Buscar

Relatorio_do_estagio I

Prévia do material em texto

RELATÓRIO DO ESTÁGIO I
Selma Lucia Barbosa Watanabe
Orientador Local: Neide Mary Camacho Solon
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso de Bacharelado em Serviço Social (SES0452) – Estágio I
04/07/2019
1 INTRODUÇÃO
O relatório exposto foi descrito com base nas atividades observadas no Estágio Supervisionado denominado Estágio I, no Centro de Referência de Assistência Social do bairro Paranaguamirim, contribuindo para o conhecimento técnico-operativo da acadêmica de Serviço Social e, complementando as dimensões teórica-metodológica e ético-política.
O estágio supervisionado é de fundamental importância para a formação do acadêmico, pois é possível observar a práxis profissional na sua integralidade.
Conforme a Política Nacional de Estágio da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS.2010,p.14):
O estágio supervisionado no curso de Serviço Social apresenta como uma de suas premissas oportunizar ao(a) estudante o estabelecimento de relações mediatas entre os conhecimentos teórico-metodológicos e o trabalho profissional, a capacitação técnico-operativa e o desenvolvimento de competências necessárias ao exercício da profissão(..). 
O acadêmico desenvolve o senso crítico e reflexivo, diante das demandas apresentadas no cotidiano do fazer profissional do Assistente Social, no acompanhamento regular no campo de estágio. Foi possível observar o supervisor de campo no enfrentamento das expressões das questões sociais, reflexos da atual situação política, econômica e social do país.
O papel do estágio curricular obrigatório é tornar possível a articulação teoria versus prática, é contribuir na construção do perfil profissional do estagiário, capacitando-o a decifrar as realidades sociais do território, como intervir de forma proativa e crítica.
 2. RELATO E ANÁLISE DO PROCESSO DE TRABALHO
O Município de Joinville, conta com nove (9) Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), sendo um deles o CRAS Paranaguamirim.
O CRAS do bairro Paranaguamirim, foi fundado em 1º de setembro de 2007, sendo a principal porta de entrada da Assistência Social, trabalhando na Proteção Social Básica, sempre com ênfase na garantia de direitos e na emancipação das famílias. O CRAS Paranaguamirim atende todo o território do bairro Paranaguamirim, tendo como área 11,51km² e total de 30.648 hab. em 2016,  conforme os dados do Joinville-Bairro-à-Bairro-2017. Tendo como rendimento médio mensal 1,17 renda média mensal em salários mínimo, sendo a menor renda pesquisada em Joinville,e tendo a maioria adultos até 59 anos (58%), seguido de crianças e adolescentes (37%). 
O território é local de grande vulnerabilidade e risco social. No Estágio I realizado de abril a junho (150 horas) no CRAS Paranaguamirim, sob a supervisão da orientadora de campo, a Assistente Social Rosangela Rodrigues, foi possível conhecer a realidade do profissional de Serviço Social no seu espaço ocupacional.
O CRAS Paranaguamirim trabalha na proteção, prevenção de riscos sociais e vulnerabilidades, na garantia de direitos, desenvolvendo as potencialidades, o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e a ampliação do acesso à cidadania. Conforme Iamamoto, 2010,p. 163:
O Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação enquanto especialização do trabalho. Os assistentes sociais, por meio da prestação de serviços socioassistenciais - indissociáveis de uma dimensão educativa (ou política-ideológica) - realizados nas instituições públicas e organizações privadas, interferem nas relações sociais cotidianas, no atendimento às variadas expressões da questão social, tais como experimentadas pelos indivíduos sociais no trabalho, na família , na luta pela moradia e pela terra, na saúde, na assistência social pública,(...).
Neste sentido, a prática profissional do Assistente Social está no comprometimento do trabalho realizado, no olhar crítico e reflexivo para a realidade social das famílias inseridas no território.
2.1 PROCESSO DE INSERÇÃO E ATIVIDADES REALIZADAS
	
