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FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE AFECÇÕES NEUROMUSCULARES PROFA. MS. TAMARA MARTINS VANINI DOENÇAS NEUROMUSCULARES Conexões entre o SNC e o músculo ATROFIA MUSCULAR ESPINAL ATROFIA MUSCULAR ESPINAL (AME) • Três categorias de AME ocorrem na infância: 1. AME infantil (ou doença de Werdnig-Hoffman) 2. AME intermediária (ou atrofia muscular tipo II ou doença crônica de Werdnig-Hoffman) 3. AME juvenil ou tipo III (ou doença de Kugelberg-Welander) Todas as condições são hereditárias recessivas autossômicas localizadas no cromossomo 5 afetam células do corno anterior (neurônios motores) e, embora estejam localizadas no cromossomo 5, há diferenças primárias em sua clínica. Afetam células do corno anterior da medula (neurônios motores) = perda e fraqueza dos músculos Proteína SMN (sobrevida do neurônio motor ou “survival of motor neuron”) Sensibilidade é preservada ATROFIA MUSCULAR ESPINAL (AME) “AME João & Miguel” 1. ATROFIA MUSCULAR ESPINAL INFANTIL (Tipo I) • Diminuição do movimento fetal • Quase sempre percebida nos 3 primeiros meses de vida • Hipotonia • Disfagia • Angústia respiratória • Desenvolvimento insuficiente • Perda muscular grave • Movimentos espontâneos escassos • Padrão respiratório anormal (resp. abdominal) • Sobrevida: estimada em 3 anos de idade – óbito por falência respiratória ATROFIA MUSCULAR ESPINAL (AME) 2. ATROFIA MUSCULAR INTERMEDIÁRIA (Tipo II) • Se apresenta por volta dos 3 a 6 meses de idade • Sobrevida até os 10 anos dependendo do grau de comprometimento da musculatura respiratória • Mais benigna que a AME Infantil • Grupo de crianças flácidas: lentidão no ritmo da conquista dos marcos motores • Perda e fraqueza muscular em tronco e extremidades • Tremor ao tentar utilizar os membros • Deambulação não funcional / órteses • Contraturas articulares e cifoescoliose • Insuficiência respiratória / infecções pulmonares ATROFIA MUSCULAR ESPINAL (AME) 3. ATROFIA MUSCULAR ESPINAL JUVENIL (Tipo III) • Caracterizada por fraqueza, perda e fasciculações musculares progressivas notadas entre os 5 e 15 anos de idade • Capazes de deambular sem assistência durante um período de tempo significativo e possuem uma expectativa de vida próxima do normal • Músculos proximais são os primeiros envolvidos • Padrão respiratório • Comumente deambulam • Na vida adulta: uso de cadeira de rodas ATROFIA MUSCULAR ESPINAL (AME) Diagnóstico • Apresentação clínica e testes laboratoriais • Eletromiografia (diminuição das unidades motoras) • Biópsia muscular ATROFIA MUSCULAR ESPINAL (AME) Eletromiografia Fisioterapia • Programas de exercícios compostos de atividades de intensidade leve e moderada podem melhorar o desempenho motor • Atividades e/ou exercícios terapêuticos que desnecessariamente exijam uma atividade motora intensa sobrecarga dos motoneurônios remanescentes devem ser evitados podem levar à reduça ̃o da força e aumento da fadiga ATROFIA MUSCULAR ESPINAL (AME) FISIOTERAPIA AME INFANTIL (I) Função muscular residual: facilitar a permanência da função muscular residual com melhor qualidade dos movimentos, permitindo ao paciente participação mais ativa nas AVD’s Exercícios passivos: manutenção do arco de movimento e alongamento muscular, objetivando a prevenção ou o retardo de contraturas e deformidades FISIOTERAPIA AME INFANTIL (I) Órteses: Utilização de órteses de repouso para melhor posicionamento Fase tardia: desobstrução e higiene brônquica • VMNI noturna por máscara ou ventilação por pressão negativa podem ser favoráveis • Alongamentos nos tecidos para a prevenção de contraturas e deformidades secundárias à imobilidade e posturas anormais • Manutenção de alinhamento postural através de rolos, talas, assentos adaptados sob medida e cadeiras é de fundamental importância, pois permite ao paciente participar ativamente de atividades sociais • Incentivadores respiratórios manutenção da capacidade vital, eliminação de secreções brônquicas e melhor eficácia do mecanismo de tosse FISIOTERAPIA AME INTERMEDIÁRIA (II) Preservar a função muscular através do treinamento do controle motor por intermédio de tarefas funcionais Incentivar a capacidade aeróbica atentando sempre à sobrecarga (dispnéia e fadiga) Órteses funcionais permitem executar funções específicas, sem sobrecarregar ou permitir o uso de compensações musculares e/ou articulares que possam trazer