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processo civil II

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Prof. Leonardo Fetter
Curso OAB
1 FASE XXIXa
PROCESSO CIVIL
 
1 
 
 
SUMÁRIO 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................ 8 
1.1 Princípio do devido processo legal ................................................................................................ 9 
1.2 Princípio da isonomia .................................................................................................................... 9 
1.3 Princípio do juiz natural ou da imparcialidade do juiz .......................................................... 11 
1.4 Princípio do contraditório e da ampla defesa ....................................................................... 12 
1.5 Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional / princípio do acesso à justiça .............. 14 
1.6 Princípio da motivação das decisões judiciais ............................................................................. 14 
1.7 Princípio da boa-fé processual .................................................................................................... 14 
1.8 Duração razoável do processo .................................................................................................... 15 
1.9 Princípio do duplo grau de jurisdição .......................................................................................... 16 
1.10 Princípio da proporcionalidade e razoabilidade ....................................................................... 17 
1.11 Princípio da Legalidade: ........................................................................................................ 17 
1.12 Princípio da publicidade dos atos processuais ...................................................................... 18 
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO ................................................................................. 19 
2.1 Investidura ................................................................................................................................... 19 
2.2 Indelegabilidade .......................................................................................................................... 20 
2.3 Aderência ou territorialidade ...................................................................................................... 20 
2.4 Indeclinabilidade ......................................................................................................................... 20 
2.5 Inércia .......................................................................................................................................... 21 
ATOS PROCESSUAIS .............................................................................................. 21 
3.1 Teoria geral e espécies ................................................................................................................ 21 
3.2 Sistema de transmissão de dados: fac-símile ou outro similar ................................................... 23 
3.3 Processo eletrônico ..................................................................................................................... 24 
3.4 Nulidades ..................................................................................................................................... 27 
3.5 Ineficácia ..................................................................................................................................... 28 
3.6 Expediente forense ..................................................................................................................... 28 
3.7 Processo calendário .................................................................................................................... 29 
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO .................................................................................... 30 
LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL .................................................................... 30 
TUTELAS PROVISÓRIAS......................................................................................... 31 
PROCESSO DE CONHECIMENTO .......................................................................... 32 
7.1 Procedimentos no novo processo civil ........................................................................................ 32 
 
2 
 
PETIÇÃO INICIAL ..................................................................................................... 33 
8.1 Endereçamento ........................................................................................................................... 33 
8.2 Da qualificação das partes........................................................................................................... 34 
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL ............................................................................... 36 
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL E IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO ......... 37 
10.1 Juízo de admissibilidade: ........................................................................................................... 37 
10.2 Indeferimento da petição inicial: .............................................................................................. 38 
10.3 Hipóteses de indeferimento (art. 330, CPC): ............................................................................ 40 
10.4 Improcedência liminar do pedido: ............................................................................................ 43 
10.5 Requisitos para improcedência liminar: .................................................................................... 44 
CITAÇÃO .................................................................................................................. 45 
11.1 Formas de citação ..................................................................................................................... 46 
11.2 Nulidade da citação ................................................................................................................... 48 
11.3 Não poderá ser citado: .............................................................................................................. 49 
MECANISMOS DE SOLUÇÃO ADEQUADA DE CONFLITOS ................................. 50 
12.1 Da conciliação e mediação ........................................................................................................ 51 
12.3 Ausência das partes em audiência ............................................................................................ 53 
12.4 Prazo para defesa ...................................................................................................................... 53 
12.5 Mediação ................................................................................................................................... 54 
12.6 Funções do mediador ................................................................................................................ 54 
12.7 Conciliação e mediação envolvendo o Poder Público ............................................................... 55 
12.8 A mediação extrajudicial dos direitos disponíveis e indisponíveis transacionáveis ................. 56 
12.9 Audiência de conciliação após o encerramento da fase postulatória ...................................... 57 
DO DESINTERESSE DAS PARTES ......................................................................... 57 
13.1 Prazo para defesa ...................................................................................................................... 59 
ARBITRAGEM E A LEI 9.307/96 COM AS MODIFICAÇÕES INTRODUZIDAS PELA 
LEI Nº 13.129/15 ....................................................................................................... 60 
14.1 A conciliação e a mediação judiciais no CPC e na Lei nº 13.140/15 ......................................... 60 
LITISCONSÓRCIOE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS .......................................... 61 
CUSTAS PROCESSUAIS ......................................................................................... 64 
16.1 Justiça gratuita .......................................................................................................................... 64 
16.2 Má-fé na relação processual ..................................................................................................... 66 
16.3 Responsabilidade por dano processual ..................................................................................... 67 
16.4 Dever de colaboração ............................................................................................................... 67 
PRECLUSÃO ............................................................................................................ 68 
17.1 Preclusão temporal ................................................................................................................... 68 
 
3 
 
17.2 Preclusão lógica ......................................................................................................................... 68 
17.3 Preclusão consumativa.............................................................................................................. 69 
17.4 Preclusão “pro judicato” ........................................................................................................... 69 
CONTESTAÇÃO E RECONVENÇÃO ....................................................................... 70 
18.1 Formas de resposta: .................................................................................................................. 70 
18.2 Princípio da Eventualidade ou da concentração de defesa: ..................................................... 71 
18.3 Ônus da impugnação especificada: ........................................................................................... 72 
18.4 Prazo para contestação: ............................................................................................................ 72 
18.5 Preliminares: ............................................................................................................................. 74 
18.6 Defesas que devem ser alegadas fora da contestação ou que podem ser alegadas depois da 
contestação: ...................................................................................................................................... 80 
18.7 Aditamento ou indeferimento da contestação: ........................................................................ 81 
18.8 Reconvenção ............................................................................................................................. 82 
REVELIA ................................................................................................................... 83 
19.1 São efeitos da revelia: ............................................................................................................... 86 
19.2 Quando a revelia não produz seus efeitos: ............................................................................... 86 
19.3 Observações importantes sobre a revelia:................................................................................ 87 
COMPETÊNCIA ........................................................................................................ 87 
20.1 Incompetência ........................................................................................................................... 89 
20.2 Modificação de competência .................................................................................................... 90 
SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO ................................................................................ 92 
21.1 Arguição de impedimento ou suspeição ................................................................................... 92 
21.2 Hipóteses de impedimento ....................................................................................................... 93 
21.3 Hipóteses de suspeição ............................................................................................................. 95 
RÉPLICA ................................................................................................................... 96 
FORMAÇÃO E SUSPENSÃO DO PROCESSO ....................................................... 97 
23.1 Suspensão do processo ............................................................................................................. 97 
PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES .......................................................................... 100 
JULGAMENTO CONFORME ESTADO DO PROCESSO: EXTINÇÃO PARCIAL OU 
TOTAL DO PROCESSO ......................................................................................... 101 
25.1 Providências preliminares ....................................................................................................... 101 
25.2 Julgamento conforme estado do processo ............................................................................. 103 
25.4 Julgamento antecipado do mérito .......................................................................................... 104 
25.5 Julgamento antecipado parcial do mérito .............................................................................. 105 
DESPACHO SANEADOR ....................................................................................... 106 
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO ................................................................................. 107 
27.1 Dos atos em audiência: ........................................................................................................... 109 
 
