 
 O aconselhamento e a testagem voluntária para HIV são confidenciais e devem 
ser oferecidos a todas as gestantes; 
 Uma mulher HIV positivo precisa de aconselhamento individual para ajudá-la a 
decidir a melhor forma de alimentar seu bebê de modo que seja aceitável, factível, acessível, 
sustentável e segura (AFASS) em suas circunstâncias. O Ministério da Saúde do Brasil 
contraindica a amamentação nos casos de mãe HIV positivo. 
 
 
 
 
23 
 
 
 Preparo da Mama Durante a Gestação 
 
A preparação das mamas e mamilos no pré-natal não é necessária e pode ser danosa. 
Durante a gestação a natureza prepara o seio para a amamentação. Ocorrem modificações 
naturais (fisiológicas) no organismo da mulher desde a gestação, preparando para a fase da 
amamentação: as mamas ficam maiores, as aréolas (parte escura da mama) tornam-se mais 
escuras e resistentes pela ação dos hormônios e a hidratação é promovida pelas glândulas de 
Montgomery (pontinhos na aréola parecidos com espinhas – referente a hipertrofia das 
glândulas sebáceas da região areolar). Por isso, não existe a necessidade de fazer exercícios 
para estimular as mamas e mamilos, lavar com esponjas ou usar hidratantes. 
Se possível orientar o uso de sutiã confortável, de alças largas, preferindo o de algodão. 
Não realizar pressão sobre a mama para verificar se está saindo leite e não utilizar cremes e 
pomadas na parte escura da mama (aréola e mamilo). 
24 
 
 
 ACONSELHAMENTO EM ALEITAMENTO MATERNO 
 
4.1 Como Ouvir e Aprender 
 
Habilidade 1 – Use comunicação não verbal útil 
Comunicação não verbal: significa mostrar sua atitude pela sua postura, sua expressão, 
utilizando-se menos da fala. Comunicação não verbal útil é aquela que faz a mãe sentir que 
existe interesse nela, e assim estimulá-la a expressar suas dúvidas e sentimentos. 
 
Habilidade 2- Faça perguntas abertas 
Perguntas abertas são muito úteis. Para respondê-las a mãe tem que dar alguma 
informação. Pergunta abertas começam com "Como? Que? Quem? Onde? Porque? ” 
Perguntas fechadas geralmente são menos úteis, pois levam a mãe a responder apenas 
com um “sim” ou “não”. Elas geralmente começam com palavras como “Ela faz? Ele tem? 
Você está? 
Para começar uma conversa, perguntas abertas de ordem geral devem ser utilizadas. 
Exemplo: “Como é que está sendo a amamentação para você? ” 
“Quantas horas depois que seu bebê nasceu, ele foi alimentado pela primeira vez? ” 
 
Habilidade 3-Use respostas e gestos que demonstrem interesse 
Demonstrar interesse no que a mãe está dizendo, por meio de gestos, expressões ou 
respostas. Exemplos: Balançar a cabeça afirmativamente, sorrir, e dar respostas curtas (de uma 
só sílaba) e/ou murmúrios como “Ahã”, “Mmmm” e“Ah é?!”. 
 
Habilidade 4- Devolva com suas palavras o que a mãe diz 
Significa repetir o que a mãe disse de uma forma um pouco diferente, para mostrar que 
ela foi ouvida, dessa forma encorajá-la a se expressar mais. Por exemplo, se uma mãe diz: “Meu 
bebê estava chorando demais na noite passada”. Você poderia dizer: “Seu bebê chorou e fez 
você ficar acordada a noite toda? ” 
 
Habilidade 5- Empatia- Mostre a mãe que você entende como ela se sente 
Empatia significa se posicionar no lugar do outro, tendendo compreender o que ela 
pensa e a sentir o que ela sente. É importante que o profissional deixe claro que entendeu o seu 
25 
 
 
sentimento e/ou ponto de vista expressado. Por exemplo, se uma mãe diz: “Meu bebê quer 
mamar o tempo todo e isto me cansa demais”, pode-se utilizar da seguinte fala: “Então você 
está sempre cansada? ” Isto mostra que você ouviu que ela se sente cansada, e assim e existe 
disposição para ajudá-la a partir da sua queixa. 
Se você responde com uma questão factual: “Com que frequência ele mama? O que 
mais você está dando a ele? ” Você não está mostrando empatia e sim simpatia. 
 
