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PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA ABSTRATA

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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP 
 
 
 
 
 
 
 
PRESCRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTANA DE PARNAÍBA - SP 
2015 
 
 UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP 
 
 
 
 
 PRESCRIÇÃO 
 
 
 
 
Ana Caroline Silvestre do Nascimento – B74611-4 
Camila dos Reis Almeida – B84642-9 
Ingrid da Silveira Uflacker - B96054J-6 
Maria Eduarda Nitsche Costa – T25835-9 
Rafael Flor Carvalho Lima – B6559E-9 
Turma de Direito – Manhã –5º Semestre 
Campus Alphaville 
Turma: DR5A06 
Orientador: Ricardo Andreucci 
 
 
 SANTANA DE PARNAÍBA - SP 
 2015 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO..............................................................................................2 
 
I- PRESCRIÇÃO.................................................................................3 
II- PRESCRIÇÃO DA PRESTAÇÃO PUNITIVA.........................3 
III- INÍCIO E INTERRUPÇÃO DO PRAZO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO 
EXECUTÓRIA............................................... ................................4 
IV- PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA .....................................13 
V- PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA ABSTRA........14 
VI- CAUSAS IMPEDITIVAS DO PRAZO PRESCRICIONAL.... 29 
VII- CAUSAS INTERRUPTIVAS........................................................30 
VIII- CAUSA SUSPENSIVA DA PPE....................................................31 
IX- CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PPE.........................................32 
CONCLUSÃO...............................................................................................34 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Objetivo deste trabalho é compreender e entender o instituto jurídico da prescrição 
penal em seu todo, através de conceito, natureza jurídica, fundamentos jurídicos, 
prazos de sua ocorrência e contagens destes prazos, espécies ou modalidades, marcos 
ou termos iniciais, causas suspensivas e interruptivas, prescrições penais de leis 
especiais e imprescritibilidade. O instituto da prescrição penal é de vital importância 
por a sua aplicação obrigatória, por tratar-se de matéria de ordem pública, sobretudo 
para a segurança jurídica, em razão da inércia do Estado-juiz em concluir a ação penal 
competente. 
 
 
I- PRESCRIÇÃO 
 
Se o Estado, através de seus órgãos, não conseguir em tempo oportuno realizar 
suas atividades jurídicas, seja para punir, após a ação delituosa ou executar a pena 
imposta, depois de decisão condenatória final, perderá o direito de fazê-lo em 
decorrência da prescrição penal. 
A prescrição penal causa impeditiva ou da execução de uma sanção. Encontra-
se ramificada em duas categorias, quais sejam, a prescrição da pretensão punitiva, 
caracterizada pela perda, por parte do Estado, do poder-dever de apreciar a causa e 
infligir a punição cabível, e a prescrição da pretensão executória, que representa a 
perda, pelo Estado, se seu puder-dever de executar a sanção anteriormente aplicada. 
Trata-se de uma limitação ao poder-dever do Estado, ao jus persequendi 
primeiro e à pretensão execução mais tarde, ditada em atenção aos efeitos tempo, pelo 
simples transcurso, solve situações jurídicas e lhes empresta caracteres definitivos. 
Assim, através da prescrição, o autor de uma infração penal pode ter extinta a 
sua punibilidade e consequentemente livrar-se de sofrer as sanções previstas pela 
norma penal. 
 
Os prazos prescricionais aplicáveis às condutas definidas como crime no Brasil 
estão previstos nos artigos 109 á 118 do Código Penal. 
 
II- PRESCRIÇÃO DA PRESTAÇÃO PUNITIVA 
 
A prescrição da pretensão punitiva ocorre antes de transitar em julgado a sentença 
penal. O reconhecimento dessa espécie de prescrição tem o mesmo efeito de uma 
sentença absolutória. Logo, o réu continuará sendo considerado primário e de bons 
antecedentes. 
A prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato é regulada pelos 
prazos previstos no art. 109 do CP. Assim, para exemplificar: 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a 
doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 
 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não 
excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 
 
Assim, se a ação pena não for iniciada dentro do prazo fixado, será reconhecida 
a ocorrência da prescrição durante o curso da ação, e o juiz decretará a extinção da 
punibilidade, e assim, o acusado não é responsabilizado, se nome não é inscrito no rol 
dos culpados nem é considerado reincidente. Não respondendo pelas custas 
processuais. 
 
 
III- INÍCIO E INTERRUPÇÃO DO PRAZO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO 
EXECUTÓRIA 
 
O termo inicial da prescrição da pretensão executória vem estabelecido pelo 
artigo 112 do Código Penal. 
O transito em julgado da sentença condenatória para prestação a acusação (e 
não para ambos as partes) significa que o tempo de pena não pode mais ser 
aumentado, contando-se o prazo da prescrição da pretensão executória com relação á 
pena imposta. 
Outra hipótese de início da contagem dessa prescrição é a revogação da 
suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, devendo ser 
considerado o dia da efetiva publicação das decisões. 
Interrompendo-se execução da pena pela fuga do condenado, inicia-se a 
contagem do prazo da prescrição da pretensão da pretensão executória. Já nos casos 
dos artigos 41 e 42 do Código Penal, aplicando-se o princípio da detração penal, não 
corre a prescrição, ainda que interrompida a efetiva execução da pena. 
As causas de interrupção da prescrição da pretensão executória estão expressas 
no artigo 117, V e VI, do Código Penal. 
 
O início de cumprimento da pena é a primeira causa de interrupção, já que 
demonstra efetivo exercício pelo Estado do jus puniendi, nesse caso, do direito de 
executar a sanção imposta ao criminoso. 
 Se ocorrer a fuga do condenado ou a revogação do livramento condicional, a 
recaptura ou a prisão do sentenciado interrompem a prescrição da pretensão 
executória, que será regulada elo tempo que resta da pena, nos termos do artigo 113 do 
Código Penal. 
Outra causa de interrupção é a reincidência, que é determinada pela pratica de 
novo crime depois de sentença condenatória irrecorrível por delito anterior. 
Redução Dos Prazos Prescricionais 
Ainda que a regra seja a imediatidade dos efeitos da lei, o direito positivo 
brasileiro não contém regra genérica de transição para a contagem do prazo 
prescricional reduzido em relação às situações jurídicas pendentes quando do início da 
vigência da nova lei. 
A ausência, na lei nova, de regra de direito intertemporal que regule 
expressamente a transição entre os regimes jurídicos tem ensejado impugnações 
judiciais e revelado a existência de divergência entre o entendimento firmado no 
Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal acerca da questão. 
No julgamento do RE 566621, ocorrido em 04.08.2011, o Supremo Tribunal 
Federal reafirmou a sua jurisprudência sobre a contagem do prazo prescricional 
reduzido e reputou a vacatio legis como regra de transição suficientemente 
asseguradora da observância do princípio da segurança jurídica e a autorizar a 
aplicação irrestrita da nova lei atodas as ações posteriores ao início da vigência do 
prazo reduzido. Diante disso, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
ao julgar o RESP 1269570 alterou o entendimento antes firmado para acompanhar a 
interpretação fixada pelo Supremo Tribunal Federal quando do julgamento do RE 
566621, conforme notícia veiculada no site do STJ no dia 19.06.2012. O artigo que se 
segue procura analisar a aplicação do prazo prescricional reduzido em relação às 
situações jurídicas pendentes quando do início da vigência da nova lei e a incidência 
do princípio da segurança jurídica como instrumento de controle constitucional da 
 
regra de direito intertemporal que regula a transição, inclusive a que fixa a vacatio 
legis. 
 
1. A REDUÇÃO DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS PELA LEI NOVA 
A contagem do novo prazo prescricional reduzido em relação às situações jurídicas 
pendentes quando do início da vigência da nova lei pode ocorrer de maneiras distintas 
a depender das seguintes particularidades: 
a) existência de vacatio legis; 
b) existência de regras específicas de direito intertemporal que regule a transição entre os 
regimes jurídicos; 
c) ausência de vacatio legis e regras de transição. 
Cada uma dessas situações enseja tratamento diferente em relação à contagem do 
prazo prescricional reduzido e os tópicos seguintes destina-se a estudá-las. 
 