4 
 
27.2 Antecipação e adiamento da audiência de instrução e julgamento: ...................................... 109 
27.3 Conciliação .............................................................................................................................. 110 
27.4 Documentos da audiência ....................................................................................................... 111 
27.5 Estrutura da audiência ............................................................................................................ 111 
TEORIA GERAL DA PROVA .................................................................................. 112 
28.1 Conceito de prova ................................................................................................................... 112 
28.2 Características e objeto da prova ............................................................................................ 113 
28.3 Valoração da prova ................................................................................................................. 114 
28.4 A quem cabe o requerimento de produção de provas? ......................................................... 115 
28.5 Ônus da prova ......................................................................................................................... 116 
28.5.1 Ônus da prova em ações do consumidor ............................................................................. 118 
28.6 Provas por presunção .............................................................................................................. 118 
28.7 Provas ilícitas ........................................................................................................................... 119 
28.8 Instrução por meio de carta precatória ou rogatória ............................................................. 119 
28.9 Dever de cooperação: ............................................................................................................. 120 
28.10 Prova emprestada .................................................................................................................121 
28.11 Produção antecipada de provas ............................................................................................ 121 
28.11.1Tipos de provas que podem ser antecipadas ...................................................................... 123 
28.11.2 Competência ...................................................................................................................... 123 
28.11.3 Petição e procedimento ..................................................................................................... 124 
28.11.4 Medida inaudita altera parte ............................................................................................. 126 
28.11.5 Destino dos autos ............................................................................................................... 126 
PROVAS EM ESPÉCIE ........................................................................................... 126 
29.1 Ata notarial .............................................................................................................................. 127 
29.2 Depoimento pessoal ............................................................................................................... 129 
29.3 Confissão: conceito ................................................................................................................. 131 
29.3.1 (In)eficácia da confissão: ...................................................................................................... 132 
29.3.2 Classificação da confissão: ................................................................................................... 133 
29.3.3 Efeitos da confissão: ............................................................................................................. 134 
29.3.4 Indivisibilidade da confissão ................................................................................................. 135 
29.4 Exibição de documento ou coisa: ............................................................................................ 135 
29.4.1 Procedimento e efeitos da exibição requerida contra a parte ............................................ 135 
29.4.2 Quando o documento ou coisa estiver em poder de terceiros: .......................................... 137 
29.5 Prova documental: conceito e força probante ....................................................................... 139 
 
5 
 
29.5.1 Documentos públicos ........................................................................................................... 140 
29.5.2 Documentos particulares ..................................................................................................... 141 
29.5.3 Alguns documentos regulados pelo CPC: ............................................................................. 143 
A) Telegrama, radiograma ou qualquer outro meio de transmissão: ......................................... 143 
B) Cartas e registros domésticos: ................................................................................................ 143 
C) Nota escrita: ............................................................................................................................ 144 
D) Livros empresariais:................................................................................................................. 144 
E) Reproduções mecânicas de coisas ou fatos: ........................................................................... 144 
F) Arguição de falsidade de documento ..................................................................................... 145 
29.5.4 Procedimento do incidente de falsidade ............................................................................. 146 
29.5.5 Produção da prova documental ........................................................................................... 146 
29.5.6 Produção de prova que pertencem à administração pública: ............................................. 148 
29.5.7 Documentos eletrônicos ...................................................................................................... 149 
29.6 Prova testemunhal: conceito e admissibilidade ..................................................................... 150 
29.6.1 Direitos e deveres da testemunha: ...................................................................................... 151 
29.6.2 Produção da prova testemunhal: ......................................................................................... 154 
29.7 Prova pericial ........................................................................................................................... 157 
29.8 Inspeção judicial ...................................................................................................................... 160 
EXTINÇÃO DO PROCESSO .................................................................................. 160 
30.1 Alegações Finais ...................................................................................................................... 160 
30.2 Sentença .................................................................................................................................. 161 
30.3 Sentença terminativa: extinção do processo SEM resolução do mérito ................................ 162 
30.4 Sentença definitiva: extinção do processo COM resolução do mérito ................................... 166 
30.5 Estrutura e formalidades da sentença .................................................................................... 167 
30.6 Classificação da sentença ........................................................................................................ 169 
30.7 Remessa necessária ................................................................................................................ 169 
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO ................................................................................. 170 
31.1 Princípio da autonomia da execução ...................................................................................... 170 
31.2 Princípio do título .................................................................................................................... 171 
31.3 Princípio da patrimonialidade / responsabilidade patrimonial .............................................. 171 
31.4 Princípio da disponibilidade da execução ............................................................................... 171 
31.5 Princípio do exato adimplemento e da utilidade .................................................................... 172 
31.6 Princípio da menor onerosidade ............................................................................................. 172 
31.7 Princípio do contraditório ....................................................................................................... 172 
 
6 
 
AS PARTES NA RELAÇÃO PROCESSUAL EXECUTIVA ..................................... 172 
REQUISITOS DA EXECUÇÃO ............................................................................... 176 
33.1 Inadimplemento do devedor .................................................................................................. 176 
33.2 Titulo executivo ....................................................................................................................... 177 
33.2.1 Requisitos do título executivo .............................................................................................. 178 
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL ................................................................... 178 
34.1 Responsabilidade patrimonial de terceiros ............................................................................ 181 
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA ................................................................................184 
35.1 Liquidação provisória .............................................................................................................. 184 
35.2 Liquidação de sentença parcialmente ilíquida ........................................................................ 185 
35.3 Liquidação por arbitramento x Liquidação pelo procedimento comum ................................ 185 
MEIOS DE EXECUÇÃO .......................................................................................... 186 
36.1 Execução de título extrajudicial: regras gerais ........................................................................ 186 
36.2 Execução por quantia certa ..................................................................................................... 188 
36.2.1 Processo de execução para entrega de coisa certa ............................................................. 196 
36.3 Processo de execução para entrega de coisa incerta ............................................................. 198 
36.4 Processo de execução de obrigação de fazer e não fazer ....................................................... 198 
36.5 Execução contra fazenda pública ............................................................................................ 200 
36.6 Execução de alimentos ............................................................................................................ 200 
FRAUDE A EXECUÇÃO E FRAUDE CONTRA CREDORES ................................. 200 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ........................................................................... 203 
38.1 Cumprimento de sentença: obrigação de fazer, não fazer e entrega de coisa certa ............. 204 
38.2 Cumprimento de sentença de quantia certa .......................................................................... 204 
38.3 Cumprimento de sentença de quantia certa contra fazenda pública ..................................... 205 
38.4 Cumprimento de sentença de prestação de alimentos .......................................................... 206 
PROTESTO DA DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO E 
NEGATIVAÇÃO DO NOME DO DEVEDOR ........................................................... 206 
A HIPOTECA JUDICIÁRIA ...................................................................................... 207 
SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DAS EXECUÇÕES .................................................... 208 
41.1 Suspensão das execuções ....................................................................................................... 208 
41.2 Extinção das execuções ........................................................................................................... 209 
DEFESA DO EXECUTADO .................................................................................... 210 
42.1 Defesa do executado ............................................................................................................... 210 
42.2 Embargos à execução .............................................................................................................. 210 
42.3 Procedimento dos embargos .................................................................................................. 213 
42.4 Impugnação ao cumprimento de sentença ............................................................................ 217 
42.4.1 Procedimento da impugnação ao cumprimento de sentença ............................................. 219 
 
