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7341601ResumoAula-1Direito-Civil

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Direito Civil 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir 
da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em 
livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
Sumário 
1. Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB) - DL 4657/42............................................. 2 
1.1 Conceito ........................................................................................................................ 2 
1.2 Vigência ............................................................................................................................... 3 
1.3 Revogação ..................................................................................................................... 5 
1.4 Repristinação ...................................................................................................................... 7 
1.5 Ordenamento Jurídico .................................................................................................. 7 
1.6 Direito Intertemporal ................................................................................................... 8 
1.7 Aplicação do Direito no Espaço .................................................................................... 9 
2. Direito Civil: Parte Geral ..................................................................................................... 12 
2.1 Pessoas ........................................................................................................................ 13 
2.1.1 Pessoa natural .................................................................................................... 13 
2.1.1.1 Personalidade ................................................................................................. 13 
2.1.1.1.1 Conceito .................................................................................................... 13 
2.1.1.1.2 Início da personalidade ............................................................................ 14 
2.1.1.1.2.1 Teoria natalista .................................................................................. 14 
2.1.1.1.2.2 Teoria concepcionista ....................................................................... 15 
2.1.1.1.3 Extinção da personalidade ....................................................................... 15 
2.1.1.1.3.1 Hipóteses de morte presumida disciplinadas no Código: ................ 16 
2.1.1.1.3.1.1 Morte presumida sem declaração de ausência. ....................... 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Civil 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir 
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livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
Professor: Rafael da Mota Mendonça 
E-mail: Rafael da mota@gmail.com 
Facebook: Rafael da Mota Mendonça. 
 
Observação: É imprescindível a leitura da legislação. 
 
Bibliografia indicada: 
 
 Lições de Direito Civil. Autor: Guilherme Couto de Castro. Editora Impetus. 
 Manual de Direito Civil. Autor: Flávio Tartuce. Editora Gen. 
 Direito Civil Esquematizado. Autor: Carlos Roberto Gonçalves. 
 
 
1. Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB) - DL 4657/42 
 
1.1 Conceito 
A lei de introdução é um conjunto de regras e princípios que visa a regular 
aspectos referentes à interpretação, aplicação, vigência e revogação da norma, bem 
como aspectos referentes ao direito intertemporal e ao direito internacional privado, 
ou seja, a aplicação do direito no espaço. 
 
A LINDB deve ser estudada em conjunto com a LC 95/98, a qual regulamento o art. 59, 
parágrafo único, da CF/98 : 
 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
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VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, 
alteração e consolidação das leis. 
 
As normas do direito brasileiro são reguladas entre os artigos 1º e 6º, já as normas de 
direito internacional privada serão reguladas entre os arts 7º e 19º. 
 
1.2 Vigência 
 
Vigência Vigor 
 Natureza Temporal  Relativa à eficácia e não ao tempo. 
 É o período entre a publicação e a 
revogação da norma: Período de vigência. 
 Diz respeito à produção de efeitos 
da norma. A possibilidade que esta 
tem de atuar no caso concreto. 
 Uma norma publicada sempre terá 
vigência 
 O vigor nem sempre se inicia na 
data da publicação 
 
O período entre a publicação da norma e a sua entrada em vigor chama-se 
vacatio legis. A própria norma publicada pode estabelecer o seu período de vacatio 
legis. Se a norma publicada silencia sobre o início do vacatio legis, esta produzirá efeitos 
em 45 dias. No estado estrangeiro, o prazo será de 3 meses. 
 
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta 
e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando 
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (Vide Lei nº 2.807, 
de 1956) 
 
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Quando o período de vacatio legis for dado em dias, será regido pelo art. 8º, § 
1º, da LC 95/98. Inclui a data da publicação e o último do prazo, entrando em vigor no 
dia subsequente à sua consumação integral. 
 
Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar 
prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula 
"entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. 
 
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período 
de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, 
entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. (Incluído pela 
Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001) 
 
Quando o período de vacatio for dado em meses ou anos, será regido pelo art. 
132, CC/02. O vigor da norma se dá no dia de igual número do da publicação. 
 
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os 
prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. 
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até 
o seguinte dia útil. 
 Pergunta1: É possível que uma norma tenha vigência sem vigor? Sim, quando há 
vacatio legis. 
 
 Pergunta2: Uma norma pode ter vigor sem ter vigência? Exemplo: Norma que vigora 
após a revogação. Resposta: Ver art. 2.035, 1ª parte, do Código Civil/ 2002 – Regula 
o plano da validade do negócio jurídico a norma em vigor na data de sua celebração. 
 
CC/02, Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos 
antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, 
referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste 
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Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes 
determinada forma de execução. 
 