2. A REDUÇÃO DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS E A EXISTÊNCIA DE 
VACATIO LEGIS 
A alteração de prazos e sua eventual aplicação às situações jurídicas pendentes 
quando do início da vigência da nova lei é juridicamente possível, desde que 
observados os condicionamentos constitucionais para sua validade. 
Esses condicionamentos, em regra, consistem no dever de observar o princípio da 
segurança jurídica e a necessária salvaguarda ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. 
A propósito, vale ressaltar que a alteração de prazos não representa ofensa ao 
direito adquirido porque não existe direito adquirido a regime jurídico. Esse é o 
posicionamento do Supremo Tribunal Federal expresso no voto proferido pela 
Ministra Ellen Gracie ao relatar o RE 566.621, aqui transcrito no que interessa: 
É certo que a alteração de prazos, indubitavelmente, não ofende direito adquirido, 
porquanto, inexiste direito adquirido a regime jurídico, o que já restou definitivamente 
assentado na jurisprudência desta Corte, do que são exemplos os precedentes em que 
 
se entendeu ser viável a alteração de prazo de recolhimento do tributo depois da 
ocorrência do fato gerador e o estabelecimento de novos requisitos par o 
prosseguimento do gozo de imunidade por entidade já reconhecida, no passado, como 
beneficente: 
A inexistência de direito adquirido a regime jurídico afasta, pois, qualquer 
pretensão de aplicação do prazo prescricional vigente à época do nascimento da 
pretensão (actio nata) sujeita à prescrição. 
O que não se admite, em nome do princípio da segurança jurídica, é que a norma 
redutora de prazos fulmine imediatamente as pretensões que, segundo as regras até 
então vigentes, ainda poderiam ser exercidas. 
A impossibilidade de fulminar imediatamente as pretensões que ainda poderiam 
ser deduzidas no prazo vigente quando da modificação legislativa por representar 
ofensa ao princípio da segurança jurídica, e consequentemente, ao necessário 
resguardo da certeza do direito, da estabilidade das situações jurídicas, da confiança no 
tráfego jurídico e do acesso à justiça, foi abordada no voto proferido pela Ministra 
Ellen Gracie no julgamento do RE 566.621 no seguintes termos: 
Isso não quer dizer, contudo, que a redução de prazo possa retroagir para fulminar, 
de imediato, pretensões que ainda poderiam ser deduzidas no prazo vigente quando da 
modificação legislativa. Ou seja, não se pode, de modo algum, entender que o 
legislador pudesse determinar que pretensões já ajuizadas ou por ajuizar estejam 
submetidas, de imediato, ao prazo reduzido, sem qualquer regra de transição. 
É que isto, ainda que não viole estritamente ato jurídico perfeito, direito adquirido 
ou coisa julgada, atenta contra outros conteúdos do princípio da segurança jurídica. 
Efetivamente, se, de um lado, não há dúvida de que a proteção das situações jurídicas 
consolidadas em ato jurídico perfeito, direito adquirido ou coisa julgada constitui 
imperativo de segurança jurídica, concretizando o valor inerente a tal princípio, de 
outro, também é certo que tem este abrangência maior e que implica, também, 
resguardo da certeza do direito, da estabilidade das situações jurídicas, da confiança no 
tráfego jurídico e do acesso à justiça. 
Há, efetivamente, conteúdos do princípio da segurança jurídica que se encontram 
implícitos no texto constitucional. 
 
O princípio da segurança jurídica decorre implicitamente não só da sua 
concretização em direitos e garantias individuais expressamente contemplados no art. 
5º da Constituição, como, entre vários outros, os incisos XXXV e XXXVI, mas 
também de outros dispositivos constitucionais e diretamente do sobre princípio do 
Estado de Direito, estampado no art. 1º da Constituição, do qual se extraem, 
independentemente de norma expressa, garantias como a proteção da liberdade e 
contra a arbitrariedade, bem como de acesso ao Judiciário. 
A atribuição de efeitos retroativos, ou seja a possibilidade de atingir as situações 
jurídicas pendentes, exige cláusula expressa nesse sentido e esta somente será válida 
se houver o necessário resguardo ao princípio da segurança jurídica nos seus 
conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça. 
Cabe, pois, analisar se a fixação de vacatio legis para a entrada em vigor da nova 
norma redutora de prazos prescricionais atende ao propósito do necessário resguardo 
da segurança jurídica quando fixada em tempo razoável para possibilitar que os 
titulares de eventuais direitos possam exercê-lo antes da entrada em vigor do novo 
prazo prescricional. 
A vacatio legis é o período de tempo que se estabelece entre a publicação e a 
entrada em vigor da lei e durante o qual a lei nova não produzirá efeitos. Ele é fixado 
em razão da repercussão que a lei nova nas relações jurídicas pendentes e nas que se 
realizarão a partir de sua vigência. 
O art. 1º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, Decreto-Lei 
4.657/42, estabelece que “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o 
país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. 
Além disso, o art. 8º da LC 95/98, que dispõe sobre a elaboração, a redação, a 
alteração e a consolidação das leis, nos termos do art. 59 da Constituição Federal, a 
vigência da lei deve “contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo 
conhecimento, reservada a cláusula “ entra em vigor na data de sua publicação” para 
as leis de pequena repercussão. 
Esse prazo tem o propósito de possibilitar que os destinatários da norma tomem 
conhecimento do seu teor antes de sua vigência e adotem todas as medidas e cautelas 
em relação às situações jurídicas que serão produzidas na vigência da nova lei como 
 
também as medidas que se fizerem necessárias para a salvaguarda dos direitos que 
possam ser alterados ou modificados ou extintos a partir da vigência da nova lei. 
É dizer: a vacatio legis destina-se a atender o princípio da segurança jurídica 
possibilitando que os titulares de direitos eventualmente ainda não exercidos adotem 
as medidas que se fizerem necessárias para exercê-los ou preservá-los através de 
medidas que assegurem a interrupção do prazo prescricional, a exemplo das elencadas 
no art.202 do Código Civil Brasileiro. 
 O estabelecimento de vacatio legis na lei redutora de prazo prescricional 
possibilita a aplicação dalei nova a partir do início da sua vigência não só em relação 
aos fatos ocorridos após a sua entrada em vigor, mas a todas as prescrições em curso 
na data de sua vigência, ressalvados, obviamente os casos em que o titular do direito o 
tenha exercido até a data de início da vigência da nova lei, propondo a respectiva ação 
judicial. 
Decorrido o prazo da vacatio legis, a lei entra em vigor imediatamente e alcançam 
todas as situações jurídicas pendentes, entendidas estas como aquelas representativas 
de direitos ainda não exercidos por seus titulares, independentemente da época do 
nascimento da pretensão (actio nata) sujeita à prescrição. 
 
3. A REDUÇÃO DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS E A EXISTÊNCIA DE 
REGRAS ESPECÍFICAS DE DIREITO INTERTEMPORAL 
Na hipótese da lei nova fixar regras de direito intertemporal para contagem do 
prazo prescricional reduzido em relação as situações jurídicas pendentes quando do 
início da vigência da nova lei, terão aplicação essas disposições específicas. 
 Em casos tais, a própria lei traz regras específicas de direito intertemporal 
regulando a transição entre os regimes jurídicos e, em tese, não haveria maiores 
questionamentos quanto a contagem do prazo prescricional em relação às situações 
jurídicas pendentes. 
Dentre os prazos reduzidos pelo Código Civil de 2002 encontra-se o relativo ao 
exercício das pretensões indenizatórias que passou de 20 para 03 anos (ar 206,§3º,V, 
do CC 2002.). 
 
O titular de pretensão dessa natureza e eventualmente sujeita à aplicação do 
prazo prescricional reduzido teve, a partir da publicação do novo código e antes de sua 
entrada em vigor, o prazo de 01 ano para exercer a sua pretensão e interromper o prazo 
prescricional em curso. Mas, houve os que não adotarem qualquer medida para exercer 
a sua pretensão no prazo da vacatio legis. E, muito embora as regras de direito 
intertemporal tenham sido fixadas no propósito de regular, de forma específica, a 
transição entre os regimes, surgiram questionamentos quanto à sua forma de aplicação. 
 Argumentou-se que a incidência imediata do prazo prescricional reduzido a 
partir da vigência da nova lei fulminaria pretensões nascidas na vigência da lei anterior 
e ainda não exercidas, o que determinaria a contagem do prazo prescricional reduzido 
somente a partir da data do início da vigência do novo código e não a partir do 
nascimento da pretensão. 
Dessa forma, na hipótese da lei nova fixar regras de direito intertemporal para 
contagem do prazo prescricional reduzido em relação às situações jurídicas pendentes 
quando do início da vigência da nova lei, terão aplicação essas disposições específicas, 
lembrando sempre que, na ausência de disposição especial, a vacatio legis é 
considerada como regra de transição suficiente para possibilitar a imediata aplicação 
da lei nova a todas as situações jurídicas pendentes, entendidas estas como aquelas 
representativas de direitos ainda não exercidos por seus titulares. 
 