7 
 
EXCEÇÕES DE PRÉ-EXECUTIVIDADE ................................................................ 220 
DEFESA DO EXECUTADO APÓS A APRESENTAÇÃO DOS EMBARGOS ......... 221 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 223 
 
 
 
8 
 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
O conflito entre pessoas e o conflito que pode resultar na instauração de um 
processo judicial são diferentes. No processo há a interferência judicial, na figura de 
um juiz, cuja a função é a de aplicar a lei ao caso concreto, na busca da pacificação 
social, através de um mecanismo político e ético (GONÇALVES; LENZA, 2016). 
 
 
 
 
 
 
Processo Civil é um dos subgrupos de processo, ainda se tem processo penal 
e processo do trabalho. O processo civil tem ligação com todos os demais ramos do 
direito, entre eles, com o Direito Constitucional. 
Direito material (direito primário) é aquilo que pertence a cada um, por 
exemplo o direito de um filho de postular alimento do pai. O direito processual 
(direito secundário) é aquele de pleitear perante o Estado um direito material 
desrespeitado, onde, através das normas de direito processual, o Estado-juiz fará 
valer o direito. 
O direito processual é formado por um conjunto de normas processuais, que, 
segundo Fredie Didier Jr (2016), podem ser princípios (como o devido processo 
legal) ou regras (como a proibição do uso de provas ilícitas). A norma é fundamental 
porque estrutura o modelo do processo civil brasileiro e serve de norte para 
compreensão de todos atos e procedimentos, portanto, além da regra é muito 
importante estudar os princípios do direito processual, pois visam alcançar o estado 
de coisas ideal. Assim, neste primeiro problema, vamos revisar alguns dos principais 
princípios do processo civil. 
 
 
01 
 
9 
 
 
1.1 Princípio do devido processo legal 
 
O direito ao processo é uma das garantias constitucionais, direito fundamental 
previsto no artigo 5º, inciso XXXV, portanto, é um princípio constitucional e 
processual. 
O princípio do devido processo legal, também conhecido como due process of 
law, significa dizer que para a composição da lide será prestada a tutela jurisdicional 
e essa tutela deverá seguir as normas processuais traçadas, dais quais o Estado 
não poderá declinar, sob pena de violação do princípio do devido processo leal. 
Encontra-se previsto no artigo 5º, inciso LIV e LV, da Constituição Federal, que diz 
que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal”. 
O devido processo legal está relacionado com o outros princípios, como: 
contraditório, ampla defesa e duração razoável do processo. A finalidade do devido 
processo legal é não permitir o abuso de direito, ou seja, prezar por um processo 
justo e equânime. 
 
 
 
 
1.2 Princípio da isonomia 
 
 Trata-se de um princípio que visa dar tratamento igual às partes, objetivando 
um processo justo e equilibrado. Encontra-se presente no artigo 5º, caput, da 
Constituição Federal, bem como no artigo 7º do CPC, com as seguintes redações: 
 
Art. 5o. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes. 
 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao 
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos 
 
10 
 
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao 
juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
 
 Também está vinculado ao princípio da isonomia o direito ao contraditório e 
ampla defesa, conforme artigo 5º, inciso LV, da CF, e as súmulas vinculantes 
número 5 e 14. A isonomia formal é aquela que busca tratamento igualitário sem 
levar em consideração diferenças entre os sujeitos da ação, já a isonomia real, a 
qual leva em consideração a peculiaridade de cada sujeito, é a famosa frase “tratar 
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de sua desigualdade”. 
Pelo princípio da isonomia o juiz deve ser imparcial ao conduzir o processo e 
emergindo circunstâncias que geram a parcialidade,o juiz deve afastar-se ou ser 
afastado. 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções 
no processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como 
testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, 
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa 
jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer 
das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha 
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por 
advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o 
defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já 
integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar 
impedimento do juiz. 
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de 
mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus 
quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, 
mesmo que não intervenha diretamente no processo. 
 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
 
11 
 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes 
ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca 
do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do 
litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu 
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro 
grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das 
partes. 
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem 
necessidade de declarar suas razões. 
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta 
aceitação do arguido. 
 
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: 
I - ao membro do Ministério Público; 
II - aos auxiliares da justiça; 
III - aos demais sujeitos imparciais do processo. 
§ 1o A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em 
petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade 
em que lhe couber falar nos autos. 
§ 2o O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão 
do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a 
produção de prova, quando necessária. 
§ 3o Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1o será disciplinada pelo 
regimento interno. 
§ 4o O disposto nos §§ 1o e 2o não se aplica à arguição de impedimento ou 
de suspeição de testemunha. 
 
1.3 Princípio do juiz natural ou da imparcialidade do juiz 
 
O princípio do juiz natural determina que as partes têm direito a um 
julgamento realizado por um juiz competente e imparcial artigo 5º, LIII e XXXVII, da 
CF. O primeiro inciso dispõe que ninguém será processado nem sentenciado senão 
pela autoridade competente, e o segundo, que não haverá juízo ou tribunal de 
exceção. 
Requisitos para caracterização do juiz natural: a) o julgamento deve ser 
proferido por alguém investido de jurisdição; b) o órgão deve ser preexistente; c) a 
causa deve ser submetida ao juiz competente, de acordo com as regras postas pela 
CF e por lei. 
 
 Exceção: leis novas que suprimam o órgão ou que alterem a 
competência absoluta (hipóteses de lei superveniente, art. 43, CPC). 
 
12 
 
Exemplo: a partir da lei 9.278/96 (vide art. 9º, da lei) a união estável 
deixou de ser julgada pelas Varas Cíveis comuns e passou a ser 
julgada pelas Varas de família, essa alteração não viola o princípio da 
imparcialidade do juiz ou do juiz natural. Todos os processos que ainda 
não haviam sido julgados, quando sobreveio lei nova, foram 
encaminhados às Varas de família. 
 