Habilidade 6- Evite palavras que soam como julgamento 
São palavras como “certo”, “errado”, “bem”, “mal”, “bastante”, “bom”, “adequado”, 
“direitinho”. Se essas palavras são utilizadas nas perguntas, a mãe pode sentir que está errada, 
ou que há alguma coisa errada com seu bebê. Devido a isso, deve-se sempre evitar o uso de 
perguntas fechadas, pois estas soam como julgamento. Por exemplo, em vez de perguntar: “O 
bebê está dormindo bem? ”, deve ser dito “Como o bebê está dormindo? ”. 
4.2 Como Desenvolver Confiança e Dar Apoio 
 
Habilidade 1 – Aceite o que a mãe pensa e sente 
A mãe pode ter ideias com as quais você não concorda. Se você discordar dela ou criticá-
la, ela pode sentir que está errada e isso reduz a confiança dela, porém se você concorda com 
ela, depois é difícil sugerir alguma coisa diferente. É mais útil aceitar o que ela pensa. Aceitar 
significa responder de uma forma neutra, nem concordando nem discordando. Devolver com 
suas palavras e formular respostas e gestos que demonstram o interesse são formas úteis de 
mostrar aceitação, bem como são habilidades úteis de ouvir e aprender. Exemplo: 
A Mãe diz: “Meu bebê está chorando muito porque meu leite é fraco”. 
Resposta inapropriada: “Capaz, não existe leite fraco”. 
Resposta apropriada:“Eu entendo, o choro do seu bebê está te preocupando”. 
 
Habilidade 2- Reconheça e elogie que a mãe e o bebê estão fazendo certo 
Frequentemente vemos apenas o que pensamos que as pessoas estão fazendo de errado 
e queremos corrigir, quando na verdade devemos elogiar ou mostrar aprovação às boas práticas. 
O elogio aumenta a confiança da mãe, e a encoraja a continuar com as boas práticas facilitando 
que mais tarde ela aceite suas sugestões. 
 
 
26 
 
 
Habilidade 3- Ofereça ajuda prática 
Oferecer ajuda prática é melhor do que apenas falar teorias. Por exemplo: Quando uma 
mãe se sente cansada, suja ou desconfortável, ajude-a a estar limpa e confortável. Quando ela 
está com fome ou sede, dê-lhe algo para beber ou comer. Segure o bebê enquanto ela se ajeita 
para ficar mais confortável. 
 
Habilidade 4- Dê pouca e apenas informações relevantes 
Dar informações úteis e relevantes para a situação identificada no momento. Evite o 
excesso de informações de uma só vez, ou que soem como críticas. 
 
Habilidade 5- Use linguagem simples 
Use termos simples e familiares para dar explicações à mãe e familiares. Lembre-se que 
a maioria das pessoas não entende termos técnicos usados por profissionais de saúde. 
 
Habilidade 6- Dê sugestões, não ordens 
Tenha cuidado para não dizer o que fazer ou para não dar ordem. Isso não ajuda a mãe 
a se sentir confiante. Ao invés disso, ao aconselhar uma mãe, deve ser sugerido o que ela pode 
fazer diferente. Isso faz com que ela se sinta confiante e dona da situação. Por exemplo, em 
uma situação em que o bebê possua dificuldade de manutenção da pega, em vez de dizer: “você 
deve amamentar nesta posição! ”, deve-se utilizar falas como “você quer experimentar 
amamentar em uma outra posição para tentar facilitar a pega do seu bebê”. 
 
27 
 
 
 TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO 
 
Todas as mulheres por natureza são capazes de amamentar. Algumas delas, devido as 
suas variações anatômicas necessitam de atenção especial nesse processo, visto que podem 
propiciar ansiedade materna devido a adequação do manejo, podendo até causar dificuldades, 
porém quanto mais precoce for o início do aleitamento materno e com apoio dos profissionais 
no manejo da lactação o aleitamento materno se estabelecerá com tranquilidade. 
 