O processo de inserção se deu por conta do contato da instituição de estudo com a instituição concedente de estágio, mais precisamente da articulação da tutora externa do curso de Serviço Social, Neide Mary Camacho Solon, com a Coordenação e Assistente Social da Instituição Pública,(CRAS).
A Assistente Social do CRAS, Rosangela Rodrigues abriu duas vagas para estágio, na qual, ocupo uma delas. A autorização de estágio se deu por meio eletrônico, através do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) da Prefeitura de Joinville.
Como supervisora e orientadora no campo de estágio, a Assistente Social apresentou a estrutura física da unidade e os profissionais que trabalham naquele equipamento do SUAS. Também, falou da importância da ética profissional no ambiente de trabalho e como funciona o processo de trabalho no CRAS.
2.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE SUPERVISÃO
		O estágio supervisionado de observação em Serviço Social, oportuniza ao acadêmico o desenvolvimento de habilidades necessárias para o exercício da profissão, estabelecendo relação entre as dimensões teórico-metodológica e técnico-operativa. A supervisora de campo, tem possibilitado cotidianamente essa experiência. A cada atendimento esclarece dúvidas, e verbaliza o por quê do parecer para cada ação, tem a preocupação e paciência, de repetir quantas vezes forem necessárias para que nada fique na dúvida. O acesso aos instrumentos como: relatórios, entrevistas, registros, estudos sócio-econômicos, pareceres, entre outros, nos enriquece muito, enquanto estagiária e acadêmica.
		Como profissional e estudiosa do Serviço Social, a Assistente Social tem consciência que através da supervisão em campo de estágio, está contribuindo para a formação e fortalecimento da categoria.
2.2.1 Auto-Avaliação
	A oportunidade do estágio supervisionado é um privilégio para o aprendizado teórico-prático no espaço ocupacional do Assistente Social, é o momento que o acadêmico pode lincar os conhecimentos teóricos com a observação da prática profissional do Assistente Social.
	O processo de auto-avaliação ou crítico reflexivo, deve ser prática permanente tanto no nosso âmbito acadêmico, quanto no âmbito profissional no futuro, pois dessa forma aprendemos nos posicionar com criticidade e autonomia, contribuindo com o aperfeiçoamento do desempenho como acadêmico e como profissional. Quando temos a chance de refletir criticamente sobre os conhecimentos adquiridos, é quando percebemos cada vez mais a nossa autonomia.
2.2.2 Avaliação das Condições Institucionais
No que diz respeito à avaliação da Instituição, apesar da estrutura ser nova e ampla, a parte inferior onde estão instaladas as salas de atendimentos dos cadastradores, psicólogo, assistentes sociais possuem apenas divisórias, o que não seria apropriado, no que diz respeito ao sigilo do atendimento, já que dá para ouvir o que é falado nas outras salas, dependendo do tom de voz de cada pessoa. A falta de espaço adequado (no que diz respeito à acústica) para oficinas de musicalização e karatê desenvolvido pelo CRAS e a falta de recursos humanos já quase se naturalizou no âmbito público do município de Joinville, infelizmente. Mas apesar de todos os empecilhos encontrados não são pretextos para desmotivar a equipe do CRAS Paranaguamirim, a equipe multidisciplinar não mede esforços para desempenhar bem suas funções no alcance do objetivo de cada profissional e para o bem comum da comunidade.
2.2.3 Avaliação da Dinâmica De Supervisão
Os assistentes sociais, apesar dos salários baixos, pouco investimento na área de atuação, são profissionais que ainda ousam sonhar, tentando transformar a realidade em que vivemos para ter um futuro melhor, tanto no território onde trabalha, como também na supervisão, apoio e transmissão de conhecimentos para os acadêmicos que querem fazer parte da categoria.
	A experiência com a supervisão de estágio foi muito valiosa,principalmente no sentido do desenvolvimento da minha identidade profissional. Considera-se como papel do supervisor o de facilitador do conhecimento da dinâmica da comunidade local, buscando possibilidades de inserção dessas famílias em uma vida digna, como cidadãos de direitos e evitando posturas de preconceito, respeitando sempre o Código de Ética Profissional e os princípios e diretrizes da Assistência Social. Nesse sentido, o desenvolvimento do próprio estagiário,reflete o conhecimento e as informações passadas neste tempo de observação, pelo supervisor de estágio. 
3 CONCLUSÃO
Analisando as informações estudadas para produzir este instrumento, podemos dizer que o estágio supervisionado tem como finalidade oportunizar ao acadêmico, o conhecimento do campo de atuação do Assistente Social, capacitando o estudante, diante do trabalho profissional que desempenhará.
Os supervisores de campo e acadêmico, têm valores inestimáveis na consolidação do projeto ético-político profissional, pois foram sempre imprescindíveis e cruciais no momento de dúvidas e orientações, ressaltando sempre a importância de atualização e aprofundamento nas questões, tanto do Serviço Social, como em outras temáticas que auxiliam na leitura da realidade social e na efetivação das ações realizadas.
Foi necessário voltar os estudos para a Política Nacional da Assistência Social(2004), para compreender o processo de efetivação do SUAS. Foi obtido como resultado, o entendimento da Assistência Social como Proteção Social Básica.
A observação do Estágio 1 , feita na esfera pública municipal de Joinville, CRAS Paranaguamirim, permitiu ao acadêmico compreender as ofertas socioassistenciais, e ver a materialização dos direitos à Proteção Social Básica como dever do Estado. No entanto, pode-se observar que é grande a dificuldade do profissional em Serviço Social trabalhar com tão pouco investimento nesta área. A grande parte dos atendimentos no CRAS Paranaguamirim , são para solicitação dos benefícios eventuais, principalmente o benefício eventual de alimentação(cesta básica). A cultura histórica e sociocultural, de antes do movimento de reconceituação, de assistencialismo, parece estar muito presente nas pessoas daquele território.
A realização dessa etapa, como observador no espaço sócio-ocupacional da Assistente Social, reforçou a importância do conhecimento acadêmico, das dimensões teórico-metodológica, ético-político e técnico-operativo, assim como, o comprometimento do profissional na defesa de direitos dos usuários, na ampliação e consolidação da cidadania, prestando serviço com qualidade, equidade e imparcialidade.
REFERÊNCIAS
ABEPSS- Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. Política Nacional de Estágio da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, 2010. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/pneabepss_maio2010_corrigida.pdf
Acesso em: junho de 2019.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de Assistência Social-PNAS 2004/ Norma Operacional Básica-NOB-SUAS, 2005. Disponível em: www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/PNAS2004.pdf
Acesso em: junho de 2019.
IAMAMOTO, Marilda Villela. Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche. São Paulo: Cortez, 2010.
JOINVILLE, Prefeitura Municipal de. Joinville Bairro a Bairro, 2017. Disponível em: https://www.joinville.sc.gov.br/wp-content/uploads/2017/01/Joinville-Bairro-a-Bairro-2017.pdf .Acesso em: junho de 2019.
SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL-SAS; CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL-CMAS. Plano Municipal de Assistência Social 2014-2017, Disponível em: https://www.joinville.sc.gov.br/publicacoes/plano-municipal-de-assistencia-social-2014-2017/ . Acesso em: junho de 2019.

Continue navegando