1.4 Princípio do contraditório e da ampla defesa 
 
Trata-se de um princípio muito importante, que garante às partes a 
oportunidade de se manifestar em todos os atos do processo, tratamento paritário 
para dialogar com o juiz, sob pena de nulidade, não podendo, assim, o juiz julgar 
qualquer ação sem que os litigantes tenham tido a oportunidade de se defender. 
Encontra amparo legal no artigo, art. 7º, 9º e 10, do CPC. Neste princípio 
podemos chamar a atenção do fato que o juiz não pode proferir nenhuma decisão 
sem antes ter ouvido todas as partes, é vedada a decisão surpresa, nem mesmo 
quando se tratar de matéria que deva ser decidida de ofício. 
 Exceção 01: quando se tratar de tutela provisória de urgência, tutela 
de evidência e a decisão prevista no artigo 701 (decisão autorizadora 
do mandado de pagamento na ação monitória). Nestes casos, para 
evitar dano irreparável ou de difícil reparação, o direito de defesa não é 
afastado, somente tomado a posteriori. 
 Exceção 02: No artigo 332, do CPC, estão descritas as hipóteses em 
que o juiz poderá julgar liminarmente improcedente o pedido do autor, 
sem mesmo citar o réu, isto não acarretará em nulidade da decisão, 
por ofensa ao princípio, visto que não prejudica ao réu, mas sim o autor 
(o que caberá apelação da liminar). 
 
ATENÇÃO: o art. 346 do Código de Processo Civil não gera ofensa ao 
contraditório: 
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão 
da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. 
 
13 
 
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, 
recebendo-o no estado em que se encontrar. 
 
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às 
alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de 
praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção. 
 
ATENÇÃO: Cabe ao Poder Judiciário fazer com que o devido processo legal 
e o contraditório sejam respeitados, na forma da parte final do art. 7º do Código de 
Processo Civil. 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao 
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos 
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao 
juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
 
Art. 5º, LV, CF: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os 
meios e recursos a ela inerentes; 
 
NEGÓCIO JURÍDICO: As partes podem estipular, de comum acordo, 
mudanças no procedimento: 
 
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, 
é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento 
para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus 
ônus, poderes, faculdades e deveresprocessuais, antes ou durante o 
processo. 
 
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das 
convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos 
casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que 
alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. 
 
AMPLIAÇÃO DO CONTRADITÓRIO: 
 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios 
de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir 
maior efetividade à tutela do direito; 
 
 
14 
 
1.5 Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional / princípio do acesso 
à justiça 
 
 O artigo 3º do CPC, disciplina que “não se excluirá da apreciação jurisdicional 
ameaça ou lesão a direito”, estando quase igualmente de acordo com o artigo 5º, 
inciso XXXV, da CF. Diante disso, não pode o Poder Judiciário deixar de amparar 
casos que lesionem ou ameacem lesionar algum direito e nem poderá deixar de 
prestar uma tutela efetiva e justa, para tanto devem ser observadas todas garantias 
fundamentais do processo, princípios e direitos básicos. 
 
1.6 Princípio da motivação das decisões judiciais 
 
 Este princípio disciplina que todas as decisões judiciais devem 
obrigatoriamente ser motivava, de acordo com o artigo 93, inciso IX, da Constituição 
Federal e artigo 11 do CPC, abaixo transcritos: 
 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Art. 93. (...) 
IX. todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei 
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus 
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do 
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse 
público à informação 
 
 A motivação é pressuposto indispensável, visto que, se a parte não souber os 
motivos que levaram o juiz a tomar determinada decisão ficará impossível ao 
litigante fundamentar em eventual recurso, ou pelo avaliar a possibilidade de interpor 
recurso contra a decisão. 
 
1.7 Princípio da boa-fé processual 
 
 De acordo com este princípio as partes do processo devem sempre se 
comportar com boa-fé, lealdade e urbanidade, este princípio está intimamente ligado 
 
15 
 
ao princípio da dignidade da pessoa humana, pois visa promovê-lo no ordenamento 
jurídico, no julgamento da causa. Encontra-se previsto no artigo 5º do CPC. 
A parte que agir com má-fé pode ser penalizada com multa. As práticas 
consideradas má-fé estão previstas no art. 80 do CPC: 
 
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como 
autor, réu ou interveniente. 
 
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso; 
II - alterar a verdade dos fatos; 
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
VI - provocar incidente manifestamente infundado; 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
 
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a 
pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por 
cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos 
prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com 
todas as despesas que efetuou. 
 
§ 1o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará 
cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou 
solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. 
 
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser 
fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
 
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível 
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos 
próprios autos. 
 
1.8 Duração razoável do processo 
 
 É decorrente do Pacto São José da Costa Rica. O princípio da duração 
razoável do processo é também conhecido como princípio da celeridade processual. 
Não há na lei uma predeterminação de duração do processo, todavia não se pode 
tolerar a procrastinação injustificável do judiciário e seus serviços. Está previsto no 
artigo 5º, inciso LXXVIII, da CF, garantindo que “a todos, no âmbito judicial e 
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que 
 
16 
 
garantam a celeridade de sua tramitação”. Está previsto também nos artigos 4º e 6º 
do CPC. 
A obediência aos prazos processuais é uma forma de atender ao princípio da 
duração razoável do processo. Para as partes, a consequência da não observância 
dos prazos processuais é a preclusão, ou seja, a perda do direito de manifestação: 
 
Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de 
emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, 
ficando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa 
causa. 
 
O magistrado também deverá obedecer prazos processuais, na forma do art. 
226 do CPC: 
Art. 226. O juiz proferirá: 
I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias; 
II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias; 
III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias. 
 
Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública 
poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional 
de Justiça contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os 
prazos previstos em lei, regulamento ou regimento interno. 
 
§ 1º Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previamente 
o juiz, não sendo caso de arquivamento liminar, será instaurado 
procedimento para apuração da responsabilidade, com intimação do 
representado por meio eletrônico para, querendo, apresentar justificativa no 
prazo de 15 (quinze) dias. 
 
§ 2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até 48 
(quarenta e oito) horas após a apresentação ou não da justificativa de que 
trata o § 1o, se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator no Conselho 
Nacional de Justiça determinará a intimação do representado por meio 
eletrônico para que, em 10 (dez) dias, pratique o ato. 
 
§ 3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto legal do juiz 
ou do relator contra o qual se representou para decisão em 10 (dez) dias. 
 
1.9 Princípio do duplo grau de jurisdição 
 
 Este princípio não se encontra expresso na Constituição Federal, mas diante 
de terem sido criados juízos e tribunais, cuja competência é julgar os recursos contra 
as decisões de primeiro grau, automaticamente estabeleceu-se o duplo grau de 
jurisdição, que busca reanalisar os atos judiciais que geram inconformismo na parte 
 
17 
 
e estão substanciados por falhas, ilegalidades, provas, através do julgamento de um 
órgão superior. 
 Deste princípio, decorre a necessidade de hierarquia diferente entre dois 
juízos distintos, portanto temos os de primeiro grau (juízes singulares) e o de 
segundo grau (Tribunais Superiores). Os primeiros são os juízos da causa e o 
segundo, os juízos dos recursos (THEODORO JÚNIOR, 2017). 
 
 Exceções: não há duplo grau de jurisdição para as causas que tem 
competência originária dos tribunais, por exemplo, para as ações 
originárias do Supremo Tribunal Federal, para embargos infringentes 
(previstos na lei de execução fiscal), nas hipóteses do artigo 1.013, §3º,do CPC. 
 