5.1 Posicionamento e pega adequados 
 
5.1.1 Posicionamento da mãe e do bebê 
 
 Mãe relaxada e confortável em posição a escolher. A mãe pode ficar DEITADA, 
SENTADA ou EM PÉ. O importante é a mãe e o bebê se sentirem bem confortáveis; 
 O corpo do bebê deve estar inteiramente de frente para a mãe e bem próximo 
(barriga do bebê voltada para o corpo da mãe); 
 O bebê deve estar alinhado, a cabeça e a coluna em linha reta, no mesmo eixo. 
A mãe deve apoiar com o braço e mão o corpo e o “bumbum” do bebê; 
 O nariz do bebê deve estar apontado para o mamilo; 
 Aproximar a boca do bebê de frente para a mama, para que ele possa abocanhá-
la, ou seja, colocar a maior parte da aréola (área mais escura e arredondada da mama) dentro da 
boca. 
 
Figura 4 - Posição tradicional para amamentação 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 Apoiar o braço que segura o bebê com uma almofada; 
 Manter os ombros relaxados; 
 Manter o tronco e a cabeça do bebê alinhados; 
 Manter o tronco e a cabeça do bebê alinhados, de frente para mãe; 
 Manter a cabeça do bebê apoiada sobre o cotovelo e o braço que está embaixo 
em leve rotação externa e abdução de ombro. 
 
Figura 5 Posição deitada para amamentação 
 
 
 
 
 
 
 Mãe deitada de lado, com a cabeça apoiada em um travesseiro; 
 Manter os ombros relaxados. 
 Manter o tronco e a cabeça do bebê alinhados, de frente para mãe; 
 Apoiar a cabeça do bebê sobre o cotovelo ou um travesseiro elevando-a e o braço 
que está em baixo em leve rotação externa e abdução de ombro. 
 
Figura 6 Posição invertida para amamentação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mãe sentada confortavelmente e com uma almofada de amamentação ou 
travesseiro para apoiar o bebê; 
29 
 
 
 O bebê é posicionado lateralmente ao corpo da mãe, com a cabeça apoiada na 
mão da mãe; 
 Excelente posição para bebês que apresentam preferência por apenas um lado ou 
mães com mamas grandes. 
 
Figura 7 Posição de cavalinho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A criança deve estar de frente para a mãe; 
 Manter o tronco e a cabeça do bebê alinhados, de frente para mãe; 
 A cabeça do bebê deve estar apoiada; 
 Posição indicada para bebês com dificuldade de pega e bebês sonolentos. 
 
5.2 Pega Adequada 
 
 Boca bem aberta; 
 Lábios virados para fora; 
 Queixo tocando a mama da mãe; 
 Aréola mais visível na parte superior que na inferior (a pega é assimétrica); 
 Bochecha redonda (“cheia”), sem estalidos ou covinhas. 
 
5.3 Como Colocar o Bebê para Mamar 
 
 Ao dar de mamar, a mãe deve estar calma e não apressar o bebê; 
30 
 
 
 Quando a mama estiver muito cheia, antes de amamentar, a mãe deve fazer uma 
ordenha manual para facilitar a pega do bebê. Com os dedos indicador e polegar, ela deve 
comprimir suavemente as regiões acima e abaixo do limite da aréola para a ordenha do leite 
materno; 
 Encostar o mamilo na boca do bebê, para ele virar a cabeça e abocanhar a maior 
parte da aréola (reflexo de busca); 
 Levar o bebê à mama e não a mama ao bebê; 
 Segurar a mama com o polegar acima da aréola e o indicador e a palma da mão 
abaixo, com a mão em formato de “C”, isto facilita a “pega” adequada; 
 O bebê abocanhando a maior parte da aréola suga mais leite e evita fissuras na 
mama. A mãe deve ouvir o ritmo cadenciado de sucção, deglutição e pausa; 
 A alternância das mamas é necessária. A cada mamada deve ser oferecida a 
mama oposta da mamada anterior; 
 Recomenda-se que a criança seja amamentada em livre demanda, ou seja, sem 
restrições de horários e de duração das mamadas. Nos primeiros meses, é normal que a criança 
mame com maior frequência e sem horários regulares 
 
Não utilizar soro glicosado para estimular pega do RN no seio materno e 
Não utilizar seringas para protusão (formação) do mamilo. 
 
