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A INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA

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A INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA 
São muitas e complexas as causas da luta pela independência das colônias latino-americanas. 
Umas, remotas, acumulando-se ao longo dos tempos coloniais; outras, imediatas, mais próximas dos 
acontecimentos revolucionários.
Restrições econômicas devido à doutrina do mercantilismo, ou seja, monopólio comercial em 
benefício da Metrópole e dos cidadãos peninsulares.
Demasiada centralização do governo, que tornava as colônias excessivamente dependentes 
da Metrópole (com os naturais prejuízos decorrentes). Além disso, a política dos Bourbons, na 
Espanha, ao pretender fortalecer o poder central, diminuía os direitos tradicionais dos 
municípios americanos.
Estruturação da sociedade em função das diferenças raciais. O grupo mais privilegiado era o 
dos espanhóis peninsulares (chapetones), que ocupavam os altos cargos do governo civil, 
religioso e militar. Os "criollos", descendentes puros de espanhóis, nascidos nas colônias, 
eram donos dos principais latifúndios e das minas. Por sua situação economicamente forte e 
alto nível cultural, essa classe aspirava ao domínio político de suas nações, com a eliminação 
dos peninsulares.
Havia ainda um grande número de mestiços, resultantes da mistura de diversas raças aqui 
existentes. Sem nenhum direito no início, iam, pouco a pouco, ascendendo. O grupo mais 
oprimido da população era formado pelos índios, expulsos de suas terras e submetidos política 
e economicamente aos conquistadores. Em algumas regiões, concentravam-se núcleos de 
escravos negros, que também viviam em péssimas condições.
A política fiscal dos Bourbons, que era mais severa que a dos seus antecessores, provocou 
reações.
Diversos fatos que criavam a consciência do próprio valor americano e desenvolviam 
sentimento nacional.
Exemplo:
A luta vitoriosa dos portenhos contra as tropas inglesas, cuja repercussão foi mundial.
Fatores Externos
Programação das ideias liberais do século XVIII: as doutrinas do Iluminismo e dos 
enciclopedistas.
A proclamação do princípio da autodeterminação dos povos feita pelos Estados Unidos da 
América.
As influências e a colaboração inglesas: estímulo e simpatia dos governos ingleses para com 
os revolucionários hispano-americanos pelo interesse em prejudicar a Espanha inimiga e em 
obter novos mercados para o comércio e a indústria da Inglaterra.
A Revolução Francesa.
A invasão da Espanha pelas tropas napoleônicas, em 1808.
ANTECEDENTES
Peru: rebelião indígena de Tupac Amaru (índio das zonas minerais) em 1780.
Nova Granada: rebelião criolla dos comuneros (gente comum do povo) contra os aumentos 
dos impostos, 1781.
Chile: conjuntura para estabelecer uma república independente (influência do pensamento 
enciclopedista).
Caracas: conspiração em prol da liberdade venezuelana e da proclamação da república. Os 
conjurados foram descobertos e presos; e 45 deles foram executados.
México: duas tramas revolucionárias e republicanas (1794/1797).
O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO
As contradições existentes na América só precisavam de um pretexto para explodir numa luta 
violenta. Foi a situação na Espanha esse pretexto. Sob Carlos V, a Administração espanhola 
apresentava-se enfraquecida e sem uma organização definida. A fim de efetivar o Bloqueio 
Continental, Napoleão atravessa a Espanha para invadir Portugal. Estoura uma rebelião na Espanha 
que obriga Carlos V a abdicar em favor de seu filho, Fernando VII. Em seguida, Napoleão impõe a 
renúncia dos dois e coloca a coroa real espanhola na cabeça de seu irmão, José Bonaparte.
Os "criollos" aproveitam-se da situação caótica da Espanha para proclamar a independência. O 
"município" da cidade do México, e "cabildo" de Buenos Aires e outras instituições semelhantes 
dominadas pelos "criollos" tentaram tomar o poder em nome do rei Fernando VII. No México, essa 
tentativa fracassou devido a um golpe de Estado organizado pelos espanhóis peninsulares. Nas 
outras regiões, em consequência dos atos realizados pelos municípios ou "ayuntamientos", a luta 
continua até a consumação da independência.
México
No México, em 1810, explode uma violenta rebelião, na cidadezinha de Dolores. A insurreição foi, de 
início, encabeçada por Don Miguel Hidalgo, e dela participavam muitos índios e mestiços. Contudo, 
em 1811, Don Miguel Hidalgo é derrotado e executado.
A rebelião continua sob o comando de outro sacerdote, o padre José Maria Moreles, que também cai 
prisioneiro e é executado em 1815. O movimento se mantém apenas no sul da Nova Espanha, 
encabeçado por Vicente Guerrero.
 
José Maria Morelos
Depois de várias outras tentativas frustradas, Agustín Iturbide, em 1821, proclama a independência 
mexicana. Um ano depois, proclama-se imperador, mas é derrotado pelos republicanos, que o 
fizeram fugir para a Europa. Tendo voltado ao México para tentar recuperar o poder, é preso, 
condenado e fuzilado pouco depois de seu desembarque (1824). No mesmo ano (04 de outubro de 
1824), proclama-se a Constituição da República do México.
Venezuela, Colômbia e Equador
Caberá a Simon Bolívar, natural de Caracas, a libertação dessas regiões. Esse militar levou a cabo 
uma série de campanhas em todo o Continente Sul-americano, tentando manter a Unidade da 
América Latina contra a Espanha e também contra os Estados Unidos. Libertou grande parte da Nova 
Granada e atirou-se à conquista da Venezuela. Obtém triunfos e derrotas. Conquista Caracas (1813), 
mas torna a perdê-la. Em 1814, a Espanha recupera sua independência e envia poderosas forças, 
sob o comando do general Morillo, a fim de esmagar definitivamente o exército revolucionário de 
Bolívar. Este retira-se para Jamaica.
 
Simon Bolívar
Da Jamaica, auxiliado pelo presidente Pétion, que lhe oferece navios e armamentos, passa para a 
Venezuela, e, em 1817, reinicia a luta. Grandes vitórias vão sendo alcançadas por suas forças. A 
vitória da Batalha de Boyacá (1819) garante a libertação da Colômbia. Na Venezuela, as forças 
espanholas são vencidas no combate de Carabobo (1821). Em 1822, Sucre, oficial de Bolívar, vence 
em Pechincha, libertando o Equador. Todavia, para conseguir tal feito, Sucre contou com apoio de 
forças argentinas comandadas por Necochea.
 
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