1.10 Princípio da proporcionalidade e razoabilidade 
 
 De acordo com o artigo 8º do CPC, o juiz, ao aplicar as normas deverá 
atender os fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo 
a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, 
a legalidade, a publicidade e a eficiência. Exemplo de aplicação dos princípios da 
proporcionalidade e razoabilidade: obrigação alimentar. 
 
1.11 Princípio da Legalidade: 
 
Previsto no artigo 8º, do CPC, e artigo 5º, II, da CF, equivale a limitar o 
exercício do Poder Público, o juiz não poderá afastar-se da lei, mas nada impede 
que ele tenha que adequá-las às peculiaridades de cada caso. Lembrando que o 
direito não é apenas legal, não está somente escrito na lei (fonte formal), há as 
fontes formais acessórias ou indiretas: analogia, costumes, princípios gerais do 
direito (art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), súmulas do STF 
(art. 103-A, e parágrafos, da CF; Lei n. 11.417/2006), decisões de mérito do STF 
 
18 
 
(art. 102, §2º, da CF); e as fontes não formais (informais): doutrina e os precedentes 
jurisprudenciais (salvo as súmulas vinculantes e as decisões de mérito do STF). 
 
1.12 Princípio da publicidade dos atos processuais 
 
Está previsto nos artigos 5º, LX, 93, X, ambos da CF e artigos 11, caput, e 
368 ambos do CPC, impõe que sejam públicos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário, justifica-se no fato de haver interesse público maior que somente das 
partes, pois visa a garantia da paz e harmonia social. A publicidade é mecanismo de 
controle das decisões judiciais. Todavia não se aplica somente as decisões, mas 
também a qualquer esfera dos Poderes institucionais, segundo o artigo 37 da CF. 
 Exceção: processos que correm com segredo de justiça: o segredo de 
justiça ocorre, evidentemente, apenas com terceiros, não com as 
partes e seus procuradores. Haverá segredo de justiça quando: a) em 
que o exigir o interesse público ou social (art. 189, I, CPC); b) que 
dizem respeito a casamento, separação de corpos, divórcio, 
separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e 
adolescentes (art. 189, II); c) em que constem dados protegidos pelo 
direito constitucional à intimidade (art. 189, III); d) que versem sobre 
arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a 
confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o 
juízo (art. 189, IV) (GONÇALVES; LENZA, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
ACESSO DO ADVOGADO AO PROCESSO 
VISTA DO PROCESSO: O advogado pode ter vista de qualquer processo judicial 
em tramitação, mesmo sem procuração, desde que não estejam sob a proteção do 
segredo de justiça, caso em que é necessário procuração. 
 
CARGA DE PROCESSO EM ANDAMENTO: para que o advogado faça carga dos 
processos que estão em tramitação será necessário apresentar procuração. 
 
CARGA DE PROCESSO ARQUIVADO: para que o advogado faça carga dos 
processos que estão arquivados, não é necessário procuração, salvo processos em 
segredo de justiça. 
 
 
 
 
PROCESSO ARBITRAL: o processo arbitral, por ser uma atividade não estatal, não 
é regrado pela publicidade, ou seja, as partes podem definir se o processo tramita 
sob a proteção do segredo de justiça ou de forma pública. 
 
PUBLICIDADE NO NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL: a publicidade dos atos 
processuais não poderá ser alterada no negócio jurídico processual (art. 190, CPC), 
visto que decorre de lei. 
 
 
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 
 
 
2.1 Investidura 
 
 De acordo com este princípio, apenas o juiz, regularmente investido no cargo, 
tem competência para exercer a jurisdição, sendo que “a ausência de investidura 
02 
 
20 
 
implica óbice intransponível para o exercício da jurisdição, pressuposto processual 
da própria existência do processo”. (GONÇALVES, 2016, p. 104). 
 
2.2 Indelegabilidade 
 
 A função jurisdicional não poderá ser exercida por outro órgão que não o 
Poder Judiciário, sendo, portanto, indelegável. Isso porque afetaria o princípio 
constitucional do juiz natural. Fala-se que a exceção ao princípio seria nos casos de 
cartas precatórias ou de ordem, na verdade não se trata de delegação voluntária, 
mas de cooperação entre órgãos jurisdicionais, pois a responsabilidade de 
prosseguimento da ação é do juiz competente. 
 
2.3 Aderência ou territorialidade 
 
 Ao exercer a função jurisdicional, o juiz deve-se limitar ao território nacional, 
bem como, ao limite de sua competência, seja ela na comarca, Estado, Distrito 
Federal ou todo território nacional. Entretanto, há casos em que os juízes devem 
cooperar entre si, como no caso da carta precatória. 
 
2.4 Indeclinabilidade 
 
 Trata-se de um princípio que visa garantir a tutela jurisdicional aos processos, 
devendo o juiz, independentemente de lacuna ou obscuridade na lei julgar a 
demanda. Neste caso ele irá julgar através dos mecanismos de integração, visto que 
de acordo com o artigo 5º, inciso XXXV, da CF, não se “excluirá da apreciação do 
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Há uma exceção, o juiz poderá declinar-
se sob a alegação de suspeição por motivo íntimo, amparado pelo artigo 145, §1º, 
do CPC. 
 
 
 
21 
 
2.5 Inércia 
 
 Também chamado de princípio da ação ou da demanda, ou princípio da 
iniciativa da parte, regula que, como o juiz não tem autonomia para agir por conta 
própria, ou seja, de ofício, deve necessariamente ser provocado pela parte 
interessada, conforme o artigo 2º do CPC. 
 
 
ATOS PROCESSUAIS 
 
O processo consiste em uma sucessão de atos. Atos processuais são os atos 
humanos realizados no processo, os quais devem ser praticados em conformidade 
com o que determina a lei. Podem ser orais ou por escrito, todavia, sempre que 
forem orais, serão reduzidos a termo pelo escrivão, para sua documentação nos 
autos, por exemplo, o pregão nas hastas públicas e as audiências de instrução e 
julgamento. “No entanto, o CPC flexibiliza essa regra, em especial no artigo 190, ao 
permitir que, nos processos em que se admite a autocomposição, as partes capazes 
possam estipular mudanças no procedimento e convencionar sobre o seu ônus, 
poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou depois do processo, com o 
controle do juiz” (GONÇALVES, 2016, p. 307). 
Um ato processual não se assemelha a um fato processual, visto que esses 
se realizam independentemente da vontade do agente, ocorrendo naturalmente, 
porém causando algum efeito ao processo, como a morte de uma das partes, por 
exemplo. 
 
3.1 Teoria geral e espécies 
 
 Como visto, os atos processuais são os atos praticados dentro de um 
processo, voluntariamente por uma das partes e que tenham alguma relevância 
processual. 
03 
 
22 
 
Quanto a sua forma, os atos são considerados válidos se atingirem a 
finalidade para a qual foram propostos. Em regra, não precisam seguir uma forma 
determinada, diante do princípio da instrumentalidade das formas, exceto se a lei 
expressamente a estipular. 
 Independentemente de sua forma, em regra, os atos processuais serão 
públicos. Há determinados casos, entretanto, que requerem uma proteção maior, 
necessitando tramitar em segredo de justiça, sendo eles (artigo 189): 
 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, 
separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e 
adolescentes; 
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à 
intimidade; 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento decarta 
arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja 
comprovada perante o juízo. 
 