4. A REDUÇÃO DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS SEM A FIXAÇÃO DE 
REGRAS DE TRANSIÇÃO VACATIO LEGIS OU OUTRAS REGRAS DE 
TRANSIÇÃO 
 A edição de lei nova reduzindo o prazo prescricional sem a fixação de regras de 
transição, inclusive vacatio legis, tem suscitado, ao longo da história, discussões 
acerca da contagem do prazo prescricional em relação a situações jurídicas ainda não 
consolidadas. 
A solução da questão envolve regras de direito intertemporal. A propósito do tema, 
importa consignar que o art. 6º da Lei de Introdução ao Código Civil estabelece que “a 
lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada”. 
 
Embora a regra seja a imediatidade dos efeitos da lei, o direito positivo brasileiro 
não contém regra genérica de transição para a contagem do prazo prescricional 
reduzido em relação às situações jurídicas pendentes quando do início da vigência da 
nova lei. 
 
5. O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS REGRAS DE 
TRANSIÇÃO 
Os dispositivos legais que fixam as regras de transição de um regime jurídico para 
outro, inclusive o dispositivo que fixa a vacatio legis, estão sujeitos ao controle 
jurisdicional quanto à sua extensão e possível aplicação à luz da Constituição Federal, 
avaliando-se, notadamente, a sua aptidão para assegurar a eficácia do princípio da 
segurança jurídica. 
A observância do princípio da segurança jurídica ocorre sempre que for concedido 
prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento e para que s interessados 
exerçam, antes do início da vigência da nova lei, as pretensões que possam restar 
fulminadas a partir de então. 
Dessa forma, no caso concreto submetido à sua apreciação, cabe ao poder 
judiciário aferir se as regras de transição, inclusive a vacatio legis, foram fixadas em 
período de tempo apto a atender o comando normativo imposto pelo princípio da 
segurança jurídica. 
A esse propósito, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal entendeu, nos 
precedentes que deram origem ao enunciado 445 e também na apreciação do RE 
566621. que a alargada vacatio legis fixada nos casos analisados asseguraram a 
observância do princípio da segurança jurídica nos seus conteúdos de proteção da 
confiança e de acesso à justiça. 
 Desta forma, a contagem do novo prazo prescricional reduzido em relação às 
situações jurídicas pendentes quando do início da vigência da nova lei pode ocorrer de 
maneiras distintas a depender da existência ou não de regras de transição a regular 
suficientemente a transição entre os regimes jurídicos. 
 
As regras específicas de transição eventualmente fixadas na nova lei é que 
determinam quando com que efeito o novo prazo prescricional pode ser validamente 
aplicado. 
A vacatio legis, desde que estabelecida em prazo que assegure a observância 
do princípio da segurança jurídica, é considerada regra de transição suficiente para 
assegurar a aplicação imediata da lei nova a todas as situações jurídicas pendentes, 
entendidas estas como aquelas representativas de direitos ainda não exercidos por seus 
titulares, independentemente da época do nascimento da pretensão (actio nata) sujeita 
à prescrição. 
Na falta de regra de transição, inclusive de vacatio legis: 
i. aplicar-se-á o prazo previsto na lei anterior se o tempo que falta para consumar-se a 
prescrição é menor que o prazo estabelecido na lei nova; 
ii. aplicar-se o prazo previsto na lei nova, se o período de tempo que falta para se 
consumar a prescrição pela lei anterior excede ao fixado pela nova lei, contado este do 
dia em que ela entrou em vigor. 
 
Prescrição Das Penas Restritivas De Direitos 
A pena restritiva de direitos é sanção penal imposta em substituição à pena 
privativa de liberdade consistente na supressão ou diminuição de um ou mais direitos 
do condenado. Trata-se de espécie de pena alternativa. Irá ser aplicado aos crimes com 
menor grau de responsabilidade, com penas mais brandas. Está ligada ao princípio da 
proporcionalidade. 
São penas restritivas de direitos: a prestação pecuniária, a perda de bens e 
valores, a prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, a interdição 
temporária de direitos e a limitação de fim de semana, conforme preceitua o Art. 43 do 
Código Penal. 
Art. 44, CP – As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as 
privativas de liberdade, quando: 
 
I. aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena 
aplicada, se o crime for culposo; 
II. o réu não for reincidente em crime doloso; 
III. a culpabilidade, os antecedentes, a conduta sociale a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja 
suficiente. 
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, 
em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a 
reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. 
Havendo substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos 
(art. 44, do CP), a pena restritiva de direito prescreve no mesmo prazo estabelecido 
para a pena privativa de liberdade (art. 109, parágrafo único, do CP). Neste sentido é o 
magistério de Delmanto et alii “Dispõe (...) que os mesmos prazos previstos para as 
penas privativas de liberdade são aplicáveis às penas restritivas de direitos. Como 
estas são substitutivas daquelas, o dispositivo interessa às formas de prescrição dos §§ 
1º e 2º do art. 110 (prescrição subsequente e retroativa) a que este art. 109 faz expressa 
remissão (...)”. (2010, p. 409). 
IV- PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA 
A divergência que ronda a natureza da pena de multa foi inserida pela Lei nº 
9.268/96, quando, ao modificar a redação do art. 51 do Código Penal, dispôs que, 
“Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de 
valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda 
Pública” Dessa forma, as expressões “dívida de valor” e “dívida ativa” trouxeram a 
impressão de estar descaracterizada a natureza penal da multa aplicada. 
A doutrina, de uma forma geral, sustenta a manutenção do caráter penal da 
multa, pois a alteração legislativa só teria ocorrido para evitar a conversão da 
penalidade em constrição da liberdade, transformando a dívida penal em dívida de 
valor, não podendo mais, assim, o débito não quitado ser representado por um 
enclausuramento, mas tão somente por um valor quantificado em dinheiro. Dessa 
 
forma, sendo a multa prevista como penalidade autônoma no CP, não a deixaria de 
possuir natureza penal. 
 
V- PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA ABSTRATA 
INÍCIO OU TERMO INICIAL DA CONTAGEM 
Via de regra, o termo inicial da prescrição da pretensão punitiva ocorre a partir 
da data do fato. 
Da consumação do fato – quando não for possível precisar a data: 
- Mês: início no dia 1º; 
- Ano: início em Janeiro. 
Tentativa: do dia em que cessou a tentativa 
Crimes permanentes: do dia em que cessou a permanência. Se cessar após o 
recebimento da denúncia, o dies a quo será a data do recebimento da inicial. Existe 
posição no sentido de que se aplica, literalmente, o dispositivo do inciso III do art. 111 
do Código Penal, pois uma vez não cessada a permanência, não é possível iniciar-se o 
prazo de contagem. 
Crimes complexos: não são divididos; é um só, segundo se infere do 
regramento descrito no art. 108 do Código Penal. Assim, não há termo inicial de 
contagem do prazo para cada crime. 
Crimes qualificados pelo resultado (praeterdolosos = dolo + culpa): do dia em 
que se produziu o resultado mais grave. 
Crimes de bigamia e falsificação do registro civil: do dia em que o fato se 
tornou conhecido. Este conhecimento, no caso dos crimes em tela, deve ser aquele 
relativo a autoridade. Do contrário, o réu poderia sustentar que, há muitos anos atrás 
teria contado tal fato a um irmão, por exemplo, e fazer incidir a prescrição, já que seu 
irmão dificilmente adotaria providências no sentido de que o criminoso fosse punido. 
Também tal marco inicial apenas incide nesses dois casos, não podendo a norma ser 
 
estendida a outros, ainda que tenham a mesma natureza. Vale, assim, para os demais, a 
regra da data da consumação do crime. 
Contagem do prazo: 
 1) adotar a pena máxima abstratamente cominada para o tipo penal respectivo 
e levar ao art. 109 do Código Penal; 
2) presentes causas de aumento ou diminuição da pena (majorantes ou 
minorantes) é levado em conta o valor que mais aumente ou o que menos diminua, 
pois vigora, para fins de PPPAbstrata, o princípio de que se deve considerar a pior 
pena possível a ser aplicada ao réu. Agravantes e atenuantes não são levadas em conta 
nesta forma de prescrição. Qual a razão? Agravantes e atenuantes apenas são 
quantificadas na sentença e a PPPAbstrata leva em conta a pena máxima Professor 
Pietro Chidichimo Júnior 2 abstratamente cominada no tipo penal. Toma-se, assim, a 
pena máxima abstratamente cominada no tipo penal; 
3) verificar o prazo no art. 109 CP; 
4) verificar a incidência de causa modificadora – art. 115 CP (menoridade e 
maioridade senil); 
5) verificar se o prazo encontrado fluiu entre os marcos de contagem, que são: 
entre a data do fato e o recebimento da denúncia e entre o recebimento da denúncia e a 
data da publicação da sentença penal condenatória. 
 