Exemplo: O negócio jurídico realizado em 2001, sob a vigência do Código Civil de 
1916 regulará este negócio jurídico no plano da validade ainda que após 2002 (ano da 
entrada em vigor do novo Código Civil e revogação do antigo). O Código de 1916 não 
terá mais vigência, porém terá vigor no plano da validade dos negócios jurídicos 
realizados durante sua vigência. 
 
Observação: Nas hipóteses de correção a texto de lei no período de vacatio, ou 
seja, antes da norma entrar em vigor, a consequência será a retomada da contagem da 
vacatio. Os prazos de contagem serão interrompidos. Caso a correção ocorra sobre lei 
já em vigor, será considerada lei nova. 
 
LINDB, Art. 1º, § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de 
seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores 
começará a correr da nova publicação. 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
 
1.3 Revogação 
 
Princípio da continuidade dos efeitos da norma. Uma norma produz efeitos até 
que outra a modifique ou revogue. 
Derrogação: Modificação de uma norma por outra 
Ab-rogação: Revogação total de uma norma por outra. 
 
LINDB, Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que 
outra a modifique ou revogue. (Vide Lei nº 3.991, de 1961) 
A revogação poderá ser expressa ou tácita. 
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LINDB, Art. 2º, § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o 
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a 
matéria de que tratava a lei anterior. 
A revogação tácita poderá ocorrer de duas formas: 
 
1. Lei nova incompatível com a lei anterior 
Exemplo1: A separação não é mais um requisito para o divórcio. Essa emenda não 
revoga o instituto da separação no direito brasileiro. A orientação majoritária é de que 
a separação perdeu sua razão de ser. Tendo sido tacitamente revogada. 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela 
Emenda Constitucional nº 66, de 2010) 
 
2. Lei nova regula toda a matéria da lei anterior 
Exemplo2: O Código Civil revogou expressamente o Código de 1916, porém mesmo que 
não tivesse dito nada ocorreria uma revogação tácita porque a lei nova regulou toda a 
matéria. O mesmo vale para o novo CPC. 
Observação2: A lei nova que traz apenas disposições gerais a par das existentes será 
uma hipótese de existência conjunta. 
LINDB, Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que 
outra a modifique ou revogue. (Vide Lei nº 3.991, de 1961) 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já 
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
 
Exemplo3: Direito de Superfície, introduzida pela Lei 10.250/2001 (Estatuto da Cidade). 
Aplicável em solo urbano e sempre no interesse social. É uma Lei Federal. O Código Civil, 
em 2002 traz disposições gerai sobre o direito de superfície. As disposições do Estatuto 
da Cidade não serão revogadas, haverá existência conjunta. 
 
Enunciado 93, CJF: 
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As normas previstas no Código Civil sobre direito de superfície não revogam as 
relativas a direito de superfície constantes do Estatuto da Cidade (Lei n. 
10.257/2001) por ser instrumento de política de desenvolvimento urbano. 
 
1.4 Repristinação 
 
É a retomada de vigência de uma norma antes revogada devido à perda de 
vigência de sua norma revogadora. A repristinação só será admitida caso expressa. 
Veda-se a repristinação tácita. 
 
LINDB, Art.2º, § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura 
por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
 
Observação: Não confundir repristinação com efeito repristinatório. Na primeira, 
temos três leis: a que foi primeiro revogada (1), a lei revogadora (2) e a lei que revoga a 
lei revogadora da primeira (3). No efeito repristinatório, temos duas leis e uma decisão 
judicial declaratória de inconstitucionalidade relativa a uma norma revogadora. A lei 
revogada por esta voltará a ter vigência. 
 
1.5 Ordenamento Jurídico 
 
Positivista Pós-Positivista 
1. Único – Pois o estado detém o monopólio 
da produção normativa; 
1. Normatização dos Princípios – 
Estes deixam de ter caráter 
meramente integrador e passam a 
ter natureza coercitiva. 
2. Completo – Regula todo e qualquer fato 
social. Caso haja fato social sem norma 
correspondente, será uma hipótese de 
lacuna na lei, solucionada por meio do 
2. Ponderação de Interesses - Dois 
princípios poderão ser aplicados a um 
caso concreto e a resolução do conflito 
se dará por meio da ponderação. 
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Art. 4º, LINDB, com sua função 
integradora; 
LINDB, Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz 
decidirá o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito. 
 
3. Sistemático – Não são admitidos conflitos 
no sistema. Duas normas diferentes não 
poderão ser aplicadas ao mesmo caso. Caso 
haja conflito, a resolução de antinomias se 
dará através dos métodos da: a.Hierarquia 
(Lei Superior sobre Lei Inferior), 
b.Especialidade (Lei Especial sobre Lei 
Geral) e c.Temporalidade ( Lei posterior 
sobre Anterior). 
 