futuras contraturas e deformidades Treino de marcha! FISIOTERAPIA AME JUVENIL (III) DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE Hereditária Fraqueza muscular progressiva Substituição das fibras musculares por tecido fibroso e gorduroso Morte súbita nos últimos anos de vida, aos 18-25 anos 13 a 33/100.000 crianças Gene anormal no cromossomo X, falta da proteína distrofina no tecido muscular • Quase exclusivamente em meninos • Elevados níveis de CK (creatinoquinase) • Degeneração das fibras musculares observada em biópsia ▫ predominantemente fibras do tipo I • Envolvimento cardíaco • Deficiência intelectual não progressiva • Óbito por insuficiência respiratória DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE Primeiros sintomas com 2 a 5 anos de idade Crianças mais tranquila e menos ativa Pais procuram médico criança em geral 3 anos de idade Atraso no engatinhar e caminhar Sensação normal Fraqueza muscular simétrica de proximal para distal Fraqueza de tronco Deambulação até os 12 anos Hiperlordose lombar Ossos osteoporóticos Contraturas e deformidades Fraqueza mm respiratórios – tosse ineficaz DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE APRESENTAÇÃO CLÍNICA DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE APRESENTAÇÃO CLÍNICA Pseudohipertrofia de panturrilha Padrão de lordose lombar com protusão do abdome Manobra de Gowers Progressão da fraqueza em MMII PROGRESSÃO DAS MUDANÇAS NO PADRÃO DA MARCHA Depende: • Do índice de progressão da fraqueza • Gravidade das contraturas • Influência do peso do corpo • Grau de comprometimento respiratório • Tratamento PROGRESSÃO DA FRAQUEZA DOS MMSS 2 a 3 anos após a fraqueza de MMII Fraqueza dos músculos estabilizadores da escápula Proximal para distal Auxílio para alimentação, higiene, vestir-se, transferir-se Sinal de Meryon “boneca de pano” INTERVENÇÃO MÉDICA Não há cura Não é possível cessar a evolução da doença Apoio familiar Acompanhamento genético Corticosteróides orais Suporte ventilatório mecânico noturno Correção da escoliose - Fixação espinal Cuidados nutricionais FISIOTERAPIA NA DMD • Avaliação ▫ Teste de FM ▫ Teste de ADM ▫ Condição funcional ▫ Função respiratória ▫ Avaliações frequentes • Objetivos ▫ Evitar contraturas que possam levar à incapacidade e dor ▫ Manter a FM /evitar atrofia por desuso ▫ Facilitar as habilidades funcionais máximas adaptações do ambiente ▫ Manter a máxima FM respiratória e o movimento de secreções ▫ Adotar expectativas realistas para a criança e a família Cuidados respiratórios e disfagia • Exercícios para respiração diafragmática • Alongamento da caixa torácica • Drenagem postural e huffing • Posicionamento e mudança de volume nos alimentos podem melhorar a deglutição • Fisio, fono e TO FISIOTERAPIA NA DMD Prevenção de contraturas • Alongamento, posicionamento • Movimentos ativos, assistidos e/ou passivos • Mobilização articular • Uso de talas noturnas para controle da plantiflexão FISIOTERAPIA NA DMD Exercício e manutençãodo nível funcional máximo • Exercício ativo para músculos distróficos • Exercício submáximo • Jogar bola, percursos com simples obstáculos, jogos de lançar, tênis de mesa, andar de bicicleta, natação • Período de descanso!! FISIOTERAPIA NA DMD Manutenção da deambulação • Seguimento de programas de ADM, posicionamento e atividades • Cirurgia para alívio da contratura de MMII • Uso de KAFO’s bilaterais • Exercícios passivos de ADM • Treino de marcha • Andadores FISIOTERAPIA NA DMD • Transição para a cadeira de rodas ▫ Dificuldades na propulsão devido à fraqueza progressiva dos MMSS ▫ Cadeira motorizada ▫ Suporte para o tronco ▫ Alinhamento espinal – escoliose ▫ Ambiente escolar e domiciliar FISIOTERAPIA NA DMD REFERÊNCIAS SHEPHERD, Roberta B. Fisioterapia em Pediatria. 1ª ed. São Paulo: Santos, 2010, v.1. UMPHRED, Darcy Ann. Reabilitação neurológica. 5ª ed. São Paulo: Elsevier, 2009. LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: Fundamentos para a reabilitação. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus - Elsevier, 2008. QUESTÕES Questões: 1. Determine os Tipos I, II e III da atrofia muscular espinhal. 2. Quais os objetivos da fisioterapia na AME Tipo I, II e III? 3. Determine o quadro clínico de uma criança com DMD. 4. O que representa a Manobra de Gowers? 5. Na DMD, quais os objetivos da fisioterapia? MUITO OBRIGADA!!!!
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