VI- CAUSAS IMPEDITIVAS DO PRAZO PRESCRICIONAL 
O prazo não começa a correr, ou seja, sem a ocorrência destas duas causas, o 
prazo prescricional sequer inicia a sua contagem. São, pois, condições sem a quais não 
se perfectibiliza o início da contagem do prazo prescricional: 
a) sem que haja publicidade, nos crimes de bigamia e falsidade / alteração de 
assentamento no registro civil; 
b) sem que haja sentença de encerramento da falência (efetiva ou hipotética), 
nos crimes falimentares (não mais em vigor em razão da nova lei de falências). 
 
 Ingresso no país de crime praticado no estrangeiro e punido no Brasil: a 
prescrição se inicia na data do crime. 
Declaração de procedência da acusação da Câmara para julgamento do 
Presidente da República nos crimes de responsabilidade: a data inicial da prescrição é 
o dia da prática do fato (crime comum). Crime de responsabilidade: só há sanção 
administrativa. 
Crime falimentar: a contagem do prazo se dá somente a partir do encerramento 
da falência. Mas não se trata de condição objetiva de punibilidade. 
VII- CAUSAS SUSPENSIVAS – ART. 116 CP. 
Questões prejudiciais: apenas as cíveis, segundo Damásio, de que dependa o 
reconhecimento do crime. Não existem questões prejudiciais penais. Ex: apropriação 
indébita – sobre quem é o dono da coisa. Ou, ainda, a validade do primeiro casamento 
no caso do crime de bigamia. Vide arts. 92 e 93 CPP. 
Termo inicial: dia em que é determinada a suspensão do processo. 
Termo final: no caso do art. 92, da data do trânsito em julgado da decisão no 
cível; no caso do art. 93, da data do despacho que determina o prosseguimento do feito 
(com ou sem a decisão do cível, no caso do art. 93 do Código de Processo Penal). 
 O incidente de insanidade mental e a exceção da verdade não suspendem o 
prazo prescricional. 
Cumprimento da pena no estrangeiro: se o criminoso cumpre pena no 
estrangeiro, não será extraditado e, por isso, só reinicia o prazo prescricional quando o 
réu é libertado na prisão estrangeira. Impossibilidade de obter extradição é o 
fundamento desta causa de suspensão da prescrição. 
Imunidade formal parlamentar: Art. 53 CF. Alterada em razão da EC n.º 
35/2001. Agora não mais há necessidade de prévia licença da casa para o 
processamento. A suspensão do processo é que poderá ocorrer por votação de partido 
político que tenha representatividade na respectiva Casa e aí será suspenso o prazo 
prescricional. Mas, quando o requisito era necessário: 
 
Necessária licença da Casa: suspensão por indeferimento de licença: pedido é 
encaminhado pelo Judiciário. Se indeferido, suspendo está o curso prescricional 
enquanto durar o mandato. 
Duas situações: o prazo é contado da data da sessão de indeferimento ou da 
data da publicação da resolução no Diário Oficial? A primeira opção é a correta, pois a 
lei é clara; da data do indeferimento.Ausência de deliberação: fruto da malícia ou ingenuidade dos congressistas: 
inicia o prazo na data em que o Judiciário reconhece como necessária a licença e 
paralisa o feito, tanto nos casos de indeferimento da licença, como nos casos de 
ausência. 
Termo inicial: data do pedido de solicitação feito pelo relator. 
Termo final: data do término do mandato. 
Art. 51 CF – Presidente e Vice Presidente da República – Ministros: 2/3 da 
Câmara dos Deputados. Ausência de deliberação suspende o feito, mas não a 
prescrição e se estende aos Governadores (cascata). 
Suspensão condicional do processo: Art. 89, § 6º, da Lei 9099/95. 
 Termo inicial: dia da decisão concessiva do sursis. 
Termo final: dia do trânsito em julgado da decisão que revoga o sursis 
processual. 
Só incide a PPP porque não há processo. 
Não comparecimento do réu citado por edital: Art. 366 CPP. 
A norma prevista no art. 366 do Código de Processo Penal, dizem alguns, 
deveria ser retroativa não obstante esteja determinado que há suspensão do prazo 
prescricional, uma vez o cerne da norma é processual (aplicação imediata portanto) e a 
consequência da suspensão do processo é a suspensão do prazo prescricional. Mas, 
tanto na doutrina como na jurisprudência, de forma majoritária, predomina o 
entendimento de que a norma não retroage, justamente em razão do conteúdo penal da 
mesma. Há quem entendia que se deveria aplicar parte da norma imediatamente (parte 
 
processual – suspensão do processo) e tornar irretroativa a parte penal (suspensão do 
prazo prescricional), o que não foi aceito, justamente porque estar-se-ia criando uma 
terceira norma. Predomina o entendimento, assim, de que a norma do art. 366 do 
Código de Processo Penal não retroage, em razão do conteúdo material ser mais 
gravoso ao réu (suspensão do prazo prescricional). 
Uma vez determinado, então, que a norma não retroage, cumpre seja aferido 
qual o prazo máximo que o processo poderá ficar suspenso, uma vez que não se trata 
de outro caso de imprescritibilidade, ou seja, é preciso impor-se limite máximo para a 
suspensão do prazo prescricional. E, segundo o entendimento majoritário, predomina 
que o prazo máximo da suspensão é: MÁXIMO da pena privativa de liberdade, 
combinado c/c Art. 109 CP – a partir daí, reinicia o prazo prescricional e o processo é 
retomado. 
 Dies ad quem – se o réu comparecer ao processo antes de esgotado o limite da 
suspensão, o curso da prescrição será retomado a partir de quando o juiz retomar o 
processo. Se o réu não comparecer, a data limite da suspensão é o prazo MÁXIMO da 
Pena cominada ao tipo penal, combinado com os prazos previstos no art. 109 do 
Código Penal. 
Expedição de carta rogatória: ‚ 
- réu em local incerto: citado por edital – tem aplicação o disposto no art. aplica 
o art. 366 do Código de Processo Penal;‚ 
- réu em local sabido: em razão da demora no procedimento atinente à 
expedição, cumprimento e retorno da carta precatória (o que poderia inviabilizar o 
procedimento) e, de acordo com o art. 368 do Código de Processo Penal – suspende-se 
o prazo até o seu cumprimento. Início: data do despacho do juiz ordenando a 
expedição da carta. Ad quem: dia em que a carta é juntada aos autos, devidamente 
cumprida, como ocorre no processo civil e mais recentemente na Lei n.º 10.409/02 
(novo procedimento relativo aos crimes de tóxicos 
 
 
 