1.6 Direito Intertemporal 
Uma lei nova pode atingir um ato jurídico praticado no império da lei antiga? Quais 
são os limites de retroatividade da norma. Para o direito civil, a lei nova poderá retroagir, 
salvo se violar o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido. Deverá ser 
uma retroatividade justa. Exemplo: Lei nova retroage para conceder benefícios a 
algumas carreiras jurídicas. 
A retroatividade injusta é aquela que atinge o ato jurídico perfeito, a coisa 
julgada e o direito adquirido. O autor Roubier afirma que existem graus de 
retroatividade injusta. 
 
Grau Mínimo: A lei nova pode atingir os efeitos futuros dos fatos pretéritos. O art. 2.035, 
2ª parte, do Código Civil, aduz que regula o plano da eficácia dos negócios jurídicos a 
norma em vigor na data da produção dos efeitos. 
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Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da 
entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas 
no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos 
preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes 
determinadaforma de execução. 
Exemplo: Em 2001 é realizado um contrato de mútuo com taxa de juros de mora 
a 6% ao ano. O novo CC/2002 aduz que a taxa de juros de mora será de 12% ao ano. Em 
2004 há uma inadimplência. Quais serão os juros incidindo sobre esta inadimplência? 
12%. 
 
Art. 5º XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a 
coisa julgada; 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, 
o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo 
em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por 
êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou 
condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei nº 
3.238, de 1957) 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba 
recurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) 
 
1.7 Aplicação do Direito no Espaço 
 
São normas aplicáveis ao direito internacional privado. Há duas grandes teorias: 
Teoria da Territorialidade: A lei do país é aplicada no país. A lei brasileira, portanto, será 
aplicada em solo brasileiro. 
Teoria da extraterritorialidade: A lei estrangeira pode ser aplicada em outro país. Em 
solo brasileiro, por exemplo. 
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O Brasil adora uma teoria intermediária: Territorialidade Moderada. Em regra, 
a lei brasileira é aplicada em solo brasileiro. Excepcionalmente, a lei estrangeira poderá 
ser aplicada em solo brasileiro. 
Regra do Estatuto Pessoal (Teoria do Domicílio) 
Hipóteses em que a lei estrangeira poderá ser aplicada em solo brasileiro. 
 
I. Nome, capacidade, personalidade e direito de família 
 
Questões referentes ao nome, a capacidade, a personalidade e direito de família 
serão reguladas pela lei do domicílio dos envolvidos. Caso os nubentes tenham domicílio 
diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio 
conjugal. O professor aconselha a leitura de todos os parágrafos subsequentes. 
 
LINDB, Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre 
o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
 
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos 
impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades 
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela 
Lei nº 3.238, de 1957) 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do 
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem 
os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa 
anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de 
naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de 
bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente 
registro. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977) 
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§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem 
brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, 
salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que 
a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas 
para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, 
na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do 
interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças 
estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os 
efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009). 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro 
cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob 
sua guarda. 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de 
sua residência ou naquele em que se encontre. 
 
II. Bens 
 
Lei do país onde os bens estiverem situados, quando bens imóveis. Quanto aos bens 
móveis, será regido pela lei do país em que for domiciliado o proprietário. O penhor 
(sempre bens móveis) será regido pela lei do domicílio do possuidor. 
 
LINDB, Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, 
aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. 
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos 
bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se 
encontre a coisa apenhada. 
 
III. Sucessão 
 
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A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do último domicílio do de 
cujus. Caso haja bens de estrangeiros no Brasil, será aplicada a lei que for mais favorável 
aos seus sucessores. 
LINDB, Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que 
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação 
dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os 
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de 
cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995) 
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
 
IV. Organizações de Interesse Coletivo 
 
LINDB, Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as 
sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem. 
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos 
antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando 
sujeitas à lei brasileira. 
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, 
que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não 
poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação. 
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios 
necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes 
consulares. (Vide Lei nº 4.331, de 1964) 
 
2. Direito Civil: Parte Geral 
 
É dividida em três livros: 
 
2.1. Pessoas. 
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da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementaçãodo estudo em 
livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
2.1.1. Pessoa Natural 
2.1.1.1. Personalidade 
2.1.1.2. Capacidade 
2.1.1.3. Direitos da Personalidade 
2.1.1.4. Ausência 
2.1.2. Pessoa Jurídica 
2.1.3. Domicílio 
2.2. Bens 
2.3. Fatos Jurídicos 
 
2.1 Pessoas 
 
2.1.1 Pessoa natural 
 
2.1.2 Personalidade 
 
2.1.2.1.1 Conceito 
 
Personalidade possui duas acepções. 
 