5.4 Avaliação da Sucção Não Nutritiva 
 
A sucção não nutritiva é uma série de eclosões de sugadas alternadas e com pausas. A 
avaliação e estimulação da sucção são realizadas por fonoaudiólogo, que introduz o dedo 
mínimo enluvado na cavidade oral do RN tocando na parte posterior do palato (papila palatina), 
desencadeando o reflexo de sucção. 
Ao nascimento, o recém-nascido a termo já apresenta plenas condições de alimentação 
por via oral. Os músculos da face encontram-se plenamente desenvolvidos e desempenham 
adequadamente as funções de sucção e deglutição, o que garante à criança todos os benefícios 
da amamentação no seio materno. Porém, o bebê prematuro pode apresentar dificuldades 
durante o processo de alimentação, pois o mesmo é neurologicamente desorganizado e 
apresenta uma imaturidade anatômica e funcional do trato gastrintestinal. 
31 
 
 
 
A avaliação do padrão de sucção observa os seguintes aspectos: 
 Avaliação da postura oral: Postura de lábios (Vedados, entreabertos, abertos); 
 Postura de língua (Plana, elevada, retraída, protraída). 
 
Alterações mais comuns: Postura de lábios abertos e postura de língua elevada e 
retraída. 
 Avaliação dos reflexos orais: Procura; Sucção; Mordida; Vômito. 
 
Alterações mais comuns: Atraso no reflexo de sucção; 
Exacerbação do reflexo de mordida; Anteriorização do reflexo de vômito. 
 Avaliação da sucção não-nutritiva: Movimentação e canolamento de língua; 
Movimentação damandíbula; 
 Força de sucção; Sucções por pausa (s/p); Manutenção do ritmo de s/p. 
 
Alterações mais comuns: Alteração na movimentação de língua; Alteração na força de 
sucção. 
Há situações em que o bebê não consegue manter a pega da aréola durante a mamada. 
Além de poder estar sonolento ou sem força para sugar (no caso de bebês prematuros ou 
doentes), ou pode estar relacionado à obstrução nasal ou ao fluxo abundante de leite da mama 
materna. As causas desses problemas devem ser sanadas para que a mamada seja eficaz. 
Além da avaliação, a estimulação com sucção não nutritiva tem como objetivo 
proporcionar um aumento nas séries de eclosões de sugadas alternadas e rítmicas. Esta 
estimulação, ao ser realizada pelo fonoaudiólogo, enquanto a dieta é oferecida por sonda 
orogástrica ou nasogástrica (antes e/ou durante a oferta do leite), acelera a maturação do reflexo 
de sucção, contribui para a coordenação da sucção/deglutição/respiração, facilitando a transição 
para alimentação por via oral, auxiliando no ganho de peso e consequentemente acelerando a 
alta hospitalar. 
 
A técnica de sucção não nutritiva pode ser utilizada também por outros 
profissionais de saúde, como método não farmacológico para alívio da dor, durante 
a realização de procedimentos invasivos desconfortáveis para o RN. 
32 
 
 
5.5 Observação e Avaliação da Amamentação 
 
Para a manutenção da amamentação, a mulher precisa receber apoio e ajuda centrados 
em suas dificuldades. Nesses momentos, devem ser oferecidas informações relevantes que 
proporcionem tranquilidade e que a faça sentir-se mais confiante para amamentar. Embora os 
estudos apontem que o aconselhamento face a face seja primordial no estabelecimento do 
Aleitamento Materno, é de extrema importância identificar precocemente os possíveis fatores 
envolvidos no risco de insucesso desse processo. 
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca quatro pontos-chave que caracterizam 
o posicionamento e a pega adequados: 
 
Pontos-chave do posicionamento adequado: 
1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo; 
2. Corpo do bebê próximo ao da mãe; 
3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido) e 
4. Bebê bem apoiado. 
 
Pontos-chave da pega adequada: 
1. Visualiza-se mais aréola acima da boca do bebê que abaixo; 
2. Boca bem aberta; 
3. Lábio inferior virado para fora e 
4. Queixo tocando a mama. 
 
Os seguintes sinais são indicativos de técnica inadequada de amamentação: 
• Bochechas do bebê encovadas a cada sucção; 
• Ruídos da língua; 
• Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada; 
• Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê 
solta a mama; 
• Dor na amamentação. 
 