Estes atos protegidos pelo segredo de justiça ficam restringidos à apreciação 
das partes e de seus procuradores, cabendo a um terceiro interessado apenas a 
possibilidade de ter acesso a certidão do dispositivo da sentença, do inventário e da 
partilha. 
É possível a prática de atos processuais também por meio eletrônico. 
 Um requisito obrigatório de todos os atos e termos processuais é a utilização 
da língua nacional (portuguesa). Na hipótese de a parte querer juntar ao processo 
um documento escrito em outra língua que não a nacional, deverá necessariamente 
juntar também a respectiva tradução, realizada por tradutor juramentado. 
Os atos processuais classificam-se de acordo com a pessoa que o pratica, 
podendo ser ato das partes, do juiz ou dos auxiliares da justiça. 
 
a) Atos processuais das partes: previsto no artigo 200 do CPC, se 
subdivide em declarações unilaterais, que são os atos realizados apenas pela parte, 
como no caso da petição inicial, ou bilaterais, que requerem a manifestação de 
ambas as partes, como no caso do acordo. São atos que geram imediatamente a 
constituição, modificação ou extinção de direitos processuais. Os atos das partes 
também podem ser classificados em atos postulatórios, que exprimem a pretensão 
 
23 
 
das partes (petição inicial), instrutórios, que visam provar as respectivas alegações, 
ou dispositivos, que são os atos que finalizam o processo. 
 
b) Atos processuais do juiz: o pronunciamento do juiz poderá ser feito 
através de sentenças, decisões interlocutórias e despachos. De acordo com art. 
203, §1º, sentença é o meio pelo qual o juiz, através dos artigos 485 e 487, finaliza a 
fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Decisão 
interlocutória é toda decisão judicial que não se enquadra no conceito de sentença 
(§ 2º). E despacho são os demais procedimentos do juiz realizados no processo, de 
ofício ou a requerimento da parte (§ 3º). 
 
c) Atos processuais dos auxiliares de justiça: são os atos praticados pelo 
escrivão ou chefe de secretaria, por exemplo. Estão disciplinados nos artigos 206 a 
201 do CPC. Todavia não podemos deixar de mencionar que há outras pessoas que 
também pode praticar atos jurídicos no curso do processo e que não estão 
sistematizadas no Código, como por exemplo, os oficiais de justiça, depositários, 
peritos, testemunhas, leiloeiros, arrematantes, etc. 
 
3.2 Sistema de transmissão de dados: fac-símile ou outro similar 
 
 Regulado pela Lei n. 9.800/1999, a qual não foi revogado pelo Código de 
Processo Civil de 2015, considerar-se-á cumprindo o ato sempre que a mensagem 
enviada via fax for dentro do prazo legal, incumbindo a parte apresentar os originais 
até cinco dias da data de seu término (art. 2º). Ainda que o ato processual não esteja 
sujeito a prazo, o agente tem o dever de entregar até cinco dias os originais em 
cartório. O prazo é contínuo e não se interrompe pela eventual intercalação de 
sábado, domingo ou feriado. Não obstante o CPC/2015 determinar que a contagem 
dos prazos ocorre em dias úteis, neste caso estamos tratando de lei específica que 
regulamente atos processuais por fac-símile, assim, deverá ser em dias corridos. 
 
Para a determinação do termo inicial da contagem do prazo de cnco dias 
para apresentação dos originais, o entendimento fixado pela jurisprudência 
 
24 
 
do STJ, que se harmoniza com o do STF, é no sentido de distinguirem-se 
duas situações: (i) se o ato praticado está sujeito a prazo predeterminado, 
contar-se-á o quinquídio legal a partir do dia seguinte ao término do prazo 
do recurso ou ato, pouco importando se a petição foi transmitida antes de 
findo o prazo de lei; (ii) se o ato não estiver sujeito a prazo legal, a entrega 
dos originais terá de correr em cinco dias contados a partir da recepção do 
fax pelo órgão judiciário de destino. É, aliás, o que decorre da literalidade do 
art. 2º e parágrafo único da Lei 9.800/1999 (THEODORO JR, 2017, p. 491). 
 
 Além desse meio, a partir da Lei 11.280/2006, que acrescentou o parágrafo 
único ao artigo 154, do CPC, acrescentou a possibilidade de utilização das vias 
eletrônicas no processo judicial. O uso da internet deverá atender requisitos de 
autencidade, integridade e validade, o que se torna possível através da assinatura 
digital. 
 
3.3 Processo eletrônico 
 
 O processo eletrônico ganhou forma com o objetivo de proporcionar maior 
celeridade e efetividade ao processo. Essa forma processual está disciplinada na Lei 
nº 11.419/06, e nos artigos 193 a 199 do CPC. 
 Os atos processuais podem ser totais ou parcialmente digitais, permitindo que 
sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico 
(artigo 193 do CPC). 
 De acordo com o artigo 194 do CPC, os sistemas de automação processual 
deverão respeitar a publicidade dos atos, o acesso e a participação das partes e de 
seus procuradores, inclusive nas audiências e sessões de julgamento, observadas 
as garantias da disponibilidade, independência da plataforma computacional, 
acessibilidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados e informações que 
o Poder Judiciário administre no exercício de suas funções. 
 O ato processual eletrônico será registrado em padrões abertos, atendendo 
os requisitos de autenticidade, integridade, temporalidade, não repúdio, conservação 
e, nos casos de segredo de justiça, confidencialidade, observada a infraestrutura de 
chaves públicas unificada nacionalmente (artigo 195 do CPC). 
 Todos os atos praticados pela via eletrônica deverão ser assinados 
eletronicamente por assinatura digital certificada por Autoridade Certificadora e 
 
25 
 
mediante controle em cadastro do Poder Judiciário (art. 8º, parágrafo único da lei 
11.419/06). Implantado o Diário da Justiça Eletrônica (antigo Diário oficial), que 
agora já não é mais impresso. 
O Poder Judiciário deverá manter de forma gratuita, em suas unidades, à 
disposição dos interessados, equipamentos necessários à prática de atos 
processuais, consulta e acesso ao sistema, bem como documentos constantes no 
processo. No caso de a unidade não possuir os referidos equipamentos será 
admitida a prática de atos por meio não eletrônico. 
 Ainda, de acordo com o artigo 199 do CPC, as unidades do Poder Judiciário 
assegurarão às pessoas com deficiência acessibilidade aos seus sítios na rede 
mundial de computadores, ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à 
comunicação eletrônica dos atos processuais e à assinatura eletrônica. 
 Há regras específicas para citações e intimações, precatórias, rogatórias e de 
ordem. 
 