 
VIII- CAUSAS INTERRUPTIVAS – ART. 117 CP. 
O prazo recomeça do zero. “A suspensão detém, temporariamente, a 
construção do edifício. A interrupção destrói tudo o que já foi construído. Manzini” 
Data do recebimento da denúncia ou queixa: o marco é o recebimento e não 
publicação ou ciência do despacho que a recebe – mesmo em ação originária dos 
Tribunais. 
Quando era iniciada por portaria / prisão em flagrante: a denúncia não era 
causa interruptiva. 
O atraso no recebimento da denúncia não faz com que a data interruptiva se dê 
no dia em que deveria ter sido recebida. Por exemplo: sabe-se que há prazo para que o 
Promotor de Justiça ofereça denúncia, que varia de acordo com o fato de estar preso 
ou não o indiciado. Assim, se o Promotor oferece denúncia quatro anos após ter 
recebido o Inquérito Policial, tal marco interruptivo não retroage à data em que a 
inicial acusatória deveria ter sido recebida e que somente não o foi em razão do atraso 
causado pelo Promotor de Justiça. 
Aditamento da denúncia: 
 - derivada de emendatio libelli, não interrompe o prazo novamente; o prazo 
será regulado, entretanto, pela nova definição jurídica; 
- aditamento por mutatio libelli: também não interrompe novamente a 
prescrição, mas o prazo é contado de acordo com a nova definição do fato; 
 - aditamento para a inclusão de novo crime: a nova denúncia interrompe o 
prazo só com relação ao novo crime; 
 - aditamento para a inclusão de co-autor: art. 117, 1ª parte CP – é interrompida 
com o recebimento da 1ª denúncia, pois as causas interruptivas comunicam-se ao co-
autor, tudo sob o fundamento do princípio da igualdade, para que uma mesma 
situação, em princípio precária, não gere situações desiguais. 
Data da publicação da sentença de pronúncia: 
- Júri – dia da publicação da sentença; 
 
 - Se o juiz absolve ou impronuncia e o Tribunal reforma, a data interruptiva é 
o julgamento pelo Tribunal. Se o Tribunal reforma a pronúncia, dizem alguns 
doutrinadores, esta deixa de ser marco interruptivo. Tal entendimento é bastante 
discutível e Damásio entende que não. Pois a lei não exige que haja o trânsito em 
julgado da decisão de pronúncia, da mesma forma como ocorre com a sentença penal 
condenatória. Assim, pois, no caso de reforma da decisão, permanece a pronúncia 
(primeiro grau) como marco interruptivo da prescrição. Diferentemente é o caso 
quando a decisão é anulada pelo segundo grau, pois, nesse caso, em razão de que o 
nulo não gera efeitos, a decisão anulada deixa de ser marco interruptivo da prescrição; 
 - Desclassificação: se o juiz desclassifica na fase de pronúncia, não há 
interrupção, salvo se a desclassificação ocorrer para outro crime de competência do 
Tribunal do Júri. Ex.: de homicídio para infanticídio. 
Se o Tribunal reforma a decisão monocrática (absolutória ou desclassificatória 
para outro crime que não de competência do Júri) e vem a pronunciar o réu, esta será o 
marco interruptivo da prescrição. 
Se o juiz na pronúncia desclassifica para outro crime de competência do Júri, 
há o marco interruptivo. Se o Tribunal do Júri desclassifica o delito, a anterior 
pronúncia conserva o efeito interruptivo (Súmula nº 191 STJ). Há orientação no 
sentido de que se a desclassificação é imprópria, a pronúncia é marco interruptivo. Se 
for própria, a pronúncia não seria marco interruptivo. 
Crimes conexos aos crimes de competência do Júri: a interrupção se dá à todos. 
Art. 117, § 1º, CP; 
Se o réu foi pronunciado por tentativa de homicídio e a vítima morre: outra 
pronúncia deve ser proferida e a anterior deixa de ser marco interruptivo. Aqui o 
raciocínio pretoriano feito é o seguinte: das duas pronúncias existentes, a mais grave é 
a que pronuncia o réu por homicídio consumado (que veio a existir após a primeira 
pronúncia por tentativa de homicídio). Sabendo-se que a decisão que primeiro 
interrompeu a prescrição tem efeito mais gravoso ao réu, já que interrompeu a 
prescrição antes, não poderia o efeito mais gravoso (interromper antes a prescrição) 
ser gerado pela decisão mais benéfica, que é justamente a pronúncia por tentativa de 
homicídio. Assim, dizem os tribunais, que a segunda pronúncia (mais grave) é que é 
 
causa interruptiva da prescrição e a primeira (por tentativa de homicídio) deixa de 
possuir oefeito interruptivo. 
Data do acórdão confirmatório da pronúncia: confirmada a pronúncia, no 
dia do julgamento há nova interrupção. Se o Tribunal desclassifica, impronuncia ou 
absolve, nem pronúncia, nem acórdão interrompem a prescrição (é uma posição 
minoritária). Cuidar, pois valem as mesmas observações já feitas com relação à 
reforma da pronúncia. Pois, ressalvados os casos de anulação da decisão, a sentença, 
seja condenatória, seja de pronúncia, jamais deixará de ser marco interruptivo da 
prescrição, mesmo que tenha sido reformada pelo Tribunal, uma vez que não se exige 
o seu trânsito em julgado para que tenha tal efeito. Contrariamente, repita-se, é o caso 
quando a decisão é anulada, pois aí deixará a decisão (condenatória ou de pronúncia) 
de ser marco interruptivo da prescrição. 
Data da publicação da sentença condenatória: no dia em que o escrivão 
recebe a sentença (a torna pública). 
A sentença absolutória não interrompe a prescrição, mas se o Tribunal 
condena, o acórdão interrompe a prescrição, o que ocorre na data da sessão de 
julgamento. A reforma parcial da sentença não retira desta o efeito interruptivo. Se a 
sentença condenou e o Tribunal absolveu, a sentença de 1º grau não mais interrompe? 
É uma posição minoritária. Aqui valem as mesmas observações feitas com relação à 
reforma da decisão de pronúncia pelo Tribunal (permanece o marco interruptivo) e, 
contrariamente, quando o ato é anulado, deixando, nesse último caso, de ser marco 
interruptivo da prescrição. Se a sentença for anulada pelo Tribunal, aí aquela não mais 
interrompe a prescrição (foi anulada – insisto na diferença – reformada e anulada). No 
caso de haver anulação da sentença, outra, por certo, deverá ser proferida. E, nesse 
caso, como a nova sentença não pode impor sanção maior, esta é a pena máxima (a da 
primeira sentença anulada) a que se pode condenar o réu. E, por esta razão, como já 
temos a pena máxima que poderá ser cominada ao réu, não estaremos mais falando de 
PPP Retroativa, mas de PPP Abstrata. Qual a importância prática disso? É que se 
considerarmos PPP Abstrata no presente caso, não há necessidade de ser prolatada 
nova sentença para que a prescrição seja declarada desde logo pelo Tribunal, pois a 
PPP Abstrata não exige sentença penal condenatória, pois leva em conta a pena 
máxima abstrata cominada ao delito. Já a PPP Retroativa sempre pressupõe a 
 
existência de uma decisão condenatória, pois leva em conta a pena concretizada na 
sentença. Assim, no caso em tela, em se considerando como Abstrata a forma de PPP, 
possível será a sua decretação, mesmo ausente à nova sentença – economia processual 
– proferir nova sentença se já estiver consolidada a prescrição. 
 Aplicado o art. 383 do Código de Processo Penal (emendatio libelli) pelo 
Tribunal, não desaparece o marco interruptivo da prescrição provocado pela sentença 
de primeiro grau, só que o prazo é regido pelo novo crime. 
No protesto por novo Júri (art. 607 CPP), a interrupção ocorre no novo 
julgamento. O primeiro é como se inexistisse (minoritário), aplicando-se o mesmo 
princípio relativo à reforma das decisões – portanto, o primeiro marco permanece 
intacto como marco interruptivo da prescrição. Vale a regra: contrariamente ocorreria 
se se tratasse de anulação da decisão. 
 Lei nº 9268/96 – visava à criação de mais uma causa interruptiva da prescrição 
(art. 117, V) pela decisão do Tribunal que confirma ou impõe condenação, só que não 
foi aprovada pelo Congresso. 
Reformatio in pejus indireta: anulada a sentença, a nova pena não pode 
ultrapassar a primeira. Qual a base para a prescrição? Como aquela é a pena máxima 
abstrata, não se tratará de PPPRetroativa, mas de PPPAbstrata, cuja declaração poderá 
ser feita pelo juiz de 1º grau – já visto acima a eficácia de tal medida na prática – 
economia processual. 
Efeitos da prescrição abstrata: 
- Levantamento do seqüestro (art. 131, III, CPP); ‚ 
- Não impede a propositura de ação de indenização; ‚ 
- Cancelamento da hipoteca sobre bens imóveis (art. 142, CPP); 
- Impõe a rejeição da denúncia ou queixa; ‚ 
- Encerramento do processo; ‚ 
- Apaga todos os efeitos penais (antecedentes, reincidência); ‚ 
- Fica isento do pagamento de custas. 
 