33 
 
 
Para orientar essa prática, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a OMS 
elaboraram um Formulário de Observação de Mamadas, com o objetivo de capacitar os 
profissionais da saúde a desenvolver habilidades clínicas no manejo da lactação e, assim, 
promover o sucesso da amamentação. 
Quadro 1 - Formulário de Observação de Mamadas 
Nome da mãe Nome do bebê 
Situação marital: Idade gestacional: 
Número de consultadas de pré-natal: Peso ao nascimento: 
Data do parto: Apgar 1º e 5º minuto de vida 
Tipo de parto: Data de observação: 
Sinais favoráveis à amamentação Sinais de possível dificuldade 
Seção A 
Observação geral da mãe 
( ) mãe parece saudável ( ) mãe parece doente ou deprimida 
( ) mãe relaxada e confortável ( ) mãe parece tensa e desconfortável 
( ) mamas parecem saudáveis ( ) mamas avermelhadas, inchadas e/ou doloridas 
( ) mama bem apoiada com dedos fora da aréola ( ) mama segurada com dedos no aréola 
Observação geral do bebê 
( ) bebê parece saudável ( ) bebê parece sonolento ou doente 
( ) bebê calmo e relaxado ( ) bebê inquieto ou choroso 
( ) sinais de vínculo entre a mãe e o bebê ( ) mãe e bebê sem contato visual 
( ) bebê busca e alcança a mama se está com fome ( ) bebê não busca nem alcança a mama 
Seção B 
Posição do bebê 
( ) a cabeça e o corpo do bebê estão alinhados ( ) pescoço e a cabeça do bebê estão girados ao 
mamar 
( ) bebê seguro próximo ao corpo da mãe ( ) bebê não é seguro próximo ao corpo da mãe 
34 
 
 
( ) bebê de frente para a mama, nariz para o mamilo ( ) queixo e lábio inferior do bebê opostos ao mamilo 
( ) bebê apoioado ( ) bebê não apoiado 
Seção C 
Pega 
( ) visualiza-se mais a aréola acima do lábio superior 
do bebê 
( ) visualiza-se mais a aréola abaixo do lábio superior 
do bebê 
( ) a boca do bebê está bem aberta ( ) a boca do bebê não está bem aberta 
( ) o lábio inferior está virado para fora ( ) lábios voltados para a frente ou virados para 
dentro 
( ) o queixo do bebê toca a mama ( ) o queixo do bebê não toca a mama 
Seção D 
Sucção 
( ) sucções lentas e profundas com pausas ( ) sucções rápidas e superficiais 
( ) bebê solta a mama quando termina ( ) mama tira o bebê da mama 
( ) mãe percebe sinais do reflexo da ocitocina ( ) mãe percebe sinais do reflexo da ocitocina 
 
Fonte: Carvalho, Marcus Renato de, Gomes, Cristiane F. Amamentação: bases científicas, 2017, p. 155. 
 AMAMENTAÇÃO E O USO DE MEDICAMENTOS E DROGAS DE 
VÍCIO E ABUSO 
 
6.1 Medicações Maternas que Interferem na Amamentação: 
 
A terapia medicamentosa das nutrizes preferencialmente deve considerar a utilização de 
medicamentos compatíveis com a amamentação. A indicação de amamentação respeitará o 
manual do Ministério da Saúde “AMAMENTAÇÃO E USO DE MEDICAMENTOS E 
OUTRAS SUBSTÂNCIAS” disponível no link: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/amamentacao_uso_medicamentos_2ed.pdf>. 
As puérperas em uso de medicamentos classificados segundo o manual em amarelo (uso 
criterioso), a amamentação será orientada após avaliação médica. 
 
35 
 
 
6.2 Amamentação e o Uso de Drogas de Vício e Abuso: 
 
Recomenda-se que as nutrizes não utilizem drogas de vício e abuso, pois já se 
demonstrou que tem efeitos danosos sobre o bebê amamentado o uso pela mãe de nicotina, 
álcool, ecstazy, anfetaminas, cocaína e estimulantes relacionados. Álcool, opiáceos, 
benzodiazepínicos e maconha (cannabis) podem causar sedação tanto na mãe como no bebê. 
Sendo assim, devem ser seguidas as seguintes recomendações: 
Álcool (Etanol): Uso criterioso durante a amamentação. O álcool pode modificar o odor 
e o sabor do leite materno levando à recusa do mesmo pelo lactente A ingestão de doses iguais 
ou maiores que 0,3g/kg de peso podem reduzir a produção láctea, por exemplo, uma puérpera 
de 70kg poderia consumir no máximo uma lata (360ml) de cerveja por dia, considerando a 
concentração de 5% de álcool. 
Anfetaminas, Cocaína, Crack, Fenciclidina, Heroína, Inalantes, LSD, Maconha e 
Haxixe: Uso contraindicado durante a amamentação. 
Nicotina: Uso criterioso durante a amamentação. Apesar de a quantidade de nicotina 
excretada no leite humano ser pequena, o tabagismo materno está associado com redução do 
volume de leite e desmame precoce. O uso de medicamentos (adesivo, goma de mascar e spray) 
contendo nicotina é compatível com a amamentação. 
Diante de casos onde a amamentação é contra-indicada, preconiza-se o enfaixamento 
das mamas e prescrição de supressor da produção de leite nas primeiras 24 horas pós-parto. 
Orienta-se também o acompanhamento por assistente social e psicóloga no puerpério. 
6.3 Inibidores da Lactação 
 