Art. 4o Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado 
em sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais 
e administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como 
comunicações em geral. 
§ 1o O sítio e o conteúdo das publicações de que trata este artigo deverão 
ser assinados digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade 
Certificadora credenciada na forma da lei específica. 
§ 2o A publicação eletrônica na forma deste artigo substitui qualquer outro 
meio e publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos 
casos que, por lei, exigem intimação ou vista pessoal. 
§ 3o Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao 
da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. 
§ 4o Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao 
considerado como data da publicação. 
§ 5o A criação do Diário da Justiça eletrônico deverá ser acompanhada de 
ampla divulgação,e o ato administrativo correspondente será publicado 
durante 30 (trinta) dias no diário oficial em uso. 
Art. 5o As intimações serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos 
que se cadastrarem na forma do art. 2o desta Lei, dispensando-se a 
publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico. 
§ 1o Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando 
efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos 
a sua realização. 
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, nos casos em que a consulta se dê 
em dia não útil, a intimação será considerada como realizada no primeiro 
dia útil seguinte. 
§ 3o A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 
10 (dez) dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de 
considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término 
desse prazo. 
 
26 
 
§ 4o Em caráter informativo, poderá ser efetivada remessa de 
correspondência eletrônica, comunicando o envio da intimação e a abertura 
automática do prazo processual nos termos do § 3o deste artigo, aos que 
manifestarem interesse por esse serviço. 
§ 5o Nos casos urgentes em que a intimação feita na forma deste artigo 
possa causar prejuízo a quaisquer das partes ou nos casos em que for 
evidenciada qualquer tentativa de burla ao sistema, o ato processual deverá 
ser realizado por outro meio que atinja a sua finalidade, conforme 
determinado pelo juiz. 
§ 6o As intimações feitas na forma deste artigo, inclusive da Fazenda 
Pública, serão consideradas pessoais para todos os efeitos legais. 
Art. 6o Observadas as formas e as cautelas do art. 5o desta Lei, as citações, 
inclusive da Fazenda Pública, excetuadas as dos Direitos Processuais 
Criminal e Infracional, poderão ser feitas por meio eletrônico, desde que a 
íntegra dos autos seja acessível ao citando. 
Art. 7o As cartas precatórias, rogatórias, de ordem e, de um modo geral, 
todas as comunicações oficiais que transitem entre órgãos do Poder 
Judiciário, bem como entre os deste e os dos demais Poderes, serão feitas 
preferentemente por meio eletrônico. 
 
 Cabe ressaltar que os atos eletrônicos são considerados desde o dia e hora 
de seu envio ao Sistema, ocasião em que é gerado o protocolo eletrônico. Quando a 
petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, serão consideradas 
tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia (art. 3º 
e parágrafo único). 
 O processo eletrônico por meio de autos totalmente digitais está regulado 
nos artigos 8º a 13 da Lei 11.419, permitindo que desde a petição inicial até o 
julgamento da ação, em última instância, seja de forma informatizada. As provas e 
documentos digitalizados valerão com o mesmo efeito dos documentos originais, 
segundo o artigo 11. 
Os originais dos documentos digitalizados, deverão ser preservados pelo seu 
detentor até o trânsito em julgado da sentença ou, quando admitida, até o final do 
prazo para interposição de ação rescisória. Os documentos cuja digitalização seja 
tecnicamente inviável devido ao grande volume ou por motivo de ilegibilidade 
deverão ser apresentados ao cartório ou secretaria no prazo de 10 (dez) dias 
contados do envio de petição eletrônica comunicando o fato, os quais serão 
devolvidos à parte após o trânsito em julgado. 
 
 
 
 
27 
 
3.4 Nulidades 
 
Um ato processual será considerado nulo quando não observar todos os 
requisitos de validade e acarretar algum prejuízo. Se o juiz identificar uma nulidade 
durante o processo, ordenará que seja corrigida, avaliando, inclusive, se os atos 
posteriores que dele dependam também devem ser reparados (artigo 282 do CPC). 
A nulidade de um ato só poderá anular os atos posteriores que dele dependam, não 
prejudicando os atos posteriores independentes, conforme disciplina o artigo 281 do 
CPC. 
Após o encerramento do processo ainda haverá a possibilidade de ser 
alegada alguma nulidade absoluta, através da ação rescisória, entretanto, passado o 
prazo para a propositura da ação, a nulidade restará sanada. Já a nulidade relativa 
deverá ser alegada na primeira oportunidade, sob pena de preclusão. 
 Enquanto a nulidade não for identificada e o juiz não a reconhecer ela será 
considerada um ato válido, produzindo seus efeitos normalmente. 
 A nulidade, neste caso, diz respeito apenas aos atos praticados pelo juiz ou 
seus auxiliares, sendo que os atos praticados pelas partes, caso estejam em 
desconformidade com os requisitos legais, apenas não irão gerar efeitos, sendo atos 
ineficazes e não nulos. 
 São exemplos de atos nulos: 
 
- As decisões prolatadas por juízes impedidos ou por juízos 
absolutamente incompetentes; 
- Falta de intervenção do Ministério Público, quando obrigatória; 
- A citação realizada sem obediência às formalidades legais; 
- A sentença que não observe a forma prescrita em lei. (GONÇALVES, 
2016, p. 322). 
 
A nulidade absoluta poderá ser decretada de ofício ou por qualquer uma das 
partes (exceto em alguns casos), já a relativa só poderá ser alegada pela parte 
interessada/prejudicada. 
 De acordo com o artigo 277 do CPC, o ato será considerado válido pelo juiz, 
desde que tenha alcançado a finalidade para o qual foi previsto, mesmo que tenha 
sido realizado de forma contrária a lei. Isso porque adota-se o princípio da 
 
28 
 
instrumentalidade das formas, que diz que a forma é necessária apenas para que o 
ato alcance o seu objetivo, sendo que se atingir o objetivo por outro meio não 
existirá o vício. Exemplo: o réu é citado de forma incorreta, mas comparece à 
audiência e se defende. O ato que inicialmente era nulo se tornará válido. 
 
3.5 Ineficácia 
 
 A ineficácia de um ato processual ocorre quando não há a observância de 
alguma forma essencial ou estrutural do processo. 
 A ineficácia, diferentemente da nulidade, não será sanada pelo decurso do 
tempo, podendo ser alegada a qualquer momento, ou seja, não gera a preclusão. 
 Se for identificada a ineficácia no curso do processo, o juiz determinará que o 
ato seja sanado, com a renovação dos atos viciados e os seus subsequentes, e se o 
processo já estiver encerrado poderá ser alegada através de uma ação declaratória 
de ineficácia, impugnação ao cumprimento de sentença ou ação de embargos à 
execução. 
 
3.6 Expediente forense 
 
Os atos processuais serão praticados em dias úteis, das 06 às 20 horas, 
conforme o artigo 212 do CPC. Este prazo poderá ser prorrogado no caso de 
finalização de algum ato iniciado dentro do horário, quando o adiamento prejudicar a 
diligência ou causar grave dano (§1º), exceto no caso dos atos (não eletrônicos) que 
dependam de protocolo, sendo que esses só poderão ser realizados dentro do 
horário de expediente do respectivo órgão. Já os atos processuais realizados por 
meio eletrônico poderão ocorrer até as 24 horas do último dia do prazo, 
independentemente do horário (artigo 213 do CPC). 
 