Medida de Segurança: inimputáveis. Só incide prescrição abstrata regulada 
pela pena em abstrato, pois ao inimputável não há aplicação de pena (absolvição 
imprópria). 
A existência da prescrição impede seja analisado o mérito da causa, devendo 
ser declarada em preliminar. Fica prejudicada, assim, a análise do mérito. 
 
IX- PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA ANTECIPADA 
A prescrição antecipada – também chamada ‘em perspectiva’, projetada ou 
virtual – relaciona-se à prescrição retroativa, uma vez que consiste no reconhecimento 
antecipado da prescrição retroativa, com base na pena que seria imposta ao acusado, 
em hipotética sentença condenatória. Trata-se de tema que tem gerado controvérsia 
doutrinária e jurisprudencial, que está longe de ser dirimida. 
Argumenta-se, na defesa da prescrição antecipada, na falta de interesse de agir, 
se, no caso concreto, concluir-se que eventual pena imposta será inevitavelmente 
atingida pela prescrição retroativa, resultando que a prestação jurisdicional buscada 
será inútil. E um processo inútil, porque sem nenhum resultado prático, constitui 
constrangimento ilegal que não pode ser tolerado num Estado Democrático de Direito. 
Os princípios da instrumentalidade do processo, da economia processual e da 
moralidade também são invocados pelos partidários da prescrição antecipada. 
Os adversários dessa tese sustentam que ela implica na violação de diversos 
princípios: da legalidade, da obrigatoriedade, do devido processo legal e seus 
corolários (contraditório e ampla defesa) e da presunção de inocência. Também 
asseveram que o réu tem direito a uma sentença de mérito e, de outro lado, a vítima 
tem direito à constituição de um título executivo, via sentença penal condenatória. 
Aduzem, ainda, que a prescrição antecipada despreza a possibilidade da “mutatio 
libelli”, que pode provocar o aumento do prazo prescricional. 
A prescrição antecipada tem sido admitida por alguns tribunais estaduais, como 
se vê no seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: “Ratifica-se o 
entendimento adotado pelo Juízo a quo, que extinguiu a punibilidade, com a adoção de 
uma forma de prescriçãoantecipada, atentando-se à real finalidade de um processo, o 
 
que envolve, necessariamente, o vislumbrar-se de eventuais conseqüências práticas do 
mesmo” (2ª Câmara Criminal – Recurso de Apelação Criminal nº. 70009427998 – 
Relatora Desembargadora Laís Rogéria Alves Barbosa – Acórdão de 30 de setembro 
de 2004 – Fonte: site do TJRS). 
Também tem sido admitida por alguns tribunais regionais federais, conforme 
este aresto do Tribunal Regional Federal da 4ª Região: “A prescrição pela pena em 
perspectiva, embora não prevista na lei, é construção jurisprudencial tolerada em casos 
excepcionalíssimos, quando existe convicção plena de que a sanção aplicada não será 
apta a impedir a extinção da punibilidade” (8ª Turma – Habeas Corpus nº. 
2004.04.01.049737-1 – Relator Élcio Pinheiro de Castro – Acórdão de 16 de março de 
2005, publicado no DJU de 30 de março de 2005). 
Essa modalidade prescricional, contudo, não encontra acolhida nos tribunais 
superiores. Do Supremo Tribunal Federal invoco esta decisão: “A jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido de não admitir a prescrição antecipada 
pela pena em perspectiva” (2ª Turma – Agravo Regimental no Agravo de Instrumento 
nº. 728423/SP – Relator Ministro Eros Grau – Acórdão de 26 de maio de 2009, 
publicadono DJe de 18 de junho de 2009). 
E do Superior Tribunal de Justiça trago à colação este julgado: “Não se admite 
o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva com base em pena virtual, a 
dizer, aquela que provavelmente seria fixada em caso de condenação, hipótese não 
contemplada na legislação de regência” (5ª Turma – Recurso Ordinário em Habeas 
Corpus nº. 22644/RJ – Relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho – Acórdão de 29 
de abril de 2009, publicado no DJe de 1º de junho de 2009). 
O Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, seguindo os tribunais 
superiores, não reconhece a prescrição antecipada: “A prescrição antecipada da pena 
contraria o sistema legal vigente, pois tem como referência uma condenação hipotética 
que revela o prejulgamento da causa, em flagrante desrespeito às garantias 
constitucional da presunção da inocência, do devido processo legal e da ampla defesa” 
(Turma de Câmaras Criminais Reunidas – Ação Penal Originária nº. 93097/2007 – 
Relator Desembargador Paulo da Cunha – Julgado de 02 de outubro de 2008 – Fonte: 
site do TJMT). 
 
Embora seja amplamente dominante a orientação jurisprudencial contrária, 
continuamos defendendo a prescrição antecipada. Os argumentos a ela opostos não são 
suficientemente fortes para afastar as vantagens que essa solução propicia, desde que 
aplicada com ponderação, em casos excepcionalíssimos, como ressaltou o julgado do 
Tribunal Regional Federal da 4ª Região acima transcrito. 
Trata-se de evitar o prosseguimento de um processo penal quando se pode 
afirmar, com segurança, que não levará um resultado útil, porque inevitável o 
reconhecimento da prescrição retroativa. Ao aplicar essa solução, o Estado 
economizará recursos que podem ser carreados aos casos que, por sua magnitude, 
merecem uma atuação efetiva dos órgãos encarregadas da persecução penal, sem 
mencionar os outros benefícios alcançados. 
 
X- PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA RETROATIVA 
Mesmos marcos de contagem da PPPAbstrata. 
Pressupostos: 
- Inexistência da prescrição abstrata; 
- Existência de sentença condenatória – caso haja a configuração do princípio 
da reformatio in pejus (sentença anulada e a posterior não pode impor pena mais 
grave) e não ocorrer a PPPAbstrata, só poderá ser reconhecida a PPPRetroativa se 
prolatada nova sentença e: houver trânsito em julgado para acusação ou improvimento 
de seu recurso. Enquanto a pena puder ser majorada, impedida está a PPRetroativa 
(PR). Pois o que se leva em conta é a chamada pena justa. 
Se o recurso do MP não visar ao agravamento da pena, desde logo o Tribunal 
pode reconhecê-la. Se o recurso do MP visar à agravação da pena, o Tribunal deve 
aguardar o julgamento para depois agravá-la. Se o prazo for o mesmo, ainda que se 
agrave a pena, poderá o Tribunal reconhecê-la, desde que incidente a prescrição dentre 
os marcos já vistos: se o provimento do apelo alterar o prazo prescricional, duas 
situações podem ocorrer: 1ª) novo prazo não transcorreu entre as causas interruptivas – 
Tribunal não reconhece a prescrição; 2ª) novo prazo, mesmo majorado, transcorreu 
entre as causas interruptivas e aí o Tribunal a reconhece. Conclusão: falsa a afirmação 
 
de autores que condicionem o reconhecimento da PPPRetroativa ao trânsito em 
julgado da decisão para o Ministério Público ou ao improvimento do seu recurso. Pois, 
mesmo havendo recurso do Ministério Público visando ao aumento da pena e mesmo 
que esse seja provido e majore a pena, só não poderá ser reconhecida a PPPRetroativa 
se entre os marcos o prazo não tiver transcorrido. ‚ 
 A ausência do recurso da defesa não impede a prescrição. Assistência da 
Acusação não tem interesse para recorrer visando ao aumento da pena (majoritário). 
Vide arts. 598 c/c 63, 271 e 584, § 1º, todos do CPP. Sem pena justa, não há 
PPPRetroativa. Absolvido em 1º grau, não há PR, pois não há sentença condenatória. 
 