Existem situações em que a inibição primária da lactação ou a suspensão da lactação 
estabelecida é necessária, como é o caso de mães em situaçãode morte fetal ou neonatal, HIV 
positivo, ou mães que iniciarão terapêutica citotóxica, respectivamente. Em ambas as situações, 
a primeira conduta deverá ser o estabelecimento da indicação desta ação, com o devido 
esclarecimento materno. 
A primeira ação será de orientar a mãe a não mais estimular as mamas, seja pela sucção 
do RN, seja com métodos de ordenha ou massagens repetidas. A turgescência dos alvéolos 
mamários inibe a produção de leite. Esta simples conduta, na maioria das vezes, bloqueia ou 
diminui a lactogênese. 
36 
 
 
Como medida terapêutica medicamentosa, podem ser utilizadas substâncias que inibem 
ou que bloqueiam a ação do hormônio responsável pela produção do leite em nível alveolar 
(prolactina). 
Substâncias estrogênicas eram usadas com esta finalidade, atualmente, dispomos de 
fármacos que atuam diretamente na inibição da secreção da prolactina, sendo a mais utilizada 
a Cabergolina (comprimidos de 0,5 mg). 
 
Recomenda-se não esvaziar as mamas, usar enfaixamento compressivo e/ou sutiã 
apertado e analgésicos a critério médico em caso de dor. É esperado o aparecimento de 
sintomas de ingurgitamento mamário mesmo com uso das ações descritas, que devem receber 
tratamento sintomático além do suporte emocional adequado. 
Em casos de mães em situação de morte neonatal e que não estejam internadas na 
instituição, mas que sejam acompanhantes de RNs na UTIneo ou UCIn, deverão ser 
encaminhadas para atendimento no Pronto Atendimento Ginecológico do HU-UFGD (PAGO), 
para avaliação e conduta. 
6.4 Uso de Galactagogos na Amamentação 
 
 
O ato de amamentar envolve não apenas o impulso biológico, mas também aspectos 
sócio-psico-culturais que é cercado por diversas crenças e mitos, que podem causar insegurança 
relativa a produção de leite. A produção adequada de leite exige o crescimento dos alvéolos 
secretores no tecido glandular da mama, secreção de leite pelas células secretoras dos alvéolos 
e esvaziamento da mama por sucção ou por expressão bem como a integridade do eixo 
hipotálamo-hipófise. Além disso, qualquer fator materno e/ou da criança que interfira na 
A critério e prescrição médica a CABERGOLINA pode ser utilizada no seguinte 
esquema: 
 Inibição primária da lactação: 2 comprimidos de 0,5mg em dose única no 1º dia 
pós-parto. 
 Supressão da lactação estabelecida: 0,5 comprimido (0,25 mg) cada 12 horas, por 
2 dias. 
 