A acepção clássica está prevista no art. 1º do Código Civil: 
 
CC/02, Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 
Conforme essa acepção clássica, personalidade é a capacidade de adquirir 
direitos e deveres na ordem civil. Quem tem essa capacidade é chamado de “sujeito de 
direitos”, podendo ser sujeito de direitos tanto a pessoa natural como a pessoa jurídica. 
 
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livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
Observa-se que esse conceito clássico possui um viés eminentemente 
patrimonial. O seu objetivo é identificar o sujeito de direitos, ou seja, quem pode 
adquirir direitos e deveres de natureza patrimonial. Exemplo: quem pode ser credor, 
alienante, devedor, doador, etc. 
 
No entanto, existe uma segunda acepção, que informa que personalidade é o 
conjunto de atributos da pessoa humana. Num viés extrapatrimonial. Exemplo: nome, 
honra, ancestralidade, intimidade, corpo, etc. Esses atributos estão disciplinados no 
Código Civil com o nome de “direitos da personalidade”. Visa-se aqui tutelar situações 
jurídicas extrapatrimoniais. Temos o fenômeno da despatrimonialização do direito. 
 
Os direitos da personalidade podem ser titularizados tanto por pessoa natural 
como por pessoa jurídica. Existe uma controvérsia sobre a possibilidade da pessoa 
jurídica poder titularizar direitos da personalidade, no entanto, na prova, marque que é 
possível, devido ao art. 52, CC e à Súmula 227 do STJ. 
 
CC/02, Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos 
direitos da personalidade. 
STJ, Súmula n. 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral 
 
Esse segundo conceito possui um viés extrapatrimonial do termo personalidade. 
 
2.1.2.1.2 Início da personalidade 
2.1.2.1.2.1 Teoria natalista 
 
Informa que a personalidade da pessoa natural tem início com o nascimento 
com vida. Tanto a personalidade com um viés patrimonial, como a com viés 
extrapatrimonial têm os seus direitos tutelados a partir do nascimento com vida. 
Essa teoria é a que está positivada no Código Civil de 2002, em seu art. 2º. 
 
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livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei 
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
 
Para a teoria natalista, como a personalidade tem início apenas com o 
nascimento com vida, o nascituro tem apenas uma expectativa de direitos. Assim, seria 
possível fazer doação para nascituro, no entanto, a doação é um negócio condicional, 
que apenas ocorrerá se acontecer o evento futuro e imprevisível, que é o nascimento 
com vida. 
 
2.1.2.1.2.2 Teoria concepcionista 
Estabelece que a personalidade tem início com a concepção. No entanto, desde 
a concepção, o nascituro poderia titularizar apenas direitos da personalidade, que é a 
personalidade extrapatrimonial, enquanto que a personalidade patrimonial ocorre apenas 
com o nascimento com vida. 
 
A diferença entre as duas teorias está na tutela dos direitos extrapatrimoniais. Para a 
teoria natalista, a tutela dos direitos da personalidade começa com o nascimento com vida, 
para a teoria concepcionista, a tutela começa desde a concepção. No entanto, em relação à 
tutela dos direitos patrimoniais, ambas as teorias têm o mesmo entendimento. 
 
 Para a teoria concepcionista é possível fazer doação para nascituro? 
 
Sim, mas continua sendo um direito condicionado ao nascimento com vida. O STF e o 
STJ adotam a teoria concepcionista. O Código Civil adota a teoria natalista. 
 
2.1.2.1.3 Extinção da personalidade 
 
Para a pessoa natural, a extinção ocorre com a morte. Espécies de morte: natural, 
acidental e a presumida. 
 
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2.1.2.1.3.1 Hipóteses de morte presumida disciplinadas no Código: 
2.1.2.1.3.1.1 Morte presumida sem declaração de ausência. 
 
Está prevista no art. 7º do Código Civil. 
 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado 
até dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá 
ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença 
fixar a data provável do falecimento. 
 
Exemplo: empresária que estava em um helicóptero que caiu no mar e o seu corpo não 
foi achado. Para declarar a sua morte haverá a necessidade de uma sentença 
declarando a morte presumida (Art. 7°, parágrafo único). 
 
O registro é um primeiro ato, é como se fosse uma foto que se tira de um documento. 
As hipóteses de registro estão no art. 9º do Código Civil. 
 
Art. 9o Serão registrados em registro público: 
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. 
 
Já a averbação tem um caráter acessório, é como se fosse uma retificação no registro. 
As hipóteses de averbação estão no art. 10 do CC. 
 
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público: 
Direito Civil 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir 
da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em 
livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o 
divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; 
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; 
 
Assim, a sentença que declara a morte presumida deve ser registrada (art. 9º, IV) no 
Cartório de pessoas naturais.

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