 
 Contagem do prazo: 
6) adotar a pena concretizada na sentença condenatória. Ver súmula 497 STF e 
art. 119 do Código Penal – concurso formal próprio e crime continuado em que são 
considerado os crimes de maneira isolada para os fins de prescrição; 
7) verificar o prazo no art. 109 CP; 
8) verificar a incidência de causa modificadora – art. 115 CP (menoridade e 
maioridade senil); 
9) verificar se o prazo encontrado fluiu entre os marcos de contagem, que são: 
entre a data do fato e o recebimento da denúncia e entre o recebimento da denúncia e a 
data da publicação da sentença penal condenatória. - Reincidência: não se aplica à PR. 
trânsito em julgado para acusação - Oportunidade de declaração: Pressupõe: sentença 
condenatória 
Assim, diante da exigência de uma sentença penal condenatória e do trânsito 
em julgado para a acusação, é possível que um juiz de 1º grau reconheça a prescrição 
retroativa? A corrente majoritária entende que o juiz de 1º grau não pode reconhecer a 
prescrição retroativa, pois encerrou a sua jurisdição. Mas e o princípio da economia 
processual? Assim, seria possível declarar, após o trânsito em julgado para a acusação, 
 
pois a prescrição é matéria de ordem pública. Majoritária – não pode. Prescrição 
Antecipada Ou Antevista Minoritária – pode. 
Nada mais é do que a projeção da pena que seria aplicada, antes da efetiva 
condenação, para o fim de evitar-se o desperdício de instauração de um processo 
quando a prescrição, pela pena projetada, iria ocorrer de qualquer maneira. 
Condenação em 2ª instância: se absolvido no 1º grau e condenado no 2º grau, a 
pena do acórdão é que baliza a PPPRetroativa e este será o marco interruptivo. 
Reformatio in pejus indireta: PPPAbstrata - Medida de Segurança: impossível, 
pois não há pena. 
Reconhecimento após o cumprimento da pena: mesmo cumprida a pena, tem 
interesse o réu de ver reconhecida a PPPRetroativa – principalmente em razão dos 
efeitos mais benéficos do reconhecimento, sempre, da PPP e suas espécies. 
Reconhecimento com efeito extensivo: salvo causas pessoais. Pelo art. 580 do 
Código de Processo Penal, se aplica a ambos, mesmo que só um recorra e o outro seja 
revel, comunica. - Mérito: prejudicado - Pode ser reconhecida em qualquer recurso – 
dizem alguns que exceto em recurso extraordinário, pois não é matéria constitucional. 
Efeitos: ela rescinde a sentença condenatória pois quando prolatada já havia 
prescrição. A única eficácia da sentença é a pena aplicada para o efeito da PR. 
 
XI- PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA INTERCORRENTE 
A PPPAbstrata e a PPPRetroativa se desenvolvem desde a data do fato até data 
da publicação da sentença condenatória (DPSC). Entre a DPSC e o seu efetivo trânsito 
em julgado há um hiato, contemplado pela PPPIntercorrente (PI). 
Natureza jurídica: da sentença condenatória até o seu trânsito em julgado – ela 
é prescrição da pretensão punitiva, pois ainda não há trânsito em julgado “definitivo” 
da decisão. 
 
 
 
Pressupostos: 
Inexistência da prescrição abstrata (PPPA) e da prescrição retroativa (PPPR); 
Existência de sentença condenatória, pois se leva em conta a pena em concreto; 
Trânsito em julgado para acusação / improvimento do recurso: o prazo é obtido com 
base na chamada ‘pena justa’. 
Não depende, a PPPIntercorrente, da efetiva interposição de recurso defensivo, 
pois pode ocorrer que o réu não seja achado para intimação e decorra o prazo 
prescricional. O que não pode ocorrer é o trânsito em julgado também para a defesa. 
Havendo recurso do MP que vise a agravar a pena, a PPPIntercorrente só poderá ser 
reconhecida quando da análise de seu mérito. O simples aumento do prazo, como 
ocorre na PPPRetroativa, não é suficiente para impedir a prescrição. Se o recurso do 
MP não visarao agravamento da pena, pode ser reconhecida antes da análise do 
mérito. 
Dies a quo: data da última interrupção – Data da publicação da sentença 
condenatória (DPSC) – se originada no Tribunal, da data da sessão de julgamento. Se 
um réu é condenado em 1º grau e o outro em 2º grau, haverá dois dies a quo diversos. 
Aqui estamos a tratar de termo inicial da contagem do prazo prescricional e não de 
efeito interruptivo, por esta razão não incide a regra da comunicabilidade prevista no 
§1º do art. 117 do Código Penal. 
Dies ad quem: data do trânsito em julgado “definitivo” da decisão. Conta-se o 
tempo de todos os recursos, inclusive extraordinário e especial. 
Contagem do prazo: 
 1) verificar pena imposta na sentença (idêntico ao que ocorre na 
PPPRetroativa); 
2) obter o prazo de acordo com o art. 109 CP; 
 3) causas modificadoras – art. 115 CP; 
4) inserir prazo entre os termos inicial e final. 
 
 
 
XII- CAUSAS INTERRUPTIVAS E SUSPENSIVAS 
Não há causas interruptivas, pois o prazo se conta a partir da última data 
interruptiva. 
Causas Suspensivas: somente em dois casos: 
1º) imunidade parlamentar formal – ex: ‘X’ é condenado e após diplomado 
parlamentar; antes do trânsito em julgado da sentença. É necessária a deliberação da 
casa para o processo seguir. No dia em que o relator solicitar a permissão, suspenso 
estará o prazo (não mais vigora em razão da EC n.º 35/2001); 
2º) sursis processual – art. 89, § 6º, da Lei 9099/95 – norma mais benéfica, 
incide sempre, inclusive no Tribunal. 
Reincidência: não incide (apenas para PPPExecutória). 
Mérito: prejudicado, da mesma forma como ocorre nas demais espécies de 
prescrição. 
Prescrição Antecipada: não pode ser aplicada. 
Reconhecimento com efeito extensivo: Art. 580 do Código de Processo Penal. 
Só há o efeito extensivo a co-réu (PPPintercorrente) enquanto não houver trânsito em 
julgado para o co-réu não recorrente. Do contrário, o reconhecimento da prescrição em 
relação ao que se conformou (que aceitou a sentença e não recorreu) não aproveita. 
Sem o trânsito em julgado para os demais, aproveita. Se já há trânsito em julgado para 
o outro, não aproveita. 
 
 
 
 
 
 
XIII- PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA 
Base: pena concretizada 
 
Pressupostos: 
- Inocorrência de Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP) em quaisquer de suas 
modalidades; 
- Sentença condenatória irrecorrível atingindo a acusação e a defesa. Surge 
após o trânsito em julgado da sentença condenatória; 
- Não satisfação da pretensão executória estatal: só inicia o prazo quando 
prejudicada está a pretensão executória. Não corre enquanto o Estado está executando 
a pena imposta. 
Termo inicial: Art. 112 CP. Do dia em que transita em julgado a sentença 
condenatória para a acusação: 
1º) Evasão após prolação da sentença condenatória – sem cumprimento de um 
só dia de pena – surge com o trânsito em julgado para acusação e defesa; mas se conta 
do dia em que se torna definitiva para acusação – dies a quo: Ministério Público não 
recorre da sentença; ocorre com o transcurso do prazo in albis da apelação, que é de 05 
dias. Ministério Público recorre da sentença – dá-se o trânsito em julgado com o 
transcurso do último recurso disponível (Especial e Extraordinário = 15 dias). Não 
conta o dia do início, uma vez que em matéria de recursos, os prazos são processuais; 
2º) Evasão após cumprimento de parte da pena: inicia a cumprir pena e foge: 
no dia da fuga inicia o prazo prescricional que transcorrerá até quando se efetive a 
captura. A base do prazo prescricional aqui é o restante da pena a cumprir. Assim, a 
PPExecutória começa a correr do dia em que se interrompe a execução, ou seja, 
quando o Estado não estiver satisfazendo a sua pretensão executória. Exceção: quando 
o tempo de interrupção deva ser computado na pena – art. 41 CP, e por força do art. 42 
CP, computa-se o tempo em que o condenado doente mental permaneceu internado; 
pois, não houve fuga. 
 
