Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HIDRÁULICA II ESCOAMENTO CRÍTICO AULA ADAPTADA DA DISCIPLINA CV 531 (FEC UNICAMP) DOS PROFESSORES DR. PAULO SÉRGIO FRANCO BARBOSA E DRA. PATRÍCIA DALSOGLIO GARCIA MÓDULO CONDUTO LIVRE • ENERGIA ESPECÍFICA ENERGIA ESPECÍFICA 1. DEFINIÇÃO (BORIS A. BAKMETEFF) • ENERGIA DO ESCOAMENTO COM REFERÊNCIA “DATUM” NO LEITO DO CANAL” PHR V2/2g y z 𝐻 = 𝑧 + 𝑦 + 𝛼 𝑉2 2𝑔 PHR V2/2g y z 𝐸 = 𝑦 + 𝛼 𝑉2 2𝑔 Fazendo esta mudança, pode-se ter a carga dependendo exclusivamente de parâmetros do escoamento. Conceito introduzido pelo eng. Russo Boris Bakmeteff (1912) Energia ou carga específica A energia específica é a energia do escoamento devido a sua profundidade e a sua velocidade a: coeficiente de Coriolis 1,01≤ a ≤ 1,36 ENERGIA ESPECÍFICA 2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA Análise de E = f(y) Para Q=cte 𝐸 = 𝑦 + 𝑉2 2𝑔 E1 E2 E2: y 0 E2 ∞ y ∞ E2 0 E mínimo http://www.dec.feis.unesp.br/liliane/hidraulicaII ENERGIA ESPECÍFICA 2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA Conclusões importantes: - Quando a energia específica é mínima, o y é crítico. - Exceto para a energia específica mínima, para cada valor, existem 2 valores de y. São as profundidades alternadas. Vazão constante 𝐸 = 𝑦 + 𝑄2 2𝑔𝐴2 ENERGIA ESPECÍFICA 2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA Vazão constante 𝐸 = 𝑦 + 𝑄2 2𝑔𝐴2 y aumen ta Aumen ta A V2/2g diminu i y diminu i diminu i A V2/2g aumen ta No limite: y 0 E2 ∞ y ∞ E2 0 • y < yc escoamento torrencial / supercrítico / rápido • y = yc escoamento crítico • y < yc escoamento fluvial / subcrítico / lento ENERGIA ESPECÍFICA 3. CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES CRÍTICAS (yc) • Seção qualquer • Dada uma vazão Q, qual é o valor de yc? 𝐸 = 𝑦 + 𝛼 𝑉2 2𝑔 𝛼 = 1,0 𝑉 = 𝑄/𝐴 𝐸 = 𝑦 + 𝑄 𝐴 2 1 2𝑔 𝐸 = 𝐸𝑚í𝑛 quando 𝑑𝐸 𝑑𝑦 = 0 ENERGIA ESPECÍFICA 3. CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES CRÍTICAS (yc) 𝑑𝐸 𝑑𝑦 = 1 + 1 2𝑔 𝑄2 𝑑 𝑑𝑦 1 𝐴2 = 0 1 + 𝑄2 2𝑔 −2𝐴−3 𝑑𝐴 𝑑𝑦 = 0 𝑄2 𝑔𝐴3 𝑑𝐴 𝑑𝑦 = 1 𝑸𝟐𝑩 𝒈𝑨𝟑 = 𝟏 𝑑𝐴 = 𝑑𝑦. 