 
 
 
 
29 
 
 No período das férias forenses, feriados ou dias úteis fora do horário 
mencionado anteriormente os atos processuais não serão praticados, exceto no 
caso das citações, intimações, penhoras e tutelas de urgência, independentemente 
de autorização judicial. 
 Ainda, durante as férias forenses também serão praticados outros atos 
processuais, conforme o artigo 215 do CPC. 
 
Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não 
se suspendem pela superveniência delas: 
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à 
conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento; 
II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e 
curador; 
III - os processos que a lei determinar.Para efeito forense, além dos declarados em lei, também consideram-se 
como feriados, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente nos 
órgãos jurisdicionais (artigo 216 do CPC). 
 Em regra, os atos processuais se realizarão na sede do juízo (cartório ou vara 
judicial). Porém, de acordo com o artigo 217 do CPC, também podem se realizar em 
outro lugar, em razão de deferência, interesse da justiça (cartas precatórias), bem 
como diante da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido 
pelo juiz (testemunha que não tem condições de se locomover). 
 
3.7 Processo calendário 
 
 “Neste momento, sobretudo na audiência de saneamento e organização do 
processo. Em cooperação com as partes, pode-se celebrar outro negócio jurídico 
plurilateral típico: o calendário processual (art. 191, CPC)” (DIDIER JR, 2016, p. 
706). 
 
Trata-se de um agendamento para a prática de atos processuais, feito de 
comum acordo entre partes e órgão julgador e em atenção às 
particularidades da causa. Normalmente relacionado à prática dos atos 
instrutórios, o calendário também pode ter por objeto atos postulatórios 
(entrega de razões-finais, p. ex.), decisórios e executórios (DIDIER JR, 
2016, p. 706) 
 
 
30 
 
 O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente 
serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados (§1º, art. 191, 
CPC). 
Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a 
realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário (§2º, art. 
191, CPC). 
 
 
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO 
 
 A jurisdição é algo único, não se divide. Porém, é separada em algumas 
espécies, como a jurisdição contenciosa e voluntária, a distinção em relação ao seu 
objeto, órgão que a exerce e hierarquia. 
 A jurisdição contenciosa é aquela em que o juiz interfere diretamente na 
demanda, julgando o processo de acordo com o que entende correto e impondo a 
sua vontade sobre as partes. Já na voluntária, o juiz age como um tipo de fiscal da 
lei, cabendo a ele apenas participar e validar alguns atos de interesse privado, como 
no caso da separação consensual. 
 Quanto ao objeto e ao órgão que a exerce, a jurisdição se divide em relação 
ao conteúdo que será apreciado pelo Poder Judiciário. Diante disso, é definido quem 
tem a competência para o julgamento da demanda, que será apreciada pela justiça 
comum ou especial. A especial cuida das matérias trabalhista, eleitoral e militar, 
sobrando as demais para a justiça comum, que se subdivide em estadual e federal. 
 E, por fim, quanto à hierarquia, a jurisdição pode ser inferior ou superior, 
dependendo da instância do órgão a quem compete o julgamento. 
 
 
LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL 
 
 Como regra, a jurisdição brasileira deve se limitar ao território nacional, 
entretanto, em alguns casos, admite-se a aceitação de decisões de outros países, 
04 
05 
 
31 
 
levando-se em conta alguns limites definidos nos tratados internacionais, e diante do 
interesse de manterem uma boa relação entre si. 
 A competência brasileira para o julgamento das demandas está prevista no 
artigo 21 do CPC, que disciplina que: 
 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as 
ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no 
Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
 
Além dessas, cabe também à autoridade judiciária julgar as ações de 
alimentos quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil ou quando o réu 
mantiver vínculos no Brasil, como posse ou propriedade de bens. Ou, ainda, nas 
hipóteses de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil ou em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem 
à jurisdição nacional. (MOTA et al., 2016, p. 586). 
 O artigo 23 do CPC, elenca as hipóteses de competência exclusiva da 
jurisdição brasileira: 
 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de 
qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de 
testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, 
ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder 
à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de 
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
 
 
TUTELAS PROVISÓRIAS 
 
 O objetivo do Estado Democrático de Direito é de prestar a tutela, mas não só 
prestar a tutela, prestar de forma efetiva. Pouco importa qual das partes será 
carecedora da tutela, o Estado, através da jurisdição tem o dever de dar a tutela ao 
direito, assim, sendo ela inicial, correspondente a composição judicial do conflito, 
06 
 
32 
 
temos a tutela de conhecimento, se já a vantagem pretendida já se encontra 
juridicamente comprovada, temos a tutela de execução. Todavia, há situações em 
que a demora do processo judicial pode comprometer a efetividade da tutela. 
 
 
PROCESSO DE CONHECIMENTO 
 
Ação é o meio pelo qual as pessoas exercem o direito subjetivo de provocar o 
Poder Judiciário, requerendo uma solução à demanda proposta, ou seja, o meio 
utilizado para a defesa de seus direitos. Para a concretização desse direito é preciso 
seguir todo um trâmite processual. 
 O direito de ação está previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da CF, e trata-se de 
um direito independente, não estando diretamente vinculado ao direito material. 
Assim, mesmo que a ação seja julgada improcedente, continua existindo o direito de 
ação. E a demanda é o problema apresentado ao juiz, aquilo que se visa requerer 
com a ação proposta. A ação deverá seguir um procedimento, que terá seus passos 
estipulados por lei, poderá ser procedimento comum ou especial. O procedimento 
comum é regulado pelo Código de Processo Civil, já os procedimentos especiais são 
regulados por leis específicas de determinados temas do direito. 
 
7.1 Procedimentos no novo processo civil 
 
A partir da entrada em vigor do Novo Código de Processo Civil, as 
disposições relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais (do 
antigo CPC, que foram revogadas) passam a seguir o procedimento comum ou um 
dos procedimentos especiais regulados em outras leis, conforme dispõe o artigo 
1.046. 
Desta forma, conforme o § 1o, do referido artigo, o procedimento sumário 
deixa de existir nos novos processos, contudo, as ações propostas que não foram 
sentenciadas até a entrada em vigor do CPC, seguirão o rito sumário normalmente. 
 Os procedimentos podem ser classificados em: 
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a) Comuns: segue sempre o mesmo padrão, são aqueles que a lei não definir o 
procedimento especial. É encontrado no Livro I, Título I, da Parte Especial do 
CPC. 
b) Especiais: possuí procedimento específico, dispostos em leis esparsas. 
 
 
PETIÇÃO INICIAL 
 
O juiz não age por ofício nos processos, isto é, faz-se necessário a iniciativa 
da parte (ou do Ministério Público, arts. 177 e 720) a partir da formulação do pedido, 
a petição inicial é a peça exordial para a inauguração do processo civil, 
independente do rito. Será a responsável pela instauração da demanda e da tutela 
pública ou privada. 
Portanto, Petição Inicial “é o ato que dá início ao processo, e define os 
contornos subjetivo e objetivo da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar” 
(GONÇALVES; LENZA,

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