Revogação da suspensão condicional da pena: seja a revogação obrigatória ou 
facultativa, transitada em julgado a decisão que revoga o sursis, inicia-se a contagem 
do prazo prescricional da pretensão executória. 
A base está no TOTAL da pena imposta, uma vez que revogado o sursis, o réu 
deve cumprir toda a pena. 
Exceção: Art. 161 CP – sursis tornado sem efeito – aplica-se a 1º regra e não a 
2º, descritas acima. O prazo tem início, assim, do trânsito em julgado para o MP, pois 
não houve revogação do sursis; ele foi tornado sem efeito. 
Revogação do livramento condicional: tempo é o restante da pena a ser 
cumprida. 
Revogação por infração cometida antes do LC – desconta o período em que 
esteve em LC. O marco inicial do prazo é a data do trânsito em julgado da decisão que 
revoga o LC, e leva em conta o restante da pena. 
 Revogação por infração cometida durante o LC – perde o tempo que cumpriu 
LC – deve cumprir todo o restante da pena. 
 Contagem do prazo: 
1) tomar a pena privativa de liberdade imposta na sentença; 
 2) obter o prazo, de acordo com o art. 109 CP; 
3) causas modificadoras – art. 115 CP + Reincidência (prazo só será majorado 
em 1/3 se a reincidência for reconhecida na sentença – só se aplica à PPPExecutória); 
 4) verificar se entre o termos inicial e as interrupções transcorreu o prazo. Se 
não fluiu o prazo, conta-se novo prazo obtido de acordo com o resto da pena. 
 
XIV- CAUSA SUSPENSIVA DA PPE: § único, do art. 116, CP. 
Não corre a PPPExecutória enquanto o condenado está preso por outro 
motivo– toda e qualquer prisão que não seja a da sentença condenatória – prisões 
processuais e irrecorríveis de outros feitos, inclusive, civil. 
 
 
XV- CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PPE 
 Início ou continuação do cumprimento da pena: início – trânsito em julgado 
para acusação. Com o início do cumprimento da pena, o prazo é interrompido. 
Inicia-se o cumprimento e depois foge no dia da fuga o prazo prescricional 
começa a ser contado. No dia da captura, se não estiver prescrito, haverá nova 
interrupção, pois deverá continuar a cumprir a pena. 
Se o condenado não está no gozo da sursis, por não haver sido realizada a 
audiência admonitória, o prazo prescricional continua a fluir. Realizada a solenidade, 
tem início o benefício, ocorrendo à interrupção da prescrição. O início do sursis 
interrompe a prescrição. O início ou continuação do cumprimento da pena por parte de 
um réu não interrompe daquele que está inadimplente. 
Reincidência: basta que, durante a execução, cometa novo crime. Interrompe, 
mas não aumenta o prazo da prescrição. Não se aplica quando em gozo do sursis ou 
LC, porque nesses casos, a pena está sendo executada. Apenas inicia a contagem 
quando há revogação e o termo inicial é a partir do trânsito em julgado da sentença 
que revogou. – 
Penas restritivas de direitos: os prazos prescricionais são os mesmos das penas 
privativas de liberdade. 
Concurso de crimes: os prazos são contados separadamente = Concurso formal 
impróprio (cúmulo material – desígnios autônomos). Concurso formal impróprio – 
cada crime incide separadamente = crime continuado. 
Medida de segurança: segundo entendem alguns (Damásio), decorrido o prazo 
mínimo de duração da Medida de Segurança fixada na sentença e o réu não ter 
iniciado o cumprimento da medida, não pode o tratamento ter início sem que se 
averigúe, mediante perícia médica, a persistência do estado perigoso. Na verdade, é 
caducidade da perícia médica. E se foge, deve ainda se submeter à perícia? A doutrina 
e, em especial a jurisprudência, divergem acerca do tema. Para alguns, o prazo 
prescricional da Med. De Seg. seria a pena mínimacominada em abstrato ao delito, 
 
para outros seria a pena máxima cominada ao delito, sempre com a incidência dos 
prazos previstos no art. 109 do Código Penal. 
Reconhecimento antecipado: impossível, pois o réu pode ser recapturado ou 
reincidir a qualquer momento. 
Competência: juiz da execução – art. 66, II, da LEP. 
Necessidade de oitiva do Ministério Público: art. 161 LEP – deverá ser ouvido 
o Ministério Público antes de decretar a extinção da punibilidade pela prescrição, sob 
pena de nulidade. Para alguns, mesmo em não se ouvindo o Ministério Público, apenas 
haveria nulidade se verificado o prejuízo. 
Efeitos: 
- permanece no rol dos culpados; 
- paga custas; 
- não será primário – reincidência; 
- reparação do dano pela simples execução; 
 - inexequível a extradição; 
 - pena imposta e MS não devem ser cumpridas; 
 - permanecem os efeitos genéricos ou específicos nos arts. 91 e 92 CP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
Em conformidade com todo exposto, podemos dizer que a prescrição se trata 
de uma causa extintiva de punibilidade penal, cuidando-se de instituto de direito 
material, que incide sobre as pretensões estatais. O decurso de tempo, no âmbito do 
direito penal, acontece sobre a conveniência política de ser mantida a persecução 
criminal contra o autor de uma infração ou de ser executada a sanção em face de lapso 
temporal minuciosamente determinado pela norma. 
Como surgimento de um fato delituoso nasce para o Estado o ius puniendi. 
Esse direito denomina-se pretensão punitiva, à qual não pode eternizar-se. Assim, o 
Estado estabelece critérios limitadores para o exercício do direito de punir, levando-se 
em conta a gravidade do fato delituoso e da sanção correspondente, fixando um lapso 
temporal dentro do qual o Estado estará legitimado a aplicar a sanção penal. A 
prescrição penal não ocorrerá somente quando se tratar de crimes de racismo e nas 
ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático, definidos na Lei de Segurança Nacional. 
Quanto às espécies de prescrição, notamos que existem duas espécies, a 
prescrição da pretensão punitiva (PPP) e a prescrição da pretensão executória (PPE), 
sendo que, a primeira subdivide-se em prescrição intercorrente, prescrição retroativa e 
prescrição virtual. 
 A prescrição intercorrente ocorre após a ocorrência da sentença condenatória 
recorrível, tendo como pressuposto o trânsito em julgado da decisão condenatória para 
a acusação. Seu prazo é calculado com base na pena concreta aplicada na sentença e 
não com base no máximo cominado abstratamente A prescrição retroativa também é 
calculada pela pena concretamente fixada na sentença condenatória, desde que haja o 
trânsito em julgado para a acusação ou desde que seja improvido seu recurso. Seu 
cálculo é feito da publicação da sentença para trás. A Lei 12.234 de 05 de maio de 
2010 alterou os art.109 e 110 do Código Penal, extinguindo a prescrição retroativa em 
relação à fase de investigação criminal, subsistindo apenas em relação à fase de 
instrução processual. A prescrição virtual trata-se da prescrição reconhecida 
antecipadamente, geralmente, na fase extrajudicial, tendo com parâmetro a provável 
pena a ser aplicada pelo Juiz no momento da prolação da sentença. 
 
Sendo assim, tendo em vista que a condenação ainda não ocorreu, a pena que 
servirá de base para o cálculo da prescrição será sempre uma pena em perspectiva. 
Ressalta-se o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, de que é não é 
possível o reconhecimento de prescrição antecipada por ausência de previsão legal e 
porque viola o princípio da presunção de inocência e da individualização da pena, a 
ser eventualmente aplicada. A pretensão da pretensão executória surge com a decisão 
condenatória definitiva e perdura enquanto for possível o exercício do poder-dever de 
punir do Estado. 
Por fim, quanto à suspensão e interrupção do prazo prescricional, vimos que a 
na suspensão o lapso temporal decorrido antes da causa suspensiva é computado no 
prazo. Assim, superada a causa suspensiva, a prescrição recomeça a ser contada pelo 
tempo que falta, somando-se com o tempo anterior. Já na interrupção, havendo uma 
causa interruptiva, o curso da prescrição interrompe-se, desaparecendo o lapso 
temporal já decorrido, recomeçando sua contagem desde o início. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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	3. A REDUÇÃO DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS E A EXISTÊNCIA DE REGRAS ESPECÍFICAS DE DIREITO INTERTEMPORAL
	4. A REDUÇÃO DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS SEM A FIXAÇÃO DE REGRAS DE TRANSIÇÃO VACATIO LEGIS OU OUTRAS REGRAS DE TRANSIÇÃO
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