37 
 
 
transferência efetiva do leite da mama para o lactente pode causar a produção insuficiente de 
leite por inibição mecânica e química. 
Galactagogos são drogas que auxiliam na iniciação e manutenção da produção adequada 
de leite. Podem ser úteis (desde que utilizado com cautela e adequadamente) nas seguintes 
situações: parto prematuro, doenças ou situações que necessitem do afastamento entre o 
binômio, ou ainda em casos de adoção. As drogas utilizadas para este fim agem bloqueando os 
receptores de dopamina (inibidor da produção de prolactina), resultando no aumento dos níveis 
séricos de prolactina e consequente aumento da produção de leite. 
Na prática clínica, as drogas usadas como galactagogos, devido à sua segurança, são a 
metoclopramida e a domperidona. Não há evidências de que esses agentes estimulem a 
produção de leite em mulheres com níveis elevados de prolactina ou com tecido mamário 
inadequado à lactação. 
Metoclopramida: Possui efeito prolactinogênico dose-dependente, sendo preconizada 
na dose de 10 a 15 mg/dia, via oral, três vezes ao dia, durante 1 a 2 semanas. Pequena quantidade 
é transferida para o leite, sendo relatadas concentrações que variam de 28 a 157 µg/L no 
puerpério imediato, porém esse medicamento pode causar efeitos colaterais extrapiramidais, 
como tremor, bradicinesia e outras reações distônicas, principalmente na mãe, sendo seu uso 
indicado por profissional médico de forma criteriosa. 
Domperidona: Droga estimulante da secreção de prolactina, também por ação 
antagonista da dopamina. Apresenta menor lipossolubilidade e maior peso molecular que a 
metoclopramida, o que a torna menos permeável à barreira hematoencefálica e, portanto, mais 
segura que esta última devido ao menor risco de efeitos extrapiramidais. A dose usada para 
induzir e manter a lactação varia de 10 a 30 mg, três vezes ao dia. 
Outros galactagogos: Os neurolépticos como a clorpromazina, possuem uso muito 
limitado como galactagogos devido ao risco potencial de efeitos colaterais. 
O sulpiride, usado a longa data como galactogogo teve o uso com tal finalidade abolido 
devido a indicação do fabricante, pelo risco de excreção no leite materno durante a 
amamentação. 
Cabe ressaltar que a estimulação mecânica do complexo aréolo-mamilar pela sucção do 
lactente e/ou a ordenha do leite são os estímulos mais importantes à indução e manutenção da 
lactação. Tais estímulos promovem a secreção de prolactina pela hipófise anterior e de ocitocina 
pela hipófise posterior. Portanto, cabe ao profissional de saúde avaliar se a técnica de 
aleitamento está correta, ou seja, se o posicionamento e a pega do complexo aréolo-mamilar 
38 
 
 
estão adequados, se a amamentação é praticada em livre demanda, ou, caso a mãe esteja 
separada de seu filho, se está sendo feita ordenha manual ou mecânica frequente. 
 
 
A utilização de fármacos galactagogos deve ser reservada somente para quando 
as medidas citadas não obtêm sucesso, e somente a critério e prescrição médica, 
respeitando o tempo da apojadura do leite (24 a 72 horas pós-parto). 
 
39 
 
 
 PROTOCOLO DE SUPLEMENTAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO 
 
7.1 Razões Aceitáveis para Uso de Substitutos do Leite Materno 
 
O Aleitamento Materno é uma prática fundamental para a criança, para a nutriz e para 
sociedade. É notória a relação entre o Aleitamento Materno e a prevenção de doenças e a 
diminuição da mortalidade infantil, bem como os benefícios para a mãe. 
A maioria das mães podem ser bem-sucedidas na amamentação, o que inclui o apoio 
dos profissionais envolvidos, iniciar a amamentação na primeira hora de vida, amamentar 
exclusivamente nos primeiros seis meses e continuar a amamentar (com alimentos 
complementares apropriados) até dois anos de idade ou mais. 
Em poucas situações, justifica-se a prescrição de fórmulas infantis para complementar 
o leite materno ou até mesmo para não oferecê-lo. Em 2009, a OMS publicou uma atualização 
sobre as razões médicas aceitáveis para uso temporário ou permanente de substitutos do leite 
materno. 
Sendo assim, para o manejo adequado do Aleitamento Materno, é importante distinguir 
entre: 
• lactentes que não podem ser alimentados no seio, mas para quem o leite materno 
permanece o alimento ideal (prematuro extremo, baixo peso, criança com sucção débil, má-
formação orofacial e transtornos neurológicos); 
• lactentes que podem precisar de outra nutrição além do leite materno (baixa 
produção de leite, sucção inadequada ou irregular); 
• lactentes que não devem receber leite materno ou qualquer outro tipo de leite, 
incluindo os substitutos do leite materno habituais, e que precisam ser alimentados com 
fórmulas especiais; 
• lactentes para quem o leite materno não está disponível (morte materna, 
separação mãe-bebê, psicose, eclampsia ou choque); 
• doenças maternas que afetam as recomendações de aleitamento materno (HIV e 
HTLV), uso de drogas ou uso de medicações contraindicadas durante a amamentação 
(citotóxicos, radioativos e antitireoidianos, exceto propiltiouracil). 
 
 
40 
 
 
7.2 Condições Maternas que Justificam a Interrupção Temporária ou 
Permanente da Amamentação 
 
Condições maternas que interrompem a amamentação permanentemente:

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