𝐵 Condição crítica para uma seção qualquer 𝑑𝐴 𝑑𝑦 = 𝐵 ENERGIA ESPECÍFICA 3. CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES CRÍTICAS (yc) • Ex 1: 𝑄 = 4,64𝑚3/𝑠 𝐵 = 4,5 − 2𝑧𝑦𝑐 = 4,5 − 3𝑦𝑐 𝐴 = (𝐵+𝑏1) 2 𝑦𝑐= (4,5− 3𝑦𝑐+4,5) 2 𝑦𝑐 = (4,5 − 4,652(4,5 − 3𝑦𝑐) 9,81 4,5 − 1,5𝑦𝑐 𝑦𝑐 3 = 1 𝒚𝒄 = 𝟎, 𝟓𝟎𝒎 1,5 1 ENERGIA ESPECÍFICA 3. CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES CRÍTICAS (yc) • Simplificação para o canal retangular • Define-se q: vazão unitária (m3/s/m) 𝑄2𝐵 𝑔𝐴3 = (𝑞𝑏)2𝑏 𝑔(𝑏𝑦𝑐)3 = 1 𝑞 = 𝑄/𝐵 𝑄 = 𝑞𝐵 𝐵 = 𝑏 𝒚𝒄 = 𝟑 𝒒𝟐 𝒈 ENERGIA ESPECÍFICA 4. OCORRÊNCIA DO REGIME CRÍTICO ENERGIA ESPECÍFICA OBSERVAÇÃO: se o canal estiver em regime fluvial, não há ocorrência do regime crítico 4. OCORRÊNCIA DO REGIME CRÍTICO ENERGIA ESPECÍFICA 5. RELAÇÃO ENTRE AS CONDIÇÕES CRÍTICAS E O NÚMERO DE FROUDE • Froude: relação entre as forças de inércia (a V2) e as forças gravitacionais 𝐹𝑟 = 𝑉 𝑔.𝐻𝑚 𝐻𝑚 = 𝐴/𝐵 𝐹𝑟 = 𝑉 𝑔. 𝐴/𝐵 𝑉 = 𝑄/𝐴 𝐹𝑟2 = 𝑄2𝐵 𝑔𝐴3 = 1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎𝑠 Fr = 1,0 para condições críticas (y = yc) Se y < ycFr > 1,0 (torrencial) predomínio das forças de inércia Se y > ycFr < 1,0 (fluvial) predomínio da forças gravitacionais ENERGIA ESPECÍFICA 5. TRANSIÇÕES O tipo de escoamento pode mudar e isso vai depender de alguma interferência no canal: - Queda livre; - Escoamento junto à crista de vertedores; - Mudança de declividade; - Obstáculos no fundo do canal; - Mudança de largura do canal. Transições Horizontais: A cota do fundo do canal se mantém constante sendo a sua largura variável. O tipo de escoamento não deve necessariamente mudar, no entanto há uma modificação na linha d’água. - Escoamento fluvial a montante: Lâmina d’água a jusante diminui. - Escoamento torrencial a montante: Lâmina d’água a jusante aumenta. ENERGIA ESPECÍFICA 5. EFEITO DO ESTREITAMENTO DA SEÇÃO TRANSVERSAL Redução de largura Estreitamento de seção não precisa acontecer de forma a acontecer a passagem pelo regime crítico. B1 B2 V2 2/2g V1 2/2g y2 y1 L.C. Hipóteses: - Canal é de declividade pequena. - Perda de carga em ter os pontos 1 e 2, é desprezível. - Canal suficientemente longo para que se estabeleça o regime uniforme. ENERGIA ESPECÍFICA 5. EFEITO DO ESTREITAMENTO DA SEÇÃO TRANSVERSAL B1 B2 V2 2/2g V1 2/2g y2 y1 L.C. Aplicando Bernoulli entre as seções 1 e 2 e considerando a perda de carga entre 1 e 2 desprezível, tem-se: E1 = E2 g V y g V y 22 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 2 22 1 2 1 2 1 22 Bgy Q y Bgy Q y ENERGIA ESPECÍFICA 5. EFEITO DO ESTREITAMENTO DA SEÇÃO TRANSVERSAL B1 B2 V2 2/2g V1 2/2g y2 y1 L.C. Supondo y1 (fluvial) > yc de (1) para (2) ocorre redução de y: y2 < y1 (vai de P1para P2 no gráfico) Caso contrário y1 (torrencial )< yc y’2 > y’1 (vai de P’1para P’2 no gráfico) ENERGIA ESPECÍFICA 5. EFEITO DO ESTREITAMENTO DA SEÇÃO TRANSVERSAL • EXERCÍCIO 2 Canal retangular horizontal Q = 1,44 m3/s y1 = 0,80 m Pede-se: y2 E1 = E2 (fundo horizontal) Solução: 𝑉1 = 𝑄 𝐴1 = 1,44 1,8.0,8 = 1,0𝑚/𝑠 𝐸 = 𝑦 + 𝛼 𝑉1 2 2𝑔 a = 1,0 𝐸1 = 0,8 + 12 2.9,81 = 0,851𝑚 Caracterização do regime em (1) 𝑦𝑐 = 3 𝑞1 2 𝑔 𝒚𝒄 = 𝟎, 𝟒𝟎𝟑𝒎 𝑞1 = 𝑄 𝑏1 = 0,8𝑚3 𝑠 /𝑚 ENERGIA ESPECÍFICA 5. EFEITO DO ESTREITAMENTO DA SEÇÃO TRANSVERSAL • EXERCÍCIO 2 Canal retangular horizontal Q = 1,44 m3/s y1 = 0,80 m Pede-se: y2 Como y1 = 0,80m > yc1 fluvial Solução: 𝐸1 = 𝐸2 = 0,851 = 𝑦2 + 1,44 1,5𝑦2 2 1 2.9,81 𝑦2 = 0,773𝑚 fluvial Se 𝑦1 é fluvial, então 𝑦2 é fluvial ou 𝑦𝑐𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜 ENERGIA ESPECÍFICA 5. DEGRAU • EXERCÍCIO 3 Canal retangular horizontal 15 = 1,44 m3/s y1 = 1,50 m Dz = 0,10m Pede-se: y2 𝐸1 = 𝐸2 + ∆𝑧 𝐻1 = 𝐻2 = 𝑧1 + 𝑦1 + 𝑉1 2 2𝑔 = 𝑧2 + 𝑦2 + 𝑉2 2 2𝑔 𝐸1 𝐸2 𝑧2 − 𝑧1 = ∆𝑧 ENERGIA ESPECÍFICA 5. DEGRAU • EXERCÍCIO 3 Canal retangular horizontal 15 = 1,44 m3/s y1 = 1,50 m Dz = 0,10m Pede-se: y2 𝐸1 = 𝐸2 + ∆𝑧 𝐸1 = 1,5 + 15 5.1,5 2 1 2.9,81 = 1,70𝑚 𝑞1 = 15 5 = 3 𝑚3 𝑠 /𝑚 𝑦1𝑐 = 3 32 9,81 = 0,97𝑚 como 𝑦1 > 𝑦1𝑐 regime fluvial em (1) ENERGIA ESPECÍFICA 5. DEGRAU • EXERCÍCIO 3 𝐸1 = 𝐸2 + ∆𝑧 𝐸2 = 𝑦2 + 15 5. 𝑦2 2 1 2.9,81 = 𝐸1 − ∆𝑧 = 1,7 − 0,1 = 1,6m 𝒚𝟐 = 𝟏, 𝟒𝟒𝒎 fluvial Se (1) é fluvial e tem um degrau entre (1) e (2) (2) é fluvial ou crítico ENERGIA ESPECÍFICA 5. DEGRAU • EXERCÍCIO 3 Caso o degrau fosse maior e a E2 fosse menor que a Emin, haveria represamento 𝑦2𝑐 = 3 (15/6)2 9,81 = 0,86𝑚 𝐸𝑚𝑖𝑛2 = 3 2 𝑦2𝑐 = 1,29𝑚 Degrau máximo Dzmáx Emín2 𝐸𝑚𝑖𝑛2 = 𝐸1 − ∆𝑧𝑚á𝑥 ∆𝑧𝑚á𝑥= 1,70 − 1,29 = 0,41𝑚 Se Dz > Dzmáx represamento Supor Dz = 0,8m 𝐸′1 = 𝐸𝑚í𝑛2 + ∆𝑧 = 1,29 + 0,8 = 2,09𝑚 𝐸′1 = 𝑦′1 + 15 5.𝑦′1 2 1 2.9,81 = 2,09𝑚 𝒚′𝟏 = 𝟏, 𝟗𝟕𝟐𝒎
Compartilhar